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Eletroencefalograma e Sono-Vigília

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ELETROENCEFALOGRAFIA – EEG 
 
A eletroencefalografia (EEG) é um método 
eletrofisiológico de estudar a atividade elétrica dos 
neurônios corticais (córtex) e do tálamo, em 
decorrência de diferentes estímulos que ocorrem 
verticalmente no córtex, ou seja, da medula em direção 
ao córtex ou vice-versa. Vale ressaltar que, o córtex é 
muito superficial, estando, portanto, junto da calota 
craniana. Então, significa dizer que, os sinais elétricos 
apresentam uma amplitude maior, sendo, através 
disso, mais fácil à detecção do vetor elétrico. Agora, 
uma atividade mais interna do SNC (mesencéfalo, 
gânglios da base, tronco cerebral) não é possível ser 
registrado, pois o eletrodo externo se encontra longe, 
não conseguindo, com isso, detectar as ondas mais 
internas. Sendo assim, a EEG é muito boa para estudar 
a atividade elétrica cortical e talâmica, mas não de 
outras estruturas mais internas do SNC. Isso porque, 
essas amplitudes do vetor elétrico são de baixa 
amplitude. 
O registro da atividade eletroencefalograma terá a 
capacidade de detectar ondas de quase 0 até o máximo 
de 200 µV, por isso o galvanômetro deve amplificar 
muito as ondas do EEG. Ademais, as frequências das 
ondas podem variar de 0,5 a até 80 Hz. 
A (EEG) não apresenta um padrão de onda que se 
repetem, sendo, então, um pouco “caótico”. Esta, 
apresenta ondas de frequência e amplitude muito 
diferentes do eletrocardiograma. Com isso, sua 
interpretação se torna mais difícil. 
Os dois traçados, tanto a eletrocardiografia quanto a 
eletroencefalografia, são realizados através da 
colocação de dois eletrodos, sendo um positivo e outro 
negativo. Estes eletrodos, medem a diferença de 
potencial entre eles (positivo e negativo). Então, essa 
onda representa em um dado momento, um vetor 
elétrico instantâneo, onde uma corrente elétrica neural 
está indo de uma posição à outra em direção a esses 
eletrodos. 
O número de células e o processo da transmissão ao 
longo da atividade elétrica do coração pode ser 
considerado um vetor mais organizado, ou seja, é 
 
semelhante ao longo do tempo. Porém, o mesmo não 
ocorre na eletroencefalografia. Sendo assim, o padrão 
não se repete, tendo ondas de frequência e amplitude 
muito diferentes. Esta, é altamente afetada se o 
indivíduo estiver em repouso, com os olhos fechados e 
sem estimulação auditiva. E, se o mesmo tiver 
estimulação auditiva e visual, mesmo estando em 
repouso, isso já muda o comportamento. Ademais, se o 
indivíduo estiver em sono profundo, isso, também, 
muda o comportamento. Além disso, se o mesmo 
estiver em vigília e for pedido para o indivíduo fazer um 
pensamento lógico, isso também muda o padrão. Com 
isso, nota-se que é muito variável em relação aos 
vetores frente à o que está acontecendo com o 
indivíduo. 
Outrossim, a EEG é uma atividade elétrica de milhares 
(ou milhões) de células, em especial, as piramidais 
(principais) corticais. As células piramidais são as células 
maiores do córtex, gerando potenciais elétricos 
maiores (não em termos de voltagem). Também, não 
apresentam um padrão regular, são em geral 
assincrônicas (diferentes a cada momento), pois é uma 
soma vetorial de um dipolo elétrico instantâneo. 
A parte positiva e negativa de uma onda não infere a 
atividade excitatória ou inibitória da sinapse. Com isso, 
não se pode dizer que a parte positiva é executada por 
uma sinapse excitatória e a parte negativa por uma 
sinapse inibitória. 
ONDAS DE FREQUÊNCIA E AMPLITUDE 
O EEG consiste, então, de um conjunto de ondas de 
frequências e amplitudes médias distintas que são 
denominadas de ondas beta, alfa, teta, delta, gama e 
mu (ou mi). 
ONDA BELTA 
Esta, aparece mais frequente nas regiões pré-centrais, 
ou seja, na parte mais anterior. São assincrônicas em 
ambos os hemisférios cerebrais (esquerdo e direito) e 
diminuem em movimentos dos membros 
contralaterais. Além disso, essas ondas estão presentes 
na vigília alerta. 
Eletroencefalografia e Sono-Vigília 
 
