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PENAL IV
· Relacionar necropolitica (texto no portal) com algum dos crimes trabalhados – qualquer forma de apresentação. Data: 18.04
PARTE ESPECIAL
1. Introdução: a parte especial se inicia no art. 121 do CP. Sendo que a parte geral passou por uma reforma integral em 1984 e sofre reformas pontuais ate os dias atuais. E a parte especial sofre modificações constantes, para que se atualize. Todo o código penal é sistematizado a partir do bem jurídico tutelado. 
2. Bem jurídico e parte especial: Toda a parte especial está dividida em títulos e capítulos estruturados de acordo o bem tutelado. 
3. Tipicidade e parte especial : ideia de que o direito penal é sancionador e noção que se sobressai não parte especial do CP, porém não faz dessa parte exclusivamente sancionadora e sim predominantemente. Nessa parte há normas de outras natureza, como o art 327 (conceito de funcionário público) que é uma norma explicativa. 
Na tipicidade deve-se observar se ela é objetiva ou subjetiva. 
Na tipicidade objetiva avalia se a conduta praticada equivale ou não a narração do tipo incriminador. 
Conduta = descrição objetiva do tipo incriminador
Na tipicidade subjetiva se avalia se o elemento subjetivo da conduta corresponde ou não ao elemento subjetivo do tipo incriminador. É nesse momento que faz diferença saber se o tipo é culposo, doloso ou preterdoloso. 
Elemento subjetivo da conduta = elemento subjetivo do tipo incriminador 
Tipos incriminadores:
· Dolosos
· Culposos 
· preterdolosos
Os dolosos são tipificados a partir da intenção. 
Nos culposos o que determina a tipificação é o resultado 
4. Classificação doutrinaria: crimes - 
· Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa. Ex: trafico, homicídio, furto, roubo	
· Próprio: exige uma qualidade especial do sujeito (por um grupo de pessoa) ex: auto aborto, peculato. Admitem coautoria e participação 
· De mão própria: só pode ser praticado por uma pessoa em especial. Ex: falso testemunho. Admitem participação, mas não admitem coautoria – porém, hoje já se admite a coautoria para esse crime de falso testemunho. Caso do advogado que instruiu a testemunha a mentir, mesmo estando fora da sala. 
· Formais: se consumam com resultados jurídicos (plano das ideias) são crimes de consumação antecipada 
· Materiais: se consumam com resultados naturalísticos 
· Instantâneos: se consumam em um instante permanente/preciso. A maioria dos crimes 
· Permanentes: se consumam enquanto durar a sua permanência. EX: sequestro.
· Há também os crimes de efeitos permanentes, que são de resultados irreversíveis, mas são instantâneos. Ex: lesão corporal que deixa uma pessoa cega. Isso determina o momento da perícia.
· Plurissubisistentes: cuja a existência pode ser desdobrada em uma pluralidade de atos. admitem tentativa, desistência voluntaria e arrependimento eficaz. Maioria dos crimes.
· Unissubisistente: cuja a existência não pode ser desdobrada em uma pluralidade de atos. Não admitem: tentativa, desistência voluntaria e arrependimento eficaz. Ex: injuria verbal, calunia verbal, difamação verbal. 
· Plurisubjetivos: chamados de crimes de concurso necessário de pessoas. Ex: crime de associação de pessoas 
· Unisubjetivos: crimes de concurso eventual de pessoas. Maioria dos crimes. Uma pessoa sozinha pode praticar o crime. Assim como pode fazer em grupo também, depende do caso concreto 
· Comissivos: a conduta se perfaz em uma ação 
· Omissivos : a conduta se perfaz em uma omissão. A figura dos omissivos próprios, sem a figura do garantidor 
· Comissivos por omissão: figura da omissão impropria. Garantidor que não atua quando tem o dever.
· Mono ofensivo: ofende apenas um bem jurídico 
· Pluriofensivo: ofende vários bens jurídicos. São os crimes complexos. Ex: latrocínio 
· Crimes vagos: aqueles em que as vítimas é toda a coletividade ex: crimes de meio ambiente...
HOMICÍDIO
1. Homicídio simples: previsto no caput. Diante e um crime comum, unisubjetivo, plurissubsistente, instantâneo de efeitos permanentes, material, não transeunte (deixam vestígios) o que dialoga com o art 158 com CPP. Ou seja, é indispensável o exame de corpo de delito ou ao menos a prova testemunhal. 
 Consumação e tentativa: lei 9434/97 lei do transplante – a morte se dá pela encerramento do trabalho cerebral. 
 Homicídio simples
        Art. 121. Matar alguem:
        Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
 
2. Privilegiadoras, majorantes, minorantes e qualificadoras: 
Caso de diminuição de pena
        § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Tecnicamente esse parágrafo seria uma minorante, mas como ele não previu uma pena para isso, ele é conhecido como “homicídio privilegiado”.
PRIVILEGIADORAS: 
Relevante valor moral: deve ser relevante apenas para o agente que comente o crime ex: pessoa que mata o estuprador de sua filha
Relevante valor social: satisfação de um desejo coletivo
Violenta emoção em seguida a injusta provocação da vítima: Daniela entende que o comportamento da vítima deve ser levado em consideração nos casos de vítima agressiva, e não no caso das vítimas negligentes. 
AULA DIA 14.02.19
QUALIFICADORAS: §2º art. 121
I- Paga promessa de recompensa ou outro motivo torpe: qualquer tipo de vantagem pode ser recebida. Quando a pessoa recebe para matar ou ainda irá receber para tanto. Torpe= mesquinho. (motivação cruel) muitos casos de feminicidios foram qualificados como motivo torpe, antes de haver um tipo especifico para o ato. (quando se mata uma pessoa para não haver concorrência em uma vaga de emprego; matar para receber herança) 
 
II- Motivo fútil – motivo banal/ somenos importância/ nonada. Sem crueldade. 
III- com emprego de veneno (tudo que for prejudicial a saúde da vitima. Ex: açúcar para pessoas diabéticas), fogo, explosivo, asfixia (pode ser por componentes químicos), tortura( existe a tortura como qualificadora, essa que está aqui positivada e existe a tortura seguida de morte. Art 1,§ 3º da lei 9.455/97. Essa última tortura possui a pena de 8-16 anos) (a diferença entre elas é: na primeira tortura, o fim do agente é matar a vítima, usando a tortura como meio para isso; na segunda tortura, a que é seguida de morte, a intenção é torturar e o resultado final foi a morte, por acidente) as torturas podem ser físicas ou psicológicas. ou outro meio insidioso (camuflado. Ex: vidro moído) ou cruel (promove um sofrimento maior que o normal para a vítima), ou de que possa resultar perigo comum (perigo para a sociedade. Ex: armas químicas, explosivos); trata-se de uma clausula aberta que autoriza a interpretação extensiva ou analógica. 
IV - à traição (é uma quebra de confiança, sendo que a confiança não se presume), de emboscada (é uma armadilha), ou mediante dissimulação (quando o agente oculta o seu verdadeiro entendo. Ex: se passar por outra pessoa para ter acesso a uma casa) ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (uso de corda, algemas, vendas)
OBS: decisão de TJ-SP nº 683/303, afirmou que a idade da vítima por si só, não possibilita a incidência da qualificadora, uma vez que essa trata de recurso empregado pelo agente. Ou seja, não é porque a vítima era nova e não sabia se virar que isso irá qualificar o crime, e sim os recursos que o agente utilizou.
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime – homicídio qualificado pela conexão, essa conexão pode ser teleológica (quando o homicídio serve para a execução de um crime futuro), ou consequencial (o homicídio se conecta a um crime passado. Ex: queima de arquivo, matar testemunhas) 
Feminicídio
VI - Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino 
Requisitos cumulativos: 
· Vítima mulher – característica especial exigida da vitima 
· Por razão dela ser mulher – qualificadora de natureza subjetiva, ou seja, se relaciona a motivação do crime. Não basta ser mulher,ela deve ser assassinada POR SER mulher: 
Requisitos alternativos para o feminicidio:
· § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:          
· I - Violência doméstica e familiar: conceituado na lei 11.340 (lei maria da penha) conceito amplo que abarca qualquer relação de afeto 
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial:                        
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
           
· II - Menosprezo ou discriminação à condição de mulher –trata-se do conceito de misoginia, sentimento de ódio à mulheres. Ex: colega de trabalho que mata sua colega de trabalha que alcança a promoção disputada pelos dois 
 
