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Responsabilidade Civil por Danos Ambientais

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FREDERICO AMADO
Procurador Federal/INSS. Doutorando em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Social pela 
Universidade Católica do Salvador – UCSAL. Mestre em Planejamento Ambiental pela Universidade Católica 
do Salvador – UCSAL. Especialista em Direito do Estado pelo Instituto de Educação Superior Unyahna 
Salvador – IESUS. Professor de Direito Ambiental e Previdenciário do Complexo de Ensino Renato Saraiva 
(curso pela internet - www.renatosaraiva.com.br). Coordenador da pós-graduação on-line em Direito 
e Prática Previdenciária e dos cursos de prática previdenciária do Complexo de Ensino Renato Saraiva. 
Coordenador da pós-graduação em Direito e Prática Previdenciária da Faculdade Baiana de Direito.
2016
ColeçãoColeção
RE9ISAÇO
DIREITO 
AMBIENTAL
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 3 18/07/2016 16:19:02
Capítulo 11 – 
Responsabilidade Civil 
por Danos Ambientais
11.1 QUESTÕES
(2016/TRF – 3ª REGIÃO/Juiz Federal Substituto) Dadas as assertivas abaixo, assinale 
a alternativa correta. 
I – O princípio da prevenção está intimamente relacionado ao brocardo jurídico “in 
dubio contra projectum” e, segundo jurisprudência das Cortes Superiores, impõe o 
reconhecimento da inversão do ônus da prova.
II – A respeito das sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades 
lesivas ao meio ambiente, é possível afirmar que configuram circunstâncias ate-
nuantes o baixo grau de instrução ou escolaridade do agente, o arrependimento 
do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação signi-
ficativa da degradação ambiental causada, a comunicação prévia pelo agente do 
perigo iminente de degradação ambiental, a ausência de intuito de obtenção de 
vantagem pecuniária e a colaboração com os agentes encarregados da vigilância e 
do controle ambiental. 
III – Tratando-se de direito difuso, a reparação civil de danos ambientais assume grande 
amplitude, com profundas implicações na espécie de responsabilidade do degra-
dador, que é objetiva e fundada no simples risco ou no simples fato da atividade 
danosa, independentemente da culpa do agente causador do dano.
Estão corretas as assertivas:
a) I e II. 
b) I, II e III. 
c) II e III. 
d) III. 
COMENTÁRIOS `
 › Nota do Autor
É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que, nos danos ambientais, incide a teo-
ria do risco integral, advindo daí o caráter objetivo da responsabilidade, com expressa 
previsão constitucional (art. 225, § 3.º, da CF) e legal (art. 14, § 1.º, da Lei n. 6.938/1981), 
sendo, por conseguinte, descabida a alegação de excludentes de responsabilidade, 
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 375 18/07/2016 16:19:21
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado376
bastando, para tanto, a ocorrência de resultado prejudicial ao homem e ao ambiente 
advindo de uma ação ou omissão do responsável (STJ, REsp 1.175.907, de 19.08.2014).
Letra d, certa. 
Item I, falso. O Princípio da Precaução (e não Prevenção) é que fundamenta a inversão do ônus da 
prova em ações de reparação do dano ao ambiente, dele decorrendo o in dubio pro natura ou salute: 
“no Direito Ambiental brasileiro, a inversão do ônus da prova é de ordem substantiva e ope legis, direta 
ou indireta (esta última se manifesta, p. ex., na derivação inevitável do princípio da precaução), como 
também de cunho estritamente processual e ope judicis (assim no caso de hipossuficiência da vítima, 
verossimilhança da alegação ou outras hipóteses inseridas nos poderes genéricos do juiz, emanação 
natural do seu ofício de condutor e administrador do processo). Como corolário do princípio in dubio pro 
natura, ‘Justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade poten-
cialmente perigosa o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento, a partir da interpretação 
do art. 6.º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da Pre-
caução’ (REsp 972.902/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 14.09.2009), técnica que sujeita 
aquele que supostamente gerou o dano ambiental a comprovar ‘que não o causou ou que a substância 
lançada ao meio ambiente não lhe é potencialmente lesiva’ (REsp 1.060.753/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, 
Segunda Turma, DJe 14.12.2009)” (STJ, REsp 883.656, de 09.03.2010).
Item II, falso. A ausência de intuito de obtenção de vantagem pecuniária não é circunstância ate-
nuante nos crimes ambientais, nos termos do artigo 14 da Lei 9.605/98:
“Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena:
I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II – arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação significativa da degra-
dação ambiental causada;
III – comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV – colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
Item III, verdadeiro. A responsabilidade civil por danos ambientais é objetiva (art. 14, § 1º, da Lei 6.938/81) e se funda-
menta na Teoria do Risco Integral, conforme entendimento do STJ.
(2016/VUNESP/TJ-RJ/Juiz Substituto) Um Município, no interior de Minas Gerais, pre-
tende, em sede recursal, a inclusão do referido Estado no polo passivo da Ação Civil 
Pública, que visa a reparação e prevenção de danos ambientais causados por desliza-
mentos de terras em encostas habitadas. Segundo regra geral quanto ao dano ambien-
tal e urbanístico, e segundo posição do STJ, o litisconsórcio, nesses casos é
a) facultativo, mesmo havendo múltiplos agentes poluidores.
b) obrigatório, no caso de causas concorrentes.
c) facultativo, pois os responsáveis pela degradação ambiental não são coobrigados 
solidários.
d) necessário, quando o ato envolve particular e poder público.
e) facultativo, quando envolve ato do particular e necessário quando envolve ato da 
Administração Pública.
COMENTÁRIOS `
 › Nota do Autor
O poluidor será o responsável pela reparação dos danos ambientais, assim considerado 
“a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indi-
retamente, por atividade causadora de degradação ambiental”, na forma do artigo 3.º, 
inciso IV, da Lei 6.938/1981.
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 376 18/07/2016 16:19:21
Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 377
Letra a, certa. Trata-se de litisconsórcio passivo facultativo, pois cada poluidor, quer direto, quer 
indireto, é responsável solidário pela reparação do dano ambiental, devendo eventual regresso ser apu-
rado em ação autônoma. Veja-se o STJ:
STJ – RECURSO ESPECIAL REsp 771619 RR 2005/0128457-7 (STJ) 
Data de publicação: 11/02/2009 
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. LITISCONSÓRCIO PASSIVO 
NECESSÁRIO. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ. PROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. 1. No caso dos autos, o 
Ministério Público Estadual ajuizou ação civil pública por dano ambiental contra o Estado de Roraima, em face da irre-
gular atividade de exploração de argila, barro e areia em área degradada, a qual foi cedida à Associação dos Oleiros 
Autônomos de Boa Vista sem a realização de qualquer procedimento de proteção ao meio ambiente. Por ocasião da 
sentença, os pedidos foram julgados procedentes, a fim de condenar o Estado de Roraima à suspensão das referidas 
atividades, à realização de estudo de impacto ambiental e ao pagamento de indenização pelo dano ambiental causado. 
O Tribunal de origem, ao analisar a controvérsia, reconheceu a existência de litisconsórcio passivo necessário em rela-
ção aos particulares (oleiros) que exerciam atividades na área em litígio e anulou o processo a partir da citação. 2. Na 
hipótese examinada, não há falar em litisconsórcio passivo necessário, e, conseqüentemente, em nulidade do processo, mas 
tão-somente em litisconsórciofacultativo, pois os oleiros que exercem atividades na área degradada, embora, em princípio, 
também possam ser considerados poluidores, não devem figurar, obrigatoriamente, no pólo passivo na referida ação. Tal 
consideração decorre da análise do inciso IV do art. 3º da Lei 6.938 /81, que considera “poluidor, a pessoa física ou jurídica, de 
direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”. Assim, 
a ação civil pública por dano causado ao meio ambiente pode ser proposta contra o responsável direto ou indireto, ou contra 
ambos, em face da responsabilidade solidária pelo dano ambiental”. 
