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Saúde do idoso 1

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Saúde do idoso2
Valéria Santos 
ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA
A política nacional do idoso (PNI), Lei nº8. 842, de 4 de janeiro de 1994, e o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741,de 1º de outubro de 2003, define Idoso :
	pessoas com 60 anos ou mais. 
Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2002) define o idoso a partir da idade cronológica, portanto: 
	 idosa é aquela pessoa com 60 anos ou mais, em países em desenvolvimento e com 65 anos ou mais em países desenvolvidos. 
É importante reconhecer que a idade cronológica não é um marcador preciso para as mudanças que acompanham o envelhecimento. Existem diferenças significativas relacionadas ao estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas que possuem a mesma idade (Brasil, 2005).
· O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde:
· fecundidade
· mortalidade 
· aumento da expectativa de vida.
· A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) define envelhecimento como:
	“um processo sequencial, individual, acumulativo, irreversível, universal, não patológico, de deterioração de um organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de fazer frente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte”.
· DCNT- doenças crônicas não-transmissíveis
	podem afetar a funcionalidade das pessoas idosas.
· AVD - atividades de vida diária, tende a diminuir cerca de 5% na faixa etária de 60 anos e cerca de 50% entre os com 90 ou mais anos.
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA DA PESSOA IDOSA
· Idoso ≥ 60 anos,
· mais idosos ≥ 70 anos , 
· muito idosos anos ou idosos em velhice avançada ≥ 80 anos, corresponde a 12,8% da população idosa e 1,1% da população total.
Senilidade x Senescência
· Senescência é o conjunto de manifestações orgânicas decorrentes do processo natural de envelhecimento.
· Senilidade é o conjunto de manifestações decorrentes de situação de doença que pode acompanhar o indivíduo ao longo do envelhecimento – prejuízo à autonomia e independência do indivíduo
Saúde do idoso
Define-se saúde como uma medida da capacidade de realização de aspirações e da satisfação das necessidades e não simplesmente como a ausência de doenças. 
A maioria dos idosos é portadora de doenças ou disfunções orgânicas que, na maioria das vezes, não estão associadas à limitação das atividades ou à restrição da participação social. 
Assim, mesmo com doenças, o idoso pode continuar desempenhando os papéis sociais. O foco da saúde está estritamente relacionado à funcionalidade global do indivíduo, definida como a capacidade de gerir a própria vida ou cuidar de si mesmo. 
A pessoa é considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinha, de forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças (MORAES, 2009).
Bem-estar e funcionalidade são equivalentes. Representam a presença de autonomia (capacidade individual de decisão e comando sobre as ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras) e independência (capacidade de realizar algo com os próprios meios), permitindo que o indivíduo cuide de si e de sua vida. 
A própria portaria que institui a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa considera que “o conceito de saúde para o indivíduo idoso se traduz mais pela sua condição de autonomia e independência que pela presença ou ausência de doença orgânica” (BRASIL, 2006).
FISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO
ENVELHECIMENTO
•É um processo biológico, progressivo e irreversível no qual ocorrem modificações físicas e fisiológicas resultantes da ação do tempo”. 
•Estas mudanças não são produzidas por doenças e variam de indivíduo para indivíduo. Característica – heterogeneidade.
Com a evolução natural do envelhecimento, a percentagem corporal de água decresce, passando de 70% no adulto jovem para 50% no idoso. 
Adaptações Fisiológicas
· Temperatura, altitude, alimentação, exercício....
· O organismo está em constante desequilíbrio com o meio externo e necessita de adaptação do meio interno e as necessidades das células.
Senilidade – Envelhecimento Patológico
· Envelhecimento na presença de traumas e doenças e alteram para baixo a curva de autonomia e independência
· Diabetes por obesidade
· Hipertensão por hipercolestorolemia
· Osteoporose e osteoartrose por dietas atividades físicas equivocadas
Hábito + genética = Patologia
Patologia + Envelhecimento= Senilidade
Senescência – Envelhecimento normal
•	Corpo
•	Pele e pelos 
•	Sistema ósseo e articular
•	Sistema muscular
•	Sistema cardiovascular
•	Sistema respiratório e digestivo 
•	Sistema urinário e reprodutor
•	Sistema nervosa
PELE E PELOS 
• Perda de elastina e colágeno– rugas, achatamento das papilas dérmicas 
• Perda da capacidade de sustentação – bolsas orbitais e sulcos labiais 
• Diminuição das glândulas- pele seca e aspera e poros dilatados 
• Perda de aproximadamente 20% da espessura da derme.
· Perda de pelos (50 a 100 p/dia)
· Perda da pigmentação com alteração na cor
Pele
· Colágeno mais estável 
· aumenta a rigidez e perda da elasticidade do tecido conjuntivo.
· Diminui a atividade enzimática dos fibroblastos 
· redução cicatrização. 
· Foto envelhecimento são as mudanças na aparência e função da pele após a contínua exposição aos raios ultravioleta do sol.
· Alteração nos melanócitos e alças capilares – manchas senis
· Unhas frágeis
Sono e Repouso
Diminuição dos períodos de sono e aumento dos despertares
Envelhecimento Sensorial – Olhos
· Achatamento da superfície da córnea
· Alterações no cristalino
· Perda de elementos da retina e sistema de processamento neuronal
 
· Catarata
Catarata é uma opacidade parcial ou total do cristalino. O cristalino é uma lente biconvexa natural do olho localizado atrás da pupila. Ele colabora na convergência dos raios luminosos para formação da imagem na retina,
· Degeneração da mácula
A mácula é uma pequena área da retina responsável pela visão de detalhes. A visão fica borrada ou distorcida, além de causar a percepção de uma mancha escura na visão central. 
 
· Glaucoma
É uma doença que atinge o nervo óptico e envolve a perda de células da retina responsáveis por enviar os impulsos nervosos ao cérebro. 
Envelhecimento sensorial – Audição
· Perda da elasticidade da membrana basilar
· Perda de receptores sensoriais
· Perda de neurônios do 8º nervo
Paladar
· Aumento da viscuosidade da saliva
· Aumento do pH salivar
· Diminuição da capacidade de diferenciar gosto
· Diminuição das papilas gustativas
Olfato
· Perda crescente dos receptores do epitelio nasal
· O tamanho e a forma do nariz alteram-se pelo enfraquecimento das cartilagens.
Tato – Somestesia
· Redução dos terminais e receptores
MÚSCULO ESQUELÉTICO
· Redução em número e extensão, das fibras musculares
· Redução da irrigação sanguínea
· Redução da absorção de cálcio
· ESTATURA 
 Diminui 1cm/década acentuação após 70 anos 
 Modificações:
· Coluna vertebral
· Caixa torá
SISTEMA MUSCULAR
· Diminuição da massa muscular em volume e extensão.
ESQUELÉTICO
· Osso poroso e delgado - sujeito a fraturas
ÓSSOS E CARTILAGENS
· Desgastes nas articulações
· Maior risco de fraturas espontâneas
SISTEMA NERVOSO
· Diminuição do peso do cérebro (após 45 anos redução de 20%.)
· Diminuição das sinapses neuronais- respostas reflexas diminuídas
· Redução progressiva dos neurônios cerebrais
· Aparecimento de placas senis e degeneração neurofibrilar
· Comprometimento da neurotransmissão dopaminérgica e colinérgica
· Fluxo sanguíneo cerebral alterado
SISTEMA CIRCULATÓRIO
· Rigidez na parede dos vasos e depósito de placas de lipídeos – hipertensão sistólica
· Diminuição da resposta vascular às mudanças de posição, diminuição da elasticidade do vaso – maior susceptibilidade à hipotensão postural
· Calcificação – depósito de tecido adiposo
· Vasos Periféricos
Perda de elasticidade, obstruções, disfução das válvulas = Varizes
Sistema Cardíaco
Perda gradual de fibras marca-passo
Valvas tornam-se mais rígidas
Espessamento da parede ventricular
Perdade função, mas não Insuficiência cardíaca
SISTEMA RESPIRATÓRIO
· Rigidez da parede torácica e perda da elasticidade pulmonar
· Diminuição da potência motora e muscular por perda de massa 
· Aumento do volume residual
· Diminuição da quantidade de alvéolos
· menor reserva funcional 
Pior desempenho físico
SISTEMA DIGESTÓRIO
· Alterações da motilidade e função secretória 
· Lentificação do trânsito levando a plenitude e constipação
· Diminuição da absorção de nutrientes específicos como exemplo a vit b12, vit. D, ácido fólico
· Diminuição do paladar- inapetência
· Desgaste dentário com perda dos dentes
SISTEMA URINÁRIO
· Perda da função renal em média de 1% para cada ano de vida a partir dos 40 anos.
· Redução do número de néfrons.
· Redução de vascularização
· Perda do equilíbrio muscular da bexiga - capacidade de armazenamento comprometida.
· Aumento da próstata (75%).
SISTEMA REPRODUTOR
· Atrofia dos órgãos (ovários, útero)
· Atrofia da mucosa vaginal 
· Perda da elasticidade uterina
· Diminuição de pelos pubianos
· Tecido fibroso substituindo tecido mamário
· Diminuição da produção de gametas
· Diminuição dos hormônios
· Aumento da próstata
Dez mandamentos do envelhecimento saudável
· Faça atividades físicas
· Alimente-se bem
· Evite hábitos nocivos com álcool e fumo
· Procure dormir bem
· Faça atividades que te dão prazer. Ria.
· Evite as tensões e o “stress”
· Fuja do isolamento, mantenha relações afetivas
· Exercite sua memória. Ler, assistir filmes, cantar
· Desenvolva a espiritualidade
· Não fique ocioso
AVALIAÇÃO DA PESSOA IDOSA
AVALIAÇÃO MULTIDIMENSIONAL DA PESSOA IDOSA
Representa uma avaliação rápida que pode ser utilizado para identificar problemas de saúde condicionantes de declínio funcional em pessoas idosas. 
