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DIFICULDADES ENCONTRADAS NA EXECUÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL Estudo de caso em pequenas propriedades rurais na região Noroeste do Maranhão

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BALSAS – CESBA
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
ELAINE SOUSA GOMES
DIFICULDADES ENCONTRADAS NA EXECUÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL: Estudo de caso em pequenas propriedades rurais na região Noroeste do Maranhão
Balsas – MA
Novembro de 2015
ELAINE SOUSA GOMES
DIFICULDADES ENCONTRADAS NA EXECUÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR: Estudo de caso nas pequenas propriedades rurais em áreas de quatro municípios da região Noroeste do Maranhão
 (
Monografia apresentada ao curso de Agronomia Bacharelado da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, pólo de Balsas, como requisito para obtenção do grau de Engenheira Agrônoma.
Orientador: Prof. Dr. 
Leilson
 Lopes Santos Silva
)
	
Balsas – MA
Novembro de 2015
ELAINE SOUSA GOMES
DIFICULDADES ENCONTRADAS NA EXECUÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR: Estudo de caso nas pequenas propriedades rurais em áreas de quatro municípios da região Noroeste do Maranhão
 (
Monografia apresentada ao curso de Agronomia Bacharelado da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, 
pólo
 de Balsas, como requisito para obtenção do grau de Engenheira Agrônoma.
)
Aprovada em: / /
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Leilson Lopes Santos Silva (Orientador)
Doutor em fitopatologia
Universidade Estadual do Maranhão
_____________________________________________
Prof. Dr. Luciano Marques Façanha
Doutor em 
Universidade Estadual do Maranhão
_____________________________________________
Prof. Gecilda Keila dos Santos Diniz
Médica Veterinária
Universidade Estadual do Maranhão
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, à DEUS por tantas obras realizadas na minha vida.
À minha mãe por sempre estar ali de prontidão a fortalecer-me e aconselhar-me.
Ao meu pai pelos anos batalhados ao meu lado e pelos “puxões de orelhas”.
Ao meu orientador Leilson Lopes que apesar da distância geográfica, sempre esteve presente durante os anos de ensino, tentando ao máximo fazer-nos bons profissionais.
Às minhas irmãs (Érika e Erilane) que de alguma forma são um pequeno pedaço de mim, minhas cúmplices, confidentes, enfim, fiéis amigas.
À minha filha, meu pequeno porto seguro, que mesmo sem, saber me dar forças pra enfrentar qualquer adversidade.
À minha amiga Jéssica Aparecida que se fez presente nessa caminhada.
Aos meus colegas de repúblicas (Teresinha Costa, Richele Portela, Taisa Barros e Ricardo Carvalho) que durante quase três anos de convivência sempre compreenderam meus defeitos.
In memorian ao Mestre Carlomagno que em nosso bom tempo de convivência soube passar grande parte de seu conhecimento, paciência e sagacidade.
Ao meu eterno Prof.º Luiz Carlos Almeida Lima por todo incentivo e preparo proporcionado a execução deste trabalho.
Ao Prof.º Fábio Ribeiro, diretor do curso de Agronomia, pelo apoio prestado.
E à Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, pólo de Balsas, pela oportunidade de participar de um curso tão completo e dinâmico.
“O nascimento do pensamento é igual ao nascimento de uma criança: tudo começa com um ato de amor. Uma semente há de ser depositada no ventre vazio. E a semente do pensamento é o sonho.” 
(Rubem Alves)
RESUMO
O advento da era sustentável trouxe muitos benefícios a vida humana, mudando hábitos alimentares, urbanos, industriais e, principalmente agrícolas. A agricultura vem sendo vista, nos últimos anos, como a principal vilã do uso indevido dos recursos naturais por ter uma grande demanda por água, além do uso do fogo em algumas propriedades e por utilizar grandes áreas para produção de alimentos, o que, consequentemente, gera o aumento da conversão de áreas. Sobre pressão para que houvesse a diminuição e controle do avanço do desmatamento, principalmente na área que constitui a Amazônia Legal, foi efetuada no ano de 2012 a alteração do Código Florestal Brasileiro, que em um de seus artigos obriga a todo proprietário de terras a aderir ao Cadastro Ambiental Rural – CAR, que nada mais é que um sistema de cadastro com georreferenciamento de todas as propriedades do país, no qual será monitorado o nível de desmate e de remanescente de vegetação nativa. O cadastro é feito em Módulo de Cadastro disponibilizado no site do Ministério de Meio Ambiente (MMA) no qual qualquer cidadão tem acesso tanto para baixar quanto para efetivação do cadastro, sendo visto pelo órgão como fácil e rápido seu preenchimento. O presente trabalho foi pautado exatamente nessa “facilidade” que o MMA propõe para o agricultor durante a execução do cadastro. Foi feito o acompanhamento dos proprietários durante as etapas do cadastro de seis imóveis rurais em quatro diferentes municípios da região noroeste do estado do Maranhão, observando os principais pontos de dificuldades e ajudando – os a solucioná – la. Há, ainda, opiniões de entidades ligadas a agricultura e os próprios agricultores que através de um simples questionário opinaram sobre o que o CAR pode influenciar na agricultura. Onde foi concluído que o CAR, em teoria, era para ser um módulo de cadastro simples, mas por envolver termos técnicos e ser regido por leis é necessário o preenchimento por alguém que tenha conhecimento jurídico sobre essas leis.
Palavras – chave: CAR. Novo Código Florestal. Amazônia. Módulo.
ABSTRACT
The advent of sustainable period has brought many benefits to human life, changing eating habits, urban, industrial and mainly agricultural. Agriculture has been seen in recent years, as the main villain of the misuse of natural resources by having a high demand for water use also the fire on some properties and to use large are as for food production, which hence generates the increased conversion areas. Under pressure so that there wasa reduction and control of defore station advances, especially in the areais the Amazon, was made in 2012 to change the Brazilian Forest Code, which in one of his articles requires every land owner to join the Rural Environmental Registry- CAR, which is nothing more than a registration system with georeferencing of all the country's properties, which will be monitoring the level of defore station and remnant native vegetation. Signing up is done in Registry module on the website of the Ministry of Environment (MMA) in which anycitizen has access to both download and to effect the registration, being viewed by the agency as easy and fast to complete them. This work was guided precisely in this "facility" that MMA proposes to the farmer during the execution of registration. Was made the monitoring of owners during the stages of six rural land registration in four different cities in the north west region of the state of Maranhão, noting the main points of difficulty and helping - them to solve - them. There are also reviews of entities linked to agriculture and the farmers them selves that through a simple question naire say about what the CAR can influence agriculture. Where it was concluded that the CAR, in theory, was to be a simple registration module, but involved technical terms and be governed by laws the padding is necessary for a person to have legal know ledge about these laws.
