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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL CIVIL
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Livro Eletrônico
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Thiago Pivotto
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Apresentação . ............................................................................................................................3
Provas . ........................................................................................................................................5
Parte Geral . ................................................................................................................................5
Produção Antecipada da Prova .............................................................................................. 18
Depoimento Pessoal . .............................................................................................................. 19
Confissão . ................................................................................................................................ 21
Exibição de Documento ou Coisa ...........................................................................................22
Prova Documental . ..................................................................................................................23
Prova Testemunhal . .................................................................................................................25
Prova Pericial . ........................................................................................................................ 28
Inspeção Judicial . .................................................................................................................... 30
Resumo . ....................................................................................................................................32
Questões de Concurso . ...........................................................................................................45
Gabarito ....................................................................................................................................70
Gabarito Comentado .................................................................................................................71
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
ApresentAção
Olá, tudo bem com você?
Vamos nos aventurar no maravilhoso mundo do Processo Civil e eu terei a honra de auxi-
liar vocês nessa caminhada.
Eu sempre adotei, na minha trajetória de estudos, um material base com o qual eu pudes-
se contar e ler sempre antes de fazer as provas. Acredito que seja fundamental você ter suas 
anotações/cadernos e sempre poder revisá-los nas semanas que antecedem a prova.
DICA
É fundamental você ter um caderno apenas. Uma fonte para 
cada matéria. Não faça a besteira de ter 3 ou 4 anotações es-
parsas da mesma matéria. Condensar tudo em um mesmo 
material é muito importante para fins de organização. Por 
isso, utilize este material em PDF e monte seus cadernos a 
partir deles, ou, caso você já tenha seus cadernos, alimente-
-os com as informações que você verá aqui. O importante é 
você não ter uma pluralidade de materiais, porque se fizer isso 
você vai acabar se perdendo.
Minha trajetória de estudos começou em 2010 e, desde então, eu acompanho todas as 
notícias diárias que são publicadas no STF e no STJ, bem como todos os informativos sema-
nais dos dois Tribunais, sem perder nenhum.
O diferencial deste material, portanto, é justamente este: abordarei com você o conteúdo 
básico de cada disciplina, mas irei aprofundar com a jurisprudência mais atual e mais diver-
sificada sobre o assunto, além de trazer questões sobre as matérias.
As provas, atualmente, cobram muita letra de lei, mas também muito entendimento ju-
risprudencial, por isso eu acredito que com esta leitura você ficará preparado para alcançar 
seu objetivo no mundo dos concursos públicos, pois terá todo o conteúdo mais atualizado 
possível.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Com esse método, fui aprovado e exerci os cargos de Técnico Administrativo no MPU, 
Analista Judiciário no TJDFT, Juiz de Direito no TJMT e Juiz Federal no TRF1. Se eu consegui, 
você também consegue!
Boa leitura!
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROVAS
Nesta aula, eu e você iremos trabalhar os artigos 369 ao 484 do nosso Código de Processo 
Civil. Fique tranquilo porque sempre que o artigo for muito importante, eu irei transcrevê-lo 
para você. Sempre que tiver algum julgado importante eu também vou transcrever a ementa 
para que seu estudo fique dinâmico.
pArte GerAl
O Código prevê uma liberdade probatória, por isso as partes podem empregar todos os 
meios legais, bem como os moralmente legítimos, mesmo que não sejam especificados no 
Código, para provar a verdade dos fatos.
O juiz pode, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao 
julgamento do mérito.
Perceba que a atividade judicial na fase probatória não é absolutamente inerte. O Código 
permite que ele, de ofício, determina a produção da prova que seja necessária ao julgamento 
do mérito, mas desde que, claro, não haja um desbalanceamento na paridade de armas das 
partes, ou seja, o juiz não pode favorecer determinada parte, auxiliando-a e fazendo seu papel 
na desincumbência do ônus probatório.
O Juiz pode determinar a produção probatória de ofício.
Cabe falar em ativismo judicial quando o magistrado determina a produção probatória de 
ofício.
Julgado: STJ. REsp 540.179/SP. 1. Ausência de valoração da prova impeditiva da análise 
pelo STJ do malferimento dos dispositivos legais invocados. Prejudicial ao exame do 
recurso especial. 2. O art. 130, do CPC, é aplicável a todas as instâncias por isso que ao 
STJ é lícito, antes da analise à violação da lei, determinar a baixa dos autos à instância 
de origem para que valore a prova produzida, prejudicial à análise do meritum causae
porquanto à Corte está interditada a análise do contexto fático-probatório. 3. “(...) O 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Código de Processo Civil, atento aos reclamos da modernidade quanto ao ativismo judi-
cial, dispôs no seu art. 130, “caber ao juiz de ofício ou a requerimento da parte, determi-
nar as provas necessárias à instrução do processo, indeferindo as diligências inúteis e 
protelatórias” Dessume-se, do dispositivo citado, que esse poder de iniciativa conspira 
em favor da busca da verdade, habilitando o juiz a proferir uma sentença restauradora 
do statu quo ante à violação, carreando notável prestígio para o monopólio da jurisdição 
que, ao limitar a autotutela, promete ao jurisdicionado colocá-lo em situação igual à que 
se encontrava antes do inadimplemento. E, para isso, é preciso aproximar a decisão da 
realidade da qual o juiz, evidentemente, não participou, e a ela é conduzido através da 
atividade probatória.(...)”(Luiz Fux, in “Curso de Direito Processual Civil” Forense, 2001). 
4. Não obstante, em respeito à função uniformizadora desta E. Corte, acompanho o posi-
cionamento das Turmas de Direito Público, ressalvado o meu entendimento no sentido 
da possibilidade da determinação ex officio do retorno dos autos à instância de origem 
para que valore a prova produzida. 5. Os critérios para fixação do quantum indenizatório 
estão adstritos às instâncias ordinárias, ante a necessária análise do conjunto fático-
-probatório (Súmula 07/STJ), insindicável por esta Corte. Precedentes das Turmasde 
Direito Público. 6. Recurso especial não conhecido, com ressalva do relator. (Rel. Minis-
tro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/12/2003, DJ 14/06/2004, p. 170).
Ao julgar fora da lei, por analogia, costumes ou princípios, o magistrado também realiza 
ativismo judicial.
Julgado: STJ. AgRg na SLS 1.427/CE. PEDIDO DE SUSPENSÃO DE MEDIDA LIMINAR. 
INTERFERÊNCIA DO JUDICIÁRIO NA ATIVIDADE ADMINISTRATIVA. FLAGRANTE ILEGI-
TIMIDADE E LESÃO À ORDEM PÚBLICA. Ao Judiciário cabe o controle da legalidade dos 
atos da Administração. O ativismo judicial pode legitimar-se para integrar a legisla-
ção onde não exista norma escrita, recorrendo-se, então, à analogia, aos costumes e 
aos princípios gerais de direito (CPC, art. 126). Mas a atividade administrativa, propria-
mente tal, não pode ser pautada pelo Judiciário. Na espécie, em última análise, o MM. 
Juiz Federal fez mais do que a Administração poderia fazer, porque impôs o que esta só 
pode autorizar, isto é, que alguém assuma a responsabilidade pela prestação de serviço 
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público. Agravo regimental não provido. (Rel. Ministro ARI PARGENDLER, CORTE ESPE-
CIAL, julgado em 05/12/2011, DJe 29/02/2012).
O juiz também pode indeferir diligências inúteis ou meramente protelatórias, desde que o 
faça em decisão fundamentada. Não há, portanto, direito subjetivo à produção da prova.
A questão do dano moral por uso de tabaco.
O STJ não reconhece a responsabilidade da empresa fabricante de cigarro (Souza Cruz S/A, 
p. ex.).
O protecionismo é tão grande que o STJ entende ser inútil produção de provas em ação de 
indenização por danos provocados pelo uso do cigarro.
Já está consolidado no STJ o entendimento de que o fabricante de cigarros não tem res-
ponsabilidade pelos danos causados ao fumante. Por essa razão, a Quarta Turma con-
siderou que não há utilidade alguma na produção de prova ou na inversão desse ônus 
para demonstrar a periculosidade inerente ao cigarro. (Notícias do STJ de 25/04/13. 
REsp 803783).