Letra b, falsa. O litisconsórcio é facultativo.
Letra c, falsa. O litisconsórcio é facultativo.
Letra d, falsa. Os responsáveis pela degradação ambiental são coobrigados solidários.
Letra e, falsa. O litisconsórcio é facultativo.
(2016/VUNESP/TJ-RJ/Juiz Substituto) A responsabilidade civil do Estado, por dano 
ambiental, em caso de omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar, 
será
a) subsidiária, se a omissão for determinante para concretização ou agravamento do 
dano, pois a responsabilidade é subjetiva.
b) solidária, se a omissão for determinante para concretização ou agravamento do 
dano, porém de execução subsidiária.
c) subsidiária, independentemente da omissão ser determinante para concretização 
ou agravamento do dano.
d) solidária, independentemente da omissão ser determinante para concretização ou 
agravamento do dano, pois a responsabilidade é subjetiva.
e) solidária, ainda que a omissão não seja determinante para concretização ou agrava-
mento do dano.
COMENTÁRIOS `
 › Nota do Autor 
Questão nitidamente lastreada na jurisprudência do STJ, pois o tema é controverso na 
doutrina. Sou um crítico da conjugação da responsabilidade solidária com execução 
subsidiária. Parece-me incompatível. 
Letra b, certa. No que concerne à Administração Pública, entende o STJ que a responsabilidade 
civil pela reparação do dano ambiental por atos comissivos e omissivos é objetiva, ilimitada, solidária, 
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 377 18/07/2016 16:19:21
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado378
mas de execução subsidiária, pois o ente público apenas terá a execução direcionada a si quando o 
degradador direito não o fizer, após o esgotamento das vias ordinárias:
“Processual civil, administrativo e ambiental. Adoção como razões de decidir de parecer exarado pelo Ministério Público. 
Inexistência de nulidade. Art. 2.º, parágrafo único, da Lei 4.771/1965. Dano ao meio ambiente. Responsabilidade civil do 
Estado por omissão. Arts. 3.º, IV, c/c 14, § 1.º, da Lei 6.938/1981. Dever de controle e fiscalização.
1. A jurisprudência predominante no STJ é no sentido de que, em matéria de proteção ambiental, há responsabilidade 
civil do Estado quando a omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar for determinante para a concretiza-
ção ou o agravamento do dano causado pelo seu causador direto. Trata-se, todavia, de responsabilidade subsidiária, cuja 
execução poderá ser promovida caso o degradador direto não cumprir a obrigação, ‘seja por total ou parcial exauri-
mento patrimonial ou insolvência, seja por impossibilidade ou incapacidade, por qualquer razão, inclusive técnica, de 
cumprimento da prestação judicialmente imposta, assegurado, sempre, o direito de regresso (art. 934 do Código Civil), 
com a desconsideração da personalidade jurídica, conforme preceitua o art. 50 do Código Civil’ (REsp 1.071.741/SP, 2.ª T., 
Min. Herman Benjamin, DJe de 16.12.2010).
2. Examinar se, no caso, a omissão foi ou não ‘determinante’ (vale dizer, causa suficiente ou concorrente) para a ‘con-
cretização ou o agravamento do dano’ é juízo que envolve exame das circunstâncias fáticas da causa, o que encontra 
óbice na Súmula 07/STJ.
3. Agravos regimentais desprovidos” (AgRg no REsp 1001780, 1.ª T., j. 27.09.2011).
Letra a, falsa. A responsabilidade civil por danos ambientais é objetiva (art. 14, § 1º, da Lei 6.938/81)
Letra c, falsa. Para a caracterização da responsabilidade da Administração Pública por ato omissivo 
o STJ exige que a omissão de cumprimento adequado do seu dever de fiscalizar tenha sido determi-
nante para a concretização ou o agravamento do dano causado pelo seu causador direto.
Letra d, falsa. Vide resposta à letra c.
Letra e, falsa. Vide resposta à letra c.
(2016/VUNESP/TJ-RJ/Juiz Substituto) As queimadas frequentemente são utilizadas, 
sem autorização, para desmatamento de mata nativa, e representam a negação da moder-
nidade da agricultura e pecuária brasileiras, confrontando-se com os fundamentos mais 
elementares do Direito Ambiental. Quem queima, ao fazê-lo, afeta, degrada ou destrói o 
meio ambiente, o que lhe impõe alguns deveres. Quanto à possibilidade de cumulação 
no pedido de obrigação de fazer, de não fazer (reparar a área afetada) e de pagar quantia 
certa (indenização), a jurisprudência do STJ tem se firmado no sentido de permitir:
a) a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar, que têm natureza 
de obrigação de eficácia real.
b) a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar, na busca da prote-
ção mitigada.
c) a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e indenizar, que têm natureza 
conglobante.
d) a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar, que têm natureza 
propter rem, na busca da proteção integral do meio ambiente.
e) a cumulação de obrigações de fazer, de não fazer e de indenizar, que têm natureza 
conglobante, na busca da proteção integral do meio ambiente.
COMENTÁRIOS `
Letra d, certa. O STJ permite a cumulação das condenações em obrigação de fazer, de não fazer 
(reparar a área afetada) e de pagar quantia certa (indenização):
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 378 18/07/2016 16:19:21
Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 379
STJ, INFORMATIVO 427 – MEIO AMBIENTE. REPARAÇÃO. INDENIZAÇÃO
O princípio da reparação in integrum aplica-se ao dano ambiental. Com isso, a obrigação de recuperar 
o meio ambiente degradado é compatível com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até sua 
restauração plena. Contudo, se quem degradou promoveu a restauração imediata e completa do bem 
lesado ao status quo ante, em regra, não se fala em indenização. Já os benefícios econômicos que aquele 
auferiu com a exploração ilegal do meio ambiente (bem de uso comum do povo, conforme o art. 225, 
caput, da CF/1988) devem reverter à coletividade, tal qual no caso, em que se explorou garimpo ilegal 
de ouro em área de preservação permanente sem qualquer licença ambiental de funcionamento ou 
autorização para desmatamento. Com esse entendimento, a Turma deu parcial provimento ao recurso 
para reconhecer, em tese, a possibilidade de cumulação de indenização pecuniária e obrigações de 
fazer voltadas à recomposição in natura do bem lesado, o que impõe a devolução dos autos ao tribunal 
de origem para que verifique existir dano indenizável e seu eventual quantum debeatur. Precedente 
citado: REsp 1.120.117-AC, DJe 19.11.2009. REsp 1.114.893-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 
16.03.2010.
Ademais, para a Corte Superior se trata de obrigação propter rem, assumida pelo novo proprietário 
ou possuidor de imóvel com passivo ecológico: “Esta Corte Superior tem entendimento sedimentado 
no sentido de que os deveres associados às APPs e à Reserva Legal têm natureza de obrigação propter 
rem, isto é, aderem ao título de domínio ou posse. Por esse motivo, descabe falar em culpa ou nexo cau-
sal, como fatores determinantes do dever de recuperar a vegetação nativa e averbar a Reserva Legal por 
parte do proprietário ou possuidor, antigo ou novo, mesmo se o imóvel já estava desmatado quando de 
sua aquisição” (passagem do julgamento do AgRg noREsp 1.206.484, de 17.03.2011),
Letra a, falsa. A obrigação é real, e não de eficácia real. Veja-se o artigo 2º, § 2º, da Lei 12.651/2012: 
“As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natu-
reza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural”.