Palavras – chave: CAR. New Forest Code. Amazon. Module.
SUMÁRIO
 
1. INTRODUÇÃO 8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 9
2.1 Apresentação da Região 9
2.2 Código Florestal – O que mudou 10
A Questão do Artigo 1º 12
Área de Preservação Permanente – APP 13
Reserva Legal 13
2.3 Origens do Cadastro AmbientalRural – CAR 14
2.4 A Questão Ambiental no Maranhão 19
3. OBJETIVOS 20
3.1 Objetivo Geral 20
3.2 Objetivos Específicos 20
4. METODOLOGIA 21
4.1 Delineamento da Pesquisa 21
4.2 Área de Estudo 21
4.3 Estratégias para a Coleta de Dados 22
1) Observação 22
2) Entrevistas 22
3) Questionários 22
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 24
5.1 Propriedade I 24
5.2 Propriedade II 24
5.3 Propriedade III 25
5.4 Propriedade IV 25
5.5 Propriedade V 25 
5.6 Propriedade VI 25
5.7 Dificuldades durante o cadastro e suas devidas resoluções 26
5.8 Diferentes opiniões sobre o CAR 29
6. CONCLUSÃO 31
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32
APÊNDICE 35 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO RELATIVO A OPINIÕES 36
SOBRE O CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR 
1. INTRODUÇÃO
O Brasil é um dos poucos países da América Latina que adotaram oficialmente uma Estratégia Nacional para a Biodiversidade, a qual é constituída, na prática, por um conjunto de documentos. A Convenção sobre Diversidade Biológica foi ratificada pelo Congresso Nacional Brasileiro em 1994 (Decreto Legislativo 2/94), tornando-se posteriormente uma lei de biodiversidade. Naquela época, o Brasil já contava com uma série de leis sobre o tema, que se tornaram parte da EPANB (Estratégia Nacional para a Biodiversidade), tais como o Código Florestal, a Lei da Fauna e outros instrumentos legislativos tradicionais. Estes foram mais tarde complementados por novas leis temáticas, como o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC, 2000); a Lei de Biossegurança; a Medida Provisória de Acesso e Repartição de Benefícios de 2000 (o texto final da lei vem sendo negociado desde 1995); a Lei de Concessões Florestais (2006); o Zoneamento Agroecológico para a Produção de Etanol (2009); a Estratégia Nacional para as Espécies Exóticas Invasoras (2009); a Política Nacional sobre Mudança do Clima (2009); o Novo Código Florestal (2012) e o CAR (2012), entre outros (Smythe, 2014).
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2012), O CAR é um registro eletrônico, obrigatório para todos os imóveis rurais, que tem por finalidade integrar as informações ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanente - APP, das áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Uso Restrito e das áreas consolidadas das propriedades e posses rurais do país.
O principal objetivo do cadastro é contabilizar o que, ainda, existe de índice de área verde dentro das propriedades, para se manter o controle do avanço do desmatamento ilegal e restauração de áreas onde houver passivo, contribuindo assim para manutenção da biodiversidade e cumprimento do estabelecido no Código. Neste projeto foi analisadas as principais dificuldades encontradas durante a execução de cada etapa do cadastramento das propriedades, para isso serão abordados, também, a reforma da Lei nº 4.771/65, que a partir de 24 de maio de 2012 passou a valer como a Lei 12.651/12, sendo exposto uma linha do tempo que levou a firmação do CAR, dentre outros.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Apresentação da Região
O Maranhão é o oitavo maior estado brasileiro e o segundo maior do Nordeste em extensão territorial, depois da Bahia, possuindo área superficial da ordem de 331.983,29 km², localizado na porção mais setentrional da região, entre os paralelos 1º01’ e 10º21’ sul e os meridianos 41º48’ e 48º50’ oeste. Numa área de transição com a Amazônia, que se manifesta numa grande diversidade de ecossistemas, constituindo um dos estados mais dinâmicos, mas também de maiores carências sociais do Brasil (FIEMA apud Maranhão, 2011).
O Estado possui cinco Mesorregiões Geográficas, subdivididas em 21 Microrregiões Geográficas, onde estão inseridos seus 217 municípios (Maranhão, 2011). Os municípios estudados pertencem às mesorregiões: Oeste Maranhense e Norte Maranhense, as microrregiões de Pindaré e da Baixada Maranhense, os quais são Santa Inês, Pindaré, Igarapé do Meio e Bela Vista do Maranhão. 
A Mesorregião do Oeste Maranhense corresponde às terras situadas a oeste do estado. Trata–se do grande segmento de terras que ocupa a vertente oriental das bacias do Gurupi, do alto e médio curso do Pindaré, do médio curso do Grajaú e do rio Tocantins. Conhecida como região Pré - Amazônica foi no início da década de 60 que sofreu um grande fluxo migratório, incentivado pelas rodovias Belém – Brasília, BR – 222 e a BR – 316 e pela construção na década de 80 da ferrovia Carajás – São Luís (IBGE, 1992). Compreendida por três microrregiões, nas quais são: Gurupi, Imperatriz e Pindaré.
A Mesorregião do Norte Maranhense trata–se de área de povoamento antigo processado por atividades econômicas diversificadas, que revitalizou e dinamizou bastante após receber alguns projetos do Governo Federal, dentre eles a construção da Estrada de Ferro Carajás – São Luís, implantação do distrito industrial, construções do Porto do Itaquí, do Terminal Pesqueiro e da Base Espacial de Alcântara. Vale ressaltar, ainda, a presença da cidade de São Luís que integra o espaço mesorregional e comanda a vida de relações do conjunto do estado, além de junto com as cidades de São José de Ribamar, Raposa e Paço do Lumiar formam o aglomerado urbano de São Luís onde funciona o maior centro populacional do Estado (IBGE, 1992). Compreendida por seis microrregiões, nas quais são: Aglomeração Urbana de São Luís, Baixada Maranhense, Itapecuru Mirim, Lençóis Maranhenses, Litoral Ocidental Maranhense e Rosário.
