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Direito Tributário -Ricardo Alexandre- Noções introdutórias cap I O Direito tributário como ramo do direito público • No direito privado a regra é livre manifestação de vontade; liberdade contratual; igualdade entre as partes e principalmente a disponibilidade dos interesses (relação jurídica horizontal) • No direito público a regra é supremacia do interesse público sobre o interesse privado; e indisponibidade do interesse público (relação jurídica vertical) Atividade financeira do Estado • Com a concepção de Estado mínimo que tem sido adotada globalmente (entendimento que o papel do estado na sociedade deve ser o mínimo possível para que consiga entregar serviços públicos de qualidade para a sociedade, com maior eficiência, deixando apenas nas mãos de iniciativas privadas funções consideradas não essenciais.), perderam a importância as receitas originárias, tendo como consequência a concentração da arrecadação estatal precipuamente nas receitas derivadas. • Existem tributos cuja finalidade é FISCAL → Arrecadar, carrear recursos para os cofres públicos (ex. ISS; ICMS, IR, etc.) – também tem finalidade Extrafiscal como secundária, ex. Imposto de renda. • Existem a finalidade EXTRAFISCAL→ (como por exemplo o IOF; IE; ITR, etc.) • Finalidade PARAFISCAL→ O objetivo é arrecadação, mas o produto é destinado a ente diverso daquele que instituiu a exação. (ex. INSS, SESI,SESC,SENAI,SEBRAE, etc.) Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Definição de Tributo • Prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir ➢ Pode a dação em pagamento em bens imóveis, pois esta prevista em lei (art156, XI, CTN) ➢ Não é permitido dação em pagamento em bens moveis, pois das regras de licitação. ➢ Permitido a compensação tributária (art 170 CTN) • Prestação compulsória ➢ O dever de pagar o tributo é imposta pela lei, sendo irrelevante a vontade das partes. • Prestação que não constitui sanção de ato ilícito. ➢ Diferença de tributo e multa ➢ Se alguém obtém disponibilidade econômica ou jurídica de rendimentos, passa a ser devedor de imposto de renda, mesmo se esses rendimentos forem oriundos de ato ilícito, esse fato é conhecido como pecúnia non olet (dinheiro não cheira) ➢ Tributo não pode ter caráter confiscatório, pois confisco só é válido como sanção. • Prestação instituída em lei ➢ O tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo de igual força (medida provisória). ➢ Porém existem exceções quanto à alteração das alíquotas: Prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada ➢ A autoridade tributária não pode analisar se é conveniente, se é oportuno cobrar o tributo. A cobrança é feita de maneira vinculada, sem concessão de qualquer margem de discricionariedade ao administrador. ➢ Pode haver outros significados de vinculado(a) no direito tributário: OBS: STJ- Súmula 353 – “As disposições do código tributário Nacional não se aplicam às contribuições para o FGTS” Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os Tributos em Espécie ➢ O CTN, no seu art. 5º, dispõe que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria, claramente adotando a teoria tripartite das espécies tributárias. ➢ Porém o STF tem adotado a teoria da pentapartição, que acrescenta ao rol da tripartida os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. A determinação da natureza jurídica especifica do tributo ➢ Nos termos do artigo 4º do CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação. ➢ Deve-se questionar se o Estado tem q realizar, para validar a cobrança, alguma atividade especifica relativa ao sujeito passivo. Se for negativo, trata-se de tributo não vinculado, caso a resposta seja positiva, o tribulo é vinculado. ➢ Portanto, imposto é, por excelência, tributo não vinculado, já as taxas e contribuições de melhoria são tributos vinculados. Os Impostos ➢ Os impostos são, por definição, tributos não vinculados que incidem sobre manifestação de riqueza do sujeito passivo (devedor). ➢ Ideia de Solidariedade Social ➢ As taxas e contribuições de melhoria tem caráter retributivo (contraprestacional); os impostos, caráter contributivo. ➢ Além de serem tributos não vinculados, os impostos são tributos de arrecadação não vinculada. ➢ Presta-se financiamento de atividades gerais do Estado, remunerando os serviços universais, que por não gozarem de referibilidade (especificidade e divisibilidade), não podem ser custeados por taxas. ➢ A competência para instituir impostos é atribuída pela CF de maneira enumerada e privativa a cada ente federado. UNIÃO → II (imposto sobre importação) → IE (imposto sobre exportação) → IR (imposto sobre renda e proveitos de qualquer natureza) → IPI (Imposto sobre produtos industrializados) → IOF (Imposto sobre operações financeiras) → ITR (Imposto sobre a propriedade territorial rural) → IGF (Imposto sobre grandes fortunas) ESTADOS (E DF) → ITCMD (imposto sobre transmissão de causa mortis e doação) → ICMS (Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação.) → IPVA (imposto a propriedade de veículos automotores) MUNICIPIOS (E DF) ➢ IPTU (Imposto sobre propriedade predial e territorial urbano) ➢ ITBI (imposto sobre transmissão intervivos, a qualquer título, por ato oneroso, bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis) ➢ ISS (Imposto sobre serviço) ➢ A princípio, essas listas são exaustivas, entretanto a união pode instituir, mediante lei complementar, novos impostos, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na CF art. 154, I. (Competência tributária residual) ➢ A união detém a competência de criar impostos extraordinários compreendidos ou não na sua competência tributária, em caso de guerra externa. (único caso de bitributação) Criação dos impostos ➢ A CF não cria tributos, apenas atribui competência aos entes, que editam a lei ou ato normativo, instituindo-os abstratamente, ou seja, definindo seus fatos geradores, bases de cálculo, alíquotas e contribuintes. ➢ Já os impostos, a CF exige que lei complementar de caráter nacional defina os respectivos fatos geradores, bases de calculo e contribuintes (art. 146, III, a.). ➢ Porém o STF entender ser aplicável o exercício da competência tributaria quando a UNIÃO deixa de editar normas gerais, os Estados podem exercer a competência legislativa plena. Os impostos e o princípio da capacidade contributiva ➢ De acordo com o art. 145§1º da CF, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. Imposto Real o Incide sobre coisas, ex. IPTU, IPVA, ITR, IPI, ICMS. Imposto Pessoal o Imposto de renda, por exemplo, é personalizado por casa pessoa. OBS: STF entende que apesar da capacidade contributiva ser obrigatório apenas aos impostos, não impede desse principio ser levado em consideração na criação de taxas. As Taxas ➢ Segundo a CF, A União, estados,DF e municípios poderão instituir taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. ➢ Compete a instituir as taxas, os entes que prestam serviços aos contribuintes. ➢ A CF atribui a competência residual para instituição de taxas aos Estados. São dois os fatos que podem ensejar a cobrança de taxas: a) O exercício regular do poder de polícia, que legitima a cobrança de taxa de polícia. b) A utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição que possibilita a cobrança de taxa de serviço. Taxas de polícia ➢ As taxas de polícia têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia (atividade administrativa). ➢ Para que seja possível a cobrança de taxas, o exercício do poder de policia deve estar regular, ou seja, em consonância com a lei. Ex. Taxa de localização e funcionamento Taxas de serviço ➢ 145, II da CF/88 ➢ Requisitos necessários para cobrança da taxa de serviço: ✓ O serviço deve ser específico e divisível; ✓ O destinatário deve utilizar efetiva ou potencialmente o serviço; ✓ O serviço deve ser prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. ➢ Serviços específicos ✓ Quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidades públicas. ➢ Divisibilidade ✓ Quando é possível ao Estado identificar os usuários do serviço a ser financiado com a taxa. ✓ “eu te vejo e tu me vês” STF- Súmula Vinculante 41 – “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa” *Após EC 39/2002 passou a ser possível instituir contribuição de iluminação, mas nunca taxa. ➢ Utilização efetiva ou potencial de serviços públicos ✓ A taxa pode ser cobrada mesmo sem a utilização efetiva do serviço pelo sujeito passivo. É o que a lei denomina de utilização potencial. ✓ A utilização potencial só pode ser aplicada aos serviços definidos em lei como de utilização compulsória, quanto aos demais serviços, a cobrança somente é possível mediante utilização efetiva. OBS: Deve-se fornecer uma utilidade ou atender uma necessidade do contribuinte, não é possível, por exemplo, exigir taxa pela emissão da guia ou carnê de cobrança de tributo. ➢ A base de cálculo das taxas ✓ A CF proíbe que as taxas tenham base de cálculo própria de impostos (art. 145,§2). ✓ CTN dispõe que taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a impostos (art. 77) ➢ Taxas e preços públicos- Notas distintas ✓ Como estudado, as taxas podem ser cobradas em razão do exercício do poder de polícia ou utilização, efetiva ou potencial de serviços públicos, ocorre que os serviços públicos também podem ser remunerados por preços públicos(tarifas). ✓ Ambos possuem caráter contraprestacional, remunerando uma atividade prestada pelo estado. ✓ Contudo, o regime jurídico a que estão submetidas as taxas é o tributário, tipicamente de direito público, enquanto as tarifas estão sujeitas a regime contratual de direito privado. ✓ O produto da arrecadação da taxa é receita derivada, enquanto a receita