Por essa razão, entende-se que, em hipóteses como a de que cuida o caso concreto, não 
há utilidade alguma na produção de provas ou em sua inversão (CDC, art. 6º), em face 
da inequívoca periculosidade inerente ao produto cigarro e entendimento predominante 
nos precedentes deste Tribunal Superior acerca da inexistência de propaganda enga-
nosa do produto. Eventual retorno dos autos à Corte de origem para que houvesse a 
devida instrução probatória apenas conduziria a uma inútil postergação do resultado da 
lide, na linha dos diversos precedentes desta Corte. (ITA do REsp 803783).
Uma vez ingressada a prova no processo, ela se desvincula de quem a produziu para 
fins de sua avaliação, ou seja, há o que se denomina de princípio da comunhão das provas, 
por isso o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a 
tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. Como 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
a apreciação probatória é livre, mas vinculada à fundamentação da decisão que a analisar, 
diz-se que vigora no ordenamento o princípio do livre convencimento motivado.
O Código permite o emprego de provas emprestadas, produzidas em outro processo, sen-
do livre a sua valoração pelo magistrado, desde que seja observado o contraditório, ou seja, 
devem as partes terem a oportunidade de se manifestarem sobre a prova que ingressa nos 
autos antes da formação do convencimento do juiz sobre seu conteúdo.
O Código possui uma regra objetiva de distribuição do ônus da prova (distribuição está-
tica): cabe ao autor desincumbir-se do seu ônus quanto ao fato constitutivo do seu direito e 
cabe ao réu essa tarefa quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do 
direito do autor.
Isso significa que se o autor alega que o réu descumpriu determinado contrato e que, por 
isso, gerou um dano material em sua esfera patrimonial, cabe ao autor provar a existência 
do contrato, o descumprimento, o dano etc. Caso não descarregue esse ônus probatório, seu 
pedido será julgado improcedente, por não ter provado seu direito.
O descumprimento de um ônus prejudica o descumpridor, ao passo que o descumprimento de 
uma obrigação prejudica a outra parte.
Julgado: STJ. REsp 840.690/DF. [...]. 3. O chamado “ônus da prova” é instituto de direito 
processual que busca, acima de tudo, viabilizar a consecução da vedação ao non liquet, 
uma vez que, por meio do art. 333, inc. I, do CPC, garante-se ao juiz o modo de julgar 
quando qualquer dos litigantes não se desincumbir da carga probatória definida legal-
mente, apesar de permanecer dúvidas razoáveis sobre a dinâmica dos fatos. 4. Ainda 
acerca do direito probatório, convém ressaltar que, via de regra, a oportunidade ade-
quada para que a parte autora produza seu caderno probatório é a inicial (art. 282, inc. 
I, do CPC). Para o réu, este momento é a contestação (art. 300 do CPC). Qualquer outro 
momento processual que possa eventualmente ser destinado à produção probatória 
deve ser encarado como exceção. 5. Assim, a abertura para a réplica, p. ex., encon-
tra limites estreitos no CPC, seja quando o réu alegar alguma das matérias do art. 301 
do mesmo diploma legislativo, seja quando o réu trouxer dados inéditos ao processo, 
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tendo a parte autora, como consequência do devido processo legal, do contraditório e da 
ampla defesa, direito de sobre eles se manifestar (arts. 326 e 327 do CPC). 6. Da mesma 
maneira, em atenção também ao princípio do dispositivo, convém restringir o uso tradi-
cionalmente indiscriminado do despacho que chama as partes a dizerem se têm outras 
provas a produzir, pois, dogmática e legalmente falando, os momentos para tanto já 
ocorreram (inicial e contestação). 7. E, ainda, também em observância ao princípio do 
dispositivo, o magistrado deve ser parcimonioso ao determinar a produção de provas 
no saneador, evitando tornar controversos pontos sobre os quais, na verdade, as partes 
abriram mão de discutir - e, portanto, de tornar controvertidos. 8. O objetivo do Código 
de Processo Civil é claro: evitar delongas injustificadas e não queridas pelos litigantes 
que, muito mais do que o atingimento da sacrossanta “verdade material” ou o prestígio 
da igualmente paradoxal “verdade formal”, acabam prejudicando as partes interessa-
das, na medida em que inviabilizam uma tutela adequada e eficiente. 9. Por tudo isso, 
se o autor não demonstra (ou não se interessa em demonstrar), de plano ou durante o 
processo, os fatos constitutivos de seu direito, mesmo tendo-lhe sido oportunizados 
momentos para tanto, compete ao magistrado encerrar o processo com resolução de 
mérito, pela improcedência do pedido, mesmo que, por sua íntima convicção, também 
o réu não tenha conseguido demonstrar de forma cabal os fatos impeditivos, modifi-
cativos ou extintivos do alegado direito do autor. [...]. (Rel. Ministro MAURO CAMPBELL 
MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/08/2010, DJe 28/09/2010).
Há a possibilidade ainda de uma distribuição dinâmica do ônus da prova, de forma diversa 
à objetivamente exposta no Código.
Nos casos previstos em lei (no art. 6º, VIII, do CDC, p. ex.) ou diante de peculiaridades da 
causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo do 
ônus da prova ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atri-
buir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em 
que deverádar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
No nosso exemplo, imagine que o referido contrato, de adesão, esteja nas dependências da 
empresa. Pode o juiz, nesse caso, determinar que o réu prove a existência da avença nos 
autos, a despeito da regra originária de distribuição do ônus probatório.
Essa distribuição diversa do ônus probatório não pode gerar situação em que a desincum-
bência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
O mais remoto embrião da teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova está na obra de Jeremy 
Bentham, que, há quase 02 séculos, ensinava que a obrigação da prova deve ser imposta, indivi-
dualmente, à parte que possa praticá-lo com menos inconvenientes, é dizer, com menos dilações, 
abusos e gastos. (BENTHAM, Jeremy. Tratado de Las Pruebas Judiciales. Tomo II. Trad.: José Go-
mez de Castro: Imprenta de Don Tomás Jordan, 1825. p. 113).
Todavia, reconhece a doutrina que a teoria da distribuição dinâmica do ônus da prova foi 
mais bem desenvolvida a partir dos ensinamentos de Jorge Walter Peyrano, de cujas lições 
se extrai:
A distribuição dinâmica do ônus da prova implica em uma exceção das normas legais de 
distribuição do ônus da prova, a que será apropriado recorrer somente quando a aplicação 
das regras gerais tem consequências manifestamente prejudiciais. Essa exceção se traduz 
em novas regras para a distribuição do ônus probatório, ajustadas às circunstâncias do caso 
e que se afastam de abordagens apriorísticas (tipo de fato a provar, papel de autor ou de réu, 
etc.). Entre as novas regras acima mencionadas, destaca-se aquela consistente em fazer o 
ônus da prova recair sobre a parte que está em melhores condições profissionais, técnicas ou 
fáticas para produzir a prova respectiva. (PEYRANO, Jorge Walter. Nuevos lineamentos de las 
cargas probatorias dinámicas in Cargas probatorias dinámicas. Inés Lépori White (Coord.). 
Santa Fé: Rubinzal-Culzoni, 2008. p. 21). (ITA do REsp 1729110/CE, Rel. Ministra NANCY AN-
DRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/04/2019, DJe 04/04/2019).
As partes, ademais, também podem convencionar, antes ou durante o processo, a dis-
tribuição do ônus probatório por regras diversas daquelas objetivamente estabelecidas no 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Código, desde que não se trate de direito indisponível ou não torne excessivamente difícil a 
uma parte o exercício do direito.
Alguns fatos não dependem de prova, portanto as partes são poupadas do fardo de de-
monstrar a veracidade de suas alegações e há, por certo, uma economia na marcha proces-
sual, que se torna mais dinâmica com essas presunções de veracidade das alegações.
Diz o Código que não dependem de prova os fatos: notórios; afirmados por uma parte e 
confessados pela parte contrária; admitidos no processo como incontroversos; em cujo favor 
milita presunção legal de existência ou de veracidade.
Na avaliação das provas, cabe ao juiz aplicar as regras de experiência comum pela obser-
vação do que ordinariamente acontece, bem como regras de experiência técnica. O Código 
ressalva, quanto às regras de experiência técnica, o exame pericial, ou seja, quando houver 
alguma situação que demande a análise pericial, não pode o juiz substituir a atividade do pe-
rito e manifestar-se a título de emissão de um parecer.