· Sua condição de sexo feminino – nos debates originários, tratava-se como gênero feminino e depois foi substituído oara sexo porque sexo é algo biológico e gênero é algo que vem a partir de uma construção social (características femininas), ideia apresentada por Simone Beauvoir. Ou seja, a mulher vítima de feminicidio é aquela que nasceu mulher. 
CASOS DE AUMENTO DE PENA DO FEMINICIDIO:
Só se aplicam do momento que foram incluídos para a frente, ou seja, de 2015 em diante 
· § 7o A pena do feminicidio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:     
· I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;        
· II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;    
· III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;   
· IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei maria da penha 
OBS: no informativo 625 do STJ, o referido tribunal entendeu que não caracteriza bi se idem o reconhecimento cumulado do feminicidio e do motivo torpe dos homicídios praticados contra mulher em situação de violência doméstica e familiar. O argumento do STJ para tanto é de que a qualificadora do feminicidio é de natureza objetiva ao contrário da torpeza que é de natureza subjetiva, não se podendo falar, portanto em dupla punição.
OBS: dados de 2017 do fórum brasileiro de segurança pública constataram que em 2016 1 mulher foi assassinada a cada 2 horas no Brasil, resultando 4606 mulheres assassinadas, todavia, apenas 621 desses casos foram tipificados como feminicidios. 
Última qualificadora: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, (agentes das forças armadas, policias federais, polícia civil, polícia militar e corpo de bombeiro) integrantes do sistema prisional (agentes penitenciários e outros integrantes do sistema prisional, ex: diretor do presidio) e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
OBS: guardas municipais e guarda metropolitana – muito embora não estejam referidas no inciso VII, doutrina majoritária entende que as referidas espécies de guarda civil também estariam compreendidas na incidência da qualificadora 
OBS: nos termos do inciso VII a incidência da qualificadora dependerá de o agente de segurança publica vitimado está no exercício de sua função ou ter sofrido o crime em virtude de sua função ocupada.
OBS: a incidência do inciso VII também ocorrerá quando o homicídio for praticado contra cônjuge, companheiro ou parente de ate terceiro grau dos referidos agentes de segurança, desde que o crime tenha sido praticado em virtude desta condição. ( matar o filho do policial para se vingar do policial) 
OBS PARA TODOS OS CASOS DE HOMICIDIOS QUALIFICADOS: 
· os homicídios qualificados da lei 8072/90 art. 1, I, são considerados hediondos. 
· Doutrina e jurisprudência contemplam a possibilidade de existência do homicídio qualificado-privilegiado (com relevante valor moral e social), desde que, obviamente, a qualificadora não se dê por motivos fúteis ou torpes. Qualificadoras de meios e privilégios de motivos. Esse crime não será hediondo. 
· Homicídios simples hediondos: lei 8072/90, art.1º, I, parte inicial. Quando o homicídio for praticado por atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por só um agente. 
AULA DIA 21.02.19
Qualquer crime culposo se materializa com a inobservância de um dever de cuidado, seja ele, imperícia (pouco domínio da técnica profissional. Ex: erro médico), negligencia ( ou imprudência 
Causas de aumento de pena do homicídio culposo:
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
-Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou oficio: doutrinariamente sustenta-se que isso seria um bis in idem por conta da imperícia. (entendimento de dany) E há quem defenda que não seria porque a inobservância da regra se diferencia da imperícia. A inobservância é quando o agente conhecedor, deliberadamente deixa de aplicar a regra técnica; já a imperícia é quando o agente e esquece da técnica.
A inobservância da regra técnica não seria um dolo eventual? Há debates sobre isso. 
- Deixar de prestar imediato socorro e foge para evitar prisão em flagrante: se o sujeito foge para evitar um linchamento popular, e isso for provado, não se aplica essa causa de aumento.
No homicídio doloso, praticado contra vítimas menores de 14 anos ou vítimas maiores de 60 anos, será uma causa de aumento de pena 
3. Homicídio culposo: pode ter a pena substituída por restritiva de direitos e terá o regime inicial semiaberto ou aberto, se não for possível a substituição. Há uma previsibilidade mínima do resultado e deve haver a inobservância dos deveres de cuidado. 
§ 3º Se o homicídio é culposo:          
Pena - detenção, de um a três anos
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. Hipótese de perdão judicial – o perdão judicial é causa extintiva da punibilidade que, nos termos da sumula 18 do STJ tem natureza declaratória não subsistindo nenhum efeito condenatório. Devido a ideia de que só se perdoa quem é culpado (polemica). O juiz só aplica o perdão judicial quando ele entende que o crime é a maior sentença que ele poderia ter. (matar o próprio filho atropelado sem querer). 
4. Eutanásia: etimologia da palavra – eu = boa; tanasia = morte; CP não trata sobre o tema e nem fala sobre o consentimento do ofendido, de maneira que todas as modalidades de matar são, em tese, criminosas. A doutrina já discute sobre isso, no que diz respeito a autorização da eutanásia no código de ética medica.
Espécies: 
· Eutanásia ativa: é marcada pela antecipação do momento da morte do paciente por meio de uma ação/um fazer. (ex: aplicar uma injeção letal em alguém) 
· Eutanásia passiva: é marcadapela antecipação do momento da morte do paciente por meio de um não fazer. (ex: parar de alimentar alguém até a sua morte). 
· Eutanásia indireta (de duplo efeito): a mesma substancia que leva a cura, leva também a morte. (ex: Michael Jacson; tratamento de radioterapia)
· Ortotanasia: orto = correto; tanasia= morte; seria a morte no tempo certo. A morte sem antecipação e sem prolongamento. O que reflete no âmbito penal são os casos que tratam do que está positivado no CP, sobre os garantidores. A ortotanasia estará positivada na RES 1.805/2006. CFM 
Não se aplica a qualquer doente, deve ser em fase terminal
Deve ser uma enfermidade grave e incurável
Respeitada a vontade do paciente ou do seu representante legal. 
RESOLVE:
 
Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal.
§ 1º O médico tem a obrigação de esclarecer ao doente ou a seu representante legal as modalidades terapêuticas adequadas para cada situação.
§ 2º A decisão referida no caput deve ser fundamentada e registrada no prontuário.       
§ 3º É assegurado ao doente ou a seu representante legal o direito de solicitar uma segunda opinião médica.
 
Art. 2º O doente continuará a receber todos os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, assegurada a assistência integral, o conforto físico, psíquico, social e espiritual, inclusive assegurando-lhe o direito da alta hospitalar.
 
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário.
 A resolução foi objeto de questionamento judicial com o argumento de que o conselho não poderia interferir em assuntos de matérias judiciais. A MP consegue suspender a eficácia da resolução, mas o próprio MP e o juiz se convencem que ele poderia atuar sobre o caso, há o transito em julga d=com ganho de causa para o CFM. 
DAV’s – diretivas antecipadas de vontade; RES 1995/2012 CFM ; ou testamentos vitais – esse testamento começa a operar efeitos ainda durante a vida do paciente. Versa sobre a vontade do seu paciente sobre os procedimentos terapêuticos que poderão ser aplicados a ele, em situação incapacitante de vontade. Isso começou a ser utilizado para não haver disputa entre os representantes legais. 
 RESOLVE: 
Art. 1º Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade. 
Art. 2º Nas decisões sobre cuidados e tratamentos de pacientes que se encontram incapazes de comunicar-se, ou de expressar de maneira livre e independente suas vontades, o médico levará em consideração suas diretivas antecipadas de vontade. 
§ 1º Caso o paciente tenha designado um representante para tal fim, suas informações serão levadas em consideração pelo médico.
§ 2º O médico deixará de levar em consideração as diretivas antecipadas de vontade do paciente ou representante que, em sua análise, estiverem em desacordo com os preceitos ditados pelo Código de Ética Médica. 
§ 3º As diretivas antecipadas do paciente prevalecerão sobre qualquer outro parecer não médico, inclusive sobre os desejos dos familiares. 
§ 4º O médico registrará, no prontuário, as diretivas antecipadas de vontade que lhes foram diretamente comunicadas pelo paciente.
 § 5º Não sendo conhecidas as diretivas antecipadas de vontade do paciente, nem havendo representante designado, familiares disponíveis ou falta de consenso entre estes, o médico recorrerá ao Comitê de Bioética da instituição, caso exista, ou, na falta deste, à Comissão de Ética Médica do hospital ou ao Conselho Regional e Federal de Medicina para fundamentar sua decisão sobre conflitos éticos, quando entender esta medida necessária e conveniente. 
Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
· Distanasia: oposto da eutanásia. É o prolongamento artificial máximo da vida. Críticos dizem que esse prolongamento seria do próprio processo de morte. Poderia, em nome da proteção do paciente, contra sua vontade, aplicar a distanasia? CC - Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Qualquer pessoa poderia recursar um tratamento médico. Para quem defende a distanasia, esse art. não se aplicaria, pois o não procedimento é que traria o risco de morte. 
Constrangimento ilegal: Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
        Aumento de pena
        § 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
        I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;        
· Mistanasia: morte precária. Casos de pacientes que morrem em corredores de hospitais, sem o cuidado devido. 
· Eutanásia eugênica: morte de pessoas em virtude de alguma deficiência que ela possua. Ideia de melhoramento da espécie... 
 
