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Adam Smith - Riqueza das nações, capítulos 1,2,3,4,6,7,8,10

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1 – a divisão do trabalho 
A divisão do trabalho parece ter proporcionado um maior aprimoramento das forças produtivas do trabalho, 
resultando em habilidade, destreza e bom senso. Contudo, essa divisão parece ser mais efetiva em 
manufaturas menores, onde o número de trabalhadores é menor e os produtos são destinados a suprir 
pequenas necessidades de um número pequeno de pessoas. Mas essa impressão não é uma certeza absoluta; 
O que acontece, é que nas pequenas manufaturas pode-se reunir os empregados em um único local de 
trabalho, e em contrapartida, nas grandes manufaturas, é quase impossível reunir todos os trabalhadores em 
um só local pois cada setor do trabalho emprega um número muito grande de operários. A divisão do trabalho 
transformou a atividade em uma indústria específica e pode ter sido a razão da invenção das máquinas 
empregadas em tais atividades. A divisão do trabalho, na medida em que pode ser introduzida, gera, em cada 
ofício, um aumento proporcional das forças produtivas do trabalho. 
A diferenciação do trabalho atinge seu máximo em países desenvolvidos, quanto mais desenvolvido, o 
trabalho de uma pessoa se torna o trabalho de várias. 
A agricultura não comporta tantas subdivisões do trabalho, nem uma diferenciação tão grande de uma 
atividade, quanto ocorre nas manufaturas. Também, como o trabalho de quem se envolve com o campo 
depende das estações do ano, fica impossível contratar somente uma pessoa para cada atividade (arar, gradar, 
semear, etc). Talvez essa seja a razão pela qual os aprimoramentos das forças produtivas do trabalho do 
campo não acompanhem o ritmo das manufaturas. Todavia, tratando-se de agricultura, o trabalho do país rico 
nem sempre é muito mais produtivo do que o dos países pobres (ou pelo menos, não na mesma proporção 
em que é mais produtivo nas manufaturas). O trigo do país rico, da mesma qualidade, nem sempre chega ao 
mercado com o preço mais baixo do que o país pobre. 
A maior destreza existente em cada trabalhador, a poupança de tempo e a invenção de máquinas que 
abreviam o trabalho resultam no aumento da quantidade de trabalho. 
O aprimoramento da destreza do operário necessariamente aumenta a quantidade de serviço que ele pode 
realizar, pois, se reduz a atividade de cada pessoa, fazendo a realizar uma operação simples repetidamente 
pelo resto de sua vida. Também, economiza-se o tempo que se perderia ao passar de um tipo de trabalho para 
o outro devido aos lugares e ferramentas diversas. Ao trocar de atividades ou utensílios a cada hora, o 
trabalhador torna-se indolente e preguiçoso. 
A divisão do trabalho originou ás máquinas – Máquinas essas que muita das vezes foram invenção de operários 
comuns, que, com naturalidade, se preocuparam em concentrar sua atenção na procura de métodos para 
executar sua função com maior facilidade e rapidez, estando cada um deles empregado em alguma operação 
muito simples. E isso é uma das consequências da divisão do trabalho: Toda a atenção de uma pessoa é 
naturalmente dirigida para um único objeto muito simples. 
Mas, nem todas as máquinas foram inventadas por operários que desejavam aperfeiçoar seu trabalh. Logo, 
foi surgindo outra classe, a dos pesquisadores e filósofos, que tinham como ofício observar as coisas e seu 
funcionamento, afim de melhorar e aperfeiçoar a destreza e a economia de tempo. Cada indivíduo torna-se 
mais hábil em seu setor específico, o volume de trabalho produzido é maior, aumentando também 
consideravelmente o cabedal científico. 
 
2 – O princípio que dá origem a divisão do trabalho 
A divisão do trabalho é a consequência necessária, embora muito lenta e gradual, de uma certa tendência ou 
propensão existente na natureza humana: Intercambiar, permutar ou trocar uma coisa pela outra. Essa 
propensão encontra-se em todos os homens. Numa sociedade civilizada, o homem á todo momento necessita 
de ajuda e cooperação de grandes multidões; tem necessidade quase constante de ajuda dos semelhantes e 
é inútil esperar esta ajuda simplesmente de benevolência alheia. Não é da benevolência do açougueiro, do 
cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da consideração que eles têm pelo seu próprio 
interesse. A propensão também gera diferença de talentos. 
Assim como é por negociação, por escambo ou por compra que conseguimos uns dos outros a maior parte 
dos serviços recíprocos de que necessitamos, da mesma forma é essa mesma propensão ou tendência a 
permutar que originalmente gera a divisão do trabalho. 
Sendo mais habilidoso em determinadas atividades, as pessoas passam a se dedicar exclusivamente aquelas 
atividades que se destacam mais e as oferecem em troca de outros serviços. A certeza de poder permutar 
toda a parte excedente da produção de seu próprio trabalho que ultrapasse seu consumo pessoal, estimula 
cada pessoa a dedicar-se a uma ocupação específica, e a cultivar e aperfeiçoar todo e qualquer talento ou 
inclinação que possa ter por aquele tipo de ocupação ou negócio. 
Os caracteres e as habilidades mais diferentes são úteis uns aos outros; As produções diferentes e dos 
respectivos talentos e habilidades, em virtude da capacidade e propensão geral ao intercâmbio, ao escambo 
e á troca, são como que somados em um cabedal comum, no qual cada um pode comprar qualquer parcela 
da produção dos talentos dos outros, de acordo com suas necessidades. 
3 – a divisão do trabalho limitada pela extensão do mercado 
É o poder de troca que leva a divisão de trabalho, e essa divisão deve ser sempre limitada pela extensão desse 
poder / extensão de mercado. Quando o mercado é muito reduzido, ninguém pode sentir-se estimulado a 
dedicar-se inteiramente a uma ocupação, por que não poderá permutar toda a parcela excedente de sua 
produção pela parcela excedente do trabalho alheio, da qual tem necessidade. Deve-se lembrar que existem 
certos tipos de trabalho, mesmo da categoria mais baixa, que só podem ser executados em uma cidade 
grande, por exemplo: Um carregador. Em uma cidade pequena, um carregador não tem utilidade alguma, já 
que, nesses ambientes, a divisão do trabalho é quase inexistente se comparada as cidades grandes. Cada 
camponês deve ser ao mesmo tempo, açougueiro, padeiro e fabricante de cerveja de sua própria família. 
Segundo a história, as primeiras nações a serem civilizadas foram obviamente as localizadas ao redor da costa 
do mediterrâneo. É na costa marítima e ao longo dos rios navegáveis que todo tipo de trabalho ou ocupação 
começa a subdividir-se e aprimorar-se, e somente depois de muito tempo esses aperfeiçoamentos se 
estendem ao interior do país. Isso por que o transporte marítimo apresenta diversas vantagens em relação ao 
terrestre, como tempo, menos custos com trabalhadores, maior transporte de carga de uma única vez, etc. 
 
 
4 – a origem e o uso do dinheiro 
Smith vai associar dois significados a palavra valor: 
Valor de uso: Utilidade do bem 
Valor de troca: Poder de comprar outros bens/ O quanto esse bem me permite trocar de outros bens. 
Paradoxo da água e do diamante: As coisas que tem muito valor de uso, frequentemente tem pouco ou 
nenhum valor de troca, e ao contrário, aqueles que tem os maiores valores de troca, frequentemente tem 
pouco ou nenhum valor de uso (Bens caros com pouca utilidade e bens baratos, muito úteis). 
Então, o que explica o valor de troca das mercadorias? Como visto no paradoxo, não é a utilidade. 
Obs: Os autores neoclássicos, quase um século depois vão afirmar que a utilidade determina sim o valor de 
troca (vão dividir a utilidade em categorias). 
 Capítulo? 
Adam Smith busca uma medida invariável do valor, como o metro por exemplo: este tem um valor fixo; 
independente do que seja medido, será sempre a mesma coisa. Smith chega numa medida que fica conhecida 
como trabalho comandado. Uma pessoa é pobre ou rica de acordo com o quanto do trabalho dos outros ele 
consegue comandar ou comprar. Então, se eu tenhouma mercadoria ou dinheiro, eu sou mais rico ou mais 
pobre de acordo com o quanto eu consigo fazer os outros trabalharem para mim. Ou seja, com a minha 
mercadoria eu consigo comprar 5 horas de trabalho dos outros e assim, não ter que trabalhar essas cinco 
horas. 
O trabalho comandado é a medida do valor que Smith vai adotar. Em que sentido o trabalho é invariável? 
