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Caderno Processo civil 1

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cAderno Processo civil 1
Thiago Ferreira
A Relação Jurídica Processual Civil
Conceito de processo: Relação jurídica processual é o vínculo que vai unir autor+réu.
Características: Autônoma, trilateral, pública, complexa e dinâmica.
Pressupostos Processuais:
· Em relação ao sujeito imparcial (juiz):
1. Investidura do cargo
2. Imparcialidade
3. Competência
· Em relação ao sujeito parcial: Pressupostos processuais
1. Capacidade de ser parte (personalidade)
2. Capacidade processual (permite responder ao processo)
3. Capacidade postulatória (capacidade de postular atos processuais)
Procedimento comum: Introdução
1. Fase postulatória
2. Fase de saneamento
3. Fase instrutória
Partes no Processo Civil:
 A sucessão ocorre quando há alteração na parte ordinária, havendo concordância entre as partes. A substituição quando não autorizada pelas partes, uma delas responde em nome de terceiro interessado.
Litisconsórcio 
Quando duas ou mais pessoas litigam o mesmo processo ativa ou passivamente, também conhecida como cumulação subjetiva ou pluralidade das partes (vários sujeitos. Tem como finalidade evitar decisões contraditórias e dar segurança jurídica.
Princípio da autonomia: O ato de um dos litisconsortes não pode prejudicar a outro.
Aplicação: Pode ocorrer em qualquer tipo de processo civil.
Momento de formação:
· Originário: Formado desde o início do processo.
· Ulterior: Formado após o início do processo.
O juiz poderá de oficio determinar a formação do litisconsórcio ulterior, situação essa chamada de “iussu iudicis”. Art.115, Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Classificações do litisconsórcio
· Quanto à uniformidade da decisão: Leva em consideração o direito material, o pedido
a) Simples: Poderá resolver de maneiras diferentes as lides entre os litisconsortes.
b) Unitário: Deverá resolver de maneira igual entre os litisconsortes. Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
· Quanto a obrigatoriedade:
a) Facultativo: Pode haver litisconsórcio.
b) Necessário: Deve haver o litisconsórcio. Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Observações:
· Nem sempre o litisconsórcio unitário será necessário, podendo existir situações de litisconsórcio necessário simples. Exemplo: ação de uso capião.
· Por outro lado, também existem casos de litisconsórcio facultativo, porém unitário.
· Existe grande divergência doutrinaria sobre a existência do litisconsórcio ativo necessário.
Consequências da não formação do litisconsórcio: Nulidade no caso de não citar todos no polo da ação, caso de necessário unitário.
Prazo processual: Em caso de advogados distintos, há prazo em dobro para os atos. Art.229, NCPC.
Formação do processo
Introdução: O processo civil só se inicia por meio de uma petição inicial.
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.
Estabilização de demanda: O autor pode alterar o pedido até a citação válida ou posteriormente com o consentimento do réu. A demanda se estabiliza quando a relação jurídica se efetiva e já ocorreram os pedidos do autor e a defesa do réu.
Suspensão do processo
Conceito: Suspensão é uma parada no procedimento e o veto a realização dos atos processuais, permanecendo viva a relação jurídica processual, embora em estado latente
Causas: Art. 313, NCPC.
Espécies:
a) Própria: Paralização total do processo.
b) Imprópria: Paralização parcial do processo (alguns atos ainda continuam a ser praticados).
c) OBS: Atos urgentes: O juiz pode determinar a pratica de atos urgentes, em processos suspensos, a fim de evitar danos irreparáveis.
Extinção do processo
A extinção do processo dar-se-á por sentença. A sentença põe fim à pose cognitiva do procedimento comum, sem mérito ou com mérito.
O juiz resolve o processo sem resolução de mérito, quando não são preenchidas os pressupostos processuais e/ou as condições da ação.
O Juiz deve tentar sempre que possível, julgar o mérito. Para isso deve conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o erro.
Procedimento Comum
Aplica-se a as causas, aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e de execução.
Características:
1. Analítica: É extensa e complexa
2. Subsidiário: Todo e qualquer processo provem do procedimento comum ordinário do CPC.
3. Residual.
Procedimento comum:
OBS1: O procedimento comum poderá ser alterado pela convenção das partes (negócio jurídico processual. Art190-191, cpc)
OBS2: Apesar do princípio do impulso oficial, a inércia das partes (chamada de contumácia) pode gerar alteração e abreviação do procedimento. Exemplo: Preclusão e extinção do processo).
Petição Inicial (art.319,cpc)
A petição inicial tem como principal objetivo expor a sua pretensão à justiça do Estado. O processo civil começa por iniciativa da parte, o autor ao pedir tutela jurisdicional, no exercício do direito de ação, o faz através da petição inicial.
A petição inicial indicará: (Requisitos)
1) O juízo a que é dirigida; (Competência)
2) Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; (Qualificação das partes)
3) O fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
a. Motivação/Nexo Causal
b. Teoria da substanciação
4) O pedido com as suas especificações;
a. Pedido imediato é destinado ao juiz/Pedido Mediato destinado ao réu
b. A regra é o pedido ser certo e determinado (art. 322 e 324)
c. Se compreende no pedido os chamados consectários da condenação (Já decorrem na condenação)
d. As matérias de ordem pública constituem exceção à regra, podendo influenciar no pedido caso reconhecidos de oficio.
e. Interpretação do pedido 
f. Prestações sucessivas (prestações que vencem durante o decorrer do processo)
g. Prazo genérico. Art. 324 § 1º
i. Hipóteses: Ações universais, consequências indetermináveis e ato do réu.
h. Espécies
i. Pedido alternativo (Art.325) “Ou um, ou outro” Ex.: O autor pede para que seja paga sua indenização por determinado valor em dinheiro ou com algum bem. Na forma do art.252 do CC, se não houver estipulação no contrato a escolha quanto a obrigação a ser cumprida caberá ao devedor.
ii. Pedido Subsidiário (Art.326) “Na impossibilidade de um, me dê o outro”. Se faz 2 pedidos também, mas um de caráter principal e outro secundário. O código de 73 falava em “pedido sucessivo”, expressão inadequada para a hipótese. O parágrafo único do art.326 trata da possibilidade de se formar no pedido secundário um pedido alternativo.
i. Cumulação de pedidos (Art.327)
i. Requisitos: Compatibilidade entre os pedidos; mesma competência; mesmo procedimento.
ii. Espécies: 1) Cumulação simples: as pretensões/pedidos cumuladas não tem entre si relação de prejudicialidade ou dependência. 2) Cumulação sucessiva: Os pedidos têm entre si uma relação de dependência ou prejudicialidade.
j. Estabilização da demanda (Art. 329)
i. Imutabilidade do libelo.
ii. 2 momentos de alteração do pedido. 1) O autor pode alterar o pedido até a petição. 2) Pode-se alterar o pedido até o saneamento com o consentimento do réu.
iii. Exceções: Direito Superveniente (fatos novos); acordo judicial (transação); intervenção de terceiros ou litisconsórcio ulterior; sucessão processual; redução da demanda.
5) O valor da causa: Conteúdo econômico. Em todo processo cível é obrigatório que insira na petição inicial um valor. 
a. Senão houver valor estipulado,o autor deve dar um valor estimado.
b. Art.292,cpc
6) As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: Requerimento genérico. Prova documental
7) A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação: Se o autor pretende ou não uma audiência de conciliação
Obs.: Também é um requisito da petição inicial a declaração de endereço e numero de ordem do advogado (art.106)
Consequências da petição inicial:
· Representa a provocação do Estado
· Representa o início da delimitação do objeto da lide. (Princípio da adstrição/congruência)
Estrutura Lógica e Formal da Petição Inicial
Objetividade: 
· Concisa: Deve ser objetiva ao tratar dos requisitos na formação da petição inicial.
· Deve observar os limites da lide. Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.
Estrutura:
1. Folha de rosto: Na primeira folha da petição inicial deve ser necessariamente ter os requisitos do art.319, I e II (o juízo a que é dirigida; os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu.), além disso deve indicar a indicação da espécie de ação proposta. Se for cumular muitos pedidos e não souber exatamente a natureza do seu, nomine apenas de: “Ação pelo Rito Ordinário”.
2. Segunda folha: Questões preliminares, se houver necessidade de justificar casos como: gratuidade de justiça, esclarecer justificativa de competência.
3. Fatos e fundamentos: Causa de pedir remota, explicar de forma sucinta a lide. Dos fundamentos jurídicos, trazer à juízo, normas jurídicas, leis, precedentes, princípios e doutrinas. Explicar com base nesses fundamentos o que seu direito vai garantir, causa de pedir próxima.
4. Pedido: Deve indicar de forma expressa o que quer. Art. 319. A petição inicial indicará: IV - o pedido com as suas especificações; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
5. Requerimento de provas: Pode estar dentro dos pedidos. Art. 319. A petição inicial indicará: VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
6. Fechamento e valor da causa: Pede deferimento, indica local e data, valor da causa.
a. “Ante o exposto, requer a condenação...”
b. “Requer a designação de audiência de conciliação. ”
c. “Requer a produção de todos os meios de prova admitidos em direito. ”
7. Exemplo de modelo de fechamento e valor da causa:
Requer, ainda, que as publicações sejam feitas exclusivamente em nome do advogado João das Neves (art272, cpc).
Dá à causa o valor de R$53,000,00 (cinquenta e três mil reais)
Vila Velha/ES, 26 de março de 2020
João das Neves, OAB 33333/ES
(Assinatura)
Controle de admissibilidade da petição inicial
O processo tem início com o protocolo da ação, sendo feito o controle de admissibilidade pelo juiz, após a autuação e conclusão ao gabinete do processo. Assim o juiz vai adotar uma das quatro condutas possíveis.
· Citação: Determinar a citação do réu para uma audiência Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. Seguindo a teoria da asseção essa é a regra que o juiz deve partir da premissa de que a petição inicial cumpre os requisitos. Obs.: Dessa conduta não cabe recurso por se tratar o ato do juiz mero despacho.
· Emenda à petição inicial: Aplicando os princípios da economia e da instrumentalidade. Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Obs.: Esse ato também é feito como despacho, portanto, não cabe recurso. O prazo de 15 dias pode ser ampliado a critério do juiz, só não pode ser reduzido.
· Indeferimento da inicial: Indeferir é negar, o magistrado afirma que a petição é falha e não possibilita o prosseguimento. Fazendo assim um julgamento sem resolução de mérito, por sentença. Hipóteses de indeferimento da inicial:
· Inépcia da inicial: art.330, I, CPC. Sendo definida inepta quando: lhe faltar pedido ou causa de pedir; o pedido for indeterminado; ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; contiver pedidos incompatíveis entre si.
· Carência de ação: art.330, II e III, CPC. A parte é manifestamente ilegítima ou carecer de interesse processual.
· Não atender os requisitos dos arts. 106 e 321.
· Obs1.: É imprescindível que, antes de indeferir a inicial o juiz determinar a oitiva do autor ou a emenda, seguindo o princípio da não surpresa.
· Obs2.: Por ser sem resolução de mérito, proferida essa sentença e transitado em julgado, o autor pode repropor a ação, obviamente consertando o vício.
· Obs3.: Não há incidência de preclusão sobre as medidas.
· Julgamento liminar do pedido: Art.332, CPC. Quando já está pacificado nos tribunais de que o autor não tem direito aquilo que pretende, dando assim a improcedência liminar, sem citar o réu. Requisitos:
· A sentença deve ser de total improcedência. Não podendo haver a procedência liminar do processo.
· A matéria deve ser somente de direito. Podendo dessa forma ser julgado pelos documentos sem depender de outras provas.
· Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241 .
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.
· Obs.: O código passado também previa a hipótese, no art.285-A, porém com outros requisitos, no caso seriam sentenças pretéritas em casos iguais, agora deve-se avaliar os precedentes ou se for caso de decadência
Audiência
Finalidade: Resolver uma obrigação, formalizar um acordo. Finalidade do juiz de chamar as partes para essa conciliação. É dever do juiz marcar a audiência, citar o réu determinando que compareça a uma audiência de conciliação ou de mediação.
Não será marcada quando as partes expressamente não quiserem audiência.
Se não tem acordo, segue para a fase de defesa.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.
Obs.: A audiência de mediação não se equivale à audiência preliminar.
Exceções:
· Se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual.O autor tem que dizer expressamente na inicial se quer a audiência. Se o autor não quiser, o juiz ainda assim deve determinar a citação do réu. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na auto composição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.
· Quando não se admitir a auto composição: Quando estiver diante de uma situação que não admite transação. Se estiver diante de direitos indisponíveis o juiz não estará obrigado a marcar a audiência. Só pode ter transação quando tiver diante de direito patrimonial de caráter privado.
Consequência de não comparecimento: Multa ao que não comparecer.
Resposta do Réu
Possíveis condutas que o réu pode adotar no direito processual civil.
Relembrando: Sendo admitida a petição inicial, como regra, deverá o magistrado designar audiência de mediação e conciliação, não havendo acordo, inicia-se o prazo para que o réu possa se defender. Sem as hipóteses para audiência, o réu é citado para se defender
Direito de defesa é de mesma natureza do direito de ação. Deve ser dado ao réu essa oportunidade
Espécies de defesa: Atos processuais e solenes, deverá observar as previsões quanto à tempo, modo e lugar de pratica do ato processual.
Modalidade de Defesa Contestação
Contestação ART.335-342: Representa a defesa por excelência, defesa em sentido amplo. É o instrumento de defesa que permite alegar o maior número de questões possíveis. 
· Art.335, CPC. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:
· I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver auto composição;
· II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I ;
· III - prevista no art. 231 , de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.
Princípio da eventualidade e concentração da defesa: expressar na contestação todos os direitos e resoluções, como exemplo: se o réu tem ou não direito à algo, se á incompetência... 
Ônus da impugnação especifica: Está obrigado a se manifestar sobre todos os fatos narrados na petição inicial, caso não manifestado se presumirá o fato não manifestado verdadeiro. Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas.
Exceções: 
I. Contestação por negativa geral: O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Podem fazer contestação genérica.
II. Fato novo
III. A prova do fato for por lei exigida mediante prova documental exclusiva.
As primeiras questões que o réu vai alegar na sua contestação são as questões preliminares. Art.337.
1) Inexistência ou nulidade da citação;
2) Incompetência absoluta e relativa do juízo;
a. Obs.: Juiz não pode reconhecer de oficio incompetência relativa.
b. Obs.: Se for alegar incompetência o réu poderá protocolar sua defesa no seu próprio domicilio.
3) Incorreção do valor da causa;
4) Inépcia da petição inicial;
5) Perempção: abandono da causa, gerar extinção do processo sem resolução de mérito;
6) Litispendência: Já existe uma ação idêntica tramitando;
7) Coisa julgada;
8) Conexão: quando existe um outro processo que se trata da mesma situação jurídica tramitando em outro ligar, a fim de evitar decisões conflitantes;
9) Incapacidade de parte, defeito de representação ou falta de autorização: Pressuposto processual;
10) Convenção de arbitragem: quando o autor não poderia propor tal ação processual;
11) Ausência de legitimidade ou de interesse processual;
12) Falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
13) Indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
Estrutura da contestação:
· Folha de rosto
· Preliminares
· Alegações de prejudiciais de mérito (prescrição, prejudicialidade externa, decadência, novação, compensação da dívida)
· Caberá ao réu entrar no mérito (defesa substanciais diretas, ou seja, vai alegar os fatos não ocorreram da maneira citada na petição inicial...),
· Pedidos 
· Requerimento de produção de provas 
· Fechamento (pedindo deferimento, nome e local, n. OAB, data, local).
Modalidade de Defesa Exceção
Defesa processual dilatória.
O réu não pode debater nada relacionado ao mérito da causa. Só alegam impedimento e suspeição.
Exceções geram a suspensão do processo art.313, II, CPC.
Ao perceber que o juiz é impedido ou suspeito, tem o réu o prazo de 15 dias para alegar. Art.146 
Efeitos do julgamento: se acolhida a exceção de impedimento ou suspeição o processo é remetido ao juízo substituto competente, podendo ou não ser declarados nulos os atos anteriormente praticados (dependendo das circunstâncias do caso – art. 146, §7º, CPC).
Modalidade de Defesa Reconvenção
Ideia de contra-ataque, O réu fórmula pretensão própria contra o autor. 
O réu também tem uma ação a ser proposta contra o autor.
Essa possibilidade de defesa decorre do princípio de economia processual.
Obs.: a reconvenção possui total autonomia em relação à ação (art. 343, §2º, CPC), podendo o réu, se assim quiser, apenas reconvir e não contestar (art. 343, §6º). Assim, a reconvenção não se sujeita aos ônus da defesa, mas sim aos ônus da ação (pressupostos processuais e condições da ação), na forma dos arts. 319 do CPC.
 Ex.: Tem que indicar o valor da causa (art. 292, caput, CPC).
Proposta a reconvenção, segue-se o procedimento ordinário, intimando-se o advogado do autor para apresentar defesa à reconvenção no prazo de 15 dias (não precisa citar, vez que o autor já está representado por advogado nos autos – art. 343, §1º, CPC). Pode o reconvindo sofrer, inclusive, os efeitos da revelia.
Providências preliminares (Art.347-356,CPC)
Primeira providencia preliminar que o juiz deve adotar é identificar se naquela hipótese aplica ou não os efeitos da revelia (ausência de defesa).
Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará, conforme o caso, as providências preliminares constantes das seções deste Capítulo.
Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344 , ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado.
 A revelia gera dois efeitos:
· A presunção da veracidade dos fatos alegados pelo autor (efeito material – art. 344, CPC) 
· Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.
· A não intimação do réu revel para os demais atos do processo (efeito processual – art. 346 do CPC).
· Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
· Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
 