O juiz conhece a lei, portanto cabe à parte provar a alegação dos fatos. O Código excepcio-
na essa regra em relação ao direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário. Para 
esses casos, a parte que alegar tais normas deve provar o teor e a vigência de seu conteúdo 
caso o juiz determine. Se nada determinar, segue-se a regra geral de que o juiz conhece a lei.
Determinadas provas podem, às vezes, serem produzidas em outra localidade territorial. 
Para tanto, há a expedição das cartas. Se houver a necessidade de um juiz de determinada 
comarca ouvir a testemunha de outra localidade, expede-se uma carta precatória para o cum-
primento da diligência, por exemplo.
A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o julgamento da causa 
no caso de a sentença de mérito tiver de ser proferida somente após a verificação de determi-
nado fato ou da produção de certa prova, quando, tendo sido requeridos antes da decisão de 
saneamento, a prova neles solicitada for imprescindível.
Observe que se a prova não for imprescindível, ou seja, se for apenas uma prova para cor-
roborar algum fato já comprovado ou mesmo para reforçar algum ponto periférico, pode o juiz 
sentenciar mesmo sem a vinda da prova solicitada.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da 
verdade, mas as partes têm o direito de não produzir prova contra si própria.
O terceiro, por sua vez, tem a incumbência de informar ao juiz os fatos e circunstâncias de 
que tenha conhecimento e exibir coisas ou documentos que estejam em seu poder, sob pena 
de imposição de multa ou outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-ro-
gatórias.
•	 Teoria da verossimilhança preponderante – Överviktsprincip (na Suécia) ou Überwie-
gensprinzip (na Alemanha). No julgamento:
−	 De tutelas cautelares ou antecipatórias – Convicção de verossimilhança (ou de 
probabilidade);
−	 De tutelas finais de mérito:
o Se houver a desincumbência do ônus da prova – Convicção de verdade;
o Se não houver a desincumbência do ônus da prova – Aplicação subsidiária do ônus 
da prova enquanto regra de julgamento;
o Quando houver impossibilidades fáticas associadas à produção da prova – teoria 
da verossimilhança preponderante (julgamento do mérito da ação mediante con-
vicção de verossimilhança). Para tanto: Necessário se faz reduzir as exigências de 
prova comumente reclamadas para a formação da convicção; A decisão deve estar 
amparada em elementos de prova constantes dos autos (ainda que indiciários), 
obedecendo, assim, às garantias do contraditório e da ampla defesa e, consectaria-
mente, garantindo-se segurança jurídica às partes em disputa.
Julgado: STJ. REsp 1549467/SP. […].5. A utilização de presunções não pode ser afastada 
de plano, uma vez que sua observância no direito processual nacional é exigida como 
forma de facilitação de provas difíceis, desde que razoáveis. 6. Na apreciação de lucros 
cessantes, o julgador não pode se afastar de forma absoluta de presunções e deduções, 
porquanto deverá perquirir acerca dos benefícios legítimos que não foram realizados por 
culpa da parte ex adversa. Exigir prova absoluta do lucro que não ocorreu, seria impor ao 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
lesado o ônus de prova impossível. 7. Recurso especial provido. (Rel. Ministro MARCO 
AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 13/09/2016, DJe 19/09/2016).
Mesmo sem perícia, Fiat é condenada a indenizar vítima de acidente com Uno.
O exame pericial das rodas de liga leve do automóvel não foi realizado porque não houve 
instauração de inquérito policial e porque, após a propositura da ação, o veículo não foi 
localizado. (Notícias do STJ de 03/12/2013).
Julgado: STJ. REsp 1.320.295 - RS. RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
ÔNUS DA PROVA. TEORIA DA VEROSSIMILHANÇA PREPONDERANTE. COMPATIBILI-
DADE, NA HIPÓTESE ESPECÍFICA DOS AUTOS, COM O ORDENAMENTOPROCESSUAL 
VIGENTE. CONVICÇÃO DO JULGADOR. LIVRE APRECIAÇÃO DA PROVA. PERSUAÇÃO 
RACIONAL. ARTIGOS ANALISADOS: 212, IV, DO CC; 126, 131, 273, 333, 436 E 461 DO CPC. 
1. Ação de reparação por danos materiais e compensação por danos morais ajuizada 
em 22⁄7⁄1999. Recurso especial concluso ao Gabinete em 7⁄10⁄2011. 2. Controvérsia 
que se cinge a definir se o julgamento do mérito da presente demanda, mediante aplica-
ção da teoria da verossimilhança preponderante, violou a regra de distribuição do ônus 
da prova. 3. De acordo com o disposto no art. 333 do CPC, ao autor incumbe provar os 
fatos constitutivos de seu direito; ao réu, os fatos impeditivos, modificativos ou extinti-
vos do direito do autor. 4. O ônus da prova, enquanto regra de julgamento – segundo a 
qual a decisão deve ser contrária à pretensão da parte que detinha o encargo de provar 
determinado fato e não o fez –, é norma de aplicação subsidiária que deve ser invocada 
somente na hipótese de o julgador constatar a impossibilidade de formação de seu con-
vencimento a partir dos elementos constante dos autos. 5. Em situações excepcionais, 
em que o julgador, atento às peculiaridades da hipótese, necessita reduzir as exigên-
cias probatórias comumente reclamadas para formação de sua convicção em virtude 
de impossibilidades fáticas associadas à produção da prova, é viável o julgamento do 
mérito da ação mediante convicção de verossimilhança. 6. A teoria da verossimilhança 
preponderante, desenvolvida pelo direito comparado e que propaga a ideia de que a 
parte que ostentar posição mais verossímil em relação à outra deve ser beneficiada
pelo resultado do julgamento, é compatível com o ordenamento jurídico-processual 
brasileiro, desde que invocada para servir de lastro à superação do estado de dúvida 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
do julgador. É imprescindível, todavia, que a decisão esteja amparada em elementos de 
prova constantes dos autos (ainda que indiciários). Em contrapartida, permanecendo 
a incerteza do juiz, deve-se decidir com base na regra do ônus da prova. 7. O juiz deve 
formar seu convencimento a partir dos elementos trazidos a juízo, mas constitui prerro-
gativa sua apreciar livremente a prova produzida. 8. No particular, infere-se da leitura do 
acórdão recorrido que os fatos alegados no curso da fase de instrução foram examina-
dos pelo Tribunal de origem e que a prova produzida foi devidamente valorada, de modo 
que a formação da convicção dos julgadores fundou-se nas circunstâncias fáticas reve-
ladas pelo substrato probatório que integra os autos. 9. Negado provimento ao recurso 
especial. (Rel. Min. Nancy Andrighi, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2013).
26. Em decorrência desse peculiar contexto fático-probatório, o acórdão atacado invo-
cou a aplicação da teoria da verossimilhança preponderante, construída por doutrina de 
direito comparado, sobretudo na Suécia e na Alemanha, onde é denominada, respectiva-
mente, por Överviktsprincip e Überwiegensprinzip.
27. De acordo com o estudo de MARINONI e ARENHART, essa teoria propaga a tese de 
que, em contraponto à regra do ônus da prova, bastaria um grau mínimo de probabilidade 
da existência do direito alegado para amparar uma decisão favorável. Ou, nas palavras 
dos autores, “se a posição de uma das partes é mais verossímil do que a da outra, ainda 
que minimamente, isso seria suficiente para lhe dar razão” (MARINONI, Luiz Guilherme, 
e ARENHART, Sérgio Cruz. Prova. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009, p. 87).
28. O ponto central a ser aqui analisado é a compatibilidade dessa teoria com o ordena-
mento jurídico brasileiro, e a proposta de solução que se apresenta é a seguinte: caso 
sua aplicação pelo juiz culmine na superação de seu estado de dúvida, revela-se equi-
valente ao já analisado julgamento com base em convicção de verossimilhança, cabível 
nas hipóteses excepcionais anteriormente explicitadas e decorrentes de impossibilida-
des fáticas associadas à produção da prova (hipótese dos autos). Nessa situação, por-
tanto, não há incompatibilidade entre a teoria da verossimilhança preponderante e as 
regras processuais vigentes. (ITA do REsp 1.320.295 – RS).