Ele diz que quantidades iguais de trabalho á todo tempo e lugar podem ser ditas de igual valor para o 
trabalhador, ele tem sempre que abrir mão da mesma proporção do seu descanso, liberdade e felicidade. 
A teoria neoclássica refuta isso dizendo que a primeira hora de trabalho custa bem menos que a décima hora; 
O custo de sacrifício vai aumentando na medida que se acrescenta horas de trabalho, e isso vai contra o que 
Smith fala que quantidades iguais de trabalho tem a mesma utilidade para as pessoas. Então, essa questão de 
Smith dizer que o trabalho é invariável vai ser refutado depois. 
Smith diz que, o preço total da mercadoria vai ser dada pela quantidade de horas de trabalho dos outros, que 
essa mercadoria permite ao seu dono comandar. 
Na sociedade primitiva, trabalho incorporado = trabalho comandado. Na sociedade comercial isso muda. 
Trabalho incorporado: Quantidade de horas necessárias para produzir uma mercadoria. 
*A moeda não é um bom padrão por causa da inflação e deflação. 
Numa sociedade comercial, o preço real vai depender do salário. Quanto do trabalho dos outros uma 
mercadoria vai conseguir comandar? Se a mercadoria custa 100 e o salário é 50, quantas horas de trabalho eu 
consigo comandar? 2 horas. Assim eu vou medir o preço real. 
 
6 – Fatores que compõe o preço das mercadorias 
Antes do dinheiro e da compra propriamente existir, o comércio se dava por trocas, mas, como se sabia que 
uma troca era justa e equivalente? Como eu poderia trocar um agasalho por uma jarra de leite? Adam Smith 
diz que a quantidade de trabalho necessária para adquirir um objeto parecia ser a única circunstância capaz 
de fornecer alguma norma ou padrão para trocar um objeto pelo outro. Se abater um castor custa duas vezes 
mais trabalho do que abater um cervo, um castor vale então, dois cervos. Porém, em sociedade de acordo 
com o tempo, habilidade, destreza que dependem para produzir determinado produto. 
 A partir do momento em que as pessoas passaram a acumular capital, algumas passaram a contratar pessoas 
laboriosas, assim, fornecendo matéria prima e substância (salário), vendem e lucram com o produto resultante 
de seu trabalho. O valor do produto deve ser suficiente para pagar a matéria –prima ,os salários dos 
trabalhadores e o lucro do empresário pelo seu trabalho de risco de empreender ; Trabalho esse de 
inspecionar e dirigir a empresa , porem o lucro é regulado por princípios totalmente distintos , não tendo 
nenhuma proporção com a quantidade, a dureza ou o engenho desse suposto trabalho de inspecionar e 
dirigir . Independentemente do tamanho e do lucro da empresa, o trabalho de inspeção e direção pode ser 
quase ou totalmente igual. Da mesma forma , o trabalhador não recebe proporcionalmente ao tanto que 
trabalha e produz ; Deve reparti-lo com o dono do capital que lhe dá emprego , salário e matéria prima antes 
, a terra era comum , mas a partir do momento em que passou a ser privada , os donos da terra passaram 
exigir uma renda , mesmo pelos produtos naturais da terra. Então , onde custava ao trabalhador apenas o seu 
trabalho para apanhar os bens , agora ele passa a ter que pagar pela permissão de apanhar esses bens , e deve 
dar ao proprietário da terra uma parte daquilo que o seu trabalho colhe ou produz .>o preço dessa porção , 
constituí a renda da terra : um componente do preço. 
“O trabalho mede o valor não somente daquela parte do preço que se desdobra em trabalho efetivo, mas 
também daquela representada pela renda da terra, e daquela que se desdobra no lucro devido ao 
empresário”. 
O valor real dos diversos componentes do preço é medido pela quantidade de trabalho que cada um deles 
pode comprar ou comandar. No preço do trigo por exemplo, uma parte paga a renda devida ao dono da terra, 
uma outra paga a renda devida os salários ou manutenção dos trabalhadores e do gado empregado na 
produção de trigo, e a terceira paga o lucro do responsável pela exploração de terra. Essas três partes fazem 
o preço do trigo. Ainda, deve-se acrescentar ao preço do trigo: O salário de quem o transportou, do padeiro 
que fez o pão e do salário de seus empregados, etc. Quanto mais determinada mercadoria sofre uma 
transformação manufatureira , a parte do preço representada pelos salários e pelo lucro se torna maior em 
comparação com a que consiste na renda da terra com o progresso da manufaturada, não somente cresce o 
volume de lucros , mas também cada lucro subsequente é maior do que o anterior , pois o capital do qual 
porem o lucro deve ser sempre maior . 
A renda auferida do trabalho denomina-se salário; A renda auferida do patrimônio ou capital, pela pessoa que 
o administra ou o emprega, chama-se lucro. Quando auferida por uma pessoa que não emprega ela mesma 
seu capital, mas o empresta a outra, denomina- se juros ou uso do dinheiro. ``A produção do trabalho anual 
sempre será suficiente para comprar ou comandar uma quantidade de trabalho muito maior do que a que foi 
empregada para obter, preparar e levar essa produção do mercado ´´. Se um trabalhador produz X, ela não 
receberá X pelo que produziu, mas terá um acréscimo no valor pelo lucro e renda da terra. 
 
explicação do capítulo 6 em aula 
Sociedade hipotética: Como seria sem a existência de capital e da propriedade privada da terra. Nessa 
sociedade, ele vai introduzir a teoria do valor do trabalho. A taxa de troca dos bens vai ser dada pela 
quantidade de trabalho necessária para produzi-las (isso supondo sempre que os trabalhos exigem talentos e 
destrezas semelhantes). Em 2 horas eu tenho 1 cervo e em 2 horas eu tenho 2 castores: a taxa de troca vai ser 
de um cervo por dois castores. Eu troco duas horas do produtor de cervo, por duas horas do produtor de 
castor. Nesse caso, o trabalho comandado é igual ao incorporado. 
Comandado: o trabalho que eu consigo comandar por ser dono da mercadoria cervo. 
Incorporado: quantidade de trabalho incorporada no cervo. 
Com um cervo eu compro duas horas do produtor de castor – que seriam dois castores – e eu demandei duas 
horas para produzir um cervo; portanto, ao trocar, eu consigo fazer o outro trabalhar o mesmo tanto que eu 
trabalhei. Com duas horas que eu levei que estão incorporadas no cervo, eu consigo mobilizar duas horas do 
produtor de castor. 
Trabalho incorporado: esforço que eu dispendo para produzir algum tipo de bem (2 horas). 
Trabalho comandado: com um cervo eu consigo comandar duas horas do produtor de castor/ quantas horas 
de trabalho do produtor de castor eu consigo comandar por ser dono do cervo. 
Que processo pode levar a você trocar os bens pela quantidade de trabalho necessário para produzi-los? Smith 
só fala que na sociedade primitiva as trocas vão se dar de acordo com a proporção de trabalho necessário para 
a produção de algum bem, ele não diz o porquê. Fallen sugere que duas coisas podem estar atrás disso: 
Primeiro, os participantes nessa transação consideram essa troca justa, e segundo, a competição. 
Sociedade moderna: capital e propriedade privada da terra. 
Capital: Define o capital similarmente a definição dos fisiocratas. Uma riqueza previamente acumulada/ um 
estoque de riqueza, que vai ser usada para empregar gente, comprar mercadorias, máquinas, etc, que vão ser 
usados para sustentar um processo de produção, e, ao final esse produto vai ser vendido. Smith diz que o 
objetivo de se usar o estoque desta forma, é a obtenção de lucro. 
Smith diz que o dono do capital não teria interesse nenhum em empregar os trabalhadores, a não ser na 
esperança de conseguir com a vendado trabalho deles, algo mais do que seria suficiente para repor o seu 
estoque (de capital). Smith justifica esse lucro, pra ele faz sentido isso: algo tem que ser dado pro lucro do 
empreendedor do trabalho, que põe em risco o seu estoque nessa empreitada. Associa o lucro e justifica sua 
existência, remetendo ao risco. 
Lucro tem uma natureza totalmente diferente da natureza do salário (nisso, Adam está se contrapondo aos 
fisiocratas). Os fisiocratas tinham uma noção muito clara de adiantamentos, de capital, mas não tinham uma 
noção muito clara de lucro; para eles, o único excedente seria renda da terra; lucro parecia ser uma 
remuneração pelo trabalho de supervisão, organização, gerência. Smith faz questão de falar que não, são 
coisas totalmente diferentes, que tem determinantes diferentes. Smith fala dos determinantes do lucro, da 
renda da terra e do salário. 