Ambos os efeitos decorrem de presunção relativa, ou seja, admitem prova em sentido contrário (nem sempre o revel perde a ação).
Obs.: De igual forma, o efeito processual será afastado se o réu revel comparecer aos autos espontaneamente e no tempo oportuno (ex: poderá produzir provas)
Assim, na forma do art. 345, CPC, se pela natureza da causa não puder ser presumida a veracidade dos fatos alegados o juiz não irá aplicar o efeito material (ex: numa ação onde o autor se intitule proprietário do imóvel, mas não juntou na inicial a prova do registro do RGI)
· Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
· I - Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
· II - O litígio versar sobre direitos indisponíveis;
· III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento quea lei considere indispensável à prova do ato;
· IV - As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.
Obs.: Cabe ao juiz intimar as partes para se manifestar sobre sua intenção de julgamento conforme, em razão do princípio da não surpresa (arts. 9 e 10, CPC).
Das Alegações do Réu:
Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337 , o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova.
Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias.
Art. 353. Cumpridas as providências preliminares ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo
Não havendo necessidade de produção de outras provas caberá, o juiz a proferir o julgamento conforme o estado do processo (julgar do jeito que o processo se encontra naquele momento). Julgamento conforme o Estado do Processo é um gênero, do qual se extraem três modalidades:
 
· Extinção do processo – art. 354, CPC 
· Aqui o juiz proferirá desde logo uma sentença, extinguindo o feito sem resolução de mérito em razão de uma questão processual (art. 485, CPC- Questões em que há vícios insanáveis) ou com resolução de mérito em razão de questão prejudicial de mérito (art. 487, II e III, CPC – prescrição, decadência, reconhecimento do pedido, transação/acordo ou renúncia do pedido).  
· Julgamento antecipado do mérito – art. 355, CPC 
· Nessa hipótese o juiz identificou a desnecessidade de dilação probatória OU que o réu revel (e que sofreu os efeitos da revelia) não requereu a produção de outras provas. Diante de uma dessas hipóteses, o magistrado, por sentença, decide o mérito da causa (art. 487, I, CPC).  
 
· Julgamento antecipado parcial do mérito – art. 356, CPC 
· Aqui o CPC permite que o juiz julgue apenas parte da causa (um dos pedidos), o fazendo por meio de decisão interlocutória (teoria dos capítulos das decisões).
· Um pedido somente poderá ser considerado incontroverso quando houver seu reconhecimento jurídico pela parte contrária (art. 487, III, a, CPC), diante da revelia (com os efeitos do art. 344, CPC) ou da ausência de impugnação específica (art. 341, CPC).
· Assim, a consequência dessa conduta é que o objeto da lide será reduzido, conquanto o processo terminará quanto a um assunto mas prosseguirá quanto aos demais.
· Obs.: Essa regra somente poderá ser aplicada quando os pedidos forem independentes entre si, ou seja, na hipótese de cumulação sucessiva o juiz não poderá assim proceder. Ex.: se o pedido cumulado é de rescisão do contrato e de multa por descumprimento, o juiz não poderá julgar apenas um deles.
Saneamento (art.357)
Fase em que prepara o processo para a fase de instrução. Dever do magistrado realizar o saneamento do processo.
A regra é que antes de designar audiência o juiz profira uma decisão ou despacho (a depender do que o caso exija, nos termos dos incisos do art. 357, CPC). 
Se não tiver ouvido as partes antes de decidir, caberá às partes se manifestarem no prazo de cinco dias (art. 357, § 1º, CPC), podendo, nessa manifestação, apresentar as questões de comum acordo (art. 357, §2º, CPC).
Hoje, com a disposição do art. 357, §§ 2º e 3º e do art. 6º do CPC, fala-se em saneamento cooperativo, por meio do qual as partes auxiliam o juiz nesses atos.
Só se marca audiência de instrução se tiver sido proferida a produção de prova oral
A Audiência de Instrução e Julgamento (art. 358 a 368, CPC) 
Ato que tem por objeto a tentativa de conciliação entre as partes (art. 359, CPC), a colheita de provas orais (art. 361, CPC) e o julgamento do processo (art. 366, CPC). 
 
