Prévia do material em texto
OAB XXXII EXAME DE ORDEM CAPÍTULO 8 1 CAPÍTULOS Capítulo 1 – Teoria Geral do Direito Processual Civil Capítulo 2 – Jurisdição e Meios Adequados para Solução de Conflitos. Cooperação Internacional Capítulo 3 – Da Ação Capítulo 4 – Do Processo Capítulo 5 – Competência Interna. Cooperação Nacional. Capítulo 6 – Dos Sujeitos do Processo. Das Partes e dos Procuradores. Capítulo 7 – Litisconsórcio Capítulo 8 (você está aqui!) – Intervenção De Terceiros Capítulo 9 – Do Juiz e dos Auxiliares da Justiça Capítulo 10 – Funções Essenciais à Justiça Capítulo 11 – Da Comunicação dos Atos Processuais. Lei 11.419/06 (Processo Eletrônico) Capítulo 12 – Das Nulidades Capítulo 13 – Tutela Provisória Capítulo 14 – Da Formação, da Suspensão E da Extinção Do Processo Capítulo 15 – Procedimento Comum Capítulo 16 – Das Provas Capítulo 17 – Sentença, Coisa Julgada e Liquidação de Sentença Capítulo 18 – Cumprimento de Sentença Capítulo 19 – Do Processo de Execução Capítulo 20 – Dos Recursos Capítulo 21 – Dos Processos Nos Tribunais e dos Meios de Impugnação das Decisões Judiciais. Da Ordem dos Processos e dos Processos de Competência Originária dos Tribunais. 2 Capítulo 22 – Procedimentos Especiais Capítulo 23 – Procedimentos de Jurisdição Voluntária Capítulo 24 – Juizados Especiais Capítulo 25 – Ações da Lei de Locação (Lei 8.245/91) Capítulo 26 – Ações Coletivas 3 SOBRE ESTE CAPÍTULO Prezado aluno, no presente capítulo iremos estudar o tema “intervenção de terceiros”, que constitui o Título III, do Livro III “Dos sujeitos do processo”. O tema é frequentemente cobrado em provas, mas no geral as exigências referem-se ao texto da lei seca, portanto muita atenção aos artigos indicados. Contudo, quando dizemos que a lei seca é cobrada é fundamental a leitura do material em conjunto para fixar os conceitos e compreender o texto da lei, que por vezes não é tão claro, ou alguma possível classificação ou discussão doutrinária. Dentre as intervenções de terceiro, algumas disposições foram modificadas em relação ao código de processo civil anterior, sobretudo algumas questões atinentes a denunciação da lide. Além disso, frequente a cobrança do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, pois se trata de novidade legislativa. Vamos juntos! 4 SUMÁRIO DIREITO PROCESSUAL CIVIL .................................................................................................................. 5 Capítulo 8 .................................................................................................................................................. 5 8. Intervenção de Terceiros ................................................................................................................. 5 8.1 Assistência ................................................................................................................................................................ 6 8.2 Denunciação da Lide ........................................................................................................................................... 7 8.2.1 Cabimento ................................................................................................................................................................ 7 8.2.2 Procedimento .......................................................................................................................................................... 8 8.3 Chamamento ao Processo ............................................................................................................................. 10 8.4 Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ........................................................ 11 8.5 Amicus Curiae ...................................................................................................................................................... 13 8.6 Intervenção Anômala ........................................................................................................................................ 16 QUADRO SINÓPTICO ............................................................................................................................ 18 QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 20 GABARITO ............................................................................................................................................... 31 QUESTÃO DESAFIO ................................................................................................................................ 32 GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................... 