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Educação: do Renascimento ao surgimento dos sistemas escolares História da Educação Profª Vânia Maria Siqueira Alves Graduação em História, Mestre em História e Drª. Museolgia e Patrimônio Breve contextualização histórica da Idade Moderna e o papel da educação - Renascença: século XV e XVI - Marcos históricos do mundo moderno: - Renascença - Valorização do homem → Antropocentrismo - Humanismo; - Revalorização da cultura greco-romana - Busca a erudição e o conhecimento mais profundo da natureza → O colégio passa a ser um local importante, que possibilita o acesso aos conhecimentos. - a ascensão da burguesia, com a consolidação do modo de produção capitalista; - a Reforma e a Contra-Reforma; - as grandes viagens marítimas. ↓ - Institucionalização da escola - A escola tornou-se uma instituição importante a partir da Idade Moderna. - A educação humanista da RENASCENÇA tinha como finalidade formar o “homem perfeito, apto a participar das atividades das instituições sociais dominantes” (Monroe,1969). - Reforma e Contra-Reforma - Duas vertentes importantes que fundamentaram o contexto educacional dos séculos posteriores à criação do movimento humanista. - Ao sul da Europa, o humanismo enfatizava a educação liberal, que possibilitava o desenvolvimento pessoal; - ao norte, predominava a transmissão de um saber que poderia fornecer subsídios para reformar as mazelas sociais, frutos da ignorância → O movimento da Reforma. -A Reforma e a Contra-Reforma foram importantes para os rumos da educação no mundo moderno e a institucionalização da escola. -Lutero (1483 – 1546) e Melanchthon (1497 – 1560), criador das bases da educação secundária humanista; - Escola pública religiosa - Escola primária para todos → Educação elementar: Classe trabalhadora - Ensino Médio e Superior: classes privilegiadas - Crítica aos castigos e verbalismo da escolástica - Outros reformadores foram responsáveis, na Alemanha, assim como nos demais países protestantes, pela divulgação de uma concepção que valorizasse a utilidade social da instrução, considerando que a educação deveria ser LAICA e estatal. - Reforma e Contra-Reforma - Contra-Reforma, realizada pela Igreja Católica Apostólica Romana. - A Igreja Católica precisava restaurar o seu prestígio e propor uma concepção educacional à altura da educação protestante. - No Concílio de Trento (1545-1563), foram discutidas as novas diretrizes da doutrina católica. - Propuseram a disseminação de seminários para a formação do clero, - surgiram novas ordens religiosas que deveriam se espalhar pelo mundo para consolidar a evangelização católica. - Companhia de Jesus, fundada por Inácio de Loyola em 1534. - A Companhia de Jesus tinha uma missão pedagógica dupla:fortalecer a HEGEMONIA pedagógica da Igreja, espalhando colégios para formar os nobres e a alta burguesia, e também fazer um trabalho de catequese. - Ratio Studiorum: um conjunto de normas que regulamentava o ensino das escolas dirigidas pelos jesuítas. Pintura datada de 1560 representando o Concílio de Trento (1545 - 1563) Foto: http://vemfazerhistoria.blogspot.com A instituição da escola no mundo moderno - As mudanças socioculturais, econômicas e políticas que ocorreram a partir do século XVI foram determinantes para a institucionalização da escola. - Educar, numa instituição escolar, tornou-se uma exigência para a consolidação de uma nova concepção de homem. - Castiglione – “O Cortesão” (1528): Modelo de cortesia do cavaleiro medieval e do ideal da cultura literária tipicamente humanista. - Educação da alta nobreza: preceptores - Educação da baixa nobreza e burguesia: escola - Aparecimento do colégio → nova imagem da infância e da família. - instituição de ensino complexa, que exerce uma rigorosa disciplina e vigilância, enquadrando seus alunos na nova ordem da civilização moderna. - Maioria dos colégios dominados por ordens religiosas. - Escolas particulares e acadêmicas científicas adaptadas ao espírito humanista - Vitorino da Feltre (1373 – 1446): Itália A instituição da escola no mundo moderno - A partir dos séculos XV e XVI, a instituição escolar começou a se preocupar com a divisão por idade nas classes. - A difusão da instrução começou a ser vista como fundamental devido a vários motivos: - para os protestantes, todas as pessoas deviam ler e interpretar a Bíblia sem a mediação do clero; - para os capitalistas, era preciso empregados com um mínimo de instrução para que as tarefas fossem mais bem executadas