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Honorários de Sucumbência

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À luz dos honorários advocatícios sucumbenciais na justiça do trabalho que entrou em vigor com a lei 13.467/2017 (reforma trabalhista), mais especificamente na CLT em seu artigo 790 e 790-A e seus parágrafos, o qual versa sobre o tema: 
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.
A respeito da sua incidência destaca-se que será aplicável somente às ações propostas após a reforma trabalhista, inexistindo tal obrigação e aplicação às ações propostas anteriormente a lei, nesse sentido os tribunais superiores se manifestaram de forma pacificada:
"1. AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO RECLAMANTE AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 13.467/2017. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DOENÇA OCUPACIONAL. DANOS MORAIS. Nega-se provimento a agravo de instrumento quando suas razões, mediante as quais se pretende demonstrar que o recurso de revista atende aos pressupostos de admissibilidade inscritos no art. 896 da CLT, não conseguem infirmar os fundamentos do despacho agravado. Agravo de Instrumento a que se nega provimento. 2. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE LEI 13.467/2017. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA (IMPROCEDENTE). AJUIZADA APÓS 11/11/2017. VIGÊNCIA DA LEI 13.467/2017. A condenação do reclamante ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais com fundamento no art. 791-A, e parágrafos, da CLT, é devida nos casos em que a reclamação trabalhista foi ajuizada após 11/11/2017. Esse é o entendimento objeto do artigo 6º da Instrução Normativa 41/2018, do seguinte teor: "a condenação em honorários advocatícios sucumbenciais, prevista no artigo 791- A, e parágrafos, da CLT, será aplicável apenas às ações propostas após 11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017)" . Precedentes. Recurso de Revista de que não se conhece" (RRAg-1000545-03.2018.5.02.0435, 8ª Turma, Relator Ministro Joao Batista Brito Pereira, DEJT 12/04/2021). (grifo nosso).
 Importante destacar que sua incorporação junto à CLT trouxe inicialmente muita discussão sobre o tema pois pairou sobre estudiosos e aplicadores do direito que tal instituto poderia colidir com o princípio constitucional de acesso à justiça, ou afastar o acesso dos menos favorecidos. Assim, muito se discute qual foi intenção do legislador em trazer os honorários sucumbenciais para o ramo do direito do trabalho.
 Destarte, o legislador enfatizou que com a ausência de sucumbência na legislação trabalhista historicamente resultou na mobilização improdutiva e perda da eficiência da justiça trabalhista e sua propositura tem o seguinte objeto: “Pretende-se com as alterações sugeridas inibir a propositura de demandas baseadas em direito ou fatos inexistentes”. Para Mariane e col. (2018) a natureza dos honorários sucumbenciais na justiça do trabalho, portanto, é punitiva, visando, sobretudo, estancar e reduzir o número de ações trabalhistas e conforme dados levantados pela autora, houve uma diminuição de 40% nas demandas trabalhistas a qual afirma que o pagamento de honorários de sucumbência em caso de improcedência tem feito trabalhadores deixarem de buscar direitos.
 No tocante aos beneficiários da justiça gratuita compreendida como isenção das despesas processuais ao hipossuficiente com o advento da reforma trabalhista os honorários advocatícios e as despesas processuais sucumbenciais não foram incluídas na assistência, ficando assim, o beneficiário responsável no caso de improcedência da ação. 
Nessa seara, com o advento da lei 13.467/2017 a legislação inovou em seu artigo 3º do artigo 790, estabelecendo ao juiz sua concessão, a requerimento ou de oficio, o beneficio da justiça gratuita aos que percebem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência.
Todavia e muito oportuno o artigo 790-A discorre com o seguinte texto:
 § 4o Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do beneficiário. 
 	De encontro com referido texto os tribunais superiores se manifestaram como em recente julgado Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região:
EMENTA HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. Considerando-se que o presente feito foi ajuizado após a entrada em vigor da referida alteração legal (reforma trabalhista), é devido o pagamento dos honorários sucumbenciais. No entanto, considerando-se que a parte é beneficiária da Justiça Gratuita, a obrigação ao pagamento dos honorários deve permanecer sob condição suspensiva de exigibilidade, na forma prevista no §4º do artigo 791-A da CLT.
(TRT da 4ª Região, 2ª Turma, 0020069-20.2018.5.04.0282 ROT, em 20/11/2020, Desembargador Clovis Fernando Schuch Santos) (Grifo nosso).

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