5. Homicídio de transito: não há a positivação de homicídios dolosos de transito, nesses casos se aplica o CP. Tem uma pena maior que o homicídio culposo do CP. Se discute muito sobre essa proibição expressa, pois ela deve ser limitada no tempo, com o argumento de que violaria o princípio de não perpetuação das penas. 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
        Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
 1o  No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:                        
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;                      
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;                        
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;                       
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.  
OBS: Homicídios com embriagues: a depender do estado de embriagues na condução do veículo automotor é possível que a conduta seja classificada como homicídio culposo de transito na forma qualifica do 302, §3º (mais grave, maior pena) ou como homicídio doloso, por dolo eventual, quando incidirá o art. 121 do CP. 
OBS: sustenta-se a possibilidade de aplicação por analogia benéfica do perdão judicial para a extinção de punibilidade nos homicídios culposos de transito e nas lesões culposas de transito. Na redação original do código de transito havia a redação sobre o perdão judicial e ele foi retirado, porem os tribunais estão aceitando o seu uso por analogia nos casos de acidentes de transito, em casos que há grande ligação de afeto da vitima com o condutor. 
De que forma a eutanásia esta regrada no projeto de reforma do novo CP brasileiro? 
07/03/2019
Introduzindo instigação e auxilio ao suicídio 
1. Características gerais: As três formas de auxiliar o suicídio são induzindo, instigar e auxiliar. Induzir significa fazer nascer a ideia, instigar é fomentar uma ideia que já existe e auxiliar é de natureza material, dar uma arma ou veneno por exemplo. Nos leva para o Principio da bilateralidade/alteridade que diz que o direito penal não pune a autolesão, é necessário que atinja outra pessoa, que seria o caso da banheira que a mulher se mata acreditando no namorado, auxiliando ela a se auto lesionar. A figura do auxilio ao suicídio na Alemanha não era punido, começou então a existir empresas que auxiliavam o suicido e ai por causa disso começou a ser punido, mas só existea punição em casos iguais a esse (empresas que auxiliam o suicídio) as outras formas de auxilio ao suicido não são punidas. O aborto é condenado por conta de homicídio a outra pessoa e não como uma lesão. É um crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa ou seja o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa e o sujeito passivo seria qualquer pessoa com discernimento. 
2. Consumação X Tentativa: Outro ponto de destaque é a consumação e tentativa, focando na pena, reclusão de 2 a 6 anos se o suicídio se consuma e pena de 1 a 3 se da tentativa de suicídio resulta em lesão corporal de natureza grave, se entende que não se pune a tentativa do induzimento e auxilio ao suicídio que resulte em uma lesão corporal de natureza leve, a condição para punir seria um suicido que gere morte ou lesão corporal de natureza grave. *A professora entende que é uma conduta típica mas não é punível porque o legislador entende que só é punível quando ocorre lesão leve ou morte.
3. Aumento de pena (artigo 122, P.U): A pena é duplica se for por motivo egoístico ou se a vitima é menor ou tem diminuída por qualquer causa a capacidade de resistência e ai que esta a polemica. O legislador não explica o que seria esse menor, na época do código a menor idade era de 21 e hoje em dia é 18 tem-se a duvida de qual idade aplicar, se entende então que a menor idade aplicada seria de 18 anos. Se tiver diante de uma vitima de 2 anos de idade?. Duas correntes, uma indica que a vitima tem que ser maior de 14 anos com fundamento no artigo 217 A que fala do estupro de vulnerável que define a capacidade social e tendo menos de 14 anos seria homicídio e ha quem sugira que seria um marco de 12 anos que é a idade que o ECA divide criança de adolescente. Fato é que se tiver uma vitima menor que 12 ou 14 não se fala em induzimento ou auxilio ao suicídio e sim homicídio porque estaríamos diante de um garantidor, então seria um crime omissivo improprio ou comissivo por omissão, e artigo 13 paragrafo 2 alínea c que é o garantidor que cria o risco. É um crime doloso que não admite a forma culposa. 
Questões
1) Joao e Maria fazem um pacto de morte que se desenrola da seguinte maneira: A) Maria abre o gás, Joao liga a válvula, Maria sobrevive e Joao morre. B) Maria abre o gás e liga a válvula, Maria sobrevive e Joao morre. C) Joao abre o gás e liga a válvula, Maria sobrevive e Joao morre. Nas situações acima quais as consequências jurídico penais para a conduta de Maria? 
Crime de Infanticídio artigo 123
1) Características gerais: Matar o próprio filho em influencia do estado puerperal durante o parto ou logo após. Estamos diante de um crime próprio porque não pode ser praticado por qualquer pessoa, o sujeito ativo é a mãe em estado puerperal. Estado puerperal precisa de outro ramo que não é o direito, a medicina, que fala de uma modificação orgânica que acontece com todas as gestantes, o estado puerperal estamos falando de uma modificação de humor que não atinge todas as gestantes que dura um breve lapso temporal que a medicina não consegue mensurar e definir, isso não retira da gestante sua punibilidade, a pena prevista é de detenção de 2 a 6 anos. Mãe que mata o próprio filho, ou seja, uma mãe matar o filho de uma outra mulher sabendo que aquele filho não era seu estamos diante de homicídio. Questão temporal só durante o parto ou depois, antes do momento do parto o crime seria aborto, o que vai marcar o inicio do parto se aproximando da medicina mas de uma maneira geral, o parto se inicia em cesariana com a incisão do corte e com parto normal há uma grande divergência, não tem um entendimento pacificado, uns dizem que é contração, dilatação mas a maioria diz que é através do rompimento da bolsa. Antes desse momento estamos falando de aborto, iniciado o parto estamos falando de infanticídio ou de homicídio conforme o caso. 
2) Concurso de agentes: Crime próprio então não classifica como crime de mão própria. O crime próprio admite todas as modalidade de concurso de pessoas, tanto coautoria quanto participação, já o crime de mão própria admite a participação mas não admite a coautoria. O Infanticídio admite coautoria e participação. Analisar o artigo 30, CP que com um terceiro praticam o delito, ambos praticam o crime de infanticídio, a mãe e o terceiro se é um caso de coautoria respondem por infanticídio, da mesma forma que a mãe em conjunto com um terceiro que é participe ambos respondem por infanticídio com fundamento no artigo 30, CP. A mãe como participe e um terceiro como autor em tese ambos respondem por homicídio porque é o acessório que segue o principal e não ao contrario. 
Concurso de pessoas adota a teoria monista (todos os agentes respondem pelo mesmo crime) e quando se fala da participação ela vai ser trabalhada a luz da teoria acessória, quando se fala de circunstancias pessoais em regra não se comunica mas nas situações em que se comunica, é excepcional e se da de coautor pra coautor ou de autor para participe. 
Linhas que iremos trabalhar: A) pune ambos por homicídio é o raciocínio correto através da interpretação gramatical porque consagra a teoria monista e respeitando a teoria acessória da participação, o grande problema é a quebra de proporcionalidade, pelo seguinte: o homicídio é maior do que a mãe teria como autora do infanticídio. B) Rompe com a natureza acessória da participação beneficiando o terceiro que vai responder por infanticídio que não estava em estado puerperal e foi o autor do crime, recebe uma punição menos rigorosa. C) Terceira linha trabalho caso pratico como uma exceção a teoria monista que não é absoluta a luz da cooperação distinta, onde o terceiro responde por homicídio e a mãe responde por infanticídio.
3) Erro de tipo acidental: Mãe se atrapalha e mata outra criança pensando que é sua e responde por infanticídio. Erro sobre a pessoa (artigo 20, paragrafo 3,CP), as consequências jurídicas vai considerar as características da vitima pretendida e por isso, essa mãe vai responder por infanticídio. Situação da mãe em estado puerperal mata por imprudência o próprio filho logo apos o parto, estamos diante de uma divergência doutrinaria, parte defende que é homicídio culposo e outra parte diz que * a professora define como um caso atípico. 
Aborto 
1) Características gerais: Desdobrado em diversos dispositivos legais, desde o artigo 124 até o 127, nota-se a importância que o legislador dedicou ao tema. Vamos observar que estamos diante de uma das hipóteses a exceção da teoria monista porque o próprio legislador afirma que existe um tipo penal para gestante (artigo 124) e o terceiro responde com base no artigo 125 (relacionado ao aborto não consentido) ou no 126 (relacionado ao aborto consentido). Todas as modalidades de aborto são dolosas, seja praticado pela gestante ou por terceiro. O aborto é um crime que não ofende o principio da bilateralidade porque não ofende a vida da gestante e sim da vida intrauterina. Observação “dupla sujeição passiva” feto + gestante. O inicio da vida intrauterina para a doutrina majoritária acontece no momento da nidação (ovulo fecundado na parede uterina) e por isso a pílula do dia seguinte não é criminosa porque acontece no momento anterior a nidação. Entre fecundação e nidação não se fala em aborto. O aborto é da nidação ate o inicio do parto, a partir do inicio do parto ate a morte estamos falando em um primeiro momento em homicídio ou infanticídio e depois disso somente em homicídio. Observação: o artigo 134 do CP define o crime de abandono de recém nascido prevendo ainda qualificadora pelo eventual resultado morte; a diferença entre o 134 e os demais crimes já estudados é que a figura do abandono tem como bem jurídico a periclitação da vida e da saúde, além disso o 134 é crime de dolo especifico exigindo como especial fim de agir a intenção de ocultação da própria desonra. 
2) Auto aborto e aborto consentido (artigo 124, CP): Provocar aborto em si mesma ou consentir que outra pessoa provoque. A figura do 124 é um crime próprio que só pode ser praticado pela própriagestante. Se essa mulher na verdade não estiver gravida ou ja tiver um aborto espontâneo sem saber, se trata de crime impossível. Atenção para os crimes impossíveis pela absoluta ineficácia do meio como pílula de farinha ou por impropriedade do objeto. Se tratar de um meio relativamente eficaz a conduta é punível. Pena é de detenção de um a três anos. Lembrando que essa conduta vai a júri. Crime que admite tentativa. 
3) Aborto não consentido (artigo 125, CP): Aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante, estamos diante de um crime comum que pode ser praticado por qualquer pessoa. A pena é de reclusão de 3 a 10 anos. A dupla sujeição passiva, que seria a mãe que foi violada sem consentimento e o feto. Elemento importante que casa com o artigo 126 PU, que trata do consentimento da gestante, o paragrafo único diz que o consentimento invalido equivale ao não consentimento levando a aplicação da pena do artigo 125. 
4) Aborto consentido provocado por terceiro (artigo 125): Trata de aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante com pena de 1 a 4 anos. Crime que identifica a dupla sujeição passiva, tanto da gestante e do feto mesmo com o consentimento por parte da gestante. O consentimento do ofendido não é aplicado neste caso pela jurisprudência. Observação: o anuncio de meios abortivos corresponde a uma figura prevista no artigo 20 da LCP. Buscar a fala de Debora Diniz sobre aborto.
 
