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David Ricardo (Cereal) - Princípios de Economia Política e Tributação | Adam Smith: "[...] o nível da demanda eficaz determina a quantidade produzida de um bem, mas não tem de fato qualquer influência

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QUESTÃO 2: Explique a seguinte afirmação de David Ricardo, no capítulo 2 dos
Princípios de Economia Política e Tributação: "[...] o valor do cereal não é alto
porque se paga uma renda, mas a renda é paga porque o valor do cereal é alto".
Para explicar a citação, temos que discutir a teoria de valor do trabalho de Ricardo e o
que são rendimentos decrescentes. Ricardo apresenta duas teorias de valor, e uma
delas diz que, quando a quantidade de um bem pode ser aumentada pelo trabalho
humano, seu valor vai ser determinado pelas horas de trabalho necessárias para
produzir esse bem.
Já, rendimentos decrescentes explicam que o avanço da população vai levar a
ocupação de terras piores, pois, a oferta de terras de mesma qualidade não é
ilimitada. Assim, Ricardo explica que, quando você passa a cultivar uma segunda terra
de pior qualidade em relação a primeira, uma renda da terra surge na primeira terra,
para compensar qualquer vantagem da primeira terra (a de melhor qualidade), em
relação a segunda (a de pior qualidade). Então, a renda nunca vai existir na última
terra, somente nas que vem antes dessa, que são de melhor qualidade.
Com essas informações, podemos explicar o que determina e aumenta o valor do
cereal. Com a acumulação do capital, a população cresce, e, para atender a demanda
de alimentos dessa população, a produção interna de pior qualidade no país é forçada.
Assim, sendo obrigados a cultivar em terras com piores localização, ou com níveis de
fertilidade menores, uma maior carga horária de trabalho é necessária, e assim,
consequentemente, o valor do cereal aumenta. Então “O valor do cereal não é alto
por que se paga uma renda”, primeiro por que como visto, se você está cultivando na
última terra, a renda da terra é inexistente e ainda, a renda da terra surge somente
para compensar vantagens de uma terra para outra, ela não é inclusa no valor do
produto. Segundo, por que Ricardo diz que o preço de um bem é determinado pela
quantidade de trabalho que foi necessário para produzir esse bem. Então, produzindo
cereal em terras piores, mais trabalho é necessário e consequentemente, mais se
aumenta o valor do cereal.
“Mas a renda é paga por que o valor do cereal é alto”, a renda da terra é
consequência, e não causa do aumento do valor do cereal. Ir para a última terra (a de
pior qualidade), faz cair a taxa de lucro de todas as terras. O fato de ter que se
produzir em uma terra que não é tão frutífera, faz com que a produção nessa última
terra determine o valor do produto no geral. Isso ocorre por que, se o valor do produto
não fosse igualado á última terra, os capitalistas naturalmente disputariam as terras
melhores e, para obtê-las, pagariam aos seus donos taxas para obter vantagens, o
que é naturalmente geraria a renda da terra.
Portanto, o valor do cereal está aumentando por que é necessário cultivar em terras
piores, e, a renda da terra é paga para compensar o fato de terras piores terem de ser
cultivadas.
QUESTÃO 1: Ao analisar os cap.7 do Livro I de A Riqueza das Nações, Mark
Blaug afirma que "[...] o nível da demanda eficaz determina a quantidade
produzida de um bem, mas não tem de fato qualquer influência sobre o preço
natural[...]". Explique em detalhes as duas partes dessa citação.
A demanda eficaz tem efeito sobre o preço de mercado de um bem, e não sobre seu
preço natural.
O preço natural de um bem, é o preço exatamente suficiente pra pagar de acordo com
suas taxas naturais, a renda, os salários e os lucros necessários para produzir e levar
uma mercadoria ao mercado. Se um setor está vendendo uma mercadoria ao preço
natural, isso quer dizer que cada um dos fatores envolvidos na produção
(trabalhadores, capitalistas, donos da terra), estão sendo remunerados pela média, ou
seja, esse setor está pagando tanto quanto os outros setores. Deve-se lembrar que
essas taxas naturais dependem da situação da economia como um todo; da
sociedade estar em ascensão (acumulando capital), estagnada ou declinando.
Por sua vez, o preço de mercado, vai ser o preço efetivamente cobrado; o valor pelo
qual o bem é transacionado no mercado. Esse preço depende da demanda efetiva,
que é a demanda de quem quer o bem, pode pagar por ele e está disposto a pagar
pelo menos pelo preço natural desse bem; também depende da oferta, que é a
quantidade levada ao mercado.
Para Smith, a oferta vai se ajustar a demanda naturalmente. E o preço de mercado
sempre tende ao preço natural (quando não apresentado obstáculos). Logo, a
dinâmica entre a oferta e a demanda e a tendência do preço de mercado ao preço
natural, vão determinar a quantidade produzida de um bem.
Por exemplo, se a demanda é maior que a oferta, é por que há uma escassez de
produto. Logo, começa uma disputa entre quem pode pagar pelo menos o preço
natural do produto. Essa competição faz com que o preço de mercado aumente em
relação ao preço natural do produto. Isso mostra que esse setor está melhor do que os
outros em questão de remuneração, fazendo com que produtores sejam atraídos para
ele. Assim, a oferta dos produtos deste setor sobe e o preço do produto diminui, ou
seja, seu preço de mercado vai caindo e a oferta vai se ajustando a demanda; o preço
de mercado vai se ajustando ao preço natural.
Percebe-se então, que, a situação da demanda vai determinar o preço de mercado de
um bem e assim a quantidade desse bem a ser produzida. Em palavras simples, se a
demanda for maior que a oferta, a oferta vai subir. Se a demanda for menor que a
oferta, a oferta irá diminuir. A dinâmica entre preço natural e preço natural vai ser
fundamental para que isso ocorra. Não tem influência sobre o preço natural, pois este
é uma referência de como está a sociedade, a economia de um país, e representa o
valor de um bem pago a suas taxas naturais.
QUESTÃO 3: Segundo Marx, o ciclo que prevalece no capitalismo é o D-M-D’, e a
meta do capitalista é valorizar o valor, ou seja, obter um D’ >D. Explique
detalhadamente a origem dessa valorização (ou seja, do ΔD > 0).
No processo D - M - D', segundo Marx, o dinheiro constitui o ponto de partida e o ponto
de chegada do movimento. Logo, faz-se possível notar que o valor de uso não é o seu
objetivo final, pois, qualitativamente, dinheiro é a mesma coisa que dinheiro. Sendo
assim, para o ciclo D - M - D', o próprio valor de troca é a sua finalidade, o que, caso
em tal troca de dinheiro por dinheiro não ocorra nenhum acréscimo, parece uma troca
sem muita finalidade. Portanto, para que se faça sentido o processo D - M - D', mais
dinheiro precisa ser retirado de circulação do que o que foi colocado nele em seu início
e, assim, ocorra a valorização do valor. Tal maneira de agir busca o incessante
movimento do ganho e, à soma dinheiro originalmente adiantado mais um incremento,
recebe o nome de mais-valia.

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