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↪Existem três tipos de músculo no corpo: ↳Esquelético (40%) ↳Cardíaco (5%) ↳Liso (5%) O movimento do corpo é resultado da contração de um músculo esquelético ao longo de uma articulação ↪O músculo esquelético consiste em uma “massa” muscular contrátil central, carnosa, e de dois tendões, um em cada extremidade do músculo; ↪Este e seus tendões distribuem-se no corpo de tal maneira que se originam em um osso e inserem-se em outro diferente, passando sobre uma articulação; ↪À medida que o músculo se contrai, encurtando a distância entre os tendões de origem e os de inserção, os ossos se movem um em relação ao outro, dobrando-se na articulação; ↪Quando ativado por um nervo motor, um músculo esquelético só pode encurtar. A maioria das articulações tem um ou mais músculos em ambos os lados, para diminuir (flexão) ou aumentar seu ângulo (extensão); ↪O movimento do corpo realizado por um animal resulta da contração do musculoesquelético ao longo de uma articulação móvel. Há vários níveis de organização em qualquer músculo esquelético ↪Cada massa muscular, observada durante uma dissecção, é formada por uma quantidade diferente de células musculares (normalmente chamadas de fibras Fisiologia do Músculo Cunningham Tratado de Fisiologia Veterinária - Bradley Klein musculares), que medem vários centímetros entre os tendões de origem e de inserção; ↪O diâmetro das fibras varia de cinco a 100 µm e elas contêm muitos núcleos, mitocôndrias e outras organelas intracelulares; ↪A membrana limitante externa da fibra é chamada de sarcolema; ↪Ele consiste em uma membrana celular verdadeira, denominada membrana plasmática, e em uma camada externa polissacarídica, que se liga aos tendões nas extremidades das células; ↪Cada fibra muscular é inervada por um único neurônio motor, com a região da junção neuromuscular localizando-se aproximadamente no meio da fibra, em relação às extremidades; ↪Uma fibra muscular é formada por subunidades sucessivamente menores contendo de várias centenas a vários milhares de miofibrilas dispostas paralelamente ao longo de seu comprimento, como um punhado de espaguete; ↪Cada uma delas é formada por uma série linear de sarcômeros, as unidades básicas contráteis da fibra muscular, que podem ser contadas em dezenas de milhares; ↪O sarcômero tem um disco em cada extremidade, chamado disco Z, e quatro tipos de moléculas de proteína grandes, responsáveis pela contração muscular – três das quais são polimerizadas; ↪Numerosos filamentos finos de proteína, chamados de actina, estão ligados aos discos Z e estendem-se em direção ao centro do sarcômero, como dedos paralelos apontando uns para os outros; ↪Cada um deles consiste em dois cordões helicoidais entrelaçados da proteína actina e dois semelhantes da proteína tropomiosina, todos ligados uns aos outros como uma grande hélice complexa; ↪Também localizadas intermitentemente ao longo dos cordões de tropomiosina-actina estão moléculas de uma proteína globular complexa, denominada troponina, que podem ligar tropomiosina e actina e que têm afinidade pelos íons cálcio (Ca2+); ↪Suspensos entre os finos filamentos de actina, e a eles paralelos, encontram-se outros mais grossos de polímeros da proteína miosina; ↪Uma molécula desta contém uma cauda de hélices entrelaçadas e duas cabeças globulares, que podem ligar tanto trifosfato de adenosina (ATP), quanto actina; ↪O sarcômero também contém uma proteína grande, titina, que ajuda a manter a relação lado a lado de actina e miosina, bem como o comprimento de repouso durante o relaxamento; ↪Abaixo da membrana plasmática da célula muscular situa-se o retículo sarcoplasmático, uma organela intracelular de armazenagem, que forma uma rede ao redor das miofibrilas; ↪Essa extensa bolsa de armazenagem sequestra íons Ca2+ no músculo relaxado, sendo análoga ao retículo endoplasmático liso em outras células; ↪Localizados perpendicularmente ao eixo longitudinal da fibra muscular estão tubos de membranas plasmáticas formados por invaginações periódicas do sarcolema; ↪Esses túbulos transversos, ou túbulos T, atravessam todo o diâmetro dessa fibra, como um canudo flexível passando transversalmente através do punhado de espaguete (miofibrilas); ↪Os túbulos T serpenteiam em torno das miofibrilas, formando junções com a rede do retículo sarcoplasmático que as rodeia; ↪Esses são preenchidos pelo líquido extracelular e são importantes porque permitem que a membrana plasmática eletricamente excitável da fibra muscular conduza a despolarização do potencial de ação para o interior da fibra; ↪Relação entre os túbulos T (TT) e retículo sarcoplasmático (RS) durante acoplamento excitação- contração: 1. Propagação do potencial de ação produz a despolarização da membrana TT. 2. Despolarização induz a abertura de agregados de canais de Ca2+ dependentes de voltagem na membrana TT. 3. Abertura de canais de liberação de Ca2+ sobre os resultados da membrana SR de acoplamento mecânico com a abertura de canais de Ca2+ dependentes de voltagem no TT. 4. Ca2+ é liberado do SR para o sarcoplasma, onde pode banhar os sarcômeros para induzir a contração. O potencial de ação no sarcolema propaga-se para o interior da célula ao longo de túbulos