Letra b, falsa. Busca-se a proteção integral, e não a proteção mitigada.
Letra c, falsa. Trata-se de obrigação propter rem, e não conglobante.
Letra e, falsa. Trata-se de obrigação propter rem, e não conglobante.
(2015/CESPE/Prefeitura de Salvador/Procurador do Município) O rompimento da 
barragem de uma empresa de mineração provocou o vazamento de um bilhão de litros 
de resíduos de lama tóxica, a qual percorreu vários quilômetros, atingiu várias cidades 
nos arredores e inundou casas, provocando o desabrigamento de várias famílias. Em 
razão disso, o MP entrou com ACP contra a empresa, a fim de buscar indenização pelos 
danos ambientais causados à coletividade e, além disso, o ressarcimento dos prejuízos 
materiais e morais sofridos pelos moradores. Com referência a essa situação hipotética, 
assinale a opção correta.
a) Caso a empresa seja condenada a ressarcir os danos ambientais causados, o valor 
terá de ser depositado em um fundo para ressarcimento dos particulares que se 
habilitarem na fase de execução da sentença.
b) De acordo com a teoria do risco integral, não basta a ocorrência do ato ilícito para 
a configuração da obrigação de indenizar por parte da empresa mineradora, sendo 
necessária a configuração do nexo causal entre o evento danoso e o dano causado.
c) A responsabilidade pelo dano ambiental poderá ser afastada caso fique compro-
vado em juízo que foram obtidas pela empresa todas as licenças ambientais para 
operação das atividades de mineração.
d) Caso fique comprovado que, além do rompimento da barragem, fortes chuvas con-
correram para a inundação das casas, ter-se-á uma excludente de responsabilidade 
que afastará a obrigação da empresa de indenizar os danos sofridos.
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 379 18/07/2016 16:19:21
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado380
e) O MP tem legitimidade para pleitear indenização por danos à coletividade, mas não 
poderia ajuizar a ação para ressarcimento dos danos materiais e morais sofridos 
pelos particulares.
COMENTÁRIOS `
 › Nota do Autor
A poluição poderá ser lícita ou ilícita. Se uma pessoa desmata parte da vegetação de 
sua fazenda amparada por regular licenciamento ambiental, haverá uma poluição lícita, 
pois realizada dentro dos padrões de tolerância da legislação ambiental e com base em 
licença, o que exclui qualquer responsabilidade administrativa ou criminal do poluidor. 
Mesmo a poluição licenciada não exclui a responsabilidade civil do poluidor, na hipó-
tese de geração de danos ambientais, pois esta não é sancionatória, e sim reparatória.
Letra b, certa. O STJ adota a Teoria do Risco Integral como lastro da responsabilidade civil obje-
tiva pelo dano ambiental. Mesmo esta Teoria não dispensa o nexo causal entre a conduta comissiva 
ou omissiva e o dano ecológico: “A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada 
pela teoria do risco integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o 
risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo 
dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de indenizar”. 
(REsp 1354536 / SE, de 26/3/2014, Recurso Repetitivo, 2ª Seção). Ademais, “a Segunda Seção do STJ, 
no julgamento do REsp 1.114.398/PR, da relatoria do senhor Ministro Sidnei Beneti, sob o rito do art. 
543-C do CPC, reconheceu a responsabilidade objetiva da PETROBRAS em acidentes semelhantes e 
caracterizadores de dano ambiental, responsabilizando-se o degradador em decorrência do princípio 
do poluidor-pagador, não cabendo, demonstrado o nexo de causalidade, a aplicação de excludente de 
responsabilidade”.
Letra a, falsa. O valor da indenização pecuniária será destinado ao Fundo de Recomposição de 
Bens Lesados da Lei de Ação Civil Pública: “Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização 
pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais 
de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus 
recursos destinados à reconstituição dos bens lesados”.
Letra c, falsa. A concessão de licença ambiental não afasta a responsabilidade civil ambiental obje-
tiva, pois esta não é punitiva, sendo ressarcitória. Afastará apenas as punições administrativas e penais.
Letra d, falsa. A Teoria do Risco Integral não permite a quebra do nexo causal pelo fortuito ou força 
maior.
Letra e, falsa. O STJ admite que o MP postule o ressarcimento dos danos materiais e morais sofridos 
pelos particulares: “AMBIENTAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PROTE-
ÇÃO E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE. COMPLEXO PARQUE DO SABIÁ. OFENSA AO ART. 535, II, DO 
CPC NÃO CONFIGURADA. CUMULAÇÃO DE OBRIGAÇÕES DE FAZER COM INDENIZAÇÃO PECUNIÁRIA. 
ART. 3.º DA LEI 7.347/1985. POSSIBILIDADE. DANOS MORAIS COLETIVOS. CABIMENTO. 1. Não ocorre 
ofensa ao art. 535 do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as questões essenciais 
ao julgamento da lide. 2. Segundo a jurisprudência do STJ, a logicidade hermenêutica do art. 3.º da Lei 
7.347/1985 permite a cumulação das condenações em obrigações de fazer ou não fazer e indenização 
pecuniária em sede de ação civil pública, a fim de possibilitar a concreta e cabal reparação do dano 
ambiental pretérito, já consumado. Microssistema de tutela coletiva. 3. O dano ao meio ambiente, por 
ser bem público, gera repercussão geral, impondo conscientização coletiva à sua reparação, a fim de 
resguardar o direito das futuras gerações a um meio ambiente ecologicamente equilibrado. 4. O dano 
moral coletivo ambiental atinge direitos de personalidade do grupo massificado, sendo desne-
cessária a demonstração de que a coletividade sinta a dor, a repulsa, a indignação, tal qual fosse 
um indivíduo isolado. 5. Recurso especial provido, para reconhecer, em tese, a possibilidade de 
cumulação de indenização pecuniária com as obrigações de fazer, bem como a condenação em 
danos morais coletivos, com a devolução dos autos ao Tribunal de origem para que verifique se, 
no caso, há dano indenizável e fixação do eventual quantum debeatur” (STJ, REsp 1.269.494, de 
24.09.2013).
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 380 18/07/2016 16:19:21
Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 381
(2015/CESPE/TJ-DF/Juiz de Direito Substituto) Antônio depositou, a céu aberto, resí-
duos tóxicos em terreno de sua propriedade. Embora a área fosse cercada e houvesse 
placas de sinalização informando a presença de material tóxico, o acesso ao terreno 
era fácil, consentido e costumeiro. Joaquim, um morador que não conhecia bem a vizi-
nhança, passou pelo local e sofreu, por conduta não dolosa, graves queimaduras decor-
rentes do contato com os resíduos tóxicos, pois, ao ver esse material, ficou curioso, se 
aproximou e o tocou. 