AULA – 14.03.19
5) Causa de aumento de pena: descrita no art. 127 CP: dizer que esse art. que é forma qualificada, é um equívoco pois há nova pena cominada, por isso é um aumento de pena. 
 Forma qualificada
        Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas      causas, lhe sobrevém a morte.
· Não se aplica para as hipóteses de auto aborto por conta do princípio da bilateralidade (não se pune a autolesão). O aumento da pena no aborto está relacionado a lesão da gestante ou a morte da gestante, a vida tutelada no aborto é a vida intrauterina e o acréscimo se dá quando a lesão afeta a gestante.
· Se ocorrer uma lesão leve no aborto não se autoriza um aumento de pena no aborto, pois todo aborto leva a essas lesões, algo inerente ao procedimento. 
· Incidência preterdolosa desse aumento de pena, pois para o aborto haverá o dolo, mas para a lesão ou a morte haverá a culpa. Havendo culpa na lesão/morte o agente responde por dois crimes
Caso pratico: 
1) Maria, ao saber que estava gravida decide abortar revelando seu plano para Joana sua amiga que a seu pedido lhe empresta uma agulha de crochê para tal fim. Realizado o abortamento para quais fins respondem Maria e Joana? 
RESPOSTA: Maria responderá pelo crime de auto aborto tipificado no art. 124 do CP e Joana, por ser uma participe – auxiliando materialmente, responde também pelo artigo 124 pelo auto aborto. 
2) Joao, ao tomar conhecimento da gravidez de maria, sua companheira decide ministrar às escondidas substancia abortiva no alimento dessa, como se tratava de gravidez já avançada Maria é levada ao hospital e o feto nasce prematuro e sobrevive, mas Maria vem a óbito para a tristeza de Joao. Por que crime ele responde? 
Resposta: 1º corrente de Capez – punir por aborto consumado por analogia a sumula 610 do STF: figura do latrocínio (que se configura com a morte) entendimento minoritário 
2ª corrente: tipo penal de aborto – tentativa de aborto com aumento de pena pela morte da gestante. Art. 125 + 14, II + 127, CP 
 
