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Antibióticos / Antimicrobianos - Parte 2 - Farmacologia II (Resumo)

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1 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
Antimicrobianos II 
SULFONAMIDAS 
• Características gerais: 
o Foram os primeiros quimioterápicos sistêmicos a serem introduzidos na prática clínica (anos 30) 
o São agentes bacteriostáticos com espectro semelhante, mas com marcadas diferenças farmacocinéticas 
o Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição da síntese de folato pelas bactérias 
▪ Existe uma enzima, que é um passo fundamental na síntese de ácido fólico (enzima dihidropteroato sintase), 
que é inibida competitivamente pelas sulfonamidas 
▪ Toda vez que se tem uma droga, antimicrobiano ou não, com o perfil de inibição competitiva ela é 
extremamente dependente de concentração 
o Esta enzima incorpora o PABA (Ácido Paraminobenzóico) ao ácido dihidropteróico (precursor do folato) 
• Absorção, metabolismo e excreção: 
o São bem absorvidas no TGI → Por isso, a maioria é por via oral 
o Distribuem-se bem por todos os tecidos corporais e passam rapidamente a barreira placentária 
o Compete por sítios de ligação na albumina sérica 
o A metabolização hepática é por acetilação e glicuronidação 
o A eliminação é renal e sua meia-vida sofre interferência da função desta via 
o A farmacocinética das sulfonamidas não envolve o sistema microssomal, a metabolização delas é 
extramicrossomal, isso acaba interferindo no perfil de interação dessas drogas (Ex.: Interagem com o álcool) 
• Preparações de sulfonamidas: 
o Sulfonamidas de ação rápida: 
▪ Sulfisoxazol (em desuso por toxicidade): solúvel na urina e excretado rapidamente 
▪ Sulfadiazina: pouco solúvel na urina, menor ligação a proteínas. Usada em infecções por nocardia, 
toxoplasma e profilaxia para febre reumática. Administrada 4X ao dia (Posologia ruim) 
❖ Não confundir com Sulfadiazina de prata (uso tópico) 
▪ Trissulfapirimidinas (pouco uso): preparações com 3 sulfas visando manter a solubilidade na urina. 
Administradas 4X ao dia → Mas, a utilização é baixa porque a meia-vida é baixa, então os efeitos adversos 
de uma posologia de 4x ao dia acaba atrapalhando o uso 
o Sulfonamidas de ação intermediária (mais usadas): 
▪ Sulfametoxazol (mais usada de todas as sulfonamidas): menos solúvel que o sulfisoxazol, excreção mais 
lenta, que melhora a meia-vida, melhora nível sanguíneo e permite administrar 2X dia. Devido ao risco de 
cristalúria (pela menor solubilidade), deve-se garantir alto débito urinário (↑ ingesta hídrica) 
▪ Sulfasalazina: pouco absorvida no TGI onde é metabolizada à sulfapiridina. Indicada como adjuvante na 
doença de Crohn e colite ulcerativa (agindo na própria luz do TGI) 
PROF. RONEY OLIVEIRA 
 
2 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Sulfonamidas de ação prolongada: muito tóxicas (em desuso) 
o Sulfonamidas de uso Tópico: 
▪ Sulfadiazina de prata: muito usada em queimaduras. Menos usada para uso ocular e vaginal. Sua forma oral 
é 1a escolha em toxoplasmose, associada a pirimetamina 
▪ Sulfacetamina: preparações para uso ocular e vaginal (também não é muito utilizada) 
• Efeitos Adversos: 
o A tolerabilidade de sulfonamidas é muito boa 
o A incidência geral de efeitos adversos é de cerca de 5% (mas todos merecem nossa atenção, principalmente 
para tratamentos de períodos mais alongados) 
o Os principais são: 
▪ Distúrbios Renais → Pode ser minimizado com aumento do débito urinário 
▪ Anemia Hemolítica Aguda (inferior a 0,05%) 
▪ Agranulocitose (inferior a 0,1%) 
▪ Aplasia de Medula (incomum, mas ocasional em pacientes com AIDS) 
▪ Reações de Hipersensibilidade → Normalmente são de baixa malignidade, apesar do risco de Steven 
Johnson (sulfametoxazol associado à trimetoprim) 
▪ Reações Gastrintestinais 
o Esse perfil das sulfonamidas não é tão benigno assim, isso associado à alta resistência que os agentes já 
desenvolveram ao mecanismo de ação delas faz com que sua utilização hoje seja mais pontual 
TRIMETROPIM 
• Características gerais: 
o Não é sulfonamida 
o Inibe outra etapa da síntese de folato (enzima dihidrofolato 
redutase) 
▪ Lembrando que as sulfonamidas inibem a enzima 
dihidropteroato sintase (essas 2 enzimas, então, são 2 passos 
da mesma cadeia de ácido fólico, a síntese de folato) 
• Efeitos Adversos (TMP-SMX): 
o É muito raro ver uma prescrição de sulfametoxazol sem a 
associação de trimetoprim, por causa da alta resistência do 
sulfametoxazol isolado (o nº de mutações que a bactéria tem que 
desenvolver para ficar resistente a essa combinação é 
consideravelmente maior) 
o A associação Sulfametoxazol + Trimetoprim apresenta suas 
peculiaridades/inconveniências: 
▪ Maior incidência de distúrbios renais (cristalúria) 
▪ Indução de deficiência de folato (quando prolongado) 
▪ Maior incidência de distúrbios hematológicos 
 
3 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Síndrome de Stevens-Johnson (rara, mas muito grave) 
• Sulfametoxazol + Trimetoprim: 
o A resistência as sulfonamidas encontra-se francamente disseminada 
o A utilidade dessa associação permanece em: 
▪ Infecções urinárias (1ª linha principalmente na aguda não complicada, mas também nas recorrentes, 
pielonefrites e síndrome uretral com piúria) 
▪ Infecções intestinais por S. typhy, sendo eficaz em eliminar estado de portador 
▪ Shigeloses, especialmente nas induzidas por cepas resistentes a ampicilina 
▪ Diarreia infantil causada por E. coli e na profilaxia da diarreia dos viajantes 
▪ Cólera 
▪ Bronquite aguda, sinusite e pneumonia, causadas por germes sensíveis 
▪ Exacerbação aguda da bronquite crônica 
▪ Pneumonia por P. carinii → Ainda são 1ª linha 
▪ Quimioprofilaxia dessa condição, combinada com antirretrovirais, aumenta a sobrevida de pacientes com 
AIDS → Ainda são 1ª linha 
▪ Otites médias agudas em crianças, causadas por S. pneumoniae, B. catarrhalis e H. influenzae → Há opções 
bem melhores hoje 
▪ Paracoccidiodomicose (70 a 90% de efetividade). 
o Cautela em pacientes com deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, porfiria, insuficiências renal ou 
hepática, asmáticos e pacientes com deficiência de folato (idosos, alcoólicos, pacientes em tratamento com 
anticonvulsivantes) → Folato deve ser dosado em tratamentos prolongados 
▪ Toda vez que for introduzir TMP + SMX checar sempre interação com outros tratamentos ou substâncias 
que o paciente esteja usando 
o Podem ocorrer reações alérgicas severas ou discrasias sanguíneas 
o Interromper o tratamento aos primeiros sinais de rash cutâneo e promover contagens sanguíneas nos 
tratamentos prolongados 
o Deve-se manter hidratação adequada a fim de prevenir cristalúria 
o Portadores de AIDS se mostram mais susceptíveis aos efeitos adversos, apresentando febre, leucopenia e 
hepatite 
o Pode causar hipoglicemia, particularmente em malnutridos ou com insuficiências hepática ou renal 
o Cautela no final da gestação e na lactação, pois pode causar icterícia em neonatos (quadro de kernicterus) → 
Categoria de risco C para gestação (Mesmo que traga riscos importantes, não pode ser descartada por 
completo porque deve se olhar o custo-benefício entre os riscos e a infecção) 
MACROLÍDEOS 
• Características gerais: 
o Os representantes são: eritromicina, claritromicina e azitromicina 
o São formados por anel lactona ao qual se ligam um ou mais açucares 
 