transversos ↪As células musculoesqueléticas, como as nervosas, têm um potencial de repouso da membrana, que pode ser despolarizada por transmissão sináptica na junção neuromuscular; ↪Nessa junção, a acetilcolina liberada pelo neurônio motor ativa receptores nicotínicos no sarcolema da célula muscular; ↪A despolarização resultante basta para abrir canais de sódio (Na+) dependentes de voltagem, também encontrados no sarcolema juncional, em quantidade suficiente para disparar um potencial de ação na fibra muscular; ↪Portanto, é no sarcolema da junção neuromuscular que os potenciais de ação da fibra muscular são gerados; ↪Uma vez gerado um potencial de ação próximo ao ponto médio da fibra muscular, ele se difunde em ambas as direções ao longo do comprimento desta por mecanismos similares ao potencial de ação que se propaga em axônios de neurônios amielínicos; ↪Em contraste com aqueles em axônios, no entanto, os potenciais de ação sobre o sarcolema são também transmitidos para o interior da fibra muscular ao longo dos túbulos T; ↪Isto permite que este potencial alcance a localização do retículo sarcoplasmático, mesmo nas regiões mais internas da fibra muscular; ↪As consequências da chegada do potencial de ação no local do retículo sarcoplasmático são fundamentais para o acoplamento de excitação (o potencial de ação) com contração (encurtamento) dos sarcômeros das miofibrilas. O potencial de ação no sarcolema é indiretamente acoplado ao mecanismo de contração através da liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático ↪Enquanto no neurônio uma elevação do Ca2+ citoplasmático na terminação é fundamental para iniciar o processo de liberação de transmissor, no sarcoplasma (citoplasma) da célula muscular é importante para iniciar a contração; ↪Em repouso, os íons Ca2+ são bombeados para fora do sarcoplasma e armazenados no retículo sarcoplasmático com a utilização de uma bomba dependente de energia em conjunto com proteínas de ligação de Ca 2+ dentro do retículo sarcoplasmático; ↪Isso deixa a concentração de Ca2+ muito baixa no sarcoplasma para iniciar a contração; ↪Entretanto, à medida que um potencial de ação se difunde ao longo da superfície da fibra muscular e para o seu interior ao longo dos túbulos T, a despolarização chega à junção entre os túbulos e o retículo sarcoplasmático; ↪A chegada do potencial de ação nessa junção leva à liberação de íons Ca2+ armazenados pelo retículo sarcoplasmático; ↪Esses íons difundem-se pelo sarcoplasmade acordo com seu gradiente de concentração, embebem o sarcômero e depois desencadeiam contração; ↪ À medida que o potencial de ação passa, os íons Ca2+ são novamente bombeados para o retículo sarcoplasmático, resultando em relaxamento; ↪Esse ciclo de eventos é conhecido como acoplamento excitação-contração; ↪A ligação entre o potencial de ação no túbulo transverso e a liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático é mediada por canais de Ca2+ dependentes de voltagem no túbulo T e canais de liberação de Ca2+ induzidos pelo mesmo no retículo sarcoplasmático; ↪A abertura de canais de Ca2+ dependentes de voltagem do túbulo T pelo potencial de ação produz uma alteração direta na configuração dos canais de liberação de Ca2+ induzidos por este no retículo sarcoplasmático, permitindo que os íons Ca2+ armazenados escapem do retículo para o sarcoplasma; ↪O movimento de Ca2+ através de seus canais dependentes de voltagem no túbulo T e a sensibilidade dos íons Ca2+ nos canais de liberação de Ca2+ induzidos por este desempenha um papel mais importante no acoplamento excitação-contração no músculo cardíaco do que no esquelético. . O deslizamento da actina ao longo da molécula de miosina resulta no encurtamento físico do sarcômero ↪Este muda do relaxado para o contraído quando os íons Ca2+ ficam disponíveis; ↪Na presença desses e de uma fonte suficiente de ATP, os finos filamentos de actina se movem paralelamente ao longo dos grossos de miosina, pelo movimento repetitivo das cabeças das moléculas desta, encurtando assim o sarcômero; ↪Como cada miofibrila é feita de uma série linear de repetição e sarcômeros conectados, o resultado final é o encurtamento da distância física entre as duas extremidades do músculo; ↪Em vários pontos ao longo do fino filamento de actina existem sítios que podem ligarse à cabeça da molécula de miosina; ↪Na ausência de íons Ca2+, esses são inibidos ou cobertos por moléculas de tropomiosina, que normalmente estão entrelaçadas dentro da hélice de actina; ↪Quando o Ca2+ está presente e se liga à troponina, uma molécula reguladora ligada à tropomiosina, a molécula dessa sofre uma alteração em sua configuração; ↪Acredita-se que isto, então, faça a molécula de tropomiosina afastar-se, descobrindo o sítio de ligação da miosina no filamento fino de actina e permitindo a ligação miosina-actina; ↪Através de um ciclo, que inclui ligação com ATP e hidrólise deste (para ADP + fosfato) e subsequente dissociação do fosfato, as cabeças da miosina relaxam e flexionam-se alternadamente, ao mesmo tempo em que se desligam e ligam aos sítios de ligação expostos no filamento fino de actina; ↪Isso resulta no deslizamento em paralelo desses filamentos ao longo dos filamentos grossos de miosina para encurtar