O território maranhense apresenta grande diversidade morfológica e ambiental. O litoral é formado pela planície litorânea, representada por extensas dunas e costões rochosos, enquanto no interior o seu relevo é formado por planaltos entremeados por chapadas. Diante desse mosaico, a vegetação apresenta uma grande diversidade de ecossistemas, compondo diferentesbiomas, em razão da transição entre a vegetação de clima amazônico e o semiárido nordestino. Em seu território encontra-se desde a floresta amazônica até a caatinga nordestina, contando também com expressivas áreas de cerrados, além de litoral com campos inundáveis, manguezais e formações arbustivas, formando um conjunto de belezas naturais ímpar no território brasileiro (SEMA, 2011). 
A área em estudo está concentrada em região de planície e baixada, concentrada na bacia do Mearim. Está dentro da chamada Zona de Transição Amazônica, possuindo clima úmido, com variação pluviométrica de 1.800 mm a 1.700 mm anuais. A temperatura anual na área varia de 28º a 26ºC. Os tipos de solos predominantes são: Planossolo Nátrico, Plintossolo Pétrico, Gleissolos e Argissolo Vermelho. A vegetação é composta por florestas ombrófilas secundárias com presença de babaçuais. Dentre os quatros municípios Santa Inês se destaca como centro comercial e por possuir a maior densidade demográfica com 188,5 , além de estar em posição estratégica sendo cortada pela Estrada de Ferro Carajás, que liga indústrias do estado do Pará ao Porto do Itaquí em São Luís – MA, pela BR – 316, que faz a ligação do trecho Belém/Teresina (Pará e Piauí, respectivamente), e a BR – 222, que dá acesso ao sul do estado. As cidades ficam dentro da Área de Preservação Ambiental (APA) da Baixada Maranhense. Com exceção de Pindaré, nenhum dos outros municípios possui área indígena em seu território (Maranhão, 2011).
4 
4.1 
2.2 Código Florestal – O que mudou
Sancionada em 25 de maio de 2012 a Lei nº 12.651/2012, conhecida como Novo Código Florestal, foi instituída com objetivo de diminuir o avanço do desmatamento e, ao mesmo tempo, promover a integração sustentável entre recursos naturais e produção agrícola, sem que uma interfira nos resultados finais da outra (Fernandes, 2012). 
A reforma do antigo Código Florestal de 1965, desde que foi apresentada pela primeira vez pelo deputado e relator Aldo Rebelo, em junho de 2010, dividiu ruralistas, ambientalistas e acadêmicos, gerando um grande debate acerca das mudanças previstas. Ainda que uma atualização do código de 1965 fosse necessária, as medidas propostas pelo novo não seguiram a favor de um acordo entre ruralistas, ambientalistas e acadêmicos (FOZ, 2012).
Será feito a seguir um comparativo entre as principais mudanças ocorridas com a aprovação da Lei 12.651, de 2012. Inicialmente serão especificados alguns termos que de acordo com o Novo Código Florestal, ficam determinadas a conceituação: 
· Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão;
· Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;
· Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;
· Área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica pré-existente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;
· Pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3o da Lei no 11.326, de 24 de julho de 2006;
· Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com a palmeira arbórea Buriti (Mauritia flexuosa) - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas;
· Nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água;
· Olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente;
· Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante o ano;
· Várzea de inundação ou planície de inundação: áreas marginais a cursos d’água sujeitas a enchentes e inundações periódicas.
4.2.1 A Questão do Artigo 1º
O artigo 1º é dito como a definição dos princípios que regem a Lei, o qual enfatizava sobre a conciliação entre as atividades agropecuárias e a conservação da biodiversidade. Inicialmente foi incluído neste artigo, pela Medida Provisória nº 571/2012 (Brasil, 2012), o texto que preconizava:
“Art. 1º-A. Esta Lei estabelece normas gerais com o fundamento central da proteção e uso sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa em harmonia com a promoção do desenvolvimento econômico [...].“
Sendo o transcrito anterior vetado. Em outubro do mesmo ano, foi incluso pela Lei nº 12.727/2012 (Brasil, 2012), uma das regulamentadoras do Novo Código, uma nova versão, definitiva, do artigo 1º, que diz:
Art. 1o-A.  Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos.
Pode – se notar a clara afirmação do Governo em evidenciar os objetivos para a reforma da Lei, de proteger os biomas e promover a recuperação dos passivos dos mesmos.
	
4.2.2 Área de Preservação Permanente – APP
A APP pode ser dividida em três tipos: como protetor das águas – faixas marginais no entorno de cursos d’água, entorno de nascentes, entorno de reservatórios artificiais e no entorno de lagos e lagoas naturais; como protetor das montanhas – encostas com declividade superior a 45º, topos de morro, etc.; e como protetor de ecossistemas determinados – restingas, manguezais e veredas (Foz, 2012).
A primeira mudança ocorrida em relação às Áreas Preservação Permanente pode ser notada no artigo 4º, inciso I, onde foi retirada a obrigatoriedade de mata ciliar em rios efêmeros (...).
Ainda no artigo 4º, parágrafo 4º, ficou determinado que “Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção [...]”(Brasil, 2012).
Pequenas modificações em normas já vigentes, como no inciso IX do artigo 4º que reformulou o uso de topos de morros, montes, montanhas e serras, no qual passam a valer como áreas de preservação permanente somente aqueles que tiverem altura mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25º. Minimização da obrigatoriedade da recuperação das áreas de preservação permanente em áreas consolidadas até 22 de julho de 2008, determinado pelo artigo 61-A.
4.2.3 Reserva Legal
No caso da reserva ficou previsto nos parágrafos 6º, 7º e 8º, no artigo 12, da Lei federal nº 12.651/2012 (Brasil, 2012), que passam a não ser exigidos para os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto, de geração de energia elétrica, subestações ou áreas com instalações de linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica e em áreas com implantação e ampliação da capacidade de rodovias e ferrovias. Assim como em perímetro urbano o parcelamento de área para fins de loteamento fica, também, desobrigada, como prevê o artigo 19.
No artigo 18, da Lei Federal nº 12.651/2012 (Brasil, 2012) diz que “A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR [...]”. Sendo desobrigado, o proprietário, de executar a averbação daReserva Legal no Cartório de Registro de Imóveis, previsto no § 4º deste caput.
É aceitável, agora, o cômputo das áreas de preservação permanente no percentual da Reserva Legal, desde que localizadas na mesma bacia hidrográfica, como previsto no artigo 15 do Novo Código florestal.