oriunda de preço público é originária (decorrente da exploração do patrimônio do próprio estado) ✓ Na taxa, a prestação pecuniária é compulsória, já no preço público é imprescindível a prévia manifestação de vontade do particular para que surja um vínculo de obrigatoriedade, sendo a prestação pecuniária facultativa. Taxa Tarifa D. Público D. privado Natureza tributária, não admitindo rescisão Natureza contratual, admitindo rescisão Vinculo nasce independente de manifestação de vontade (compulsório) Há necessidade de manifestação de vontade (é facultativo) Sujeito ativo é pessoa jurídica de direito público Sujeito ativo pode ser pessoa jurídica de direito privado Pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva ou potencial do serviço. Somente pode ser cobrada em virtude de utilização efetiva do serviço. Receita derivada Receita originária Sujeita-se aos princípios tributários Não se sujeita aos princípios tributários. As contribuições de melhoria ➢ Art. 145, III, CF_ Ao prever a possibilidade de a União, Estados, DF e municípios instituírem contribuições de melhoria, apenas declara que elas decorrem de obras públicas. ➢ São tributos vinculados, uma vez que a cobrança depende de atuação especifica do Estado, qual seja a realização de uma obra pública que tenha como consequência incremento do valor de imóveis aos potenciais contribuintes. ➢ Como a contribuição é DECORRENTE de obra pública, não PARA a realização da obra pública, não é legitima a cobrança anterior a realização da obrar. Excepcionalmente é possível a cobrança em parte da obra, desde que já realizada a valorização dos imóveis. ➢ O fato gerador é a consequência da realização da obra. ➢ Base de cálculo será o valor acrescido. STJ – É legitima a fixação de cálculo do tributo mediante a utilização de montante presumido de valorização, indicados pela adm., desde que facultada a apresentação, pelo sujeito passivo, de prova em sentido contrário. ➢ Limite Total - O Estado não pode cobrar, a titulo de contribuição de melhoria, amis do que gastou com a obra. ➢ Limite individual – Acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. OBS: Esses limites não estão previstos expressamente na CF, mas apenas na legislação infraconstitucional. Requisitos para instituição e cobrança ➢ Art. 82 CTN ➢ Deve haver a publicação prévia dos seguintes elementos: a) Memorial descritivo do projeto; b) Orçamento do custo da obra; c) Determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) Delimitação da zona beneficiada; e) Determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contida; ➢ é necessária a prévia publicação, para que seja instituída a lei para a cobrança do tributo, pois caso contrário, posteriormente não poderia instituir a lei, tendo em vista a expressa vedação constitucional (CF, art.155, III, a) ➢ A publicação prévia deve ser entendida como prévia a cobrança do tributo, e não a realização da obra. ➢ O prazo para que o interessado impugne o edital também será estipulado pela lei local, não podendo, nos termos do CTN, ser inferior a 30 dias. O cálculo da contribuição de melhoria ➢ É possível afirmar que o valor a ser pago pode ser determinado por uma simples “regra de três”, dividindo-se o valor a ser financiado entre os proprietários dos imóveis beneficiados proporcionalmente à valorização individual de cada imóvel. Empréstimos compulsórios ➢ Art. 148 CF ➢ São empréstimos forçados, coativos, porém restituíveis. ➢ Obrigação de pagar nasce de determinação legal. ➢ É considerado tributo. Competência, casos e forma de instituição ➢ A competência para a criação de empréstimos compulsórios é exclusiva da união. ➢ A instituição deve ser feita mediante lei complementar (art.148, caput) ➢ Leis ordinárias e medidas provisórias não podem criar empréstimos compulsórios ➢ Tributo instituído em virtude de calamidade pública ou guerra externa (ou sua iminência) seja exigido dos contribuintes de imediato, sem obediência aos princípios da anterioridade e da noventena. ➢ Já de empréstimos de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não é considerado ter a mesma necessidade de urgência, sendo assim, impondo a observância tanto da anterioridade comum como da anterioridade nonagesimal Destinação da arrecadação. ➢ A aplicação dos recursos provenientesde empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. ➢ Os empréstimos compulsórios são tributos de arrecadação vinculada. Restituição ➢ Art. 15 CTN exige que a instituidora do empréstimo compulsório fixe o prazo e as condições de resgate. ➢ A tributação não será legitima sem a previsão de restituição. ➢ STF entender que a restituição do valor deve ser efetuada na mesma espécie em que recolhido. As contribuições especiais ➢ Art. 149 CF ➢ Possibilidade de a união instituir três espécies de contribuições, quais sejam: a) Contribuições sociais b) Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE) c) Contribuições de interesse de categorias profissionais e econômicas (CONTRIBUIÇÕES CORPORATIVAS) ➢ Compete exclusivamente a união a criação das contribuições previstas no art. 149 CF que versa sobre contribuições especiais. ➢ Entretanto há exceção quanto as contribuições previdenciárias dos servidores públicos vinculados a regime próprio de previdência social., cuja instituição compete a cada ente federado. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. ➢ As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. ➢ Não obstante a imunidade nas operações de exportações, as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico incidem sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviço. (art. 149, §2, II, CF) ➢ O comerciante que comercializa no interior do país está sujeito à incidência da dupla PIS/COFINS, não sendo possível o Brasil impor ao agente estrangeiro exportador, de forma que criou-se PIS/COFINS – Importação com peso semelhante àquele que onera as operações internas. ➢ A EC 39/2002 atribuiu competência para municípios e ao DF para instituírem contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. Classificação das contribuições especiais ➢ Contribuições sociais ❖ Seguridade social ❖ Outras contribuições sociais ❖ Contribuições sociais gerais ➢ Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE) ➢ Contribuições coorporativas ➢ Contribuições para custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) Contribuições Sociais ➢ São instituídas visando à obtenção de recursos para a atuação da união na área social. ➢ Divide-se em: a) Contribuições de seguridade social b) Outras contribuições sociais c) Contribuições sociais gerais Contribuições de seguridade social. ➢ São instituídas para o financiamento da seguridade social ➢ Assegurar os direitos à saúde, previdência e assistência social. ➢ O art. 149 CF autoriza a criação das seguintes contribuições de seguridade social: 1) Contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. b) A receita ou faturamento c) O lucro. 2) Contribuição do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social; 3) Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos 4) Contribuição do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. ➢ Para a criação dessas contribuições cujas fontes de financiamento constam expressamente na CF, não há exigência de lei complementar, sendo suficiente a edição de lei ordinária. (ou medida provisória) ➢ No âmbito das contribuições especiais, a obrigatoriedade de lei complementar existe apenas para as contribuições sociais residuais (outras contribuições sociais) ➢ Só podem ser exigidas após decorrida 90dias da data da publicação da lei que as instituiu ou a modificou. Outras contribuições sociais. ➢ Art 195 §4 CF ➢ Esse artigo permite que a união institua novas fontes destinadas à manutenção ou expansão da seguridade social, desde que obedecido ao disposto no art. 154, I. ➢ Autorização para criar contribuições sociais residuais. ➢ A união possui duas espécies de competência residual: a) Para instituir novos impostos b) Para instituir novas contribuições sociais de financiamento da seguridade social. OBS: Nota-se que é necessário lei complementar apenas para a criação de novas contribuições sociais, a criação daquelas já constante na CF, é por lei ordinária. ➢ As contribuições sociais residuais também se submetem à anterioridade nonagesimal, ou seja, só poderá ser cobrada a contribuição após 90 dias da publicação da lei. Contribuições sociais gerais ➢ Àquelas destinadas à atuação da união em áreas sociais que não sejam passiveis de enquadramento nos subsistemas da seguridade social (Saúde, previdência e assistência social) ➢ Ex. Salário-educação, cuja arrecadação é constitucionalmente vinculada ao custeio da educação básica pública. ➢ EX.2 Sistema S, composto pelos serviços sociais autônomos. ➢ Súmula 732 É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/1996. Contribuições para serviços sociais autônomos ➢ Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado voltadas ao treinamento profissional, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica. ➢ Essas entidades compõe o chamado Sistema S., e realizam atividades de interesse público ➢ Composto pelos seguintes serviços: 1- SESC 2- SENAC 3- SESI 4- SENAI 5- SEST 6- SENAT 7- SENAR 8- SESCOOP 9- SEBRAE ➢ Esses serviços devem ser financiados por meio de contribuições dos empregadores incidentes sobre a folha de salários. ➢ Exemplo clássico de PARAFISCALIDADE ➢ STF – Sebrae tem natureza de CIDE, não de como contribuição social de interesse de categorias profissionais e econômicas. Contribuições de intervenção no Domínio econômico – CIDE ➢ Art.149 CF/88 ➢ Competência exclusiva da união ➢ Exercício pode se dar por meio de lei ordinária ou MP ➢ Tributos extrafiscais ➢ A