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•	 Crítica à verdade real (a verdade real como mito no processo):
−	 A verdade processual fática, da mesma forma que a verdade histórica, em vez de 
ser predicável em referência direta ao fato julgado, é o resultado de uma ilação dos 
fatos ‘comprovados’ do passado com os fatos probatórios do presente. Esta ilação 
– realizada por um historiador, um juiz ou detetive – pode ser representada como 
uma inferência indutiva que contém nas premissas a descrição do fato que se tem 
de explicar e as provas praticadas, além das generalidade habitualmente subenten-
didas (entimemáticas) no atendimento de experiências análogas, e que contém na 
conclusão a enunciação do fato que se aceita como provado pelas premissas e que 
equivale à sua hipótese de explicação.
−	 A ‘verdade’ de uma teoria científica e, geralmente, de qualquer argumentação ou 
proposição empírica é sempre, em suma, uma verdade não definitiva, mas con-
tingente, não absoluta, mas relativa ao estado dos conhecimentos e experiências 
levados a cabo na ordem das coisas de que se fala, de modo que, sempre, quando se 
afirma a ‘verdade’ de uma ou de várias proposições, a única coisa que se diz é que 
estas são (plausivelmente) verdadeiras pelo que sabemos sobre elas, ou seja, em 
relação ao conjunto de conhecimentos confirmados que dela possuímos. (FERRA-
JOLI, Luigi. Direito e razão. Teoria do garantismo penal. 2 ª Ed. revista e ampliada. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, p. 55).
−	 Toda verdade judicial é sempre uma verdade processual. E não somente pelo fato 
de ser produzida no curso do processo, mas, sobretudo, por tratar-se de uma cer-
teza de natureza exclusivamente jurídica. (OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de 
processo penal. 7ª Ed. revista, atualizada e ampliada. Belo Horizonte: Del Rey, 2007, 
p.291).
•	 Trecho do voto do Min. Luiz Fux na AP 470 (“mensalão”):
−	 Com efeito, a atividade probatória sempre foi tradicionalmente ligada ao concei-
to de verdade, como se constatava na summa divisio que por séculos separou o 
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processo civil e o processo penal, relacionando-os, respectivamente, às noções de 
verdade formal e de verdade material. Na filosofia do conhecimento, adotava-se a 
concepção de verdade como correspondência.
−	 Nesse contexto, a função da prova no processo era bem definida. Seu papel seria o 
de transportar para o processo a verdade absoluta que ocorrera na vida dos litigan-
tes. Daí dizer-se que a prova era concebida apenas em sua função demonstrativa
(cf. TARUFFO, Michele. “Funzione della prova: la funzione dimostrativa”, in Rivista di 
Diritto Processuale, 1997).
−	 O apego ferrenho a esta concepção gera a compreensão de que uma condenação 
no processo só pode decorrer da verdade dita “real” e da (pretensa) certeza abso-
luta do juiz a respeito dos fatos. Com essa tendência, veio também o correlato des-
prestígio da prova indiciária, a circumstancial evidence de que falam os anglo-ame-
ricanos, embora, como será exposto a seguir, o Supremo Tribunal Federal possua há 
décadas jurisprudência consolidada no sentido de que os indícios, como meio de 
provas que são, podem levar a uma condenação criminal.
−	 Contemporaneamente, chegou-se à generalizada aceitação de que a verdade (inde-
vidamente qualificada como “absoluta”, “material”ou “real”) é algo inatingível pela 
compreensão humana, por isso que, no afã de se obter a solução jurídica concre-
ta, o aplicador do Direito deve guiar-se pelo foco na argumentação, na persuasão, 
e nas inúmeras interações que o contraditório atual, compreendido como direito de 
influir eficazmente no resultado final do processo, permite aos litigantes, com se 
depreende da doutrina de Antonio do Passo Cabral (Il principio del contraddittorio 
come diritto d’influenza e dovere di dibattito. Rivista di Diritto Processuale, Anno LX, 
N.2, aprile-giugno, 2005, passim).
−	 Assim, a prova deve ser, atualmente, concebida em sua função persuasiva, de per-
mitir, através do debate, a argumentação em torno dos elementos probatórios trazi-
dos aos autos, e o incentivo a um debate franco para a formação do convencimen-
to dos sujeitos do processo. O que importa para o juízo é a denominada verdade 
suficiente constante dos autos; na esteira da velha parêmia quod non est in actis, 
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non est in mundo. Resgata-se a importância que sempre tiveram, no contexto das 
provas produzidas, os indícios, que podem, sim, pela argumentação das partes e 
do juízo em torno das circunstâncias fáticas comprovadas, apontarem para uma 
conclusão segura e correta.
−	 Essa função persuasiva da prova é a que mais bem se coaduna com o sistema do 
livre convencimento motivado ou da persuasão racional, previsto no art. 155 do 
CPP e no art. 93, IX, da Carta Magna, pelo qual o magistrado avalia livremente os 
elementos probatórios colhidos na instrução, mas tem a obrigação de fundamentar 
sua decisão, indicando expressamente suas razões de decidir.
−	 Aliás, o Código de Processo Penal prevê expressamente a prova indiciária, assim 
a definindo no art. 239: Considera-se indício a circunstância conhecida e provada, 
que, tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de 
outra ou outras circunstâncias.
−	 […]
−	 Neste sentido, por exemplo, a doutrina norte-americana estabeleceu a tese do “pa-
ralelismo consciente” para a prática de cartel. Isso porque normalmente não se as-
sina um “contrato de cartel”, basta que se provem circunstâncias indiciárias, como
a presença simultânea dos acusados em um local e a subida simultânea de preços, 
v. g., para que se chegue à conclusão de que a conduta era ilícita, até porque, num 
ambiente econômico hígido, a subida de preços, do ponto de vista de apenas um 
agente econômico, seria uma conduta irracional economicamente. Portanto, a con-
clusão pela ilicitude e pela condenação decorre de um conjunto de indícios que 
apontem que a subida de preços foi fruto de uma conduta concertada.
−	 No mesmo diapasão é a prova dos crimes e infrações no mercado de capitais. São 
as circunstâncias concretas, mesmo indiciárias, que permitirão a conclusão pela 
condenação. Na investigação de insider trading (uso de informação privilegiada e 
secreta antes da divulgação ao mercado de fato relevante): a baixa liquidez das 
ações; a frequência com que são negociadas; ser o acusado um neófito em opera-
ções de bolsa; as ligações de parentesco e amizade existentes entre os acusados 
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e aqueles que tinham contato com a informação privilegiada; todas estas e outras 
são indícios que, em conjunto, permitem conclusão segura a respeito da ilicitude 
da operação.
produção AntecipAdA dA provA
O NCPC permite, apesar de certa divergência doutrinária, o ajuizamento de uma ação au-
tônoma de produção antecipada de prova. Pelo rito do procedimento comum, há o ajuizamen-
to da ação, a apreciação de eventual tutela provisória, a citação, a tentativa de mediação ou 
conciliação, a oferta de contestação, a apresentação da réplica e, só então, a fase de produção 
de provas. Por certas vezes, é preciso adiantar a produção dessa prova, o que o Código deno-
mina de produção antecipada da prova.
A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: haja fundado receio de 
que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência 
da ação; a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio 
adequado de solução de conflito; o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar
o ajuizamento de ação.
Caso não haja alguma dessas situações, segue-se a regra geral de produção antecipada 
da prova na fase de produção probatória convencional.
A competência para a ação de produção antecipada da prova é do juízo do foro onde a 
prova deva ser produzida ou no foro do domicílio do réu, sendo que eventual futura ação a ser 
proposta com base nessa prova não tem a competência preventa, ou seja, não será necessa-
riamente ajuizada na pretérita ação de provas.
Caso não haja vara federal na localidade, ainda que a prova seja requerida em face da 
União, autarquias ou empresas públicas federais, caberá ao juízo estadual a competência 
para a ação de provas.
É possível ainda que a parte pretenda apenas justificar a existência de algum fato ou 
relação jurídica para simples documentação, sem necessariamente o caráter contencioso, 
situação que se amolda à ação de produção antecipada de provas. Nesse caso, aliás, não há 
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a determinação de citação do interessado na produção da prova ou no fato a ser provado, por 
não existir propriamente.