o sarcômero; ↪Na ausência de íons Ca2+, os sítios de ligação de miosina na actina ficam novamente bloqueados, resultando no relaxamento do sarcômero. A maior parte das fibras musculoesqueléticas pode ser classificada como fibras de contração rápida ou de contração lenta ↪As fibras musculoesqueléticas com períodos de contração curtos às vezes são chamadas de fibras de contração rápida; ↪Elas tendem a ser maiores, têm um retículo sarcoplasmático extenso para liberação rápida de íons Ca2+ e possuem um suprimento menor de sangue e menos mitocôndrias porque o metabolismo aeróbico é menos importante; ↪Essas fibras são fatigadas um pouco mais rapidamente, mas são bem adaptadas para salto, corrida e outros movimentos breves e potentes; ↪As fibras de contração lenta, ao contrário, são fibras musculares menores, têm um suprimento abundante de sangue e mitocôndrias e possuem uma grande quantidade de mioglobina, uma proteína que contém ferro e armazena oxigênio, semelhante à hemoglobina; ↪Elas dependem mais intensamente do metabolismo oxidativo, são menos sujeitas à fadiga e estão mais bem adaptadas para a contração contínua de músculos extensores antigravidade; ↪Como as fibras de contração lenta têm mais mioglobina, às vezes são chamadas de músculo vermelho; e as de contração rápida são denominadas músculo branco; ↪Um terceiro tipo, uma subclasse das fibras de contração rápida, tem propriedades entre os dois anteriores; ↪Normalmente, a massa muscular é composta de uma mistura desses três, cujas proporções variam de acordo com o uso do músculo. Os músculos alteram sua força de contração variando o número de unidades motoras ativas ou a taxa de ativação da unidade motora ↪Ainda que cada fibra muscular seja inervada por um único neurônio, cada axônio do neurônio motor se ramifica à medida que atinge o músculo e inerva várias fibras musculares; ↪Uma unidade motora é definida como um neurônio motor alfa (α) e o conjunto das fibras musculares extrafusais (estriadas, geradoras de força) por ele inervadas; ↪As fibras musculares de cada unidade motora são do mesmo tipo funcional (de contração lenta ou rápida) e um potencial de ação no neurônio motor faz com que todas contraiam-se simultaneamente; ↪Em unidades motoras, existe uma relação entre o tipo funcional de fibra muscular inervada, o número destas e o tamanho do neurônio motor; ↪As pequenas tendem a ser formadas por um único neurônio motor, com um corpo celular pequeno e um axônio estreito, de condução mais vagarosa, que inerva um número reduzido de fibras de contração lenta; ↪Já as grandes têm um neurônio motor com corpo celular extenso e um axônio largo, de condução mais rápida, inervando um vasto número de fibras de contração rápida; ↪A ativação de uma unidade motora pequena produz um aumento menor, mais lento e menos fatigável da força contrátil do músculo, em comparação com uma maior; ↪Os corpos celulares dos neurônios de todas essas unidades de um único músculo formam um agrupamento dentro do sistema nervoso central (SNC), chamado agrupamento de neurônio motor desse músculo; ↪No interior deste agrupamento, existem unidades motoras de vários tamanhos; ↪Músculos com uma proporção maior de unidades motoras menores tendem a estar receptivos a um controle mais fino da força contrátil; ↪Embora um potencial de ação de um neurônio motor produza uma contração simultânea, breve, em todas as fibras musculares da unidade motora, o padrão de excitação das unidades que se originam de dentro do SNC produz a contração gradual, uniforme, de que a maior parte dos músculos é capaz; ↪O SNC pode levar um músculo a contrair-se com uma força maior principalmente pelo aumento do número de unidades motoras que se contraem de uma só vez, sendo isto chamado de recrutamento ou somatória espacial; ↪A força da contração também pode ser aumentada elevando-se a frequência de ativação de uma unidade motora, na qual uma contração subsequente começa antes do relaxamento da anterior, o que é denominado somatória temporal; ↪O recrutamento de unidades motoras para aumentar a força contrátil ocorre de maneira ordenada, de acordo com o tamanho destas, sendo as menores ativadas inicialmente; ↪Isso resulta em um aumento gradual da força muscular, em quantidades pequenas, mais precisas, quando esta necessária é baixa; ↪À medida que se expande, aumentos mais rápidos e maiores na força contrátil são progressivamente adicionados pela ativação ordenada das unidades motoras maiores; ↪Isso produz uma uniformidade geral de contração, mantendo o movimento o mais preciso possível até que sejam necessários aumentos maiores, mais grosseiros, geralmente quando já foi gerada uma tensão significativa no músculo; ↪Em alguns músculos esqueléticos, o SNC pode comandar certa porcentagem de unidades motoras para ficarem ativas por períodos prolongados (várias unidades motoras fazem turnos), encurtando continuamente, portanto, a distância entreos tendões de origem e de inserção; ↪Quando ocorre a contração de uma massa muscular inteira, sem relaxamento, diz-se que o músculo está em tetania; ↪A tetanização do músculo cardíaco seria fatal porque este precisa relaxar para permitir o enchimento do coração, antes que se contraia para bombear o sangue para fora.. A estrutura