O art. 44 institui a Cota de Reserva Ambiental – CRA, que constitui a cota ambiental, onde 1 cota é igual a 1 há, que pode ser doada ou vendida aos proprietários de terra que possuem déficit de Reserva Legal em suas áreas, sendo que ambas tem de estar localizadas no mesmo bioma, como determina o § 2º, art. 48, da Lei Federal 12.651/2012 (Brasil, 2012).
O art. 67, do Novo Código Florestal (Brasil, 2012) diz que “nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que possuam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao previsto no art. 12 (80% em áreas de Florestas na Amazônia Legal, 35% em áreas Cerrado na Amazônia Legal, 20% em áreas de campos gerais na Amazônia Legal e 20% no restante do país), a Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.”
E, finalmente, o art. 59, cita em seus termos a criação do denominado Programa de Regularização Ambiental – PRA, que tem o objetivo de promover a recuperação, recomposição e regeneração de áreas com passivo de Reserva Legal, a partir da adesão durante o preenchimento do Cadastro Ambiental Rural – CAR.
2.3 Origens do Cadastro Ambiental Rural – CAR
O CAR é um instrumento fundamental para auxiliar no processo de regularização ambiental de propriedades e posses rurais. Consiste no levantamento de informações georreferenciadas do imóvel, com delimitação das Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, remanescentes de vegetação nativa, área rural consolidada, áreas de interesse social e de utilidade pública, com o objetivo de traçar um mapa digital a partir do qual são calculados os valores das áreas para diagnóstico ambiental. Ferramenta importante para auxiliar no planejamento do imóvel rural e na recuperação de áreas degradadas, o CAR fomenta a formação de corredores ecológicos e a conservação dos demais recursos naturais, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental, sendo atualmente utilizado pelos governos estaduais e federal (Senar, 2015).
Objetivando um melhor entendimento sobre o funcionamento deste cadastro, nesta seção, será apresentado um histórico com o intuito de identificar as origens do monitoramento de áreas para controle de desmatamento, com foco na região da Amazônia Legal. O espaço temporal se situa entre início da década de 1990 até maio de 2014, que constitui a data da implantação do sistema.
No final dos anos 80 e início dos 90 surgiram os primeiros relatos sobre os efeitos degradantes ocasionados pelo aumento do desmatamento de florestas tropicais, em destaque a Amazônia. É nesse contexto que o país, em 1990, começou a fazer parte do Programa Piloto para Proteção de Florestas do Brasil (PPG-7), financiado pelo G-7 e União Européia e implementado com coordenação técnica do Banco Mundial. Na prática esse processo só se desencadeou em 1995. Em 1998 é lançado pelo Ministério do Meio Ambiente as bases para elaboração do Programa Nacional de Florestas (PNF), tendo como estratégia a “implementação de atividades de monitoramento e controle, enfocando principalmente o desmatamento ilegal e uso do fogo”. Desse projeto piloto do PPG-7 nasceu o SLAPR (Sistema de Licenciamento Ambiental de Propriedades Rurais) do Mato Grosso em 1999/2000 (Azevedo, 2009).
Como mecanismo de controle, o SLAPR consiste em articular de forma integrada três esferas de ação distintas: a fiscalização, o monitoramento e o licenciamento ambiental dos imóveis rurais. A legislação que o criou estabelece que o licenciamento ambiental constitui instrumento do controle do desmatamento. Assim, para a realização de qualquer atividade potencialmente poluidora no imóvel rural é necessária a denominada Licença Ambiental Única (LAU), obtida mediante prévio registro georreferenciado do imóvel, voluntário ou por notificação do órgão ambiental mato-grossense. Após a entrega da documentação pelos interessados (com a localização georreferenciada do perímetro e das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, e com as respectivas cartas imagens), as informações dos imóveis são cadastradas no sistema, denominado Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (SIMLAM). O órgão ambiental, de posse dessas informações das propriedades, as cruza com imagens de satélites contendo localização dos desmatamentos, nas suas rotinas de monitoramento. Caso não haja irregularidade e com a assinatura de um termo de compromisso pelo interessado em cumprir a legislação ambiental (Código Florestal, mais particularmente), o órgão emite a licença ambiental (Pires, 2013).
Em 2004, a Superintendência do IBAMA do estado de Goiás e o Ministério Público Federal (MPF) em parceria com a ONG The Nature Conservancy (TNC) elabora o Programa Pró – Legal com os objetivos de regularizar áreas de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, recuperar áreas degradadas, incentivar averbação de Reserva Legal, preservar a biodiversidade de remanescente de cerrado e a valorização econômica. O projeto é implantado no entorno de três Unidades de Conservação como programa piloto, as quais são: Parque Nacional das Emas, Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e Nascentes do Rio São Francisco no Estado de Goiás (Rio Preto e Rio Urucuia). A primeira etapa do programa consiste em realizar o cadastramento de propriedades localizadas no entorno destas localidades executando levantamento de coordenadas com GPS de navegação e com o auxílio de imagens de satélite, identificando a situação das Áreas de Preservação Permanente, remanescente de vegetação, áreas desmatadas, passivo de Reserva Legal. Na etapa seguinte serão realizados estudos, feitas análises e propostas resoluções para os déficits de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, onde serão aprimorados os procedimentos técnicos e normativos para simplificação da regularização, incentivo a atuação de prestadores de serviços, identificação de políticas públicas e projetos de incentivos e reuniões com produtores rurais para assinatura dos Termos de Ajustamento de Conduta (IBAMA, 2006).
No oeste do Pará, a partir de 2005, é desenvolvida uma iniciativa no município de Santarém e circunvizinhança. O avanço da soja no planalto santareno, motivado especialmente pela instalação do porto graneleiro da Cargil nesse município, passou a ser objeto de campanhas contrárias realizadas notadamente pelo Greenpeace. A empresa teve que assinar um Termo de Compromisso com o Ministério Público comprometendo-se a não adquirir soja proveniente de novas áreas ilegalmente desmatadas e, no caso de áreas já desmatadas, adquirir apenas daqueles produtores que estavam em processo de regularização ambiental. A TNC, com o apoio do sindicato dos produtores rurais, realizou o georreferenciamento das propriedades dos fornecedores da empresa multinacional, facilitando o posterior monitoramento das áreas. Mais de 128 mil hectares foram cadastrados. Criou-se um banco de dados que migrou posteriormente para o órgão ambiental do Estado (Pires, 2013).
