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Tentativa no Direito Penal

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Direito Penal II | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 1 
 
Tentativa 
 
Início de execução de crime que não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
® Disposto no art. 14, II do CP. 
 
Os elementos que constituem a tentativa, são: 
 
1. Ato de execução. 
2. Não consumação por forças estranhas a 
vontade do agente. 
3. Dolo de consumação. 
 
Dolo na tentativa é igual ao dolo na consumação – 
tinha vontade ou assumiu o risco de produzir o 
resultado. 
 
Denominação: Também conhecida por 
conatus, crime imperfeito, crime manco. Em 
oposição ao crime consumado, reconhecido 
como crime completo ou perfeito. 
 
Importante: O sujeito em nenhum momento 
mudou de ideia no sentido de deixar de 
querer a consumação do crime que 
inicialmente quis. 
 
® Natureza jurídica: é causa obrigatória de 
diminuição de pena. 
 
Parágrafo único do art. 14: salvo disposição 
em contrário, pune-se tentativa com a pena 
correspondente do crime consumado, 
diminuída de 1 a 2/3. 
 
O magistrado na sentença só tem a liberdade 
de reduzir entre 1/3 a 2/3. Para andar (ou 
reduzir) entre o mínimo (1/3) e o máximo (2/3) 
deve observar a distância percorrida no ITER 
CRIMINIS. 
 
® Redução deverá ser inversamente 
proporcional à maior proximidade do 
resultado. 
 
® Quanto MAIS LONGE da consumação 
MAIOR A REDUÇÃO pela tentativa. 
 
® Quanto MAIS PRÓXIMO da consumação 
MENOR A REDUÇÃO pela tentativa. 
 
¨ Teoria adotada pelo CP: 
 
TEORIA OBJETIVA, REALÍSTICA OU 
DUALISTA: A tentativa é punida em razão do 
perigo que ela leva ao bem jurídico. 
A tentativa deve receber punição menor que a 
consumação porque o bem não foi atingido. 
® É a teoria adotada pelo Código 
 
Mas, excepcionalmente, é aceita a teoria 
subjetiva, voluntarística ou monista, devido a 
expressão “salvo disposição em contrário”. 
 
® Nessa teoria o sujeito deve ser punido 
por sua intenção. O que importa é o 
desvalor da ação, sendo irrelevante o 
resultado. 
 
A partir disso, há casos no CP em que o crime 
tentado e consumado possui a mesma 
punição. 
 
® Delitos de atentado ou de 
empreendimento. 
 
¨ Espécies de tentativa 
 
Tentativa branca ou incruenta: 
 
O objeto ou bem jurídico não é atingido pela 
conduta. 
® A redução da pena deve ser a MAIOR 
possível. 
Direito Penal II | Maria Eduarda Q. Andrade 
 
pág. 2 
 
Tentativa cruenta ou vermelha: 
O objeto ou bem jurídico é atingido pela 
conduta. 
® A redução deve ser a MENOR possível. 
 
Tentativa perfeita, acabada ou 
crime falho: 
O agente esgota todos os meios de execução 
que estavam à sua disposição, mas não 
consegue consumar por circunstâncias alheias 
à sua vontade 
 
Tentativa imperfeita, inacabada 
ou tentativa propriamente dita: 
O agente não esgota todos os meios de 
execução por circunstâncias alheias a sua 
vontade. 
 
Tentativa X Dolo eventual: 
 
O entendimento dominante é que é possível a 
tentativa nos crimes praticados com dolo 
eventual. 
® Baseando-se no art. 18, I, do CP. 
 
Dificuldade está em ver o início da execução 
desse crime, principalmente na tentativa 
branca. Trata-se de natureza processual, em 
nada interferindo na tipicidade do fato. 
 
® Para alguns doutrinadores não é possível 
a tentativa no crime de dolo eventual, 
porque só é possível no dolo direto, 
vontade de querer praticar o crime. 
 
¨ Inadmissibilidade da tentativa 
 
De forma geral, os crimes dolosos são 
compatíveis com a tentativa. 
® A regra é que o crime seja compatível 
com a tentativa. 
Crimes em que a tentativa será possível em 
determinadas situações: 
 
CRIME FORMAL: Só admite tentativa quando 
for plurissubsistentes. Conduta se exterioriza 
por meio de dois ou mais atos, que somados 
produzem o resultado. 
 
Exemplo: Homicídio- diversos golpes de faca 
que acabam matando a vítima. 
 
CRIME DE MERA CONDUTA: Só admite 
tentativa quando houver ausência de todos os 
elementos para ocorrer o resultado natural. 
 
Exemplo: Crime de ato obsceno- Art. 233, 
breve iniciará um show de sexo explícito. 
Quando começam a se despir são presos por 
policiais que estavam no local. 
 
Crimes que não admitem tentativa: 
1. Crimes culposos; 
2. Crimes habituais (há divergência 
doutrinária); 
3. Crimes omissivos próprios (as 
impróprias admitem); 
4. Crimes unissubsistentes; 
5. Crimes Preterdolosos; 
6. Crime de atentado ou 
empreendimento; 
7. Contravenções penais, na verdade é 
possível tentativa, mas é irrelevante 
penalmente – art. 4º da LCP. 
 
Observação 1: a chamada culpa imprópria 
admite tentativa, mas admite porque neste 
caso o crime é DOLOSO punido COMO SE 
FOSSE CULPOSO por opção legislativa (art. 
20, § 1 o, CP). Perceba, então, que se trata de 
crime doloso e, por isso, admite tentativa. 
 
Observação 2: é possível tentativa em crime 
permanente.