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta à luz do entendimento 
do STJ.
a) Aplica-se ao caso a teoria do risco integral, de modo que Antônio deverá responder 
pelos danos sofridos por Joaquim, a menos que fique comprovada a culpa exclusiva 
da vítima ou a ocorrência de caso fortuito ou força maior.
b) Não é aplicável ao caso a teoria do risco integral, uma vez que Joaquim era um 
estranho que não tinha qualquer relação jurídico-contratual com Antônio, a lesão 
foi cometida a indivíduo e não ao meio ambiente e foram colocadas placas de sina-
lização indicando a presença de material tóxico.
c) Caso Antônio tivesse depositado os resíduos na condição de agente de entidade 
estatale não como particular, sua provável responsabilidade obedeceria ao regime 
do risco administrativo.
d) A conduta de Antônio enquadra-se no conceito de dano ambiental e a ela devem ser 
aplicados o princípio do poluidor-pagador e a responsabilidade objetiva por risco 
integral.
e) Se Antônio tivesse depositado os resíduos na condição de agente de entidade esta-
tal, sua responsabilidade seria de natureza subjetiva, sendo necessário provar culpa 
lato sensu para que o Estado respondesse por condutas omissivas causadoras de 
dano ao meio ambiente.
COMENTÁRIOS `
 › Nota do Autor
O dano ambiental sempre terá uma vertente não patrimonial difusa, podendo, por via 
reflexa, atingir o patrimônio material, público ou privado. Isso não impede que pessoas 
determináveis (interesses coletivos em sentido estrito), um grupo determinado (interes-
ses individuais homogêneos) ou mesmo um indivíduo tenham maiores prejuízos com o 
dano ambiental, a exemplo do proprietário de uma floresta desmatada ilicitamente por 
invasores, o que poderá gerar a concorrência de ações individuais com coletivas.
Letra d, certa. O deposito, a céu aberto, de resíduos tóxicos que tem até o potencial de causar 
queimaduras deve ser enquadrado como dano ambiental, pois é um prejuízo ao equilíbrio do ambiente 
e ainda se configurou em dano a saúde. Este caso foi extraído da jurisprudência do STJ, que esten-
deu ao dano privado a responsabilidade objetiva pelo risco inregral: STJ, INFORMATIVO 544 – “DIREITO 
AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA POR DANO AMBIENTAL PRIVADO. O particular que 
deposite resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em local onde, apesar da 
existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença de material orgânico, o 
acesso de outros particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente pelos 
danos sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, 
graves queimaduras decorrentes de contato com os resíduos. A responsabilidade civil por danos 
ambientais, seja por lesão ao meio ambiente propriamente dito (dano ambiental público), seja por 
ofensa a direitos individuais (dano ambiental privado), é objetiva, fundada na teoria do risco integral, 
em face do disposto no art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981, que consagra o princípio do poluidor-pagador. A 
responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está implícito em determinadas 
atividades, como a indústria, os meios de transporte de massa, as fontes de energia. Assim, a responsa-
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 381 18/07/2016 16:19:21
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado382
bilidade objetiva, calcada na teoria do risco, é uma imputação atribuída por lei a determinadas pessoas 
para ressarcirem os danos provocados por atividades exercidas no seu interesse e sob seu controle, sem 
que se proceda a qualquer indagação sobre o elemento subjetivo da conduta do agente ou de seus pre-
postos, bastando a relação de causalidade entre o dano sofrido pela vítima e a situação de risco criada 
pelo agente. Imputa-se objetivamente a obrigação de indenizar a quem conhece e domina a fonte de 
origem do risco, devendo, em face do interesse social, responder pelas consequências lesivas da sua ati-
vidade independente de culpa. Nesse sentido, a teoria do risco como cláusula geral de responsabilidade 
civil restou consagrada no enunciado normativo do parágrafo único do art. 927 do CC, que assim dispôs: 
“Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, 
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco 
para os direitos de outrem”. A teoria do risco integral constitui uma modalidade extremada da teoria 
do risco em que o nexo causal é fortalecido de modo a não ser rompido pelo implemento das causas 
que normalmente o abalariam (v.g. culpa da vítima; fato de terceiro, força maior). Essa modalidade é 
excepcional, sendo fundamento para hipóteses legais em que o risco ensejado pela atividade econô-
mica também é extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, “c”, da CF e Lei 6.453/1977). 
O mesmo ocorre com o dano ambiental (art. 225,caput e § 3º, da CF e art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981), em 
face da crescente preocupação com o meio ambiente. Nesse mesmo sentido, extrai-se da doutrina que, 
na responsabilidade civil pelo dano ambiental, não são aceitas as excludentes de fato de terceiro, de 
culpa da vítima, de caso fortuito ou de força maior. Nesse contexto, a colocação de placas no local 
indicando a presença de material orgânico não é suficiente para excluir a responsabilidade civil. 
REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/5/2014”.
Letra a, falsa. Na Teoria do Risco Integral não se admitem as mencionadas causas excludentes.
Letra b, falsa. O STJ aplicou ao caso a Teoria do Risco Integral
Letra c, falsa. Caso Antônio tivesse depositado os resíduos na condição de agente de entidade 
estatal persistiria a responsabilidade objetiva pelo Risco Integral.
Letra e, falsa. Caso Antônio tivesse depositado os resíduos na condição de agente de entidade 
estatal persistiria a responsabilidade objetiva pelo Risco Integral.
(2015/CESPE/TRF 5ª Região/Juiz Federal) A FUNAI ajuizou ação contra o proprietário 
de imóvel rural lindeiro ao seu com a intenção de ser indenizada pelos danos decorren-
tes de incêndio iniciado nessa propriedade vizinha, ocasionado pela prática de quei-
mada de palha de cana-de-açúcar. A FUNAI demonstrou que o fogo alcançou instala-
ções de uma fazenda que ela utilizava para proporcionar qualificação em trabalho rural 
e extrativismo aos indígenas. Por sua vez, o MP, em razão desses fatos, ajuizou ACP em 
que objetivava a recomposição das áreas de reserva legal e o pagamento de indeniza-
ção pelo dano ambiental. O réu alegou ilegitimidade passiva porque o fogo fora ateado 
por arrendatário de sua fazenda e, no mérito, alegou, ainda, ausência de dolo ou culpa 
de sua parte e que detinha autorização, pelo órgão competente, para efetivar a quei-
mada da palha. 
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
a) A alegada autorização para a queima da palha de cana-de– açúcar é nula diante da 
proibição, expressa no Código Florestal, do uso de fogo para se erradicar vegetação.
b) Caso seja comprovado que o arrendatário realizou a queimada, deve ser afastada a 
responsabilidade do réu em ambas as ações.
c) Na ACP, haverá responsabilização objetiva, o que não ocorre com a ação ajuizada 
pela FUNAI.
d) Os danos patrimoniais sofridos pela FUNAI caracterizam-se como dano ambiental 
por ricochete.
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 382 18/07/2016 16:19:21
Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 383
e) O pedido de indenização na ACP tem de ser subsidiário ao pedido de recomposição 
in natura, por ser a recomposição o principal interesse da tutela ambiental.
COMENTÁRIOS `
Letra d, certa. O STJ vem aplicando o regime da responsabilidade objetiva pela Teoria do Risco 
Integral ao dano ambiental privado (também chamado de reflexo ou por ricochete): REsp 1381211, 
de 15/5/2014. RECURSO ESPECIAL – AÇÃO CONDENATÓRIA POR DANOS EXTRAPATRIMONIAIS E PATRI-
MONIAIS – INCÊNDIO INICIADO NA ÁREA DE PROPRIEDADE DO RÉU QUE ATINGIU O IMÓVEL RURAL 
DO AUTOR – SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA – CORTE LOCAL QUE, AO RECONHECER A RESPONSABILI-
DADE CIVIL AMBIENTAL DO RÉU (ART. 3º, INC. IV E ART. 14, § 1º, DA LEI 6.938/81), CONDENA-O AO PAGA-
MENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS PATRIMONIAIS, A SEREM QUANTIFICADOS EM LIQUIDAÇÃO DE 
SENTENÇA – INSURGÊNCIA RECURSAL DA PARTE RÉ. DANOS AMBIENTAIS INDIVIDUAIS OU REFLEXOS 
(POR RICOCHETE) – RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA – APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO ARTIGO 14, § 
1º, DA LEI Nº 9.938/81, E, OUTROSSIM, EM VIRTUDE DA VIOLAÇÃOA DIREITOS DE VIZINHANÇA – RECO-
NHECIMENTO DO DEVER DE INDENIZAR IMPUTÁVEL AO PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL.