O lucro é totalmente regulado pelo valor do capital ou patrimônio empregado, sendo o lucro maior ou menor 
de acordo com a extensão desse patrimônio. Lucro é excedente, salário de supervisão é custo 
(adiantamentos). Lucro é proporcional ao estoque de capital, ao tamanho do capital que foi adiantado. 
Teoria aditiva do valor: Lucro é um componente e salário é outro componente do preço. Depois ele adiante 
outro componente, que vai ser a renda da terra. 
Preço natural: salário + lucro + renda, pagos todos às suas taxas naturais. 
No preço das mercadorias, os lucros do patrimônio ou capital empenhado, constituem um componente 
totalmente distinto dos salários pagos pelo trabalho, sendo regulados por princípios bem diferentes. Então, 
salário e lucro têm determinantes diferentes e os dois vão compor o preço da mercadoria. Nessa nova situação 
(sociedade moderna), o produto do trabalho já não pertence integralmente ao trabalhador, uma parte vai 
ficar com o dono do capital, na forma de lucro. 
O valor que os trabalhadores acrescentam aos materiais, desdobra-se em duas partes ou componentes, sendo 
que a primeira paga os salários dos trabalhadores e a outra os lucros dos empresários, por todo o capital e 
salários que ele adianta no negócio. 
Propriedade da terra: Com a apropriação privada da terra, os donos de capital demandam um pagamento 
pela utilização da terra. Ou seja, uma renda da terra. Essa vai ser uma segunda dedução do produto produzido 
pelo trabalhador. Aquilo que o trabalhador produziu vai ser vendido por um determinado preço e, uma parte 
desse resultado vai voltar para o trabalhador na forma de salário, mas uma parte vai se tornar lucro, e outra 
parte, renda da terra. Portanto, a renda da terra é a segunda dedução do produto do trabalho. Agora tem 
duas pessoas (dono do capital e dono da terra), abocanhando parte daquilo que antes ficava somente para o 
trabalhador. 
*Sobre exploração: Smith não quer dizer que o trabalhador é “explorado” nessa sociedade. Ao contrário, ele 
legitima o lucro que o dono do capital deve receber, pois este se arrisca. Ele também legitima a renda da terra. 
Ele parece ter uma visão otimista em relação as possibilidades da sociedade comercial, que proporciona 
liberdade e outra série de coisas que Smith valorizava, e, que era capaz ao crescer de beneficiar a todos. 
Teoria aditiva do valor: O valor da mercadoria vai ser composta pelo preço natural, salário, lucro e renda pago 
às suas taxas naturais. “O regulador do valor não era mais a quantidade de trabalho incorporado como era na 
sociedade primitiva, deveria agora ser buscado pela investigação da forma de lucro, renda e salários que 
compõe o preço natural e como eles são determinados”. As taxas de trocas não vão ser mais determinadas 
pelas quantidades de trabalho incorporado nas mercadorias, mas sim pelas relações entre os preços naturais, 
e os preços naturais vão ser dados por salários, lucros e rendas pago á suas taxas naturais. 
Fallen: “A teoria aditiva de Smith propõe determinar o preço natural da mercadoria somando o salário 
necessário para produzi-la multiplicado pelo salário natural; a terra requerida para produzi-la x a renda natural 
e o capital requerido para produzi-la x taxa natural de lucro”. 
Então, nessa sociedade trabalho comandado ainda é igual a trabalho incorporado? Não. Exemplo: 
Bem 1: Tem 2 horas de trabalho incorporado (levo duas horas para produzir esse bem). O salário é R$50/h. O 
preço da mercadoria vai ser 2 horas x R$50 = R$100. Mas o preço não vai ser só isso. Além do salário pago, 
tem o meu lucro (R$50), e renda da terra (R$50). O preço total da mercadoria vai ser R$200. 
Com R$200, quantas horas eu consigo comprar no mercado se o salário é R$50/h? Eu consigo comprar 4 horas. 
Então a posse desse bem 1, me permite comandar ou comprar no mercado 4 horas de trabalho. No entanto, 
eu demandei apenas 2 horas para produzir esse bem. 
Logo, o trabalho comandado (4 horas), vai ser maior que o trabalho incorporado (2 horas). 
O trabalho comandado mede não só o valor daquela parcela do preço que se consiste em salário, mas também 
daquela que consiste em lucro e renda. 
Se o preço da mercadoria fosse dado somente por salário, o trabalho comandado e incorporado seriam iguais, 
mas não é isso que foi visto no exemplo, pois o preço não é composto somente por salário, mas também por 
lucro e por renda. 
Portanto, nessa sociedade comercial, por conta da existência de lucro e renda compondo o preço das 
mercadorias, vamos ter sempre o trabalho comandado sendo maior que o trabalho incorporado. 
Smith abandona a regra que ele estabeleceu de taxa de troca sendo regulada pela quantidade de trabalho. Na 
sociedade comercial isso já não vale. Agora, a taxa de troca vai ser dada pela relação entre os preços naturais; 
e os preços naturais vão ser dados pelo que vai ser pago de salário, lucro e renda pago às suas taxas naturais. 
B1: 2 horas de trabalho incorporado B2: 2 horas de trabalho incorporado 
Salário: R$50/h = R$100 Salário: R$50/h = R$100 
Lucro: R$50 Lucro: R$200 
Renda: R$50 Renda: R$100 
Preço total (natural) do bem: R$200 Preço total (natural) do bem: R$400 
Com 1 B2 eu compro 2 B1. 
Para Smith, na sociedade primitiva o que determina preços relativos, é o trabalho. Na sociedade comercial, o 
que determina preços relativos, é o que acontece com salário, lucro e renda às suas taxas naturais em cada 
um dos setores. Só que salário, lucro e renda são preços também, então por enquanto Smith não tem uma 
teoria do valor boa, pois uma boa teoria do valor não inclui preço. Duas teorias do valor que são boas e 
consistentes é a que os preços são determinados pelo trabalho ou que são determinados pela utilidade. Por 
isso, Smith não apresenta uma boa teoria do valor. 
Napoleonni vai dizer: “É evidente que nos deparamos com dificuldades quando tratamos de elementos que 
determina o trabalho comandado. As taxas naturais de salário, lucro e renda, são igualmente valores, 
portanto, seria igualmente necessário precisar o que os determinam. Smith não consegue formular uma teoria 
do valor de troca capaz de satisfazer aquele requisito essencial que consiste em determinar valores a partir de 
elementos que não dependam de valores. Nesse sentido, a teoria de valor de Adam Smith constitui 
indubitavelmente um grande fracasso”. 
Da mesma forma que a gente pode decompor o preço da mercadoria, a gente pode falar que as três fontes 
originárias do produto nacional são salário, lucro e renda. Se você recebe juros, isso sai de alguma fonte 
originário, no caso, sai do lucro. Então, todas as rendas derivadas saem de alguma forma dessas remunerações 
que são salário, lucro e renda. 
Há uma ligação muito forte entre a teoria de distribuição e a teoria de valor deSmith. Para ele, salários e lucros 
podem crescer ao mesmo tempo (Para Ricardo e Marx, quando um crescia o outro diminuía). Na teoria do 
valor de Smith, a distribuição já está inclusa/determinada no preço natural do produto, por que através de 
salário lucro e renda, já se sabe quanto cada categoria de pessoa vai ganhar. Na teoria do valor do trabalho, 
não é possível fazer essa determinação. Então, a forma como ele apresenta sua teoria do valor já implica uma 
certa distribuição. 
O capital anual, ou seja, o capital ganho, vai ser sempre maior que o capital inicial, ou seja, o capital 
empregado. Smith diz que se todo o capital ganho, todo o excedente fosse aplicado de volta na produção, 
mais pessoas seriam empregadas e a economia cresceria mais e mais a cada ano. A questão de quanto trabalho 
você consegue comandar, dá uma medida do potencial de crescimento da economia. 
7 – O preço natural e o preço de mercado das mercadorias 
Em cada sociedade, existe uma taxa comum ou média para salário e para o lucro. Essa taxa é regulada 
naturalmente pelas circunstancias gerais da sociedade (Riqueza, pobreza, condição de progresso, estagnação 
ou declínio) e, pela natureza específica de cada emprego ou setor de ocupação. Também existe uma taxa ou 
média para renda da terra, que é regulada pelas circunstancias gerais da sociedade ou redondeza na qual a 
terra está localizada e pela fertilidade natural ou artificial da terra. 
• Taxa comum ou média: taxas naturais dos salários, do lucro e da renda da terra, no tempo e lugar em que 
comente vigoram. 
• Preço natural : A mercadoria é vendida exatamente pelo que vale , seu preço não é maior e nem menor 
do que o suficiente para pagar ao mesmo tempo a renda da terra , os salários do trabalho e os lucros do 
patrimônio / capital empregado em obter ,preparar e levar a mercadoria ao mercado . 