33 LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 35 JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 36 MAPA MENTAL ...................................................................................................................................... 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 42 5 DIREITO PROCESSUAL CIVIL Capítulo 8 Este assunto comumente aparece em provas de carreiras jurídicas, especialmente a denunciação da lide e o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Atente a estes pontos e não deixe de acompanhar a explicação dos institutos com a lei seca. 8. Intervenção de Terceiros Está disposta no Título III, do Livro III (da Parte Geral), do CPC/2015, corresponde ao ingresso de um terceiro, juridicamente interessado, no processo. Cinco são as modalidades de intervenção de terceiros: a assistência, a denunciação da lide, o chamamento ao processo, o incidente de desconsideração da personalidade jurídica e o amicus curiae, as quais estudaremos a seguir. A intervenção de terceiro pode ser voluntária (quando o próprio terceiro a manifesta) ou provocada (quando a outra parte pede ao juiz que convoque o terceiro). 6 8.1 Assistência É a forma típica de intervenção, já que um terceiro ingressa em um processo no qual não figurava, com o fito de se beneficiar direta ou indiretamente deste. É sempre voluntária. Possui como pressuposto de validade a demonstração do interesse jurídico por parte do terceiro estranho ao processo. Frise-se que o interesse deve ser jurídico, a intervenção não se justifica pelo mero interesse econômico, afetivo, etc. Existem duas famosas modalidades de assistência, vejamos: Assistência Simples/Adesiva (arts. 121 a 123, CPC): ocorre quando o terceiro assiste uma das partes para que ela obtenha uma sentença favorável. Aqui o interesse jurídico é indireto, na medida em que o assistente tem uma relação jurídica apenas com o assistido, relação esta que é diferente, mas dependente, daquela que se discute no processo, daí o seu interesse no ingresso. O assistente terá os mesmos poderes e ônus do assistido, mas a sua atuação está subordinada a atuação do assistido, ou seja, não pode contrariá-lo, já que este é o titular da relação juridica discutida. Caso o assistido seja revel ou omisso, o assistente será considerado substituto processual. Note que o art. 123 diz que, em regra, o assistente não poderá, posteriormente ao trânsito em julgado, discutir a justiça da decisão. Isso porque a coisa julgada material, que se refere aodispositivo, não atinge o assistente, pois ele não é titular da relação discutida no processo. O que atinge o assistente é a justiça da decisão, ou seja, o seu fundamento. Assistência Litisconsorcial (art. 124): ocorre quando o terceiro busca satisfazer um interesse próprio. Considera-se litisconsorte do assistido sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido. O interesse jurídico aqui é direito, pois 7 o assistente tem relação também com o adversário do assistido. Ou seja, ele também é titular do direito discutido, no todo ou em parte ou, no mínimo, ele será um colegitimado. Por conta disso, a sua atuação não se subordina a atuação do assistido, como ocorre no caso de assistência simples. A assistência litisconsorcial, portanto, pressupõe uma substituição processual (ou uma colegitimação), pois caso contrário o assistido não poderia ter ingressado sozinho em juízo. A coisa julgada, por sua vez, irá atingir as partes e também o assistente litisconsorcial. Em verdade, aquele que poderia ingressar como assistente litisconsorcial, intervindo ou não, sofrerá os efeitos da coisa julgada, pois caso não ingresse será substituído processual. 8.2 Denunciação da Lide1 É a modalidade pela qual os denunciantes (autor e/ou réu), na mesma relação processual, postulam em face de um terceiro (denunciado), através do direito de regresso, no intuito deste ser responsabilizado pelos danos decorrentes de eventual decisão prejudicial. As hipóteses de cabimento da denunciação da lide estão dispostas no art. 125, do CPC, o qual merece leitura exaustiva. 8.2.1 Cabimento Evicção: aqui é importante que o aluno tenha em mente duas coisas acerca do NCPC: não é possível a denunciação per saltum e a denunciação sucessiva só é permitida uma única vez. Assim, a parte poderá denunciar a lide apenas ao alienante imediato, daí a conclusão de que não se permite a denunciação per saltum. 1 Vide questão 1 8 O p.2 do art. 125 prevê expressamente que se permite uma única denunciação sucessiva promovida pelo denunciado contra o seu antecessor imediato ou quem seja responsável por indenizá-lo, mas o denunciado sucessivo não pode proceder a nova denunciação, devendo o direito de regresso ser exercido por ação autônoma. Para melhor compreensão da denunciação sucessiva: Obrigação, por lei ou contrato, de indenizar: pode também haver denunciação da lide àquele que estiver obrigado, por lei ou contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. Aqui o exemplo clássico é o caso da seguradora. 