4 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o São bacteriostáticos. 
o É efetivo principalmente contra cocos gram-
positivos → Varia um pouco com os integrantes 
o Apresenta resistência cruzada dentro do grupo → 
Se perder um macrolídeo, há uma chance elevada 
de ter desenvolvido resistência para os demais 
o Se a adesão não for fina, aumenta o risco de surgir 
intra tratamento 
o Claritromicina é o mais efetivo do grupo contra 
estreptococos e estafilococos 
o Já azitromicina é mais efetiva contra H. influenza e Neisseria sp. 
o Eritromicina é segunda escolha na profilaxiada febre reumática → É uma escolha alternativa, porque esses 
pacientes são hipersensíveis com a penicilina benzatina 
• Mecanismo de Ação dos Macrolídeos: 
o Inibem a síntese proteica bacteriana por ligar-se de modo reversível a subunidade 50 S do ribossomo 
bacteriano 
o Bactérias gram-positivas acumulam 100 vezes mais eritromicina do que gram-negativas → Daí essa vantagem, 
principalmente da eritromicina, sobre os gram-positivos 
• Resistência bacteriana aos Macrolídeos: 
o É bastante variável em diversas regiões, dependendo muito do perfil de uso 
o Pode ocorrer por 3 mecanismos: 
▪ Efluxo ativo → A bactéria desenvolve um carreador que se liga à face interna da membrana plasmática 
quando a droga é absorvida e ejeta esse macrolídeo para fora de novo 
▪ Metilação do sítio de ligação ribossomal da droga → Mudando em algum grau a sua estrutura terciária 
reduzindo a afinidade com o macrolídeo 
▪ Hidrólise do macrolídeo por esterases (enzimas) 
• Farmacocinética dos Macrolídeos: 
o A absorção no TGI é incompleta e prejudicada pelo pH ácido → Então, a administração de macrolídeos deve 
ser feita longe dos picos de secreção ácida (de preferência em jejum ou 2 horas após ingesta alimentar). Além 
disso, a dieta do paciente deve ser mais leve durante o período do tratamento 
▪ Claritromicina é a menos afetada por essa inativação 
▪ Um problema é que a eritromicina é administrada de 6 em 6h, então é difícil montar um regime de dose 
que fique adequadamente das refeições e garanta a adesão (Diante uma prescrição de eritromicina, é de 
bom tom que o médico já gere os horários de administração junto com o paciente para minimizar isso) 
o Não possuem boa penetração no líquor → Não passam bem na barreira hematoencefálica, então normalmente 
não se usa macrolídeos para infecções no SNC 
o A eliminação varia para cada representante: 
▪ Eritromicina: sai ativa na bile → Sofre o processo de recirculação entero-hepática, então quando se calcula 
a dose dessa medicação, os estudos já levam em consideração a fração que recircula 
 
5 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Azitromicina: maior parte sai biliar e uma pequena fração sai renal 
▪ Claritromicina: tanto renal quanto metabolização hepática 
• Indicações dos Macrolídeos: 
o Não são de primeira linha, são utilizados como alternativa terapêutica em pacientes alérgicos à penicilina, nas 
seguintes condições: 
▪ Infecções do trato respiratório por estreptococos do grupo A 
▪ Pneumonia por S. pneumoniae 
▪ Prevenção de endocardite após procedimento odontológico 
▪ Infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes) 
▪ Profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica) 
▪ Como alternativa para o tratamento da sífilis 
• Efeitos Adversos dos Macrolídeos: 
o Em geral, são bem tolerados (não se espera ver algum efeito normalmente) 
o A eritromicina é o representante que mais causa distúrbios gastrointestinais (cólicas abdominais, náuseas, 
vômitos e diarreia) → Está associado com a recirculação entero 
o Potencializam as ações de digoxina, carbamazepina, midazolam, anticoagulantes orais e metilprednisolona etc. 
o Claritromicina e azitromicina são bem tolerados, mas podem ocasionalmente causar cefaleia, tonteira e surdez 
reversíveis → Dose-dependente (Aparecem em dose alta e desaparecem com o fim do tratamento) 
o Há relatos de hepatite colestática acompanhada por febre, dor abdominal, eosinofilia, hiperbilirrubinemia e 
elevação de transaminases com o uso de estolato de eritromicina (mais comum em adultos, principalmente 
gestante), entretanto com o uso de azitromicina e claritromicina as alterações são bem mais discretas e em 
menor frequência 
o Raramente ocorrem reações alérgicas graves → Se tiver é de baixa magnitude e facilmente manejáveis 
o Apesar de não ser a 1ª escolha, muitos preferem a sua utilização em determinadas situações, até antes dos 
betalactâmicos (normalmente 1ª escolha), justamente porque essa lista de efeitos adversos é bem benigna 
▪ Porém, o princípio da farmacologia clínica diz que a 1ª coisa a se considerar para a definição de um 
tratamento é a eficácia e rapidez da droga (nesse ponto, os betalactâmicos saem ganhando) 
TETRACICLINAS 
• Características gerais: 
o Grupo de bacteriostáticos de amplo espectro 
o Todos derivam de um núcleo de 4 anéis 
o Os principais representantes são: tetraciclina, metaciclina, doxiciclina e minociclina 
• Mecanismo de Ação das Tetraciclinas: 
o Ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossoma, bloqueando a ligação do RNA transportador, 
impedindo a síntese proteica 
• Resistência Bacteriana as Tetraciclinas: 
o Tem bastante resistência, as tetraciclinas foram muito usadas, até de forma irresponsável 
 