6) Aborto legal: art. 128 CP - Não se pune o aborto praticado por médico:
 Aborto necessário ou aborto terapêutico 
        I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
        Aborto no caso de gravidez resultante de estupro ou aborto sentimental
        II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal. Lei 12845/2013 assistência integral a vitimas de violência sexual 
 A doutrina diz que a natureza jurídica dessas hipóteses são de excludente de ilicitude. O caput do art. Traz a ideia de aborto praticado por medico e se entende a intepretação com razoabilidade, pois me casos que a gestante corre risco de morte, não se restringe o aborto ao médico, pois é um estado de necessidade. (Pode ser uma parteira, enfermeira, amiga...) 
No II se restringe o procedimento a um médico e por isso há uma divergência sobre a natureza jurídica das hipóteses, pois no inciso não haveria um caso de urgência. Se exige um boletim de ocorrência nos casos dos estupros que são alegados para que ocorra o estupro. Se houve o estupro, o aborto será licito. Se o estupro não for verdade, o aborto será ilegal e a gestante responde por crime, enquanto o médico atuou em erro – descriminante putativa por erro de tipo (erro de tipo permissivo). Art. 20 diz que quem induz a erro responde pelo crime, mas nesse caso não faz sentido, pois a pena do 126 é menor e por isso ela responde pelo 124 – auto aborto. 
Aborto do feto anencefálico – anencefalia é uma doença incompatível com a vida e não se confunde com a acefalia. Há essa diferenciação devido a tese do crime impossível por conta da absoluta impropriedade do objeto – já que o feto estaria morto segundo o autor, tese que não foi aceita pois o feto estaria sim vivo, porem de forma inviável. Há nesses casos um aborto natural, na maioria das vezes, ou vidas que duraram minutos, horas ou semanas. 
Foi julgado o APDF 54 no STF e foi aprovada pela corte no sentido de permissão para o aborto desses fetos anencefálicos. Decisão de 2012, por maioria. 
ADPF 442 questiona os arts. 124 e 126 que questiona a descriminalização dos abortos até a 12ª semana de gestação. Se discute que o aborto desrespeitaria a capacidade reprodutiva das mulheres; a igualdade de gênero; a crítica ao paradigma patriarcal; Crítica a seletividade de gênero no aborto.
1ª turma do STF afasta prisão preventiva de acusados da pratica de aborto – 29 de novembro de 2016 
7) Criminologia feminista: Se discute sobre o aborto com o fundamento sobre os casos de fetos com microcefalia – doença que é compatível com a vida e que seria, portanto, um aborto eugênico. Esses assuntos são discutidos sobre a ideia da epistemologia feminista. (Artigo de Margareth Rago) mulheres como objeto de estudo e não como sujeitas de produção de conteúdo/conhecimentos. Se permite mais de um ponto de vista sobre os temas. 
Ler: Donna Haraway “saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilegio da perspectiva parcial” 
Sandra Harding: instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista 
Livro de Soraia da rosa mendes: criminologia feminista
AULA DIA 21.03.19
CAPÍTULO II
DAS LESÕES CORPORAIS
LESÃO CORPORAL: 
        Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
        Pena - detenção, de três meses a um ano.
1. LESÃO LEVE: pena de detenção de 3 meses a 1 ano. Infração de menor potencial ofensivo (todos os crimes com pena máxima menor ou igual a 2 anos). As lesões leves são processadas nos juizados especiais e seguem os ritos sumaríssimo que comtemplam ritos especiais: composição civil dos danos (entre as partes); transação penal (entre MP e o acusado). Antes do processo começar a existir existem esses institutos despenalizadores que permitem que o caso seja resolvido por seus meios. Se as partes aceitarem esses institutos, o sujeito (réu) fica proibido de transacionar novamente nos próximos 5 anos. Mas não fica com maus antecedentes ou reincidência. Há a extinção de um feito que nem começou a existir. A lesão leve não se confunde com as vias de fatos que é uma contravenção penal, ART. 21 da LCP. A contravenção é menos que uma lesão; um empurrão, puxão de cabelo algo brando (nada que tenha como se objetivar). 
O crime de lesão leve é sujeito a ação penal pública condicionada a representação, com o prazode 6 meses a contar da ciência da autoria do crime. A representação não se reveste de rigores formais: basta o simples comparecimento em delegacia para que seja possível. O prazo é decadencial, ou seja, se a vítima não representa em 6 meses a punibilidade estará extinta. 
2. LESÃO GRAVE:
I- incapacidade de ocupações habituais por mais de 30 dias, essas ocupações abrangem de forma ampla todas as formas de atividades regulares que o sujeito praticava. Há a necessidade de perícia complementar para que se condene com base nessa qualificadora, sem essa perícia não há nada que se comprove que a pessoa estava incapaz de efetuar suas ocupações por mais de 30 dias.
II- perigo de vida: seria mais técnico se o legislador tivesse falado perigo de morte. É entendida como uma qualificadora de natureza preterdolosa, houve o dolo na lesão e a culpa no perigo de morte. Se o risco de morte foi intencional o crime será o de tentativa de homicídio e não de lesão corporal qualificada pelo perigo de mote.
III -Debilidade: funcionamento reduzido; permanente: por tempo indeterminado, não significa que será eterno de membro, sentido ou função, sofro uma lesão corporal e com isso fico sega de um olho – exemplo dessa qualificadora. Geralmente acontece com um órgão/membro duplo.
IV - Aceleração de parto, qualificadora preterdolosa como dolo na lesão e culpa na aceleração do parto. Critica na expressão aceleração, o correto seria antecipação de parto, o feto deve sobreviver. Ação penal pública incondicionada. crime formal impróprio. 
        Pena - reclusão, de um a cinco anos.
3. LESÃO GRAVISSIMA:        
 § 2° Se resulta:
        I - Incapacidade permanente – por tempo indeterminado para o trabalho; apenas o trabalho, conceito mais restrito. Algumas correntes que trabalham esse inciso –seria o trabalho desempenho pela vítima? Ou todos os trabalhos? Se a vitima consegue ainda exercer algum trabalho, o crime não se configuraria. Apenas se a vitima não consegue mais trabalhar com nada é que a qualificadora se incide 
        II - Enfermidade incurável; - EX: epilepsia. O HIV atualmente é a mais polemica das doenças nessa questão. A transmissão dolosa do HIV sempre gerou discussão: ART. 121 + ART 14, II (tentativa de homicídio), ART 130 CP (perigo de contagio venéreo) e ART 129, § 2º, II lesão corporal gravíssima por enfermidade incurável – entendimento atual ( STJ – HC 160982/DF,2012) 
        III - perda – extirpação/retirada ou inutilização–ainda existe, porém houve a completa e integral inutilização desse, do membro sentido ou função: na lesão gravíssima o grau da lesão é bem maior que na lesão grave. (deixar a pessoa cega dos dois olhos) ou deixar uma pessoa cega de um olho que já era cega do outro. 
        IV - Deformidade permanente; condição vexatória para a vitima; lesão estética 
        V - Aborto: crime preterdoloso. Dolo na lesão e culpa no aborto. Ter cuidado com o bis in idem. 
        Pena - reclusão, de dois a oito anos.
4. LESÃO SEGUIDA DE MORTE: figura preterdolosa. Dolo na lesão e culpa na morte. Se houve dolo na morte, ainda que eventual, será homicídio. A jurisprudência analisa a altura da lesão para se interpretar se houve o dolo ou não na morte.
Lesão corporal seguida de morte
        § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
        Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
5. LESÃO CULPOSA:  trata-se de infração de menor potencial ofensivo. (Juizado especial e condicionantes), admite perdão judicial (129, § 8º), ação penal pública e condicionada à representação da vítima.        
        § 6° Se a lesão é culposa:
        Pena - detenção, de dois meses a um ano
6. LESÃO DOMESTICA: art 129,§9º forma qualificada da lesão leve. Não vai para juizados, não tem menor potencial ofensivo. Não admite substituição por penas restritivas de direitos (sumula 588 STJ); não admite a aplicação do princípio da insignificância (sumula 589 STJ); ação penal pública incondicionada por força da decisão do STF na ADI 4424 que declarou a inconstitucionalidade do art 16 da lei maria da penha, que previa para o referido caso ação penal pública condicionada a representação da vítima. Essa lesão domestica não se confunde com a maria da penha. Se houver lesão domestica contra mulher aplica-se o 129 , § 9º e a lei maria da penha. Contra homens apenas o 129. 
        