AVALIAÇÃO VISUAL
· Para avaliar essa função, pergunte ao idoso sobre a dificuldade sentida para ler, assistir televisão, dirigir ou desenvolver para executar qualquer outra atividade da vida cotidiana.
· As respostas afirmativas devem ser avaliadas com o uso do cartão de Jaeger a uma distância de 35cm com o uso de seus óculos ou lentes habituais. Façam o teste com cada olho individualmente e em seguida, em conjunto.
· Resultado no nível 20/40 serão considerados sem disfunção.
AVALIAÇÃO AUDITIVA
“TESTE DO SUSSURRO”
A uma distância de aproximadamente 33 cm, fora do campo visual do paciente, sussurre uma frase simples como “qual é o seu nome?” Faça isso em ambos os ouvidos separadamente. 
· Caso o paciente não responda, examine o conduto auditivo para verificar a presença de obstáculos. 
AVALIAÇÃO COGNITIVA
MEEM – Mini Exame do Estado Mental 
Uma forma de avaliação mais simples e rápida, derivada do MEEM consiste em dizer o nome de três objetos à pessoa idosa, solicitar que ela os repita imediatamente e três minutos depois. A incapacidade de relembrar os nomes indica a necessidade de realização do teste completo. 
· Pontuação total = 30 pontos. 
As notas de corte sugeridas são: 
· Analfabetos = 19
· 1 a 3 anos de escolaridade = 23
· 4 a 7 anos de escolaridade = 24
· > 7 anos de escolaridade = 28
· Como complementação, pode-se utilizar a teste do relógio e de teste de fluência verbal (nomeação de animais). 
Caso, ao final dos testes, ainda haja dúvidas acerca do diagnóstico, a pessoa idosa deverá ser encaminhada para testes neuropsicológicos mais elaborados.
A combinação do MEEM com o questionário de Pfeffer indicam uma maior especificidade para a medida de declínio cognitivo mais grave. Ainda considerando o viés produzido pela baixa escolaridade nos resultados do MEEM parece ser adequada a associação do QPAF para se obter a confirmação do declínio cognitivo acompanhado de limitações funcionais sugerindo a presença de demência ou outros transtornos associados
QUESTIONÁRIO DE PFEFFER
1. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar do seu próprio dinheiro?
2. (PESSOA IDOSA) é capaz de fazer as compras sozinho (por exemplo de comida e roupa)?
3. (PESSOA IDOSA) é capaz de esquentar água para café ou chá e apagar o fogo?
4. (PESSOA IDOSA) é capaz de preparar comida?
5. (PESSOA IDOSA) é capaz de manter-se a par dos acontecimentos e do que se passa na vizinhança?
6. (PESSOA IDOSA) é capaz de prestar atenção, entender e discutir um programa de rádio, televisão ou um artigo do jornal?
7. (PESSOA IDOSA) é capaz de lembrar de compromissos e acontecimentos familiares?
8. (PESSOA IDOSA) é capaz de cuidar de seus próprios medicamentos?	
9. (PESSOA IDOSA) é capaz de andar pela vizinhança e encontrar o caminho de volta para casa?
10. (PESSOA IDOSA) é capaz de cumprimentar seus amigos adequadamente?
(PESSOA IDOSA) é capaz de ficar sozinho(a) em casa sem problemas?
· Pontuação: Some as respostas de acordo com o indicado no cartão. A pontuação máxima é 33 pontos. A soma de seis ou mais pontos sugere declínio cognitivo.
AVALIAÇÃO DO HUMOR
O uso da pergunta “O(a) Sr(a) se sente triste ou desanimado frequentemente (com ênfase no frequentemente)?” parece ser capaz de detectar a maioria dos casos de DEPRESSÃO. 
· Uma resposta afirmativa a essa questão deve ser avaliada com a Escala de Depressão Geriátrica onde um escore de cinco ou mais pontos sugere depressão de significância clínica.
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA
GERIATRIC DEPRESSION SCALE – GDS
(versão de 15 questões)
· Trata-se de um questionário de 15 perguntas com respostas dicotômicas (sim ou não) a respeito de como a pessoa idosa tem se sentido durante a última semana. 
· A Escada de Depressão Geriátrica não é um substituto para uma entrevista diagnóstica realizada por profissionais da área de saúde mental. É uma ferramenta útil de rastreamento para facilitar a avaliação da depressão em idosos.
· Uma pontuação entre 0 e 5 se considera normal, 6 a 10 indica depressão leve e 11 a 15 depressão severa.
FUNÇÃO DE MMSS
 
AVALIAÇÃO DE EQUEILIBRIO E MARCHA
· Realizado através de protocolo de Mary Tinneti proposto em 1986. 
· Quanto menor a pontuação maior o problema. Pontuação menor que 19 indica risco 5 vezes maior de quedas
· Para avaliação do equilíbrio a pessoa idosa deve estar sentada em uma cadeira sem braços. 
· A avaliação da macha a pessoa idosa deve estar em pé, caminhar pelo corredor ou pela sala no passo normal, depois voltar com passos rápidos, mas com segurança (usando o suporte habitual (bengala, andador)
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
Avaliar peso e altura e calcular o Índice de Massa Corporal que constitui um bom indicador para reconhecer obesidade ou desnutrição. 
Avaliação funcional
· Index de Independência em Atividades de Vida Diária - KATZ
A- Independente em comer, controle esfincteriano, transferências, ir ao toalete, vestir-se e tomar banho
B -independente em todas exceto uma
C- Independente em todas exceto banho e uma atividade adicional
D - Independente em todas exceto banho, vestir-se, e uma atividade adicional
E - Independente em todas exceto banho, vestir-se, ir ao toalete e uma atividade adicional
F-Independente em todas exceto banho, vestir-se, ir ao toalete, transferências e uma atividade adicional
G - Dependente nas seis funções outros - dependente em pelo menos duas atividades mas, não se classifica em C,D,E ou F
Medida de Independência Funcional MIF
· DOMÍNIOS DE AVALIAÇÃO
· Alimentação 
· Higiene pessoal 
· Banho 
· Vestir-se acima da cintura 
· Vestir-se abaixo da cintura 
· Uso do vaso sanitário 
· Controle da urina 
· Controle das fezes
· Transferência vaso sanitário 
· Transferência leito, cadeira, cadeira de rodas 
· Transferência chuveiro 
· Locomoção 
· Escadas 
· Compreensão 
· Expressão 
· Interação social 
· Resolução de problemas 
· Memória
· Sem ajuda
7. Independência Completa
6. Independência Modificada
· Com ajuda: Dependência Modificada
5. Supervisão
4.Assistência Mínima
3. Assistência Moderada
· Dependência Completa
2. Assistência Máxima
1. Assistência Total
AVALIAÇÃO DE VIOLÊNCIA E MAUS TRATOS CONTRA A PESSOA IDOSA
· Instrumento desenvolvido em Porto Rico para avaliar possíveis situações de violência contra as pessoas idosas. Deve ser aplicadojunto à pessoa idosa sozinha evitando-se situações constrangedoras.
· Objetivo: identificar situações de violência 
· Avaliações dos resultados: respostas afirmativas em qualquer questão sugere situação de violência que deverá ser minuciosamente avaliada.
· Providências com os achados/resultados: Na confirmação da situação de violência, fazer a notificação e encaminhar aos órgãos competentes de cada região,
RESUMO de atividades
Visão - Jaeger
AUDIÇÃO - Teste do sussurro
FUNÇÃO DOS MMSS - Teste de Pinça
FUNÇÃO DOS MMII- Teste de equilíbrio e marcha de Mary Tinneti e Timed Up and Go (TUG)
ESTADO MENTAL (cognitiva) – MEEM e Pfeffer
HUMOR- Escala de depressão geriátrica
DOMICILIO- Avaliação de risco
ATIVIDADES DIÁRIAS
Index de Independência em Atividades de Vida Diária - KATZ
Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária – Lawton e Brody
Polifarmácia e Risco de Quedas para Idoso
Iatrogenia refere-se aos efeitos adversos ou as complicações causadas pela intervenção médica, seja um medicamento, um exame complementar ou uma terapia de reabilitação. A reação adversa a droga e a iatrogenia mais comum.
Várias doenças crônicas
· Os idosos frequentemente são portadores de múltiplas doenças crônicas, para as quais são prescritas muitas medicações, sendo também tratados por vários médicos especialistas simultaneamente. 
· Essas comorbidades, associadas ao envelhecimento fisiológico, fazem dos idosos indivíduos particularmente susceptíveis aos efeitos adversos das drogas e interações medicamentosas.
· Há ainda o hábito de auto medicação.
Trato gastrointestinal
· As mudanças fisiológicas que acompanham o envelhecimento afetam a farmacocinética, ou seja, o processo farmacológico de absorção, distribuição, metabolismo e eliminação das drogas. 
· Observa-se a redução da secreção de acido gástrico (hipocloridria), assim como a redução do tempo de esvaziamento gástrico, aumentando a degradação da droga, podendo até determinar a inativação de algumas, como a Levodopa. 
· As alterações intestinais da idade podem levar a redução da absorção de medicações, devido a aceleração no trânsito intestinal, ou o oposto, um aumento da absorção por lentificação do trânsito.
Massa muscular e líquidos corpóreos
· Soma-se, ainda, mudança na composição corporal dos idosos, caracterizada por redução da massa muscular, aumento do tecido adiposo e redução da água corporal. Em idosos frágeis também acontece redução da albumina sérica. Esses aspectos trazem como consequência aumento da meia vida de drogas lipofílicas (exemplo: benzodiazepinicos), redução do volume de distribuição das hidrossolúveis (exemplo: digoxina) e aumento da fração livre das que se ligam a albumina (exemplo: fenitoina).