6 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Deriva de: 
▪ Mudança do sítio de ligação 
▪ Eliminação ativa 
▪ Redução da absorção da droga (principal) → Espessamento da membrana plasmática, reduzindo a absorção 
da droga 
• Farmacocinética das Tetraciclinas: 
o A absorção é prejudicada em Ph alcalino → Então, a administração deve ser feita junto com as refeições, 
buscando o pH ácido 
o Evitar administração conjunta com antiácidos, leite e ferro (tudo que aumenta o pH do estômago prejudica) 
o Em altas doses ultrapassam adequadamente a barreira hematoencefálica 
o Possuem mecanismo de recirculação hepática e eliminação posterior renal 
o Frações maiores de doxiciclina são encontradas nas fezes (menor taxa de recirculação) e minociclina possui 
ampla metabolização hepática (então a fração recirculada também será menor) 
• Uso das Tetraciclinas: 
o Bastante restrito por causa da ampla resistência 
o Podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por clamídias, riquétsias, cólera, brucelose e 
actinomicose 
o São alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, H. ducreyi, Treponema 
pallidum e em pacientes com traqueobronquites e sinusites 
o Doxiciclina pode ser usada no tratamento da DST por neisseria 
• Efeitos Adversos das Tetraciclinas: 
o Não são bem toleradas, dão muitos efeitos adversos 
▪ Isso no uso oral. Na dermatologia, por exemplo, usa-se tetraciclina em dose baixa (porque a penetração na 
pele é muito alta), minimizando efeitos adversos 
o Os principais são gastrointestinais 
o Doses elevadas podem levar a hepatite, principalmente em grávidas 
o Potencializam os efeitos de anticoagulantes orais → Aumentando ocorrências de sangramento 
o Podem levar a malformações ósseas e hipoplasia dos esmaltes em crianças/adolescentes (efeitos irreversíveis) 
o Concentram-se na pele podendo levar a reações fototóxicas → Principalmente na dermatologia, deve-se 
recomendar uso de protetor solar de maior fator e evitar a exposição ao sol durante o tratamento 
o Pode dar cefaleia, incapacidade de concentração e, em raros casos, hipertensão intracraniana 
o São os antibióticos mais associados ao desenvolvimento de superinfecção (muito relacionado com a 
recirculação entero-hepática) 
AMINOGLICOSÍDEOS (AMG) 
• Características gerais: 
o Os principais representantes são streptomicina, neomicina, kanamicina, gentamicina, netilmicina, amicacina, 
tobramicina, paramomicina 
 
7 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Origem: a maioria é naturalmente produzida por Streptomyces spp., mas a amicacina e a netilmicina são 
semissintéticas 
o São inibidores bactericidas ou bacteriostáticos na dependência da concentração (bactericidas em dose ↑) 
o São policátions, o que influencia em suas propriedades farmacocinéticas → Porque se ligam com altíssima 
afinidade a tecidos com muita fração aniônica, como rins e aparelho auditivo 
▪ Isso impacta diretamente na ação dos AMG, porque eles distribuem amplamente pelo organismo, mas 
nesses locais a dissociação deles é mais lenta. Então, se há uma nova dose, os rins e o aparelho auditivo 
passama ter um acúmulo diferencial em relação aos outros tecidos (a cada nova dose isso acentua) 
▪ Para minimizar isso, criou-se uma estratégia de aumentar a dose e ampliar o intervalo posológico ao 
máximo, dando tempo para que a dissociação nessas regiões aconteça como nos outros tecidos 
▪ Os principais efeitos adversos dos AMG são justamente danos vestibular, auditivo e renal 
o São agentes de amplo espectro, particularmente eficientes contra bactérias gram negativas 
o Porém, a toxicidade limita seu uso 
• Mecanismo de ação dos Aminoglicosídeos: 
o Atravessam a membrana externa bacteriana por difusão e a membrana interna por transporte ativo 
o Dentro da célula, os AMG ligam-se aos polissomos (unidade 30 S) e interferem na síntese proteica por induzir 
a erros e levando a 3 efeitos possíveis: 
▪ Bloqueio de iniciação 
▪ Bloqueio de translação 
▪ Incorporação no aminoácido incorreto 
 
o Sua ação bactericida é concentração-dependente (precisa de dose mais altas) 
o Possui um efeito “pós-antibiótico” (atividade bactericida residual) quando a concentração sérica está abaixo 
do mínimo inibitório → Efeito que permitiu que trabalhássemos com doses e intervalos posológicos mais altos 
para minimizar aquele efeito de acúmulo diferencial nos rins e no aparelho auditivo 
 
8 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Resistência Bacteriana aos Aminoglicosídeos: 
o Não é tão alta porque eles não são tão usados (são drogas majoritariamente injetáveis, prescritas quase 
exclusivamente em meio hospitalar) 
o Pode advir de 3 mecanismos: 
▪ Redução de permeabilidade da membrana 
▪ Redução da afinidade da droga pelo ribossomo 
▪ Inativação do AMG por enzimas bacterianas (aminoglicosidases) 
❖ Este mecanismo é o mais importante e pode ser transmitido via plasmídeos 
❖ Amicacina é a droga mais potente do grupo quanto a suplantar a resistência via aminoglicosidase 
• Espectro de Ação dos AMG: 
o Bastante amplo 
o Infecções causadas por grande número de bactérias Gram negativas, incluindo Pseudomonas sp. (destaque 
porque não há tantos fármacos para pseudomonas), E. Coli, Proteus sp., Klebsiella sp., Enterobacter sp., 
Serratia sp., Providencia sp., Acinetobacter sp. e Citrobacter freundii 
o Possui também atividade, in vitro, contra estafilococos resistentes a penicilina e meticilina 
o Quando associada a agentes cefalosporínicos e penicilínicos, aumenta sua eficácia contra Pseudomonas 
o Tratamento de septicemia, incluindo sepse neonatal, bem como em infecções graves de tratos respiratório e 
urinário, ossos e articulações, sistema nervoso central (incluindo meningite), pele e tecidos moles, 
queimaduras e intra-abdominais (incluindo peritonite) e pós-operatórias (incluindo cirurgias vasculares) 
o Amicacina se mostra eficaz no tratamento de infecções causadas por microrganismos resistentes a gentamicina 
e/ou tobramicina, particularmente Proteus rettgeri, Providencia stuartii, Serratia marcescens e Pseudomonas 
aeruginosa 
• Farmacocinética dos AMG: 
o Não possuem adequada absorção no TGI 
o Doenças inflamatórias no TGI melhoram a absorção de gentamicina 
o A absorção IM é rápida com pico de concentração entre 30 e 90 min 
o A distribuição tecidual é baixa, sendo que no líquor é cerca de 10% → Mas, a potência da droga e o ajuste de 
dose faz com que ela seja útil nesse nível de absorção 
o A eliminação é essencialmente renal 
o Acúmulo de AMG no rim e ouvido interno com eliminação destes locais mais lenta que do plasma 
• Administração de AMG: 
o Devemos preferir sempre esquemas posológicos de dose única diária 
▪ As exceções são: 
❖ Baixas doses na terapia combinada 
❖ Insuficiência renal → A eliminação dessa droga vai ser prejudica, o que complica fazer dose alta 
❖ Gravidez → O uso de AMG na gravidez é a principal causa de alteração auditiva nos bebês 
 