• Custo Primário: não inclui lucro da pessoa que a revenderá; Perda no negócio. 
- O preço que garante lucro ao vendedor, nem sempre é o preço mais baixo qual pode vender seus 
bens, mas sim o preço mais baixo que tem probabilidade de vender. 
• Preço Eletivo: é o preço de mercado da mercadoria; pode estar acima, abaixo ou ser igual ao preço 
natural. 
- O preço de mercado de uma mercadoria é regulado pela proporção entre a quantidade que é 
efetivamente colocada no mercado e a demanda daqueles que estão dispostos a pagar o preço natural da 
mercadoria (Renda da terra, salários e lucro). 
- Quem quer / precisa comprar (interessado ou pretendente efetivo). Esses interessados tem demanda 
efetiva; é efetiva pois induz o comerciante a levar a sua mercadoria ao mercado. Demanda efetiva # 
demanda absoluta; 
Quando a quantidade de uma mercadoria colocada no mercado é interior a demanda efetiva, começai 
uma concorrência entre os pretendentes, onde alguns estarão dispostos a pagar mais pela mercadoria, 
fazendo seu prego de mercado subir em relação a seu prego natural. No contrário , quando a quantidade 
da mercadoria colocada no mercado ultrapassar a demanda efetiva , não há possibilidade de ser toda 
vendida e então uma parte deve ser vendida aqueles que só aceitam pagar menos , fazendo o preço de 
mercado descer mais ou menos do preço natural , de acordo com a proporção em que o excedente 
aumentar mais ou menos a concorrência entre os vendedores. Logicamente, se tratando de excedentes, 
a concorrência será muito maior em artigos perecíveis do que em mercadorias duráveis. 
Quando a quantidade colocada no mercado coincide exatamente com o suficiente e necessário para 
atender a demanda efetiva , o preço de mercado coincidirá com o preço natural ; não se conseguira 
vender essas mercadorias a um preço mais alto , mas por um preço abaixo do natural sim ( se o 
comerciante quiser ) . 
A quantidade de cada mercadoria colocada no mercado ajusta-se naturalmente a demanda efetiva; quem 
emprega terra, trabalho e capital, não deseja que a quantidade seja maior que a demanda efetiva e as 
outras pessoas não desejam que seja menor (pois ocorrera escassez e os preços aumentarão). 
Em alguns setores, a mesma quantidade de trabalho produzirá, em anos diferentes, quantidades muito 
diferentes de mercadorias, enquanto em outros produzirá, sempre a mesma ou quase a mesma 
quantidade. EX :trigo e roupas. Devido a isso, mesmo que a demanda permaneça sempre a mesma, o 
preço de mercado dessas mercadoras estará sujeito a grandes flutuações; nesse caso, o preço do tecido 
para roupa, não está sujeito a variações tão frequentes e tão grandes como o prego do trigo. 
Quando os preços flutuam, os salários e os lucros são os mais afetados, a renda fundiária nem tanto. Adam 
Smith dá o exemplo do luto público; ocorre que pôr as vezes em eventos específicos, por causas naturais 
ou regulamentos específicos, podem, em muitas mercadorias, manter por longo tempo o prego de 
mercado bem acima do prego natural. 
Existem os segredos industriais e comerciais, que ajudam o comerciante a vender com o preço de mercado 
bem acima do preço natural. O industrial é mais fácil de ser preservado. O monopólio tem o mesmo efeito 
que os segredos; os monopolistas, por manterem o mercado sempre em falta, por nunca subirem 
plenamente a demanda efetiva, vendem suas mercadorias muito acima do prego natural delas, auferindo 
ganhos (salários ou lucros), muito acima de sua taxa natural. O preço do monopólio é em qualquer ocasião 
o mais alto que se possa conseguir; já o preço natural / da livre concorrência, é o mais baixo que os 
vendedores podem aceitar se quiserem manter seu negócio. 
O preço de mercado de qualquer mercadoria especifica pode, por muito tempo, continuar acima do preço 
natural da referida mercadoria, mas raramente pode manter-se muito tempo abaixo dele. (ajusta-se 
naturalmente). || O preço natural varia juntamente com a taxa natural de cada um dos componentes: 
salários, lucros e renda da terra; e, em cada sociedade essa taxa varia de acordo com as circunstancias, 
sua riqueza ou pobreza, entre outras coisas (condição de economia em progresso, estacionaria ou 
declinante). 
Embora os salários em dinheiro e o lucro diferiam muito de uma ocupação para outra e de um emprego 
de capital para outro, parece haver geralmente certa proporção entre os salários em dinheiro em todos 
as diversas ocupações e os lucros pecuniários em todos os diferentes empregos de capital. Essa proporção 
depende em parte da natureza dos diversos empregos e em parte das diferenças leis e políticas das 
respectivas sociedades. Entretanto, embora sob muitos aspectos essa proporção dependa das leis e da 
política, ela parece ser um pouco afetada pela riqueza ou pela pobreza da sociedade pela sua condição de 
economia, permanecendo a mesma ou quase a mesma em qualquer uma dessas condições. 
explicação do capítulo 7 em aula 
O que é o preço natural de uma mercadoria para Smith e o que determina seu preço de mercado? 
Preço natural: Seria, o preço exatamente suficiente pra pagar de acordo com suas taxas naturais, a renda, os 
salários e os lucros necessários para produzir e levar essa mercadoria ao mercado. Pode-se dizer que o preço 
natural é o que deixa a pessoa satisfeita. Se um setor está vendendo uma mercadoria ao preço natural, isso 
quer dizer que cada um dos fatores envolvidos na produção (trabalhadores, capitalistas, donos da terra), estão 
sendo remunerados pela média. Esse setor está pagando tanto quanto os outros setores. 
Se o preço de mercado está acima do preço natural, significa que ou renda, lucro, salário, ou os três estão 
sendo remunerados acima daquela taxa média da sociedade. Agora, se o preço de mercado está abaixo do 
preço natural, ou lucro, renda, salário, ou os três estão sendo remunerados abaixo daquilo que é a taxa média 
da sociedade. Então, as taxas ordinárias são importantes pois dão uma referência de como você está em 
relação aos outros. Pode indicar se é vantajoso ficar ou sair deste setor, por exemplo.O que vai sinalizar a sua condição em relação aos outros setores vai ser o preço natural (a ideia de preço 
natural) que é composto por salário natural, taxa natural de lucro e taxa natural de renda da terra. 
Falar que o preço natural = salário + lucro + renda, ESTÁ ERRADO. Tem que ser taxas naturais. Salário, lucro e 
renda pagos às suas taxas naturais. 
Preço de mercado = salário + lucro + renda. 
Do que depende essas taxas naturais? As taxas naturais de lucro e salário dependem basicamente de a 
sociedade estar em ascensão (acumulando capital), estagnada ou declinando. A taxa natural da terra vai 
depender além disso, da localização da terra. 
*A de salário depende também da natureza do emprego de capital e trabalho. 
O preço natural é determinado pela soma das taxas naturais de renda, lucro e salário e essas taxas estão 
relacionadas com o que está acontecendo na economia como um todo. 
Preço de mercado: Vai ser o preço efetivamente cobrado; o valor pelo qual o bem é transacionado no 
mercado. E do que depende esse preço? Depende da demanda efetiva, que é a demanda de quem quer o 
bem, pode pagar por ele e está disposto a pagar pelo menos pelo preço natural desse bem; também depende 
da oferta, que é a quantidade levada ao mercado. 
A oferta vai se ajustar a demanda naturalmente. Se a demanda for maior que a oferta, a oferta vai subir. Se 
a demanda for menor que a oferta, a oferta irá diminuir. A dinâmica entre preço natural e preço natural vai 
ser fundamental para que isso ocorra. 
Que demanda é satisfeita pelo mercado? A demanda eficaz/ eficiente. Se eu quero um carro, mas não tenho 
dinheiro para comprá-lo, se eu tenho fome e não tenho dinheiro para comida, essa demanda minha, que é 
uma demanda absoluta, não vai mover o mercado. Então todo esse processo de oferta e demanda, vai ser 
com demanda eficaz, de quem quer o bem, tem dinheiro ou pelo menos pode pagar pelo preço natural do 
produto. 
A ideia de mão invisível cabe muito bem nesse capítulo, apesar de Smith não estar tratando propriamente 
disso. Nesse capítulo vamos falar de como o mercado se equilibra sem a necessidade da mão invisível do 
Estado ou outra autoridade indicando quem tem que produzir e o quê. 
Preço natural: É uma referência; aquele preço no qual o produto é vendido exatamente pelas taxas naturais 
médias ordinárias de salário, lucro e renda da terra. 