ONDA ALFA 
Presente na maioria dos adultos normais, em geral, 
quando o indivíduo está relaxado e com os olhos 
fechados (sem estímulos sensoriais auditivos, visuais) e 
desaparecem quando os olhos são abertos em 
ambiente iluminado, quando o indivíduo ouve algum 
som ou realiza alguns cálculos mentais. Essas ondas 
estão presentes quando a pessoa está, popularmente 
dizendo, no “mundo da lua”. 
ONDA TETA 
Se trata de um ritmo de origem no hipocampo (região 
próxima do tálamo e hipotálamo) nos estados de sono 
e/ou sonolência. Na região frontal aparece, também, 
durante a realização de cálculos matemáticos. 
ONDA DELTA 
É a onda característica de certas fases do sono, 
aparecendo de forma intermitente, ou seja, aparece um 
pouco e depois desaparece. 
ONDA GAMA 
Advém principalmente do córtex somatosensorial, 
motor, visual e auditivo, indicando vigília, atenção 
sensorial (ao tato, atividade motora e visual, auditiva) e 
atividade mental superior. 
ONDA MU (MI) 
Esta onda é presente somente na vigília, desaparecem 
na sonolência e durante o sono; seu significado está 
relacionado à região motora cerebral e aparece em 
curtos períodos e logo desaparece. 
 
Essas 6 ondas, apresentam características no que tange 
a frequência e voltagem das mesmas, expressas no 
quadro abaixo: 
 
 
 
 
Sono leve: onda delta 
METODOLOGIA DA CAPTAÇÃO DE SINAIS 
ENCEFALOGRAMAS 
O registro do eletroencefalograma (EEG) é um 
procedimento não invasivo, indolor e sem efeitos 
colaterais; pode ser realizado várias vezes no dia, na 
semana ou no mês. Além disso, pode ser realizado com 
facilidade e segurança para pacientes de qualquer 
idade, desde recém natos até idosos. 
Consiste na instalação de 21 eletrodos no couro 
cabeludo, em posições pré-determinadas chamadas de 
Sistema Internacional 10-20, sendo uma padronização 
internacional e significa que se usa 20 eletrodos de 
captação do sinal, sendo 10 do lado direito e 10 do lado 
esquerdo e, 1 eletrodo é o chamado de eletrodo 
neutro, sendo este para retirar interferências, portanto, 
não registrando atividade elétrica. 
 
Utiliza pontos que são marcados e padronizados de 
maneira internacional, dividindo o crânio em diferentes 
pontos de referências em dois planos e relativos as 
estruturas ósseas logo abaixo do eletrodo. 
Os pontos de referências no plano medial são o nasal 
(entre as duas sobrancelhas) e na parte posterior, o 
inion (base do crânio, na parte de trás da cabeça) E, o 
plano perpendicular entre as estruturas pré-auriculares 
de ambos os lados (direito e esquerdo). 
Esses 20 eletrodos, sendo 10 de cada lado, suas 
posições recebem nomes, nos quais são relativos às 
estruturas ósseas, sendo classificados em: Fp = frontal 
polar; F = frontal; T = temporal; P = parietal; O = occipital 
e Z = linha zero ou média (de referência). O lado 
esquerdo da linha média recebe os números impares e 
do lado direito os pares. Têm-se, então, as 20 
coordenadas que sempre será constituído por letras e 
números dos eletrodos. 
 