É iniciada em 2006 uma parceria entre a Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), a TNC, a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), a prefeitura, as empresas Fiagril, Syngenta e Sadia para criação da “Campanha Lucas do Rio Verde Legal”, este projeto visa desenvolver um inédito estudo partindo não apenas do histórico de constituição e desenvolvimento de Lucas do Rio Verde, mas também demonstrar um novo momento do resultado social e ambiental do processo de transformação regional, por meio da investigação das políticas socioambientais na Amazônia legal, orientado por um olhar interdisciplinar do agronegócio, apoiada em três áreas de atuação (ambiental, trabalhistae sanitária), objetivando promover a regularização socioambiental das propriedades rurais do município compatibilizando o desenvolvimento agropecuário e a conservação ambiental da região. Assim surge o maior desafio do socioambientalismo hoje: conciliar as atividades produtivas necessárias para a sobrevivência de grupos sociais com a garantia de manutenção dos recursos naturais (Mattos et al, 2008).
Ainda no Mato Grosso, em dezembro de 2008, é criado através da Lei Complementar nº 343 o ”Programa MT Legal”, com proposta elaborada pelo Governo de Mato Grosso com a participação da TNC e outras ONGs, Procuradoria Geral do Estado, Ministério Público Estadual, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Famato. O MT Legal foi criado para promover a regularização ambiental dos imóveis rurais, permitindo um maior controle do uso dos recursos ambientais. O Programa vai funcionar por meio de três instrumentos: o Licenciamento Ambiental, o uso de tecnologias de controle via imagens de satélite e a fiscalização das atividades desenvolvidas nas propriedades rurais. Dessa forma, será possível, cada vez mais, conciliar o desenvolvimento econômico e social com a conservação do meio ambiente. Em período de tempo relativamente pequeno o MT Legal poderá mapear e restaurar os passivos ambientais e fazer a preservação de áreas que compõem as matas ciliares e nascentes, permitindo, ainda, que os proprietários ou possuidores de imóveis que tenham desmatado até dezembro de 2007 ajustem sua conduta por meio de Termo de Ajustamento de Conduta - TAC, no curso do processo de licenciamento ambiental, sem que sejam autuados (SEMA/MT, 2009).
O primeiro projeto em âmbito nacional é instituído em 2009, quando entra em vigor o Decreto Federal 7029/2009, denominado “Programa Mais Ambiente”, que estabelece a obrigatoriedade do Cadastro Ambiental Rural (CAR) a todas as propriedades do país com o prazo de três anos para adesão a regularização, sendo os principais instrumentos do programa: assinatura do Termo de Adesão e Compromisso, no qual o proprietário se compromete a recuperar, recompor ou manter o passivo de Áreas de Preservação Permanente e averbar a Reserva Legal, cadastro em sistema eletrônico de identificação goerreferenciada do imóvel ou posse rural, contendo a delimitação de Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal e remanescente de vegetação nativa localizadas no interior da propriedade e instrumentos de cooperação a serem firmados entre a União, os estados e municípios (Câmara, 2010).
Em junho de 2010, é colocada em questão a reforma da Lei nº 4.771/65, Código Florestal, proposta pelo deputado e relator Aldo Rabelo. Com o intuito de diminuir e/ou coibir a conversão de novas áreas, principalmente nas regiões de florestas ombrófilas, tem base no Projeto de Lei nº 1876/99 elaborado pelo, então, deputado Sérgio Carvalho, que dispõe sobre a preservação da vegetação nativa, Áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal, exploração florestal e dá outras providências (Câmara, 2012).
Em 25 de maio de 2012, é publicado no Diário Oficial da União o Novo Código Florestal pela Lei nº 12.651/12 (BRASIL, 2012). Esta lei passa pela regulamentação da Medida Provisória nº 571 da mesma data. A Lei do Novo Código Florestal continua sob análise, até que em 18 de outubro de 2012 é publicada no Diário Oficial a versão definitiva do Novo Código Florestal, que está em vigor desde esta data, já com as modificações e inclusões pela ementa da Lei no 12.727/12. Nesta Lei, ficaram explícitas as consequências de interesse econômicos imediatos de um grupo dentro da própria Câmara de Deputados, em que as decisões tomadas não priorizaram conciliar a produção agrícola com o desenvolvimento ambiental sustentável. A proteção do meio ambiente natural continua sendo obrigação do proprietário mediante a manutenção de espaços protegidos de propriedade privada, divididos entre Área de Preservação Permanente e Reserva Legal, que constituem o alvo da grande mudança, a implementação e a fiscalização desses espaços, agora sujeitos ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) (Foz, 2012).
	No dia 06 de maio de 2012, a ministra de Estado do Meio Ambiente assina a Instrução Normativa nº 2/MMA, de 2014, que estabelece o início do Cadastro Ambiental Rural – CAR em âmbito nacional, com prazo de um ano a contar desta data. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um importante instrumento para gerar e integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, controle ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Foi instituído pela Lei Federal nº 12.651, de 25 de maio de 2012, e regulamentado pelo Decreto 7.830/2012, sendo obrigatório para todos os imóveis rurais do território nacional, que representam cerca de 5,5 milhões de imóveis rurais. Consiste no georreferenciamento do perímetro do imóvel, os remanescentes de vegetação nativa, as áreas de preservação permanente, as áreas de uso restrito, as áreas consolidadas e a reserva legal (Brasil, 2014).
2.4 A Questão Ambiental no Maranhão
Os vetores do desmatamento no Maranhão são múltiplos e estão ligados às atividades ilícitas e/ou práticas não - sustentáveis realizadas, principalmente, nos setores econômicos primário (pecuária, agricultura, extrativismo vegetal e mineração) e secundário (siderurgia, madeireira, construção civil, etc.). Segundo dados atualizados do INPE, o desmatamento acumulado até o ano de 2009 na área monitorada pelo PRODES (Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite) é de 101.521 km², ou 70% da área total monitorada pelo sistema. Isto indica que a maioria das formações florestais amazônicas no Estado foram desflorestadas. No Maranhão, a taxa média de desmatamento neste bioma entre 1988 e 2009 foi cerca de mil km²/ano. Os dados do PRODES evidenciam que, no período entre 2002 e 2009, alguns municípios no Estado tiveram incrementos de desmatamento em áreas do bioma Amazônico entre 90 e 400 km², correspondendo a elevados percentuais em relação à área de cobertura natural da floresta (até 20%). Tais fatos demonstram que o processo de desmatamento no Maranhão, no bioma Amazônia, ainda ocorre com intensidade elevada em alguns municípios, o que requer atenção redobrada do sistema de monitoramento e fiscalização sobre estes territórios. No período 2010-2011, os municípios de Amarante do Maranhão e Grajaú passaram a integrar a lista dos maiores desmatadores da Amazônia legal, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente. Estes municípios também passaram a integrar o Programa Arco Verde (Maranhão, 2011). 
3. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar as principais dificuldades encontradas na execução do Cadastro Ambiental Rural – CAR, nas pequenas propriedades rurais em municípios da região Noroeste do Maranhão.
Objetivos Específicos
· Identificar a situação legal das propriedades e confrontá-la com as exigências ambientais previstas por lei no Novo Código Florestal; 
· Reconhecer as dificuldades encontradas durante a execução de cada etapa;
· Identificar o nível de assistência prestado pelos órgãos regionais capacitados para a realização do cadastro;
· Analisar pontos negativos/positivos durante o cadastramento.
4. METODOLOGIA
4.1 Delineamento da Pesquisa
A modalidade de investigação científica utilizada é o estudo de caso que induz a uma série de indagações mais aprofundadas de um caso específico visando uma delimitação bem condicionada em tempo e espaço, onde serão apresentados diversos dados quantitativos, mas sendo o enfoque principal (mais utilizado) a abordagem qualitativa. De acordo com Lüdke e André (1986) citados por Azevedo (2009), o trabalho qualitativo apresenta algumas características que o definem, como: vários dados coletados são descritivos, tem um foco importante no processo, o significado e perspectivas dos atores recebe especial atenção e segue um processo mais indutivo.
Ao contrário dos estudos experimentais, levantamentos ou estudos históricos, em estudos de caso todo e qualquermétodo de coleta de dados, de entrevistas a experimentos podem (e devem) ser utilizados (FOZ, 2012). Então, a escolha por esse delineamento metodológico se perfaz pelo melhor atendimento aos objetivos do projeto.
4.2 Área de Estudo
Os municípios escolhidos para a pesquisa são Bela Vista do Maranhão, Igarapé do Meio, Pindaré e Santa Inês localizados em duas diferentes microrregiões do estado do Maranhão (Figuras 01 e 02), sendo os dois primeiros inseridos na Microrregião da Baixada Maranhense (Mesorregião do Norte Maranhense) e, os outros dois, na Microrregião de Pindaré (Mesorregião do Oeste Maranhense).
Fonte: IBGE, 2001.
Figura 1: Localização dos municípios em relação às Mesorregiões.
Fonte: Google Earth Pro, 2015
Figura 2: Localização por imagem de satélite dos municípios.
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4.3 Estratégias para a Coleta de Dados
1) Observação
Foi utilizada, primeiramente, a pesquisa bibliográfica para obtenção de dados já registrados por outros autores. Houve participação em curso ministrado pelo Senar – MA, o CAP – CAR, com o auxílio de técnicos de estados em fases mais avançadas de cadastramento, e com o objetivo de capacitar o maior número de técnicos no Maranhão.
Ainda, houve a presença em treinamento disponibilizado pela empresa de consultoria ambiental L.CL.C. Consultores, ministrado pela equipe técnica, onde houve a aprendizagem na prática e eliminadas as principais dúvidas.
2) Entrevistas
Esta fase consistiu de, em um período de um mês, conversar com os principais interessados no cadastramento, dentre eles:
· Donos de Propriedades Rurais (ou que tenham algum parentesco e que estejam dentro do permitido para execução do cadastro);
· Técnicos Particulares;
· Técnicos Disponibilizados pelo Governo; e
· Setores de Assistência Rural (Sindicatos, Associações, Secretarias, etc.).
3) Questionários
Aqui foram elaborados os questionamentos respondidos pelos entrevistados, nos quais devem constar: 
· Opinião sobre o Cadastro Ambiental Rural – CAR em uma abordagem geral (Objetivo e influência sobre suas atividades);
· Principais dificuldades encontradas durante a execução.
Durante o questionário, também, serão citadas a mudanças ocorridas na Lei Federal nº 12.651/2012, que compõe as informações finais do cadastro.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Partindo do princípio da obrigatoriedade do registro no CAR, conforme disposto no art. 29 da Lei Federal 12.651/12 no qual está previsto os termos para execução do cadastro, pode–se traçar duas linhas de entendimento, sendo que a primeira apresenta de uma forma clara e precisa onde se tem especificado sobre a gratuidade da realização do cadastramento e, possível, ajuda técnica disponibilizada por órgãos ligados ao Sisnama (Sistema Nacional do Meio Ambiente). Em uma segunda visão, têm a prática do sistema, onde o módulo de cadastro do CAR pode ser acessado e utilizado por qualquer cidadão, em conjunto com a indisponibilidade de assistência técnica e informação no estado.
Foram escolhidas seis propriedades para o experimento, distribuídas em quatro diferentes municípios do noroeste maranhense, sendo dois imóveis no município de Santa Inês, dois em Pindaré - Mirim, um em Igarapé do Meio e um em Bela Vista do Maranhão, onde foi acompanhado todo o processo do cadastro e identificado as principais dúvidas ocorridas. Primeiramente serão apresentadas as propriedades, seguindo serão esplanadas as problemáticas e resoluções referentes ao preenchimento do módulo de cadastro e, finalizando, com opiniões de agricultores, instituições ligadas à assistência técnica e órgãos públicos.
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5.1 Propriedade I
A Fazenda Quatro Jotas fica localizada na zona rural do município de Pindaré – Mirim às margens da Br 316, bem próximo ao perímetro urbano do município de Santa Inês. Possuindo uma área de 88,68 ha, sendo que 44,12 ha são matriculados e 44,56 ha estão em regime de posse (Figura 3A).
A propriedade tem como atividade a criação de aves de cortes em intensivo, possui tanques de alevinos, mas já, atualmente, inutilizados, conta com pouco mais de 50% de área verde. Não possui Área de Preservação Permanente dentro do imóvel e não tem Reserva Legal Averbada. Estes são os principais pontos a serem observados inicialmente, já que o CAR visa à preservação, manutenção e recuperação de áreas verdes.
5.2 Propriedade II
A Fazenda Agronor V localizada na zona rural do município de Pindaré – Mirim, encontra – se às margens da Br 222 e possui uma área de 14,71 ha. Tem na criação intensiva de aves a atividade produtiva da propriedade. Não possui remanescente de vegetação, nem Área de Preservação Permanente e Reserva Legal Averbada (Figura 3B).