Como dito, a produção antecipada de provas possui natureza de ação, e cabe ao autor, na 
petição inicial, apresentar as razões que justificam a necessidade da antecipação da prova. 
Recebida a inicial, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determina a citação do interes-
sado na produção da prova ou no fato a ser provado, exceto se inexistir caráter contencioso, 
situação na qual não haverá a necessidade de citação, justamente porque o Código presume 
não haver interessados.
O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as res-
pectivas consequências jurídicas. Nessa ação há apenas o objetivo da produção da prova 
em si, não da sua valoração. Por isso não há defesa ou recurso nessa ação, salvo contra a 
decisão que indefere totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. 
O recurso, no caso, é a apelação, tendo em vista a negativa total da produção da prova e a 
extinção do processo.
Na hipótese de a ação de produção de provas possuir caráter contencioso, há a citação 
dos interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, que poderão requerer tam-
bém a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mes-
mo fato. Se esse requerimento acarretar excessiva demora na finalização da ação, a produção 
conjunta da prova pode ser negada, decisão contra a qual não cabe recurso.
Uma vez finalizada a produção da prova, os autos permanecem em cartório durante um 
mês para extração de cópias e certidões pelos interessados. Depois desse prazo, os autos 
são entregues ao promovente da medida, ou seja, o autor da ação.
depoimento pessoAl
Depoimento pessoal é uma das modalidades de prova previstas no Código e consiste em 
interrogar uma das partes do processo em audiência.
Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte. Isso significa que não é pos-
sível o requerimento de autodepoimento pessoal. O réu pode requerer o depoimento pessoal 
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do autore vice-versa, mas não pode o autor requerer o seu próprio depoimento ou o réu o seu 
próprio depoimento.
O juiz também pode ordenar de ofício o depoimento pessoal de qualquer das partes.
Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da pena 
de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz aplicar-lhe-á a 
pena de presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, ou seja, há confissão tácita.
Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for perguntado 
ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e os elementos de prova, 
declarará, na sentença, se houve recusa de depor e também considerará a confissão tácita 
no caso.
Não é possível quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte. Por isso, 
caso haja o requerimento de depoimento pessoal recíproco, deve o autor ser ouvido primeiro, 
sem a presença do réu. Depois o réu será ouvido, com a possibilidade de o autor presenciar o 
depoimento, mesmo porque, teria ele acesso após a documentação nos autos e sua presença 
não mais poderá influenciar seu depoimento, que já foi prestado.
O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária 
diversa daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconferência ou 
outro recurso tecnológico.
Durante o depoimento a parte não pode se servir de escritos anteriormente preparados, 
mas é possível consultar notas breves, apenas a título de complementação dos esclareci-
mentos. O que o Código veda é transformar o depoimento pessoal em uma leitura de provas 
documentais.
A parte, como visto, deve falar o que sabe, sem evasivas, caso contrário haverá a presun-
ção de veracidade das alegações. Há, contudo, fatos sobre os quais a parte não é obrigada a 
depor (desde que não seja ação de estado e de família): criminosos ou torpes que lhe forem 
imputados (em respeito ao direito à não autoincriminação); a cujo respeito, por estado ou 
profissão, deva guardar sigilo; acerca dos quais não possa responder sem desonra própria, de 
seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível; que coloquem em perigo 
a vida do depoente ou de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em grau sucessível.
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Em todos esses casos, a parte deve afirmar o porquê de não depor sobre o tema e, caso 
se enquadre tal situação nas exceções expostas, o juiz não poderá entender que houve con-
fissão tácita.
confissão
A confissão ocorre quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse e 
favorável ao do adversário. Pode a confissão ser judicial ou extrajudicial.
A confissão judicial pode ser espontânea, ocasião em que poderá ser feita pela própria 
parte ou por representante com poder especial, situação em que a confissão somente é eficaz 
nos limites em que este pode vincular o representado.
Também pode a confissão ser provocada, desde que mantenha seu caráter de voluntarie-
dade, ocasião em que constará do termo de depoimento pessoal.
A confissão é ato pessoal, portanto faz prova contra o confitente, mas não prejudica os 
litisconsortes. Justamente por isso, a confissão de um cônjuge ou companheiro não valerá 
sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de bens, nas 
ações que versarem sobre imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios.
Se o caso versar sobre direito indisponível, o Código não permite a confissão, além do 
mais, se aquele que confessa não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos 
confessados, considera-se o ato como ineficaz.
A confissão é irrevogável, mas pode ela ser anulada se configurado erro de fato ou coação. 
Na ação de anulação de confissão, a legitimidade é exclusiva do confitente, com possibilida-
de de transferência aos herdeiros se o falecimento ocorrer após a propositura.
A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como prova 
aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, porém cindir-se-á 
quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de 
direito material ou de reconvenção.
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exibição de documento ou coisA
Na exibição de documento ou coisa o Código tratou da situação na qual, na pendência de 
um processo, há a necessidade de compelir a outra parte a apresentar em juízo determinado 
meio de prova. A parte pode se valer da produção antecipada da prova, por ação autônoma, 
ou da exibição de documento ou coisa incidental, portanto.
O pedido de exibição de documento ou coisa deve conter a individuação do documento ou 
da coisa, a finalidade da prova e as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar 
que o documento ou coisa esteja em poder da parte contrária.
Com a petição protocolada, o juiz intimará o requerido para responder em 5 dias. Diante 
dessa intimação, pode o requerido apresentar o documento ou coisa, seguindo-se normal-
mente o processo, ou afirmar que não possui o documento ou a coisa, ocasião em que poderá 
provar tal alegação.
O Código prevê ainda três situações nas quais a recusa em apresentar o documento ou 
a coisa não serão aceitas. Logo, o juiz não admitirá a recusa se: o requerido tiver obrigação 
legal de exibir; o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com o intuito 
de constituir prova; o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Na situação de omissão à intimação ou mesmo recusa ilegítima à apresentação do do-
cumento ou da coisa, o juiz decidirá o pedido, admitindo como verdadeiros os fatos que, por 
meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar.
Há situações, contudo, em que essa presunção de veracidade não pode ocorrer (direitos 
indisponíveis, p. ex.), ocasião em que o Código permite ao juiz adotar medidas indutivas, co-
ercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido.
É possível ainda que o objeto esteja em posse de terceiro, situação na qual há a neces-
sidade de sua citação para responder no prazo de 15 dias. Na negativa em apresentar o do-
cumento ou coisa, o juiz designa audiência especial para tomar depoimento desse terceiro, 
bem como das partes e, se necessário, de testemunhas. Na sequência, profere decisão sobre 
a exibição.
Para que o terceiro exiba o documento ou coisa, é possível que o juiz ordene que efetue 
seu depósito em cartório, expeça mandado de apreensão, imponha o pagamento de multa etc.
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O Código ainda prevê uma gama de assuntos passíveis de serem alegados para que a 
recusa em exibir o documento ou a coisa seja considerada legítima. Logo, podem a parte ou 
terceiro se escusarem a exibir o documento ou a coisa se: concernente a negócios da pró-
pria vida da família; sua apresentação puder violar dever de honra; sua publicidade redundar 
em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o 
terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal; sua exibição acarretar a divulgação 
de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo; subsistirem outros 
motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição; 
houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
provA documentAl
Algumas regras próprias das forças probatórias dos documentos precisam de especial 
atenção, sobretudo por causa da incidência nos concursos e pela estranhezaem uma primei-
ra leitura da redação. Vamos a elas!
Quando a lei exigir instrumento público como da substância do ato, nenhuma outra prova, 
por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta. Portanto, a propriedade de um imóvel é 
comprovada pela matrícula, ou o casamento por sua certidão, p. ex.
O documento particular admitido expressa ou tacitamente é indivisível, sendo vedado à 
parte que pretende utilizar-se dele aceitar os fatos que lhe são favoráveis e recusar os que 
são contrários ao seu interesse, salvo se provar que estes não ocorreram.
A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação, 
ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.
Na exibição de livros empresariais, cuidado com a forma (total ou parcial): o juiz pode 
ordenar, a requerimento da parte, a exibição integral dos livros empresariais e dos documen-
tos do arquivo: na liquidação de sociedade; na sucessão por morte de sócio; quando e como 
determinar a lei. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros e dos 
documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como reproduções au-
tenticadas.