9 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
❖ Neonatos 
• Efeitos Adversos dos AMG: 
o Parece ser tempo-dependente mais que dose-dependente 
▪ Ototoxicidade vestibular (mais estreptomicina e gentamicina) e auditiva (mais amicacina e neomicina) 
▪ Nefrotoxicidade (com proteinúria e redução da filtração glomerular) → Acompanhar função renal o tempo 
todo nesses pacientes 
▪ Bloqueio neuromuscular e apneia (via IM) 
▪ Disfunção do nervo óptico (estreptomicina) 
▪ As reações de hipersensibilidade são raras 
CLORANFENICOL 
• Características gerais: 
o Grupo de 1 droga só (cloranfenicol) 
o Primeiro antibiótico de amplo espectro descoberto 
o Seu grupamento central é um núcleo nitrobenzeno 
o É um bacteriostático que se liga a subunidade 50 S do ribossomo bacteriano 
o Seu sítio de ligação é próximo ao da clindamicina e da eritromicina 
▪ Mas, não faz sentido a administração de bacteriostáticos inibidores de síntese proteica junto 
o O principal mecanismo de resistência bacteriana é por acetilação por uma acetiltransferase ou por uma 
nitrotransferase específica (mecanismo hepático extramicrossomal) 
• Farmacocinética do Cloranfenicol: 
o É bem absorvido por via oral (palmitato) após hidrólise 
o Está disponível também para uso IV (succinato) e tópico 
o Distribui-se bem por todos os compartimentos 
o Por ser lipofílico, alcança no parênquima cerebral concentração até 9 vezes maior que a do plasma → Uma das 
principais indicações é uma alternativa em tratamento de meningites por agentes sensíveis à cloranfenicol 
o É amplamente inativado por conjugação hepática com ácido glicurônico 
o 10 a 20% da droga ativa é secretada pelos rins 
o Apenas pequena quantidade da droga ativa é eliminada na bile 
o Em pacientes com lesão hepática importante há aumento da concentração sérica da droga, com maior 
probabilidade de ocorrer toxicidade medular, devendo ser ajustada a dose 
• Uso do Cloranfenicol: 
o Bastante restrito devido sua alta toxicidade 
o Tem sido usado no tratamento de infecção por enterococos resistentes aos glicopeptídeos (Ex.: Vancomicina) 
o Pode ser utilizada nas salmoneloses, principalmente na febre tifoide; no tratamento de ricketsioses ou 
erlickiose 
 
10 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o É alternativa no tratamento de meningite bacteriana e epiglotite, artrite séptica e osteomielite por 
Haemophilus influenzae em pacientes alérgicos aos ß-lactâmicos 
o A base do seu uso não é 1ª escolha, mas é alternativa em situações em que há resistência a outras drogas 
• Efeitos Adversos do Cloranfenicol: 
o Dose dependentes: reticulocitopenia, podendo evoluir com anemia, granulocitopenia e trombocitopenia 
o Não relacionados a dose: anemia aplástica irreversível, geralmente entre 3 e 12 semanas após a terapia 
o Embora rara, frequentemente é fatal e pode ocorrer com qualquer apresentação, mesmo tópica 
o Náuseas, vômitos, alteração no paladar, diarreia e irritação anal podem ocorrer durante administração oral 
o Em lactentes pode causar a síndrome cinzenta: hemólise, superinfecções e colite pseudomembranosa. Sinais 
se iniciam após 3 a 4 dias de tratamento, caracterizando-se por vômitos, distensão abdominal, letargia, cianose, 
hipotensão, respiração irregular, hipotermia e morte 
LINCOSAMINAS 
• Características gerais: 
o A lincomicina foi isolada em 1962, a partir do Streptomyces lincolmensis 
o Posteriormente, modificações químicas produziram a clindamicina com potência bacteriana aumentada e 
melhor absorção oral 
• Mecanismo de ação: 
o Inibem a síntese proteica nos ribossomos, ligando-se a subunidade 50S 
• Resistência: 
o Alterações no sítio receptor do ribossoma 
o Mudanças mediadas por plasmídeos, no RNA 23S da subunidade 50S do ribossoma 
• Farmacocinética da Clindamicina: 
o Pode ser administrada por via oral, EV ou tópica 
o A absorção intestinal é de 90%, mas é menor em idosos 
o A alimentação não interfere na absorção 
o A via intramuscular é dolorosa, devendo ser evitada 
o Por via endovenosa atinge o pico aofinal da infusão, alcançando altas concentrações na maioria dos tecidos; 
entretanto, não atravessa a barreira hematoencefálica 
o A concentração óssea é 1/3 da plasmática → Absorção boa para osso 
o Atravessa a placenta atingindo o feto, mas não há relatos de teratogenicidade 
o A maior parte da droga é metabolizada no fígado e é eliminada com seus metabólitos por via biliar, onde atinge 
alta concentração 
o A meia-vida aumenta na presença de doença hepática e a dose deve ser ajustada dependendo da gravidade 
o Pequena parte é eliminada pelos rins, geralmente não requerendo ajuste de dose. Entretanto, se houver lesão 
hepática e renal concomitantes, a dose deve ser reduzida. Não é eliminada na diálise peritoneal ou hemodiálise 
• Indicações da Clindamicina: 
 
11 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Espectro bastante amplo, mas nenhum deles é 1ª escolha, é sempre alternativa 
o Infecções intra-abdominais, infecções pélvicas (incluindo abortamento séptico) e infecções pulmonares 
(abscesso pulmonar, pneumonia aspirativa, empiema) causadas por anaeróbios gram-positivos e gram-
negativos 
o Infecções odontogênicas, sinusites, otite crônica, osteomielites e infecções de pele por estreptococos ou 
estafilococos 
o Erisipela e infecções de partes moles em pacientes alérgicos a penicilina. 
o Alternativa terapêutica para coriorretinite ou encefalite por Toxoplasma gondii (em doses elevadas) e malária 
causada por P. vivax e P. falciparum 
• Problemas da Clindamicina: 
o Suprime a flora anaeróbica 
o Em torno de 8% dos pacientes têm diarreias. Destes, 10% têm colite associada ao uso de antimicrobianos (colite 
pseudomembranosa), que é extremamente grave 
o Exantema ocorre em 10% dos pacientes 
o Febre, eosinofilia e reações anafilactóides são raras 
o Pode ocorrer flebite após infusão endovenosa 
PENICILINAS 
• Características gerais: 
o Constitui-se da principal classe de antibióticos atualmente no mercado 
o Pertence ao grupo dos β-lactâmicos (Penicilinas, cefalosporinas, carbapenens, monobactans e carbacefemas) 
o Classicamente não são dividias por geração, mas iremos ver elas divididas assim em fase para facilitar o estudo 
o Na 1ª geração, a notação UI (unidade internacional) refere-se à atividade de 0,6 μg de penicilina cristalina 
• Mecanismo de Ação das Penicilinas: 
o É o mecanismo de ação de todos os betalactâmicos 
o Seu mecanismo de ação baseia-se em interferir na síntese do peptidioglicano da parede celular bacteriana 
o Para tanto, os betalactâmicos ligam-se a proteínas “penicilinas-ligantes” as quais inibem as enzimas 
transcriptases 
o Além disso, inativa os inibidores das enzimas autocatalíticas da parede celular bacteriana. 
• Resistência Bacteriana: 
o A resistência bacteriana às penicilinas pode advir: 
▪ Produção de β-lactamases: codificada no cromossomo ou por meio de plasmídeos. É mais comum em 
estafilococos 
▪ Produção de amidases 
▪ Redução da permeabilidade da membrana externa: mais comum em gram-negativos 
▪ Sítios modificados de ligação à penicilina 
CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS 
 
