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CADERNO DE PROCESSO CIVIL II

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RACHEL ABEU – 2019.2
CADERNO DE PROCESSO CIVIL II 
AULA 01 – 06/08/19
PROFESSORA: LORENA
1ª AVALIAÇÃO: 17/09 
2ª AVALIAÇÃO: 26/11
Livro para questão extra: capítulos de sentença – Candido Rangel Dinamarco
 Audiência de instrução e julgamento: a audiência é, em regra, uma sessão pública, presidida por um juiz com a presença de sujeitos processuais (juiz, partes, advogados, terceiros, testemunhas...) e que tem objetivo específicos – a tentativa de conciliação, a produção de prova oral, a realização de debates e o julgamento. É um ATO PROCESSUAL COMPLEXO e a sua primeira característica é essa, ou seja, dentro desse ato são praticados vários atos (oitiva das testemunhas, ouvida do perito, advogados apresentando suas razoes, decisão do juiz). 
CAPÍTULO XI 
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.
Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
 Além da complexidade, a sua segunda característica é a UNIDADE DA AUDIENCIA, ou seja, apenas pode se falar em uma única audiência de instrução e julgamento em um mesmo processo, ja ela deve ser feita/concluída em uma única sessão. 
Art. 365. A audiência é una e contínua, podendo ser excepcional e justificadamente cindida na ausência de perito ou de testemunha, desde que haja concordância das partes.
Parágrafo único. Diante da impossibilidade de realização da instrução, do debate e do julgamento no mesmo dia, o juiz marcará seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial.
 
 Outra característica da audiência é a PUBLICIDADE, ou seja, se estiver acontecendo uma audiência, qualquer pessoa poderá participar da sessão e acompanhá-la, exceto aquele que correm em segredo de justiça. 
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.
A SOLENIDADE e a FORMALIDADE também são características da audiência, como ela deve ser feita, observada... porem essas formalidades podem ser alteradas caso se entenda que não haja prejuízo para as partes. 
A última característica é a EVENTUALIDADE, ou seja, não é necessário que em todo julgamento haja uma audiência de instrução e julgamento, pois o juiz não é obrigado a se prender a uma audiência de instrução e julgamento com produção de provas orais para proferir sua decisão.
PRINCIPIOS INFORMATIVOS DA AUDIENCIA 
FALTA – PEGAR COM ALGUEM 
Concentração – na audiência estão concentrados diversos atos processuais. 
Oralidade – a audiência de instrução e julgamento é o palco da oralidade pois a manifestação oral é mais forte nesse tipo de audiência, onde as manifestações escritas são afastadas.
Seção I 
Do Tempo
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal .
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se:
I - os atos previstos no art. 212, § 2º ;
II - a tutela de urgência.
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;
III - os processos que a lei determinar.
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense.
Seção II 
Do Lugar
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
É possível que a data prevista incialmente para a audiência de instrução e julgamento sofra uma antecipação ou um adiamento, nesse caso as partes devem ser informadas 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado.
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução.
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação.
Antecipação geralmente pode acontecer por conta de: espaço na agenda ou por urgência na causa.
Ausências: o que acontece quando ausências sem justos motivos são constatadas nas audiências? 
Na audiência as partes são intimadas, mas não vão ser ouvidas, vão apenas para a tentativa de conciliação. Se elas não comparecem, a conciliação não acontece. No máximo. (caso o advogado não tenha poderes especiais na procuração)
Se a parte foi intimada para prestar depoimento pessoal e não comparece, aplicasse a ela a pena de confesso. Se o advogado se ausenta sem justo motivo, a audiência ainda pode acontecer, mas o juiz PODERÁ dispensar a produção de provas requeridas pela parte desacompanhada. 
 § 2º O juiz poderá dispensar a produção das provas requeridas pela parte cujo advogado ou defensor público não tenha comparecido à audiência, aplicando-se a mesma regra ao Ministério Público.
Se uma testemunha for ausente na audiência sem motivo justificado é necessário saber qual a importância daquela testemunha no caso, e como ela foi levada ate o caso. Se a testemunha foi convocada por uma autoridade e não for, ela pode ser conduzida coercitivamente para a audiência (se o advogado seguir todos os procedimentos corretamente). Se o advogado se compromete de levar a testemunha, independente de intimação e não a leva, se entende que ele desistiu da testemunha e da sua oitiva. (§2º) 
Se o perito injustificadamente se ausenta da audiência a consequência é a sua condução coercitiva. 
Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo.
§ 1º A intimação deverá ser realizada por carta com aviso de recebimento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiência, cópia da correspondência de intimação e do comprovante de recebimento.
§ 2º A parte pode comprometer-se a levar a testemunha à audiência, independentemente da intimação de que trata o § 1º, presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição.
§ 3º A inércia na realização da intimação a que se refere o § 1º importa desistência da inquirição da testemunha.
§ 4º A intimação será feita pela via judicial quando:
I - for frustradaa intimação prevista no § 1º deste artigo;
II - sua necessidade for devidamente demonstrada pela parte ao juiz;
III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da repartição ou ao comando do corpo em que servir;
IV - a testemunha houver sido arrolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública;
V - a testemunha for uma daquelas previstas no art. 454.
§ 5º A testemunha que, intimada na forma do § 1º ou do § 4º, deixar de comparecer sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento.
DINÂMICA DA AUDIÊNCIA:
A audiência é instaurada pelo juiz com o pregão, ou seja, solicita ao oficial de justiça que chame as pessoas que vão participar das audiências. Se um juiz não fizer o pregão e não houver nenhum prejuízo para as partes, não haverá nulidade da audiência, porem se houver prejuízo, haverá a nulidade da audiência. Uma tentativa de conciliação também será feita, independente se já foi feita uma mediação anterior. Se a conciliação não for feita, o juiz passa exercer a função de investigador e começa a etapa de produção de provas orais. 
Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.
 Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as partes, independentemente do emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como a mediação e a arbitragem.
Art. 361. As provas orais serão produzidas em audiência, ouvindo-se nesta ordem, preferencialmente:
I - o perito e os assistentes técnicos, que responderão aos quesitos de esclarecimentos requeridos no prazo e na forma do art. 477 , caso não respondidos anteriormente por escrito;
II - o autor e, em seguida, o réu, que prestarão depoimentos pessoais;
III - as testemunhas arroladas pelo autor e pelo réu, que serão inquiridas.
Parágrafo único. Enquanto depuserem o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas, não poderão os advogados e o Ministério Público intervir ou apartear, sem licença do juiz.
Depois da tentativa de conciliação o próximo ato oral é se obter do perito e dos assistentes técnicos os esclarecimentos técnicos que antes não foram respondidos, mas o normal é que o perito já tenha esclarecido essas questões por escrito anteriormente por um laudo. 
Depois disso, inicia-se os depoimentos pessoais das partes e depois as oitivas das testemunhas. 
Depois da parte de produção de prova oral, começa a parte dos debates orais que servem para tentar convencer o juiz que o cliente tem razão na causa, o momento de articular todas as provas que foram apresentadas. 
Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do juiz. 
§ 1º Havendo litisconsorte ou terceiro interveniente, o prazo, que formará com o da prorrogação um só todo, dividir-se-á entre os do mesmo grupo, se não convencionarem de modo diverso.
§ 2º Quando a causa apresentar questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído por razões finais escritas, que serão apresentadas pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for o caso de sua intervenção, em prazos sucessivos de 15 (quinze) dias, assegurada vista dos autos.
O juiz pode ou não proferir as sentenças na audiência, se ele não fizer isso na audiência ele terá o prazo de 30 dias para faze-la. 
Art. 368. A audiência será pública, ressalvadas as exceções legais.
A SOLENIDADE e a FORMALIDADE também são características da audiência, como ela deve ser feita, observada... porem essas formalidades podem ser alteradas caso se entenda que não haja prejuízo para as partes. 
A última característica é a EVENTUALIDADE, ou seja, não é necessário que em todo julgamento haja uma audiência de instrução e julgamento, pois o juiz não é obrigado a se prender a uma audiência de instrução e julgamento com produção de provas orais para proferir sua decisão.
PRINCIPIOS INFORMATIVOS DA AUDIENCIA 
FALTA – PEGAR COM ALGUEM 
Concentração – na audiência estão concentrados diversos atos processuais. 
Oralidade – a audiência de instrução e julgamento é o palco da oralidade pois a manifestação oral é mais forte nesse tipo de audiência, onde as manifestações escritas são afastadas.
 CAPÍTULO II 
DO TEMPO E DO LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS
Seção I 
Do Tempo
Art. 212. Os atos processuais serão realizados em dias úteis, das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.