 
 
Tem-se na figura acima um corte da região cortical em 
que se mostra as células maiores (células piramidais). E, 
está sendo representado uma atividade elétrica (cargas 
positivas e negativas) nesta sinapse na qual está ativa. 
O QUE É FEITO 
Existe pelo menos 5 procedimentos diferentes para a 
realização do traçado do EEG que pode ser selecionado 
pelo neurologista, em função dos objetivos e daquilo 
que ele deseja observar. 
• Rotineiro 
É o mais frequente e utilizado. Se trata de um registro 
realizado com algumas atividades, sendo estas: abrir e 
fechar os olhos, movimentos respiratórios (expiração e 
inspiração), incidência de luz piscante, estimulação 
sonora (música) ou até pequenos problemas de lógica 
ou matemática (5x3+4). 
• Sono 
Neste caso, o paciente dorme no hospital e faz-se o 
registro do EEG durante a noite toda para descobrirdistúrbios do sono que só aparecem quando o indivíduo 
está dormindo. 
• Vigília 
Semelhante ao primeiro, porém sem estímulos 
sensoriais (abrir e fechar os olhos). 
• Mapeamento cerebral 
É feito, com o auxílio de um computador, um mapa 
colorido da atividade cerebral. E, é visto, por exemplo, 
em qual região existe maior taxa metabólica (maior 
despolarização) e na tela do computador, essa região 
fica mais avermelhada em relação à outra região que 
não tem ou apresenta pouca atividade, na qual ficará 
azul. 
Obs: no caso de um AVC isquêmico, ou seja, não houve 
a chegada de sangue e oxigênio e os neurônios dessa 
região morreram, com isso, não se tem atividade 
elétrica), então, essa área ficará sempre azul. 
• Prolongado 
Com um equipamento portátil, faz-se o registro 
contínuo por 1 a 3 dias, realizando suas atividades 
diárias de rotina. 
FUNÇÃO DO REGISTRO DA EEG 
O registro do EEG serve clinicamente para diagnosticar 
uma série de distúrbios neurológicos ou psiquiátricos, a 
saber: epilepsia, demência, perda de consciência, 
tumores cerebrais, lesões cerebrais, hemorragias, 
apneia do sono, narcolepsia, edema cerebral, 
traumatismos cranianos, tontura persistente, cefaleias 
intensas e frequentes, AVC, encefalites, efeitos de 
drogas e álcool, identificação de diferentes graus de 
coma e morte cerebral. 
O primeiro traçado de EEG foi realizado em 1875 em 
coelhos e macacos; no homem, foi somente em 1929 
pelo neurofisiologista alemão Hans Berger. 
 
Tem-se nesta imagem acima os pontos de referência e 
o traçado, neste caso, de rotina, ou seja, o indivíduo não 
está dormindo e ondas do tipo beta. 
Na última linha, tem-se um traçado eletrocardiográfico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA ATIVADOR RETICULAR ASCENDENTE (SARA) 
 
Como é a transição do momento em que o indivíduo 
está em vigília e passa para o momento de sono? Ou 
como se passa do sono para o momento de acordar? 
Essa alternância é dada pelo SARA. 
A região superior da Formação Reticular do Tronco 
Cerebral é uma estrutura muito complexa com redes 
neurais ascendentes e descendentes que faz conexões 
com várias regiões, sendo estas: córtex cerebral, 
tálamo, hipotálamo, sistema límbico, cerebelo, outras 
áreas do tronco cerebral e com a medula. Também, se 
faz conexões com informações aferentes sensoriais ou 
informações auditivas. 
Essa região foi descrita por Bremer, em 1936, que esta 
região estava relacionada com a ativação do córtex 
cerebral por meio de neurônios aferentes para iniciar e 
manter o estado de vigília, e foi, então, denominado de 
Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA). 
Além disso, este Sistema Ativador Reticular Ascendente 
abre-se na forma de um leque a partir do tálamo, no 
qual realiza uma ativação (potenciais de ação) na forma 
de um leque para toda região cortical. E, projeta suas 
fibras para diversas áreas corticais, ativando o córtex e 
sendo responsável pelo ato de despertar (efeito 
psicomotor), ou seja, manter-se em vigília; aumento da 
atividade do hipocampo e do córtex cerebral, com 
ondas do EEG características da vigília e alerta. 
 