12 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Benzilpenicilinas (penicilina G): 
o Efetiva contra gram-positivos e Neisseria 
o São inativadas pela acidez gástrica 
o Eliminação majoritariamente renal 
o Possui 3 subtipos: 
▪ Penicilina G Cristalina 
❖ Utilizada por via endovenosa → Há uma forma oral, mas bem incomum 
❖ Cruza a barreira hematoencefálica mais facilmente quando há inflamação → Então, se há um processo 
infeccioso no SNC, há uma atividade interessante dessa penicilina 
❖ Pode ser utilizada no tratamento de meningites e endocardites entre outras infecções por gram-positivos 
❖ A utilização dessa droga é mais comum na pediatria 
❖ É eliminada do soro em aproximadamente 4 horas → Ela é feita com intervalo posológico curto 
▪ Penicilina G Procaína 
❖ Também chamada de despacilina 
❖ Utilizada por via IM 
❖ Possui meia-vida de cerca de 12 horas → A administração é diária e é dolorida, os sintomas costumam 
acabar antes do fim do tratamento e a administração não é feita em casa, tendo que ir à unidade. Então, 
o abandono da terapêutica é muito alto 
❖ Indicada nas pneumonias comunitárias, infecções cutâneas e gonorreia → Apesar disso, não é a 1ª 
escolha em nenhuma dessas condições, ela só é usada alternativamente quando só há ela disponível 
▪ Penicilina G Benzatina 
❖ Utilizada por via IM 
❖ Possui os níveis séricos mais baixos deste grupo, porém mantidos por 3 a 4 semanas → Então muito dos 
tratamentos com essa penicilina são dose única, o que melhora consideravelmente a adesão 
❖ Indicada no tratamento da sífilis e profilaxia de febre reumática (1ª escolha em ambas) 
• Aminopenicilinas: 
o Seriam a 2ª geração de penicilinas (começam a pegar alguns gram-negativos também) 
o Possuem menor atividade contra gram-positivos que as penicilinas G, porém são efetivas contra alguns bacilos 
gram-negativos (Haemophilus influenzae, E. Coli, Proteus mirabilis) e Salmonela e Shigella sp. 
o Os principais representantes são ampicilina e amoxicilina 
o A absorção oral da ampicilina é baixa (de 40%), sendo utilizada por esta via apenas nas shigueloses intestinais. 
Sua via preferencial é IV 
o A amoxicilina tem boa absorção oral (85%). É indicada no tratamento de otite média aguda, sinusites e 
bronquites bacterianas 
• Penicilinas resistentes a penicilinases: 
o Podem ser chamadas de penicilinas de 3ª geração (são resistentes a alguma enzimas de degradação) 
 
13 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Possuem menor ação sobre estreptococos que os grupos anteriores, mas são efetivas contra Staphylococcus 
produtores de β-lactamases 
o Os representantes deste grupo são a meticilina, a nafcilina e as isoxazolilpenicilinas (oxacilina, cloxacilina e 
dicloxacilina) → A mais popular é a oxacilina 
o A dicloxacilina possui a melhor absorção oral deste grupo, enquanto a oxacilina é muito mal absorvida VO e 
não deve ser assim administrada 
o A oxacilina é utilizada por via IV ou IM em infecções graves por S. aureus, isolado ou em associação com 
gentamicina (aminoglicosídeo) 
▪ É comum que ocorra a associação entre aminoglicosídeo (gentamicina e amicacina) com betalactâmicos, 
sendo um dos muito utilizados a oxacilina em infecções graves por S. aureus 
• Penicilinas Antipseudomonas: 
o Seriam as penicilinas de 4ª geração (pela ampliação do espectro, como contra pseudomonas) 
o Destacam-se: 
▪ Carboxipenicilinas (carbenicilina e ticarcilina) com importante ação antipseudomonas 
▪ Ureidopenicilinas (azlocilina, mezlocilina e piperacilina) as quais mostram amplo espectro de ação, 
principalmente contra pseudomonas 
EFEITOS ADVERSOS DAS PENICILINAS 
• Efeitos Adversos das penicilinas: 
o No geral, são drogas bem toleradas 
o Os que mais chamam atenção são as reações de hipersensibilidade 
▪ Mais frequente em penicilinas injetáveis, como penicilina benzatina (que foi muito utilizada, então é onde 
mais se vê esse perfil de ocorrência) 
▪ Porém, é algo manejável 
▪ Se o paciente nunca utilizou, ele deve ser orientado a permanecer pelo menos 1 hora após a administração 
na unidade de saúde em que foi aplicada (porque essas reações são agudas) 
❖ Reações gerais mais básicas podem aparecer mais tardiamente, mas podem ser manejados depois 
▪ Ocorrem de 0,7 a 10% dos pacientes 
▪ 0,015 a 0,04% são anafilaxias (a incidência depende da população) 
o Alterações gastrointestinais: mais comum com ampicilina → Não tem uma boa absorção, então fica muito no 
trato gastrointestinal 
o Alterações hematológicas: quando ocorrem tendem a ser transitórias e reversíveis com a retirada da droga 
▪ Carbanicilina e ticarcilina diminuem a agregação plaquetária e podem provocar sangramentos em pacientes 
predispostos 
o Toxicidade Central: convulsões, alucinações e letargia podem surgir emdoses elevadas de penicilina G, 
carbenicilina e ticarcilina 
o Alterações renais: as doses de penicilinas G devem ser reduzidas quando o clearance de creatinina for inferior 
a 20ml/min. Ampicilina e amoxicilina devem ter seu intervalo posológico aumentado para Clearance < 
30ml/min 
 