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Tanto o documento público quanto o privado possuem fé de veracidade. Cessa essa fé 
quando houver a declaração judicial da falsidade. O ônus da prova da falsidade de documento 
ou de preenchimento abusivo é da parte que a arguir, ao passo que o ônus da prova da impug-
nação da autenticidade é da parte que produziu o documento.
A falsidade de qualquer documento deve ser suscitada por intermédio de uma arguição de 
falsidade, a ser ofertada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 dias a partir da intima-
ção da juntada do documento aos autos.
Após a arguição, haverá a resolução do tema como questão incidental, ou seja, sem pro-
duzir coisa julgada, a não ser que a parte requeira que o juiz decida o tema como questão 
principal, fazendo com que a solução do tema figure no dispositivo do comando decisório, 
com a autoridade da coisa julgada.
Após a arguição da falsidade, a parte adversa será ouvida no prazo de 15 dias e, concor-
dando em retirar o documento, encerra-se a questão. Caso contrário, haverá a necessidade 
de realização de exame pericial para se decidir sobre a falsidade.
De maneira geral, compete ao autor instruir sua petição inicial com a prova documental. 
O réu, por sua vez, deverá fazê-lo em contestação. De estranhíssima previsão, consta no Có-
digo que se o documento consistir em reprodução cinematográfica ou fonográfica, sua expo-
sição será realizada em audiência, intimando-se previamente as partes.
É possível que determinado documento surja em momento posterior ao da propositura da 
ação ou ao da oferta da contestação, mas ainda assim as partes poderão juntá-lo ao proces-
so. É o chamado documento novo. A parte deve comprovar o motivo que a impediu de juntá-lo 
anteriormente. Caso o juiz aceite o documento, deve observar o contraditório, com abertura 
de prazo de 15 dias para oitiva da parte adversa.
O réu manifestar-se-á na contestação sobre os documentos anexados à inicial, e o autor 
manifestar-se-á na réplica sobre os documentos anexados à contestação.
Ao se manifestar sobre determinada documentação, a parte pode impugnar sua admissi-
bilidade, falar sobre seu conteúdo, bem como impugnar a autenticidade ou suscitar sua falsi-
dade. Nestas hipóteses (autenticidade/falsidade), a impugnação deve ser específica.
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provA testemunhAl
Prova testemunhal consiste na oitiva de testemunhas em juízo para fins de comprovação 
de determinado fato.
Para fatos provados por documento ou confissão da parte ou mesmo aqueles que só po-
dem ser comprovados por exame pericial, não será possível a oitiva de testemunhas, razão 
pela qual o juiz indeferirá sua inquirição.
Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou 
suspeitas.
Classificação Hipóteses
Incapazes Interdito por enfermidade ou deficiência mental
O que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que 
ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não 
está habilitado a transmitir as percepções
Menores de 16 anos
O cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam
Impedidos O cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o 
colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afi-
nidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao 
estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute 
necessária ao julgamento do mérito
O que é parte na causa
O que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da 
pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido 
as partes
Suspeitos O inimigo da parte ou o seu amigo íntimo
O que tiver interesse no litígio
Perceba que os casos de incapacidade dizem respeito à pessoa em si. Ela possui alguma 
limitação que a torna incapaz de depor. Os impedimentos envolvem questões de ordem sub-
jetiva, ou seja, há algumas figuras que o Código presume terem interesse na causa suficiente 
para impedir sua oitiva, apesar de ser ela hipoteticamente possível. Por fim, os casos de sus-
peição são vistos como impedimentos de menor grau. Há uma questão de ordem subjetiva, 
mas é mais branda e casuística.
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Sendo necessário, o juiz pode admitir o depoimento das testemunhas impedidas ou sus-
peitas, mesmo porque hipoteticamente podem depor. Em relação às testemunhas incapazes, 
essa brecha é aberta apenas para os menores. Nesse caso não é possível compromissar as 
testemunhas.
É no saneador que o juiz determina a produção da prova testemunhal. Fixará ele prazo não 
superior a 15 dias para as partes apresentarem o rol de testemunhas.
O rol de testemunhas conterá, sempre que possível, o nome, a profissão, o estado civil, 
a idade, o número de inscrição no CPF, o número do RG e o endereço completo da residência 
e do local de trabalho.
Apresentado o rol, as partes não podem mais substituir testemunhas, a não ser nos casos 
de falecimento, enfermidade ou se não for encontrada para depor.
O Código traz como regra o depoimento na própria audiência de instrução e julgamento. 
É possível depor por videoconferência também e o Código traz um extenso rol de casos nos 
quais a pessoa poderá ser inquirida na sua residência ou onde exerça sua função.
Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função:
I – o presidente e o vice-presidente da República;
II – os ministros de Estado;
III – os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça 
e os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior 
Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
IV – o procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público;
V – o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município, 
o defensor público-geral federal e o defensor público-geral do Estado;
VI – os senadores e os deputados federais;
VII – os governadores dos Estados e do Distrito Federal;
VIII – o prefeito;
IX – os deputados estaduais e distritais;
X – os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais 
Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitoraise os conselheiros dos Tribunais de Con-
tas dos Estados e do Distrito Federal;
XI – o procurador-geral de justiça;
XII – o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente diplomá-
tico do Brasil.
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Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da 
hora e do local da audiência designada, dispensando-se a intimação do juízo. A regra geral, 
portanto, é que o advogado da parte realize a intimação, que deve ser por AR juntada aos au-
tos com antecedência de pelo menos 3 dias da data da audiência.
A parte também pode se comprometer a levar a testemunha à audiência independente-
mente da intimação, mas caso ela falte, presume-se a desistência da sua inquirição.
A intimação judicial de testemunhas é feita apenas quando frustrada a intimação por AR; 
sua necessidade for demonstrada pela parte ao juiz; figurar no rol de testemunhas servidor 
público ou militar, situação na qual o juiz requisita ao chefe da repartição ou ao comando do 
corpo a presença da testemunha; se a testemunha for arrolada pelo MP ou Defensoria; ou se 
for a testemunha uma daquelas do rol do art. 454 (que podem ser ouvidas em sua residência 
ou no trabalho).
A testemunha intimada pela via judicial ou pelo advogado que deixar de comparecer sem 
motivo justificado será conduzida e responderá pelas despesas do adiamento.
A oitiva das testemunhas segue a seguinte regra: cada uma será ouvida separadamente, 
primeiro as do autor e depois as do réu. Uma não ouvirá o depoimento das outras. É possível 
ainda alterar essa ordem se as partes concordarem.
Antes de começar a falar, a testemunha será qualificada, ocasião em que pode a parte 
contrária contraditar a testemunha, arguindo incapacidade, impedimento ou suspeição. Se a 
testemunha negar a contradita, a parte pode prová-la com documentos ou com outras teste-
munhas (no máximo 3), que serão apresentadas no ato e inquiridas em separado.
Se a contradita for provada, o juiz dispensa a testemunha ou mesmo pode ouvi-la como 
informante (sem o compromisso).
Ultrapassadas as fases de qualificação e possível contradita, deve o juiz compromissar a 
testemunha para que ela diga a verdade, sob pena de incorrer em sanção penal por crime de 
falso testemunho.
A parte que arrolou a testemunha começa perguntando e depois a parte adversa. As per-
guntas são feitas diretamente, mas o juiz pode não admitir as perguntas que induzam a res-
posta ou não tiverem relação com as questões de fato objeto da atividade probatória.
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O juiz também pode formular perguntas, tanto antes quanto depois da inquirição feita 
pelas partes.
O depoimento pode ser documentado por gravação ou digitado. Se for digitado, devem 
assinar a ata o juiz, o depoente e os procuradores.
O juiz pode ainda, de ofício ou a requerimento das partes, inquirir testemunhas referidas
nas declarações das partes ou das testemunhas ou mesmo realizar a acareação, que ocorre 
quando duas ou mais testemunhas divirjam em suas declarações, situação em que é possível 
a nova oitiva dos depoentes.
A testemunha pode requerer ao juiz o pagamento da despesa que efetuou para compare-
cimento à audiência, devendo a parte pagá-la logo que arbitrada ou depositá-la em cartório 
dentro de três dias.