É nesse ato processual que se concentra toda a atividade oral do processo. Por isso é correto afirmar que possui como principal característica a facultatividade, sendo designada tão somente quando a questão tratada exigir prova oral (meio de prova de natureza subsidiária e que somente é produzida quando os demais meios foram insuficientes). É ato público (art. 368, CPC) e dirigido pelo juiz (art. 359, CPC).
 Adentrando-se à ordem de produção das provas (art. 361, CPC), tem-se que:
1) Oitiva do Perito do juízo para prestar esclarecimentos;
2) depoimento pessoal do autor; 
3) depoimento pessoal do réu (Obs.: Caso haja litisconsórcio, segue-se a ordem da petição inicial. E uma parte não pode ouvir o depoimento da outra). 
4) Testemunhas arroladas pelo autor; 
5) Testemunhas arroladas pelo réu (Obs.: Enquanto falam, os depoentes não podem ser interrompidos sem prévia autorização do juiz – art. 361, parágrafo único).
 Ao final, tem-se a fase dos debates, onde as partes apresentam suas alegações finais (art. 364, CPC), que poderão ser substituídos por memoriais escritos (art. 364, §2º, CPC). Após, a fase decisória, o juiz profere sentença (art. 366, CPC – prazo dilatório).
Obs.: A audiência poderá ser redesignada, adiada ou cindida (arts. 362, 363 e 365 CPC).
Obs2.: Tudo o que ocorrer na audiência fica registrado em Ata própria (360, V e 367, CPC)
Teoria Geral da Prova
Terá o direito declarado em seu favor aquele que conseguir demonstrar que os fatos narrados em sua postulação efetivamente ocorreram da forma como descreveu (lembrar que o juiz conhece o direito – iura novit curia – mas ele, para aplicar o direito, precisa saber dos fatos). É a partir dessas premissas que deve ser entendido o termo prova. Provar é demonstrar, apresentar, comprovar.
Quanto à natureza jurídica da prova, existem três correntes:
 
a. Materialista: todas as normas sobre prova possuem natureza de direito material, vez que a ele se vinculam. O direito não subsiste sem a prova (se a parte tem o direito, mas não o prova, é como se não tivesse o direito). 
 
b. Processualista: a prova tem por objetivo influenciar na convicção do juiz e, por isso, é instrumento tendente a dar deslinde aos fatos controvertidos. 
 
c. Mista: prova é instituto que guarda características de direito substancial (Código Civil regula a prova em si, sua solenidade) e direito instrumental (CPC regula a forma de produção, objeto, ônus, destinatário, etc...). (ADOTADO)
Características para produção de provas:
Pertinentes, relevantes e adequadas. 
No interior do processo essa demonstração (de apresentar as características) poderá ocorrer por diferentes meios (testemunha, documentos, perícia, etc...) mas, para que se admita a sua produção, a prova precisa ser pertinente, relevante e adequada (em outros termos: não se deve alongar a instrução probatória), análise essa que é feita pelo magistrado (art. 357, II, 370 e 139, VI, CPC).
Não se pode esquecer, por outro lado, que o direito de produção de prova no processo é verdadeira garantia constitucional (apesar de não existir expressa disposição expressa sobre o tema na Constituição Federal). Por isso, prevê o art. 369 do CPC: “As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz”.
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
O direito de produção de provas não poderá ser exercido em três hipóteses:
· Quando ocorrer preclusão:
Não observados os requisitos legais, pode-se verificar a ocorrência da preclusão temporal, lógica ou consumativa.
· Quanto o procedimento limitar a produção de prova:
Existem procedimentos que, por conta de suas próprias características, excluem a produção de alguns meios de provas (ex: Mandado de Segurança; Lei 9.099/95)
· Provas obtidas por meios ilícitos:
Fala-se aqui da prova ilegal, prevista no art. 5º, LVI, CF. A prova considerada ilegal pode ser dividida em prova ilegítima (viola norma de direito processual eocorre no momento de produção da prova. Ex.: depoimento sob coação, etc...) ou prova ilícita (viola norma de direito material. Ex.: gravação clandestina; teoria dos frutos da árvore envenenada). 
 Entende-se, por outro lado, que nessa hipótese a prova poderá ser aceita (ou seja, sua ilegalidade poderá ser relativizada) para se proteger a direitos fundamentais, quando o conjunto probatório não for atingido ou quando essa prova seria trazida ao processo de qualquer forma, por outros meios.
 Objeto da Prova:
O objeto da prova são as alegações e não os fatos. No processo não se provam fatos (os fatos ocorreram ou não; existem ou não). Assim, as alegações sobre os fatos é que serão provadas. 
Somente serão objeto da prova as chamadas questões controvertidas (dúvida sobre um determinado ponto). Assim, pode-se afirmar que a contestação é a principal fonte geradora das questões que serão, posteriormente, objeto de prova.
Questões que independem de prova: 
· Fatos Notórios (art. 374, I) 
Fato reconhecido por toda uma coletividade. Não se trata de boato ou de “opinião pública”, mas sim uma questão que é de conhecimento geral ou de um grupo, inclusive do juiz (ex: Rubens é Professor da UVV; etc).
· Afirmados por uma parte e confessados por outra (art. 374, II) 
Confissão é meio de prova (art. 389 e seguintes) e, ocorrida a confissão, não é mais necessário produzir outra prova sobre aquela alegação (ou seja, prova-se o fato). Ideia de agir.
· Admitidos no processo como incontroverso (art. 374, III) 
Ocorre nas hipóteses de revelia com efeitos (art. 344, 345, CPC) ou quando o réu não observa o ônus da impugnação específica (art. 336, CPC). Ideia de não agir.
· Presunção legal de existência ou de veracidade (art. 374, IV) 
Ex.: Revelia.
· Fatos Irrelevantes 
Numa ação contra o Estado é irrelevante discutir e, por consequência, provar a existência de culpa, vez que a responsabilidade do Estado é objetiva.
Obs.: A Lei poderá determinar a prova do “direito” alegado, na forma do art. 376, CPC. Essa prova poderá ser feita por meio de certidões, extratos, impressões de sites da internet, etc...
Princípios Da Teoria Geral da Prova
Identidade Física do Juiz 
 A regra é que o magistrado que instruiu o processo (leia-se: presidiu a audiência de instrução e julgamento) deva julgá-lo. 
Obs.: O princípio se mantém apesar do CPC de 2015 ter suprimido a previsão expressa do art. 132 do CPC de 1973.
Imediatidade 
O juiz deve participar diretamente da produção da prova oral (decorrência da interpretação do art. 361 do CPC).
Aquisição da prova (comunhão da prova) 
 Após produzida a prova é incorporada ao processo e dele não pode ser retirada. Não pertence mais às partes e nem passa a pertencer ao juiz, mas sim ao processo e, por isso, todos os sujeitos dela podem usufruir (ideia de comunhão).
 