§ 1º Serão concluídos após as 20 (vinte) horas os atos iniciados antes, quando o adiamento prejudicar a diligência ou causar grave dano.
§ 2º Independentemente de autorização judicial, as citações, intimações e penhoras poderão realizar-se no período de férias forenses, onde as houver, e nos feriados ou dias úteis fora do horário estabelecido neste artigo, observado o disposto no art. 5º, inciso XI, da Constituição Federal .
§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado por meio de petição em autos não eletrônicos, essa deverá ser protocolada no horário de funcionamento do fórum ou tribunal, conforme o disposto na lei de organização judiciária local.
Art. 213. A prática eletrônica de ato processual pode ocorrer em qualquer horário até as 24 (vinte e quatro) horas do último dia do prazo.
Parágrafo único. O horário vigente no juízo perante o qual o ato deve ser praticado será considerado para fins de atendimento do prazo.
Art. 214. Durante as férias forenses e nos feriados, não se praticarão atos processuais, excetuando-se:
I - os atos previstos no art. 212, § 2º ;
II - a tutela de urgência.
Art. 215. Processam-se durante as férias forenses, onde as houver, e não se suspendem pela superveniência delas:
I - os procedimentos de jurisdição voluntária e os necessários à conservação de direitos, quando puderem ser prejudicados pelo adiamento;
II - a ação de alimentos e os processos de nomeação ou remoção de tutor e curador;
III - os processos que a lei determinar.
Art. 216. Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja expediente forense.
Seção II 
Do Lugar
Art. 217. Os atos processuais realizar-se-ão ordinariamente na sede do juízo, ou, excepcionalmente, em outro lugar em razão de deferência, de interesse da justiça, da natureza do ato ou de obstáculo arguido pelo interessado e acolhido pelo juiz.
É possível que a data prevista incialmente para a audiência de instrução e julgamento sofra uma antecipação ou um adiamento, nesse caso as partes devem ser informadas 
Art. 362. A audiência poderá ser adiada:
I - por convenção das partes;
II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar;
III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado.
§ 1º O impedimento deverá ser comprovado até a abertura da audiência, e, não o sendo, o juiz procederá à instrução.
§ 3º Quem der causa ao adiamento responderá pelas despesas acrescidas.
Art. 363. Havendo antecipação ou adiamento da audiência, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados para ciência da nova designação.
AULA 02 – 13/08/2019 TEORIA GERAL DA PROVA
Prova: é uma palavra que vai além do âmbito jurídico e que é usada sempre que se quer provar a veracidade de uma alegação. Dentro do direito a palavra prova tem alguns significados:
- uma conduta: o ato de provar algo
- um meio de prova: uma técnica para se obter a veracidade da conduta 
- uma convicção que decorre do ato de provar: o convencimento que é levado ao juiz a cerca de um fato/ o resultado do ato de provar. 
O direito a prova é um direito fundamental, que decorre do contraditório e da ampla defesa e pode ser extraído implicitamente da CF. A prova temuma relação central com a busca da verdade e por isso é importante estabelecer qual essa relação: se é uma verdade absoluta ou relativa. 
A descoberta da verdade absoluta é uma utopia e isso por conta de uma premissa básica: a verdade é algo subjetivo para cada sujeito; cada um percebe as coisas de formas diferentes e as interpretam de formas diferentes e por isso a busca da verdade no processo não pode ser absoluta e sim chegar mais perto da veracidade (se interpreta os fatos, verbaliza-se esses fatos e os levam em juízo).
Objeto da prova (o que deve ser provado em um processo): 
No processo se busca provar a veracidade de alegações feitas sobre um fato jurídico (fato – probando). 
O objeto da prova é composto por alegações fáticas trazidas pelas partes. Porém, nem tudo que se alega é importante para que o juiz decida a causa. Há coisas que as partes concordam e isso não será relevante, por exemplo. 
Características dos fatos do processo: 
- 1ª fato controvertido: as partes não devem concordar sobre o fato apresentado 
- 2ª fato relevante: o elemento deve ter importância para o resultado do fato 
- 3ª fato determinado: aquele que é capaz de ser identificado no tempo e no espaço 
Fatos que não podem ser objeto de prova: 
Art. 374. Não dependem de prova os fatos:
I - notórios;
II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária;
III - admitidos no processo como incontroversos; (a parte contraria deixa de se contrapor sobre o fato.)
IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. (Existe a presunção absoluta que não admite prova em contrário e existe a presunção relativa – é daquele determinado jeito até que se prove em contrário, ou seja, se admite prova em contrário)
OBS: A PRESUNÇÃO DESPENSA A PRODUÇÃO DE PROVAS
Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar.
A prova do direito e a prova do costume: a princípio, não se faz necessária a produção de prova do direito e sim a produção de prova das alegações fáticas. Em algumas situações (quando se tratar de direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário) é que essas provas do direito vão ser exigidas, para se provar o teor dessas leis e suas vigências. 
Mesma regra válida para o costume. Se existir um costume em uma determina região e o juiz achar válido a produção de tal prova para o caso. 
Finalidade da prova: a prova tem como finalidade ajudar no processo de convencimento do magistrado em cada caso concreto. E tem como finalidade convencer as próprias partes do processo.
ÔNUS DA PROVA
A pessoa pode escolher entre fazer ou não fazer o instituto do ônus da prova, porém se não o faz alguma consequência desagradável acontece. 
É uma situação jurídica processual, segundo qual, a não prática de um ato a alguém lhe acarretará uma situação desagradável. Porém não é um dever
Pode ser analisado por dois aspectos: 
Aspecto subjetivo: é uma regra de conduta – estabelece “a quem compete provar o que”. Ao autor cabe fazer a prova do fato constitutivo do direito e ao réu cabe provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. 
OBS: independe de quem leve a prova, se ela beneficiar uma das partes, ela será valorada pelo juiz.
Aspecto objetivo: é o papel do ônus da prova como regra do julgamento. Acontece quando após a produção probatória o juiz ainda não se convence da veracidade dos fatos alegados pelo autor e, para isso, há a regra do ônus da prova para quem alega a prova e não consegue provar sua veracidade. 
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
No CDC a regra do ônus da prova é diferente. No art 38 – que inverte o ônus da prova para o réu. 
A distribuição judicial do ônus da prova (distribuição dinâmica) pode ser feita pelo juiz ou pelas partes. Diante de um caso o juiz pode entender que é muito difícil para o autor provar o seu direito e que é mais fácil para o réu provar o fato alegado. E por isso o juiz pode atribuir o ônus de maneira contrária ao que é estabelecido na lei = inversão do ônus da prova (o réu provar que o autor tem um imóvel do que o autor provar que não tem nenhum).
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
Requisitos formais para que haja uma distribuição dinâmica judicial do ônus da prova: CUMULATIVOS
- Decisão precisa ser motivada: dizer em decisão fundamentada sobre quais as alegações fáticas as distribuições irão incidir e por quê.
- Essa decisão precisa acontecer antes da sentença e o juiz deve conceder a parte sobre qual o ônus recaiu, o direito de se desincumbir dele.
- A inversão não pode implicar prova diabólica para a parte contraria. Geralmente isso acontece quando as provas que precisam ser apresentadas são negativas.
- A inversão não pode afastar regra convencional válida. Se as partes firmaram regras diferentes do 373 sobre a disciplina da competência de cada parte para apresentar as provas, o juiz não pode fazer essa distribuição dinâmica. 
Requisitos materiais para que haja uma distribuição dinâmica judicial do ônus da prova: ALTERNATIVOS 
- Prova diabólica para quem o ônus está originariamente atribuído. 
- Maior facilidade da obtenção da prova do fato contrário 
Essa distribuição pode ser feita de ofício ou a requerimento da parte. Mas ela não objetiva suprir a inercia de uma parte e por isso a decisão precisa ser fundamentada e está presente um dos requisitos materiais, no mínimo.
No art 6º, VIII, do CDC há outra inversão do ônus da prova – inversão dinâmica, que deve observar os requisitos formais e que possui requisitos materiais (verossimilhança do consumidor ou hipossuficiência). Foi a partir desse dispositivo que os problemas as sentenças e com as mudanças com o ônus da prova começaram. 
DISTRIBUIÇÃO DINÂMICA CONVENCIONAL DO ÔNUS DA PROVA: 
Essas convenções estão nos 
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.
Ou seja, as partes podem convencionar, desde que dentro de certos limites. 
Se essa convenção recair sobre direitos indisponíveis das partes, será uma convenção inválida. Se a convenção beneficiar o direito indisponível da parte, a doutrina vem entendendo que essas convenções seriam válidas.