O preço de mercado tem outros determinantes: Oferta (quantidade levada ao mercado) e demanda efetiva. 
Como o mercado se ajusta? Como a demanda é atendida? Se eu tenho muita demanda por sapatos e pouca 
demanda por janelas, como o mercado vai se movimentar para ter mais sapatos do que janelas, não faltando 
nenhum dos dois? 
Para Smith, a oferta se ajusta a demanda. Nos modelos atuais, ambas se ajustam uma a outra. 
• Que mecanismo leva o preço de mercado a gravitar em torno do preço natural? O mecanismo de ajuste 
de oferta a demanda. 
• E o que vai levar esse ajuste de oferta a demanda? Os deslocamentos do preço de mercado em relação ao 
preço natural. 
Oferta = demanda: preço de mercado = preço natural; esse setor vai dar a remuneração de todos os demais 
setores, corrigidas pela diferença de risco, agradabilidade, por todos os outros fatores que afetam o salário, 
etc. Basicamente, a situação de todos os outros setores vai estar equivalente. 
Demanda > Oferta: preço de mercado > preço natural; os que querem comprar este produto vão disputá-lo 
no mercado. Estão dispostos a pagar pelo menos o preço natural do produto, e alguns vão estar dispostos a 
pagar mais, gerando competição. Assim, a competição vai fazer o preço de mercado se elevar acima do preço 
natural. Salário, lucro, renda ou os três estão sendo remunerados acima das suas taxas naturais médias. Isso 
quer dizer que esse setor está melhor que os outros. 
Demanda < Oferta: preço de mercado < preço natural: A competição vai ocorrer entre aqueles que querem 
vender. Aqueles que estão necessitados, vão acabar aceitando vender por um preço menor do que o preço 
natural. Este setor está pior que outros setores da sociedade. 
Situação hipotética: A demanda é maior que a oferta, começa uma competição pelo produto, e preços se 
elevam acima do preço natural. Como esse setor está bem, todo mundo começa a olhar para ele, assim, 
produtores são atraídos e começam a migrar. Como agora esse setor tem mais produtores, a oferta do produto 
que era baixa, agora é alta. Isso faz com que a oferta vá ficando cada vez mais parecida com a demanda (a 
oferta se iguala a demanda), diminuindo o preço do produto. Na medida que a oferta vai se ajustando a 
demanda, o preço de mercado vai se ajustando ao preço natural. Então, o deslocamento do preço de 
mercado acima do preço natural que vai levar ao aumento de oferta e, portanto, ao ajuste da oferta daquela 
demanda pré-existente. 
• Se a professora perguntar na prova, colocar o processo TODO (não basta falar que o preço aumenta). 
Escassez de produto > disputa entre quem pode pagar pelo menos o preço natural > competição > o preço 
de mercado aumenta em relação ao preço natural > isso mostra que este setor está melhor que os outros, 
que a remuneração deste é melhor que a taxa média dos outros > produtores são atraídos > a oferta de 
produto sobe > o preço do produto diminui/ preço de mercado vai caindo > a oferta vai se ajustando á 
demanda > preço de mercado vai se ajustando ao preço natural. Palavras da professora: Se a demanda é 
maior que a oferta, a competição pelos bens vai fazer com que o preço de mercado suba acima do preço 
natural, isso significa que salário, lucro, renda da terra ou os três, estão sendo remunerados acima da 
média. Portanto esse setor está ganhando mais do que os demais. [incluir tudo] 
Raciocínio inverso: Se, ao contrário, você tem excesso de oferta, se sobram bens, quem vai competir, são os 
vendedores, para se livrar dos produtos que ninguém quer. Quando você não tem pra quem vender, os preços 
de mercado caem abaixo daquela referência que é o preço natural. Isso quer dizer que o trabalhador, o 
capitalista, o dono da terra, ou os três, não estão sendo remunerados pelas taxas naturais, estão ganhando 
menos que elas. Esse setor está mal, outros setores estão melhores. Começa a sair produtores deste setor, 
que passam a buscar lucratividade em outros; a oferta começa a se reduzir e o preço de mercado passa a subir, 
se aproximando do preço natural. Oferta se aproximando da demanda -> preço de mercado se aproximando 
do preço natural. 
Portanto, para Smith, o preço natural é como se fosse o preço central para o qual os preços de todas as 
mercadorias (preço de mercado) estão continuamente gravitando. Quaisquer que sejam os obstáculos que os 
impedem de ficar neste centro de repouso e continuidade, estão sempre tendendo a ele. A oferta tende 
sempre a se ajustar a demanda. E o mecanismo é esse de oferta se igualar a demanda, seja por entrada ou 
saída de produtores. 
*Até aqui, foram descritos setores com livre entrada e saída de produtores. 
Que fatores podem impedir que o preço de mercado tenda ao preço natural? 
Monopólios, tarifas, eventos naturais, segredos comerciais, segredos industriais, etc. Vinho do porto é 
produzido em uma faixa pequena no norte de Portugal (só lá tem as condições necessárias). Qualquer coisa 
que vai impedir a livre entrada e saída de produtores. Qualquer coisa que impeça essa mobilidade de recursos, 
vai travar o mecanismo. 
Vejamos um exemplo de evento natural: De repente, todos passam a tomar vinho do porto -> a demanda sobe 
-> você já está produzindo toda a quantidade de vinho que aquela faixa de terra permite -> todos vão querer 
entrar pra esse setor pois sua lucratividade está alta -> vão conseguir? Não, pois já estamos no limite da 
produção de vinho do porto. Ou seja, aquele mecanismo que vai fazer com que oferta se iguale a demanda, 
não pode funcionar. Então a demanda neste caso vai continuar acimada oferta, o preço de mercado acima do 
preço natural (indefinidamente), este setor vai estar sendo bem remunerado; não tem como entrar novos 
produtores. Smith não estava “brigando” com isso, pois essa situação é natural, não tem jeito. Isso mostra que 
nem sempre a demanda vai ser atendida. 
Comparação entre o que Smith fala de concorrência e monopólio: Smith não era contra regulamentações, 
porém achava que o sistema de liberdade natural, aquele sem restrição, sem privilégio a algumas pessoas em 
detrimento de outras era o ideal. Era contra monopólios. 
Qual seria o resultado da concorrência, sem monopólio, corporações de oficio, limitações na entrada, barreira 
na movimentação de recursos, leis mercantilistas, favorecimento de um setor em detrimento de outro, etc. O 
que teríamos? A oferta tenderia a tender a demanda eficaz, e o preço de mercado tenderia a ser equivalente 
ao preço natural, que seria o preço mais baixo que pode ser aceito em qualquer período de tempo 
considerável. Isso que o produto vale; o valor do produto está ligado ao preço natural. 
Isso contrasta com o resultado de monopólio, no qual a demanda não é atendida integralmente pela oferta; 
excesso de demanda, preço de mercado acima de preço natural e isso vai perdurar, por que o mecanismo de 
ajuste é cortado. Em vez de ter o preço mais baixo que pode ser aceito, o preço natural, vai existir o preço de 
monopólio, que é o preço mais alto que possa se extorquir dos compradores. 
Então, nesse caso a liberdade natural é bem melhor que o monopólio, pois, ela atende a demanda, e atende 
pelo menor preço possível, que é o preço natural. 
Capítulo VII: Como foi visto no capítulo VI de “A riqueza das nações”, Smith determina três componentes que 
determinam o valor de uma mercadoria: a renda fundiária, os lucros do capital e os salários. O preço mínimo 
que paga esses três fatores é denominado valor natural de um bem, sendo, portanto, uma medida referencial. 