intervenção ocorre pela destinação do produto da arrecadação a uma determinada atividade, que, justamente por conta desse “reforço orçamentário”, tem-se por incentivada. ➢ Liberdade para criação do CIDE é bastante ampla Contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas – Contribuições coorporativas ➢ São tributos criados pela união com o objetivo parafiscal de obter recursos para o financiamento de atividades das corporações. ➢ Parafiscal ➢ Para concurso → As anuidades pagar aos conselhos de fiscalização de profissões são tributos da espécie “ contribuições coorporativas”, salvo as anuidades pagas à OAB, que não possuem natureza jurídica tributária. Contribuições sindicais ➢ A CF prevê no seu art. 8º, IV, a criação de duas contribuições sindicais: a) Contribuição fixada pela assembleia - geral, para custeio do sistema confederativo do respectivo sindicato. b) Contribuição fixada em lei, que todos trabalhadores devem contribuir. ➢ A contribuição fixada pela assembleia geral é voluntária, pois só pode ser cobrada dos trabalhadores filiados. (não se caracteriza como tributo) ➢ A contribuição fixada em lei, após a reforma trabalhista deixou de ostentar natureza tributária, pois se tornou voluntária. Contribuição de iluminação pública – COSIP ➢ Sumula Vinculante 41 STF – “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa” ➢ Os julgados acreditavam que a iluminaçãopública deveria ser remunerada pelos impostos, porém os prefeitos discordaram por achar o custo muito elevado para os municípios. ➢ Para fugir das restrições do art 145, I da CF, foi editada a emenda constitucional 39/2002, que versa sobre a possibilidade dos municípios e DF instituir contribuições para serviços de iluminação pública. ➢ Essa EC 39/2002 foi criticada pela doutrina pois era considerada inconstitucional, porém o STF não declarou inconstitucionalidade. Classificações doutrinárias dos tributos 1. Quanto à discriminação das rendas por competência: Federais, estaduais ou municipais. ➢ Se relaciona a competência de instituir um tributo, independente do produto da arrecadação estar sujeito ou não à repartição. EX. IPVA é do estado, mas 50% do valor pertence aos municípios. ➢ Ressalta-se que a competência do DF é Cumulativa, pois abrange tributos estaduais e municipais. ➢ A união, nos territórios, além dos tributos federais, acumula os estaduais (sempre) e municipais (quando o território não for dividido em municípios). 2. Quanto ao exercício da competência impositiva: privativos, comuns e residuais. ➢ Tributos privativos são os que a constituição defere determinado ente competência exclusiva, não podendo ser delegado. EX. São caso dos Impostos, empréstimos compulsórios, contribuições especiais e contribuição de iluminação pública. ➢ Tributos comuns são os que a competência para instituição é comum a todos entes (ex. Taxas e contribuições de melhorias.) ➢ Tributos Residuais são os novos impostos (art,154,I, CF) e as novas contribuições sociais para seguridade social (CF, art. 195§4), que porventura sejam criadas pela união. 3. . Quanto à finalidade: fiscais, extrafiscais e parafiscais ➢ Fiscal → finalidade arrecadatória ➢ Extrafiscal → finalidade interventiva (ex. importação) ➢ Parafiscal → Finalidade de arrecadar para atv. Especificas. 4. Quanto a hipótese de incidência: vinculados e não vinculados ➢ Vinculados → Cobrança depende de atividade estatal especifica relativa ao contribuinte. ➢ Não Vinculada → Cobrança independe de atividade estatal especifica relativa ao contribuinte. 5. Quanto ao destino da arrecadação: de arrecadação vinculada e não vinculada. ➢ Vinculada → Os recursos arrecadados somente podem ser utilizados em atividades determinadas. Ex. Empréstimo compulsório e custas ➢ Não vinculada → Os recursos arrecadados podem ser utilizados em qualquer despesa prevista no orçamento. Ex. impostos. 6. Quanto a possibilidade de repercussão do encargo econômico- financeiro: diretos e indiretos ➢ Indireto → Oneram pessoa diferente daquela definida como sujeito passivo (permitem a repercussão) ➢ Direto → Oneram diretamente a pessoa definida como sujeito passivo (não permitem repercussão) 7. Quanto aos aspectos objetivos e subjetivos da hipótese de incidência: reais e pessoais. ➢ Reais → Incidem objetivamente sobre coisas, desprezando aspectos subjetivos ➢ Pessoais → Incidem de forma subjetiva, levando em consideração aspectos pessoais do sujeito passivo. 8. Quanto as bases econômicas de incidência – A classificação do CTN ➢ Sobre o comércio exterior → Incidem sobre importações e exportações. ➢ Sobre patrimônio e renda → Incidem sobre propriedade de bens móveis ou imóveis e sobre o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. ➢ Sobre a produção e circulação → Incidem sobre a circulação de bens ou valores e sobre a produção de bens.
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