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Fígado e Vesícula Biliar: Funções e Estrutura

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Fígado e Vesícula biliar 
- O fígado é a glândula mais pesada do corpo, pesando aproximadamente 1,4 kg em um adulto médio. Encontra-se inferiormente ao diafragma e ocupa a maior parte do hipocôndrio direito e parte das regiões epigástricas da cavidade abdominopélvica. 
- A vesícula biliar é um saco em forma de pera localizado em uma depressão na face posterior do fígado. Mede 7 a 10 cm de comprimento. 
- O fígado é dividido em dois lobos principais: um lobo hepático direito grande e um lobo hepático esquerdo menor. 
- Hepatócitos: são as principais células do fígado e realizam uma grande variedade de funções metabólicas, secretoras e endócrinas. Compõem cerca de 80% do volume do fígado. 
- Os hepatócitos estão radialmente dispostos no lóbulo hepático, arranjados como os tijolos de uma parede. Essas placas celulares estão direcionadas da periferia do lóbulo para o seu centro e anastomosam-se livremente, formando um labirinto semelhante a uma esponja. 
 Entre as placas celulares temos os sinusoides hepáticos. 
 Células de kupffer são tipos especiais de macrófagos. Estão presentes na superfície luminal das células endoteliais, tem por função: metabolizar hemácias velhas, digerir hemoglobina, secretar proteínas relacionadas com processos imunológicos e destruir bactérias que eventualmente penetrem o sangue portal a partir do intestino grosso.
 Células de Ito: são células armazenadoras de lipídios e contém inclusões lipídicas ricas em vitamina A.
 Além de sintetiza proteínas para a sua própria manutenção, o hepatócito produz várias proteínas plasmáticas para exportação, dentre elas: albumina, protombina, fibrinogênio e lipoproteínas. Essas proteínas são sintetizadas por polirribissomos aderidos ao retículo endoplasmático rugoso.
A bile, líquido amarelo, marrom ou verde-oliva secretado pelos hepatócitos, atua tanto como um produto de excreção quanto como uma secreção digestiva. 
- O ácino hepático é a menor unidade estrutural e funcional do fígado. Sua popularidade e apelo se baseiam no fato de proporciona uma descrição e interpretação dos padrões lógico de armazenamento e liberação de glicogênio e efeitos tóxicos, degeneração e regeneração em relação à proximidade das zonas acinares com os ramos da tríade portal. 
- As funções da vesícula biliar são armazenar e concentrar a bile produzida no fígado até que ela seja necessária no intestino delgado. 
- Os hepatócitos secretam diariamente 800 a 100 ml de bile. pH entre 7,6 e 8,6. Constituído principalmente por água, sais biliares, colesterol, lecitina, pigmentos biliares e íons. 
- O principal pigmento biliar é a bilirrubina que provém da fagocitose de eritrócitos envelhecidos. 
- A bile é um produto de excreção e parcialmente uma secreção digestória. Os sais biliares (sais de sódio e de potássio dos ácidos biliares) promovem a emulsificação, a fragmentação de grandes glóbulos lipídicos em suspensão em pequenos glóbulos lipídicos. A quebra dos glóbulos facilita a ação da lipase pancreática no processo de digestão dos triglicerídeos. Os sais biliares também ajudam na absorção de lipídios após a sua digestão. 
Suprimento sanguíneo para o fígado 
O fígado recebe sangue de 2 fontes:
Todos os nutrientes absorvidos pelo intestino chegam ao fígado pela veia porta, exceto os lipídios complexos (quilomícrons), que chegam pela artéria hepática.
 Artéria hepática – recebe sangue oxigenado. Provêm 20% do sangue. r
 Veia porta – recebe sangue venoso contendo nutriente recém-absorvidos, fármacos e possivelmente, microrganismos e toxinas do canal alimentar. Provêm 80% do sangue.
- Os produtos dos hepatócitos e nutrientes necessários por outras células são secretados de volta para o sangue, que então drena pela veia central e, por fim, para uma veia hepática.
Outras funções do fígado 
- Metabolismo dos carboidratos: manutenção do nível normal de glicose no sangue. O fígado cliva o glicogênio em glicose e libera a glicose para a corrente sanguínea. O fígado também pode converter aminoácidos e o ácido láctico em glicose, bem como pode converter a frutose e a galactose em glicose. 
 Quando a glicemia está elevada o fígado converte a glicose em glicogênio. 
- Processamento de fármacos e hormônios – desintoxica substancias como o álcool etílico, e excreta medicamentos como a penicilina, a eritromicina e as sulfonamidas na bile. 
- Ativação da vitamina D.
Metabolismo dos lipídeos
- A maior parte da gordura ingerida é organizada dentro do epitélio intestinal na forma de lipoproteínas e complexos de lipídeos, chamados de quilomícrons. Os quilomícrons deixam o intestino grosso e entram na circulação venosa através do sistema linfático.
- Os quilomícrons são constituídos por colesterol, triacilgliceróis, fosfolipídios e lipídeos ligados a proteínas, chamados de apoproteínas, ou apoliproteínas. 
- A circulação dos lipídios no sangue faz com que a enzima lipase lipoproteica (LLP) ligue-se ao endotélio capilar dos músculos, e o tecido adiposo converte os triacilgliceróis em ácidos graxos livres e em glicerol. Essas moléculas podem, então, ser utilizadas para geração de energia pela maioria das células ou reorganizadas em triacilgliceróis para estoque no tecido adiposo.
- O colesterol em excesso é convertido em sais biliares e excretado na bile. 
 