Se a convenção tornar excessivamente difícil o exercício de um direito para uma das partes, ela será invalida.
Nas causas de consumo, o consumidor não pode ser prejudicado por conta de ônus da prova.
Objetivamente, a regra estática é uma regra de julgamento, e as regras de distribuição dinâmica são de atividade porque dizem como as partem devem se comportar e como o juiz deve considerar esse comportamento antes da decisão. 
A convenção por acordo entre as partes pode acontecer antes mesmo de haver o início do processo. 
Prova do fato negativo: provar algo que não aconteceu é muito difícil e muitas vezes impossível. Mas existem fatos negativos determinados que podem ser provados de duas formas: 
- Por outro fato 
- Ou por fato contrário 
PROVA DIABÓLICA OU DIFICIL: essa prova é aquela impossível ou extremamente difícil de ser realizada pela parte. Ela justifica a distribuição dinâmicado ônus da prova e ao mesmo tempo é um limite para a distribuição dinâmica. O juiz não pode inverter o ônus da prova se quando ele fizer isso ele resultar em uma prova diabólica que não existia. Só pode inverter uma prova diabólica para facilitar a vida das partes. 
Há situações em que as provas vão se diabólicas bilateralmente; a doutrina usa como exemplo o caso de um nadador iniciante que vai em um clube com uma piscina funda e morre nessa piscina. Sua família quer uma indenização do clube, pois não havia sinalização do perigo da piscina. O clube diz que ele morreu de infarto e não pela piscina, a pericia não sabe dizer qual a causa da morte e diante dessa imprecisão, nem o autor e nem o réu provaram nada e a prova fica diabólica para os dois lados. Chaga-se então em uma situação de inesclarecibilidade e o juiz deve identificar quem assumiu esse risco; nesse caso seria o clube, por não haver placa na piscina. Ou seja, nos casos em que as provas são duplamente diabólicas esse deve ser o comportamento do juiz, identificar quem assumiu o risco de inesclarecibilidade. 
AULA – 20/08/19
NORMAS ESTRUTURANTES DO PROCESSO PROBATÓRIO: 
Modelos de processos: mostram a relação que existe no processo entre juiz e partes; 
Em um estado mais liberal se confere as partes uma carga maior de poderes no processo e o juiz vira um espectador, que no final irá decidir. 
Se pensarmos em um modelo de processo de estado mais social/ intervencionista, o processo não é apenas como algo das partes, mas como algo público, e o protagonismo passa para o juiz também com os poderes instrutórios que são conferidos a ele. Algumas circunstâncias fizeram com que esse modelo anterior fosse afastado para garantir a igualdade material. Surge assim um antagonismo muito grande entre os dois modelos, o que fez com que os dois fossem extintos, como a teoria do garantismo processual: busca-se resguardar as partes contra o excesso de poderes dos juízes. E busca-se garantir que as vontades das partes sejam resguardadas e nesse momento surge o terceiro modelo de processo:
 o modelo cooperativo de processo: uma comunidade de processo onde ninguém tem protagonismo e todos trabalham juntos/coordenadamente para o alcance da decisão justa; o juiz só se destaca no momento de proferir a decisão, por exercer seu poder estatal/jurisdicional. Essa modelo objetiva equilibrar os outros modelos. Modelo que foi expressamente adotado pelo CPC
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Poderes instrutórios do juiz: Se as partes excluem a produção de perícia no processo, pode o juiz de ofício requerer essa perícia? Se levar em consideração que o direito discutido é disponível essa atividade do juiz será complementar e ele deve respeitar os negócios jurídicos processuais probatórios validos.
Princípio da comunhão da prova (ou aquisição processual ou comunidade da prova): uma vez ingressada a prova nos autos ela pertence ao processo e não a quem a produziu; isso é importante porque as vezes as partes produzem provas contra si mesmas. 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Atipicidade dos meios de prova (art. 369 do CPC): além dos meios típicos, a parte pode se valer de outros meios de provas não previstos em lei, desde que lícitos e moralmente legítimos. Deve se observar também o contraditório nesse tipo de prova.
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz.
Princípio da proibição da utilização de prova ilícita (art. 5º, LVI, da CF/88): a prova ilícita é aquela que contraria alguma norma do ordenamento jurídico, ela pode ser ilícita no conteúdo ou na forma de aquisição dessa prova. 
i. Ponderação com o direito à prova: ponderação entre a utilização da prova ilícita e a proibição da produção dessa prova. 
ii. Provas ilícitas por derivação (fruits of the poisonous tree) – art. 157, §§1º e 2º, do CPP: uma prova ainda que licita, se ela derivar de uma outra prova ilícita, ela será contaminada pela sua ilicitude. 
2. Meios e fontes de prova:
Meio de prova é a forma utilizada para se extrair uma prova de uma fonte. É o procedimento utilizado para se extrair a prova da fonte. 
Fonte de prova pode ser uma pessoa, uma coisa ou um fenômeno do qual emane prova. 
3. Classificação da prova
a. Quanto ao objeto (diretas e indiretas): será direta quando se referir ao fato probando; quando a prova for relacionada a um fato probando para tentar indiretamente prová-lo, ela será indireta. (fato negativo; indícios) 
b. Quanto à fonte (pessoais e reais): será a pessoa (testemunhas; confissão) ; e as reais são as coisas (perícia)
 
c. Quanto à forma da prova (oral, documental e material): provas orais são as contestações conscientes das provas; documentos são as atestações escritas das provas; material é a coisa como atestação inconsciente da prova
d. Quanto à preparação (casuais ou simples e pré-constituídas); casuais são aquelas feitas no processo; e as pre constituídas são aquelas feitas antes do processo para que ela sirva de prova nesse mesmo processo 
4. Procedimento probatório: 
a. Instrução em sentido amplo e em sentido estrito: em sentido amplo diz respeito a toda atividade voltada a formação do convencimento do juiz, abrange desde atos da fase postulatória; em sentido estrito diz respeito apenas à fase instrutória do processo (onde prepondera-se a produção de provas)
b. Fases do procedimento em sentido estrito (fase instrutória)
i. Requerimento ou proposição da prova (obs.: possibilidade de ordenação de prova de ofício): momento que as partes requerem as produções de provas que entendem necessárias.
ii. Admissão: dentro do conjunto de provas que foram requeridas o juiz escolhe quais devem ser escolhidas e quais não devem. O juiz pode determinar de ofício a produção de uma prova, o que não vai precisar de uma admissão. 
iii. Produção: quanto as provas típicas, devem seguir o procedimento previsto em lei 
iv. Valoração: é feita no momento da decisão; é dizer qual o peso que a prova tem nos autos para provar o fato que se analisa no caso. O juiz deve demonstrar de forma logica quais provas foram capazes de convencê-los daquela forma, devendo também explicar a capacidade de provar de cada prova apresentada.
5. Prova e preclusão para o juiz: como se faz a preclusão para o juiz em matéria de prova? O fato do juiz na decisão de saneamento ter estabelecido quais provas deveriam ser produzidas, não o impede (não implica preclusão) que determine outras provas posteriores que ele entenda necessárias; sobretudo se tratando de fato superveniente. 
Provas deferidas pelo juiz: ele pode rever a decisão e indeferir a produção dessa prova? A princípio não, pois gera para a parte o direito de produção da prova e ele não pode violar esse direito; mas diante de um fato superveniente que torne essa prova irrelevante, ele poderá indeferir a sua decisão anterior. 
O juiz indefere o pedido de produção de prova da parte; ele pode voltar e deferir essa decisão? Como as provas buscam uma verdade mais justa, o juiz poderia voltar e mudar sua decisão. 
6. Prova indiciária: é uma prova indireta; 
a. Regras ou máximas da experiência (art. 375 do CPC): o saber privado do juiz também é importante para seu convencimento; e nesse saber privado se extrai dois elementos na vida jurídica: os fatos notórios e as regras das experiencia, que são opiniões a cerca do que ordinariamente acontece de um determinado modo, e que, por indução nos fazem entender que também aconteceram daquela forma no processo.
Art. 375. O juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pelaobservação do que ordinariamente acontece e, ainda, as regras de experiência técnica, ressalvado, quanto a estas, o exame pericial.
b. Indício (fato): é um fato conhecido cuja sua prova nos leva a considerar provado outro fato. São fatos que indicam para outros fatos que precisam ser provados.
c. Presunção (raciocínio): NÃO é fonte ou meio de prova. É um raciocínio feito que parte de uma regra da experiencia como premissa maior, indício como premissa menor e a presunção como conclusão 
i. Judicial ou comum ou simples ou de homem ou de hominis: firmada pelo juiz no caso concreto 
ii. Legal: aquela prevista em lei
1. Absoluta ou peremptória ou iuris et de jure: não admite prova em contrário; a prova capaz de provar algo contrário do que está sendo alegado é irrelevante 
2. Relativa ou condicional ou disputável ou iuris tantum: admite prova em contrário. A prova capaz de provar algo contrário do que está sendo alegado é relevante e é admitida no processo.