A destruição da área da formação reticular leva o animal 
ao coma (não entra mais em vigília) e ondas do EEG 
características do sono. Por sua vez, se for feito o 
inverso, a estimulação elétrica desperta o animal, 
mantem a vigília enquanto esta área estiver sendo 
 
estimulada. Ademais, irá apresentar o estado de alerta, 
com ondas do EEG características da vigília (ondas beta) 
Os neurotransmissores deste sistema são a 
noradrenalina (lócus cerúleos), dopamina (mesencéfalo 
e substância negra) e serotonina (núcleo da rafe). Estes 
neurotransmissores irão modular o sono-vigília. 
Durante a II Guerra Mundial observou-se que alguns 
soldados dormiam muito e tinham dificuldade de 
acordar e manter a vigília. Estes indivíduos eram os 
primeiros a morrer e, exames de necropsia 
evidenciaram encefalite letárgica na região do SARA, 
confirmando sua função de ativação do córtex cerebral. 
MECANISMO DE ALTERNÂNCIA SONO-VIGÍLIA 
Existe um mecanismo de retroalimentação entre o 
SARA e o córtex cerebral. Durante a vigília, a formação 
reticular, de uma maneira de vias ascendentes, estimula 
o tálamo e o córtex na forma de um leque que se abre. 
No entanto, o tálamo e o córtex apresentam vias 
descendentes que estimulam, também, a formação 
reticular que, por sua vez, volta a estimular o córtex. 
Então, as vias descendentes voltam a estimular a 
formação reticular e, desta, o córtex. No momento da 
vigília, a região da ponte está inativa e se mantêm, 
assim, o indivíduo acordado. Se uma região da ponte 
estiver gerando potenciais de ação, isto irá inibir a 
formação reticular, deixando de ter ativação do córtex 
e do tálamo. Desta maneira, interrompe a vigília 
levando o indivíduo ao sono. Então, enquanto a região 
da ponte estiver inibindo a formação reticular, o 
indivíduo fica dormindo até que algo possa sessar os 
sinais inibitórios da ponte sobre a formação reticular. 
Portanto, durante a vigília tem-se a formação reticular 
estimulando o córtex e o córtex reestimulando a 
formação reticular. E, o início do processo de 
manutenção do sono é um processo ativo (geração de 
potenciais de ação), com origem na ponte, inibindo a 
formação reticular. 
 
 
 
O SARA nada mais é do que a via ascendente que sai da 
formação reticular, vai para o tálamo e córtex e do 
tálamo e córtex (linha azul), volta estimulando, 
também, a formação reticular. 
O SARA é um sistema ativador reticular ascendente, ou 
seja, de uma região da formação reticular que 
apresenta vias neurais na forma de um leque que vão 
para o tálamo e córtex e, dessas vias, voltam para a 
formação reticular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SONO-VIGÍLIA 
 
O sono-vigília será uma consequência do SARA. 
SONO 
O sono é definido como o estado de inconsciência do 
qual a pessoa pode ser despertada por um estímulo 
sensorial sendo, portanto, uma situação reversível. 
Deve ser distinguido do coma, que é um estado de 
inconsciência do qual a pessoa não pode ser 
despertada. Além disso, o sono é uma desconexão 
perceptiva do ambiente, ou seja, o indivíduo não vê, 
não tem informações olfativas, gustativas e auditivas, à 
não ser se essas informações forem muito fortes (tocar 
do despertador, que inibe ação da ponte e 
consequentemente não inibe a formação reticular). O 
sono é fundamental para o bem estar do indivíduo. Sua 
privação causa desordens de ordem funcional, social e 
psicológica em graus variados. 
VIGÍLIA 
Estado de consciência (estar desperto e ativo), com 
manifestações vegetativas, funcionais, 
comportamentais, psíquicas e motoras bem definidas; 
apresenta alta conexão com o meio ambiente e social e 
as respostas são rápidas e adequadas. 
 
DOIS TIPOS DE SONO 
O sono é parte integrante da vida de uma pessoa, para 
cada ano (12 meses), passa-se 4 meses dormindo. 
Qualquer pessoa percorre estágios de dois tipos de 
sono, que se alternam um com outro. Esses tipos são 
chamados de: sono com movimentos rápidos dos olhos 
(sono REM), no qual os olhos realizam movimentos 
rápidos, apesar da pessoa ainda estar dormindo; e sono 
de ondas lentas ou não REM (NREM), no qual as ondas 
cerebrais são fortes e de baixa frequência 
SONO REM OU PARADOXAL (REM) 
No sono REM, os olhos, mesmo estando com a pálpebra 
fechada, está se movendo rapidamente. Por isso, o 
sono REM é classificado de sono com movimentos 
rápidos do olho. 
 