Letra a, falsa. A autorização de queima não é necessariamente nula, pois, mesmo que de modo 
excepcional, pode ser concedida nos termos do artigo 38 do Código Florestal: 
“Art. 38. É proibido o uso de fogo na vegetação, exceto nas seguintes situações:
I – em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem o emprego do fogo em práticas agropastoris ou florestais, 
mediante prévia aprovação do órgão estadual ambiental competente do Sisnama, para cada imóvel rural ou de forma 
regionalizada, que estabelecerá os critérios de monitoramento e controle;
II – emprego da queima controlada em Unidades de Conservação, em conformidade com o respectivo plano de manejo 
e mediante prévia aprovação do órgão gestor da Unidade de Conservação, visando ao manejo conservacionista da 
vegetação nativa, cujas características ecológicas estejam associadas evolutivamente à ocorrência do fogo;
III – atividades de pesquisa científica vinculada a projeto de pesquisa devidamente aprovado pelos órgãos competentes 
e realizada por instituição de pesquisa reconhecida, mediante prévia aprovação do órgão ambiental competente do 
Sisnama”.
Letra b, falsa. O proprietário deverá responder pelo dano por se tratar de obrigação propter rem.
Letra c, falsa. O STJ vem aplicando o regime da responsabilidade objetiva pela Teoria do Risco Inte-
gral ao dano ambiental privado, conforme pontuando no comentário à letra d.
Letra e, falsa. Não necessariamente. Isso porque o STJ permite a cumulação das condenações em 
obrigação de fazer, de não fazer (reparar a área afetada) e de pagar quantia certa (indenização): STJ, 
INFORMATIVO 427 – MEIO AMBIENTE. REPARAÇÃO. INDENIZAÇÃO. O princípio da reparação in integrum 
aplica-se ao dano ambiental. Com isso, a obrigação de recuperar o meio ambiente degradado é compatí-
vel com a indenização pecuniária por eventuais prejuízos, até sua restauração plena. Contudo, se quem 
degradou promoveu a restauração imediata e completa do bem lesado ao status quo ante, em regra, 
não se fala em indenização. Já os benefícios econômicos que aquele auferiu com a exploração ilegal do 
meio ambiente (bem de uso comum do povo, conforme o art. 225, caput, da CF/1988) devem reverter 
à coletividade, tal qual no caso, em que se explorou garimpo ilegal de ouro em área de preservação 
permanente sem qualquer licença ambiental de funcionamento ou autorização para desmatamento. 
Com esse entendimento, a Turma deu parcial provimento ao recurso para reconhecer, em tese, a pos-
sibilidade de cumulação de indenização pecuniária e obrigações de fazer voltadas à recomposição in 
natura do bem lesado, o que impõe a devolução dos autos ao tribunal de origem para que verifique 
existir dano indenizável e seu eventual quantum debeatur. Precedente citado: REsp 1.120.117-AC, DJe 
19.11.2009. REsp 1.114.893-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 16.03.2010.
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 383 18/07/2016 16:19:21
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado384
(CESPE/AGU/Advogado da União/2015) Na zona costeira nordestina, uma empresa 
estrangeira construiu um empreendimento turístico hoteleiro de grande porte próximo 
ao mar, sem o licenciamento ambiental prévio exigido por lei, ocupando ilegalmente 
área de preservação permanente na margem de um rio e afetando diretamente uma 
comunidade lindeira composta em sua maioria por pescadores. 
Seis meses após a inauguração do empreendimento, o empresário estrangeiro vendeu o negócio 
a uma empresa brasileira, que vem operando o hotel há cerca de um ano, sem, contudo, ter efetuado 
ainda a regularização do licenciamento ambiental. 
Além disso, após reclamações provenientes da comunidade afetada, foram constatados os seguin-
tes problemas: ausência de recolhimento e de disposição adequados dos resíduos líquidos e sólidos, 
com prejuízos ao bem-estar da referida comunidade; e impedimento de livre acesso à praia, o que pre-
judicou as atividades econômicas dos pescadores da comunidade.
Com referência a essa situação hipotética, julgue os itens a seguir em consonância com as normas 
ambientais e a jurisprudência pertinente.
Os efeitos do empreendimento irregular que prejudicam o bem-estar da comunidade e sua ativi-
dade econômica de pesca enquadram-se na definição de degradação ambiental, de modo a ensejar a 
responsabilização civil ambiental.
COMENTÁRIOS `
Questão certa. A degradação ambiental é qualquer alteração adversa da qualidade do meio 
ambiente, nos termos do artigo 3º, II, da Lei 6.938/91, a exemplo de ações que prejudiquem a saúde, 
a segurança e o bem-estar da população ou que criem condições adversas às atividades sociais e 
econômicas.
(CESPE/AGU/Advogado da União/2015) A emissão de licença de operação para o fun-
cionamento do empreendimento construído irregularmente e que se encontra conso-
lidado será inexigível caso a reparação civil dos danos ambientais causados seja cum-
prida integralmente.
COMENTÁRIOS `
Questão errada. A reparação do dano ambiental não irá isentar a empresa de se submeter ao regu-
lar processo de licenciamento ambiental.
(Juiz – 2014 – TJ-CE – FCC) O Estado Beta ajuizou uma ação civil pública em face de 
José Benedito visando retirá-lo de área de Parque Estadual, bem como a recuperação 
dos danos ambientais causados ao local. Durante a ação, ficou comprovado que: (i) o réu 
não tem título da área que ocupa com sua casa de veraneio, (ii) a ocupação ocorreu em 
momento posterior à criação do Parque Estadual, (iii) o réu possui no local criação de 
gado, galinha e porco. A ação deverá ser julgada 
a) parcialmente procedente, apenas para retirar o réu do local.
b) parcialmente procedente, apenas para impor ao réu um regramento específico de 
utilização do local.
c) extinta, sem resolução de mérito, diante da falta de legitimidade do Estado Beta 
para figurar no polo ativo da ação. 
d) improcedente, diante da hipossuficiência do réu. 
e) procedente, uma vez comprovados os requisitos da responsabilidade civil ambiental.
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 384 18/07/2016 16:19:21
Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 385
COMENTÁRIOS `
Letra e, certa. A referida ocupação no parque estadual é irregular, uma vez que se cuida de uni-
dade de conservação de proteção integral de posse e domínio público (Lei 9.985/2000), não havendo 
a demonstração da propriedade privada e tendo havido apossamento indevido após a criação da uni-
dade de conservação. Assim, o pedido na ação coletiva deverá ser julgado procedente, determinando-
-se a desocupação da área e impondo-se a obrigação de reparação do dano ecológico.
Letra a, falsa. O pedido deve ser julgado totalmente procedente.
Letra b, falsa. O pedido deve ser julgado totalmente procedente.
Letra c, falsa. O Estado possui legitimidade ativa para propor ação coletiva.
Letra d, falsa. O pedido deve ser julgado totalmente procedente.
(2014/CESPE/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) As ações humanas 
que direta ou indiretamente prejudicam as condições estéticas ou sanitárias do meio 
ambiente são consideradas poluidoras para fins de responsabilização civil consistente 
no dever de reparar lesões ambientais causadas.