7. Sistemas de valoração da prova
a. Sistema da prova legal (tarifamento da prova): existem vários sistemas de valoração da prova. O primeiro sistema é esse da prova legal. Nesse sistema a lei previa e abstratamente já atribui valor para cada prova. Não se pode pensar no sistema de forma pura, tanto é que no ordenamento já existem valores de determinada prova (existem atos jurídicos que só se provam por instrumentos), a lei determina a prova de forma imprescindível para a alegação fática. Esse sistema não é o adotado de forma preponderante pelo CPC, mas ele existe. 
b. Sistema da Íntima convicção: nesse sistema o juiz vai segundo seu juízo particular atribuir o valor para a prova, sem precisar fundamentar essa conclusão. Super oposto ao sistema anterior. Também não é o sistema adotado pelo CPC. Garantes amplos poderes ao juiz. Porém existe no sistema brasileiro, como no tribunal do júri. 
c. Convencimento motivado ou persuasão racional (art. 371 do CPC): adotado pelo CPC. O juiz deve ser convencido racionalmente pela prova e ele deve explicar na decisão quais as razoes que ele utilizou para chegar a sua conclusão. 
 
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
d. Prova emprestada (art. 372 do CPC)
a. Conceito: a regra é a da atipicidade da prova – aceitação pelo legislador de todos os meios de prova, desde que lícitos e moralmente legítimos. Havia um meio atípico de prova no CPC de 73 que era a prova emprestada, não era prevista no CPC e por isso atípica; essa prova consistia em se tomar de empréstimo para outro processo uma prova produzida em outro processo. Essa prática se tornou tão normal que isso foi positivado no CPC de 2015. Esse empréstimo não pode ser feito de forma aleatório, existem regras para ele acontecer. 
b. Prova emprestada e contraditório: essas regras se relacionam com o princípio do contraditório; a prova só pode ser empresta se houver respeito ao contraditório. Partes no mesmo nível é possível, fora isso não. ex: se uma das partes não participa da produção da prova emprestada, o empréstimo não pode ser feito. No caso em que nenhuma das partes de nenhum dos processos tenham participado da produção da prova, ela também pode ser emprestada (A contra B e C contra D. a prova de A e B pode ser usada na relação de C e D) 
c. Prova emprestada e segredo de justiça: existem processos que correm em segredos de justiça; nesse caso as provas também são produzidas nesses processos... como ficaria o transporte dessas provas? A solução é que esse transporte seja feito para um processo que também esteja em segredo de justiça e que tenham como partes as mesmas partes do processo anterior. 
d. Prova emprestada e eficácia: a prova emprestada terá a mesma eficácia que ela possuía no processo de origem. Isso é importante porque as provas emprestadas vao ter os valores que sempre possuíam, no momento de sua valoração.
e. Normas sobre prova: natureza material ou processual? Uma norma para ser enquadrada como material ou processual a sua função deve analisada. Normas materiais: são aquelas que são o objeto de decisão pelo julgador, utilizadas para decisão do julgador. 
Normas processuais: procedimentos, momento, forma de produção de prova... são normas processuais. A doutrina majoritariamente entende que as normas sobre prova são processuais. 
f. Conexão probatória e cooperação jurisdicional nacional (art. 69, IV e §§2º, II e 3º, do CPC): é possível que em diversos processos se chegue em uma fase que a mesma prova precise ser produzida, nesses casos é possível que haja a cooperação jurisdicional. Essa conexão é fundamento para provas concertadas entre juízes. 
Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido, prescinde de forma específica e pode ser executado como:
IV - Atos concertados entre os juízes cooperantes.
§ 1º As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto neste Código.
§ 2º Os atos concertados entre os juízes cooperantes poderão consistir, além de outros, no estabelecimento de procedimento para:
II - a obtenção e apresentação de provas e a coleta de depoimentos;
§ 3º O pedido de cooperação judiciária pode ser realizado entre órgãos jurisdicionais de diferentes ramos do Poder Judiciário. 
 
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA
1. Conceito: existe um direito fundamental à prova garantido as partes de um processo, direito esse como fim em si mesmo, que não precisa ser atrelado a nenhum outro direito pretendido e por isso se estabeleceu a hipótese de produção antecipada da prova. É um procedimento que tem por objeto a produção de provas e que se funda na existência de um direito fundamental a produção de provas. 
2. Objeto: é exatamente a produção de uma determinada prova. O pedido é a produção antecipada de uma prova. Não se discute outro direito e sim outra prova.
3. Natureza jurídica: o procedimento de produção antecipada de provas é de jurisdição voluntaria, o que não quer dizer que não exista nenhum conflito, (a potencialidade do conflito é algo inerente a jurisdição) o único conflito concreto é o conflito de possibilidade ou não da produção da prova. 
4. Provas cuja produção pode ser antecipada: qualquer prova; documental, testemunhal, pericial, depoimento pessoal...
5. Fundamentos do pedido de produção antecipada de prova (art. 381, incisos I a III e §§1º e 5º, do CPC): esse procedimento pode ser utilizado conforme positiva o artigo 381:
Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
§ 1º O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade apenas a realização de documentação e não a prática de atos de apreensão.
§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum fato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção.
No CPC de 73 apenas as provas testemunhais e periciais podiam ser antecipadas. No inciso I o fundamento é a urgência; no II o fundamento será a procura pelo melhor convencimento das partes; premissa para viabilizar o meio consensual de conflitos; no III o fundamento será a conclusão se a parte irá ou não ajuizar a demanda, a parte verifica se vale a pena ou não ajuizar outra demanda, com base nas provas produzidas. 
§1º - a parte quer conhecer o que é que existe em uma universalidade; quer apenas saber o conteúdo desses bens (bens de uma herança...), pode ser que no futuro isso sirva em um processo contencioso.
§5º - ação de justificação; ex: justificação de tempo de serviço 
6. Competência (art. 381, §§2º a 4º, do CPC): 
§ 4ºO juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.
Foros concorrentes (art. 381, §2º, do CPC): foros do local onde a prova pode ser produzida e o domicílio do réu. Deve se observar a competência adequada para evitar o abuso de direito. Segundo a doutrina, em regra, deve se dar preferência ao local onde a prova deve ser produzida e o domicílio do réu deve ser usado apenas em casos de depoimentos pessoais. Se a prova se tornar mais difícil por conta da escolha do foro, haveria um abuso de direito. 
§ 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.
a. Ausência de prevenção do juízo para futura demanda (art. 381, §3º, do CPC): não há prevenção do juízo onde a prova foi produzida para que ele julgue o caso. 
§ 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser proposta.
b. A competência federal no juízo estadual (art. 381, §4º, do CPC): se não houver vara federal a competência é transferida para varas estaduais. 
§ 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.
7. Procedimento
a. Petição inicial (art. 382 do CPC) 
b. Tutela provisória liminar na produção antecipada de prova? se a testemunha estiver prestes a morrer, talvez o esforço para citar a parte contraria gere a perda da capacidade de produzir aquela prova. É possível requerer a produção de prova liminarmente, ou seja, sem trazer a outra parte para a produção de prova (contraditório)
A doutrina admite a possibilidade de tutela provisória liminar em situações excepcionais. Há uma violação do contraditório e o juiz deve levar em consideração que a outra parte não te e oportunidade de se manifestar. 
Citação de interessados (art. 382, §1º, do CPC): pode ser que outras pessoas tenham interesses na produção daquela prova antecipada e eles também devem ser trazidos para o processo, pois a prova ganha mais eficácia. O juiz pode de ofício determinar a citação desses interessados – isso leva o nome de intervenção “IUSSU IUDICIS” 
 Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
§ 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
c. Produção da prova: na petição inicial a parte apontou o fundamento, o fato e a prova que ela pretendia antecipar. O mais correto é que a parte estruture essa prova que ela pretende antecipar. Após a citação da parte contraria haverá a produção da prova, cada uma de sua maneira legal, conforme sua espécie. 
d. Descabimento de defesa e de recurso (art. 382, §4º, do CPC): não há a definição se a prova produzida dar razão para A ou B e por isso não se fala em recurso ou defesa e sim em produção de provas apenas. O conflito em potencial é a outra parte entender o descabimento da própria prova produzida/requerida.