Evidente que o depoimento é um serviço público e por isso não haverá penalidade na au-
sência da testemunha de seu serviço habitual (não há desconto de salário nem no tempo de 
serviço).
provA periciAl
A prova pericial é realizada por exame, vistoria ou avaliação. Caso a prova do fato não de-
penda de conhecimento especial de técnico, for de verificação impraticável ou não depender
de conhecimento especial de técnico, o juiz poderá indeferir a perícia.
Sempre que o ponto controvertido for de menor complexidade, também, o juiz pode, de 
ofício ou a requerimento das partes, substituir a perícia pelo que o Código denomina de pro-
va técnica simplificada, consistente na inquirição de especialista (com formação acadêmica 
específica na área objeto do depoimento) pelo juiz sobre o ponto controvertido da causa que 
demande o especial conhecimento científico ou técnico.
Como vimos, é no saneamento do processo que o juiz defere a produção de demais pro-
vas, dentre elas a pericial. Se o caso comportar imediato julgamento, novas provas são dis-
pensáveis, caso contrário, se houver a necessidade de melhor instrução do processo, passas-
se a essa etapa.
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Ao deferir a prova pericial, o juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixa-
rá de imediato o prazo para a entrega do laudo. Esse ato processual deverá ser comunicado 
às partes e ao perito nomeado, evidentemente. As partes, dentro de 15 dias da intimação do 
despacho de nomeação do perito, podem apresentar seus quesitos, indicar assistente técnico
ou arguir impedimento ou suspeição do perito. O perito, por sua vez, em 5 dias, apresentará a 
proposta de honorários, currículo com comprovação da especialização e contatos profissio-
nais.
As partes são intimadas da proposta de honorários que o perito apresenta em 5 dias e têm 
elas também o prazo comum de 5 dias para falar sobre o valor (concordar, pedir para reduzir 
etc). Chegado ao consenso sobre o valor dos honorários o juiz determina o adiantamento dos 
honorários. Quem requereu a prova deverá pagar o valor e no caso de determinação de ofício
pelo juiz ou se houver o requerimento por ambas as partes, o valor deverá ser rateado.
É comum na prática e o Código permite também que haja o pagamento de 50% no início
dos trabalhos e o remanescente ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os es-
clarecimentos. Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá também reduzir
a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
É possível também que a perícia seja realizada em localidade diversa da sede do juízo, 
com a necessidade de expedição de carta. Nesse caso, pode-se nomear o perito e indicar os 
assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
O perito é um auxiliar da justiça e deve cumprir seu encargo escrupulosamente, sem que 
haja a necessidade de um termo de compromisso para tanto. Vimos que a parte pode arguir 
impedimento ou suspeição do perito, mas tal regra não se aplica aos assistentes técnicos, 
que são de confiança de cada parte. O perito deve também assegurar aos assistentes o aces-
so e acompanhamento das diligências, comunicando via processo com antecedência mínima 
de 5 dias.
Se o perito, sem motivo legítimo deixar de cumprir o encargo no prazo assinado, o juiz 
comunicará a ocorrência à corporação profissional e poderá ainda impor multa ao perito com 
base no valor da causa e no prejuízo decorrente do atraso no processo. Deverá ele também, 
ao ser substituído, restituir, em 15 dias, os valores recebidos pelo trabalho não realizado, 
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podendo a parte que efetuou o pagamento ingressar com execução pelo rito do cumprimento 
de sentença.
O Código permite também a escolha, de comum acordo entre as partes, do perito, desde 
que sejam plenamente capazes e a causa puder ser resolvida por autocomposição.
O laudo deve, portanto, ser apresentado dentro do prazo fixado inicialmente pelo juiz em 
seu despacho. Por motivo justificado, se não for possível apresentar o laudo no prazo,pode o 
juiz prorrogar pela metade o prazo originalmente fixado. Logo, se o juiz estipulou 60 dias para 
a entrega do laudo, seria possível a prorrogação por até 30 dias.
Finalizado o laudo o perito deve protocolá-lo em juízo pelo menos 20 dias antes da audi-
ência de instrução e julgamento. As partes são intimadas para, no prazo comum de 15 dias, 
manifestarem-se sobre o laudo, podendo o assistente técnico de cada uma das partes em 
igual prazo apresentar seu parecer.
Se sobrevier divergência no parecer do assistente técnico da parte ou dúvida de qualquer 
das partes, do juiz ou do MP, o perito deve esclarecer o ponto em 15 dias. É possível ainda que 
o juiz determine que o perito ou o assistente compareçam à audiência de instrução para fins 
de esclarecimento.
O juiz apreciará a prova pericial de acordo com o princípio da comunhão das provas, in-
dicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de considerar as 
conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo perito (livre convencimento 
motivado). Veja que pode o juiz portanto discordar do perito.
É possível também a determinação de nova perícia, de ofício ou a requerimento da parte, 
se a matéria não for suficientemente esclarecida, sendo essa medida excepcional. A segunda 
perícia não substitui a primeira, mas apenas a complementa.
inspeção JudiciAl
O juiz, pessoalmente, pode inspecionar pessoas ou coisas e a isso dá-se o nome de ins-
peção judicial, que tanto pode ocorrer de ofício ou a requerimento da parte.
Pode o juiz ir sozinho verificar a pessoa ou a coisa ou mesmo ser assistido por um ou mais 
peritos.
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O livre convencimento motivado por si só já justifica a inspeção judicial, ainda assim o 
Código elencou algumas situações em que a inspeção será cabível, como quando a coisa 
não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades, ou 
mesmo para reconstituir os fatos ou para melhor verificação ou interpretação do contexto a 
ser julgado.
As partes têm o direito de assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo ob-
servações, isso leva a crer, apesar de o Código não ser expresso, que o Juiz deve intimar as 
partes sobre sua intenção.
Concluída a diligência, o juiz manda lavrar autocircunstanciado mencionando tudo quanto 
for útil ao julgamento da causa, podendo instruir com desenho, gráfico ou fotografia.
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RESUMO
•	 O Código prevê uma liberdade probatória, por isso as partes podem empregar todos os 
meios legais, bem como os moralmente legítimos, mesmo que não sejam especifica-
dos no Código, para provar a verdade dos fatos.
•	 O juiz pode, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao 
julgamento do mérito.
•	 O juiz também pode indeferir diligências inúteis ou meramente protelatórias, desde 
que o faça em decisão fundamentada. Não há, portanto, direito subjetivo à produção 
da prova.
•	 Uma vez ingressada a prova no processo, ela se desvincula de quem a produziu para 
fins de sua avaliação, ou seja, há o que se denomina de princípio da comunhão das 
provas, por isso o juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do 
sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu con-
vencimento. Como a apreciação probatória é livre, mas vinculada à fundamentação da 
decisão que a analisar, diz-se que vigora no ordenamento o princípio do livre conven-
cimento motivado.
•	 O Código permite o emprego de provas emprestadas, produzidas em outro processo, 
sendo livre a sua valoração pelo magistrado, desde que seja observado o contraditório, 
ou seja, devem as partes terem a oportunidade de se manifestarem sobre a prova que 
ingressa nos autos antes da formação do convencimento do juiz sobre seu conteúdo.
•	 O Código possui uma regra objetiva de distribuição do ônus da prova (distribuição es-
tática): cabe ao autor desincumbir-se do seu ônus quanto ao fato constitutivo do seu
direito e cabe ao réu essa tarefa quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do autor.
•	 Há a possibilidade ainda de uma distribuição dinâmica do ônus da prova, de forma di-
versa à objetivamente exposta no Código.
•	 Nos casos previstos em lei (fato do produto no CDC, p. ex.) ou diante de peculiaridades
da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o en-
cargo do ônus da prova ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, 
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poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão 
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do 
ônus que lhe foi atribuído.
•	 Essa distribuição diversa do ônus probatório não pode gerar situação em que a desin-
cumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
•	 As partes, ademais, também podem convencionar, antes ou durante o processo, a dis-
tribuição do ônus probatório por regras diversas daquelas objetivamente estabelecidas 
no Código, desde que não se trate de direito indisponível ou não torne excessivamente 
difícil a uma parte o exercício do direito.
•	 Diz o Código que não dependem de prova os fatos: notórios; afirmados por uma parte 
e confessados pela parte contrária; admitidos no processo como incontroversos; em 
cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade.