Função hepática
· Observa-se a redução da capacidade hepática para inativar substâncias em ate 40%, havendo redução da massa e fluxo sanguíneo hepático.
· Portanto, a fase I do metabolismo (oxidação e redução) é reduzida nos idosos. Importantes medicações são afetadas pelo efeito de primeira passagem como propanolol, verapamil e nifedipina.
Função renal
· Outra característica relevante é o declínio da função renal relacionado ao envelhecimento. Verifica-se a redução da filtração glomerular em 35% a 50%, redução do número de néfrons, aumento do tecido conectivo intersticial, da hialinização glomerular, espessamento da membrana basal e a redução do fluxo plasmático renal.
· Somadas, essas alterações do envelhecimento produzem uma redução da excreção renal e aumento do tempo de ação das drogas no organismo.
Polifarmácia
· É o termo que descreve o uso de vários medicamentos pelo mesmo paciente, situação que aumenta a ocorrência das reações adversas e interações medicamentosas, podendo haver sinergismo ou antagonismo. Para os idosos, a polifarmácia comumente é a regra, e não a exceção.
· Os efeitos adversos das drogas muitas vezes não são reconhecidos, pois as manifestações são inespecíficas ou mimetizam outras doenças. Então, outra droga é prescrita para tratar esses sintomas, levando a polifarmácia e aumentando o risco de outros eventos adversos
· As interações medicamentosas são comuns na população geriátrica. Os fatores de risco para isso são: polifarmácia, comorbidades, efeitos adversos prévios, demência, maior número de médicos tratando o paciente, o uso simultâneo de drogas que causem hipotensão, sedação ou efeitos anticolinérgicos. 
· O risco de interação medicamentosa aumenta com o número de medicações usadas, ocorrendo em 13% dos pacientes em uso de duas medicações e em 82% dos que usam mais de seis.
hemorragias
Varfarina. A idade avançada parece ser fator de risco independentemente para hemorragia induzida por anticoagulante. Algumas variáveis que influenciam o risco de sangramento em idosos incluem o aumento da sensibilidade a varfarina, o uso simultâneo de drogas que interagem com a varfarina ou aumentam o risco de sangramento e comorbidades que aumentam o risco de hemorragia
Efeitos centrais
· A toxicidade anticolinérgica é comum nos idosos que usam com frequência medicações com esses efeitos. 
· As manifestações clínicas associadas aos efeitos centrais são: inquietude, agitação, confusão mental, desorientação, alucinação, tremor, convulsões, sedação e coma. 
· Os efeitos anticolinérgicos periféricos são: taquicardia, hipertensão, midríase, anidrose, ressecamento de mucosas, hipertermia, redução da motilidade do trato gastrointestinal e retenção urinaria.
Recomendações
· O cuidador e familiares do paciente necessitam ser igualmente esclarecidos quanto ao uso das medicações no mais amplo aspecto: regularidade, efeitos adversos, possíveis interações;
· Iniciar as medicações com doses baixas e aumentar lentamente;
· Usar a menor dose terapêutica possível;
· Usar o menor número de medicamentos possível;
· Facilitar ao máximo a posologia;
· Revisar periodicamente as indicações e a real necessidade do uso das medicações prescritas;
· Evitar usar drogas recém-chegadas ao mercado, pois elas são testadas em indivíduos jovens e saudáveis; os idosos quase sempre são excluídos dos ensaios clínicos;
· Cuidado com as fórmulas de manipulação que costumam conter várias substâncias ativas associadas;
· Atenção as apresentações em gotas e a necessidade de partir medicamentos;
· Verificar a adesão terapêutica antes de adicionar ou mudar medicações.
Riscos de queda
· 30% dos idosos já caíram alguma vez. 5% a 10% dessas quedas ocasionam lesões graves, com risco de morte.
· Muitas quedas ocorrem em casa, enquanto o idoso faz suas atividades rotineiras, cercado por objetos e situações que promovem riscos.
· Além do ambiente, outros fatores de risco são diminuição dos sentidos, fraqueza muscular, tremores, perda de memória, tontura, uso de medicamentos e sedentarismo.
Intervenções
· Minimizar medicações
· Proporcionar um programa de exercícios individualizados e direcionado
· Tratar os transtornos da visão – incluindo a catarata
· Gerenciar a hipotensão postural (Uma forma de pressão arterial baixa que ocorre ao levantar-se da posição sentada ou deitada.) 
· Gerenciar a frequência cardíaca e as anormalidades de ritmo
· Suplementar vitamina D
· Gerenciar os problemas dos pés
· Modificar o ambiente domiciliar
· Proporcionar educação e informação
Grandes síndromes geriatricas
O idoso é considerado saudável quando é capaz de funcionar sozinho, de forma independente e autônoma, mesmo que tenha doenças.
· Essa capacidade de funcionar sozinho é avaliada por meio da análise das atividades de vida diária (AVDs), que são tarefas do cotidiano realizadas pelo paciente.
· As AVDS avaliam o grau de autonomia e independência do indivíduo.
A autonomia é a capacidade individual de decisão e comando sobre as suas ações, estabelecendo e seguindo as próprias regras. Significa capacidade para decidir e depende diretamente da cognição e do humor.
A independência refere-se à capacidade de realizar algo com os próprios meios. Significa execução e depende diretamente e mobilidade e comunicação. 
· Portanto, a saúde do idoso é determinada pelo funcionamento harmoniosode quatro domínios funcionais: cognição, humor, mobilidade e comunicação.
Tais domínios devem ser rotineiramente avaliados na consulta geriátrica.
A cognição é a capacidade mental de compreender e resolver os problemas do cotidiano. É constituída por um conjunto de funções corticais, formadas pela memória (capacidade de armazenamento de informações), função executiva (capacidade de planejamento, antecipação, sequenciamento e monitoramento de tarefas complexas, linguagem (capacidade de compreensão e expressão da linguagem oral e escrita), praxia (capacidade de executar um ato motor), gnosia (capacidade de reconhecimento de estímulos visuais, auditivos e táteis) e função viso espacial (capacidade de localização no espaço e percepção das relações dos objetos entre si).
O humor é a motivação necessária para os processos mentais. 
A mobilidade é a capacidade de deslocamento do indivíduo. Depende da postura/marcha, da capacidade aeróbica e da continência esfincteriana
A comunicação é a capacidade de estabelecer relacionamento produtivo com o meio (habilidade de se comunicar). Depende de visão, audição e fala.
GIGANTES DA GERIATRIA
Os idosos são vítimas em número significativo de síndromes semelhantes, independentemente de doença especificas, denominadas gigantes a geriatria.
As grandes síndromes geriatrias não incluíam a incapacidade comunicativa e a insuficiência familiar. Passaram incluir, totalizando os 7 “Is” da Geriatria.
Incapacidade cognitiva
Designa o comprometimento das funções encefálicas superiores capaz de prejudicar a funcionalidade da pessoa. Essas alterações constituem o transtorno cognitivo leve.
Para o estabelecimento do diagnóstico de incapacidade cognitiva é fundamental a constatação do prejuízo na funcionalidade do indivíduo ou perda de AVDs.
As principais etiologias da incapacidade cognitiva são: demência, depressão, delirium e doenças mentais, como esquizofrenia, oligofrenia e parafrenia.
Iatrogenia
A iatrogenia resulta da presença de uma ou mais das seguintes situações: 
1. iatrofarmacogenia: decorrente do uso de medicamentos, de polifarmacia, da interação medicamentosa e do desconhecimento das alterações farmacocineticas e farmacodinamicas associadas ao envelhecimento; 
2. internação hospitalar: que pode potencializar os riscos decorrentes do declínio funcional, da subnutrição, da imobilidade, da lesão por pressão e da infecção hospitalar;
3. iatrogenia da palavra: associada ao desconhecimento de técnicas de comunicação de más notícias; 
4. iatrogenia do silêncio: que decorre da dificuldade de ouvir adequadamente o paciente e sua família; 
5. subdiagnóstico: pela tendência a atribuir todas as queixas apresentadas pelo idoso ao fenômeno “da idade”, o que pode resultar grave erro;
6. cascata propedêutica: em que a solicitação de exames é feita de forma desnecessária, extensiva, sem indicação precisa; 
7. distanásia: caracterizada pelo prolongamento artificial da vida sem perspectiva de reversibilidade, com sofrimento para o paciente e sua família; 
8. prescrição de intervenções fúteis e/ou sem comprovação científica: que impõem ao paciente risco desnecessário; 
9. iatrogenia do excesso de intervenções reabilitadoras: o excesso de “equipe interdisciplinar” pode trazer consequências desfavoráveis ao paciente, assim como o faz a polifarmacia.
Incontinência urinária
A incontinência urinaria (IU) é definida como a queixa de qualquer perda involuntária de urina.
O exame físico deve ser geral, associado ao exame genital, incluindo ginecológico e prostático. Devem ser observadas as condições gerais do paciente, sua capacidade de locomoção e, ainda, se existem condições clínicas que predispõem ou agravam a IU.
Instabilidade Postural
A instabilidade postural, por exemplo, leva o idoso a queda, o que representa um dos maiores temores em geriatria.
É fundamental conhecer as condições que a predispuseram, como ocorreu, quais os sinais e sintomas que antecederam, a existência de comorbidades, se o idoso conseguiu se levantar sozinho e se houve fraturas.
Imobilidade
O conceito de imobilidade é variável, associando-se intrinsecamente ao movimento ou deslocamento no espaço, possibilitando a independência do indivíduo.