O sono REM também pode ser chamado de paradoxal, 
pois a atividade elétrica encefalográfica possui ondas 
beta (ondas características da vigília). 
Este, ocorre em episódios que ocupam 
aproximadamente 25% do tempode sono dos adultos 
jovens e está associado ao período dos sonhos, ou seja, 
durante o sono REM, se tem os sonhos. Também, não é 
reparador, então, não se descansa nesse sono e ocorre 
a cada 90 minutos em média, possuindo uma duração 
de 3 a 30 minutos. 
Quando a pessoa está extremamente sonolenta, cada 
episódio de sono REM é curto e pode até estar ausente. 
Por sua vez, à medida que a pessoa vai ficando mais 
descansada com o passar da noite, a duração dos 
episódios de sono REM aumenta. 
Em resumo, o sono REM é o tipo de sono em que o 
cérebro está bem ativo. Entretanto, a pessoa não está 
totalmente consciente em relação ao ambiente, e, 
portanto, ela está na verdade adormecida. 
Características: 
• É a forma ativa de sono, geralmente associada 
a sonhos e movimentos musculares (braços e 
pernas) ativos. 
• É mais difícil despertar o indivíduo por estímulo 
sensorial do que durante o sono de ondas 
lentas, e as pessoas em geral despertam 
espontaneamente pela manhã, durante o 
episódio de REM. 
• O tônus muscular está excessivamente 
reduzido, indicando forte inibição das áreas de 
controle da medula espinal. 
• Comumente, as frequências cardíaca e 
respiratória ficam irregulares, em especial, 
ficam mais aumentadas, o que é característica 
dos sonhos. 
• Há movimentos rápidos dos olhos, o que 
caracteriza esse momento do sono 
• O cérebro fica muito ativo no sono REM, e o 
metabolismo cerebral pode estar aumentado 
por até 20%. 
• EEG com ondas semelhantes ao estado de 
vigília (ondas beta). 
SONO DE ONDAS LENTAS OU NÃO REM (OL OU NREM) 
Compreende 75% do tempo do sono, é profundo, 
restaurador e ocorre, em geral, na primeira hora do 
sono em estágios que vão se repetindo. Este sono, 
apresenta um tempo de percentual diferente do recém 
nato até o idoso. Em recém-natos o sono NREM ocupa 
50% do tempo de sono (que é de 12 a 16 horas de 
sono/dia), em adultos jovens 75% (7 a 9 horas de 
sono/dia) e em idosos cerca de 90% (4 a 7 horas de 
sono/dia). 
Embora o sono de ondas lentas seja chamado de “sono 
sem sonhos”, sonhos e até pesadelos podem ocorrer 
durante esse estágio. A diferença entre os sonhos que 
ocorrem no sono de ondas lentas e os que ocorrem no 
sono REM, é que os do sono REM são associados à 
maior atividade muscular corporal, e os sonhos de 
ondas lentas usualmente não são lembrados, pois não 
acontece a consolidação dos sonhos na memória. 
Características: 
• Sono relaxante e restaurador. 
• Diminuição da PA, FC e FR. 
• Tônus muscular muito relaxado 
• Metabolismo basal reduzido. 
• Predomínio do tônus parassimpático. 
• Pode haver sonhos e pesadelos não lembrados. 
• EEG com ondas lentas (em diferentes estágios). 
TEORIA DO SONO 
Centros neurais localizados na região média da ponte 
tem a capacidade de inibir a parte superior do tronco 
cerebral, o Sistema Ativador Reticular Ascendente, e 
induzir o sono; assim o sono é também um processo 
ativo. 
A estimulação elétrica de algumas áreas do cérebro 
pode induzir o sono, mas não se sabe se isso ocorre 
fisiologicamente; estas 3 áreas são: 
• Núcleos da rafe; 
• Núcleo supraquiamático; 
• Núcleos do trato solitário. 
Lesões em algumas áreas promovem vigília intensa e 
insônia. 
FUNÇÃO BÁSICA DO SONO 
Restaurar o equilíbrio natural entre os centros 
neuronais. 
FASES DO SONO E VIGÍLIA 
 