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. 
e. Pedido contraposto (art. 382, §3º, do CPC): quando os interessados são citados eles podem entender que aquele fato demande mais provas e podem requerer mais provas sobre o fato probando, isso se caracteriza como pedido contraposto. As partes podem ampliar os pedidos sobre o mesmo fato e que não demore muito o processo. 
§ 3º Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora. 
f. Sentença e coisa julgada (art. 382, §2º, do CPC): finalizada a produção das provas o juiz profere a sentença com o conteúdo limitado de reconhecimento do direito à produção da prova e homologação da prova produzida. Não cabe ao juiz reconhecer nenhum direito para a parte, essa prova deve ser valorada em outro processo.
§ 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas.
g. Entrega dos autos ao requerente (art. 383 do CPC): proferida a sentença as partes são intimadas e depois disso os autos permanecem em cartório durante um mês e após isso eles são entregues para a parte autora. 
Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos interessados.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida.
DEPOIMENTO PESSOAL
1. Depoimento pessoal ou da parte: 
a. Conceito: na audiência de instrução, a primeira prova a ser produzida será o depoimento pessoal que é um meio de prova de oral que toma a parte como uma fonte de prova e que tem por objetivo esclarecer alegações de fato. O depoimento pessoal tem por objetivo obter a confissão da parte contraria. Sendo ela real ou ficta. 
b. Dever de depor (art. 379, I, do CPC): a parte tem o dever de depor e comparecer, caso ela não compareça, a sanção de confissão ficta será a ela imposta. 
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:
I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;
c. Depoimento (art. 385, caput e §1º do CPC) x interrogatório (arts. 139, VIII e 385, caput, do CPC)
Saber como a intimação se originou para o depoimento é muito importante, pois há uma diferença entre: 
Depoimento – oitiva da parte por requerimento da parte contraria 
Interrogatório – quando o juiz determina que a parte compareça em juízo para o esclarecimento de certos fatos. Isso é possível por conta dos poderes instrutórios do juiz. Nesses casos, se a parte não comparecer/se recusar, a pena de confesso não será aplicada. 
OBS: A parte não pode requerer o próprio depoimento pessoal. 
d. Consequências do não comparecimento/recusa de depor (art. 386 do CPC): a recusa é um ato ilicito
 Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e os elementos de prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor. 
- Aplicação da pena de confissão ficta (art. 385, §1º do CPC) – presunção de veracidade das alegações apresentadas pelas partes contrarias;
- Possibilidade de configuração de litigância de má-fé (art. 80 do CPC)
- de contempt of court (art. 77, §2º, do CPC) 
- de crime de desobediência (art. 330 do CP): por ser um dever da parte o comparecimento ao depoimento. 
e. Escusa de depor (arts. 386 e 388 do CPC): situações em que a própria lei processual reconhece que é legitima a escusa da parte de não depor. Escusas que não ensejam a pena de confesso. 
i. Justo motivo (art. 386 do CPC): o justo motivo é algo indeterminado que terá sua densidade formada no caso concreto. Esse justo motivo pode ser ate mesmo para a parte não comparecer e não depor. (se a pergunta for irrelevante)
ii. Direito contra a autoincriminação (direito de silêncio contra fatos criminosos e torpes a si imputados - (art. 388, I, do CPC)
iii. Direito ou dever de silêncio - Dever de sigilo profissional e Direito de silêncio em situação relacionada ao estado da pessoa (art. 388, II, do CPC)
iv. Fato capaz de causar desonra ao depoente, cônjuge, companheiro ou parente em grau sucessível (art. 388, III, do CPC e art. 1.839 do CC)
v. Risco de morte do depoente, cônjuge, companheiro ou parente em grau sucessível (art. 388, IV, do CPC)
f. Procedimento: segue o mesmo procedimento da prova testemunhal. A parte é intimada para o comparecimento da audiência e caso não compareça acaba sofrendo com as devidas consequências:
- se a parte não comparecer ela não será conduzida coercitivamente- se a parte mentir ao depor, ela não pratica crime mas viola a boa fe e pode sofrer sanções quanto a isso.
- a parte que não depôs não pode estar presente no depoimento da outra parte. Aquele advogado que advoga em causa própria, a pessoa do advogado e da parte se confundem e, nesses casos, para o depoimento pessoal, deve haver um procurador ou um defensor a doc. designado pelo juiz, só não sendo possível que a parte permaneça na sala no momento do depoimento. 
Colheita de depoimento por vídeo conferência: para maior eficiência no processo; admite-se que o depoimento seja colhido antes da audiência de instrução e julgamento, depende da disponibilidade do material de som e imagem. O material deve ter um mínimo de qualidade. 
CONFISSÃO
1. Conceito (art. 389 do CPC): a admissão da verdade de um fato contrário ao interesse do confitente e favorável ao seu adversário. Se a parte alega a veracidade de um fato favorável para si, não é confissão. 
Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
2. Natureza jurídica: para o direito probatório é um meio de prova; se examinarmos a luz da teoria do fato jurídico ela será um ato jurídico estrito senso. Não é um NJ. É um ato voluntario de efeitos necessários. É uma conduta que quando praticada causa prejuízo a quem pratica – determinante. 
3. Elementos subjetivo, intencional e objetivo: subjetivo – a pessoa que confessa; intencional – preciso ter o ânimo de confessar, é apenas voltado para a declaração; objetivo – qual fato que pode ser objeto de uma declaração? Um fato desfavorável ao confitente e favorável a parte contraria. 
4. Classificação da confissão: 
i. Judicial e extrajudicial (art. 389 do CPC): 
- Extrajudicial: quando a parte confessa fora do processo e assume uma alegação fática. 
- Judicial: feita ao se prestar um depoimento pessoal, por exemplo 
ii. Real ou ficta (arts. 344 e 385, §1º, do CPC): real se a parte reconhecer a veracidade da alegação fática, de forma expressa; e ficta quando não há uma verdadeira confissão e a lei cria uma ficção para equiparar determinadas condutas da parte para a confissão; se a parte não comparecer ao depoimento. A confissão ficta é uma consequência (sanção legal) que pode estar ligada a vários fatos. 
iii. Espontânea ou provocada (arts. 385 e 386 do CPC): será espontânea quando a parte, por vontade própria, confessa um fato desfavorável a si e favorável a outra parte; e será provocada quando decorre do depoimento pessoal. 
iv. Oral ou escrita: 
Art. 394. A confissão extrajudicial, quando feita oralmente, só terá eficácia nos casos em que a lei não exija prova literal.
v. Simples, qualificada e complexa: A confissão pode ser simples (a parte admite veracidade da alegação fática contraria aos seus interesses e favoráveis aos interesses do adversário), qualificada (a parte admite a veracidade da alegação fática mas rejeita as consequências jurídicas atribuídas a essa alegação fática) ou complexa (envolve fato novo, a parte admite a veracidade da alegação fática mas traz um fato novo que implica alguma modificação nesse cenário).
5. Confissão x reconhecimento jurídico do pedido: a confissão é um ato jurídico que recai sobre um fato alegado e o reconhecimento jurídico do pedido recai sobre o pedido/ a pretensão das partes; é um NJ unilateral que tem como consequência a procedência do mérito. A consequência da confissão é reputar o fato provado, já no reconhecimento a consequência é a resolução do mérito da demanda. 
6. Confissão x admissão: a confissão é a situação em que a parte pratica uma conduta comissiva onde ela reconhece a veracidade de um fato desfavorável a si e favorável ao outro. Na admissão a conduta é omissiva (quando não há contestação); só há admissão judicial pois os fatos devem estar no processo. Não há confissão de fatos que não estejam alegados no processo. Para confessar o procurador da parte precisa de poderes especiais para tanto e para admitir não. Os dois tornam os fatos dispensados de provas 
7. Características da confissão:
i. Indivisibilidade (art. 395 do CPC): a confissão não pode ser dividida, é interessante para a confissão qualificada – afirma um fato, mas nega a consequência – ou não se utiliza a confissão ou fazer prova como todo dessa confissão. Na confissão complexa há uma parte que é confissão e outra que é alegação e nesse caso a confissão pode ser cortada e a alegação pode ser descartada. 
 Art. 395. A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável porém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
ii. Irrevogabilidade (art. 393 do CPC e 214 do CC): porque a revogação é um ato de desconstituição de um ato válido, mas ela pode ser anulada, se ela padece de algum vicio (erro de fato ou coação). 
 Art. 393. A confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação.
Parágrafo único. A legitimidade para a ação prevista no caput é exclusiva do confitente e pode ser transferida a seus herdeiros se ele falecer após a propositura.