Por imobilidade entende-se qualquer limitação do movimento. Representa causa importante de comprometimento da qualidade de vida. O espectro de gravidade e variável e, frequentemente, progressivo.
No grau máximo de imobilidade, conhecido como síndrome de imobilização ou da imobilidade completa, o idoso é dependente completo: apresenta déficit cognitivo avançado, rigidez e contraturas generalizadas e múltiplas, afasia, disfagia, incontinência urinaria e fecal, lesão por pressão.
Incapacidade comunicativa
Problemas de comunicação podem resultar em perda de independência e sentimento de desconexão com o mundo, sendo um dos mais frustrantes aspectos dos problemas causados pela idade.
A incapacidade comunicativa pode ser considerada importante causa de perda ou restrição da participação social (funcionalidade), comprometendo a capacidade de execução das decisões tomadas, afetando diretamente a independência do indivíduo.
Insuficiência Familiar
A família constitui-se na principal instituição cuidadora dos idosos frágeis, devendo ser privilegiada nessa sua função.
Essas mudanças sociodemográficas e culturais têm repercussões importantes na capacidade de acolhimento às pessoas com incapacidades, que historicamente dependiam de apoio e cuidado familiar.
A própria modificação nas dimensões das habitações limita as possibilidades de cuidado adequado.
DOENÇAS CRÔNICO DEGENERATIVAS
· Um idoso que altera o humor ou a capacidade cognitiva de forma aguda, subaguda ou insidiosa deve ser investigado ativamente em busca de sinais e sintomas sugestivos de demência, depressão e delirium. Esses três problemas podem aparecer de forma isolada ou em conjunto, dificultando mais ainda o seu manejo. 
· A confusão mental crônica é chamada de demência e tem causas reversíveis e irreversíveis. As principais causas de demência não reversíveis são a doença de Alzheimer e a demência vascular. 
· O delirium é um estado de confusão mental aguda ou subaguda
· A depressão é a principal doença psiquiátrica que acomete os idosos.
Demências
É uma síndrome clínica caracterizada pelo comprometimento progressivo de múltiplas funções cognitivas, incluindo memória, atenção e aprendizado, pensamento, orientação, compreensão, cálculo, linguagem e julgamento. O comprometimento de tais funções cognitivas é usualmente acompanhado e, às vezes, antecedido por alterações psicológicas, do comportamento e da personalidade.
· A idade avançada é o principal fator de risco para demência, sua prevalência é de 1% na faixa etária entre 60 e 64 anos, chegando a dobrar a cada 5 anos após os 65 anos de idade, atingindo cerca de 30 a 50% no grupo acima de 80 anos (JORM, 1987). 
· No Brasil, dentre os diagnósticos etiológicos mais frequentes de demência nos idosos, estão a doença de Alzheimer responsável 54% dos casos, a demência vascular com 9,3% e a doença de Alzheimer associada a demência vascular com 14% (HERRERA et al, 1998).
Demências – etiologia
Demências degenerativas ou primarias:
As doenças degenerativas são aquelas que comprometem as funções vitais do indivíduo em caráter irreversível e crescente. Elas recebem esse nome porque causam a degeneração de células, tecidos e órgãos. – internet.
· Doença de Alzheimer;
· Degeneração lobar frontotemporal;
· Demência semântica
· Demência a frontotemporal, afasia não fluente progressiva;
· Demência associada a Doença de Parkinson;
· Demência por corpúsculos de Lewy;
· Paralisia Supra nuclear Progressiva.
Demências não degenerativas:
· Demência vascular: Demência vascular isquêmica sub-cortical (Estado lacunar, Doença de Binswanger).
Demência – causas
· Causas toxico-metabólicas:
· álcool;
· Hipo-vitaminose B12;
· Encefalopatia hepática;
· Encefalopatia urêmica;
· Hipotireoidismo;
· Distúrbios do sódio, cálcio e glicose;
· Medicações.
· Causas infecciosas
· Viral: HIV, síndrome pós-encefalite;· Espiroqueta: neuro-sífilis, doença de Lyme;
· Prion doença de Creutzfeldt-Jakob.
· Causas estruturais cerebrais
· Hidrocefalia, hematoma subdural crônico, neoplasias cerebrais.
Doença de Alzheimer
A Doença de Alzheimer é considerada um importante problema de saúde pública em todo o mundo, devido a sua prevalência entre os idosos, associada a mortalidade, incapacidade e altos custos gerados para o sistema de saúde. 
Até o presente, os fatores de risco bem estabelecidos para a doença são: idade avançada, história familiar positiva, síndrome de Down, baixo nível educacional e gênero feminino. 
A doença se inicia frequentemente após os 60 anos de idade e evolui de forma gradual, em geral durante um período de 8 a 12 anos, embora exista grande variabilidade na velocidade de progressão. (FREITAS, 2006).
Alzheimer – Evolução 
· No quadro de demência leve, na fase inicial (duração em média de 2 a 3 anos), o comprometimento da memória é proeminente, associado a desorientação progressiva no tempo e espaço, alterações de linguagem e dificuldade para a resolução de problemas complexos. Alterações do comportamento podem acontecer (ansiedade, irritabilidade, retraimento) e mais raramente, idéias delirantes. O esclarecimento desses sintomas para a família do idoso é de fundamental importância, uma vez que esses ocorrem na rotina do sujeito idoso e provocam situações de constrangimento e inadequação nas relações.
· fase intermediaria (4 AS) (duração: 2 a 10 anos), é caracterizada por deterioração da memória mais acentuada e pelo aparecimento de alterações focais como afasia (fala), apraxia (movimentos), agnosia (objetos), amnésia (memória) e ainda alterações viso-espaciais e viso-construtivas.
· Os sintomas psicológicos e comportamentais (agitação, agressividade, perambulação, distúrbios do sono e outros), são mais comuns a partir dessa fase. 
· fase avançada (duração: 8 a 12 anos), todas as funções cognitivas estão alteradas e há perda total da capacidade para executar atividades de vida diária.
Alzheimer – diagnóstico 
· Embora o diagnóstico da Doença de Alzheimer seja considerado um diagnóstico de exclusão, uma história clínica, exames físicos detalhados e avaliação cognitiva através de testes específicos permitem alcançar uma precisão de diagnóstico em até 90 % dos casos aproximadamente (FREITAS, 2006).
· No presente, existe uma grande variedade de testes cognitivos que podem ser empregados para o diagnóstico, sendo o Mini Exame do Estado Mental, Teste do Desenho do Relógio e Teste de Fluência Verbal.
diagnóstico laboratorial
Compulsórios:
· Hemograma Completo
· Demência de início precoce (< 65 anos)
· Ureia, Creatinina - Curso rapidamente progressivo
· T4 livre, TSH - Apresentação e curso atípico
· Albumina, Cálcio - Hidrocefalia comunicante
· TGO, TGP, Gama GT - Suspeita de doença inflamatória ou infecciosa do SNC
· Vitamina B12
· VDRL, Anti HIV (< 60 anos)
Neuro imagem 
· Tomografia computadorizada de crânio
· Ressonância Magnética de Crânio
Eletroencefalograma
· Auxiliar na avaliação demência x encefalopatia
DA – tratamento
O tratamento farmacológico disponível restringe-se ao tratamento sintomático, que pode ser capaz de promover benefícios do ponto de vista cognitivo, comportamental e funcional. Atualmente, os medicamentos aprovados pela Food and Drugs Administration (FDA) para tratamento da Doença de Alzheimer e suas indicações são:
Inibidores da acetilcolinesterase
» Rivastigmina - na fase leve e moderada
» Donepezil – para todos os estágios
» Galantamina- na fase leve e moderada
• Antagonista do receptor NMDA (N-metil D-Aspartato aminoácido excitatório agonista do neurotransmissor (ianotrópico, Na, Ca, K)
» Memantina – fase moderada a grave
Doença de Parkinson
· A doença de Parkinson (DP) ou Mal de Parkinson, é uma doença degenerativa, crônica e progressiva, que acomete em geral pessoas idosas. 
· Entretanto, também podem ocorrer outros sintomas, como depressão, alterações do sono, diminuição da memória e distúrbios do sistema nervoso autônomo. 
· Ela ocorre pela perda de neurônios do SNC em uma região conhecida como substância negra (ou nigra). Os neurônios dessa região sintetizam o neurotransmissor dopamina, cuja diminuição nessa área provoca sintomas principalmente motores.
· Os principais sintomas motores se manifestam por tremor, rigidez muscular, diminuição da velocidade dos movimentos e distúrbios do equilíbrio e da marcha.
· Pode o tremor de repouso, uni ou bilateral estar presente
· Alguns pacientes apresentam uma síndrome de rigidez axial predominante e alterações de marcha, caracterizada por uma postura fletida, redução no swing dos braços e tendência a festinação, dificuldades ao iniciar o movimento e ao realizar viradas.
· A doença de Parkinson afeta 1,5% da população acima de 65 anos. Distúrbios de equilíbrio ocorrem em um estágio mais tardio, quando as respostas posturais estão comprometidas. 
· A marcha pode melhorar com o tratamento medicamentoso, mas o equilíbrio muitas vezes não é restaurado.
Grupo A: Manifestações características da Doença de Parkinson
· Tremor em repouso
· Bradicinesia
· Rigidez
· Início assimétrico
Grupo B: Manifestações sugestivas de um diagnóstico alternativo
· Manifestações incomuns no curso clínico inicial
· Instabilidade postural proeminente nos primeiros três anos de início dos sintomas
· Fenômeno do congelamento nos primeiros três anos
· Alucinações não relacionadas a medicações nos primeiros 3 anos
· Presença de demência precedendo sintomas motores ou no primeiro ano de doença
· Paralisia ocular supranuclear (outra que não restrição do olhar para cima ou redução da velocidade dos movimentos oculares verticais) 
· Disautonomia sintomática e severa não relacionada com o uso de medicamentos
· Documentação de uma condição conhecida como causadora de parkinsonismo e plausível conexão com os sintomas do paciente, tais como lesão cerebral focal compatível com os sintomas ou uso de neurolépticos nos últimos seis meses.