No mundo real, entretanto, os artigos de troca não são pagos, de um modo geral, pelo preço de referência, 
mas sim pelo de mercado. Este, por sua vez, é regulado pelas variações de oferta e demanda efetiva. (Demanda 
efetiva, segundo Smith, é aquela em que o comprador tem poder de compra suficiente para induzir um 
produtor a levar seu bem ao mercado. Ela difere da demanda absoluta, em que o desejo de compra não é 
suficiente para algo ser comercializado. Um operário que vive com um salário mínimo pode muito bem desejar 
dirigir numa Ferrari®. Mas sua condição material é incapaz de levar esse produto ao mercado. O presidente da 
Coca-Cola®, entretanto, pode almejar tal veículo e induzir sua fabricação. No primeiro caso, há demanda 
absoluta. No segundo, ela é efetiva). Em uma situação com demanda efetiva superior à oferta, é impossível 
que a mercadoria seja comprada por todos os possíveis compradores. Desse modo, uns, segundo o autor, se 
disporão a pagar mais pelo produto, já que a concorrência por ele é alta e nem todos os demandantes poderão 
adquiri-lo. Dessa maneira, um daqueles componentes serão remunerados acima da taxa natural. O resultado 
é que o preço de mercado se consolidará acima do valor natural de referência. Esse fenômeno constitui um 
estímulo para a produção de bens em maior quantidade, aumentando, posteriormente, a oferta. Haverá 
tendência ao preço natural. Num setor da economia nacional cuja oferta supera a demanda, a totalidade dos 
bens disponíveis não conseguirá ser comercializada aos pretendentes. Com isso, o ofertante deverá aceitar 
vender seu produto por uma quantia reduzida. O resultado natural, segundo Smith, é que o valor de mercado 
se reduza abaixo do natural. Há um desestimulo dentro do setor produtivo. O que o autor vê como 
consequência natural é o desvio de aplicação de capital para outro ramo da produção, diminuindo, 
posteriormente, a oferta. Haverá ajustamento de mercado com tendência ao preço referencial. Numa situação 
de equilíbrio, o mercado já se encontra ajustado. Não existem razões para aumento da aplicação de capital na 
produção nem para seu desvio, já que o preço de mercado é o natural. Com a análise dessas três situações, A. 
Smith chega a uma conclusão importante: o preço de mercado, numa situação de livre concorrência e de 
liberdade econômica, sempre tenderá, em certa medida, ao natural, tendo em vista que o mercado é capaz 
de se autorregular. Existem, entretanto, casos em que a autorregulação é bloqueada. Um deles é a ocorrência 
de segredos industriais, os quais podem ser muito duradouros: analisemos uma indústria hipotética de 
camisetas dos mais variados gêneros. Inicialmente, ela possui os mesmos métodos de produção de suas 
concorrentes. Em um dado momento, porém, ela descobre uma espécie de ovelha que possui uma lã cuja 
qualidade é inúmeras vezes superior à da matéria-prima convencional. Certamente não revelará o segredo, 
podendo até mesmo patentear o produto. Assim, somente ela poderá ofertar o bem, vendendo-o a preços 
bem elevados em relação ao de referência. O outro caso é o dos monopólios, que privilegiam corporações de 
ofício e companhias comerciais, restringindo a entrada de concorrentes. Com isso, os preços de mercado 
sempre estarão acima do natural, já que a oferta nunca poderá suprir a demanda. Numa situação como essa, 
Smith afirma que o valor de mercado é o maior possível em que pode haver extorsão dos compradores. 
8 – Os salários do trabalho 
O produto do trabalho é a recompensa natural do trabalho: Salário. Antes de existir a apropriação da terra e 
o acúmulo de capital, o produto integral do trabalho pertencia ao trabalhador, pois não existia proprietário 
da terra e nem patrão para ter que dividir o fruto de seu trabalho. Se as coisas tivessem continuado desta 
forma: 
- Os salários do trabalho teriam aumentado conjuntamente com todos os aprimoramentos introduzidos nas 
forças produtivas do trabalho; 
- Todas as coisas teriam se tornado gradualmente mais baratas e teriam sido produzidas por uma quantidade 
menor de trabalho; 
Assim, as mercadorias produzidas por quantidades iguais de trabalho teriam sido trocadas umas pelas outras 
e também, compradas com o produto de uma quantidade menor de trabalho. Contudo, embora na realidade 
todas as coisas teriam se tornado mais baratas, na aparência muitas poderiam ter-se tornado mais caras do 
que antes ou ter sido trocadas por uma quantidade maior de outros bens. Por exemplo: 
Em uma ocupação a força produtiva melhorou em 10 vezes, porém em outra, a força produtiva apenas 
duplicou. Assim, teríamos que uma quantidade de trabalho maior do que antes, compraria apenas o duplo da 
quantidade de trabalho de antes. 
Em 1 dia eu produzia 1 chinelo, agora produzo 10. Em contrapartida, em 1 dia eu produzia 1 tênis, agora 
produzo 2. Logo 1 tênis = 5 chinelos; isso é mais barato, pois, embora para comprar um tênis eu precise de 5 
chinelos, é necessário apenas a metade da quantidade de trabalho para comprá-lo. Assim, a aquisição é duas 
vezes mais fácil que antes. 
A partir do momento em que a apropriação de terra e a acumulação de capitais foram introduzidas, o 
trabalhador passou a ser impossibilitado de desfrutar do produto integral de seu trabalho. No momento em 
que a terra se torna propriedade privada, o dono da terra exige uma parte de quase toda a produção que o 
trabalhador pode cultivar ou colher da terra. Sua renda é a primeira dedução do produto do trabalho 
empregado na terra. 
O lucro é a segunda dedução do produto do trabalho empregado na terra, pois, raramente a pessoa que cultiva 
a terra tem recursos para se manter até o momento da colheita. Assim, o patrão/ dono da terra lhe dá um 
emprego e adianta ao trabalhador sua manutenção. Em todos os ofícios e manufaturas, a maior parte dos 
trabalhos tem necessidade de um patrão que lhes adiante o material de trabalho, salários e manutenção, até 
completar o trabalho. O lucro do patrão vem da partilha do produtodo trabalho dos empregados. 
Existem, apesar de em pouca quantidade, os trabalhadores autônomos, que tem capital suficiente tanto para 
comprar os materiais para seu trabalho, como para manter-se até completá-lo. É ao mesmo tempo patrão e 
operário. Desfruta sozinho do produto integral de seu trabalho, ou seja, do valor integral que seu trabalho 
acrescenta aos materiais por ele processados. Esse valor inclui duas rendas distintas: O lucro do capital e os 
salários do trabalho. 
Os trabalhadores desejam ganhar o máximo possível e os patrões pagar o mínimo possível. Então, os 
trabalhadores e patrões se associam, cada um em suas respectivas classes sociais, para defender seus 
interesses. Os patrões por serem menos numerosos, podem associar-se com maior facilidade. Além disso, a 
lei autoriza ou pelo menos não proíbe os patrões de se associarem, ao passo que proíbe os trabalhadores. 
Também, não há leis do parlamento que proíbam os patrões de combinar uma redução dos salários: Muitas 
são, porém as leis do parlamento que proíbem associações para aumentar os salários. 
Parece que em comparação aos trabalhadores, os patrões se reúnem muito pouco, mas isso se deve ao fato 
de que as reuniões e combinações desses, sempre são conduzidas sob o máximo silêncio e sigilo, que perdura 
até o momento da execução. Os trabalhadores por vezes aceitam, por vezes reagem, decidindo elevar o preço 
de seu trabalho sob o pretexto do alto valor dos mantimentos ou dos altos lucros que os patrões auferem de 
seus trabalhos. 
Em alguns casos, para resolver os impasses com rapidez os trabalhadores utilizam da violência, e como 
retaliação, os patrões agem da mesma forma, contando com a intervenção e ajuda das autoridades, visando 
o cumprimento das leis estabelecidas com tanto rigor contra as associações dos serviçais, trabalhadores e 
diaristas. 
Existe uma determinada taxa abaixo do qual parece impossível reduzir por longo tempo os salários normais, 
mesmo se tratando do tipo de trabalho menos qualificado. O homem precisa viver do seu trabalho, e seu 
salário deve ser suficiente, no mínimo, para a sua manutenção. Sr. Cantillon supõe que os trabalhadores 
comuns, da mais baixa qualificação, devem em toda parte ganhar no mínimo o dobro do que é necessário para 
se manterem, a fim de que possam criar dois filhos (calculava-se que a metade das crianças nascidas morria 
antes de chegar a maioridade). 
Uma circunstância possibilita aos trabalhadores elevarem seus salários acima da taxa normal: Quando a 
demanda de pessoas que vivem de salários aumenta a cada ano, provocando uma escassez na mão de obra e 
uma concorrência entre os patrões que disputam entre si para conseguir operários. Para isso, os fundos 
destinados ao pagamento de salários têm que aumentar também. Esses fundos são de dois tipos: A renda que 
vai além do necessário para a manutenção ou o excedente do cabedal necessário para os respectivos patrões 
manterem seu negócio. (Proprietário de terras possui uma renda maior do que a necessária para manter sua 
família, então empregará o excedente para manter mais empregados domésticos e um trabalhador 
autônomo, possui mais capital do que o necessário para comprar material e para manter-se até vender seu 
produto: empregará diaristas, a fim de conseguir lucro com o tralho delas). 
Porém, isso só é possível pois, ao passo que a demanda por trabalhadores cresce, está aumentando a renda e 
o capital de um país, ou seja, a riqueza nacional. A demanda de assalariados naturalmente aumenta com o 
crescimento da riqueza nacional, sendo simplesmente impossível quando isso não ocorre. Não é a extensão 
efetiva da riqueza nacional, mas seu incremento contínuo que provoca uma elevação dos salários do trabalho. 