ONDAS 
 
 
Amarelo: acordando (onda beta) 
Verde: relaxado (onda alfa) 
Azul: sono REM 
Complexo K: onda de grande amplitude 
POLISSONOGRAFIA 
É uma técnica utilizada para o estudo do sono, onde 
registra-se a atividade elétrica do córtex (EEG) e um 
pouco do tálamo, os movimentos oculares (eletro-
oculograma), eletromiografia (EMG) de alguns 
músculos, eletrocardiografia (ECG), frequências 
cardíaca e respiratória, termorregulação e outros 
ajustes viscerais durante as diferentes fases do sono. 
SONHO 
O sonho é uma experiência de imaginação do 
inconsciente durante o sono, pode ser agradável ou não 
ou indiferente. Não há lógica e exatidão temporal ou 
espacial. Por exemplo, um indivíduo sonha que está em 
seu escritório e o mesmo sai deste local e chega no 
Japão, ou seja, não há uma exatidão temporal ou 
espacial. 
São fenômenos psíquicos, por isso, muitos psiquiatras 
às vezes utilizam o sonho para fazer interpretações; 
imagens, representações, atos e ideias. 
A atividade onírica (relativo aos sonhos) parece fascinar 
a humanidade; na antiguidade acreditava-se que seria 
uma outra vida com acesso somente pelo sonho. 
Hobson e McCarley relatam que os sonhos são apenas 
associações e memórias do córtex cerebral, como por 
exemplo, pode acontecer de o indivíduo estudar o dia 
todo e no sonho sonhar que ainda está estudando. 
Essas associações e memórias do córtex cerebral são 
causadas por descargas aleatórias do tronco cerebral 
durante o sono REM. 
Se um voluntário for acordado logo após o sonho (pela 
atividade do EEG) ele irá lembrar quase todo o sonho, 
se for desperto 5 a 10 minutos após, já há perda de até 
50% do sonho, isto porque a memória do sonho deve 
permanecer em ”alças” neurais que entram em fadiga 
e rapidamente são perdidas. 
Agora, se o voluntário for acordado 30 minutos depois 
e até 1 hora depois, o mesmo não lembrará do sonho. 
Vale ressaltar que, todas as noites nós sonhamos e às 
vezes lembramos dos sonhos porque logo depois desse 
sonho, nós fomos acordados, ou pelo despertador ou 
por ter passado de um momento de sono para uma 
situação de sonolência (micro despertar). Se o sonho for 
muito aterrorizador, este pode ser tão intenso ao ponto 
de nos acordar no mesmo instante, e com isso, 
lembramos de todo sonho perfeitamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPILEPSIA 
 
CONVULSÃO 
As convulsões são interrupções temporais da função 
cerebral, provocadas por uma atividade neuronal 
excessiva e incontrolada. Dependendo da distribuição 
das descargas neuronais, as manifestações das 
convulsões podem estar compreendidas entre 
fenômenos experenciais quase imperceptíveis e 
convulsões espetaculares. 
Causas: distúrbios eletrolíticos, hipoglicemia, fármacos 
(cocaína), encefalopatia hipertensiva e meningite. 
Incidência: 5 a 10% da população poderá ter, ao menos, 
uma crise. 
EPILEPSIA 
É uma doença crônica e complexa de convulsões, é 
recorrente, pode ser de diferentes intensidades e 
duração. Com isso, toda epilepsia se tem convulsões, 
mas nem toda convulsão é epilepsia. 
Causas: traumatismo cerebral, tumores, infeções, 
alterações degenerativas, circuitos desorganizados por 
causas congênitas e alguma participação genética. 
Incidência: 1% da população. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
A epilepsia pode ser classificada em: 
• Crises focais (ou parciais) 
As crises epiléticas focais começam em uma região 
pequena e localizada do córtex cerebral ou estruturas 
mais profundas do cérebro e tronco cerebral e 
apresentam manifestações clínicas que refletem a 
função da área cerebral afetada. Lesões cerebrais 
 