2ª UNIDADE
AULA DIA 04/04/19
Em relação a súmula 589 do STJ, que afasta o principio da insignificância tantos nos crimes como nas contravenções contra mulher que envolvam violência domestica. Há uma divergência entre STF e STJ aqui. O STF não admite a insignificância nos crimes praticados contra mulher que tenham violência domestica, mas admite nos casos de contravenções penais. E o STJ nunca aplica a insignificância em nenhuma situação. 
Para se aplicar a insignificância deve haver: mínima ofensividade; inexpressividade da lesão; reduzido grau de reprovabilidade da ação do agente e inexistente periculosidade social. (ex: nas vias de fato não se aplicam princípio da insignificância para o STJ e o STF analisa essas circunstancias). Em casos de divergência há muita insegurança jurídica para os casos. 
Na lei maria da penha, no seu art 41. Excepciona os casos de envio dos casos de violência para os juizados especiais. Os casos devem ir para a justiça comum enquanto os juizados especiais para violências domésticas contra mulheres não é criado. 
Art. 41.  Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
No art 129, §9º e na sua analise identifica-se uma pena máxima pra essa qualificadora de 3 anos. Ou seja, já não teria, desde o momento da sua qualificação, como aplicar esses casos apara os juizados. Vai repercutir sobre os debates de penas restritivas de direitos, elencados no art. 44, que tipifica a inexistência de violência ou grave ameaça a pessoa. Mesmo prevendo isso, jurisprudencialmente se admite a substituição da pena por restritivas de direitos para casos de violência contra pessoa, desde que se tratasse de casos de menor potencial ofensivo. (ou seja, casos de lesão leve, ameaça, constrangimento ilegal). 
A duvida seria se na lesão domestica também se aplicaria a substituição da pena: SE ENTENDE QUE NÃO, pois não seria um crime de menor potencial ofensivo e sim uma modalidade qualificada de lesão; e por não ser um crime de responsabilidade dos juizados. 
STJ - HC 408860 foi justamente esse debate sobre a substituição que levou a criação da sumula 589.
O art. 129 §9 se aplica para lesões leves domésticas. Para lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte a lesão domestica ou demais circunstancia do §9º funcionam como aumento de pena:
Art 129, § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço)
Majorantes e minorantes: 
Há uma minorante no §4º que prevê: Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Aumento de pena no §7º: aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código.
§8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121 (diz respeito ao perdão judicial)
  § 11.  Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência – na violência domestica se aumenta a pena se a vitima for pessoa com deficiência
§ 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentadade um a dois terços
 substituição da pena art. 129,§5º: 
CASO 1: Joao e José, inimigos de longas datas, iniciaram um discursão no bar e as testemunhas não sabem precisar quem começou a briga, fato é que ambos saíram de lá extremamente machucados. Quais as consequências jurídicas previstas para o caso? R: há um debate doutrinário quanto a isso, que é resolvido pelo §5º do art. 129, tratando de substituição de penas: 
§ 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis:
        I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
        II - se as lesões são recíprocas.
Não há um conceito para lesões reciprocas, o que há é a doutrina tentando explicar: 
A x B, quando A inicia a lesão; ambos ficam feridos = A responde por crime de lesão corporal e B atua em legitima defesa e não responde por nada 
A x B, não se sabe quem inicia a briga; ambos se ferem = há o caso de lesões reciprocas com possibilidade de substituição da pena. Algo bem questionável e duvidoso, pois estará punido os dois mesmo sem saber quem agiu em legitima defesa.        
CRIMES CONTRA A HONRA:
1. Honra objetiva x subjetiva: 
Honra objetiva é a reputação, a forma como a pessoa é vista pela sociedade, por terceiros.
Honra subjetiva é a autoimagem, como o sujeito se entende. 
Quando se analisa: 
CALÚNIA: Atenta contra a honra objetiva 
DIFAMAÇÃO: Atenta contra a honra objetiva 
INJÚRIA: atenta contra a honra subjetiva 
C + I = gera um concurso formal improprio
D + I = gera um concurso formal improprio
C + D + I = é mais difícil de acontecer, pois deve haver no mínimo duas ofensas para não haver o ne bis in idem
2. Calunia (138, CP): 
        Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
        Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
        § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
 A imputação deve ser falsa e o sujeito deve saber que a imputação é falsa. Se o sujeito imputa um crime equivocadamente a outro, ele não pratica um crime de calunia e haverá um erro de tipo. A imputação deve ser de um fato, os juízos de valor e imputação de adjetivos (corrupto, ladrão, mentiroso) não caracterizam uma calunia e sim injuria, ou seja, deve ser referida uma conduta para a calunia se caracterizar. O fato deve ser definido como crime, se houver a imputação de uma contravenção penal, não há calunia; apenas fatos que são crimes. Provar que o fato é verdadeiro exclui a execução do crime de calunia. 
2.1 sujeitos do crime: a calunia é um crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa e pode ser sofrido por qualquer pessoa. Expressamente punível a calunia contra os mortos. O sujeito passivo não é o morto e sim os familiares deste. O bem jurídico seria a memoria da honra da pessoa que morreu. 
A pessoa jurídica pode ser sujeita passiva de crimes contra a honra, em casos de difamação; não sofrem injuria; e não sofrem calunia, em regra, por que a pessoa jurídica não pratica crime, mas há exceção nos crimes ambientais, pois a imputação falsa de crime ambiental contra PJ seria calunia. 
        § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
2.2 tipo subjetivo: a calunia é um crime doloso e não comporta a modalidade culposa, o fato de ser dolosa se houver o animus jocandi ou animus narrandi = quem somente quis brincar ou quem exclusivamente narrou um fato sem nenhum juízo de valor. 
2.3 consumação e tentativa: para a calunia se caracterizar, a ofensa deve chegar a conhecimento de terceiros, independente que chegue ao conhecimento da vitima. Mesmo raciocínio que se aplica a difamação. Em regra será um crime unissubsistente (não admite tentativa, desistência voluntaria ou arrependimento eficaz) esse tipo de calunia é vista na calunia verbal. A calunia escrita será um crime plurissubsistente e admite tentativa
  2.4 Exceção da verdade: tese defensiva baseada na prova da verdade. Se houver uma imputação verdadeira não há calunia; a imputação verdadeira exclui a calunia e não exclui a difamação. Como regra, a calunia admite a exceção da verdade e excepcionalmente ela será inadmissível – previstas no art 128, § 3º, I, II e III 
        § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível; 
quando a ação penal é privada e não há sentença ainda, não se admite a exceção 
        II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
Contra presidente da república ou chefe de governo estrangeiro
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Se eu acuso alguém de roubo, mas ele já foi julgado e absorvido por esse crime, em sentença irrecorrível. 
OBS QUE NÃO SERÁ COBRADA: não se admite a exceção para presidente ou chefe de governo do estrangeiro, mas outros sujeitos que estão envolvidos em cargos políticos podem sofrer a exceção da verdade, porem serão julgados por foros especiais; nesses casos em que as pessoas são envolvidas com política, as questões que julgam a exceção da verdade se dá no tribunal especifico do foro privilegiado e não na justiça comum. Quando a exceção da verdade se relaciona a conduta supostamente praticada por pessoa com foro de prerrogativa de função a exceção da verdade (só ela) será julgada pelo respectivo tribunal competente ao foro. 
2.5 exceção de notoriedade (523, CPP): a tese defensiva não deve provar que o fato é verdadeiro e sim que ele é público e notório. Essa exceção é sempre cabível, pois além de se provar a veridicidade do fato, deve se provar que ele é notório e público. 
Art. 523.  Quando for oferecida a exceção da verdade ou da notoriedade do fato imputado, o querelante poderá contestar a exceção no prazo de dois dias, podendo ser inquiridas as testemunhas arroladas na queixa, ou outras indicadas naquele prazo, em substituição às primeiras, ou para completar o máximo legal.
2.6 conflito com outros tipos incriminadores: 
CALUNIA (1) x DENUNCIAÇAO CALUNIOSA (2) x FALSA COMUNICAÇÃO (3)
1 - Contra a honra objetiva, se refere a imputação falsa de um crime 
2 - é um crime contra a adm da justiça, se refere a imputação falsa de crime e de contravenção; há uma conduta de dar causa a investigação ou processo
3 – crime contra a adm da justiça que se refere a crime ou contravenção; o sujeito provoca a ação da autoridade sem imputar o crime ou contravenção a ninguém. Ex: passar um trote
OBS: Conforme entendimento majoritário, admite-se falar no concurso formal improprio entre calunia e denunciação caluniosa sob o argumento de que com uma conduta o agente violaria bens jurídicos distintos. Quem discorda admite que se aplique o princípio da consunção (ou principio da absorção), ou seja, o crime fim absorve o crime meio. 
AULA DIA 11/04/19
Difamação: Pouco importa se o caso é verdadeiro ou não, nos casos de difamação.
        Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
        Exceção da verdade
        Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
 
· DIFAMAÇÃO
1. Conceito: atenta contra a honra objetiva; ou seja, reputação e forma como a pessoa é vista pela sociedade. É possível que uma pessoa jurídica sofra difamação e seja sujeito passivo desse crime. 
Existe quando se imputa fato ofensivo (qualidades, adjetivos não caracterizam a difamação, ou seja, chamar de feio, ladrão, corrupto...; pouco importa se o fato é verdadeiro ou não, ele pode ser verdadeiro ou falso; por isso que muitas coisas que não caracterizam calunia vão configurar difamação) a sua reputação
2. Exceção da verdade: em regra, não cabe nos casos de difamação. Salvo no caso de:
        Parágrafo único - A exceção da verdadesomente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
É do estado o interesse de saber se seus funcionários estão agindo de forma correta ou não e por isso é o único caso que a exceção da verdade se aplica para difamação. A doutrina discute se cabe ou não a exceção da notoriedade para fins de exclusão do crime de difamação: demonstra que o fato era público e notório, apenas. Uma parte da doutrina diz que não pois o fato não precisa ser verdade para que haja difamação. E outra parte diz que é cabível uma vez que é notório e não haveria problema em imputar o crime a alguém. 
Discussão sobre a difamação contra mortos: a doutrina se diverge quanto a isso. Uma parte diz que quando o legislador quis punir a ofensa contra mortos, fez isso de forma expressa e como não fez na difamação não poderia, seria uma analogia “in malam partem”. E outra parte defende que uma vez que é possível a calunia contra mortos a difamação seria perfeitamente possível também.
Questão: João acusou José de ser explorador de máquinas de caça-níquel, tratava-se toda via de acusação falsa que visava a manchar a reputação da vítima, mediante imputação de contravenção penal. Responde por algum crime o sujeito ativo? Justifique.
Resposta: responderá por difamação. 
3. Consumação X tentativa: pensada da mesma forma que na calunia. 
A consumação - Se verifica quando a ofensa chega ao conhecimento de um terceiro qualquer, sendo irrelevante que chegue ao conhecimento da vítima 
Questões polêmicas: 
· Na ADI 4815 em que se discutiu a exigência previa de autorização para biografias, o MPF defendeu a impossibilidade de restrição à liberdade de expressão e acesso à informação, sustendo que a exigência de autorização caracterizaria censura prévia. Em junho de 2015 o STF por unanimidade declarou inexigível a declaração previa. Para Barroso os direitos fundamentais não possuem hierarquia, porém há que se conferir a liberdade de expressão com prioridade prima facie.
· INJÚRIA: 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
        § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:        
        Pena - reclusão de um a três anos e multa. 
1. Conceito: será a ofensa a dignidade de alguém; tutela a honra subjetiva (imagem que o sujeito tem de si). Pessoa jurídica JAMAIS poderá sofrer injúria 
Consumação: a ofensa deve chegar ao próprio sujeito ofendido. E não admite tentativa, assim como a calunia e a difamação – são todos unissubsistentes, em princípio. Nas ofensas escritas (cartas), é que caracterizam as tentativas. 
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
2. Exceção da verdade/notoriedade: justamente por estar relacionado a autoestima não se fala em exceção da verdade ou da notoriedade em casos de injuria. 
3. Perdão judicial: existem duas hipóteses para tanto 
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; quando há provocação da injuria pela vitima
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. Quando a vítima, de imediato, devolve a ofensa sofrida. 
OBS: No caso da provocação - beneficia somente quem revidou 
No caso da retorsão imediata - beneficia a todos os envolvidos, tanto quem ofendeu como quem revidou. 
4. Injuria real: corresponde a injuria em que a lesão ou as vias de fato são o meio para injuriar. Ex: um tapa na cara, pode significar muito mais a intensão de atentar contra a honra do que contra a integridade física. O fim aqui é a injuria, mas o meio é a lesão ou as vias de fato. É uma modalidade qualificada de injuria e afasta de forma expressa o princípio da consunção (princípio da absorção) onde o crime fim absorve o crime meio. Ou seja, a pessoa será punida pelo crime fim e pelo crime meio. Parte da doutrina critica esse entendimento do afastamento, entendendo que isso seria um bis in idem. 
        § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
5. Injuria racial: incluída pela lei 9459/97. Não se confunde injuria com crime de racismo. 
Diferenças entre: 
Injuria – previsto no CP. Existe um dolo de atentar contra uma pessoa certa e determinada. É um crime prescritível. Há uma decisão do STF e do STJ que reconhece a imprescritibilidade da injuria racial. Precisa da representação da vítima. 
Racismo – previsto em lei especial 7716/89. Existe um dolo de atentar contra uma coletividade. É um crime imprescritível. Não precisa de representação da vítima 
 OBS: A lei do racismo é introduzida logo após a formação da CF. a CF havia sido muito criticada em sua formação por ser muito pouco representativo, já que seu projeto foi elaborado pela comissão dos notáveis (todos brancos e apenas 2 mulheres). Na sua proposta originaria não há menção sobre o crime de racismo, e apenas por pressão dos grupos de militância negra que esse crime é introduzido. A lei define os crimes resultantes de discriminação de raça, cor, etnia, origem, religião... o art 20 dessa lei é o mais comentado de todos, por se entender que a sua incidência era muito restrita, logo depois ele foi alterado e modifica a sua redação, além de adicionar a injuria ao CP. Os tribunais aplicavam a lei de racismo e criavam mecanismos para ela não ser aplicada e com base nessa tese defensiva de que não houve o dolo voltado a coletividade foi criada a figura da injuria racial no CP. 
Caso de SIMONE ANDRÉ DINIZ – CIDH: ela se depara com um anúncio de jornal que procurava uma mulher branca para trabalhar, tentou a vaga e não foi aceita por ser negra. Ajuizou ação por prática de racismo contra a anunciante e o delegado dizia que não havia nada. Esse caso foi para o MP opinou pelo arquivado do caso, sendo ele arquivado pelo juiz. Anos mais tarde o caso chega a CIDH e a comissão faz um relatório que constata a existência do racismo estrutural institucional – porque os argumentos para a não absolvição passou por todas as instancias e nenhuma delas identificou o racismo, porem a comissão disse que não poderia fazer nada pois a data do caso era anterior a admissibilidade do brasil à corte. A partir desse contexto que começa a se discutir o surgimento de um novo tipo penal (seria uma espécie de “cala boca”).
O STJ utilizou o raciocínio de que a CF diz que o racismo é imprescritível e que há a lei de racismo que também tipifica isso, ou seja, a injuria seria uma espécie de racismo fora da lei de racismo e por isso deveria ser imprescritível. Decisão de 2018 - RE 983531 STF e ARESP 686965 STJ
 