•	 Na avaliação das provas, cabe ao juiz aplicar as regras de experiência comum pela 
observação do que ordinariamente acontece, bem como regras de experiência técnica. 
O Código ressalva, quanto às regras de experiência técnica, o exame pericial, ou seja, 
quando houver alguma situação que demande a análise pericial, não pode o juiz subs-
tituir a atividade do perito e manifestar-se a título de emissão de um parecer.
•	 O juiz conhece a lei, portanto cabe à parte provar a alegação dos fatos. O Código ex-
cepciona essa regra em relação ao direito municipal, estadual, estrangeiro ou consue-
tudinário. Para esses casos, a parte que alegar tais normas deve provar o teor e a 
vigência de seu conteúdo caso o juiz determine. Se nada determinar, segue-se a regra 
geral de que o juiz conhece a lei.
•	 A carta precatória, a carta rogatória e o auxílio direto suspenderão o julgamento da 
causa no caso de a sentença de mérito tiver de ser proferida somente após a verifica-
ção de determinado fato ou da produção de certa prova, quando, tendo sido requeridos 
antes da decisão de saneamento, a prova neles solicitada for imprescindível.
•	 Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento 
da verdade, mas as partes têm o direito de não produzir prova contra si própria.
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•	 O terceiro, por sua vez, tem a incumbência de informar ao juiz os fatos e circunstâncias 
de que tenha conhecimento e exibir coisas ou documentos que estejam em seu poder, 
sob pena de imposição de multa ou outras medidas indutivas, coercitivas, mandamen-
tais ou sub-rogatórias.
•	 A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que: haja fundado receio 
de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na 
pendência da ação; a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocompo-
sição ou outro meio adequado de solução de conflito;o prévio conhecimento dos fatos 
possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
•	 A competência para a ação de produção antecipada da prova é do juízo do foro onde 
a prova deva ser produzida ou no foro do domicílio do réu, sendo que eventual futura 
ação a ser proposta com base nessa prova não tem a competência preventa, ou seja, 
não será necessariamente ajuizada na pretérita ação de provas.
•	 Caso não haja vara federal na localidade, ainda que a prova seja requerida em face da 
União, autarquias ou empresas públicas federais, caberá ao juízo estadual a compe-
tência para a ação de provas.
•	 É possível ainda que a parte pretenda apenas justificar a existência de algum fato ou 
relação jurídica para simples documentação, sem necessariamente o caráter conten-
cioso, situação que se amolda à ação de produção antecipada de provas. Nesse caso, 
aliás, não há a determinação de citação do interessado na produção da prova ou no 
fato a ser provado, por não existir propriamente.
•	 Como dito, a produção antecipada de provas possui natureza de ação, e cabe ao autor, 
na petição inicial, apresentar as razões que justificam a necessidade da antecipação 
da prova. Recebida a inicial, o juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determina a ci-
tação do interessado na produção da prova ou no fato a ser provado, exceto se inexistir 
caráter contencioso, situação na qual não haverá a necessidade de citação, justamente 
porque o Código presume não haver interessados.
•	 O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as 
respectivas consequências jurídicas. Nessa ação há apenas o objetivo da produção 
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da prova em si, não da sua valoração. Por isso não há defesa ou recurso nessa ação, 
salvo contra a decisão que indefere totalmente a produção da prova pleiteada pelo re-
querente originário. O recurso, no caso, é a apelação, tendo em vista a negativa total da 
produção da prova e a extinção do processo.
•	 Na hipótese de a ação de produção de provas possuir caráter contencioso, há a citação 
dos interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, que poderão requerer 
também a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relaciona-
da ao mesmo fato. Se esse requerimento acarretar excessiva demora na finalização da 
ação, a produção conjunta da prova pode ser negada, decisão contra a qual não cabe 
recurso.
•	 Uma vez finalizada a produção da prova, os autos permanecem em cartório durante 
um mês para extração de cópias e certidões pelos interessados. Depois desse prazo, 
os autos são entregues ao promovente da medida, ou seja, o autor da ação.
•	 Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte.
•	 O juiz também pode ordenar de ofício o depoimento pessoal de qualquer das partes.
•	 Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e advertida da 
pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar a depor, o juiz apli-
car-lhe-á a pena de presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor, ou seja, há 
confissão tácita.
•	 Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao que lhe for perguntado 
ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais circunstâncias e os elementos de 
prova, declarará, na sentença, se houve recusa de depor e também considerará a con-
fissão tácita no caso.
•	 Não é possível quem ainda não depôs assistir ao interrogatório da outra parte.
•	 O depoimento pessoal da parte que residir em comarca, seção ou subseção judiciária 
diversa daquela onde tramita o processo poderá ser colhido por meio de videoconfe-
rência ou outro recurso tecnológico.
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•	 Durante o depoimento a parte não pode se servir de escritos anteriormente preparados, 
mas é possível consultar notas breves, apenas a título de complementação dos escla-
recimentos. O que o Código veda é transformar o depoimento pessoal em uma leitura 
de provas documentais.
•	 A parte, como visto, deve falar o que sabe, sem evasivas, caso contrário haverá a pre-
sunção de veracidade das alegações. Há, contudo, fatos sobre os quais a parte não 
é obrigada a depor (desde que não seja ação de estado e de família): criminosos ou
torpes que lhe forem imputados (em respeito ao direito à não autoincriminação); a 
cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo; acerca dos quais não possa
responder sem desonra própria, de seu cônjuge, de seu companheiro ou de parente em 
grau sucessível; que coloquem em perigo a vida do depoente ou de seu cônjuge, de seu 
companheiro ou de parente em grau sucessível.
•	 A confissão ocorre quando a parte admite a verdade de fato contrário ao seu interesse 
e favorável ao do adversário. Pode a confissão ser judicial ou extrajudicial.
•	 A confissão judicial pode ser espontânea, ocasião em que poderá ser feita pela própria 
parte ou por representante com poder especial, situação em que a confissão somente 
é eficaz nos limites em que este pode vincular o representado.
•	 Também pode a confissão ser provocada, desde que mantenha seu caráter de volunta-
riedade, ocasião em que constará do termo de depoimento pessoal.
•	 A confissão é ato pessoal, portanto faz prova contra o confitente, mas não prejudica os 
litisconsortes. Justamente por isso, a confissão de um cônjuge ou companheiro não 
valerá sem a do outro, salvo se o regime de casamento for o de separação absoluta de
bens, nas ações que versarem sobre imóveis ou direitos reais sobre imóveis alheios.
•	 Se o caso versar sobre direito indisponível, o Código não permite a confissão, além do 
mais, se aquele que confessa não for capaz de dispor do direito a que se referem os 
fatos confessados, considera-se o ato como ineficaz.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
•	 A confissão é irrevogável, mas pode ela ser anulada se configurado erro de fato ou 
coação. Na ação de anulação de confissão, a legitimidade é exclusiva do confitente, 
com possibilidade de transferência aos herdeiros se o falecimento ocorrer após a pro-
positura.
•	 A confissão é, em regra, indivisível, não podendo a parte que a quiser invocar como 
prova aceitá-la no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável, po-
rém cindir-se-á quando o confitente a ela aduzir fatos novos, capazes de constituir 
fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.
•	 O pedido de exibição de documento ou coisa deve conter a individuação do documento 
ou da coisa, a finalidade da prova e as circunstâncias em que se funda o requerente 
para afirmar que o documento ou coisa esteja em poder da parte contrária.
•	 Com a petição protocolada, o juiz intimará o requerido para responder em 5 dias. Dian-
te dessa intimação, pode o requerido apresentar o documento ou coisa, seguindo-se 
normalmente o processo, ou afirmar que não possui o documento ou a coisa, ocasião 
em que poderá provar tal alegação.
•	 O Código prevê ainda três situações nas quais a recusa em apresentar o documento ou 
a coisa não serão aceitas. Logo, o juiz não admitirá a recusa se: o requerido tiver obri-
gação legal de exibir; o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, 
com o intuito de constituir prova; o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
•	 Na situação de omissão à intimação ou mesmo recusa ilegítima à apresentação do 
documento ou da coisa, o juiz decidirá o pedido, admitindo como verdadeiros os fatos
que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar.
•	 Há situações, contudo, em

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