8. Eficácia e efeitos da confissão
i. Para a parte adversa (art. 374, II, do CPC): dispensa a parte contraria da produção da prova sobre o fato confessado. 
ii. Para a parte que confessa: fica impedida de produzir prova em contrário. 
iii. Para o magistrado: mesmo sendo um meio de prova ela não vincula o magistrado na hora da sua decisão. Se o juiz entender pela não utilização da confissão, ele precisa levar esse fato ao conhecimento da parte beneficiada pela confissão para que ela produza provas sobre o fato alegado. 
iv. Para litisconsortes do confitente (art. 391 do CPC): é possível que a pessoa que confessou não esteja sozinha nos polos de um processo. Em um litisconsorte unitário, a confissão de um dos litisconsortes é ineficaz para o processo, pois todos precisariam confessar para ela ser eficaz. 
Em um litisconsórcio simples, a confissão pode dizer respeito a fatos apenas sobre o confitente ou sobre vários litisconsortes. Se a confissão for sobre fatos que envolvam apenas ao confitente, ela será eficaz; se a confissão for sobre um fato comum a vários litisconsortes essa confissão não será eficaz. Não significa que ela será descartada, ela será um elemento de prova, só não será vista como confissão. 
9. Ineficácia da confissão
i. Direitos indisponíveis: direitos que a parte não pode dispor em juízo; logicamente, não pode haver confissão sobre fatos sobre esses direitos, pois se a confissão gerar prejuízos a esses direitos, você disporá desse direito de forma indireta. 
Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.
 § 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados.
ii. Representante sem poderes especiais: o advogado só pode confessar se na procuração ele possuir poderes especiais para tanto. A confissão real pode ser obtida através do advogado em juízo, se ele tiver poderes para tanto.
 Art. 390. A confissão judicial pode ser espontânea ou provocada.
§ 1º A confissão espontânea pode ser feita pela própria parte ou por representante com poder especial. 
 
INSPEÇÃO JUDICIAL (OU INSPEÇÃO OCULAR OU EXAME JUDICIAL OU RECONHECIMENTO JUDICIAL)
a. Conceito: aqui a fonte de prova será uma pessoa, uma coisa, um fenômeno... é um meio de prova em que o juiz vai, pessoalmente, examinar uma coisa para obter dessa fonte, diretamente, esclarecimentos relevantes sobre alegações fáticas 
b. Momento e iniciativa – art. 481 do CPC: o próprio juiz vai colher a prova através das suas percepções para esclarecer fatos. Ela pode ser feita em qualquer fase do processo, ate mesmo recursal. O juiz pode de oficio ou a requerimento da parte, deferir uma inspeção. 
Art. 481. O juiz, de ofícioou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.
c. Local (art. 483 do CPC): em regra, na sede do juízo, ou em lugares fora do juízo, que estejam dentro da competência territorial do juiz da causa: 
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando:
I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar;
II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades;
III - determinar a reconstituição dos fatos. Onde os fatos aconteceram
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que considerem de interesse para a causa.
 
d. Dever da parte de se submeter à inspeção (art. 379, II, do CPC): caso a parte não queira, essa recusa pode servir como indicio contra ela. 
Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria, incumbe à parte:
II - colaborar com o juízo na realização de inspeção judicial que for considerada necessária;
vi. Inspeção em terceiro: o terceiro deve concordar com a inspeção para que ela seja feita nele. 
e. Possibilidade de assistência do juiz por perito (art. 482 do CPC): nada impede que ele seja acompanhado de um profissional 
vii. Inspeção direta x indireta 
viii. Inspeção direta – feita pelo próprio juiz x indireta – feita por um perito e o juiz apenas acolhe suas considerações sobre a inspeção. O profissional acompanha o juiz 
f. Participação das partes na inspeção (art. 483, parágrafo único, do CPC) em respeito ao princípio do contraditório. 
Art. 483. O juiz irá ao local onde se encontre a pessoa ou a coisa quando: 
Parágrafo único. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que considerem de interesse para a causa.
g. O auto circunstanciado (art. 484 do CPC): quando a inspeção é concluída o juiz deve fazer um auto circunstanciado com tudo que ele viu e atestou e esse auto é um pressuposto de existência da inspeção – é a substancia do ato. O juiz valora a prova constante nos autos, por isso tudo que ele queira usar depois deve constar nesse auto. 
Art. 484. Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa.
Parágrafo único. O auto poderá ser instruído com desenho, gráfico ou fotografia.
O auto circunstanciado (art. 484 do CPC): Se feita a inspeção na sede do juízo, será uma ata ou termo de audiência.
 
PROVA TESTEMUNHAL
1. Conceito: mais um meio de prova. Em que um terceiro presta depoimento sobre fatos relevantes sobre o feito. O terceiro é a fonte da prova e leva aos autos suas impressões sobre os fatos relevantes. Quando se fala em testemunha, deve se levar em consideração que ele pode ter tido acesso aos fatos de várias formas. 
2. Tipos: presencial – aquela que presenciou o fato; de referência – aquela que não estava no momento dos fatos, mas ouviu os fatos por intermédio de outros que presenciou o fato; referida – pode ser presencial ou de referencia; aquela cujo o depoimento será colhido pois teve seu nome citado no processo; o juiz pode determinar que ela seja chamada ou as partes podem requerer (art. 461, I, do CPC) e instrumentária – é aquela que consta de um instrumento (contratos onde duas testemunhas assinam, por exemplo). A ideia é que ela veja esse contrato para, caso ela seja chamada em juízo, ateste que não houve vicio de vontade no momento de firmar o contrato. 
3. Quando não se admite (art. 443 do CPC)
i. Fatos já provados por documento ou confissão da parte: nesses casos a prova testemunhal se torna desnecessária, levando em conta todo o transtorno que a prova testemunhal causa ao judiciário e para as partes
ii. Fatos que só por outro meio podem ser provados: a prova se torna impertinente/inútil. (OBS: exceções: arts. 444 e 445 do CPC) se a lei determina um documento especifico para prova daquele fato, porém a parte não possui esse documento em questão, ela (a parte) pode apresentar testemunha.
Art. 444. Nos casos em que a lei exigir prova escrita da obrigação, é admissível a prova testemunhal quando houver começo de prova por escrito, emanado da parte contra a qual se pretende produzir a prova.
Art. 445. Também se admite a prova testemunhal quando o credor não pode ou não podia, moral ou materialmente, obter a prova escrita da obrigação, em casos como o de parentesco, de depósito necessário ou de hospedagem em hotel ou em razão das práticas comerciais do local onde contraída a obrigação.
Resumo: em regra sempre é possível a prova testemunhal, não sendo admitida nas hipóteses do art 443, as exceções vão acontecer nos arts. 444 e 445, onde os outros tipos de provas obrigatórias poderão ser agrupadas com as provas testemunhais. 
4. Capacidade para testemunhar (art. 447 do CPC e art. 228, I, IV e V do CC): 
i. Incapazes (art. 447, §1º, do CPC e art. 228, I, do CC) – esse § merece uma releitura; 1º quando ele fala das pessoas menores de 16 anos, que muitas vezes são ouvidas em juízos – ou seja, essa incapacidade não precisa ser lavada tão a sério. As vezes esse menor é a única testemunha do fato, por exemplo. 
obs.: Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13145/2015): a regra é se admitir a capacidade dessas pessoas citadas nos incisos I, II e IV do art. 447.o que se defende é que essa incapacidade deve ser analisada caso a caso. 
ii. Impedidos (art. 447, §2º, do CPC e art. 228, V, do CC): Não há como se garantir a imparcialidade da testemunha no momento do seu testemunho, leva em conta a relação da testemunha com a parte – são hipóteses mais objetivas e mais fáceis de ser aferidas. OBS: Os tutores não podem ser testemunha, mesmo quando deixam de ser tutores, caso os fatos em questão tenham acontecido no período em que ele exercia a tutela; O JUIZ da causa não pode ser testemunha, mas caso a parte arrole o juiz como testemunha, necessariamente, ele deve ser ouvido no processo. 
iii. Suspeitos (art. 447, §3º, do CPC e art. 228, IV, do CC): também leva em conta a relação da testemunha com a parte em situações mais delicadas e mais difíceis de serem comprovadas. 
iv. Obs.: ouvida como informante (art. 447, §§4º e 5º, do CPC): não precisa prestar o compromisso de dizer a verdade, ou seja, caso não diga a verdade não cometerá crime de falso testemunho.
5. Direito ao silêncio (art. 448 do CPC): quando a testemunha pode se recusar a depor, caso esse depoimento seja prejudicial e ela ou ao cônjuge, parente... como estipulado no art. Ou situações onde, por conta da sua profissão, deve manter sigilo. 