Critérios para diagnóstico possível
· Pelo menos 2 manifestações do grupo A estarem presentes e pelo menos 1 delas ser tremor ou bradicinesia;
· Nenhuma das manifestações do grupo B estar presente, ou Sintomas estarem presentes por menos de 3 anos, e nenhuma das manifestações do grupo B estar presente até o momento;
· Significativa e mantida resposta à levodopa ou a um agonista dopaminérgico seja documentada ou pacientes sem adequado tratamento com levodopa ou agonista dopaminérgico. 
Critérios para diagnóstico provável
· Pelo menos 3 manifestações do grupo A estarem presentes;
· Nenhuma das manifestações do grupo B estar presente (observação: duração dos sintomas por no mínimo 3 anos);
· Significativa e mantida resposta a levodopa ou a um agonista dopaminérgico seja documentada.
TRATAMENTO
Podemos dividir as estratégias de tratamento da DP em
· medidas não-farmacológicas, 
· medidas farmacológicas, 
· tratamento cirúrgico.
· As medidas não-farmacológicas compreendem uma série de hábitos e medidas de valor especial na DP por minimizar algumas de suas complicações. Mantém o indivíduo melhor preparado para enfrentar as alterações orgânicas e psicológicas decorrentes da insuficiência motora típicas desta enfermidade. Tais medidas são: a educação, o tratamento de suporte, o exercício e nutrição.
· Considerando as alternativas farmacológicas disponíveis, pode-se afirmar que o arsenal medicamentoso antiparkinsoniano da atualidade, limita-se as seguintes opções:
1. selegilina;
2. amantadina;
3. anticolinérgicos;
4. levodopa;
· 5. agonistas dopaminérgicos.
· A abordagem cirúrgica da doença de Parkinson tem quase um século. Portanto, muito antes da introdução de medicação dopaminérgica, cirurgias já eram executadas para tratar tremor, rigidez e bradicinesia, com graus variáveis de sucesso.
Processo de institucionalização 
Primeiro asilo para idosos foi criado no Rio de Janeiro, em 1782, pela Ordem Terceira da Imaculada Conceição, capacidade para 30 leitos. São Paulo, associações de ajuda mútua de imigrantes: Asilos filantrópicosde italianos, portugueses, alemães, japoneses, ingleses, franceses, judeus, russos, húngaros, árabes.
Perfil
Mudanças no perfil dos candidatos à internação: perdas de capacidade funcional, idade maior, aumento da população feminina.
Casas de Repouso e Clínicas Geriátricas: conhecimentos de geriatria e gerontologia, atendimento a idosos de classe média (SBGG fundada em 1961)
 Residências assistidas para idosos em S.P: Residencial Santa Catarina/ Alphaville
organização:
· Estado ou sociedade civil
· Finalidade lucrativa ou filantrópica 
· Custos operacionais elevados
Problemas:
· Pobreza da população 
· Insuficiência da rede de assistência social e de saúde (psiquiátricos) 
· Ausência de uma rede de apoio ao idoso
· Ausência de uma avaliação médico social
Novo paradigma: 
· ILPI (cuidados continuados) assistência hospitalar 
· A natureza das ILPIs: híbrida; sócio-sanitário, geronto-geriátrico – um novo paradigma
Definição: 
As ILPIs são estabelecimentos para atendimento integral institucional, cujo público alvo são as pessoas de 60 anos e mais, dependentes ou independentes, que não dispõem de condições para permanecer com a família ou em seu domicílio. Essas instituições, conhecidas por denominações diversas – abrigo, asilo, lar, casa de repouso, clínica geriátrica e ancianato – devem proporcionar serviços na área social, médica, de psicologia, de enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, odontologia, e em outras áreas, conforme necessidades desse segmento etário (SBGG SP) 
Ingresso
· Indispensável a avaliação médicosocial 
· Capacidade funcional
· Situação econômico social
· Relacionamento familiar
· Opção individual
· Necessidade de encaminhamentos corretos
Portaria 810/89 Ministério da Saúde 
Normas para o funcionamento de casas de repouso, clínicas geriátricas e outras instituições destinadas ao atendimento de idosos.
1. Definição: regime de internato ou não, mediante pagamento ou não durante um período indeterminado e que dispõem de um quadro de funcionários para atender às necessidades de cuidados com a saúde, alimentação, higiene, repouso e lazer dos usuários e desenvolver outras atividades características da vida institucional
2. Organização: atenção médico-sanitária aos idosos deve contar em seu quadro funcional com um coordenador médico.
 
3. Área Física e Instalações: 	necessidade de adequação ambiental - parcela significativa dos usuários apresenta ou pode vir a apresentar dificuldades de locomoção e maior vulnerabilidade a acidentes.
 Problema criado: instalação do vaso sanitário sobre um sóculo de 0,15m de altura.
Lei 8842/94 Política Nacional do Idoso
Priorização do atendimento ao idoso através de suas próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à exceção dos idosos que não possuam condições que garantam sua própria sobrevivência;
É vedada a permanência de portadores de doenças que necessitem de assistência médica ou de enfermagem permanente em instituições asilares de caráter social.
Decreto n 1948/96 regulamenta a Política Nacional do Idoso
A assistência na modalidade asilar ocorre no caso da inexistência do grupo familiar, abandono, carência de recursos financeiros próprios ou da própria família.
E o idoso terá assegurada a assistência asilar pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, na forma da lei.
· Portaria 73/01 Secretaria de Estado de Assistência Social, Normas de Funcionamento de Serviços de Atenção ao Idoso no Brasil, Modelo para Financiamento de Projetos de Atenção à Pessoa Idosa
· No conjunto de nove modalidades de projetos incluem o Atendimento Integral Institucional: aquele prestado em uma instituição asilar, prioritariamente aos idosos sem família, em situação de vulnerabilidade.
· Classificação em três modalidades conforme o grau de dependência dos idosos recomendando a capacidade máxima por modalidade, indicando, também, o quadro de pessoal necessário em cada modalidade:
Modalidade I
É a instituição destinada a idosos independentes para Atividades da Vida Diária (AVD), mesmo que requeiram algum equipamento de auto-ajuda...
Modalidade II
É a instituição destinada a idosos dependentes e independentes que necessitam de auxílio e cuidados especializados e que exijam controle e acompanhamento adequado de profissionais de saúde.
Modalidade III
É a instituição destinada a idosos dependentes que requeiram assistência total, no mínimo, em uma Atividade da Vida Diária (AVD). Necessita de uma equipe interdisciplinar de saúde.
ILPI da SBGG
O Manual de Funcionamento de ILPI da SBGG SP:
quatro modalidades de instituições/ ala/unidade
índice de Katz número de AVDs comprometidas.
Lei 10741/2003
Estatuto do Idoso
Título IV Da Política de Atendimento ao Idoso
Capítulos II a VI das Entidades de Atendimento ao Idoso: requisitos, princípios norteadores, fiscalização, penalidades
RDC 283, de 26 de setembro de 2005
Regulamento Técnico para o funcionamento das Instituições de Longa Permanência para Idosos: avanços e problemas.
Novos desafios:
Terminalidade – hospice
Aumento de idosos demenciados
Construção de novos modelos: group homes?
Resolução da Diretoria Colegiada –RDC/ANVISA nº 283, de 26 de setembro de 2005
... ANEXO REGULAMENTO TÉCNICO PARA O FUNCIONAMENTO DAS ILPIs
 • OBJETIVO: Estabelecer o padrão mínimo de funcionamento das ILPIs 
• ABRANGÊNCIA : Esta norma é aplicável a toda lLPI governamental ou não governamental, destinada à moradia coletiva de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou sem suporte família.
Equipamento de Auto Ajuda: Qualquer equipamento ou adaptação, utilizado para compensar ou potencializar habilidades funcionais, tais como bengala, andador, óculos, aparelho auditivo e cadeira de rodas, entre outros com função assemelhada 
Grau de Dependência do Idoso 
a) Grau de Dependência I: idosos independentes, mesmo que requeiram uso de equipamentos de auto ajuda.
b) Grau de Dependência II: idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como alimentação, mobilidade, higiene sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada
c) Grau de Dependência III: idosos com dependência que requeiram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo
4. CONDIÇÕES GERAIS 
4 6 Recursos Humanos 
4.6.1 A Instituição de Longa Permanência para Idosos deve apresentar recursos humanos, com vínculo formal de trabalho, que garantam a realização das seguintes atividades: 
4.6.1.1 Para a coordenação técnica: Responsável Técnico com carga horária mínima de 20 horas por semana,
4.6.1.2 Para os cuidados aos residentes: 
a) Grau de Dependência I: um cuidador para cada 20 idosos, ou fração, com carga horária de 8 horas/dia 
b) Grau de Dependência II: um cuidador para cada 10 idosos, ou fração, por turno;
c) Grau de Dependência III: um cuidador para cada 6 idosos, ou fração, por turno 
4 6 1 3 Para as atividades de lazer um profissional com formação de nível superior para cada 40 idosos, com carga horária de 12 horas por semana
4 7 6 3 Rampas e Escadas: devem ser executadas conforme especificações da NBR 9050 / observadas as exigências de corrimão e sinalização 
a) A escada e a rampa acesso à edificação devem ter, no mínimo, 1 20 m de largura
4 7 6 4 Circulações internas as circulações principais devem ter largura mínima de 1 00 m e as secundárias podem ter largura mínima de 0 80 m contando com luz de vigília permanente 
a ) circulações com largura maior ou igual a 1,50 m devem possuir corrimão dos dois lados;
4 7 6 6 Portas: devem ter um vão livre com largura mínima de 1 10 m, com travamento simples sem o uso de trancas ou chaves 
4 7 6 7 Janelas e guarda corpos devem ter peitoris de no mínimo 1 00 m 
4 7 7 A Instituição deve possuir os seguintes ambientes - Dormitórios separados por sexos, para no máximo 4 pessoas, dotados de banheiro - Os dormitórios de 01 pessoa devem possuir área mínima de 7 50 m2 incluindo área para guarda de roupas e pertences do residente
b) Os dormitórios de 02 a 04 pessoas devem possuir áreamínima de 5 50 m 2 por cama, incluindo área para guarda de roupas e pertences dos residentes
c) Devem ser dotados de luz de vigília e campainha de alarme 
d) Deve ser prevista uma distância mínima de 0 80 m entre duas camas e 0 50 m entre a lateral da cama e a parede paralela.