8.2.2 Procedimento Se o autor for o denunciante, deverá pleitear a citação do denunciado na inicial. Nesse caso, o denunciado poderá assumir a posição de litisconsorte do autor denunciante e acrescentar pedidos à inicial. Após feito isso, procede-se a citação do réu. Se for o réu o denunciante o fará na contestação. Nesse caso existem dois cenários possíveis: Denunciado contesta a ação: haverá litisconsórcio entre denunciante e denunciado. Denunciado revel: nesse caso o denunciante poderá optar por deixar de prosseguir com a defesa e/ou abster-se de recorrer, restringindo sua atuação tão somente à ação regressiva. Parte denuncia a lide ao Alienante imediato (denunciado) denuncia ao Antecessor imediato ou responsável pela indenização 9 Denunciado confessa: denunciante pode prosseguir com a sua defesa ou aderir ao reconhecimento e pedir a procedência da ação de regresso. A citação deve ser promovida no prazo de 30 dias, em regra, salvo se o denunciado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciária ou em lugar incerto, caso em que o prazo será de 2 meses. Se procedente a ação, poderá o autor requerer o cumprimento da sentença também em face do denunciado, nos limites da condenação deste na ação de regresso. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. Se, por outro lado, o denunciante for o vencedor não será examinada a denunciação, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas sucumbenciais em favor do denunciado. Prezado aluno, na vigência do Novo Código de Processo Civil é pacífico que a denunciação da lide é facultativa. Isso por que o art. 125 prevê no caput que ela é “admissível” e não obrigatória. Além disso, no p.1 do art. 125 está previsto que o direito de regresso poderá ser exercido em ação autônoma não só quando a denunciação não for permitida ou indeferida, mas também quando ela não for promovida, o que reforça a facultatividade do instituto. Além disso, a legislação prevê que se o denunciante for vencido, a denunciação, por consequência lógica, não será examinada, ensejando o pagamento de verbas de sucumbência 10 pelo denunciante ao denunciado. Isso é o reflexo prático da facultatividade da denunciação, pois caso fosse obrigatória não seria exigido o pagamento dessas verbas. 8.3 Chamamento ao Processo É a modalidade pela qual há o chamamento por parte do réu (chamante) de terceiro (chamado) que, a partir de então passará a ser litisconsorte passivo, tendo em vista a sua responsabilidade e coobrigação frente ao autor da demanda. Ou seja, é o mecanismo pelo qual se permite ao réu trazer ao processo o coobrigado para exercer o direito de sub-rogação. Assim sendo, enquanto na denunciação da lide a natureza jurídica é de uma ação autônoma de regresso, aqui a natureza jurídica do instituto é uma ação autônoma de sub- rogação. As hipóteses de admissibilidade do chamamento ao processo estão dispostas no art. 130, do CPC/2015: Do afiançado, na ação em que o fiador for réu; Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. Aqui o procedimento de citação é idêntico ao da denunciação da lide e está previsto no art. 131: 30 dias, em regra 2 meses, se o chamado residir em outra comarca, seção ou subseção judiciária ou em lugar incerto. A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida para que possa exigi-la: 11 Por inteiro do devedor principal. A quota de cada um dos codevedores, na proporção que lhes tocar. É isso que significa ter natureza jurídica de ação de sub-rogação: a sentença de procedência condenará todos os corréus e aquele que pagar irá se sub-rogar na posição de credor para cobrar os demais. O chamamento ao processo também é facultativo, mesmo que o réu não o realize poderá, em ação autônoma reaver a sua parte dos demais coobrigados. Contudo, é necessário que se proceda ao chamamento para que o fiador exerça o benefício de ordem no cumprimento de sentença. Isto é, é necessário que o fiador chame ao processo o devedor principal, na fase de conhecimento, sob pena de a sentença não constituir título executivo em face do devedor, o que impedirá o exercício do benefício de ordem. 