Não é, portanto, nos países mais ricos, mas nos países mais progressistas, ou seja, naqueles que estão se 
tornando mais ricos com maior rapidez, que os salários são os mais altos. 
A remuneração real do trabalho é diferente do salário em dinheiro; A primeira é a quantidade real de bens 
necessários e confortos materiais que o salário pode assegurar ao trabalhador. Cereais, batatas, nabos, entre 
outros dos quais o pobre obtém uma variedade razoável e saudável, se tornaram mais baratos. Isso se deve 
aos grandes aperfeiçoamentos em todas as áreas: Agricultura, têxtil, metais, etc. Também, a queixa comum 
de que o supérfluo se estende até as camadas mais baixas do povo, e de que o trabalhador pobre atualmente 
não se contentará mais com a mesma comida, a mesma roupa e alojamento que o satisfazia em tempos 
anteriores, pode convencer-nos de que o aumento não foi somente no preço da mão de obra em dinheiro, 
mas também na sua remuneração real. 
Nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz, se a grande maioria de seus membros forem pobres e 
miseráveis. 
Mulher pobre procria muito mais que a mulher rica. Entretanto, embora a pobreza não evite a procriação, é 
extremamente desfavorável à educação dos filhos. Além disso, a mortalidade é alta e se encontra 
principalmente entre as crianças do povo comum, cujos pais não dispõem dos recursos para cuidar delas como 
as pessoas de melhor condição social. Em uma sociedade civilizada, é somente entre as camadas inferiores da 
população que a escassez de gêneros alimentícios pode estabelecer limites para a posterior multiplicação da 
espécie humana. 
A remuneração generosa do trabalho significa um aumento da riqueza nacional e consequentemente um 
aumento da demanda da mão de obra. Pagando ao trabalhador uma remuneração generosa, ele pode procriar 
mais e cuidar melhor de seus filhos, fazendo com que esses filhos atendam a demanda por mão de obra. Se a 
remuneração for inferior, há carência de mão de obra; se ela for muito alta, há excesso. Assim, o mercado 
acusará uma falta tão grande de mão de obra em um caso, e uma saturação tão grande em outro, que logo o 
preço da mão de obra será forçado a posicionar-se na taxa adequada exigida pelas circunstâncias da 
sociedade. É dessa forma que a necessidade de mão de obra, como a de qualquer outra mercadoria, 
necessariamente regula a produção, apressa-a quando é muito lenta, e a faz parar quando avança com 
excessiva rapidez. 
Por conseguinte, assim como a remuneração generosa do trabalho é o efeito da riqueza crescente, da mesma 
forma é a causa do aumento da população. Merece ser observado que a condição dos trabalhadores pobres 
parece ser a mais feliz e a mais tranquila no estado de progresso (em que a sociedade avança para maior 
riqueza), e não no estado em que já conseguiu sua plena riqueza. Meios de subsistência abundantes 
aumentam a força física do trabalhador; onde os salários são mais altos, sempre veremos os empregados 
trabalhando mais ativamente. Os empregados quando bem pagos por peça fazem mais horas extras e isso os 
prejudicam, pois esgotam-se mais rápido ao longo de sua vida. A pessoa que trabalha com moderação e 
constantemente, preserva sua saúde ao máximo e executa a quantidade máxima de serviço, por isso, para 
Smith, muitas vezes os patrões deveriam moderar o trabalho de seus empregados ao invés de estimulá-los; 
seria mais vantajoso. 
Em anos de preços baixos os operários são geralmente mais ociosos, e nos anos de preços altos, são mais 
laboriosos. Isso porque: 
Em anos de abundância (preços baixos) > empregados abandonam o patrão para se tornarem autônomos e 
os preços baixos dos mantimentos aumentam os fundos destinados a manutenção de empregados > patrões 
empregam mais > demanda por mão de obra aumenta > preço da mão de obra encarece. 
Em anos de escassez > todos voltam a procurar serviço > porém os preços estão altos e isso faz com que os 
fundos destinados á manutenção dos empregados diminuam > patrões diminuem o número de empregados 
> número de trabalhadores é maior do que o número de vagas > preço da mão de obra barateia. 
Em decorrer disso, Adam Smith diz que os patrões na maioria das vezes fazem melhor osnegócios com seus 
empregados em anos de preços altos (pois como muita gente está procurando emprego, quem conseguir dar 
mais valor, ser mais humilde, fiel e trabalhar melhor). 
 
explicação do capítulo 8 em aula 
Quer discutir as determinações dos salários do trabalho; Smith vai jogando ideias do que determina salário, 
mas quando a gente olha, é difícil ver uma coerência no capítulo. 
Nesse capítulo, o Smith deixa claro que ele já está tratando de uma economia capitalista, ou seja, ele abandona 
um pouco aquela ideia de produtores independentes vendendo excedentes do seu trabalho sobre seu 
consumo; está falando de uma economia que tem capitalistas, máquinas, matéria prima, emprega o 
trabalhador, e em troca disso fica uma parte do produto do trabalho e, paga salários. Ele vai deixar bem claro 
que há um conflito de interesses entre capitalistas e trabalhadores. O trabalhador quer trabalhar o mínimo 
possível e ganhar o máximo possível, e o capitalista quer fazer com que o trabalhador trabalhe o máximo 
possível ganhando o mínimo possível. Essas duas categorias de pessoas se unem pra tentar valer seus 
interesses, porém na maior parte das vezes os capitalistas são bem sucedidos, por que são poucos, conseguem 
se reunir discretamente, tem acordos pra reduzir salários, etc. Já para os trabalhadores, os sindicatos eram 
proibidos. 
Smith diz que apesar das tentativas de se reduzir os salários dos trabalhadores, existia um mínimo abaixo do 
qual o salário não deveria cair: é o salário de subsistência. Existe um conflito na literatura, pois alguns 
acreditam que esse salário de subsistência seja o mesmo que o salário natural, ex: David Ricardo. Outros falam 
que não, até por que no capítulo 7, Smith diz que o salário natural vai depender se a economia cresce, etc, 
eles acham que o salário natural é aquele que fica acima ou abaixo desse nível de subsistência. Não há um 
consenso na literatura sobre isso. 
De toda forma, esse salário é um que tem que ser suficiente para o trabalhador manter sua família e criar pelo 
menos dois filho até a idade adulta para substituir pai e mãe; é aquele salário que vai manter a população 
constante a longo prazo e a força de trabalho também. 
Mas nem sempre isso acontece. Quando há crescimento econômico, quando você quer contratar a cada ciclo 
mais gente para trabalhar nas fábricas, você começa a competir pela mão de obra e, esse conluio existente 
entre os capitalistas se desfaz; vão competir pelos trabalhadores o que vai levar á um aumento dos salários. 
Então, quando a demanda por trabalha fica acima da oferta de trabalho, esse salário vai ficar acima do salário 
de subsistência. 
Importante: Quem demanda trabalho é o empregador, e quem oferta trabalho é o trabalhador. 
Acumulação de capital e crescimento econômico: Smith fala que renda e lucro são excedentes, e você só tem 
como empregar pessoas se você tem excedentes o suficiente. Quando falamos de crescimento econômico e 
demanda de trabalho, geralmente isso está associado á lucro. 
Crescimento econômico -> você produz o produto, uma parte fica com o trabalhador e outra com o capitalista. 
O que fica para o capitalista, uma parte irá para seu consumo e a outra será reaplicada na sua produção; 
quando você usa uma parte do excedente como capital, você está usando isso para contratar novos 
trabalhadores para aumentar a produção do período subsequente. Então, acumulação de capital é uma parte 
do lucro/excedente que vai ser convertido em aumento de produção e, portanto, isso vai resultar em uma 
demanda por trabalhadores. E mais, quando eu falo de acumulação de capital eu não estou falando de uma 
única vez, mas de um processo onde repetidamente, partes do excedente estão sendo reaplicados na 
produção. Quando isso ocorre, o nível de produção e riqueza deste país está aumentando. Se não há 
acumulação de capital, se toda a renda for consumida, o país fica estagnado. Agora se você consome mais que 
o excedente, a riqueza deste país vai declinar. 
Sobre a disputa pela mão de obra existente, o Smith trata o trabalho como uma mercadoria; você tem a 
demanda e a oferta de trabalho, e você tem impactos da demanda e oferta sobre o preço, que é o salário do 
trabalho. Aqui fica muito claro que o trabalho já está numa categoria de mercadoria, que vai ser influenciada 
pela oferta e demanda e seus preços vão subir e descer de acordo com isso. 