podem favorecer descargas rápidas e espalhar-se para 
regiões adjacentes; são ondas de circuitos neurais 
reverberantes bem localizadas. 
Circuitos Neurais Reverberantes: supondo que se tenha 
um neurônio (1) faz uma sinapse excitatória com um 
neurônio (2), esse neurônio (2) faz uma sinapse 
excitatória com outro neurônio (3) e o neurônio (3) 
volta a fazer uma sinapse excitatória com o neurônio 1. 
Esse processo continua até que o mesmo entre em 
fadiga e pare. 
Se não houver alterações da consciência durante a 
crise, esta é denominada de crise parcial simples, 
porém se houver alterações da consciência é 
denominada de crise parcial complexa. 
Seus principais sintomas são: tremores da face e 
membros, distúrbios sensoriais, mudança do humor, 
perda da memória daquele momento, enformigamento 
da boca e mãos, sudorese e mal estar.• Crises generalizadas 
São amplas, ou seja, se radiam por uma área grande do 
SNC. Caracterizam por descargas neurais difusas, 
excessivas e descontroladas que se espalham 
rapidamente e de maneira simultânea, atinge os dois 
hemisférios cerebrais, devido às interconexões entre o 
tálamo e o córtex. 
Os principais sintomas são: movimentação 
descoordenada de braços e pernas, grunhidos, virar os 
olhos e salivação espumosa abundante. 
 
• Epilepsia tônico-clônica (Grande mal) 
Caracteriza por perda brusca da consciência e descargas 
extremas em todo o encéfalo, principalmente córtex, 
podendo chegar à região subcortical, cerebelo, até a 
medula. 
Nesta condição, a pessoa pode morder ou engolir a 
língua, ter dificuldades respiratórias e levar à cianose 
(falta de oxigênio), micção ou defecação involuntária e 
tem a duração de 3 a 4 minutos. Neste momento, deve-
se fazer a proteção do indivíduo, para evitar algum tipo 
de acidente traumático. 
Em geral não se conhece a causa (idiopática), porém 
pode haver um componente hereditário e pode ser 
desencadeada por um estímulo emocional forte, 
alcalose respiratória por hiperventilação, fármacos, 
febre alta e sons altos ou luzes intensas. 
• Epilepsia de ausência (Pequeno Mal) 
As crises de ausência, ou chamadas também de 
pequeno mal, iniciam-se, em geral, na infância ou no 
início da adolescência, constituindo 15-20% dos casos 
de epilepsia nas crianças. Essas crises certamente 
envolvem o sistema ativador cerebral tálamo-cortical. 
Geralmente são caracterizadas por 3 a 30 segundos de 
inconsciência (ou muito reduzida) tempo durante o qual 
a pessoa, frequentemente, apresenta olhar fixo e 
contrações bruscas dos músculos da cabeça e pescoço. 
TRATAMENTO DA EPILEPSIA 
A epilepsia não há cura, mas o uso de drogas 
antiepiléticas bloqueia o início ou o espalhamento das 
convulsões. 
Alguns dos principais efeitos dos vários fármacos 
antiepiléticos são: 
• Bloqueio dos canais de sódio voltagem-
dependentes (carbamazina e fenitoína). 
• Alterações nas correntes de sódio 
(etosuximida). 
• Aumento da atividade gabaérgica (fenobarbital 
e benzodiazepina). – Neurotransmissor 
inibitório 
• Bloqueio dos receptores de glutamato 
(perampanel). – Neurotransmissor excitatório 
• Outras ações conjuntas (valproato e 
topiramato). 
• Remoção cirúrgica do foco neural, em casos 
graves que não respondam às medicações. 
TRAÇADOS DE EEG ANTES E DURANTE UMA 
CRISE EPILÉTICA 
 
Imagem do lado esquerdo – crise parcial 
Traçado do lado esquerdo: normal 
Traçado do lado direito: crise epilética 
Imagem do lado direito 
Imagem do lado direito – crise generalizada 
Traçado do lado esquerdo: normal 
Traçado do meio: crise epilética 
Traçado do lado direito: voltou ao normal 
 
A atividade elétrica cerebral – EEG – pode informar o 
estado da ativação cortical em diferentes momentos e 
permite identificar, portanto, algumas alterações 
patológicas do Sistema Nervoso Central.

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