O banheiro deve possuir área mínima de 3 60 m 2 com 1 bacia, 1 lavatório e 1 chuveiro, não sendo permitido qualquer desnível em forma de degrau para conter a água, nem o uso de revestimentos que produzam brilhos e reflexos
b) Sala de convivência com área mínima de 1 3 m 2 por pessoa 
4 7 7 3 Sala para atividades de apoio individual e sócio familiar com área mínima de 9 0 m 
2 4 7 7 4 Banheiros Coletivos, separados por sexo, com no mínimo, um box para vaso sanitário que permita a transferência frontal e lateral de uma pessoa em cadeira de rodas, conforme especificações da NBR 9050 /ABNT 
a) As portas dos compartimentos internos dos sanitários coletivos devem ter vãos livres de 0 20 m na parte inferior
6. Notificação Compulsória 
6 1 A equipe de saúde responsável pelos residentes deverá notificar à vigilância epidemiológica a suspeita de doença de notificação compulsória conforme o estabelecido no Decreto nº 49 974 A de 21 de janeiro de 1961 ,Portaria Nº 1 943 de 18 de outubro de 2001 suas atualizações, ou outra que venha a substituí -lá 
6.2 A instituição deverá notificar imediatamente à autoridade sanitária local, a ocorrência dos eventos sentinelas abaixo - Queda com lesão - Tentativa de suicídio.
Assistência Domiciliaria - cuidadores
Atenção domiciliar às pessoas idosas
Atenção domiciliar: É um conjunto de ações realizadas por uma equipe interdisciplinar no domicílio do usuário/família. É dividida em duas modalidades.
1.Assistência Domiciliar
É realizada por profissionais da Atenção Básica / Saúde da Família ou da atenção especializada.
2. Internação domiciliar
Desenvolvida por equipe ligada a um hospital.
· Guia prático do cuidador: Instrumento utilizado pelos profissionais da assistência e da internação que auxilia a orientação aos cuidadores.
· O termo “cuidado” teve sua origem no campo da ética e, posteriormente, foi incorporado ao vocabulário da Enfermagem e do Serviço Social.
· Cuidar implica numa atitude de ocupação, preocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com o outro.
· Estudos sobre cuidadores no Brasil a partir dos anos 80.
Perfil do cuidador
Estudos internacionais e nacionais mostram que 90% dos cuidadores são familiares primários (da família.)
· Maioria mulheres (esposa e filha)
· Residem com o idoso
· Horas/dia dedicadas ao cuidado 12 a 24h.
Na literatura Gerontológica: classificação pelo vínculo cuidador e paciente, tipo e frequência de cuidados.
Cuidador domiciliar: 
· Primário: inclui o pai, mãe, filhos ou tios.. alguém que não tem preparo especializado.
· Secundário: não tem vínculo afetivo.
· Leigo
· Profissional
· Formal: possui CNPJ, responsável pelo cuidado.
· Informal: alguém da família e próximo a família que não possui conhecimento profissional.
Dinâmica da atividade de cuidar no domicílio.
O cuidador:
· Desenvolve ação focada na necessidade dos cuidados continuados;
· Atua na órbita da família, vincula-se a partir da esfera privada, do universo íntimo;
· Desenvolve um rol de tarefas complexas, com necessidade de acesso a conhecimentos específicos, conforme cada caso;
· Requer capacitação e acompanhamento de profissionais.
Relação cuidador/idoso
Contextualizada por meio de:
· Valores sociais, culturais e psicológicos
· história das relações cuidador-idoso
· natureza das necessidades e demanda de cuidado
· nível de apoio formal / informal: circunstâncias diversas.
· O conjunto das respostas físicas, psicológicas ou afetivas à esses estressores gera um impacto sobre o cuidador (Caregiver Burden).
IMPACTO:
· OBJETIVO problemas de ordem prática
· SUBJETIVO reação emocional (percepção física e psicológica acerca do estresse ao qual está submetido).
Fatores desencadeantes do Estresse
· Função muitas vezes inesperada.
· “Sem remuneração, licenças ou férias”.
· Desconhecimento acerca da doença.
· Diversidade de tarefas.
· Pouco ou nenhum reconhecimento.
· Insuficiente rede de suporte social.
· Cuidadores em “situação de risco”, por enfermidade ou idade avançada.
INSTRUMENTOS PARA AVALIAR ESTRESSE /IMPACTO DA DOENÇA.
ZARIT BURDEN INTERWIEW : avalia o impacto associado à deterioração funcional e comportamental. (Zarit e col.;1980).
RELATIVES STRESS SCALE : escala de 15 itens, autoadministrada. O escore total produz a medida do estresse vivido pelo cuidador em 4 semanas. (Gonzalez-Salvador e col.;1989)
CAREGIVER BURDEN SCALE :Instrumento com 22 questões, agrupadas em 5 dimensões (Tensão Geral, Isolamento, Decepção, Envolvimento Emocional, e ambiente). É possível se obter escore geral e escore de cada dimensão. (Elmsthahl e col.;1996)
Valores médios globais da CB Scale aplicada em cuidadores de pacientes com Doença Alzheimer, Artrite Reumatóide (AR) e Acidente Vascular Cerebral ( AVC).
Diferenças entre experiências no cuidar em função do vínculo cuidador-paciente
· CUIDADORES CÔNJUGES
· Sentimentos de gratidão e retribuição pelo passado compartilhado.
Pretendo cuidar dela até o fim, porque guardo na lembrança todos os anos em que ela foi minha companheira”. 
R.A., esposo,84 anos
· CUIDADORES FILHOS
· O cuidar se dá em função do dever moral e sentido de “missão”.
Não me sinto prejudicada por cuidar dela. Eu sou filha e esta é minha missão. “ E. O .C., filha,34 anos.
· CUIDADORES DE PACIENTES DEMENCIADOS
Demência consequências significativas para a dinâmica familiar
Os estágios da demência constituem importante variável para definição do estresse do cuidador:
· Estágio do encontro: a família luta para ajustar-se
· Estágio de tolerância: frequente fadiga
· Estágio de isolamento e depressão
· Estágio de saída: angústia e alívio frente tratamento e morte
· A situação de cuidado pode interferir em toda a vida do cuidador.
Na maioria das vezes, o cuidador vive com o paciente, vive para o paciente, e do paciente.
· CUIDAR SE TRANSFORMA NA ESSÊNCIA DE SUA VIDA.
· CUIDADORES INSTITUCIONAIS
· figura ainda pouco usual
· a atividade de cuidar é regulada por relações objetivas e contratuais;
· os cuidados são realizados em situações pré-estabelecidas, reguladas e normatizadas;
· as instituições optam pelos cuidadores formais CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE OCUPAÇÕES Código 55162-10.
Cuidando do cuidador
Estratégias de Intervenção:
· Orientação e educação da família sobre os diversos estágios da doença;
· Incentivo a participação em grupos organizados
· Atendimento individualizado (Serviço Social e Psicologia)
· Facilitação nos encaminhamentos para o atendimento médico quando necessário
· Treinamento contínuo para a realização das tarefas junto ao idoso
· Articulação e mobilização da rede de suporte social formal e informal
· Criação de Ambulatório para Cuidadores
AMBULATÓRIO PARA CUIDADORES/UNIFESP
· Público: cuidadores com 55 a. ou mais de pacientes atendidos no PADI e no Ambulatório de Neuropsiquiatria
· Atendimento com Assistente Social, Médica e Psicólogos.
· Avaliação Global + instrumentos específicos 
Cuidar do cuidador significa, antes de tudo, conhecê-lo ; não apenas na função que desempenha, mas em sua essência como ser humano, auxiliando-o na busca de seu equilíbrio, lembrando que ele é o elo que nos une ao nosso paciente, sem o qual nada, ou quase nada, poderemos fazer.
POLÍTICAS e legislações 
Objetivo estratégico do MS relacionado ao envelhecimento e à saúde da pessoa idosa.
“Promover a atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa e dos portadores de doenças crônicas, estimulando o envelhecimento ativo, a prevenção e controle dos agravos em todos os níveis de atenção”.
Envelhecimento como um Desafio
· Envelhecimento é um fenômeno mundial
· Impacto da tendência de elevação da expectativa de vida sobre o contingente geriátrico nacional, que já se aproxima dos 21 milhões de cidadãos (IBGE). Disparidades socioeconômicas e regionais.
· Desafio:oferecer serviços de saúde de qualidade
POR QUE FALAR DE ENVELHECIMENTO?
· Necessidade de se fomentar Políticas Públicas, nas três esferas de governo, através de ações de promoção, prevenção e proteção voltadas para a pessoa idosa, capazes de superar suas deficiências e limitações, contribuindo para a manutenção e melhoria contínua da qualidade de vida.