Dispositivo 
A parte poderá dispor do direito de produzir a prova (se pode dispor do direito material em discussão, com mais razão poderá dispor da prova. “Quem pode o mais pode o menos”).
Obs.: lado outro, existe corrente que defende o chamado ativismo judicial, onde o juiz, de ofício, manda produzir determinada prova ainda que a parte tenha desistido de sua produção. Ver arts. 370, 371 e 139, I, CPC.
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
I - Assegurar às partes igualdade de tratamento;
Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito.
Parágrafo único. O juiz indeferirá, em decisão fundamentada, as diligências inúteis ou meramente protelatórias.
Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento.
Ônus da prova
Permissibilidade de conduta. A parte não tem obrigação para a produção de provas.
Ônus significa permissibilidade de conduta para parte que, se não observada, acarretará prejuízos para a própria parte. Aqui, não se trata de obrigação (onde a parte pode ser compelida a agir se não faz por vontade própria), mas sim de uma espécie de assunção de risco (a parte faz se o quiser). 
Ex: a parte tem o ônus de se defender, mas se assim não o faz assume o risco da revelia.
Ônus estático da prova: Em se tratando de questão afeta ao direito probatório, vale o ditado “alegar e não provar é o mesmo que não alegar”.  E, nesse sentido, dispõe expressamente o art. 373 do CPC que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; e ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
O ônus da prova, portanto, constitui-se em regra de julgamento, porquanto define os caminhos que o juiz deverá adotar quando for decidir a lide caso não encontre as provas sobre as alegações formuladas pelos litigantes (ou seja: quem sofrerá as consequências caso determinada alegação não seja provada). 
Ex.: autor alega que sofreu danos materiais, mas não junta provas dos gastos que suportou em razão da conduta ilícita do réu.
Exceção: Por outro lado, preveem os parágrafos do art. 373 a possibilidade de Inversão do Ônus da prova em três situações:
· Legal/Judicial: a lei determina uma distribuição diferente do ônus em determinadas situações, desde que preenchidos alguns requisitos. A inversão não é automática, é chamada de ônus dinâmico da prova, pois decorre das peculiaridades do caso concreto e exige decisão fundamentada do juiz. Ex: art. 6º, VIII, CDC; art. 373, §§ 1º e 2º, CPC); 
· CONVENCIONAL (as partes poderão disciplinar a distribuição do ônus probatório – art. 373 §§ 3º e 4º);
Obs.: A inversão do ônus da prova não é regra estática de julgamento, mas regra dinâmica de procedimento/instrução (ERESP 422.778/SP, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Rel. p/ acórdão Ministra Maria Isabel Gallotti, Segunda Seção, DJe 21.6.2012).  Por isso, a inversão do ônus deve ocorrer preferencialmente até o despacho saneador e não na sentença, apesar de existirem posicionamentos em sentido contrário.
Obs2.: apesar da regra do art. 373 do CPC, deve-se lembrar ainda que o §1º do mencionado artigo trata da chamada “prova diabólica”, ou seja, não é razoável exigir da parte a prova de fato negativo, de algo que alega não ter acontecido, que justifica a inversão ou não pode gerar consequências para a parte que alegou o fato. Ex: Autor afirma que não realizou as ligações internacionais que lhe foram cobradas, é evidente que a companhia telefônica detém meios de demonstrar sua ocorrência, juntando inclusive as desgravações.
Valoração da Prova
A valoração da prova no processo é feita pelo juiz que, segundo a teoria geral do direito, poderá ser feita a partir de alguns sistemas de apreciação, quais sejam:
Sistema da prova legal:
Também chamado de “prova tarifada”, por meio desse sistema Lei previamente já atribui um valor diferente para cada tipo de prova, a depender da carga de confiança que se tem em cada meio. Cria uma forma rígida de apreciação das provas do processo. Não tem previsão expressa no CPC. 
Ex.: Prova documental possui mais valor que a prova testemunhal
Sistema da livre convicção:
Sistema que não se limita a nenhuma gradação de valor dos meios de provas, cabendo ao julgador apreciar livremente e em conjunto todas as provas produzidas no processo ou mesmo em elementos não existentes dos autos para, a partir dali, extrair sua convicção e julgar. Não possui previsão no CPC. 
Ex.: Tribunal do Juri
Sistema da persuasão racional:
Sistema adotado pelo CPC na forma do art. 371, que assim dispõe: “O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento”. Esse sistema prevê uma forma de equilíbrio e proporcionalidade na apreciação da prova: a apreciação é livre, desde que se atenha às provas produzidas no processo. Fala-se, por isso, em livre convencimento motivado.
Ex.: arts. 426, 447, §5º, 479 e 480, §3º CPC.
Apesar do previsto no art. 212 do Código Civil ("Salvoo negócio a que se impõe forma especial, o fato jurídico pode ser provado mediante: I - confissão; II - documento; III - testemunha; IV - presunção; V - perícia"), pode-se concluir que o sistema processual adota como regra a atipicidade dos meios de prova.
Ou seja, à parte poderá tentar demonstrar suas alegações por intermédio de outros mecanismos, além daqueles expressamente previstos no CPC como meios de prova. Entende a doutrina que o princípio geral da liberdade de provar é uma garantia constitucional.
Importante, nesse contexto, entender o conceito de provas atípicas: “instrumentos que não estão previstos no ordenamento jurídico como meio de prova, cujo procedimento necessário à sua obtenção não está previsto ou são obtidas de forma irregular, ainda que lícita, mas que servem à comprovação e demonstração de alegação formalizada pela parte”. Ex: declarações de terceiros (deveriam depor como testemunhas); notícias da mídia (não há procedimento para sua juntada); documento eletrônico (Nota Fiscal Eletrônica não atende aos requisitos da Lei 8.846/94).
Oito meios de prova tipificados no CPC:
I. Ata Notarial (art. 384, CPC); 
II. Depoimento da Parte (art. 385 a 388); 
III. Confissão (art. 389 a 395) 
IV. Exibição de Documento ou Coisa (art. 396 a 404) 
V. Prova Documental (art. 405 a 441) 
VI. Prova Testemunhal (art. 442 a 463) 
VII. Prova Pericial (art. 464 a 480) 
VIII. Inspeção Judicial (art. 481 a 484) 
Para cada um desses meios, o CPC prevê o momento adequado do procedimento para a sua produção. Entrementes, o Código prevê a possibilidade da chamada produção antecipada de provas (art. 381 a 383, CPC), oportunidade em que o meio de prova poderá ser produzido em momento anterior àquele regularmente previsto. A finalidade é proteger o elemento de prova, devido ao seu iminente perecimento ou à probabilidade de racionalizar seu uso em juízo. O procedimento, inclusive competência, está previsto nos arts. 381 a 383 do CPC.
 