8.4 Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica2 Trata-se de uma das novidades trazidas pelo CPC e está disciplinada nos artigos 133 a 137. É a possibilidade de se responsabilizar pessoas naturais por atos praticados por pessoas jurídicas. É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de 2 Vide questões 2, 4, 6, 7 e 8. Esse assunto tem sido bastante cobrado, pois é novidade do NCPC. 12 sentença, bem como na execução fundada em título executivo extrajudicial, conforme dispõe o art. 134, do CPC. Por outra faceta, o Novo Código de Processo Civil, no §2º, do seu art. 133, igualmente, prevê a possibilidade de se responsabilizaras pessoas jurídicas por atos praticados por pessoas naturais, é a chamada “desconsideração inversa da personalidade jurídica”. Ademais, é instaurado a pedido da parte ou a requerimento do Ministério Público, nos moldes do art. 133, do CPC. Salvo requerimento na petição inicial, a instauração do incidente suspenderá o processo. Em relação ao procedimento, o art. 135, do CPC informa que uma vez instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para se manifestar e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. Ao final, concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória, se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno (art. 136, do CPC). Por último, saliente-se que acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. Sobre o assunto, foram aprovados os seguintes enunciados nas Jornadas de Direito Processual Civil, realizada pelo Conselho da Justiça Federal: I Jornada: Enunciado 11: Aplica-se o disposto nos arts. 133 a 137 do CPC às hipóteses de desconsideração indireta e expansiva da personalidade jurídica. Enunciado 42: É cabível a concessão de tutela provisória de urgência em incidente de desconsideração da personalidade jurídica. II Jornada: Enunciado 110: A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica não suspenderá a tramitação do processo de execução e do cumprimento de se ntença em face dos executados originários. 13 Enunciado 111: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica pode ser apli cado ao processo falimentar. 8.5 Amicus Curiae3 É a intervenção de um terceiro no processo (seja por iniciativa própria, por provocação de uma das partes ou, até mesmo, por determinação do magistrado) com o fito de auxiliar o juízo diante do proferimento de uma decisão que leve em conta os interesses dispersos na sociedade civil e no próprio Estado. Vem regulado no art. 138, do CPC. Assim, Amicus Curiae / Amigo da Corte / Amigo do Tribunal é uma pessoa que atua em causas de relevância social, repercussão geral ou cujo objeto seja bastante específico, de modo que o magistrado não necessite de apoio técnico. O interesse do terceiro aqui não é no resultado da ação, não é um interesse subjetivo na demanda, mas sim na tese ou no precedente que será firmado. O objetivo com isso é legitimar a decisão que será proferida, intensificando o contraditório e trazendo qualidade ao debate. O CPC, no art. 138, prevê que o juiz ou relator, por decisão irrecorrível, poderá solicitar ou admitir o ingresso do amicus curiae no processo. E no que se refere a decisão que inadmite seu ingresso? O informativo 920 do STF deixou claro que tanto a decisão que admite como a que inadmite o ingresso do amicus curiae é irrecorrível, vejamos: “É irrecorrível a decisão denegatória de ingresso, no feito, como amicus curiae. 3 Vide questão 9. 14 Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, não conheceu de agravo regimental em recurso extraordinário interposto pela Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo (APESP) e pelo Sindicato dos Procuradores do Estado, das Autarquias, das Fundações e das Universidades Públicas do Estado de São Paulo (SINDIPROESP) contra a decisão que indeferiu sua admissão no processo como interessados. No recurso extraordinário, discute-se a possibilidade de, ante o mesmo credor, existir a distinção do que recebido, para efeito do teto remuneratório, presentes as rubricas proventos e pensão. O Colegiado considerou que a possibilidade de impugnação de decisão negativa em controle subjetivo encontra óbice (i) na própria ratio essendi da participação do colaborador da Corte; e (ii) na vontade democrática exposta na legislação processual que disciplina a matéria. Asseverou que o art. 138 do Código de Processo Civil (CPC) é explícito no sentido de conferir ao juiz competência discricionária para admitir ou não a participação, no processo, de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, e de não admitir recurso contra essa decisão. O art. 7º da Lei 9.868/1999, de igual modo, é inequívoco nesse sentido. O Colegiado afirmou, também, que o amicus curiae não é parte, mas agente colaborador. Portanto, sua intervenção é concedida como privilégio, e não como uma questão de direito. O privilégio acaba quando a sugestão é feita. Ressaltou, ainda, os possíveis prejuízos ao andamento dos trabalhos da Corte decorrentes da admissibilidade do