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Coleta, Transporte e Conservação da Amostra ▪ O resultado liberado pelo laboratório de microbiologia é consequência da qualidade da amostra recebida. O material coletado deve ser representativo do processo infeccioso investigado, devendo ser eleito o melhor sítio da lesão, evitando contaminação com as áreas adjacentes. ▪ A coleta e o transporte inadequados podem ocasionar falhas no isolamento do agente etiológico e favorecer o desenvolvimento da flora contaminante, induzindo a um tratamento não apropriado. ▪ Pontos importantes na coleta: Obs.: A coleta do material precisa ser feita antes do início da antibioticoterapia. Critérios de segurança: Coleta Antes da antibiótico terapia Instruir paciente Antisepsia Local mais provável Estágio da doença Quantidade suficiente Pedido medico Segurança Barreiras de proteção Potencialment e patogênica Frascos e meios de transportes apropriados Não manusear a amostra em trânsito Superfície externa Não contaminar requisição médica Encaminhamen to imediato Amostra Tempo Crítico Frascos e Meios de Transporte Líquor Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril Líquido pleural Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril Swab Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril ou meio semi- sólido (Stuart, Amies) Suspeita de anaeróbios 30 minutos Meio de transporte apropriado; Evitar o transporte em seringa com agulha Feridas e tecidos 30 minutos ou até 12 horas (meio de transporte) Meio de transporte apropriado Hemocultura 30 minutos (não refrigerar) Frascos com meio de cultura para rotina manual ou automatizada Trato respiratório 30 minutos Tubo seco estéril Trato gastrointestinal 1 hora Tubo seco estéril Urina 1 hora ou refrigerada até 24 horas Pote seco estéril Fezes 12 horas se em meio de transporte Cary Blair meio modificado para transporte de fezes, com pH 8,4. Boa recuperação também para Vibrio sp e Campylobacter sp Critérios de Rejeição ▪ Erros de identificação: ausência de identificação ou identificação discrepante em relação ao pedido médico; ▪ Amostras inadequadas; ▪ Material clínico recebido em solução de fixação (formalina); ▪ Material conservado inadequadamente com relação à temperatura (urinas colhidas há mais de 24 horas, que ficaram guardadas em geladeira, ou colhidas há mais de 2 horas, sem refrigeração); ▪ Frascos não estéreis; ▪ Presença de vazamentos, frascos quebrados ou sem tampa, com contaminação na superfície externa; ▪ Mais de uma amostra de urina, fezes, escarro, ferida colhida no mesmo dia e da mesma origem; ▪ Swab único com múltiplas requisições de testes microbiológicos; ▪ Swab seco; e ▪ Culturas para anaeróbios recebidas em condições não apropriadas. Métodos de Isolamento O isolamento é feito em meio de cultura. Trata-se de material nutriente utilizado para promover o crescimento de microrganismos. Ele contém nutrientes, água, pH, oxigênio e esterilidade. Meios definidos: adição de quantidades precisas de compostos químicos inorgânicos ou orgânicos à água destilada. Portanto, a composição química exata de um meio definido (de forma qualitativa e quantitativa) é conhecida. Ex.: caldo simples e ágar simples. Meios complexos: produtos microbianos, animais ou vegetais, como a caseína, extrato de carne, soja, levedura etc. Esses meios podem ser enriquecidos para fastidiosos. Ex.: ágar sangue, ágar chocolate, caldo BHI. Desvantagem: sua composição nutricional não é precisamente conhecida. Meios seletivos: contém compostos que inibem seletivamente o crescimento de alguns microrganismos, mas não o de outros. Ex.: Ágar Thayer-Martin, Caldo Selenito. Meios diferenciais ou seletivo-indicador: aquele ao qual um indicador é adicionado, revelando por meio de uma mudança de coloração, se uma reação metabólica em particular ocorreu durante o crescimento. Ex.: Ágar MacConkey e Ágar SS. Obs.: Ao se falar em ágar simples, o meio é apenas solidificante. Todavia, quando o meio for líquido, chama-se de caldo. Inóculo: microrganismos introduzidos em um meio de cultura para dar início ao crescimento e gerar a cultura (produto final). Todo o processo de isolamento deve ser feito de maneira asséptica. ▪ A alça é aquecida para esterilização. ▪ O tubo é destampado. ▪ A ponta do tubo é passada pela chama para esterilização. ▪ Apenas a porção estéril da alça entra no tubo. ▪ O tubo é novamente flambado. ▪ O tubo é fechado. ▪ A alça é novamente esterilizada. 