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Ato Ilícito

Discorra sobre ato ilícito abordando: noções introdutórias e conceituais; inexistência da diferença ontológica entre ilícito civil e penal; tratamento sobre o tema no Códgio Civil atual; abuso se direito e causas excludentes de ilicitude.

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Lais Souza

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Carlos Eduardo Ferreira de Souza

Atos ilícitos são aqueles praticados mediante ação ou omissão, com dolo ou culpa, aptos a gerar danos a outrem, seja da ordem que for: patrimonial, moral, estético.

Ademais, o Código Civil informa que aquele que exerce um direito que de fato titulariza, mas excedendo os limites impostos também comete ato ilícito (in casu, seria ilícito por abuso de direito).

É o que nos diz os arts. 186 e 187, do CC:

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes."

Na regra do Código Civil, que traz a responsabilidade civil subjetiva, os elementos são quatro:

1) Conduta culposa ou dolosa contrária à norma jurídica: é toda ação ou omissão aptas a gerar danos a terceiros.

2) Dano: é qualquer prejuízo causado a alguém, seja de ordem patrimonial, moral, estético, dentre outros.

3) Nexo de causalidade: é o liame subjetivo; o elemento de ligação entre a conduta e o dano causado.

4) Dolo ou culpa: é a vontade direta de causar o dano (dolo direto), a assunção dos riscos de causá-lo (dolo eventual) ou a ação sem os cuidados necessários (imprudência), sem domínio da técnica (imperícia) ou com desleixo por parte daquele que inicialmente possuía conhecimento para tanto (negligência).

Sabemos, ainda, que a responsabilidade civil objetiva é trazida como exceção pelo Código Civil e como regra por outros ramos do direito, como o Direito Consumerista e o Direito Administrativo. Nestes casos, serão apenas os três primeiros requisitos, excluído o elemento volitivo (dolo ou culpa).

São três as hipóteses de excludente de ilicitude, que ensejam a eliminação do nexo de causalidade:

  1. Caso fortuito ou força maior: nas hipóteses que independem de qualquer conduta do agente, tampouco de situação que poderia evitar;
  2. Culpa exclusiva da vítima: se a vítima age de modo a não deixar aquele que causa o dano alternativa para que possa evitar, então se excluirá o nexo de causalidade (e.g. em uma via expressa, José trafega com seu caminhão na velocidade adequada - cerca de 110 km/h, quando Berenice se atira de uma passarela e acerta o veículo).
  3. Culpa exclusiva de terceiro: nesse caso, rompe-se o nexo de causalidade entre a vítima e aquele inicialmente acusado, mas é mantido em relação à vítima e aquele terceiro.

Por fim, temos que o ilícito civil e o ilícito penal constituem-se como violação ao ordenamento jurídico, mas devem ser vistos sob prismas diversos.

Primeiramente, o ilícito civil foca na vítima, enquanto o penal foca no autor. Ademais, a regra naquele primeiro é a sanção patrimonial, enquanto neste segundo é a sanção pessoal.

Além disso, são, em regra, independentes, sendo certo, contudo, que no Direito Civil não poderá ser rediscutida a autoria e materialidade quando já houver condenação criminal transitada em julgado que as reconheça.

Ademais, o Direito Civil admitirá a culpa concorrente, ainda que haja condenação criminal, o que nunca ocorrerá no Direito Penal, pois a vítima não concorre para a prática de crimes.

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