recurso, sobretudo em processos em que há um grande número de requerimentos de participação como amicus curiae. Vencidos os ministros Marco Aurélio (relator) e Edson Fachin, que conheceram do agravo e reafirmaram precedentes que admitiram a interposição de recurso contra a decisão denegatória de ingresso no feito. Para eles, nos termos das normas que regem a matéria, somente é irrecorrível a decisão que admitir a intervenção. Se a decisão é negativa, contrario sensu, cabe agravo para a apreciação pelo Colegiado. Os ministros Dias Toffoli (presidente) e Rosa Weber reajustaram os votos anteriormente proferidos.” (RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, 17.10.2018) Contudo, no informativo 985 do STF foi noticiado que a decisão que inadmite o ingresso do amicus curiae seria sim recorrível. Logo, o tema ainda não está pacificado. Veja o teor do informativo: http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=602584&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=602584&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M 15 “Em conclusão de julgamento, o Plenário negou provimento a agravo regimental interposto de decisão que indeferira o pedido de ingresso do agravante — procurador da fazenda nacional —, como amicus curiae, nos autos de ação direta de inconstitucionalidade (Informativos 665 e 827). Preliminarmente, o colegiado, por maioria, conheceu do recurso com fundamento em decisões desta Corte que permitem a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participação na qualidade de amicus curiae (ADI 3.105 ED, ADI 3.934 ED-AgR e ADI 3.615 ED). Nesta assentada, a ministra Rosa Weber reformulou o voto. Entendeu ser irrecorrível a decisão do relator que defere o ingresso de amicus curiae, mas recorrível a que indefere. O ministro Celso de Mello (relator) esclareceu ter se posicionado pelo conhecimento do recurso, pois, na época, havia precedentes que assim orientavam. Alertou que, atualmente, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) tem compreendido ser irrecorrível a decisão do relator que admite, ou não, o ingresso de amicus curiae em processos de controle concentrado (ADI 5.774 ED, ADI 5.591 ED-AgR, ADI 3.460 ED). De igual modo, que o colegiado tem considerado inaplicável o art. 138 do Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015) (1) aos processos do controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4.389 ED-AgR, ADI 3.931 ED). Vencidos os ministros Luiz Fux, Dias Toffoli, Ayres Britto, Edson Fachin e Cármen Lúcia, que não conheceram do agravo, por entenderem ser irrecorrível o pronunciamento. No mérito, o Plenário se reportou à jurisprudência do STF no sentido de que a pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em ação direta.” (ADI 3396 AgR/DF, rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 6.8.2020) Sobre o tema, foram aprovado dois enunciados na I Jornada de Direito Processual Civil, realizada pelo Conselho da Justiça Federal, vejamos: Enunciado 12: É cabível a intervenção de amicus curiae (art. 138 do CPC) no procedimento do Mandado de Injunção (Lei n. 13.300/2016).Enunciado 82: Quando houver pluralidade de pedidos de admissão de amicus curiae, o relator deve observar, como critério para definição daqueles que serão admitidos, o equilíbrio na representatividade dos diversos interesses jurídicos contrapostos no litígio, velando, assim, pelo http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo665.htm http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo827.htm http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2192089 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2544041 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2544041 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2337720 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5259995 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5052439 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2285112 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=3844455 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=3844455 http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2541930 http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=3396&classe=ADI&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M 16 respeito à amplitude do contraditório, paridade de tratamento e isonomia entre todos os potencialmente atingidos pela decisão. 