1. A alça é esterilizada e uma porção do inóculo é removida do tubo. 2. A semeadura inicial é realizada em uma porção da placa. As estrias subsequentes estão em ângulo com a primeira estria. 3. Aspecto de uma placa bem-semeada após a incubação mostra colônias da bactéria Micrococcus luteus em uma placa de ágar-sangue. A escolha dos meios de cultura utilizados para cada material deve estar relacionada aos agentes esperados. Crescimento dos microrganismos nos principais meios de culturas utilizados na rotina Mais Provável Ágar chocolate Ágar Sangue CLED Mac Conkey Salm. – Shingella Caldo TIO Gram- negativo, leveduras e enterococo + + + + + + Gram positivo + + + - - + Gram- negativos exigentes + + - - - - Haemophilus + - - - - - Anaeróbios - - - - - +* + Meio dá suporte ao crescimento - Meio não dá suporte ao crescimento * Principalmente em coluna alta Técnicas de Semeadura Técnica de Semeadura Qualitativa: gradiente decrescente (esgotar) de concentração do inóculo, que permita o isolamento de todas as colônias diferentes. ▪ Descarregar o material num canto da placa; ▪ Flambar a alça; ▪ Esfriar a alça em um canto do ágar; ▪ Semear partindo da ponta da primeira semeadura; e ▪ A cada mudança de direção, flambar a alça e esfriá-la. Técnica de Semeadura Quantitativa: semeadura de um volume conhecido de material e a contagem do número de UFC (unidades formadoras de colônia) obtidas após incubação. Ex.: urina, trato respiratório, cateter etc Avaliação do Crescimento e Contagem Técnica de Semeadura Quantitativa: Macroscópicas Tamanho Cor Hemólise FormaConsistência Cheiro Densidade Atmosfera de incubação: aeróbia em estufa/anaeróbia em câmara/microaerófila em jarra de microaerofilia. Obs.: A tampa da placa sempre fica para baixo e o meio de cultura sempre fica para cima. Isso acontece para que a água de condensação não atinja o local de semeadura das bactérias. Tempo e temperatura de incubação: 18-24 horas a 36oC +/- 1ºC Métodos de Coloração ▪ Coloração de Gram Trata-se de um método de coloração desenvolvido em 1884 pelo médico dinamarquês Christian Gram. Esse é o procedimento mais importante na microbiologia. Ele utiliza corantes diferenciais: diferentes cores a diferentes tipos de células (Diferenças na estrutura da parede celular) Gram-positivos: roxo: 90% da parede celular composta por peptideoglicano; Ácido teicoico. Gram-negativos: vermelho: Camada fina de peptideoglicano; Membrana externa composta por lipopolissacarídeos. ▪ Bactérias Gram-negativas apresentam uma fina camada de peptideoglicano, envolta por membrana externa lipídica. ▪ Bactérias Gram-positivas apresentam uma espessa camada de peptideoglicano e não possuem membrana externa. ▪ Desvantagem: baixa sensibilidade de amostras in natura. São necessárias aproximadamente 100.000 bactérias/mL para que se possa visualizar uma bactéria por campo de microscopia, utilizando óleo de imersão (objetivas de 100x). Procedimento 1. Preparação de um esfregaço: Espalhar a cultura em uma camada fina, sobre a lâmina e secar ao ar. 2. Fixação pelo calor e coloração: Passar a lâmina sobre a chama, para fixar pelo calor e cobrir a lâmina com o corante. Após, lavar e secar. 3. Microscopia: Pingar uma gota de óleo sobre a lâmina. Por fim, examinarcom a lente objetiva de 100x. Etapas 1. Aplicação de cristal violeta (corante púrpura) — 1 Min; 2. Aplicação de iodo (mordente). Forma complexos com o cristal violeta — 1 Min; 3. Lavagem com álcool (descoloração). Perda da membrana externa de lipopolissacarídeo — 30s; 4. Aplicação de safranina/fucsina (contracorante). A coloração de Gram é o procedimento microbiológico mais importante. Todavia, nem todas as bactérias podem ser visualizadas por ela. Coloração de Ziehl-Neelsen Método de coloração, também chamada de coloração acidorresistente, para identificação de todas as bactérias do gênero Mycobacterium, incluindo os dois patógenos importantes Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae, e do gênero Nocardia. Foi desenvolvida por Franz Ziehl e posteriormente melhorada por Friedrich Neelsen, no final do século XIX. Obs.: No aquecimento, não pode deixar ferver. ▪ Acidorresistentes: vermelho; ▪ Não acidorresistentes: azul. Obs.: BAAR = Bacilo álcool ácido resistente. (Mycobacterium) Exame Direto sem Coloração
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