6. Procedimento
i. Juntada do rol de testemunhas (art. 357, §§4º e 5º, e 450 do CPC): quando o juiz profere a decisão de saneamento, e cita as partes, um prazo de 15 dias começa a ser contato para se apresentar o rol de testemunhas. Se o saneamento for compartilhado, essas testemunhas devem ser apresentadas na própria audiência, sem direito ao prazo de 15 dias. 
ii. Número de testemunhas (art. 357, §§6º e 7º, do CPC): o número máximo é de 10 testemunhas por partes; sendo possível até 3 testemunhas para cada fato. Se for um litisconsórcio unitário será 10 para todo mundo, e se for simples, será 10 para litisconsorte.
iii. Local e tempo do testemunho 
1. Regra: são ouvidas na audiência de instrução e julgamento 
2. Exceções (arts. 449, 453 e 454 do CPC): enfermidade, pessoas que já realizaram o testemunham de forma antecipada; autoridades... 
Intimação da testemunha (art. 455 do CPC): para que a testemunha chegue ate a audiência e seja ouvida é necessário que ela tenha conhecimento do fato de que ela será testemunha, e para isso, deve ser intimada. O CPC atribuiu ao advogado da parte a tarefa de intimar a testemunha. O advogado encaminha ima carta com um AR (aviso de recebimento), que deve ser entregue ao juízo com antecedência de 3 dias da audiência. Caso a testemunha não esteja presente na audiência, ela pode ser levada coercitivamentepara a audiência. O advogado pode optar por se responsabilizar por levar a testemunha – caso ele faça isso e a testemunha não vá, entende-se que ele desistiu de ouvir a testemunha. 
MP e DP não precisam intimar a testemunha por AR – nesses casos são intimadas judicialmente. 
v. Substituição de testemunha (art. 451 do CPC): 
Art. 451. Depois de apresentado o rol de que tratam os §§ 4º e 5º do art. 357 , a parte só pode substituir a testemunha:
I - que falecer;
II - que, por enfermidade, não estiver em condições de depor;
III - que, tendo mudado de residência ou de local de trabalho, não for encontrada.
vi. A colheita do depoimento: 
1. Qualificação (art. 457 do CPC): o escrivão recebe o documento da testemunha, ela é qualificada, informando seus dados e dizendo se tem ou não algum tipo de impossibilidade de depor. É nesse momento que a testemunha pode ser contraditada.
2. Possibilidade de contradita da testemunha (art. 457, §§1º e 2º, do CPC): onde a parte indica alguma incapacidade/impossibilidade da testemunha para testemunhar no processo. 
3. Compromisso da testemunha (art. 458 do CPC): a testemunha deve ser alertada de que precisa dizer a verdade, sob pena de falso testemunho, caso diga a mentira. 
4. Inquirição (arts. 456 e 459 do CPC): momento em que a testemunha é efetivamente ouvida. Mesmo a testemunha que já depôs não pode ouvir as outras testemunhas. Os advogados fazem as perguntas diretamente às testemunhas, começando pelo advogado que arrolou a testemunha. 
5. Documentação do depoimento (art. 460 do CPC): de fato, é o melhor meio de instrumento para documentar um depoimento; pois facilita o acesso posterior a esse depoimento. 
7. Outras considerações: 
1. Juiz como testemunha (art. 452 do CPC): é possível, e o juiz deve se comportar de uma forma específica. Ser, necessariamente, ouvido caso seja arrolado. 
2. Acareação (art. 461, II e §§1º e 2º, do CPC): testemunha A disse uma coisa e testemunha B disse outra, o juiz pode chamar as duas testemunhas, colocá-la frente a frente e escutá-las simultaneamente para que essa contradição seja sanada. 
3. Reembolso de despesas (art. 462 do CPC): essas despesas de descolamento para a audiência podem ser reembolsadas
4. Atividade como serviço público (art. 463 do CPC): essa atividade de testemunho é vista como serviço público, ou seja, trabalhadores que sejam submetidos ao regime da CLT, caso estejam prestando esse serviço, não sofrerão penalidades. 
PROVA DOCUMENTAL
CONCEITO DE DOCUMENTO: é uma coisa, que em razão de uma atividade humana, serve para representar um fato. (um papel com informações escritas; uma foto; um áudio; desenhos, símbolos...) documento não é apenas o documento escrito. 
Documento pode ter uma acepção ampla, onde é possível dividi-la em duas outras categorias: 
· Instrumento = documento produzido com a finalidade de servir como prova de um fato. 
· Documento em sentido estrito = documento que não é criado com a finalidade de ser prova, mas pode ser usado como tal 
O documento é uma fonte de prova. 
A prova documental é extraída por um procedimento previsto em lei para se extrair a prova do documento. Nem todo documento dos autos será introduzido no processo por meio de prova documental. (laudo pericial – é um documento que não é extraído por meio de prova documental)
PROVA DOCUMENTAL x PROVA ESCRITA: Nem toda prova documental será escrita. E nem toda prova escrita será uma prova documental. 
Prova documental x prova documentada: documentos que são anexadas aos laudos são chamados de provas documentadas
Elementos do documento:
Autoria material e intelectual (art. 410 do CPC): se refere a quem produziu o documento. Autoria material – quem deu concretude ao documento. Autoria intelectual – diz respeito a ideia representada no documento. 
Documento autógrafo: quando autorias material e intelectual se confundem X heterógrafo: quando as autorias não se confundem. 
Documento público: aquele produzido por um agente público no exercício de suas funções X documento particular: documento produzido por um agente público fora das suas atribuições ou produzido por particulares. 
Autoria: busca-se a assinatura do documento, em regra, porém é possível identificar a autoria mesmo que ele não tenha assinatura, como por exemplo a autenticação de um documento. x subscrição do documento: 
Conteúdo 
Dispositivos (art. 408 do CPC): há uma declaração da vontade (contrato; testamento) 
Testemunhais (art. 408, parágrafo único, do CPC): há uma declaração de ciência de um fato ou declaração de um fato/verdade. Não prova o fato declarado e apenas a declaração. 
Suporte: base física do documento e vai tratar sobre a estabilidade e a durabilidade do documento.
Data do documento (arts. 369 e 409 do CPC): para provar a data de um documento, as vezes, é necessário se utilizar de outros meios de prova, para aqueles que não contem datas. Todos os meios legais e legítimos são aceitos para a comprovação dessa data. O art 409 apresenta hipóteses para parâmetros de prova da data do documento. 
Eficácia probatória do documento (arts. 405 a 429 do CPC): qual o valor do documento, como prova, em um processo. 
Documento público:
Prova da autenticidade (autoria) e da veracidade dos fatos ocorridos na presença do agente público (art. 405 do CPC). Regra da força probante do documento público.
Quando um ato só pode ser provado por meio de documento público. O documento público é entendido como parte da essência do ato: Exigência legal de instrumento público (forma ad solemnitatem) – art. 406 do CPC[footnoteRef:2]. Nenhum outro documento poderá e conseguirá fazer prova do fato. [2: Ex.: art. 108 do CC] 
Documento público irregular – art. 407 do CPC: feito por um oficial público incompetente ou se ele contém vicio, ele vale como documento particular, na eficácia probatória. 
Documento particular: a eficácia probatória é bem menor que o público. A autenticidade e a veracidade só estão provadas em relação ao signatário do documento particular e desde que a parte contraria não ponha em dúvida a sua autenticidade. Presunções de autenticidade (autoria)/veracidade(conteúdo): em relação ao signatário (arts. 408 do CPC e 219 do CC), desde que não haja dúvida quanto à autenticidade do documento (art. 412 do CPC)
Documento testemunhal particular (art. 408, parágrafo único, do CPC e art. 219, parágrafo único, do CC): faz prova da declaração feita mas não faz prova do fato declarado. 
Telegrama, radiograma, fac-símile e outros meios de transmissão de dados (arts. 413 e 414 do CPC e art. 222 do CC) tem a mesma força probatória do documento particular se o original constante da estação expedidora tiver sido assinado pelo remetente.
ANOTAR A PARTIR DAQUI: 
 Cartas e registros domésticos (art. 415 do CPC – não assinados; art. 408 do CPC - assinados)
Notas lançadas pelo credor no documento representativo da obrigação (art. 416 do CPC)
Livros comerciais e escrituração contábil (arts. 417 e 418 do CPC e 226 do CC).
Reproduções mecânicas (art. 422 do CPC)
Indivisibilidade do documento particular (inclusive escrituração contábil) -(arts. 412 parágrafo único, e 419 do CPC)
Cessação da eficácia (arts. 427 e 428 do CPC)
Documentos que provam como o original: 
o rol do art. 425 do CPC (ver também arts. 216 a218 do CC)
Cópias de documentos particulares (art. 424 do CPC)
Documento eletrônico (autenticidade – autoria e integridade – conteúdo). Certificação digital.