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:        
AULA DIA 25/04/19
  Disposições comuns
        Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
        I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
        II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
        III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
        IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta)anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.       
        Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
Causas de aumento de pena nesse artigo. 
 I: é para evitar grandes repercussões internacionais, pois além de se ofender a honra da pessoa causa uma desestabilização internacional. Se houver motivação política se aplica a lei de segurança nacional (7.170/83). Quando for um crime sem positivação na lei, mas no CP praticados com motivação política. 
II: não é todo e qualquer crime contra a honra os funcionários que vai incidir aqui, apenas aqueles cometidos no exercício de suas funções. Crime contra a honra do funcionário público no exercício de sua função é diferente do crime de desacato. O crime contra a honra de funcionário público no exercício de sua função o intuito do sujeito é ferir a honra do funcionário público, enquanto no crime de desacato há uma ofensa com manifestação de desprezo a função exercida pelo funcionário. Em casos práticos, geralmente os sujeitos são denunciados pelos dois crimes. 
III: não se específica quantas pessoas seriam necessárias ara que o crime incida sobre essa parte. Para Nelson seria necessário a presença de no mínimo 3 pessoas, em espaço físico ou tecnológicos. Quando há a divulgação de um vídeo de uma briga, responde de forma aumentada quem compartilha o vídeo e não quem praticou a ação. Ofensas em redes sociais são consideradas como ofensas em meio de fácil divulgação. Havia um diploma jurídico especifico para tratar desses casos, a lei de imprensa (5250/67), porém, a lei não se aplica mais por conta da ADPF 130 julgada em 2009; a lei foi promulgada dentro de um ambiente diferente onde o debate sobre ela era muito grande, pois se alegava o controle a censura... o STF suspende a eficácia de metade da lei e sobrevive o outro pedaço, que regulamentava o direito de resposta, algo que não tinham nenhuma regulamentação e necessitava de atenção. Depois o STF reconhece a completa incompatibilidade da lei com o ordenamento. Em 2015 é editada uma nova lei, a lei do direito de resposta do ofendido (13.188/2015). O direito de resposta da vitima é gratuito e proporcional ao agravo. 
Art. 2o  Ao ofendido em matéria divulgada, publicada ou transmitida por veículo de comunicação social é assegurado o direito de resposta ou retificação, gratuito e proporcional ao agravo.
§ 1o  Para os efeitos desta Lei, considera-se matéria qualquer reportagem, nota ou notícia divulgada por veículo de comunicação social, independentemente do meio ou da plataforma de distribuição, publicação ou transmissão que utilize, cujo conteúdo atente, ainda que por equívoco de informação, contra a honra, a intimidade, a reputação, o conceito, o nome, a marca ou a imagem de pessoa física ou jurídica identificada ou passível de identificação.
§ 2o  São excluídos da definição de matéria estabelecida no § 1o deste artigo os comentários realizados por usuários da internet nas páginas eletrônicas dos veículos de comunicação social.
Crimes praticados em redes sociais não garantem o direito de resposta; notícias publicadas por erro que quem postou pode gerar esse direito. 
Se o sujeito se retrata espontaneamente, não impede a vítima de exercer seu direito de resposta. 
§ 3o  A retratação ou retificação espontânea, ainda que a elas sejam conferidos os mesmos destaque, publicidade, periodicidade e dimensão do agravo, não impedem o exercício do direito de resposta pelo ofendido nem prejudicam a ação de reparação por dano moral.
 
III: nos casos de injuria, as vítimas com essa características já contam como qualificadora e por isso não se aplicam aqui. 
§ único: causa mais gravosa que as outras. 
Exclusão do crime
        Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
        I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
        II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
        III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
        Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
Essas causas de exclusão não se aplicam par a calúnia. 
I: trata-se de uma imunidade judiciaria. Estatuto da OAB (lei 8906/94) art 7º, §2º. ADIM do artigo, pois já que colocava a imunidade jurídica do advogado, daria um direito de imunidade ao desacato, com a ADIM ficou estabelecido que os advogados não seriam imunes aos desacatos e seriam apenas imunes a injuria e difamação.
Art. 7º São direitos do advogado:
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.         
 
II: os excessos serão sempre puníveis nesse artigo. Mas as simples críticas mais duras, não é considerada excesso.
§ único: quem da publicidade com a intenção de atentar contra a honra. 
OBS: o animus narrandi não caracteriza um crime. Não deve haver nenhuma valoração de julgamento, de valores, deve apenas ter a narração do fato. 
 Retratação
        Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
        Parágrafo único.  Nos casos em que o querelado tenha praticado a calúnia ou a difamação utilizando-se de meios de comunicação, a retratação dar-se-á, se assim desejar o ofendido, pelos mesmos meios em que se praticou a ofensa.     
       