Ex.: Testemunha doente que corre o risco de morrer (art. 381, I);
Inspeção judicial para que o juiz já identifique a invasão da área e, assim, as partes já façam um acordo (art. 381, II);
Prova pericial para verificar a extensão dos danos causados pelo descumprimento do contrato e, assim, ver se vale a pena propor ação indenizatória (art. 381, III).
Grande inovação do CPC é a possibilidade de utilização da chamada “Prova Emprestada” (art. 372, CPC), ou seja, do juiz autorizar a juntada (como prova documental) em um processo de um meio de prova produzido em outro processo (vale para qualquer meio de prova, desde que legalmente concluída a produção da prova e observado o contraditório).
Provas em espécie: Ata Notarial
Previsto no art. 384 do CPC, esse meio de prova consiste num instrumento público, lavrado por tabelião de notas (Lei Federal nº 8.935/94, art. 7º, III) a requerimento de pessoa interessada, que se destina a atestar e documentar a existência ou o modo de existir de algum fato jurídico (através dos sentidos do próprio notário).
Serve para transformar uma aprova atípica em típica.
Notário ou tabelião e oficial de registro ou registrador são profissionais do direito, dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial e de registro. Por isso, o relato do dia, horário, conteúdo, imagens e até filmes, descrito por um Tabelião que tem fé pública, agregam fortíssima carga de convencimento à prova exibida em juízo, muito mais do que se a parte simplesmente juntar aos autos a materialização da ocorrência.
Conceito:
 "Instrumento público autorizado por notário competente, a requerimento de uma pessoa com interesse legítimo e que, fundamentada nos princípios da função imparcial e independente, pública e responsável, tem por objeto constatar a realidade ou verdade de um fato que o notário vê, ouve ou percebe por seus sentidos, cuja finalidade precípua é a de ser um instrumento de prova em processo judicial, mas que pode ter outros fins na esfera privada, administrativa, registral, e, inclusive, integradores de uma atuação jurídica não negocial ou de um processo negocial complexo, para sua preparação, constatação ou execução."
 (IPIENS, José Antonio Escartin. El acta notarial de presencia en el proceso. In: Revista del Notariado. nº 399, p. 176).
Em que situação utilizar uma ata notarial?
a) Ata notarial de presença e declaração:
b) Ata notarial de verificação de fatos na rede de comunicação de computadores ou internet
c) Ata notarial de verificação de fatos em diligência:
d) Ata notarial de notoriedade
Obs1: Obviamente, é uma prova unilateral, vez que não é produzida sob o crivo do contraditório (o que limita seu valor).
Obs2.: Pode ser objeto da ata notarial tudo aquilo que não seja objeto de escritura pública. A diferença básica entre ambas é a existência, ou não, de declaração de vontade, que está presente na escritura pública e ausente na ata notarial. Na ata há a narração de um fato, que se caracteriza pela ausência de manifestação de vontade
Momento e forma de produção:
Por se registrada num documento, a ata notarial é considerada, em regra, prova pré-constituída, devendo ser levada ao processo no início da postulação (inicial ou contestação), na forma do art. 434, CPC.
Depoimento Pessoal
É o depoimento de quem é parte. Previsto nos arts. 385 a 388 do CPC, esse meio de prova consiste em ouvir uma das partes a requerimento da parte contrária, para fins de que testemunhe em juízo sobre fatos relacionados à ação. Se busca uma confissão da outra parte.
Consequências/objetivo: conhecimento dos fatos pelo juiz; confissão real (parte assume expressamente); confissão ficta (quando não comparece ou não responde às perguntas – art. 385, §1º). 
Somente poderá prestar esse depoimento quem é parte do processo, seja originariamente ou porque ingressou à lide em momento posterior. Trata-se, pois, de atividade personalíssima, dada a possibilidade de se aplicar ao depoente a penalidade de confissão. 
Exceção: Procurador com poderes especiais e preposto de pessoa jurídica.
Obs1.: A penalidade de confissão ficta consiste numa presunção relativa, pois se houver outra prova da alegação, essa deverá ser considerada e suplantar a presunção. Lembrar, ainda, que a confissão ficta não atinge os litisconsortes (art. 391, CPC).
Obs2.: É pressuposto para a aplicação da pena de confesso que a parte seja previamente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida do risco de aplicação da pena (art. 269, CPC)
O ordenamento adota duas modalidades de depoimento da parte:
· Depoimento por provocação (quando uma parte pede o depoimento da outra – parte inicial do art. 385, CPC)
· Interrogatório livre (quando o juiz ouve a parte sem que a outra tenha requerido, o que pode acontecer a qualquer momento do processo e de ofício. Essa modalidade, prevista na parte final do art. 385 não gera a confissão ficta). No mesmo ato poderão ocorrer as duas modalidades.
Momento e forma de produção: 
Esse meio de prova é produzido na audiência de instrução e julgamento (art. 361, CPC), sendo que primeiro será ouvido o autor e depois o réu. Basicamente, primeiro o juiz qualifica o depoente, assinala que deve falar a verdade sob as penas da lei e formula suas perguntas (se possuir). Depois, o advogado da parte contrária formula suas perguntas.
Além disso, uma parte não pode ouvir o depoimento da outra que ainda não depôs (art. 385, §2º). Inovação: a prova poder ser colhida por meio de vídeo conferência (art. 385, §3º), por meio de qualquer mecanismo tecnológico (whatsapp, facetime, etc...).
O depoente não pode ficar lendo anotações, vez que o intuito é que o depoimento seja espontâneo, na forma do art. 387. Ex: pode consultar uma data, pode olhar uma notícia da época, pode olhar um documento para reconhecer sua assinatura, etc...
A parte poderá se recusar a depor nas hipóteses do art. 388, CPC, com a ressalva do parágrafo único. 
Ex: Médico, réu na ação, não é obrigado a depor sobre o estado de saúde do autor que pede indenização; autor não é obrigado a dizer se foi traído ou se éimpotente sexual. 
Ex da exceção: autor, filho do interditando, depor sobre as condutas do pai que pretende interditar.
Confissão
É quando concorda com a alegação formulada pela parte.
Prevista nos arts. 389 a 395 do CPC, esse meio de prova consiste na admissão pela parte de uma alegação contrária aos seus interesses e favorável aos interesses da parte contrária como verdadeira. 
Obs.: Não se pode confundir com reconhecimento jurídico do pedido (art. 487, III, “a”, CPC), pois pode-se confessar um fato (causa de pedir) mas não concordar com as consequências jurídicas que se quer extrair a partir dele.
Consequência Jurídica: Realizada a confissão válida, a questão passa a ser considerada incontroversa, não sendo mais necessário produzir outras provas quanto ao fato confessado (art. 374, II, CPC).
Espécies:
· Judicial: ato processual; conduta materializada internamente, no curso da relação jurídica. Se subdivide em:
· Espontânea (conduta ativa da parte);
· Provocada (somente quando do depoimento pessoal; lembrar da exceção do interrogatório – art. 385, parte final do CPC), na forma do art. 390, CPC. 
· Extrajudicial: ato jurídico praticado externamente, mas que depois é trazido ao processo. (Ex: entrevista; vídeo; declaração, etc..).
Para confessar é necessário ter capacidade processual (art. 392, CPC – direitos indisponíveis), sendo certo, ainda, que para ter validade não pode ter decorrido de qualquer vício de vontade (art. 393, CPC). E isso porque a confissão é, em regra, irrevogável e irretratável (se praticado o ato, se consuma, não se permitindo no processo venire contra factum proprium).
Considerando o princípio da autonomia dos litisconsortes (art. 117, CPC), prevê o art. 391 do CPC que a confissão judicial faz prova contra o confitente, não prejudicando, todavia, os litisconsortes. 
Especial atenção para o Parágrafo único: nas ações que versarem sobre bens imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens.
A confissão não pode ser dividida (art. 395, CPC), ou seja, o ato processual do qual se busca extrair a confissão deve ser considerado em sua totalidade (Ex: não posso pegar apenas uma frase do depoimento, mas sim o contexto). Entretanto, poderá ocorrer sua divisão na forma da parte final do art. 395 (Ex: parte confessa na contestação e, quando do depoimento pessoal, traz fatos mais detalhados, que complementam ou contrapõem a confissão inicialmente realizada).
Momento e forma de produção: a confissão é meio de prova que pode ser produzido em vários momentos. Para tanto, deve-se analisar a espécie de confissão, que pode se dar de duas formas:  
· Judicial: verificada dentro do processo, seja pelas manifestações orais ou escritas da parte. Portanto, pode ocorrer e se materializar em qualquer fase do procedimento. 
· Ex.: contestação, apelação, depoimento pessoal, etc... 
· Extrajudicial: ocorre fora do processo, por meio de algum documento escrito ou em razão de alguma fala da parte envolvida no litígio. Aqui, somente terá eficácia quando a lei não exigir forma determinada para o ato extrajudicial (art. 394, CPC; art. 107 e 108, Código Civil). 
· Ex.: escritura pública de transferência de titularidade de imóvel. Por se materializar via documento, sua produção deverá ser na fase de postulação. 
Exibição de Documento ou Coisa
Não se trata da produção de meio de prova documental, consiste em trazer para o processo um documento particular privado que não está em poder da parte requerente.
Previsto nos arts. 396 a 404, esse método tem por objeto trazer um documento privado ou uma coisa particular que não está em poder da parte requerente ao processo, para que o juiz tenha com ele contato visual, a fim de se provar uma determinada alegação a partir de seu conteúdo.  
 A coisa será exibida em juízo e devolvida à parte. Do documento será extraído cópia, posteriormente juntada ao processo.
Obs.: Em se tratando de documento que está em poder de autoridade pública ou governamental, caberá à parte valer-se do habeas data (art. 5º, LXXII e Lei 9.507/97) ou, ainda, requerer ao juiz a aplicação do art. 438 do CPC.
A ordem de exibição poderá se dirigir à parte do processo ou à terceiro (arts. 401 a 403), pois todos devem colaborar com a justiça, nos termos do art. 378, CPC.
Poderá haver a recusa de exibir o documento ou a coisa apenas nas hipóteses do art. 404 (total ou parcialmente). Fora desses casos, o documento ou coisa deverá ser exibido.
Momento e forma de produção: o pedido de exibição poderá ocorrer na fase de postulação (inicial ou contestação) ou em qualquer fase do procedimento anterior à sentença, formando incidente processual (dentro do processo – quando o réu for a parte) ou um processo incidental (apenso – quando o réu for um terceiro), que observará o seguinte:
· O pedido deverá observar as regras da petição inicial (art. 319) e os requisitos do art. 397; 
· Intimado/citado, o réu (parte ou terceiro) possui duas condutas possíveis, que devem ser adotadas em cinco dias (art. 398): 
· I – Exibe o documento ou a coisa, daí a prova se produz;
· II – Não apresenta o documento ou a coisa. Nesse caso, o juiz decide se aceita a recusa/omissão (art. 399). Se aceitar, nada acontece. Se rejeitar, irá aplicar a presunção de veracidade dos fatos narrados (art. 400) e/ou determinar a busca e apreensão do documento ou coisa, com as medidas coercitivas do art. 400, parágrafo único.
Obs.: em caso de terceiro pode-se designar audiência (art. 402)
Prova Documental 
 