10 – Os Salários e o Lucro nos Diversos Empregos de 
Mão-de-Obra e de Capital 
Vai tirar a ideia do capítulo 7, que os salários de todos os setores se igualam e as taxas de lucro na economia 
vão ser literalmente iguais. Este capítulo, vai nos mostrar que há uma equivalência e não uma igualdade. Você 
pode ter taxas de lucro muito diferentes, 5% ou 15%, e ainda sim, as pessoas que estão lucrando 5% não 
querem ir para o setor que lucra 15%, por conta de desvantagens que existem nesse setor. Há uma paridade 
entre salários que se recebem nos setores, taxas de lucro, que é regulada por algumas coisas. 
Na primeira parte do capítulo, Smith vai tratar de diferenciais de trabalho devido á diferenças na natureza do 
emprego. Por serem atividades diferentes com características diferentes, vamos ver que os salários e taxas de 
lucros também vão ser diferentes. Na segunda parte, ele vai falar: olha, mas os diferenciais de salários e taxas 
de lucro que existem entre os setores, são muitos maiores do que aqueles que seriam justificados pela 
natureza do emprego do capital do trabalho nesses setores, atividades. Vai falar de monopólios, corporações 
de oficio, etc, de tudo aquilo que vai ser um empecilho à entrada e saída de fatores, que vai emperrar esse 
mecanismo. 
O fato de em um setor A você ganhar 1.000 e num setor B você ganhar 2.000, isso quer dizer que as pessoas 
vão se direcionar para o setor de dois mil e essas diferenças vão acabar? Não. O que Smith diz, é que a 
liberdade econômica vai igualar as vantagens e desvantagens econômicas totais dos diferentes empregos. Por 
que? Se olhando tudo, o setor (caso da prof de ir pro banco ou pra academia), se analisar a liberdade, a falta 
de patrão, o gerenciamento do tempo, estresse, família. Mesmo, se contando todas as vantagens de um e as 
desvantagens do outro você achar ainda que é mais interessante ir pro banco, você vai pro banco e na hora 
que inundar de pessoas querendo trabalhar lá, a remuneração cai. Cai até o ponto que vai estar equivalente 
de novo, você não vai querer sair de um setor para ir para outro. “O interesse de cada homem, o levaria a 
buscar o emprego mais vantajoso e abandonar o desvantajoso”; isso vai fazer com que exista uma paridade 
entre os diferentes setores que, quando você olha todas as vantagens e desvantagens de um e de outro e no 
meio disso um salário, ou lucro, você escolhe ficar aonde você está. Então, você vai igualar as vantagens e 
desvantagens totais, mas não vai igualar os salários e as taxas de lucros de todas as atividades. Diferenças 
na natureza do emprego do trabalho e capital levam a diferenciais de lucros e de salários monetários/ 
pecuniários, como Smith diz. 
Aí, ele passa a discutir quais são essas diferenças. Vai analisar alguns fatores que vão explicar diferenciais de 
salários e, somente dois desses fatores vão também explicar diferenciais na taxa de lucro. Os totais das 
vantagens e desvantagens dos diferentes empregos de trabalho e estoque têm que ser na mesma vizinhança, 
perfeitamente igual ou tender continuamente para igualdade. O mecanismo que explicaria isso é aquele que 
se um está melhor do que o outro, as pessoas vão se direcionar para esse setor (no caso de existência de 
liberdade econômica). Aí, ele vai explicar esses cinco fatores relacionados a natureza do emprego, que 
explicam os diferenciais de salário. 
1. Se o emprego é agradável ou não: O emprego desagradável deve pagar mais que o emprego agradável, 
para compensar essa desagrabilidade. Se pagasse igual, ou menos, aspessoas se direcionariam para o 
emprego agradável, faltaria gente para o emprego desagradável e os salários desse setor subiriam em 
relação ao outro. Assim, iria se criar uma igualdade; ocorreria uma paridade entre os dois setores. Esse vai 
ser um fator que também vai influenciar nas taxas de lucro: O cara que tem uma taberna e tem que aturar 
bêbado a noite inteira tem que ganhar mais, se não ele iria aplicar o capital dele em outro lugar e aí 
faltariam tabernas, esse setor se tornaria mais lucrativo e a taxa de lucro subiria. 
2. Custo da dificuldade de aprender o ofício ou o custo de educação: Isso vai explicar a diferença de trabalho 
qualificado e não qualificado. Trabalho qualificado ganha mais. 
3. A constância ou inconstância do emprego: Há empregos que são muito constantes, que não dependem 
do clima, são sazonais, etc; porém outros não são. O cara que não pode trabalhar todos os dias do ano, 
vai ter que ganhar nos dias em que ele trabalha, tanto quanto ganharia trabalhando o ano inteiro. Em 
todo lugar esses trabalhos menos constantes vão ser melhor remunerados. 
4. Grau de confiança: Algumas profissões, você não vai dedicar sua reputação, sua saúde, alguém que não 
tem um determinado nível na sociedade (preconceito de classe de Smith), essa pessoa vai ter que ganhar 
o suficiente á fazer jus a sua confiança, a seu modo de vida na sociedade. 
5. Nem o custo de treinamento, nem constância nem inconstância, nem grau de confiança, vão afetar taxa 
de lucro. A taxa de lucro vai ser afetadas pelo emprego ser agradável ou desagradável e também por este 
quinto setor que é a probabilidade de sucesso no emprego ou risco de fracasso: Aqui, Smith fala do 
sapateiro x advogado; aqui não só existe uma diferença em relação a dificuldade do aprendizado, mas 
também uma probabilidade de fracasso ou insucesso muito maior; Um sapateiro irá vender seus sapatos, 
já um profissional liberal, só 1 em 100 vai conseguir ser advogado. Então, isso já justifica diferenciais de 
salários. A admiração também faz parte dessa remuneração. Esse fator também vai afetar taxa de lucro. 
Por exemplo, se eu sou um traficante, não posso falar para meu filho, e vou ser repudiado socialmente; 
então da mesma forma que a admiração influencia na remuneração, a falta dela influencia também, você 
também deve ganhar mais sendo menos admirado. Voltando, isso vai mostrar por que um advogado vai 
ganhar mais do que os outros, por que, o risco de fracasso nessa profissão vai ser muito maior; taxas de 
lucros: produzir sapatos ou fazer importações de bens que estão em outros continentes e envolvem 
navios, pessoas, etc. Smith diz que essas remunerações não são tão grandes quanto elas seriam, por que 
as pessoas sobre estimam a possibilidade de sucesso e subestimam a possibilidade de fracasso (Isso é 
usado na economia comportamental). Por outro lado, ele diz que as pessoas tem uma tendência a sobre 
estimar o risco, ele toma como exemplo o fato de raríssimos navios terem seguro, sendo que é um 
empreendimento altamente arriscado. Essa questão do risco, afeta tanto a remuneração do trabalho 
como os lucros. As atividades com maior chance de fracassar vão pagar mais. Smith vai falar que as 
vantagens totais do emprego, vão acabar sendo igualados pela concorrência. Para ele, se você tem 
liberdade econômica, não tem corporações de ofício, monopólios, lei dos pobres, etc, a diferença de 
salários e taxas de lucro, vão ser basicamente uma compensação por maior ou menor agradabilidade, 
confiança, ou seja, todos os fatores que ele usou para explicar os diferenciais de salário. Mas, as vantagens 
totais vão ser iguais, por que pequenos salários e pequenos lucros contrabalançam grandes vantagens e, 
grandes salários e lucros contrabalançam grandes desvantagens. Então, no final, as vantagens totais de 
todos os empregos seriam equivalentes, seriam igualadas. 
Na parte 2 do capítulo, Smith vai falar que muitas vezes as vantagens são muito maiores, quer dizer, as 
diferenças de salários e taxas de lucro são muito maiores do que aquelas que apenas compensariam vantagens 
ou desvantagens dos setores, por conta dos monopólios, corporações de ofício, lei dos pobres, e outras 
interferências na economia que provocam diferenças nas vantagens totais. 
Na primeira parte, tem diferenças pecuniárias/ monetárias, mas as vantagens totais são iguais entre os 
diferentes empregos do trabalho e do capital. Já na segunda, quando você tem monopólios, corporações de 
ofícios, etc, você vai ter vantagens totais desiguais, nos diferentes empregos. No primeiro a prof não iria no 
mercado financeiro, no segundo sim. 
O crescimento, a estagnação e o declínio da economia, vai afetar o nível de salário e o nível da taxa de lucro, 
mas, não afeta essas paridades. Todos os salários/ lucros, sobem na mesma proporção no crescimento da 
economia e caem na mesma proporção no declínio da mesma.

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