dos músculos cardíaco e liso é diferente da estrutura do músculo esquelético ↪O músculo cardíaco é estriado, a exemplo do esquelético, e contém retículo sarcoplasmático e miofibrilas; o componente contrátil fundamental é formado por subunidades de actina e miosina; ↪Esse também contém túbulos transversos, mas difere do esquelético em alguns aspectos importantes; ↪As longas fibras musculoesqueléticas são isoladas eletricamente umas das outras, ao passo que as célulasmusculares cardíacas, mais curtas, estão eletricamente acopladas umas às outras, através de discos intercalados de extremidade a extremidade, que contêm junções de hiato; ↪Como estas proporcionam continuidade entre o citoplasma de células adjacentes, os potenciais de ação podem propagar-se de uma célula muscular cardíaca para outra, através desses discos intercalados, sem a necessidade de neurotransmissão química para cada delas; ↪As células do músculo cardíaco também podem apresentar prolongamentos em forma de ramos, que formam conexões semelhantes com alguns de seus vizinhos paralelos; ↪Os potenciais de ação surgem espontaneamente em células especializadas do músculo cardíaco e então propagam-se por uma grande população delas, como se fossem um sincício funcional; ↪Isso pode resultar na contração coordenada de uma grande região muscular do coração; ↪A frequência de tais potenciais de ação e a força da contração resultante são influenciadas pelo sistema nervoso autônomo, mas tal inervação não é necessária para a gênese do potencial de ação; ↪As células do músculo liso, a exemplo dos miócitos cardíacos, são menores e mais curtas do que as do músculo esquelético; ↪Elas não contêm túbulos T e seu retículo sarcoplasmático é mal desenvolvido; ↪Alguns tecidos celulares do músculo liso, normalmente chamado de músculo liso unitário ou visceral, têm junções de hiato entre as células e funcionam de forma semelhante a um sincício funcional, com transmissão do potencial de ação de célula para célula, e contração coordenada, como no músculo cardíaco; ↪Esse é abundante no trato gastrointestinal e em outros órgãos das cavidades torácica e abdominal; ↪Outro tipo de tecido celular do músculo liso, geralmente denominado músculo liso multiunitário, tem células musculares eletricamente isoladas, capazes de contraírem-se independentemente umas das outras; ↪Este pode ser encontrado, por exemplo, na íris e no corpo ciliar do olho, onde é necessário controle preciso da contração muscular; ↪O tecido muscular liso é inervado por neurônios do sistema nervoso autônomo; ↪Ao contrário das junções neuromusculares do músculo esquelético, tanto acetilcolina quanto norepinefrina podem ser liberadas (por diferentes neurônios) nas junções com o músculo liso, as células deste músculo podem ser excitadas ou inibidas por sua entrada pré-sináptica e uma única célula do músculo liso pode receber informação pré-sináptica de mais de um neurônio; ↪O músculo liso visceral tende a receber uma inervação mais difusa de um neurônio autônomo e o neurotransmissor é liberado a uma distância maior da célula muscular lisa, em comparação com uma junção neuromuscular esquelética; ↪No músculo liso multiunitário é mais frequente encontrar entrada sináptica em cada célula e uma amplitude de fenda sináptica semelhante a esse tipo de junção; ↪Além do controle pelos neurônios autônomos, vários tipos de tecido muscular liso podem contrair-se em resposta a geração autoinduzida de atividade elétrica, ação hormonal ou estiramento. ↪O papel dos Íons Ca2+ no acoplamento de excitação- contração nos músculos cardíaco e liso é diferente do papel no músculo esquelético ↪A contração das células dos músculos cardíaco e liso resulta do deslizamento conjunto dos filamentos proteicos de actina e miosina, como ocorre no esquelético; ↪O deslizamento da actina sobre a miosina requer ATP e não ocorre a menos que estejam presentes íons Ca2+, novamente, como no músculo esquelético. Entretanto, o que difere é a origem dos íons Ca2+ intracitoplasmáticos que permitem a contração; ↪No músculo esquelético, o Ca2+ está preso no retículo sarcoplasmático; ↪Com a chegada do potencial de ação ao longo do sarcolema e do túbulo T, o Ca2+ é liberado do retículo e se difunde para o citoplasma, onde desencadeia a contração; ↪A abertura mecânica dos canais de liberação de Ca2+ induzida pelo mesmo do retículo sarcoplasmático pela abertura dos canais de Ca 2+ dependentes de voltagem do túbulo T é o veículo mais importante para o aumento do Ca2+ citoplasmático; ↪Após a passagem do potencial de ação, os íons Ca2+ são bombeados de volta para o interior do retículo sarcoplasmático e o músculo relaxa; ↪No músculo esquelético, pouco ou nenhum influxo de Ca2+ extracelular (o lúmen dos túbulos T é uma extensão do espaço extracelular), através dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem do túbulo T, é necessário para a contração; ↪No músculo cardíaco, o retículo sarcoplasmático não é tão bem desenvolvido como no esquelético; ↪Portanto, o influxo de Ca2+ extracelular, através dos canais de Ca2+ dependentes de voltagem do túbulo T, e a liberação deste do retículo sarcoplasmático são importantes para o desencadeamento da contração; ↪No músculo cardíaco, a chegada de um potencial