14 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
CEFALOSPORINAS 
• Características gerais: 
o São betalactâmicos 
o São antibacterianos semissintéticos produzidos a partir de uma matriz obtida do fungo Cephalosporium 
acremonium 
o Os diversos compostos derivam de mudanças nas posições 3 (muda a farmacocinética) e 7 (altera o espectro 
de ação) de seu núcleo 
o São agentes hidrossolúveis, estáveis em meio ácido e com metabolização renal → Então, diferentes das 
penicilinas, a administração em via oral é bem comum e não há preocupação com horário de administração 
o Seu mecanismo de ação e de resistência é semelhante ao das penicilinas, porém são menos sensíveis a ação 
via plasmídeos 
o São classificadas oficialmente como de 1a, 2a, 3a e 4a gerações 
• Cefalosporinas de 1ª Geração: 
o Cefalexina, cefadroxila, cefalotina e cefazolina são os principais representantes → A principal é a cefalexina 
(administrada em via oral) e a principal injetável é a cefalotina 18 
o São efetivas contra cocos gram-positivos, mesmo os produtores de β-lactamases, mas não contra aqueles 
meticilina-resistentes 
o Possuem baixa ação contra gram-negativos, e nenhuma sobre anaeróbios 
o Podem ser usados na gestação, porém, não atingem bom nível liquórico → Os betalactâmicos no geral têm um 
alto índice de segurança na gravidez 
• Cefalosporinas de 2ª Geração: 
o Cefaclor, cefaxitina, cefuroxima e cefprozil são os destaques → O principal é o cefaclor 
o Possuem atividade maior contra gram-negativos aeróbios do que as de 1ª geração, porém são menos efetivas 
contra pseudomonas e gram-positivos 
o Assim como as de 1ª geração, também não são indicadas em meningites → Não passa a barreira 
hematoencefálica em níveis aceitáveis 
o Cefaclor e cefuroxima são efetivas contra H. influenzae. Cefprozil tem boa absorção oral (90%) e não sofre 
interferência da ingestão concomitante de alimentos 
o Cefoxitina é eficiente contra bacterioides fragilis (agente causador de septicemias e abscessos pós cirurgias 
abdominais). Atua de forma marcadamente eficiente contra cocos gram-positivos 
• Cefalosporinas de 3ª Geração: 
o Podem ser divididas em uso parenteral (ceftriaxona, cefotaxima e ceftazidima) e de uso oral (cefetamet, 
cefixima e cefpodoxima) 
o OBS: as de uso oral não estão presentes no Brasil 
o Possuem maior efetividade contra gram-negativos e redução contra gram-positivos (mas ainda pegam) 
o Destacam-se por sua adequada penetração no SNC 
• Cefalosporinas de 4ª Geração: 
o Englobam cefepima e cefpiroma (não disponível no Brasil) 
 
15 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o São consideradas de maior espectro e potência (incluindo pseudomonas) 
o Penetram mais rapidamente na parede das bactérias gram-negativas e são mais resistentes as β-lactamases 
o São assim efetivas contra enterobactérias, pseudomonas, gram-positivos e negativos 
• Indicações das Cefalosporinas (1ª Ger): 
o As cefalosporinas de primeira geração são apropriadas no tratamento de infecções causadas por S. aureus 
sensíveis à oxacilina e estreptococos. Mais comumente em infecções de pele, partes moles, faringite 
estreptocócica 
o Também no tratamento de infecções do trato urinário não complicadas, principalmente durante a gravidez 
o Pela sua baixa toxicidade, espectro de ação, baixo custo e meia vida prolongada, a cefazolina é o antimicrobiano 
recomendado na profilaxia de várias cirurgias 
• Indicações das Cefalosporinas (2ª Ger): 
o Entre as cefalosporinas de segunda geração, a cefuroxima, pela sua atividade contra S. pneumoniae, H. 
influenzae, e M. catarrhalis, incluindo as cepas produtoras de ß-lactamase tem sido utilizada no tratamento de 
infecções respiratórias adquiridas na comunidade, sem agente etiológico identificado 
o A cefuroxima, assim como o cefaclor, pode ser utilizada para uma variedade de infecções como pneumonias, 
infecções urinárias, infecções de pele, sinusite e otites médias 
o Já a cefoxitina (cefamicina), pela sua atividade contra anaeróbios e gram-negativos, é eficaz no tratamento de: 
▪ Infecções intra-abdominais 
▪ Infecções pélvicas e ginecológicas 
▪ Infecções do pé diabético 
▪ Infecções mistas (anaeróbio/aeróbio) de tecidos moles 
o Também é utilizada na profilaxia de cirurgias colorretais 
• Indicações das Cefalosporinas (3a Ger): 
o Podem ser utilizadas no tratamento de uma variedade de infecções por bacilos gram-negativos susceptíveis 
adquiridas no ambiente hospitalar, dentre elas: 
▪ Infecções de feridas cirúrgicas 
▪ Pneumonias 
▪ Infecções do trato urinário complicadas 
o Cefotaxima e ceftriaxona podem ser usadas no tratamento de meningites por H. influenzae, S. pneumoniae e 
N. meningitidis. Também são as drogas de escolha no tratamento de meningites por bacilos gram-negativos 
o Pela sua boa penetração no sistema nervoso central e sua atividade contra P. aeruginosa, a ceftazidima é uma 
excelente opção para o tratamento de meningites por este agente 
• Indicações da Cefalosporina (4a Ger / Cefepima): 
o Pela sua atividade antipseudomonas, tem sido utilizada em pneumonias hospitalares, infecções do trato 
urinário graves e meningites por bacilos gram-negativos 
o Tem atividade contra estafilococos sensíveis à oxacilina 
o Esta droga também faz parte do esquema empírico usado nos pacientes granulocitopênicos febris 
 
16 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Efeitos Adversos das Cefalosporinas: 
o Estão entre os anti-infecciosos mais bem toleráveis 
o Possuem baixa incidência de efeitos colaterais 
o As cefalosporinas de 3ª geração podem causar hipoprotrombinemia (reversível com o uso de Vit. K) e efeito 
antabuse → Então, tem que ser totalmente contraindicado o uso de álcool durante a administração (pode ser 
até fatal essa associação) 
o Nefrotoxicidade, principalmente se associados a diuréticos ou aminoglicosídeos 
o Tromboflebite (1 a 5%) → Nas injetáveis 
o Hipersensibilidade (5 a 16% nos pacientes, com antecedente de alergia às penicilinas, e 1 a 2,5% nos pacientes 
sem este antecedente) 
o A anafilaxia é muito rara 
o Nos pacientes com história de reação de hipersensibilidade grave às penicilinas, o uso das cefalosporinas deve 
ser evitado 
CARBAPENENS 
• Características gerais: 
o Também são betalactâmicos → Mecanismo de ação semelhante às penicilinas 
o Possuem amplo espectro de cobertura, tendo forte resistência à penicilinases 
o É representado por: imipenem, meropenem e ertapenem 
o Administração parenteral 
o Apresentam baixa ligação a proteínas plasmáticas e eliminação renal 
▪ O imipenem é metabolizado pela enzima renal dehidropeptidase I (DHI-1) de uma forma muito agressiva 
▪ Para melhorar a meia-vida do imipenem, ele é administrado com o inibidor da DHI-1: cilastatina, o qual 
aumenta a meia vida e diminui sua toxicidade renal 
o Meropenem e ertapenem não necessitam desta enzima para atingir níveis séricos apropriados (são + caros) 
o Pelo fato de não ser degradado pelas peptidases renais, o meropenem não apresenta nefrotoxicidade 
o Possuem penetração excelente em tecidos abdominais, respiratórios, bile, trato urinário, líquor (meropenem) 
e órgãos genitais 
• Uso dos Carbapenens: 
o Os carbapenens não devem ser utilizados como primeira escolha no tratamento empírico de infecções 
comunitárias ou hospitalares → Porque são drogas de amplo espectro (porque afetam a flora de forma 
determinante aumentando o risco de superinfecção durante ou na sequência desse tratamento) 
o Por serem drogas de amplo espectro e com penetração na maioria dos sítios de infecção, podem ser utilizados 
no tratamentode infecções em que exista uma forte suspeita de microbiota aeróbia e anaeróbia ou infecções 
causadas por organismos multirresistentes 
o Apresentam eficácia no tratamento de pacientes graves com: 
▪ Infecção abdominal 
▪ Infecções do sistema nervoso central 
 