· Necessidade envolvimento de todos os setores da sociedadePOPULAÇÃO
ENVELHECIDA
DESAFIOS 
Envelhecimento rápido e intenso no Brasil:
· maioria com baixo nível socioeconômico e educacional 
· com uma alta prevalência de doenças crônicas causadoras de limitações funcionais e de incapacidades 
· a população idosa consome mais de 26% dos recursos de internação hospitalar no SUS (Lima-Costa et al, 2000).
· carência de profissionais qualificados para o cuidado ao idoso, em todos os níveis de atenção. 
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
Port. 2528/GM de 19 de outubro de 2006
OBJETIVO:
Garantir atenção adequada e digna para a população idosa brasileira, em consonância com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS; direciona medidas individuais e coletivas em todos os níveis de atenção à saúde.
Finalidade: manutenção e recuperação da autonomia e independência;
Ênfase: idosos frágeis e com maior risco de vulnerabilidade. 
Paradigma: capacidade funcional
Objetivo: 
trabalhar em dois grandes eixos, tendo como paradigma a capacidade funcional: idosos independentes e idosos em situação de vulnerabilidade.
PREVENÇÃO
PROMOÇÃO
TRATAMENTO
REABILITAÇÃO
CUIDADO
POPULAÇÃO
EM PROCESSO 
DE ENVELHECIMENTO
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
· Promoção do envelhecimento ativo e saudável.
· Atenção integral e integrada à saúde da pessoa idosa.
· Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção.
· Implantação de serviços de atenção domiciliar.
· Acolhimento preferencial em unidades de saúde, respeitando o critério de risco.
· Provimento de recursos capazes de assegurar qualidade da atenção à saúde da pessoa idosa.
· Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na área de saúde da pessoa idosa.
· Fortalecimento da participação social.
· Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS.
· Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na atenção à saúde da pessoa idosa.
· Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas
Prevenção e Promoção da Saúde
Envelhecimento ativo
· Atenção integral ao envelhecimento ativo.
· Apoiar estratégias de envelhecimento ativo na Saúde Suplementar.
· Prática da atividade física regular no programa Academia da Saúde.
· Capacitação das equipes de profissionais da APS para o atendimento, acolhimento e cuidado do idoso com DCNT.
· Incentivar a ampliação da autonomia e independência para o autocuidado e o uso racional de medicamentos.
· Programas para formação de cuidadores de idosos.
ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA
Porta de entrada > Atenção Primária/ Estratégia da Saúde da Família.
Por demanda espontânea ou por busca ativa, através de visita domiciliar, tendo como objetivo a construção de um diagnóstico multidimensional.
Atenção à Pessoa Idosa
· Atenção Básica - promoção da saúde e prevenção de agravos Idosos Independentes.
· Unidades Ambulatoriais / Especialidades / Reabilitação Idosos frágeis ou em situação de vulnerabilidade – atendimento com maior nível de complexidade, por equipe multiprofissional com conhecimentos em Geriatria e Gerontologia – com avaliação da Capacidade Funcional.
· Unidades Hospitalares – necessidade de equipe multidisciplinar com formação em Geriatria e Gerontologia para acompanhar o idoso durante o período de internação 
(> 72h) até a alta, com orientação à família e cuidadores.
Envelhecimento/ Interdisciplinaridade / Intersetorialidade
· É no acompanhamento às pessoas idosas que os profissionais têm que ficar mais atentos a vários conceitos e fatos: reabilitação, fragilidade, (in)dependência, (des)autonomia, maus-tratos, suporte social e familiar.
· O favorecimento a um envelhecimento saudável diz respeito às várias profissões e aos vários setores públicos e privados. (Rodríguez, MSC; 2007)
· ATENÇÃO À SAÚDE DA PESSOA IDOSA
REQUER:
· Organização de serviços;
· Criação de uma rede de atenção;
· Organização da porta de entrada – ACOLHIMENTO
· Humanização do Atendimento
· Utilização da referência e contra-referência /REGULAÇÃO
· Equipe multiprofissional e interdisciplinar com conhecimentos/formação em geriatria e gerontologia
ACOLHIMENTO À PESSOA IDOSA
 Os profissionais de saúde deverão:
· entender as questões do processo de envelhecimento e suas especificidades;
· reconhecer a necessidade da complementariedade interdisciplinar e a integração entre a rede básica e o sistema de referências;
· facilitar o acesso dos idosos aos diversos níveis de complexidade.
RESULTADOS ESPERADOS
· Controlar doenças e agravos
· Evitar progressão para sequelas e complicações
· Reduzir mortalidade precoce
· Reduzir incapacidades e dependência
· Melhorar a qualidade de vida
AÇÕES ESTRATÉGICAS DO MS
 CADERNETA DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA
· Instrumento de identificação do idoso frágil ou em situação de vulnerabilidade;
· Proporciona ao profissional de saúde acompanhar a situação de cada pessoa idosa da comunidade;
· Proporciona aos profissionais e gestores a elaboração e planejamento de ações para a população idosa em cada município.
· É um documento de cidadania para cada pessoa idosa.
CADERNO DE ATENÇÃO BÁSICA – Nº 19 ENVELHECIMENTO E SAÚDE DA PESSOA IDOSA
Qualificar a Atenção Primária para:
· Diagnósticos e Cuidados 
· Orientados por Protocolos 
· Clínico-Funcionais
GUIA PRÁTICO DO CUIDADOR:
· Utilizado em Cursos de Capacitação de Cuidadores de Pessoas Idosas pelas coordenações de saúde do idoso dos munícipios.
QUALIFICAÇÃO / CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS
· Curso de Aperfeiçoamento em Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa: Convênio MS / Escola Nacional de Saúde Pública ENSP/FIOCRUZ;
Objetivo: Capacitar profissionais de saúde de nível superior da Rede de Saúde do SUS; 
 Metodologia: Educação à Distância.
 500 vagas:
 -Regiões Norte e Nordeste 
 2008 /2009/2010
 2000 vagas:
 -Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste.
2010 / 2011/ 2012
COMITÊ ASSESSOR PARA OSTEOPOROSE E QUEDAS EM PESSOAS IDOSAS
· Criado pela Portaria 3.213, de 20 de dezembro de 2007.
· Reformulada em 17 de dezembro de 2010 – Portaria 4016, GAB/MS
Objetivos:
Elaboração de políticas, diretrizes e protocolos relacionados à prevenção, diagnóstico e tratamento da osteoporose, das quedas e fraturas na população idosa. 
OFICINAS DE PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE E QUEDAS
· Parceria com os estados/ Coordenações Estaduais de Saúde do Idoso
· sensibilizar e capacitar profissionais de saúde dos estados, municípios e DF para a prevenção e identificação dos riscos para osteoporose e quedas. 
· 2009/2010 27 oficinas.
· ação estratégica para a redução de internações por fratura de fêmur – 
· Meta > redução em 2% - Pacto 2008
Ações em Andamento no MS
· Campanhas de Vacinação – ( influenza, tétano, H1N1…),
· Farmácia Popular - medicamentos para Hipertensão e Diabetes (gratuitos), Glaucoma, Parkinson, Osteoporose, Asma, fraldas geriátricas;
· Medicamentos de uso excepcional /alto custo
· Comissão Pró-Residência MS/MEC – Residência em Geriatria e Multidisciplinar em Gerontologia;
· Elaboração de material editorial – folderes, CAB
· Academia da Saúde;
· Criação do Plano Nacional de Enfrentamento das Doenças Crônicas;
· Ações Interministeriais visando ao Envelhecimento Ativo
· Criação das Unidades de Saúde Amiga do Idoso;
· Criação de Centros de Atenção ao Idoso Frágil;
· Capacitação de Cuidadores pelos Municípios;
· Criação de Modalidades de Atenção Extra-Hospitalar:
· Atenção Domiciliar – Portaria 2029, de 24/08/201 - Centro Dia – proposta MS/MDS;
· Celebração de convênios visando à capacitação e pesquisa.
CONCLUSÃO:
· Uma atençãocontínua e eficaz para a saúde e o bem-estar da população idosa requer diferentes níveis de intervenção dos serviços de saúde, adequados às distintas fases da enfermidade e ao grau de incapacidades. 
· Deve estar baseada, em última instância, em uma atenção integral, adequada, de qualidade, humanizada e oportuna.
Exames laboratoriais e idosos
· Checkup é fundamental, mas o exagero no número de exames é ruim.
· Pressão arterial: verifica o nível da pressão arterial e indica possíveis alterações (alta ou baixa).
· Ela é considerada normal quando está em 120x80 mmHg (milímetros de mercúrio) e se não ultrapassar 130x85 mmHg.
· Em caso de pressão ao alta, esse número fica acima de 140x90 mmHg. A pressão baixa (menor do que 120x80 mmHg) não preocupa tanto os médicos. Mas níveis muito baixos de pressão provocam sonolência, tonturas e desmaios.
Hemograma: o exame de coleta do sangue pode detectar anemia. Deve ser feito uma vez por ano a partir dos 60 anos.
Ureia e creatinina: exame para checar as funções renais e possíveis alterações, como insuficiência renal. Deve ser feito
uma vez por ano, a partir dos 60 anos.
TSH (hormônio estimulante da tireoide): o exame é indicado para detectar alterações na produção de hormônios da
tireoide. O TSH é um hormônio que regula a produção dos hormônios tireoidianos (T3 e T4). Quando a produção está
alta, o nível de TSH diminui, e quando está baixa, aumenta, para estimular a produção dos hormônios da tireoide. O nível
baixo do TSH indica hipertireoidismo. Se o nível de TSH é alto, indica hipotireoidismo. Deve ser feito uma vez por ano, a
partir dos 60 anos.