Ata notarial (art. 384 do CPC e art. 7º, III, Lei 8935/1994)
Exibição de documento ou coisa
Exibição pela parte (arts. 396 a 400 e 404 do CPC)
Exibição por terceiro (arts. 401 a 404 do CPC)
Escusas à exibição pela parte e por terceiro (art. 404 do CPC)
Requisição de documento às repartições públicas (art. 438 do CPC)
Produção da prova documental
Momento de proposição e de produção da prova (arts. 434 e 435 do CPC)
Intimação da parte contrária e sua postura (arts. 436 e 437 do CPC)
Vícios do documento (irregularidade/falsidade): é importante estabelecer que nem todo vicio vai ensejar a falsidade do documento. Sãoduas formas de vícios:
Extrínsecos/formal – relacionado a incompetência, a desconsideração de alguma formalidade legal, rasura em ponto substancial e sem ressalva (arts. 407 e 426 do CPC)
Intrínsecos (conteúdo): atestar um fato que não aconteceu (será um doc falso) 
Falsidade documental
Quando e como se pode arguir (arts. 19, II, 315 e 430 e seguintes do CPC): 
A parte pode demonstrar a falsidade no próprio incidente processual; em processo autônomo próprio para provar a falsidade; e pode ser objeto de ação penal
O incidente de arguição de falsidade documental: o CPC previu a possibilidade desse incidente, que é instaurado em um processo em curso e que tem como objetivo aferir a falsidade de um documento. 
Espécies de falsidade: falsidade material: a formação do documento já possui falsidade. (certidão falsificada) (ex.: art. 427, p. único, CPC)
- Falsidade ideológica – falsidade no conteúdo do documento. Há os documentos dispositivos (com declaração de vontade) e os documentos testemunhais (declaração de um fato). Só se pode arguir a falsidade ideológica de documentos testemunhais, pois para discutir a falsidade de documentos dispositivos é preciso uma ação anulatória. 
Natureza jurídica: incidente processual, a priori (a parte pode requerer que a arguição seja resolvida como questão principal). No CPC havia a ação declaratória acidental e no caso, como o novo código não previu esse instituto, ele não existe, mas na prática ainda é usado. Essa opção da parte em mudar o incidente em questão principal tem reflexo na coisa julgada. 
Momento e forma (art. 430 do CPC): se o doc foi juntado com a petição – o incidente deve ser arguido no prazo para a contestação; se foi o reu que juntou esse documento, haverá a arguição na réplica do autor. Se o documento não foi juntado nem na inicial nem na contestação, o prazo é de 15 dias a contar da intimação da parte sobre a juntada do documento – prazo preclusivo para essa arguição. 
Legitimidade para a arguição: a parte que não juntou o documento; o MP.
Objeto (questão de fato): esse incidente versa sobre a veracidade ou não de um documento, ou seja, sobre fatos. 
Sujeitos do incidente: o sujeito ativo é que arguiu a falsidade documental e a legitimidade passiva é de que produziu a prova em juízo – a parte pode não ser a autora do doc e terá legitimidade ativa. (documento publico que é falsificado – a parte que levou o documento aos autos é o responsável, mesmo que ele não o tenha produzido) 
Não gera suspensão do processo caso um incidente seja instaurado. Para que seja instaurado tal incidente, o documento deve ter importância para a solução do processo, por ser uma questão prejudicial interna, não faz sentido suspender o processo. 
Intimação da parte que apresentou o documento falso para resposta em 15 dias e perícia (art. 432 do CPC) 
Retirada do documento dos autos: não há exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirara-lo dos autos. Nessa situação há a perda do objeto e não tem por que ter a perícia. No processo civil o objeto é apenas tirar a eficácia probatória do documento e no momento que ele é tirado, esse objetivo já foi alcançado. (art. 432, parágrafo único, do CPC)
Ônus da prova (art. 429 do CPC): depende. Se a parte alega a falsidade, ela deve provar essa falsidade. Também é a da parte autora quando houver preenchimento abusivo. 
A parte que produziu o documento, tem o ônus quando se tratar de impugnação da autoria do documento. 
Art. 429. Incumbe o ônus da prova quando:
I - se tratar de falsidade de documento ou de preenchimento abusivo, à parte que a arguir;
II - se tratar de impugnação da autenticidade, à parte que produziu o documento.
Natureza do pronunciamento judicial que decide o incidente (art. 433 do CPC): na fundamentação da sentença do juiz; se a parte pediu como questão principal ele faz isso na parte dispositiva da decisão 
Finalidade (efeito): sessão da eficácia probatória do documento. art. 427 do CPC
PROVA PERICIAL
1. Conceito: é um meio de prova típico – uma técnica para extrair prova de sua fonte; essa técnica é utilizada quando a análise do fato exigir um conhecimento técnico especializado par que ele seja entendido. 
2. Admissibilidade: quando o juiz precisar de um perito para entender a prova. (art. 156 do CPC)
3. O perito: é um auxiliar eventual do juízo. O perito pode se limitar a perceber o fato e descreve-lo ou pode ter que avaliar esse fato, dando peso a ele, a luz da sua ciência. 
i. Escolha pelo juiz: em regra. O perito é escolhido pelo juiz pois ele deve ter a confiança do juiz, mas deve ser observado a isonomia para que outros profissionais também trabalhem e é necessário um segurança jurídico quanto a essa escolha. Deve haver um cadastro com os nomes dos peritos habilitados para realizar as perícias em suas áreas – podem ser pessoas físicas ou jurídicas; essa lista é formada por meio de uma consulta direta a universidades e consulta pública para convocar demais peritos interessados – periodicamente ele deve ser revisado pelo tribunal; apenas na localidade em que não há um profissional descrito pelo cadastro é que o juiz poderá escolher por vontade própria – desde que o perito seja capaz para realizar a perícia da melhor forma. Cada juiz pode definir os seus “preferidos” da lista do tribunal para que eles sejam sempre chamados a auxiliar seu juízo. (art. 156 do CPC) 
 obs.: o art. 478 do CPC: 
Art. 478. Quando o exame tiver por objeto a autenticidade ou a falsidade de documento ou for de natureza médico-legal, o perito será escolhido, de preferência, entre os técnicos dos estabelecimentos oficiais especializados, a cujos diretores o juiz autorizará a remessa dos autos, bem como do material sujeito a exame.
§ 1º Nas hipóteses de gratuidade de justiça, os órgãos e as repartições oficiais deverão cumprir a determinação judicial com preferência, no prazo estabelecido.
§ 2º A prorrogação do prazo referido no § 1º pode ser requerida motivadamente.
§ 3º Quando o exame tiver por objeto a autenticidade da letra e da firma, o perito poderá requisitar, para efeito de comparação, documentos existentes em repartições públicas e, na falta destes, poderá requerer ao juiz que a pessoa a quem se atribuir a autoria do documento lance em folha de papel, por cópia ou sob ditado, dizeres diferentes, para fins de comparação.
ii. Escolha consensual: as partes consensualmente podem escolher qual perito será designado para o caso. (art. 471 do CPC)
iii. Desnecessidade de prestar compromisso: o perito presta um ônus público e ele o faz sem a necessidade de prestação de compromisso. Sendo inerente essa responsabilidade ética da profissão. (art. 466 do CPC)
iv. Escusa e recusa do perito: o perito pode se escusar de realizar a perícia – desde que apresente um motivo justo e legitimo para isso (ex: ele foi escolhido mas não tem a habilitação especifica para aquela pericia; o perito está abarrotado de pericias naquele período; o próprio perito pode apontar seu impedimento ou sua suspeição para o caso.) cabem as escusas das testemunhas. O prazo para essa escusa é de 15 dias a contar da sua intimação ou da ocorrência do fato gerador da escusa. (arts. 148, II, 157 e 467 do CPC)
v. Substituição do perito: quando o perito é recusado por uma das partes. Pode ser recusado por impedimento ou suspeição. As causas de suspeição e impedimento do juiz podem ser utilizadas para o perito. Haverá nesse caso a substituição do perito. Além disso, existem outras hipóteses para essa substituição. (art. 468 do CPC)
Art. 468. O perito pode ser substituído quando:
I - faltar-lhe conhecimento técnico ou científico;
II - sem motivo legítimo, deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado.
§ 1º No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissional respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.
§ 2º O perito substituído restituirá, no prazo de 15 (quinze) dias, os valores recebidos pelo

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