17 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Pneumonia 
▪ Infecção de pele e partes moles 
▪ Infecção do trato urinário 
▪ Infecção ginecológicas 
o Constituem alternativa no tratamento de pacientes granulocitopênicos febris 
o O ertapenem é uma alternativa para tratamento de infecções por Klebsiella pneumoniae produtoras de 
betalactamases de espectro estendido e para continuidade de tratamento no domicílio por sua apresentação 
intramuscular e dose única diária, porém é uma droga de alto custo 
o O ertapenem, em contraste com os outros carbapenens, não tem atividade confiável contra P. aeruginosa e 
Acinetobacter spp 
• Efeitos Adversos com Carbapenens: 
o Geralmente são bem tolerados 
o O imipenem-cilastatina pode reduzir o limiar convulsivo, levando ao aparecimento de convulsões, 
principalmente em pacientes idosos, com alteração da função renal ou cuja doença de base predisponha a 
convulsões. Esses efeitos são menos observados durante o uso de meropenem 
o Dentre as alterações laboratoriais, foi relatado aumento de transaminases em 5% dos pacientes → Na maioria 
não é significativo, ficar atento se subir mais que 3x do normal 
o Alterações hematológicas são raras, sendo as mais comuns trombocitose e eosinofilia 
o Reações gastrintestinais podem ocorrer em 3,8% dos casos, principalmente náuseas e vômitos 
o Pode haver reação cruzada em pacientes alérgicos à penicilina (1,2% dos casos) 
MONOBACTANS 
• Características gerais: 
o Também são betalactâmicos → Mecanismo de ação semelhante às penicilinas 
o Possuem espectro de cobertura mais restrito: São ativos contra a maioria dos Gram negativos, sendo menos 
tóxicos que os aminoglicosídeos 
o É composto por: aztreonam e carumonam (não disponível no Brasil) 
o Dos monobactans, usamos apenas o aztreonam, porém tem alto custo (1 dose = R$1200). Já os 
aminoglicosídeos são muito mais baratos, então mesmo que o aztreonam seja mais seguro, não é tão usado 
AZTREONAM 
• Características gerais: 
o É administrado por via IM ou IV 
o A excreção é renal 
o A meia vida é menor que 2 h 
o Tem boa distribuição tecidual e penetra na maior parte dos tecidos e líquidos orgânicos incluindo ossos, 
próstata, pulmão, secreção traqueal, sistema nervoso central e trato gastrintestinal 
• Indicações do Aztreonam: 
o As enterobacteriaceas são normalmente sensíveis ao aztreonam 
 
18 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Usado com sucesso no tratamento de: 
▪ Infecções do trato urinário 
▪ Bacteremias 
▪ Infecções pélvicas 
▪ Infecções intra-abdominais 
▪ Infecções respiratórias 
o É uma alternativa útil aos aminoglicosídeos por não ser nefro ou ototóxico, assim como às penicilinas e 
cefalosporinas, nos pacientes alérgicos 
o Não deve ser usado como droga única na terapia empírica de pacientes com suspeita de infecções por cocos 
gram-positivos e/ou anaeróbios, pois não tem atividade para esses microrganismos 
o Não deve ser usado como monoterapia em infecções graves por P. aeruginosa 
o Mantém-se ativo em meios ácidos, sendo uma opção no tratamento de abscessos 
• Efeitos Adversos do Aztreonam: 
o A taxa de efeitos é moderada, as reações adversas ocorrem em 7% dos pacientes, mas apenas em 2% dos casos 
há necessidade de suspender o tratamento 
o Os mais comuns são reações locais relacionados à administração da droga, como dor no local da aplicação 
intramuscular ou flebite 
o Reações sistêmicas como “rash”, náusea e vômitos também são relatadas 
o Não foram observadas nefrotoxicidade, ototoxicidade ou alterações hematológicas relacionadas ao uso do 
aztreonam 
o Pode ocorrer elevação das transaminases hepáticas que retornam ao normal com a suspensão da droga 
CARBACEFEMAS 
• Características gerais: 
o Constituem uma nova classe de betalactâmicos GLICOPEP 
o O loracarbef constitui o representante desse grupo 
o Mostra-se estável diante de algumas b –lactamases 
LORACARBEF 
• Características gerais: 
o Possui maior atividade contra hemófilos. É ativo contra outros Gram-negativas como E. coli, proteus, klebsiela 
e gonococo, e ainda contra Gram-positivas como estreptococos, pneumococos, estafilococos (produtores ou 
não de penicilinase) e moraxela 
o Não é eficaz contra Enterobacter, providencia, serratia, pseudomonas, bacteroides, enterococos e 
estafilococos meticilinorresistentes 
o É uma droga bem tolerada 
o Poucos relatos de distúrbios GI, cefaleia e tontura 
o O loracarbef pode ser indicado nas infecções de vias aéreas superiores e inferiores de pequena e moderada 
gravidade 
 