de ação ao longo da membrana celular e dos túbulos T abre canais de Ca2+ dependentes de voltagem, permitindo o influxo de Ca2+ extracelular para dentro do citoplasma; ↪Alguns desses íons ativam canais de liberação de Ca2+ induzidos por este no retículo sarcoplasmático e essas fontes combinadas de Ca2+ citoplasmático aumentado desencadeiam contração; ↪Após a passagem do potencial de ação, o relaxamento muscular é alcançado principalmente pelo bombeamento do Ca2+ citoplasmático de volta para o retículo sarcoplasmático, embora um pouco deste seja transportado para o espaço extracelular através do sarcolema; ↪Em muitas células do músculo liso, o retículo sarcoplasmático é pouco desenvolvido e o influxo de Ca2+ extracelular desempenha o principal papel para iniciar o processo contrátil; ↪Ainda que as células desse não possuam túbulos T, o influxo de Ca2+ é conseguido, na despolarização da membrana, através da ativação de canais de Ca2+ dependentes de voltagem, que se localizam em pequenas depressões da membrana (cavéolas); ↪Os bloqueadores desses canais interferem no processo e podem relaxar o músculo liso em paredes arteriais, o que dilata as artérias e abaixa a pressão sanguínea; ↪Em muitas células do músculo liso, a contração é terminada principalmente pelo transporte de Ca2+ de volta para o espaço extracelular, um processo razoavelmente lento; ↪Alguns estímulos mediados pelo receptor das células do músculo liso por neurônios ou hormônios não conduzem à despolarização da membrana celular, mas podem levar à contração da célula muscular lisa, no entanto; ↪Por exemplo, a ativação de certos receptores da membrana acoplada à proteína G de músculos lisos, tais como aqueles que empregam a via do segundo mensageiro de inositol trifosfato-diacilglicerol (DAG-IP 3), podem induzir a liberação de armazenamentos de Ca2+ do retículo sarcoplasmático de células musculares lisas, levando à contração; ↪O mecanismo pelo qual o Ca2+ induz o ciclo das pontes cruzadas de actina-miosina no músculo liso difere do dos músculos cardíaco e esquelético; ↪Nestes, o ciclo das pontes cruzadas depende principalmente da remoção, induzidapor Ca2+, do bloqueio de tropomiosina do sítio de ligação da actina; ↪No músculo liso, o ciclo depende de um aumento induzido por Ca2+ da atividade da ATPase na cabeça da miosina, outro processo lento; ↪Esse é provocado quando o crescimento intracelular de Ca2+ inicia uma cadeia de eventos que levam à fosforilação da cabeça da miosina. O conceito de um reflexo ↪Um reflexo pode ser definido como uma resposta involuntária e qualitativamente invariável do sistema nervoso a um estímulo; ↪Os reflexos são exemplo mais simples da função geral do sistema nervoso: coleção de informações sensoriais, integração e produção motora. Um arco reflexo contém cinco componentes fundamentais ↪Todos os arcos reflexos contêm cinco componentes básicos; 1.Todos os reflexos iniciam-se com um receptor sensorial. Estes variam amplamente dentro do organismo, mas dividem uma função comum: transformam uma quantidade de energia ou presença de um elemento químico ambiental em uma resposta celular que, direta ou indiretamente, produz potenciais de ação em um neurônio sensorial. Em outras palavras, esses receptores detectam sinais ambientais e os transformam em um formato que pode ser compreendido pelo sistema nervoso; ↪Um receptor primário é um neurônio com uma região especializada na transdução de estímulos; ↪Um receptor sensorial secundário é uma célula não neural especializada para transdução de estímulo que, por sua vez, afeta a atividade neural pela liberação do neurotransmissor em um neurônio; ↪Potenciais de ação resultantes de transdução de estímulos são gerados ao longo de neurônios sensoriais com uma frequência proporcional à intensidade do estímulotransduzido; ↪Esta proporcionalidade entre a intensidade com a qual o receptor é estimulado e a frequência dos potenciais de ação resultantes no neurônio sensorial é chamada de código de frequência; e é uma maneira importante utilizada pelo receptor para comunicar ao sistema nervoso central (SNC); ↪Estímulos mais intensos também irão ativar um maior número de receptores sensoriais, conhecidos como o código de população da intensidade do estímulo; 2. O componente seguinte de um arco reflexo, é o neurônio sensorial (SNC aferente). Estes transmitem potenciais de ação, resultantes da ativação do receptor, ao SNC. Novamente, em alguns casos o receptor nada mais é do que uma região especializada, normalmente periférica, do neurônio sensorial (receptores primários). Em outros casos, esse é fisicamente separado do neurônio motor e transmite o sinal através de uma sinapse (receptores secundários). Os neurônios sensoriais se ligam à medula espinhal através das raízes dorsais ou ao cérebro através dos nervos craniais. 3. O terceiro componente do arco reflexo é uma sinapse no SNC. Na realidade, na maioria dos arcos reflexos, ocorre mais de uma sinapse em série (polissináptico). Porém, alguns arcos reflexos originários do fuso muscular são monossinápticos. Em reflexos polissinápticos, nos quais um ou mais neurônios se encontram entre a entrada do neurônio sensorial para o SNC e a saída do neurônio motor, esses neurônios interpostos são chamados de interneurônios e também podem ser considerados como parte deste terceiro componente do arco reflexo. 