5.3 Propriedade III
A Fazenda Agronor III está localizada às margens da Br 222 na zona rural do município de Santa Inês, possuindo uma área total de 6,98 ha. A atividade produtiva, assim como nas duas anteriores, é a produção intensiva de aves. Também não possui área verde, Área de Preservação Permanente e Reserva Legal Averbada (Figura 3C).
5.4 Propriedade IV
Localizada às margens da Br 316 na zona rural do município de Santa Inês com uma área total de 30,28 ha, a Fazenda Patos de Minas também não possui de área vegetação remanescente, Área de Preservação Permanente e Reserva Legal Averbada, como as anteriores, a atividade produtiva é criação intensiva de aves (Figura 3D).
5.5 Propriedade V
A Fazenda São João está situada na cidade de Igarapé do Meio às margens da Br 222, contendo uma área total de 20,00 ha. Não contém Área de Preservação Permanente e Reserva Legal Averbada, não possui nenhum tipo de construção na área e não há atividade produtiva no imóvel (Figura 3E).
5.6 Propriedade VI
Localizado na zona rural do município de Bela Vista do Maranhão, possuindo uma área de 36 ha, o Sítio Santo Antônio não possui área de remanescente de vegetação, área de preservação permanente e reserva legal averbada (Figura 3F).
	IMAGENS DE SATÉLITE DA ÁREA DAS PROPRIEDADES
	
	
	Figura 3A: Imagem de identificação de área que possui matrícula (em verde) e área de posse (em amarelo).
	Figura 3B: Imagem de identificação de área ocupada pelo imóvel.
	
	
	Figura 3C: Imagem de identificação da área total da propriedade.
	Figura 3D: Imagem de identificação da área total do imóvel.
	
	
	Figura 3E: Imagem de identificação da área total da propriedade.
	Figura 3F: Imagem de identificação da área total do imóvel.
Fonte: Google Earth Pro, 2015.
TABELA 1: Imagens de satélite da área das propriedades.
5.7 Dificuldades durante o cadastro e suas devidas resoluções
Durante o acompanhamento do preenchimento no módulo do CAR juntamente com os proprietários das terras, surgiram várias dúvidas, serão citadas e ilustradas a seguir essas dificuldades, juntamente com uma proposta de resolução sempre pautada nas referências jurídicas do CAR.
A primeira dúvida aconteceu ao abrir o módulo de cadastro, sendo a pergunta mais frequente: “O que devo fazer agora?” (Figura 4). Os que seguiram com o cadastro sem perguntar sempre se dirigiam a guia CADASTRAR e assim não conseguiam passar da etapa imóvel, sendo sempre solicitados a baixar as imagens do município (Figura 5). Uma grande vantagem do módulo do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) é essa, onde o próprio Sicar te indica quando há erros em alguma guia, como campos sem preenchimento e o ocorrido anteriormente.
Fonte: Sicar, 2014.
Figura 4: Guia inicial do Módulo de Cadastro do CAR.
Fonte: Sicar, 2014.
Imagem 5: Aviso do Sicar.
Seguindo com o módulo, nas etapas CADASTRANTE, IMÓVEL E DOMÍNIO não ocorreram dúvidas. Na etapa DOCUMENTAÇÃO houve dúvidas quanto ao campo “área do imóvel” já que na propriedade I, possui uma área com matrícula e restante constitui posse, não havendo opção de inserir mais de um tipo de documento, não podiam ser feitos dois cadastros separados das áreas, pois além de constituírem um mesmo imóvel, o regime de porcentagem de Reserva Legal que está inserida obriga o proprietário a deixar 80% de área verde já que o imóvel está em área de floresta amazônica, diminuindo, assim, o aproveitamentode área. Usando como referência o parágrafo 2º do art. 29 da Lei Federal nº 12.651/2012, onde enfatiza que as informações disponibilizadas ao sistema não são consideradas como títulos para fins de reconhecimento de propriedade ou posse, foi feito o preenchimento utilizando somente com a área registrada (Figura 6).
Fonte: Sicar, 2014.
Figura 6: Demonstrativo do campo. 
Na quinta etapa têm–se o GEO, que nada mais é que o carregamento das imagens do imóvel. Esta é uma etapa que até mesmo o governo já prevê como um fator determinante para emissões de retificações e, por isso, a que gera mais dúvidas. Aqui, também, houve dúvidas sobre a área da Propriedade I, já que, como foi citado anteriormente, o imóvel possui dois regimes de propriedade. De acordo com art. 6º do Decreto Federal 7.830/2012 que diz:
“A inscrição no CAR, obrigatória para todas as propriedades e posses rurais, tem natureza declaratória e permanente, e conterá informações sobre o imóvel rural.”
Levando em consideração o disposto no artigo citado, para fins de declaração foi inserida a área total do imóvel unificando as áreas com matrícula e de posse.
Ainda na etapa GEO, a questão que gerou questionamento nas seis propriedades foi a Reserva Legal, que pelo fato dos imóveis estarem localizados em área de floresta amazônica o proprietário é obrigado a deixar 80% de área verde, a qual deve compor a Reserva Legal, sendo que das seis somente a Propriedade I ainda possui área verde. Lembrando que o valor de um Módulo Fiscal (MD) nos municípios de Pindaré–Mirim, Santa Inês, Igarapé do Meio e Bela Vista do Maranhão são 60 ha, contendo os imóveis:
· Propriedade I: 1,48 MD;
· Propriedade II: 0,25 MD;
· Propriedade III: 0,12 MD;
· Propriedade IV: 0,51 MD;
· Propriedade V: 0,33 MD;
· Propriedade VI: 0,57 MD.
Para preenchimento, foi considerado o art. 67 da Lei Federal nº 12.651/12 onde foi estabelecido que imóveis rurais com áreas inferiores a quatro módulos fiscais e que possuem porcentagem de área verde que não contemplem o estabelecido na Letra a do Inciso I do art. 12 da mesma lei (que obriga o proprietário a deixar 80% de área verde em imóveis situados em áreas de floresta amazônica) e tenham sido convertidas antes de 22 de Julho de 2008, não serão obrigadas a repor área para composição da reserva.
Na última etapa, INFORMAÇÕES, consta um formulário com perguntas sobre os programas de regularização ambiental do governo (Programa de Regularização Ambiental–PRA, Programa de Recuperação de Áreas Degradadas–PRAD, Termo de Ajuste de Conduta–TAC), onde as principais dúvidas foram em aderir ou não aos programas. Para aderir aos programas as propriedades teriam que estarem irregulares com as atribuições determinadas pelo Novo Código Florestal (Lei Federal nº 12.651/2012), e de acordo com as análises anteriores nenhum dos imóveis necessitaram dos programas de regularização.