19 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Nas infecções de pele por estreptococos e estafilococos meticilinossensíveis 
o Nas ITUs por E. coli, klebsiela e proteus 
GLICOPEPTÍDEOS 
• Características gerais: 
o Não é betalactâmico 
o O protótipo: vancomicina 
o Outros integrantes são a teicoplanina, ramoplanina, dalbavancina e oritavancina 
o São muito ativos contra cocos gram-positivos 
o Hipersensibilidade é o efeito adverso mais comum (5%). Pode levar a oto e nefrotoxicidade em doses altas 
VANCOMICINA 
• Características gerais: 
o Age inibindo a formação de polímeros de peptidioglicano da parede celular bacteriana (bactericida) 
o 2º mecanismo → Também interfere com a síntese de RNA bacteriano (bacteriostático) 
o Por via intravenosa, tem boa distribuição na maioria dos tecidos 
o A meia-vida com função renal normal é de 6 a 8 horas 
❖ Em pacientes anúricos, pode variar de 7 a 12 dias 
o Spectrum de atividade: Staph. aureus e Staph. epidermidis, Streptococcus pneumoniae, Str. pyogenes, 
Clostridium difficile, Actinomyces spp., Bacillus anthracis, Corynebacterium spp. e Listeria 
o Todos os Gram-negativos, micobactérias e fungos são sensíveis à vancomicina 
o É indicada em infecções graves nas quais os betalactâmicos não possam ser utilizados (são alternativas) 
o No tratamento da colite pseudomembranosa, causada pelo C. difficile, a vancomicina só deve ser utilizada após 
falha de tratamento com o metronidazol 
• Efeitos Adversos com Vancomicina: 
o Os mais comuns são: febre, calafrios e flebites associados ao período de infusão 
o A Síndrome do pescoço vermelho é associada à velocidade de infusão → Então há um protocolo para 
administração, devendo-se diluir a droga e infundir em algum certo tempo definido 
o “Rash” e eritema máculo papular podem ocorrer em 5% dos casos 
o Pode ocorrer leucopenia, reversível após a retirada da droga e ototoxicidade, especialmente em pacientes com 
insuficiência renal 
o A nefrotoxicidade é um efeito potencialmente grave da vancomicina 
TEICOPLANINA 
• Características gerais: 
o Alternativa à vancomicina → Porém bem mais cara 
o Pode ser administrada IM ou IV. Sua maior meia-vida permite a administração em dose única diária 
o A dose deve ser ajustada em caso de insuficiência renal → É nefrotóxica, mas menos que vancomicina 
 
20 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Em geral é bem tolerada, tendo febre, rash, prurido e broncoespasmo como os mais citados 
o A “síndrome do homem vermelho” é rara 
QUINOLONAS 
• Características gerais: 
o O precursor (1ª geração) do grupo é o ácido nalidixico 
o O nome pode finalizar como “cina”, “cino” ou “cin” 
o Os agentes mais usados são as fluoroquinolonas: 
▪ 2ª Geração: norfloxacina, ciprofloxacina, ofloxacina, lomefloxacina, perfloxacina 
▪ 3ª Geração: gatifloxacino, levofloxacino, esparfloxacino, moxifloxacino 
▪ 4ª Geração: Gemifloxacin, Trovafloxacin, Clinafloxacin, Sitafloxacin, Garenoxacin 
o As de 1ª geração são pouco usadas 
o As de 2ª geração não possuemperfil consistente contra cocos gram+ resistentes à penicilina → São as + usadas 
o As de 3ª e 4ª gerações agregam maior espectro de ação, incluindo cocos gram+, anaeróbios e organismos 
causadores de pneumonias atípicas 
• Mecanismo de Ação das Quinolonas: 
o Baseia-se na inibição das enzimas bacterianas DNA girase e topoisomerase IV (bactericidas de boa potência) 
o Para as gram-positivas: DNA girase 
o Para as gram-negativas: topoisomerase IV 
o OBS: A espécie humana possui uma enzima similar: a topoisomerase II a qual só é inibida por altas doses de 
quinolonas 
• Quinolonas e Resistência Bacteriana: 
o Não se desenvolve facilmente, mas pode acontecer 
o Pode ocorrer por: 
▪ Mutações nos genes que codificam as enzimas DNA girase e topoisomerase IV 
▪ Efluxo ativo da droga 
▪ Modificação nos canais de porina da membrana externa 
• Farmacocinética das Quinolonas: 
o São bem absorvidas por via oral. Entretanto, antiácidos, ferro, zinco, cálcio e ddI podem reduzir sua absorção 
se administrados juntos 
o Há formulações injetáveis, mas só estão indicadas nos casos de dieta zero 
o A biodisponibilidade varia de 50 a 95% (baixa para norfloxacin) 
o Apesar de ter ampla distribuição, as concentrações no líquor, ossos e próstata são menores que as séricas 
o Têm eliminação essencialmente renal, exceto perfloxacina e moxifloxacina 
• Efeitos Adversos das Quinolonas: 
o Via de regra são bem toleradas 
 
21 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Os mais comuns são: 
▪ Efeitos gastrointestinais leves (3 a 17%) 
▪ Cefaleias e Zumbidos (0,9 a 11%) → Leves e somem com o fim do tratamento 
❖ Outros efeitos centrais quando administrados em associação com teofilina ou AINE 
▪ Artropatias (evitar o uso até os 17 anos) 
▪ Tendinites, ruptura de tendões – principalmente em idosos e uso de corticoide 
▪ Categoria C de risco na gravidez → Tem um grau de teratogenia conhecido 
▪ Reações de Hipersensibilidade → Mais raro 
• Interações com Quinolonas: 
o Varfarin; Teofilina 
o Quelantes (alumínio, magnésio, cálcio, ferro, zinco) – diminui absorção e biodisponibilidade da droga – 
presentes em suplementos nutricionais e polivitamínicos 
o A ação abolida com drogas que: 
▪ Inibem a síntese proteica (cloranfenicol) 
▪ Inibem o RNA-mensageiro (rifampicina) 
• Indicações das Quinolonas: 
o Está indicado para tratamento de infecções recorrentes do trato urinário, prostatite, doenças sexualmente 
transmitidas, infecções de trato gastrintestinal, trato respiratório, ósseas e articulares, pele e tecidos moles e 
infecções por micobactérias 
o É uma alternativa na terapêutica da endocardite estafilocócica, associado com a rifampicina 
o É utilizado profilaticamente para impedir infecções em pacientes com neutropenia, diminuindo a incidência de 
bacteremia por bacilos Gram-negativos e para erradicar o meningococo da orofaringe 
GLICILCICLINAS 
• Características gerais: 
o O único representante em uso é a Tigeciclina 
o Inibe a síntese proteica bacteriana ligando-se a unidade 30S e bloqueando a entrada de moléculas aminoacil 
RNAt no sítio do ribossomo. 
o Não é afetada pelos principais mecanismos de resistência às tetraciclinas 
• Farmacocinética da Tigeglicinas: 
o Apenas disponível para uso endovenoso 
o Deve ser administrado em 1 hora 2x ao dia 
o Apresenta ampla distribuição, com concentrações mais altas na bexiga, pulmão, cólon, baço e rins 
o Maior parte eliminada ativa por via biliar. 30% eliminada por via renal 
• Efeitos Adversos da Tigeciclina: 
o Geralmente bem tolerada 
 
22 FARMACOLOGIA II RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Náuseas e vômitos são os mais comuns 
o Diarreia, dor abdominal e cefaleia são descritos, porém são raros 
• Indicações Clínicas da Tigeciclina: 
o Está aprovada para infecções complicadas de partes moles e intra-abdominais 
o Possui um espectro de ação bastante ampliado: Cocos gram-positivos, gram-negativos (exceto P. aeruginosa e 
Proteus Mirabilis), a maioria dos anaeróbios e das enterobactérias 
OUTROS ANTIMICROBIANOS 
• Estudo complementar: 
o Polimixinas 
o Daptomicina 
o Gemofloxacina 
o Nitrofurantoína*

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