COMENTÁRIOS `
Questão certa. A questão traz a terminologia do artigo 3º da Lei 6.938/81:
“Art. 3º – Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
II – degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio ambiente;
III – poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indi-
retamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estarda população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos;
IV – poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indire-
tamente, por atividade causadora de degradação ambiental”.
Logo, a questão trata da definição de poluição, nos termos do inciso III, letra d. Por sua vez, o artigo 
14, § 1º do mesmo diploma determina que “o poluidor obrigado, independentemente da existência 
de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua 
atividade”, razão pela qual o enunciado é verdadeiro, pois o poluidor é responsável pela reparação da 
degradação causada.
(2014/CESPE/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) Considere que uma 
determinada empresa, a qual em sua atividade rotineira é capaz de causar poluição, 
tenha requerido e obtido a licença ambiental necessária para o seu funcionamento. 
Uma semana após ser fiscalizada, atestando-se que suas práticas estavam obedecendo 
às exigências legais, foi detectada a ocorrência de dano ambiental causado por suas 
atividades. Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 385 18/07/2016 16:19:21
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado386
A empresa não pode ser responsabilizada civilmente e administrativamente, uma vez que obede-
ceu a todas as exigências formuladas pelo órgão ambiental competente, bem como foi fiscalizada, não 
se encontrando nada de irregular em suas práticas.
COMENTÁRIOS `
Questão errada. A licença ambiental, se regular e respeitada, impede a punição do poluidor (ins-
tâncias punitivas: criminal e administrativa). A instância civil, por ser ressarcitória, persistirá, pois não 
afastada pelo licenciamento ambiental.
(2014/CESPE/PGE-BA/Procurador do Estado) Uma empresa brasileira de exploração 
de gás e petróleo, pretendendo investir na exploração de gás de xisto, obteve autoriza-
ção de pesquisa do órgão competente e identificou, no início das primeiras pesquisas 
exploratórias, um potencial razoável para a exploração do gás em determinada área 
federal. Apesar de ainda não dispor de tecnologia que garantisse totalmente a proteção 
ambiental da área de exploração, principalmente, no que tange à água subterrânea, a 
empresa obteve a licença prévia para proceder à exploração de gás de xisto.
Com base nessa situação hipotética, nas normas de proteção ao meio ambiente e na jurisprudência, 
julgue os itens seguintes.
A responsabilização civil da empresa poderá ser objeto de ação civil pública ajuizada pelo MP caso 
ocorra dano superveniente da exploração do gás de xisto, a despeito da licença obtida pela empresa 
para operar.
COMENTÁRIOS `
Questão certa. A licença ambiental, se regular e respeitada, impede a punição do poluidor (ins-
tâncias punitivas: criminal e administrativa). A instância civil, por ser ressarcitória, persistirá, pois não 
afastada pelo licenciamento ambiental.
(2014/CESPE/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) Uma associação de mora-
dores, registrada no município de São Paulo há mais de dois anos, pretende ajuizar uma 
ação civil pública na justiça estadual contra a empresa SQC, que supostamente seria 
responsável pela contaminação de águas subterrâneas da região. Além dessa empresa, 
outras empresas da localidade também poderiam ser potencialmente causadoras do 
mesmo dano.
Com base na situação hipotética apresentada acima e em seus desdobramentos, julgue o item sub-
secutivo. Nesse sentido, considere que a sigla CONAMA, sempre que empregada, se refere ao Conselho 
Nacional do Meio Ambiente.
A empresa SQC poderá ser responsabilizada civilmente pela totalidade do dano, mesmo que outras 
empresas tenham concorrido em uma proporção maior para a ocorrência do dano.
COMENTÁRIOS `
 › Nota do Autor
Um caso com previsão legal expressa de poluidor indireto encontra-se insculpido no 
artigo 2.º, § 4.º, da Lei 11.105/2005 (Lei de Biossegurança), em que os financiadores de 
atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGMs devem exigir 
dos executores Certificado de Qualidade em Biossegurança, emitido pela CTNBio, “sob 
pena de se tornarem corresponsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes do descum-
primento desta Lei ou de sua regulamentação”.
Questão certa. O STJ entende que todos os poluidores, diretos ou indiretos, responderão solidaria-
mente pelos danos ambientais:
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 386 18/07/2016 16:19:21
Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 387
STJ – RECURSO ESPECIAL REsp 771619 RR 2005/0128457-7 (STJ) 
Data de publicação: 11/02/2009 
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. LITISCONSÓRCIO PASSIVO 
NECESSÁRIO. INEXISTÊNCIA. PRECEDENTES DO STJ. PROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. 1. No caso dos autos, o Minis-
tério Público Estadual ajuizou ação civil pública por dano ambiental contra o Estado de Roraima, em face da irregular 
atividade de exploração de argila, barro e areia em área degradada, a qual foi cedida à Associação dos Oleiros Autôno-
mos de Boa Vista sem a realização de qualquer procedimento de proteção ao meio ambiente. Por ocasião da sentença, 
os pedidos foram julgados procedentes, a fim de condenar o Estado de Roraima à suspensão das referidas atividades, 
à realização de estudo de impacto ambiental e ao pagamento de indenização pelo dano ambiental causado. O Tribu-
nal de origem, ao analisar a controvérsia, reconheceu a existência de litisconsórcio passivo necessário em relação aos 
particulares (oleiros) que exerciam atividades na área em litígio e anulou o processo a partir da citação. 2. Na hipótese 
examinada, não há falar em litisconsórcio passivo necessário, e, conseqüentemente, em nulidade do processo, mas tão-
-somente em litisconsórcio facultativo, pois os oleiros que exercem atividades na área degradada, embora, em princípio, 
também possam ser considerados poluidores, não devem figurar, obrigatoriamente, no pólo passivo na referida ação. 
Tal consideração decorre da análise do inciso IV do art. 3º da Lei 6.938 /81, que considera “poluidor, a pessoa física ou jurí-
dica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”. 
Assim, a ação civil pública por dano causado ao meio ambiente pode ser proposta contra o responsável direto ou indireto, ou 
contra ambos, em face da responsabilidade solidária pelo dano ambiental”. 
Logo, mesmo que existam outros poluidores, é possível responsabilizar a empresa SQC pela totali-
dade do dano.
(2013/FGV/ Exame de Ordem) João, militante ambientalista, adquire chácara em área 
rural já degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para consumo pró-
prio. Alguns meses depois, ele é notificado pela autoridade ambiental local de que a 
área é de preservação permanente. Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.
a) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não tendo sido responsável 
por sua degradação, uma vez que se trata de obrigação propter rem.
b) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso soubesse do dano ambien-
tal cometido pelo antigo proprietário, em homenagem ao princípio da boa-fé.
c) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário, causador do dano, uma vez 
que João não pode ser responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.
d) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João, mas da Administração 
Pública, em razão da omissão na fiscalização ambiental quando da transmissão da 
propriedade.
COMENTÁRIOS `
 › Nota do Autor
Em positivação da jurisprudência consolidada do STJ, previu o novo CFlo (art.2º, p. 2º) 
que “as obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, 
de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural”. 
Logo, a aquisição de um imóvel rural ou urbano com um passivo ambiental responsabi-
lizará o novo proprietário, mesmo que este já tenha adquirido o bem com a degradação 
ambiental perpetrada pelo antigo senhor, por se tratar de uma obrigação propter rem, 
a exemplo do dever de recuperar a vegetação nas áreas de preservação permanente e 
de reserva legal.