Glicemia de jejum : o exame detecta o diabetes (deficiência de
produção ou ação da insulina, que causa o aumento anormal
de glicose no sangue). Deve ser feito a partir dos 60 anos
Colonoscopia : o exame pode detectar precocemente o câncer nos intestinos (grosso e delgado). Deve ser feito uma vez por ano a partir dos 50 anos. Se tiver casos na família, é indicado fazer o primeiro exame aos 40 anos. O câncer no intestino
grosso também pode ser detectado por um exame chamado pesquisa de sangue oculto nas fezes, já que cânceres e pólipos
instalados no intestino podem sangrar em pequenas quantidades, invisíveis a olho nu. No exame, é possível enxergá lo nas amostras, que devem ser colhidas três vezes
por ano.
Papanicolau: a partir dos 65 anos, se o exame apresentar
resultado normal durante três anos seguidos, ele pode ser
suspenso, desde que a mulher não tenha vida sexual
promíscua. O exame tem a função de detectar câncer de colo
do útero.
Mamografia: o exame de avaliação das mamas é feito por imagem. O primeiro deve ser feito entre os 35 e 40 anos. Após
os 40, uma vez por ano. O objetivo da análise é prevenir ou detectar o câncer de mama. Detalhe: homens e mulheres
podem desenvolver o câncer.
Densitometria óssea: assim que completar 65 anos ou depois da menopausa, o exame deve ser realizado na mulher a cada
dois anos para prevenir a osteoporose (perda anormal da massa dos ossos). O exame mede a densidade dos ossos e a
possível perda de massa óssea.
Teste ergométrico (ou de esforço): o exame mede a capacidade cardíaca e verifica a existência de doenças cardiovasculares, como aterosclerose e hipertensão, por meio de exercícios físicos na esteira ou na bicicleta ergométrica. É indicado fazê lo uma vez por ano a partir dos 30 anos. A partir dos 60, é fundamental para quem pretende começar uma atividade física.
Ultrassom de abdômen: exame indicado para fumantes, detecta aneurisma de aorta (dilatação da artéria aorta, que
pode se romper). É recomendado fazer o primeiro exame a partir dos 50 anos. O paciente só deve voltar a fazer o exame
se for detectado algum problema na artéria.
Exame da próstata: detecta o câncer de próstata, uma glândula masculina que envolve a uretra e produz um líquido
que compõe o sêmen. Para detectar o câncer é necessário fazer três exames complementares: o toque retal, a
ultrassonografia transretal e o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico), que mede os níveis de uma substância relacionada a alterações na próstata. É recomendável fazer o primeiro exame de próstata depois dos 40 anos. Aos 50, deve-se fazê-lo uma vez por ano, pois o risco de câncer aumenta com a idade.
Demais exames
Exames complementares para avaliação da incontinência urinária
Parcial de urina: Volume urinário residual pós miccional; Cistometria simples.
Teste de estresse: Exames bioquímicos: função renal, Glicemia e calcemia , Cistometrografia formal de múltiplos canais.
Demais exames, como cistoscopia , citologia urinária e exames de imagem só se houver uma indicação específica, pois não se prestam para avaliação em si da incontinência urinária.
Incontinência Urinária
Incontinência Urinária (IU) é um sintoma, estabelecido como qualquer perda de urina involuntária. Apesar de não ser considerada como parte normal do envelhecimento, sua prevalência aumenta com a idade (MINASSIAN, 2003). Atinge 15 30% dos idosos de comunidade e metade daqueles institucionalizados (FANTL, 1996). Apresenta maior frequência em mulheres (2:1) em relação aos homens até a idade dos 80 anos, quando se torna igual em ambos os sexos. Apesar de sua alta prevalência na população idosa, somente metade procura tratamento, sendo, portanto, uma condição subestimada na saúde do indivíduo idoso.
· A IU acarreta um alto impacto econômico, social, psicológico e de saúde nessa população. Pode ser a causa da perda da autoestima, isolamento social, piora do status funcional, dependência de cuidadores, depressão e encaminhamento à instituição de longa permanência.
· Está bem estabelecida sua relação com dermatite de contato, úlcera por pressão, infecção do trato urinário, quedas e fraturas.
· As contrações não inibidas da musculatura detrusora da bexiga se tornam comuns com o envelhecimento;
· A mobilização de líquido pelos rins aumenta nos períodos noturnos em decúbito devido ao aumento do peptídeo natriurético atrial, diminuição de vasopressina e mobilização de edema de membros inferiores, levando ao maior enchimento vesical e necessidade de urinar, provocando noctúria.
· A capacidade vesical diminui com a idade;
· Em homens, a próstata aumenta com a idade, favorecendo sintomas urinários irritativos e obstrutivos
Tipos de incontinência
· O mnemônico DRIIIPP (Delirium; Restrição de mobilidade; Infecção do trato urinário; Inflamação vaginite atrófica; Impactação fecal; Poliúria; Polifarmácia ) é muito utilizado para detecção de condições reversíveis que podem causar ou contribuir para IU.
· A infecção do trato urinário (ITU) leva à incontinência urinária quando a urgência é o principal sintoma. Sua prevalência é elevada na população geriátrica, afetando 50% em idosos internados. Uma vez tratada a infecção, cessa a UI.
....
· Incontinência pode ser exacerbada por atrofia urogenital em mulheres na pós menopausa. Mais de 40% de mulheres na pós menopausa queixam se de sintomas urinários. Pequenas doses de estrogênio intravaginal podem melhorar os sintomas
· clínicos.
· Impactação fecal é uma causa de IU. A distensão do reto, que se localiza posteriormente na bexiga, pode causar sintomas irritativos e/ou obstrutivos no trato urinário. Paciente com fatores de risco para constipação como pacientes acamados,
· portadores de doenças neurológicas, em uso de medicações anticolinérgicas, devem ser submetidos ao toque retal.
· Condições clínicas que aumentam o volume urinário podem causar IU por sobrecarregar os mecanismos de continência (exemplo: diabetes mellitus descompensado, uso de diuréticos,
hipercalcemia , diabetes insipidus , polidipsia).
· Algumas medicações podem, frequentemente, piorar ou ser a causa da IU. Medicações com efeitos anticolinérgicos, que estão presentes nos antipsicóticos (como Olanzapina ), antidepressivos (principalmente tricíclicos), anti histamínicos, medicações antiparkinsonianas , induzem a IU por serem precipitantes de delirium, ou por causarem retenção urinária e IU por transbordamento. Medicações com efeito alfa agonista,presentes nos descongestionantes à base de pseudoefedrina, podem aumentar a resistência do esfíncter uretral, retenção urinária e IU.
Incontinência urinária estabelecida
Quando nenhum desses fatores reversíveis for identificado, uma investigação posterior é necessária.
Existem quatro formas de IU crônica:
· IU de urgência;
· IU por transbordamento;
· IU de esforço;
· IU mista.
Incontinência de Urgência
Também conhecida com hiperatividade do detrusor, é caracterizada por contrações não inibidas do detrusor, sendo a forma mais comum de IU nos idosos, afetando mais de 20% de mulheres incontinentes acima de 65 anos. A causa subjacente dessa condição é a hiperestimulação dos receptores colinérgicos do músculo detrusor da bexiga. Pode estar associada a lesões do sistema nervoso central, como doença cerebrovascular, síndromes demenciais ou por irritação da bexiga devido à infecção, tumores ou cálculos. Os pacientes frequentemente descrevem necessidade incontrolável de urinar. A noctúria é comum. A bexiga é hiperativa, mas a fraca contratilidade da musculatura do detrusor leva ao esvaziamento incompleto da bexiga e ao aumento do resíduo pós miccional.
Incontinência por Transbordamento
A IU por transbordamento ocorre quando a bexiga não é esvaziada por longos períodos, tornando se tão cheia que simplesmente transborda. Isto ocorre quando existe diminuição da sensibilidade ou da contração da musculatura detrusora hipoatividade detrusora, ou quando existe uma obstrução do trato de saída da bexiga. A principal causa é a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB. Os pacientes geralmente queixam de gotejamento pós miccional, necessidade incessante de urinar ou esforço para urinar.
Incontinência de Esforço
É a segunda causa de IU em mulheres
idosas:
· Hipermotilidade uretral devido ao enfraquecimento da musculatura do assoalho pélvico, que é acarretado pelo próprio envelhecimento e pode ser mais prevalente em mulheres com história de partos vaginais (PERSSON, 2000): a uretra proximal e a bexiga “ herniam ” através do diafragma urogenital em condições de aumento da pressão intra abdominal. Os pacientes apresentam perda de urina em situações como tossir, espirrar, rir, pegar peso.
· Deficiência esfincteriana intrínseca ou IU de esforço tipo: 
a) Os pacientes apresentam perdas urinárias em pequenos esforços, como caminhar. Podendo ser relacionada à história prévia de cirurgias ginecológicas ou a própria idade, com diminuição da pressão do esfíncter uretral;
 b) Instabilidade uretral, sendo uma causa rara de IU em mulheres, pelo qual ocorre um relaxamento paradoxal do esfíncter uretral em um momento que não há contração da musculatura detrusora.
· Dano esfincteriano uretral que ocorre após prostatectomia radical ou ressecção transuretral da bexiga. Causa de IU de esforço em homens.
Incontinência Urinária Conduta
A IU pode ser aliviada para todos os pacientes,
independentemente do tipo de IU, apenas com algumas considerações não farmacológicas, por exemplo:
· Orientar o paciente ou seu cuidador para programar o esvaziamento vesical em tempo específico, inicialmente de duas em duas horas, podendo diminuir os intervalos ou espaçá-los dependendo da frequência urinária;
· Evitar grandes ingestões de líquido após as 18 horas;
· Evitar abuso de cafeína ou álcool.

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