Vale ressaltar uma grande dificuldade encontrada pelo produtor da Propriedade VI, que por questões culturais possui um baixo nível de escolaridade, o que podemos chamar de “semi–analfabetismo”. Este não conseguiu nem reconhecer o imóvel por imagem de satélite.
5.8 Diferentes opiniões sobre o CAR
 Foram feitas as entrevistas utilizando o questionário, em anexo, tendo como entrevistados os proprietários dos imóveis constantes na pesquisa, técnicos que prestam assistência sobre o CAR e pessoas ligadas diretamente às instituições e órgãos públicos ligados a agricultura e meio ambiente.
O questionário foi composto de sete questões que indagam sobre o CAR, influência do cadastro sobre as atividades rurais, a efetividade no funcionamento do sistema e os pontos positivos e negativos do cadastramento.
Em relação aos proprietários a maioria entendia o que é o CAR e sua finalidade, porém todos tiveram dúvidas quanto à execução do cadastro, alguns acharam até fácil e simples as primeiras etapas do Módulo, mas foram unânimes sobre as opiniões sobre a etapa GEO e INFORMAÇÕES, sendo que as duas etapas foram vistas como as mais difíceis de serem executadas. Alguns proprietários pensaram que podem ocorrer mudanças quanto ao nível de desmate, outros disseram que o governo não conseguirá ter controle quanto ao desmatamento, assim como já não tem. Como pontos positivos foram citados o conhecimento da área pelos proprietários, já que alguns desconheciam o nível de área verde existente, a questão da preservação ambiental, também foi citada. Como pontos negativos, foram listados gastos com programas de regularização, restrição de créditos rurais e a porcentagem para áreas de florestas que restringe o aumento da área de produção. Quanto a assistência técnica prevista pelo governo citaram como ineficiente, já que na opinião deles, o governo disponibilizou poucos técnicos para muita área. Em relação a primeira etapa do CAR, período que se estendeu entre 05 de maio de 2013 a 05 de maio de 2014, alguns disseram que nem sabiam ainda do cadastro, outros disseram, ainda, que não fizeram no prazo por falta de assistência eficiente.
Já na entrevista com técnicos e pessoas ligadas e/ou que trabalham em instituições e órgãos públicos, as repostas foram bem mais positivas, disseram que o cadastro é bem simples, comentaram também, sobre as últimas duas etapas do cadastro no qual as opiniões foram bem divididas, alguns acham que não será problema para quem conhece bem sua propriedade demarcar as áreas exigidas, para outros não precisa conhecer só a propriedade, é imprescindível ter um mínimo senso jurídico para ser efetuado de forma correta. Alguns disseram que o governo sabe e já espera grande número de retificações, “muitos proprietários de grandes áreas que já converteram mais que o permitido não irão querer abrir mão dessas áreas, até mesmo porque muitos possuem parte de sua produção nessas áreas” disse Fabriciano dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Inês – MA. Ressaltaram que há assistência técnica suficiente para suprir as necessidades de cadastro, comentaram que a grande dificuldade para finalização dos cadastros é a falta de incentivo do governo em divulgação do CAR. Disseram que há mais pontos positivos que negativos, vai ajudar o produtor a manter área verde na propriedade, além do que, quem efetuar o cadastro terá mais facilidade a créditos rurais, dentre outros.
6. CONCLUSÃO
Apesar do Sicar ser criado para facilitar, o mesmo não impossibilitou o surgimento de dúvidas, quanto a execução.
O CAR é visto, por alguns, como um sistema falho na questão de marcação da área do imóvel, já que por ser um sistema de fácil acesso por leigos em sistemas cartográficos, possa vir a gerar erros de sobreposição. 
A assistência técnica possui falhas por não possuir um nível jurídico suficiente para solução dos problemas referentes as leis, decretos e instruções que regem o cadastro.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BRASIL. Lei Federal nº 12.651, de 12 de maio de 2012.Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outrasprovidências.Brasília, DF: Senado, 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>Acesso em 11 de agosto de 2015.
CÂMARA, PROGRAMA MAIS AMBIENTE: Decreto Federal nº 7.029/2009.Institui o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental de Imóveis Rurais, denominado “Programa Mais Ambiente”, e dá outras providências. Brasília, DF, 10 dezembro. 2009.Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/Decreto/D7029.htm>. Acesso em 02 de junho de 2015.
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FERNANDES, Pablo Luiz Pereira. ANÁLISE DAS PRINCIPAIS MUDANÇAS QUE A LEI FEDERAL Nº 12.651/12 (NOVO CÓDIGO FLORESTAL FEDERAL), DE 25 DE MAIO (COM AS INSERÇÕES ADVINDAS PELA MEDIDAPROVISÓRIA Nº 571/12, DE 25 DE MAIO, E PELA LEI FEDERAL Nº 12.727/12, DE 17 DE OUTUBRO), TROUXE AO ORDENAMENTO JURÍDICO AMBIENTAL.Goiânia, GO: MP – GO, 2012. Disponível em: <http://www.mpgo.mp.br/portal/system/resources/W1siZiIsIjIwMTMvMDQvMDUvMTRfMjJfMDdfMTA5X2NvbnNpZGVyYWNvZXNfQ0FPTUFfbGVpX2ZlZC5fMTI2NTEuMTIucGRmIl1d/consideracoes%20CAOMA_lei%20fed.%2012651.12.pdf>. Acesso em 11 de agosto de 2015.
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APÊNDICE
APÊNDICE – A
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA
DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA
ENTREVISTADORA: ELAINE SOUSA GOMES
QUESTIONÁRIO QUALITATIVO APLICADO RELATIVO A OPINIÕES SOBRE O CADASTRO AMBIENTAL RURAL – CAR
1) O que você entende ser o Cadastro Ambiental Rural – CAR?
2) O que acha do Módulo de cadastro disponibilizado pelo governo?
3) Que mudanças você acha que ocorreram nas propriedades rurais após a execução do cadastro?
4) Quais os principais pontos positivos que você consegue observar no CAR?
5) E os negativos?
6) O que você acha da assistência prestada pelo governo para execução do CAR?
7) Porque, em sua opinião, o governo não conseguiu chegar nem aos 50% de imóveis cadastrados na primeira etapa do CAR?

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