Letra a, certa. A responsabilidade civil por danos ambientais é objetiva por força do artigo 14 da 
Lei nº 6938/81. No caso de novo proprietário ou possuidor que adquire imóvel com área de preservação 
permanente ou de reserva legal já desmatada, este assume a responsabilidade pela reparação por se 
tratar de obrigação propter rem de acordo com o STJ, independentemente de sua boa-fé: “Esta Corte 
Superior tem entendimento sedimentado no sentido de que os deveres associados às APPs e à Reserva 
Legal têm natureza de obrigação propter rem, isto é, aderem ao título de domínio ou posse. Por esse 
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 387 18/07/2016 16:19:21
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado404
“Processual civil. Administrativo. Danos ambientais. Ação civil pública. Responsabilidade do adquirente. 
Terras rurais. Recomposição. Matas. Incidente de uniformização de jurisprudência. Artigo 476 do CPC. Facul-
dade do órgão julgador.
A responsabilidade pelo dano ambiental é objetiva, ante a ratio essendi da Lei 6.938/1981, que em seu 
artigo 14, § 1.º, determina que o poluidor seja obrigado a indenizar ou reparar os danos ao meio ambiente e, 
quanto ao terceiro, preceitua que a obrigação persiste, mesmo sem culpa. Precedentes do STJ: RESP 826.976/
PR, Relator Ministro Castro Meira, DJ de 01.09.2006; AgRg no REsp 504.626/PR, Relator Ministro Francisco 
Falcão, DJ de 17.05.2004; RESP 263.383/PR, Relator Ministro João Otávio de Noronha, DJ de 22.08.2005 e EDcl 
no AgRg no RESP 255.170/SP, desta relatoria, DJ de 22.04.2003.
A obrigação de reparação dos danos ambientais é propter rem, por isso que a Lei 8.171/1991 vigora 
para todos os proprietários rurais, ainda que não sejam eles os responsáveis por eventuais desmatamen-
tos anteriores, máxime porque a referida norma referendou o próprio Código Florestal (Lei 4.771/1965) 
que estabelecia uma limitação administrativa às propriedades rurais, obrigando os seus proprietários a 
instituírem áreas de reservas legais, de no mínimo 20% de cada propriedade, em prol do interesse cole-
tivo. Precedente do STJ: RESP 343.741/PR, Relator Ministro Franciulli Netto, DJ de 07.10.2002.
Paulo Affonso Leme Machado, em sua obra Direito Ambiental Brasileiro, ressalta que ‘[...] A respon-
sabilidade objetiva ambiental significa que quem danificar o ambiente tem o dever jurídico de repará-
-lo. Presente, pois, o binômio dano/reparação. Não se pergunta a razão da degradação para que haja 
o dever de indenizar e/ou reparar. A responsabilidade sem culpa tem incidência na indenização ou na 
reparação dos ‘danos causados ao meio ambiente e aos terceiros afetados por sua atividade’ (artigo 14, 
§ 1.º, da Lei 6.938/1981). Não interessa que tipo de obra ou atividade seja exercida pelo que degrada, pois 
não há necessidade de que ela apresente risco ou seja perigosa. Procura-se quem foi atingido e, se for o 
meio ambiente e o homem, inicia-se o processo lógico-jurídico da imputação civil objetiva ambiental! 
Só depois é que se entrará na fase do estabelecimento do nexo de causalidade entre a ação ou omissão 
e o dano. É contra o Direito enriquecer-se ou ter lucro à custa da degradação do meio ambiente. O artigo 
927, parágrafo único, do CC de 2002 dispõe: ‘Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente 
de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor 
do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem’. Quanto à primeira parte, em maté-
ria ambiental, já temos a Lei 6.938/1981, que instituiu a responsabilidade sem culpa. Quanto à segunda 
parte, quando nos defrontarmos com atividades de risco, cujo regime de responsabilidade não tenha 
sido especificado em lei, o juiz analisará, caso a caso, ou o Poder Público fará a classificação dessas ativi-
dades. ‘É a responsabilidade pelo risco da atividade.’ Na conceituação do risco aplicam-se os princípios 
da precaução, da prevenção e da reparação. Repara-se por força do Direito Positivo e, também, por um 
princípio de Direito Natural, pois não é justo prejudicar nem os outros e nem a si mesmo. Facilita-se a 
obtenção da prova da responsabilidade, sem se exigir a intenção, a imprudência e a negligência para 
serem protegidos bens de alto interesse de todos e cuja lesão ou destruição terá consequências não 
só para a geração presente, como para a geração futura. Nenhum dos poderes da República, ninguém, 
está autorizado, moral e constitucionalmente, a concordar ou a praticar uma transação que acarrete a 
perda de chance de vida e de saúde das gerações [...]’ in Direito Ambiental Brasileiro, Malheiros Editores, 
12ª ed., 2004, p. 326-327” (STJ, REsp 745.363/2007).
11.2 DICAS
A responsabilidade ambiental das pessoas físicas e jurídicas poderá exsurgir em três esferas distin-
tas: civil, administrativa e criminal.
De acordo com o artigo 225, § 3º, da Constituição Federal, “as condutas e atividades consideradas 
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e admi-
nistrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.
Assim, essas três instâncias de responsabilidade ambiental gozam de previsão constitucional, 
sendo, em regra, independentes, salvo quando houver previsão legal em sentido contrário.
Uma dessas exceções foi positivada no artigo 935, do Código Civil, ao estatuir que “a responsabili-
dade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou 
sobre quem seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 404 18/07/2016 16:19:22
Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 405
Logo, a absolvição penal lastreada na existência do fato ou de autoria vincula o juízo civil no julga-
mento da ação que objetive a reparação dos danos ambientais.
Vale ressaltar que, enquanto a responsabilidade civil por danos ambientais não é normalmente 
sancionatória, pois visa a recomposição do dano causado ao meio ambiente, a responsabilidade admi-
nistrativa e a criminal objetivam punir os infratores pela violação nas normas administrativas e penais, 
através da aplicação de sanções administrativas e penas, respectivamente.
O principal dispositivo legal no Brasil que contempla genericamente a responsabilidade civil por 
danos ambientais é o § 1º, do artigo 14, da Lei 6.938/81:
“§ 1º – Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, inde-
pendentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a 
terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para 
propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente”.
Por esse dispositivo, nasceu a ação civil pública ambiental ainda no ano de 1981, antes mesmo da Lei 
da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85), legitimando ativamente o Ministério Público para a sua propositura.
Outrossim, o legislador atribuiu ao poluidor a responsabilidade pela reparação ou indenização dos 
danos causados ao meio ambiente (dano imaterial) e a terceiros pelo desenvolvimento de sua atividade.
Ademais, foi instituído um sistema de responsabilização civil ambiental objetivo já em 1981 
(antes do atual ordenamento constitucional),ou seja, independentemente da apuração de culpa do 
poluidor, que passou a ser irrelevante para a sua caracterização, bastando à conduta (comissiva ou 
omissiva), o dano ambiental e o nexo causal entre ambos para nascer à obrigação de reparação.
Há uma grande polêmica doutrinária se a responsabilidade civil objetiva ambiental fundamenta-se 
ou não na Teoria do Risco Integral. É que a responsabilidade civil sem culpa lastreada pelo risco inte-
gral não será excluída pelo fortuito, força maior ou fato de terceiro.
No entanto, o Superior Tribunal de Justiça possui precedentes pela aplicação da Teoria do Risco 
Integral à responsabilidade civil por danos ambientais.