Previsto nos arts. 405 a 441 do CPC, esse meio de prova consiste em levar ao processo todo objeto que seja capaz de cristalizar a ocorrência de um acontecimento trauseunte, tornando-o permanente, materializado (Ex: a assinatura de um instrumento contratual materializa a negociação, ou seja, o acontecimento que constitui direitos e deveres dos contratantes). Prova documental, pois, é qualquer objeto físico e não apenas um papel escrito (ex: uma fotografia, um plástico, etc...).
Inicialmente, deve-se destacar que a cópia autenticada possui o mesmo valor que o documento original (arts. 424 e 425). Com efeito, prevê expressamente o art. 426 que o juiz apreciará fundamentadamente a fé que deva merecer o documento, quando em ponto substancial e sem ressalva contiver entrelinha, emenda, borrão ou cancelamento.
Exatamente por isso, ao versar sobre esse meio de prova, o CPC inicia com o tema “da força probante dos documentos”, onde, a partir do art. 405, trata do documento público e do documento particular, ambos com igual força probante.
Documento Público:
 É aquele objeto formado e lavrado por escrivão, chefe de secretaria, tabelião ou servidor público (Ex: certidão, escritura pública, etc...). Esse tipo de documento possui presunção relativa de veracidade quanto à sua forma e conteúdo (art. 405).
 Existem alegações/fatos que somente poderão ser provados por meio de documento público (reserva legal) não sendo permitida sua substituição por documento particular (art. 406). Em outras palavras, exigindo a lei documento público para a prova do ato, é impossível suprir a falta com outra espécie de prova. Ex: casamento somente se prova por meio de Certidão (art. 9º, I, Código Civil).
 O documento público irregular é recebido como se documento particular fosse (art. 407). A presunção aqui é de que a partir da assinatura das partes passa-se a presumir a veracidade de seu conteúdo (art. 408, CPC; art. 219, Código Civil).
Documento Particular 
 É aquele objeto constituído sem a participação do agente público, onde o signatário confirma as declarações dele constantes e a ciência sobre um acontecimento (art. 408 e parágrafo único). Ex: título de crédito; notificação extrajudicial. 
O art. 409 do CPC traz as formas de se sanar a dúvida quanto à data do documento particular.
 O art. 410 do CPC traz as causas que indicam a autoria do documento particular. O art. 411 traz o requisito de autenticidade do documento particular,qual seja, que a autoria do signatário certificada (reconhecimento de firma ou outro meio legal de certificação; ou que não haja impugnação).
 O documento particular também deve ser interpretado de forma indivisível (art. 412, parágrafo único).
 Os arts. 413 a 426 exemplificam documentos particulares, tratando por exemplo dos registros domésticos (livro do condomínio), livros empresariais, livros contábeis, etc..., podendo o juiz, inclusive, ordenar de ofício sua exibição (arts. 420/421). Especial atenção quanto à questão das imagens e sons extraídos da internet (art. 422).
Arguição de Falsidade da Prova Documental:
 Seja documento público ou particular, para fins de retirar sua validade como meio de prova, caberá à parte interessada (inclusive ao MP) arguir a falsidade do documento, na forma do art. 427 e 428 do CPC.
 A falsidade pode ser ideológica (conteúdo do documento. Ex: vício de consentimento) ou material (constituição do documento. Ex: certidão não assinada por Tabelião). 
 A arguição possui natureza jurídica de incidente processual, vez que a coisa julgada sobre o tema será formal, não impedindo que a parte ajuíze uma ação própria para ver declarada a falsidade do documento, inclusive na esfera penal (at. 315 – o que gera a suspensão do processo). 
 
Obs.: Exceção está na parte final do parágrafo único do art. 430, hipótese em que a decisão sobre o tema fará coisa julgada material, ou seja, impedirá nova discussão sobre o tema (art. 433). 
 Procedimento: na forma dos arts. 431 a 432, a arguição deve ser aduzida na contestação, réplica ou no prazo de 15 dias a partir da ciência da juntada do documento (art. 430). Após será ouvida a parte que produziu o documento, também no prazo de 15 dias e, se for o caso, produzida a prova pericial (Ex: exame grafotécnico). Depois, o juiz julga a questão, por decisão ou sentença. 
Momento e forma de produção: a prova documental deve ser produzida na fase de postulação (inicial e contestação – art. 434). Assim, caberá à parte juntar à sua petição o acontecimento que está materializado no documento público ou particular.
 