4. O quarto componente é um neurônio motor (SNC aferente), que transporta potenciais de ação do SNC em direção à sinapse com o órgão alvo (efetor). Esses saem da medula espinhal através das raízes ventrais e deixam o cérebro através dos nervos cranianos. 5. O último componente é o órgão-alvo (órgão efetor) que causou o reflexo. Este é geralmente um músculo, como as fibras musculoesqueléticas do quadríceps do membro pélvico, no caso do reflexo patelar (knee jerk, estiramento muscular) ou do músculo liso da íris no reflexo pupilar à luz. O alvo também pode ser uma glândula, como a salivar no reflexo salivar. ↪Na realidade, a resposta reflexa final a um estímulo em mamíferos é raramente, se em algum momento, produto de um arco reflexo monossináptico agindo isoladamente; ↪Mesmo que um neurônio sensorial participe em um arco-reflexo monossináptico, normalmente o mesmo irá estimular ramos que participarão de circuitos reflexos polissinápticos no SNC; ↪Além disso, até a resposta reflexa mais simples dos mamíferos envolve não somente a excitação de um determinado músculo ou músculos, mas também a inibição de outro ou outros (normalmente antagonista); ↪O reflexo patelar é uma boa ilustração desses pontos; ↪Em relação aos neurônios sensoriais individuais que compõem esse reflexo, alguns de seus ramos terminais efetuam conexões excitatórias monossinápticas com neurônios motores, que ativam o músculo quadríceps; ↪Outros ramos terminais deste mesmo neurônio sensorial participam em circuitos dissinápticos, que inibem os motores que inervam o músculo hamstring antagônico; ↪Os reflexos não operam isolados do restante do sistema nervoso; ↪Os estímulos vindos de outras regiões deste até os componentes do arco reflexo podem modular a sensibilidade da resposta reflexa. Arcos reflexos podem ser segmentares ou intersegmentares ↪Um reflexo segmentar é aquele no qual o arco reflexo passa por somente uma pequena porção rostro-caudal do SNC; ↪Nesses casos, a entrada do neurônio sensorial, o circuito no SNC e a saída do neurônio motor apresentam uma localização rostro-caudal similar; ↪O reflexo de alongamento do quadríceps (patelar) e o pupilar à luz são exemplos de reflexos segmentares, pois utilizam somente um pequeno número de segmentos da medula espinhal ou uma pequena região rostro-caudal do tronco cerebral, respectivamente; ↪Em um reflexo intersegmentar, o arco reflexo passa por muitos segmentos da medula espinhal ou por muitas regiões cerebrais (desde a medula até o cérebro médio); ↪Em uma classe de reflexos intersegmentares, a saída do neurônio motor se localiza, ou se estende, a uma distância rostral ou caudal considerável do local de entrada do neurônio sensorial no SNC; ↪Exemplos incluem os reflexos vestíbulo espinhais, que produzem ajustes posturais em resposta à aceleração da movimentação ou mudança de posição da cabeça; ↪A informação levada pelo neurônio sensorial, originada no aparatovestibular do ouvido interno, adentra o SNC próximo à fronteira pontomedular do tronco cerebral e os neurônios motores saem através de um grande número de segmentos da medula espinhal; ↪Para alguns reflexos intersegmentares, a entrada do neurônio sensorial e a saída do neurônio motor estão localizadas em uma porção rostro-caudal próxima, mas o circuito de sinapses no SNC entre os dois conduz para e retorna de uma região distante deste. Órgãos receptores do musculoesquelético ↪O movimento, característica de todos os animais, é o produto final da contração do músculo esquelético. Esse é orquestrado pelo sistema nervoso central (SNC), através de seu controle da unidade motora; ↪Para comandar adequadamente o movimento corporal, o SNC precisa: (1) verificar o efeito da gravidade na maioria dos músculos do corpo; (2) determinar a posição inicial das partes que serão movimentadas; (3) detectar qualquer discrepância entre o movimento que se pretende executar e o que ocorre de fato; ↪Os ajustes apropriados podem ser feitos assim que tais disparidades forem detectadas; ↪Dois importantes sistemas de receptores evoluíram nos músculos esqueléticos dos mamíferos para abastecer o SNC com as informações mencionadas: os fusos musculares e o órgão tendinoso de Golgi; ↪Os primeiros, dispostos em paralelo com as fibras contráteis musculoesqueléticas, fornecem informações sobre o comprimento do músculo; ↪O segundo, disposto em série com as fibras contráteis da musculatura esquelética, detecta tensão muscular. O receptor de estiramentodo fuso muscular é um órgão encapsulado de fibras musculares especializadas, com inervação motora e sensorial separadas ↪O fuso muscular é um grupo encapsulado de cerca de três a 12 pequenas e delgadas fibras musculoesqueléticas especializadas; ↪Como sua cápsula tem forma de fuso, ou fusiforme, estas são chamadas fibras musculares intrafusais; ↪As que provocam encurtamento físico do músculo (a maior parte delas do ventre muscular), localizadas do lado de fora da cápsula, são chamadas fibras musculares extrafusais; ↪Tais fibras frequentemente abrangem o comprimento de todo o músculo, desde o tendão de origem até o de inserção; fibras musculares intrafusais