Por sua vez, o artigo 3º, inciso IV, da Lei 6.938/81, definiu o poluidor como a “pessoa física ou jurí-
dica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de 
degradação ambiental”.
Assim, todos aqueles que, direta ou indiretamente, causem uma alteração adversa das caracte-
rísticas do meio ambiente, passaram a ser responsáveis pela reparação do dano ambiental, inclusive as 
pessoas jurídicas de direito público.
De seu turno, o poluidor pode ser classificado em direto ou indireto. O poluidor direto é aquele 
que promove imediatamente a degradação ambiental, a exemplo de um agricultor que executa a der-
rubada de uma floresta.
Já o poluidor indireto, conquanto não realize diretamente a degradação ao ambiente, faz parte da 
cadeia que ensejou a lesão ambiental, a exemplo de uma instituição financeira que liberou os recursos 
ao agricultor sem exigir previamente a licença ambiental.
Considerando o caráter indivisível que marca o dano ao ambiente, todos os poluidores, diretos ou indire-
tos, responderão solidariamente pela reparação do dano ambiental, sendo esta a posição do STJ.
Demais disso, ainda para a Corte Superior, não se admite a denunciação da lide entre poluidores, 
devendo eventual ação regressiva ser exercida em processo autônomo.
No que concerne à Administração Pública, entende o STJ que a responsabilidade civil pela repara-
ção do dano ambiental por atos comissivos e omissivos é objetiva, ilimitada, solidária, mas de execução 
subsidiária, pois o ente público apenas terá a execução direcionada a si quando o degradador direito 
não o fizer, após o esgotamento das vias ordinárias.
Em razão de o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado ser imaterial e de 
toda a coletividade, a pretensão de reparação do dano ambiental é perpétua, não se sujeitando a 
prazos prescricionais de acordo com o STJ.
Impende salientar que o novo proprietário ou possuidor, que adquire um imóvel com a reserva 
legal e/ou área de preservação permanente desmatadas, mesmo sem ter causado diretamente o dano 
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Capítulo 11 – Responsabilidade Civil por Danos Ambientais 407
11.3 LEGISLAÇÃO
a) CONSTITUIÇÃO, ARTIGO 225:
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com 
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, 
a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
b) LEI 6.938/1981, ARTIGO 14:
Art 14 – Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das 
medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade 
ambiental sujeitará os transgressores: 
I – à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obriga-
ções Reajustáveis do Tesouro Nacional – ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o 
regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou 
pelos Municípios. 
II – à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; 
III – à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; 
IV – à suspensão de sua atividade. 
§ 1º – Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da 
existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. 
O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, 
por danos causados ao meio ambiente. 
c) LEI 7.347/1985:
LEI Nº 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, 
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico 
(VETADO) e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos 
morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
l – ao meio-ambiente;
ll – ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. (Incluído pela Lei nº 8.078 de 1990)
V – por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011).
VI – à ordem urbanística. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. (Incluído pela Lei nº 12.966, de 2014)
VIII – ao patrimônio público e social. (Incluído pela Lei nº 13.004, de 2014)
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições 
previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos 
beneficiários podem ser individualmente determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência 
funcional para processar e julgar a causa. 
Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas 
que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Revisaco- Direito Ambiental-Amado-1ed.indb 407 18/07/2016 16:19:22
 Revisaço – Direito Ambiental • Frederico Amado410
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos 
do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor. (Incluído Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado do art. 21, pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado do art. 22, pela Lei nº 8.078, de 1990)
Brasília, em 24 de julho de 1985; 164º da Independência e 97º da República.
JOSÉ SARNEY 
Fernando Lyra
Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.7.1985
11.4 JURISPRUDÊNCIA
“É firme a jurisprudência do STJ no sentido de que, nos danos ambientais, incide a teoria do risco integral, 
advindo daí o caráter objetivo da responsabilidade, com expressa previsão constitucional (art. 225, § 3º, da 
CF) e legal (art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/1981), sendo, por conseguinte, descabida a alegação de excludentes 
de responsabilidade, bastando, para tanto, a ocorrência de resultado prejudicial ao homem e ao ambiente 
advindo de uma ação ou omissão do responsável (STJ, REsp 1.175.907, de 19/08/2014).
STJ, INFORMATIVO 544 – “DIREITO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADECIVIL OBJETIVA POR 
DANO AMBIENTAL PRIVADO.
O particular que deposite resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em local onde, apesar da 
existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença de material orgânico, o acesso de outros 
particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que, 
por conduta não dolosa, tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato 
com os resíduos. A responsabilidade civil por danos ambientais, seja por lesão ao meio ambiente propriamente dito 
(dano ambiental público), seja por ofensa a direitos individuais (dano ambiental privado), é objetiva, fundada na teoria 
do risco integral, em face do disposto no art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981, que consagra o princípio do poluidor-pagador. 
A responsabilidade objetiva fundamenta-se na noção de risco social, que está implícito em determinadas atividades, 
como a indústria, os meios de transporte de massa, as fontes de energia. Assim, a responsabilidade objetiva, calcada na 
teoria do risco, é uma imputação atribuída por lei a determinadas pessoas para ressarcirem os danos provocados por 
atividades exercidas no seu interesse e sob seu controle, sem que se proceda a qualquer indagação sobre o elemento 
subjetivo da conduta do agente ou de seus prepostos, bastando a relação de causalidade entre o dano sofrido pela 
vítima e a situação de risco criada pelo agente. Imputa-se objetivamente a obrigação de indenizar a quem conhece 
e domina a fonte de origem do risco, devendo, em face do interesse social, responder pelas consequências lesivas 
da sua atividade independente de culpa. Nesse sentido, a teoria do risco como cláusula geral de responsabilidade 
civil restou consagrada no enunciado normativo do parágrafo único do art. 927 do CC, que assim dispôs: “Haverá 
obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade 
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. A teoria 
do risco integral constitui uma modalidade extremada da teoria do risco em que o nexo causal é fortalecido de modo 
a não ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o abalariam (v.g. culpa da vítima; fato de terceiro, 
força maior). Essa modalidade é excepcional, sendo fundamento para hipóteses legais em que o risco ensejado pela 
atividade econômica também é extremado, como ocorre com o dano nuclear (art. 21, XXIII, “c”, da CF e Lei 6.453/1977). O 
mesmo ocorre com o dano ambiental (art. 225,caput e § 3º, da CF e art. 14, § 1º, da Lei 6.938/1981), em face da crescente 
preocupação com o meio ambiente. Nesse mesmo sentido, extrai-se da doutrina que, na responsabilidade civil pelo 
dano ambiental, não são aceitas as excludentes de fato de terceiro, de culpa da vítima, de caso fortuito ou de força 
maior. Nesse contexto, a colocação de placas no local indicando a presença de material orgânico não é suficiente para 
excluir a responsabilidade civil. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/5/2014”.
STJ, INFORMATIVO 388 – DANOS AMBIENTAIS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
A questão em causa diz respeito à responsabilização do Estado por danos ambientais causados pela invasão e constru-
ção, por particular, em unidade de conservação (parque estadual). A Turma entendeu haver responsabilidade solidária 
do Estado quando, devendo agir para evitar o dano ambiental, mantém-se inerte ou atua de forma deficiente. A res-
ponsabilização decorre da omissão ilícita, a exemplo da falta de fiscalização e de adoção de outras medidas preventivas 
inerentes ao poder de polícia, as quais, ao menos indiretamente, contribuem para provocar o dano, até porque o poder 
de polícia ambiental não se exaure com o embargo à obra, como ocorreu no caso. Há que ponderar, entretanto, que 
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