Retratação é uma causa de extinção de punibilidade
Se restringe aos casos de calunia e difamação, com um período determinado para acontecer 
A retratação deve ser feita na mesma medida que a ofensa, para que haja a extinção da punibilidade; parte incluída pela lei de resposta. 
Uma coisa é direito de resposta e outra coisa é retratação. 
O direito de resposta é praticado pela pessoa ofendida e a retratação praticada pelo ofensor.
No direito de resposta e a retratação devem haver proporcionalidade quanto a ofensa, se a vítima desejar.
O direito de resposta para a vítima é gratuito e a retratação fica sobre as custas do ofensor.
O direito de resposta não gera a extinção da punibilidade enquanto a retratação gera.
O direito de resposta vale para qualquer tipo de ofensa vinculada em matéria e a retratação apenas para casos de calunia e difamação.
O direto de resposta independe da vontade do ofensor e a retratação é uma faculdade do ofensor. 
A retratação é retirar o que foi dito. 
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
144: é o chamado pedido de explicações/interpelação criminal. Quando há uma indireta e alguém se sente ofendido pode pedir essa explicação. Todos presentes/envolvidos no caso devem entender que a indireta foi para essa pessoa. O sujeito interpelado pode responder afirmando que a indireta foi realmente para o sujeito e com isso entra-se com a queixa crime. Ou o interpelado pode negar que tenha se referido a pessoa. Ou o interpelado pode não responder ao pedido, mas isso não significa que ela vai responder pelo crime, ela PODERÁ responder. Não suspende o prazo para queixa se o sujeito que está interpelando quiser uma ação penal.
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
        Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
Ação penal Pública:a peça inicial para essa ação é a denúncia que é feita pelo MP. Se a vitima quiser notificar diretamente ao MP ele pode, irá constituir uma noticia crime no lugar de um boletim de ocorrência 
Condicionada – condicionada a representação da vítima ou a requisição ministerial
Incondicionada – regra geral 
Ação penal pública de iniciativa privada: peça inicial para essa ação será a queixa crime, apresentada pela vítima por intermédio do advogado. Tem esse nome porque a única coisa que a vítima faz é iniciar a ação, o resto é de iniciativa privada. A peça é uma atividade privativa do advogado e é uma peça com grande rigor formal.
Extingue a punibilidade pela não apresentação da queixa e não pela prescritibilidade do crime. A decadência do direito de queixa acontece após 6 meses da ocorrência do crime. 
Decadência do direito de queixa ou de representação
        Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia.
A regra é a ação penal privada, portanto a queixa crime. Há, entretanto, muitas exceções:
Na injuria real a ação penal será a mesma correspondente à lesão. Se for uma lesão leve será uma ação penal publica condicionada a representação. Em uma lesão grave ou gravíssima será uma penal publica incondicionada. Se for vias de fato será uma ação penal pública incondicionada. A lesão.
Se for um caso contra o presidente da república ou chefe de estrangeiro a ação penal será publica condicionada a requisição do Ministro da justiça. 
Será uma ação penal pública condicionada à representação do ofendido nos casos do funcionário público no exercício de suas funções. OBS: essa matéria foi parcialmente alterada pelo STF; pode haver uma ação penal privada nesses casos, segundo a sumula 714 do STF – uma legitimidade concorrente para ação penal. 
Nos casos de injuria preconceituosa será caso de uma ação penal publica condicionada à representação. 
Questão: 
Joao, funcionário público, no exercício de suas funções foi chamado por um particular de alcoólatra preguiçoso. O fato foi comunicado ao MP que até então não tomou providências alguma, Joao resignado resolveu que apresentara uma queixa crime, considerando que o fato ocorreu em um sábado, 06/04/2019 apresente a queixa crime no último dia do prazo. 
R/ último dia seria no dia 05/10/2019. 
Crimes contra o patrimônio 
Parte 1: crimes contra o patrimônio 
 
Furto (artigo 155, CP)  
1.  Consumação:Teorias sobre consumação: Teoria da concretatio: basta o toque. Teoria apprehensio: segurar. Teria amotio: inversão da posse, desnecessária a posse mansa e pacifica. Teoria ablatio: levar para local seguro. Hoje em dia basta a teoria da amotio. 
Sistema de vigilância, lugares que tem monitoramento de câmera e seguranças: seria crime impossível porque se a pessoa esta sendo vigiada ela nao tem como furtar. A tese de acusação vai falar que ele cometeu o crime. A nossa jurisprudência diz que seria relativamente e nao caberia falar de crime impossível, uma sumula 567 do STJ diz que não seria crime impossível. A tese da defesa diz que é crime impossível pela aboluta ineficácia do meio, essa tese nao se afirmoi porque a Jurisprudencia diz que nao é absoluta e sim relativa porque a pessoa ainda pode conseguir sair do estabelecimento, ainda que seja mais difícil por conta do sistema de vigilância.  
2.  Classificação doutrinaria:
·     Instantâneo: nãos e prolonga
·     Comum: qualquer um pode cometer 
·     Material: admite tentativa 
·     Concurso eventual: pode ser feito sozinho ou com ajuda de outros. O concurso de pessoas no furto é uma qualificadora 
·     Doloso: não há furto culposo 
3.  Conflito com outros tipos: 
·     Roubo e furto: roubo tem violência e grave ameaça, o furto não tem isso. O furto é contra a pessoa, se for contra um objeto, ainda é furto.
·     Apropriação indébita e furto: Apropriação indébita é quando nao existe má-fe como existe no roubo. 
·     Estelionato e furto: estelionato e furto mediante fraude a diferença vai estar no papel da vitima. No estelionato a vitima tem confiança na pessoa e ela rouba, há um engano para a vitima, tem a conquista da confiança da vitima. Já no furto não existe isso, a 
·     Receptação e furto 
·     Furto de coisa comum e furto: quando a pessoa que roubou é coproprietária do bem 
Furto de uso: sujeito que pega um bem e depois devolve. Não há a intenção de ficar com o objeto, algo atípico para esses atos. É uma atipicidade subjetiva por ausência de dolo especial. A intenção do envolvido tem que ser desde o início a de devolver o bem; a coisa tem que ser efetivamente devolvida, a coisa tem que ser devolvida na sua integridade. 
Furto noturno: causa de aumento previsto no art 155, §1º do CP. Se o crime for praticado durante o repouso noturno (intervalo de tempo que não se trabalha ou que não se deve fazer barulho) 22 às 05h ou 22 às 06h
Furto de energia: 155 §3º. A ideia do “gato” em fios de energia ou em sistema de agua. Equiparação da energia elétrica a bens moveis.
Furto de TV: a capitação de sinal de tv é coisa móvel com base no final do §3º, para o STJ. Como é uma cláusula geral ela pode ser interpretada de forma extensiva. O furto (em geral) pode dar condições de substituição de pena privativa de liberdade por penas de restrição de direitos. O STF disse que realmente o art. do CP autoriza a interpretação extensiva e que o sinal de tv teria o mesmo valor que a energia, porem a questão do subtrair não se encaixa nesses casos; por que por mais que o sinal se equipare ele nao tem como ser subtraído, diferente da energia. 
Os gatos de aguas são muito comuns hoje em dia, mas é complicado se avaliar essas questões por conta do princípio da insignificância 
Furto privilegiado: 
Furto de pequeno valor: está no art. 155, §2º e é chamado de furto privilegiado por ser uma causa de diminuição da pena. é um crime com uma causa de diminuição de pena; aplicasse a substituição ou diminuição da pena. Inicialmente o entendimento de um valor inferior ao salário mínimo e o entendimento do STF como pequeno valor como algo inferior a 75% do salário mínimo. É um conceito objetivo. 
Furto insignificante: não tem previsão legal, sendo apenas algo jurisprudencial. Uma conduta vista como atípica por conta do princípio da insignificância. Será um conceito subjetivo e o valor varia conforme o patrimônio da vítima. 
Furto famélico: não há uma previsão legal especifica e se utiliza o estado de necessidade (ART 24). Exclusão da ilicitude do crime. Pouco importa o valor que foi furtado, o que se avalia é a necessidade e a ideia de perigo atual. Não se olha o valor da coisa e sim a necessidade da coisa para quem furtou. Sobre o argumento do furto famélico não poderá ninguém estocar comida. Deve ser um furto para o estado de necessidade atual. 
- Princípio da Insignificância - para que se trabalhe com esse princípio deve se cumular:
· Mínima ofensividade da conduta do agente: ausência de violência ou ameaça na conduta praticada
· Nenhuma periculosidade social da ação: a ação não pode colocar em risco a sociedade.
· Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento: se analisa o merecimento do sujeito ativo. O réu reincidente pode alegar o princípio da insignificância em sua defesa? O reincidente pode ter a aplicação desse princípio, pois sua condição de reincidente não exclui seu direito de alegar. Se o sujeito for contumaz na prática de furtos (furta de forma frequente e faz o furto como meio de vida) o princípio não é aplicado. STF HC 123.199 
· Imprevisibilidade na lesão jurídica praticada: se analisa o patrimônio e o contexto da vítima. 
A tese da insignificância é muito melhor que a tese do furto de pequeno valor, pois exclui a tipicidade.
Parte 3
Furto qualificado: art. 155, §4º. O que qualifica um furto está nos incisos do artigo. Tem pena de 2 a 8 anos,

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