Lipoproteínas 
A quantidade variada de triacilgliceróis, fosfolipídios, colesterol e apoproteínas determina as diversas lipoproteínas.
VLDL: lipoproteína de densidade muito baixa.
HDL: lipoproteína de alta densidade. 
LDL: lipoproteína de baixa densidade
- A combinação de lipídeos com proteínas, torna o colesterol mais solúvel no plasma, mas os complexos não são capazes de se difundir através da membrana celular. As apoproteínas dos complexos possuem receptores específicos de membrana em diversos tecidos. 
- A maior parte das lipoproteínas circulantes no sangue são as LDL que são conhecidas como “colesterol ruim” uma vez que concentrações elevadas de ldl estão associadas ao desenvolvimento da ateroscrelose. 
- Os complexos de LDL contêm apoproteína B (apoB) que se combina com os receptores nas células distribuídas pelo organismo. 
- O HDL conhecido como “colesterol bom” está envolvido no transporte de colesterol para fora do plasma sanguíneo. 
- Os complexos de HDL contêm apoproteína A (apoA) a qual facilita a captação de colesterol pelo fígado e por outros tecidos.
LDL: 100 – 130 mg/dL – normal 
· 130 mg/dL – risco de DCC 
HDL: < 40 mg/dL – risco de DCC
Metabolismo de Gorduras
Embora a maioria das células corporais metabolize gordura, certos aspectos do metabolismo lipídico ocorrem, em sua maior parte, no fígado. No metabolismo lipídico, o fígado realiza as seguintes funções específicas:
1. Oxidação dos ácidos graxos para suprir energia para outras funções corporais.
2. Síntese de grandes quantidades de colesterol, fosfolipídios e da maior parte das
lipoproteínas.
3. Síntese de gordura, a partir das proteínas e carboidratos. Para obter energia dos lipídios neutros, a gordura é primeiramente dividida em glicerol e ácidos graxos; então os ácidos graxos são divididos por b-oxidação, em radicais acetil de dois carbonos que formam a acetilcoenzima A (acetil-CoA). Esta pode entrar no ciclo do ácido cítrico e ser oxidada para liberar tremendas quantidades de energia. A b-oxidação pode ocorrer em todas as células do corpo, mas acontece com rapidez especial nas células hepáticas. O próprio fígado não pode utilizar toda a acetil-CoA que é formada; em vez disso, ela é convertida pela condensação de duas moléculas de acetil-CoA, em ácido acetoacético, ácido muito solúvel que passa das células hepáticas para o líquido extracelular, sendo então transportado para o corpo para ser absorvido por outros tecidos. Esses tecidos reconvertem o ácido acetoacético a acetil-CoA e, então, oxidam-na do modo usual. Desse modo, o fígado é responsável pela maior parte do metabolismo lipídico.
Cerca de 80% do colesterol sintetizado no fígado é convertido em sais biliares, que são secretados na bile; o restante é transportado nas lipoproteínase carreado pelo sangue para as células dos tecidos por todo o corpo. Os fosfolipídios também são sintetizados no fígado e transportados, na maior parte, nas lipoproteínas. Tanto o colesterol quanto os fosfolipídios são utilizados pelas células para formar membranas, estruturas intracelulares e múltiplas substâncias químicas, importantes
para a função celular. Quase toda a síntese corporal de lipídios dos carboidratos e das proteínas também ocorre no fígado. Depois que a gordura é sintetizada no fígado, ela é transportada nas lipoproteínas para o tecido adiposo de modo a ser armazenada.

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