Contudo, o art. 435 e parágrafo único, preveem a possibilidade de juntada de documentos novos (formado ou que dele se teve conhecimento após a fase de postulação) em outros momentos. Relativizam a preclusão, desde que não seja documento indispensável à propositura da ação e nem exista má fé nessa juntada posterior (REsp 1.176.440/RO).
 Especial atenção para os arts. 436 a 438 que trazem o indispensável respeito ao contraditório quando da formação da prova documental, prazos e momentos de impugnação, além da possibilidade de determinação de ofício de exibição de documento público.
Prova Testemunhal
Previsto nos arts. 442 a 463 do CPC, esse meio de prova consiste em tomar o depoimento de um terceiro, estranho à relação jurídica processual, que presenciaram os fatos que estão sendo controvertidos da demanda e que são pertinentes ao deslinde da causa, para fins de esclarecer ao juízo qual alegação sobre aquele tema mais se aproxima da realidade.
 Obs.: O surdo e o cego podem testemunhar, na medida em que os fatos controvertidos podem ligar-se a sentidos como a audição, o paladar e o olfato. Ex: o gosto do alimento estragado; o barulho do objeto quebrando; o cheiro do fogo; etc...
 Dadas as suas próprias características, é um meio de prova que possui menor grau de confiabilidade (apesar de não existir lei expressa a esse sentido). Decerto, entre o acontecimento e sua oitiva no processo normalmente passa-se muito tempo, podendo a testemunha distorcer os fatos ou não se recordar exatamente do ocorrido quando for ser ouvida.
Há três tipos de testemunhas: 
· Presencial (pessoa estava de corpo presente no momento do acontecimento),
· Referencial (não estava de corpo presente, mas dele tomou conhecimento por outra circunstância. Nada prova sobre o fato, mas apenas sobre o que outra pessoa disse a seu respeito)
· Referida (pode ter estado ou não de corpo presente no momento do fato, mas foi trazida ao processo por ter sido mencionada em outro depoimento. Não foi uma pessoa arrolada originariamente como testemunha)
Seja qual for a espécie de testemunha, a prova é sempre permitida (art. 442), mas o CPC veda a utilização desse meio de prova em duas situações:
· Quando o fato já estiver provado por documento ou confissão (art. 443, I); 
· Quanto o fato somente puder ser provado por documento ou prova pericial (art. 443, II).
A regra do CPC é de que qualquer pessoa capaz pode testemunhar em juízo, à exceção dos absolutamente incapazes (art. 447, §1º), das pessoas impedidas (art. 447, §2º) e das pessoas suspeitas (art. 447, §3º). As pessoas que se enquadram nessas exceções podem até ser ouvidas pelo juiz, mas apenas na qualidade de informante, ou seja, possuirão valor menor do que uma prova testemunhal (art. 447, §§ 4º e 5º; art. 457, §2º)
As testemunhas têm o dever de colaborar com a justiça (art. 378 e 380). Assim, o terceiro que adquire a qualidade de testemunha, possui três deveres: 
a) comparecer em juízo (ainda que sob condução coercitiva);
 b) prestar depoimento (não tem o direito de ficar em silencio);
 c) dizer a verdade. 
 Todavia, o art. 448 prevê exceções aos dois últimos deveres, permitindo que a testemunha, se essa for a sua vontade, nada fale sobre algumas situações (Ex: depoente não é obrigado a confirmar que a requerida, sua irmã, é prostituta; advogado ou o médico não é obrigado a depois sobre fatos que denigram seu cliente, réu no processo).
Momento e forma de produção: a prova testemunhal será produzida na audiência de instrução e julgamento (art. 453), que ocorre na sede do juízo (art. 449). Excepcionalmente, será produzida em outro momento e/ou outro local (art. 453, I, II e 454).
 Entretanto, a produção desse meio de prova se inicia em momento anterior do processo, quando as partes requerem ao juízo expressamente a oitiva de testemunhas, o que pode ocorrer na fase de postulação (inicial e contestação) ou na fase de saneamento do processo. Assim é que, após ser deferido o pedido de produção da prova testemunhal, as partes devem indicar o rol de testemunhas no prazo de quinze dias (art. 357, §4º), rol esse que deve conter as informações previstas no art. 450.
Existe o limite de se indicar até dez testemunhas, três para cada fato controvertido (art. 357, §6º, CPC).
Obs.: Depois de apresentado o rol, somente se poderá substituir testemunhas na forma do art. 451. Antes da audiência poderá se incluir novas testemunhas no rol, desde que seja respeitado o contraditório (poderes instrutórios do juiz – art. 139).
Após informar o rol, caberá ao advogado da parte informar e levar a testemunha para a audiência (art. 455), não sendo mais esse ônus processual da serventia do juízo como dispunha o CPC de 1973 (agora isso só ocorre excepcionalmente – art. 453, §4º).  Caso o advogado tenha dúvida se a testemunha vai comparecer, deverá proceder com sua intimação (art. 455, §1º). Caso assim não ocorra, incide a preclusão sobre a produção da prova.
A regra é que primeiro sejam ouvidas as testemunhas do autor e depois as do réu, fazendo o juiz as primeiras perguntas (art. 456). Antes disso, o juiz deverá qualificar a testemunha (art. 457) e, nesse momento, caberá ao advogado da parte interessada fazer sua contradita (art. 457, §1º), trazendo ao juízo elementos que indiquem que aquela pessoa não pode prestar depoimento na qualidade de testemunha (art. 457, §§ 2º e 3º).
Depois das perguntas do juiz, a parte que arrolou a depoente pergunta e, depois, a parte contrária formula suas perguntas. O juiz poderá indeferir questionamentos (art. 459). Ao final dos depoimentos, poderá o juiz tornar a fazer perguntas (459, §1º) e, ainda, determinar de ofício ou a requerimento das partes a acareação entre duas testemunhas ouvidas (art. 461). Todo o ocorrido deverá ser documentado em ata ou gravado (art. 460).
OBS 1: A testemunha que mentir poderá sofrer ação penal (art. 458), sendo acusada de crime de falso testemunho (art. 342, CP).
 OBS 2: A testemunhapoderá ser ressarcida do valor que gastou para comparecer em juízo pela parte que a arrolou (art. 462)
 OBS 3: A testemunha não pode sofrer penalidade trabalhista por comparecer ao juízo e depor (art. 463)
Prova Pericial 
 
Previsto nos arts. 464 a 480, esse meio de prova consiste no exame, vistoria ou avaliação de pessoas ou coisas (chamadas fontes) das quais, a partir de uma análise técnica (não jurídica), comprova-se a alegação firmada pela parte e, a partir daí, possa o magistrado extrair uma consequência jurídica.
 
Esse meio de prova, apesar de apresentar um alto grau de confiabilidade é muito custoso e acarreta um atraso para o processo. Por isso, poderá ser indeferido quando as máximas da experiência comum ou outras provas do processo já forem suficientes para esclarecer a veracidade da alegação (arts. 375, 464, I, II, III e 472). Portanto, a regra é a não produção da perícia.
OBS: Prova técnica simplificada (art. 464, §§ 2º, 3º e 4º) consiste numa prova oral, sendo, por isso, admitida até mesmo no juizado especial cível (art. 35, Lei 9.099/95).
O CPC prevê três espécies de perícia:
· Exame: ato de inspeção de pessoas ou coisas. 
· Vistoria: ato de inspeção de imóveis. 
· Avaliação: atribuição de valor para determinado bem ou direito.
Perito é um detentor de conhecimento técnico ou científico sobre determinada área do conhecimento humano, o qual é indispensável para a elucidação de algumas questões da causa (art. 156, CPC). O perito pode ser pessoa física ou jurídica e sua função é mais abrangente que a da testemunha (vez que ele emite sua efetiva opinião). Perito deve ser imparcial, agindo como um longa manus do juiz (art. 148, II, CPC).
- OBS: É vedado ao juiz cumular e também exercer no processo o encargo de perito, ainda que possua a formação técnica exigida.
Momento e forma de produção: a prova pericial se inicia na fase de saneamento (art. 457, CPC), e será produzida antes da audiência de instrução e julgamento (art. 477; e também porque o perito poderá prestar esclarecimentos orais em audiência). O CPC traz um “passo a passo” para sua produção:
 
1. Deferida a prova, primeiro o juiz nomeia o perito (art. 465); 
 
2. Em seguida as partes são intimadas para impugnar (art. 467/468), nomear assistente técnico e indicar quesitos (art. 465, §1º); 
 
OBS: Assistente técnico é um profissional que não se confunde com o perito, mas, ao contrário, é sujeito parcial que defende os interesses da parte que o contratou (art. 466 e 95, CPC). Emite Parecer e não laudo (art. 477, §1º).
 
3. Após o Perito é intimado para dizer se aceita o encargo. Aceitando, já indica honorários (art. 465, §2º). Daí as partes são intimadas para se manifestar quanto aos valores (art. 465, §3º), cabendo ao juiz decidir a divergência; 
 
OBS: Nos termos do art. 95 do CPC, o pagamento da prova caberá àquele que a requereu. Quando estabelecida de ofício, haverá o rateio. Se a parte estiver amparada pela gratuidade, caberá ao Estado. Ao final, se vencedor, a parte perdedora deverá ressarcir a quantia despendida.
 
4. Fixado o valor, o Perito marca a perícia e avisa às partes e aos seus assistentes (arts. 474 e 466, §2º), os quais poderão, no curso de produção da prova, apresentar quesitos suplementares (art. 469); 
 
5. Depois o perito apresenta o Laudo em juízo, do qual as partes serão intimadas para se manifestar, podendo formular quesitos de esclarecimento, os quais devem ser respondidos por escrito ou oralmente em audiência. Esses esclarecimentos complementam o Laudo e, assim, terminada resta a prova pericial (arts. 473 e 477).
OBS 1: O perito poderá não aceitar o encargo (art. 467) ou ser substituído a requerimento da parte (art. 468), cabendo à parte que alegar a escusa prova o motivo. E isso porque o perito, na qualidade de terceiro e auxiliar da justiça, tem o dever de colaborar com a justiça (art. 157)
 
OBS 2: O perito responde administrativa, civil e penalmente pelas informações inverídicas que prestar ou por eventual delito que cometer no curso da realização da prova (art. 157).
 
OBS 3: Excepcionalmente, o juiz poderá designar a realização de uma segunda perícia, desde que nas hipóteses do art. 480.

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