e suas cápsulas são muito mais curtas (cerca de quatro a 10 mm de comprimento); ↪Além disso, suas extremidades estão situadas em paralelo com as extrafusais e ligadas à matriz extracelular destas fibras; ↪Portanto, se o músculo é estirado, alongando as fibras musculares extrafusais, as fibras intrafusais do fuso muscular também se estiram; ↪Diferentemente das fibras musculares extrafusais, os elementos contráteis das intrafusais se restringem às suas extremidades polares, sem que haja qualquer elemento em sua região medial (equatorial); ↪Portanto, essas extremidades podem contrair-se, mas sua região equatorial não; ↪Tal contração não contribui diretamente para o encurtamento de todo o músculo, mas pode retesar a região da fibra intrafusal situada entre os dois polos; ↪Os neurônios sensoriais do fuso originam-se da região equatorial das fibras musculares intrafusais e conduzem potenciais de ação deste até o sistema nervoso central (SNC) através dos nervos periféricos; ↪Esses aferentes do SNC penetram na medula espinhal pelas raízes dorsais; ↪As regiões polares, contráteis, das fibras musculares intrafusais são inervadas por neurônios motores, chamados neurônios motores gama (γ); ↪Fibras musculares extrafusais — as que provocam o encurtamento físico do músculo — são inervadas por uma população diferente de neurônios motores (aqueles que compreendem as unidades motoras), chamados neurônios motores alfa (α); ↪Embora neurônios motores γ sigam para as fibras musculares intrafusais e os α sigam para as extrafusais, ambos os eferentes do SNC têm seus corpos celulares no corno ventral da medula espinhal e seus axônios deixam a medula através das raízes ventrais. O fuso muscular transmite ao Sistema Nervoso Central (SNC) informações sobre o comprimento do músculo ↪O estiramento de um músculo pode esticar as fibrasintrafusais do fuso muscular situadas em paralelo às extrafusais; ↪O estiramento (alongamento) do segmento equatorial da intrafusal gera potenciais de ação ao longo dos neurônios sensoriais do fuso; ↪Como o segmento equatorial é alongado, acredita-se que ocorra abertura de canais iônicos sensíveis a estiramento nesses neurônios, levando à despolarização da membrana e à geração de potencial de ação; ↪Estes, por sua vez, são gerados ao longo da saída do neurônio sensorial do fuso muscular, proporcionalmente à quantidade de alongamento da parte central das intrafusais; ↪Na verdade, existem subclasses de fibras intrafusais (em bolsa nuclear dinâmica ou estática, em cadeia nuclear) e neurônios sensoriais do fuso (Ia, II); ↪Essa variedade permite que a saída deste último detecte não apenas a alteração no comprimento durante a fase dinâmica do alongamento muscular, como também a taxa de alongamento, bem como o comprimento do músculo em estado de equilíbrio à medida que o animal mantém a articulação inerte; ↪Quando um músculo é mantido em um comprimento constante, como na ocasião em que uma articulação é imobilizada, em geral, existe estiramento suficiente dos fusos musculares para produzir uma frequência estável de descarga de potencial de ação no neurônio sensorial de saída deste fuso; ↪Essa descarga, em estado de equilíbrio, confere ao órgão do fuso muscular a capacidade de informar o SNC não apenas sobre um subsequente alongamento do músculo, que produziria um aumento proporcional na descarga do potencial de ação, como também certo encurtamento deste, o que causaria uma redução proporcional na descarga do potencial de ação a partir do estado de equilíbrio. O estiramento muscular e os potenciais de ação ao longo dos neurônios sensoriais do fuso levam à contração reflexa das fibras musculares extrafusais ↪Os neurônios sensoriais de saída do fuso muscular penetram no SNC, onde estabelecem conexões monossinápticas, excitatórias, com neurônios motores α, que retornam para as fibras extrafusais do mesmo músculo; ↪Portanto, o estiramento deste pode levar a uma contração reflexa, rápida, devolvendo o músculo ao seu comprimento original; ↪Estirar o músculo alonga as fibras musculares intrafusais, aumentando a frequência de descarga do potencial de ação ao longo dos neurônios sensoriais de saída do fuso. Isso leva a um crescimento na frequência do potencial de ação nos neurônios motores α, em que os neurônios sensoriais do fuso estabelecem sinapse; ↪Isso produz contração das fibras extrafusais inervadas pelos neurônios α, o que resulta em contração (encurtamento) do músculo e da região equatorial do fuso muscular; ↪Por fim, isso reduz a frequência dos potenciais de ação que ocorrem nos neurônios sensoriais do fuso até o nível de pré-estiramento, terminando a resposta (o ciclo é um sistema clássico de feedback negativo); ↪Quando a atuação do reflexo de estiramento devolve uma articulação à sua posição original, o músculo antagônico, ao estirado, deve relaxar para que a articulação seja capaz de se movimentar; ↪Portanto, no reflexo de estiramento, alguns ramos terminais dos neurônios sensoriais de fusos isolados não estabelecem sinapse diretamente nos neurônios motores α do músculo estirado, mas, em vez disso, estabelecem sinapse em interneurônios espinhais inibitórios; ↪Tais neurônios, situados dentro da medula espinhal, também são ativados pelo estiramento