na manufatura e também no comércio. - A partir do século XVII, cresce o movimento para estabelecer a escola pública. - Experiências na Alemanha e França. - Na passagem do século XVII para o século XVIII, amadurecem as ideias e as condições para que se efetivem em vários países europeus as escolas públicas. - A Revolução Industrial, no século XVIII, gera as condições para a consolidação da moderna instituição escolar pública (Manacorda). As luzes na Educação e o homem novo -Iluminismo - Para os iluministas somente sua razão poderia construir o homem. - Esse caráter racional-antropológico oferecia vastas possibilidades à educação. - Com variações e matizes, a Educação representaria o desenvolvimento da natureza humana. - Diderot, Helvetius e Rousseau entre os principais polemistas. - Com o espocar das Revoluções Americana e Francesa acompanhadas dos princípios democráticos que as marcaram, a questão da educação entrou na ordem do dia. - A Educação pública estatal e civil aparecia assim como a chave mestra da vida social, objetivando formar um sujeito humano civilizado, ativo, responsável, capaz de viver como homem-cidadão (CAMBI, 1999). As luzes na Educação e o homem novo - Para desenvolver os homens e as potencialidades do seu intelecto, as instituições educativas precisavam ser renovadas, o que implicaria em: - nível de organização: o sistema escolar deveria ser orgânico, submeter-se ao controle público e articular-se em várias ordens e graus; - nível dos programas de ensino: novas ciências deveriam constituí-lo, bem como as línguas nacionais e os saberes úteis, afastando-se do modelo humanístico (linguístico-retórico e não utilitário); - nível da didática: os processos de ensino-aprendizagem deveriam ser inovadores, mas científicos, empíricos e práticos. - A criança entra para a história - O romance Emílio de Rousseau (1712-1778), acabou tornando-se o manifesto do novo pensamento pedagógico. - Rousseau acabou por descobrir a criança e tornou-a sujeito, com história e identidade. O século da Pedagogia e os vínculos com a sociedade: a Educação oitocentista - Século XIX - Herdeiro das três revoluções do Setecentos: a Industrial, a Francesa e a Americana. - Século do triunfo burguês. - Muitos desafios foram colocados para a Educação. - Os sistemas nacionais de Educação estão em pauta e todos disputam o controle da escola. - A proposta de uma educação nacional como mola propulsora de uma nação civilizada conta com a figura de Johann Gottlieb Fichte (1762-1814), entre os seus mais destacados inspiradores. - A escola pública aparece como o instrumento fundamental para o crescimento educativo das sociedades industriais. - Leiga e universal, gratuita e obrigatória a educação é proposta como direito dos cidadãos. O século da Pedagogia e os vínculos com a sociedade: a Educação oitocentista - Expansão do ensino elementar. - Para as crianças de 0-6 anos também são criadas escolas. - Avanço contido do ensino para as mulheres. - Há uma maior preocupação com a formação daqueles que ensinam. - As escolas para crianças pobres; escolas para o povo - O suíço Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) é considerado o idealizador das escolas populares. - Outros pedagogos também focaram seus trabalhos na educação dos mais pobres. - A educação do povo também foi debatida por Karl Marx (1818-1883). - Um crescimento lentoda escola elementar e popular é diagnosticado. - O alemão Friedrich Fröbel (1782-1852) fundou uma escola para crianças denominada Instituto para os pequeninos. É apontado como o pedagogo do romantismo4 e o grande idealizador do jardim de infância. Figura: A escola da vila, pintado cerca de 1670 - Jean Steen. Fonte: https://pt.wahooart.com/@@/8XYBC8-Jan-Steen-aldeia-escola Figura: O mestre-escola de Van Ostade Fonte: https://pt.wahooart.com/@@/8DNUPZ-Adriaen-Van-Ostade-O-mestre-escola La Salle – Escola em Paris Giovanni Gagliardi – 1901 Fonte: file:///C:/Users/Usuario/Downloads/8640191-Texto%20do%20artigo-10749-1-10-20150902%20(4).pdf Referências ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia: geral e Brasil São Paulo:Moderna, 2006. BITTAR, Marisa. História da educação : da antiguidade à época contemporânea / Marisa Bittar. -- São Carlos : EdUFSCar, 2009 MANACORDA, Mário. Historia da Educação da Antiguidade aos Nossos Dias. São Paulo: Cortez,/Autores Associados, 2000. MARQUES, Vera Regina Beltrão. História da educação - 1.ed., rev. - Curitba, PR : IESDE Brasil, 2012.
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