do músculo; ↪Entretanto, quando disparam potenciais de ação, causam potenciais inibitórios pós-sinápticos (PIPSs) em neurônios motores que inervam o antagonista α do músculo estirado, o que impede a contração do músculo antagônico. O Sistema Nervoso Central (SNC) pode controlar diretamente a sensibilidade do fuso através de neurônios motores Gama (y) ↪A contração das fibras musculares extrafusais é controlada pelos neurônios motores γ maiores; já as intrafusais, são controladas pelos neurônios motores γ menores; ↪Esses últimos inervam as fibras musculares intrafusais nas suas extremidades polares, as regiões que contêm proteína contrátil; ↪Potenciais de ação nos neurônios motores γ -causam encurtamento das regiões polares das intrafusais, estirando a porção equatorial; ↪Uma função importante para essa inervação motora de um órgão receptor é regular a sensibilidade do fuso muscular; ↪O encurtamento da totalidade de um músculo, em consequência da iniciação da contração da fibra muscular intrafusal, tem potencial para afrouxar estas fibras, dado seu relacionamento em paralelo com as extrafusais; ↪Isso limitaria muito a capacidade do fuso muscular em transduzir o estiramento; ↪Entretanto, normalmente isto não ocorre porque a contração das regiões polares de fibras intrafusais, resultante da ativação de neurônio motor γ, é iniciada juntamente com o encurtamento de fibras extrafusais, causado pela ativação de neurônio motor α; ↪Isso permite que o órgão receptor do fuso permaneça em ordem e sensível a estiramentos súbitos da totalidade do músculo, por toda a extensão do seu comprimento; ↪Esse mecanismo de controle do γ também pode funcionar para regular diferencialmente a sensibilidade do fuso muscular, dependendo do tipode movimento a ser feito (inusitado e imprevisível versus estereotipado); ↪Existem dois tipos de neurônios motores γ: um regula a sensibilidade do fuso muscular para a fase dinâmica do alongamento γD; gama dinâmico) e outro a sensibilidade do comprimento em estado de equilíbrio γS ; gama estático). O órgão tendinoso de Golgi localiza- se em série entre o músculo e o tendão e detecta tensão muscular ↪Cada órgão tendinoso de Golgi é uma cápsula delgada que se localiza na junção entre músculo e tendão, em séries com 15 a 20 fibras musculoesqueléticas extrafusais; ↪Cápsula de cada órgão tendinoso contém um complemento de fascículos trançados de colágeno, no meio dos quais estão entrelaçados os ramos de um único neurônio sensorial; ↪Este, como aqueles do fuso muscular, conduz potenciais de ação para o SNC através do nervo periférico e raiz dorsal; ↪O órgão tendinoso de Golgi não possui inervação motora; ↪Como o órgão tendinoso de Golgi está em série com um grupo de fibras extrafusais e o tendão, quando as fibras extrafusais se encurtam durante a contração, é aplicada uma tensão ao órgão; ↪Isso faz com que as fibrilas colágenas trançadas do órgão se retesem e espremam as extremidades do neurônio sensorial; ↪Portanto, potenciais de ação são gerados e enviados ao SNC ao longo deste neurônio, em uma frequência proporcional à tensão desenvolvida pelo músculo; ↪Em contraste, o fuso muscular é disposto em paralelo com as fibras musculares extrafusais e, quando elas se contraem, este reduz a frequênciade seu potencial de ação; Quando potenciais de ação de neurônios sensoriais do fuso atingem o SNC, como mencionado anteriormente, produzem, de maneira monossináptica, PEPSs nos neurônios motores, que retornam para o mesmo músculo; Potenciais de ação ao longo de neurônios sensoriais de órgãos tendinosos de Golgi têm o efeito oposto: ativam interneurônios inibitórios, produzindo, de maneira polissináptica, PIPSs nos neurônios motores α para o mesmo músculo. Isso leva a uma contração reduzida da fibra muscular extrafusal. Receptores sensoriais (não orgânicos) livres nas articulações e músculos podem fornecer a estes informação sobre a posição e movimento das articulações e dor de indução a estímulos ↪As informações dos órgãos sensoriais musculares não são o único tipo de informação sensorial muscular do Sistema Nervoso Central (SNC) e não são a única fonte de informação sensorial sobre o movimento das partes do corpo; ↪Terminações periféricas não orgânicas dos neurônios sensoriais, com projeções centrais da coluna vertebral, podem ser encontradas nas cápsulas das articulações e em ligamentos próximos; ↪Alguns desses receptores respondem a mudanças na tensão dessas cápsulas e podem, portanto, fornecer informações sobre o posicionamento da articulação; outros respondem à velocidade do movimento desta; ↪Algumas terminações sensoriais associadas às articulações são ativadas por fortes estímulos mecânicos ou mediadores inflamatórios, que são associados às sensações de dor (artrite); ↪Terminações sensoriais não orgânicas e mediadoras de dor também são encontradas no músculo e podem contribuir para a sensação de dor muscular; ↪É interessante observar que existe uma população de receptores sensoriais não orgânicos, que podem ser encontrados tanto nos músculos quanto nas articulações e que, presumivelmente, desencadeiam os reflexos circulatórios e respiratórios associados ao início da movimentação do corpo.
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