8.6 Intervenção Anômala Intervenção anódina ou intervenção anômala é a modalidade de intervenção prevista no art. 5º da Lei 9.469/97, que autoriza a União e outros entes de direito público a intervirem em processos para dirimir questões fáticas e de direito. Neste tipo de intervenção não é necessário que seja demonstrado interesse jurídico para que seja deferida a participação do ente público no processo, sendo suficiente a demonstração potencial e reflexa de repercussão econômica4. Interessante observar que, ainda que se trate de intervenção da União, esta não é suficiente para atrair a competência da justiça federal em casos que já não sejam de sua competência. Prova para Juiz Substituto do TJ-MT realizada pela VUNESP em 2018 questionou o seguinte. O Código de Processo Civil de 2015 introduziu no sistema processual um mecanismo próprio e diferenciado, destinado a disciplinar situações que envolvem a desconsideração da personalidade jurídica. Acerca desse incidente, assinale a alternativa correta. A) Será resolvido por decisão interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, quando proferida pelo relator. 4 CUNHA, Leonardo Jose Carneiro da., A fazenda Pública em Juizo, 2016, p. 147. 17 B) Não se aplica ao processo de competência dos juizados especiais. C) A instauração será dispensada se o pedido de desconsideração da personalidade jurídica for requerido na petição inicial. D) Não é cabível na fase de cumprimento de sentença. E) Quando tramitar em autos apartados não suspenderá o processo principal. Errada a alternativa A. Das decisões proferidas monocraticamente por relatores nos tribunais cabe agravo interno, não sendo exceção a decisão acerca da desconsideração da personalidade jurídica (art. 136, parágrafo único, CPC). Errada a assertiva B. A desconsideração aplica-se ao rito da Lei n. 9.099/95 (art. 1.062, CPC), sendo a única modalidade de intervenção de terceiros (assim qualificada pelo atual CPC) admitida nos Juizados Especiais. Correto o disposto na assertiva C. Aplicação do art. 134, §2º, do CPC. Seria contraproducente se houvesse a necessidade de instauração de incidente próprio tão logo fosse apresentada a petição inicial. Havendo manifestação acerca da desconsideração no bojo da peça inicial, a questão é apreciada no curso do próprio processo. Errada a letra D. Pelo art. 134, caput, do CPC, o incidente é cabível tanto na fase cognitiva quando na executiva – seja ela por meio de cumprimento e sentença, seja por meio de processo executivo autônomo. Também incorreta a letra E. De acordo com o art. 134, §3º, haverá suspensão do processo, exceto nos casos em que a desconsideração for postulada na própria petição inicial. Há doutrina tanto elogiando a suspensão, porque garante que só haverá responsabilidade patrimonial da pessoa oculta após transitada em julgado a deliberação acerca da desconsideração, quanto criticando, no sentido de prejudicar a celeridade processual. 18 QUADRO SINÓPTICO INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ASSISTÊNCIA Terceiro ingressa em um processo no qual não figurava, com o fito de se beneficiar direta ou indiretamente Simples: interesse jurídico indireto – relação apenas com o assistido. É atingido pela justiça da decisão. Litisconsorcial: interesse jurídico direto – é titular do direito (pressupõe substituição processual) ou um colegitimado. É atingido pela coisa julgada. DENUNCIAÇÃO DA LIDE Os denunciantes (autor e/ou réu), na mesma relação processual, postulam em face de um terceiro (denunciado), através do direito de regresso, no intuito deste ser responsabilizado pelos danos decorrentes de eventual decisão prejudicial Natureza jurídica: ação autônoma de regresso. Cabimento: Evicção: ao alienante imediato (não é possível denunciação per saltum), sendo possível apenas uma denunciação sucessiva. Lei ou contrato obriga alguém a indenizar. É facultativa – efeito prático: se o denunciante for vencedor na ação principal deverá pagar verbas sucumbenciais em favor do denunciado. CHAMAMENTO AO PROCESSO Chamamento por parte do réu de terceiro que, a partir de então passará a ser litisconsorte passivo, tendo em vista a sua responsabilidade e coobrigação frente ao autor da demanda Natureza jurídica: ação autônoma de subrogação. Cabimento: Fiador: pode chamar os demais fiadores e o afiançado. Devedor solidário: pode chamar os demais devedores solidários. É facultativo. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA Possibilidade de se responsabilizar pessoas naturais por atos praticados por pessoas jurídicas. Desconsideração inversa: responsabiliza a sociedade pela dívida do sócio. Suspende o processo, salvo quando requerida a desconsideração na petição inicial (caso em que não se instaura o incidente). 19 AMICUS CURIAE Auxiliar o juízo diante do proferimento de uma decisão que leve em conta os interesses dispersos na sociedade civil e no próprio Estado Interesse jurídico na tese ou precedente. Decisão que admite ou inadmite é irrecorrível. 20 QUESTÕES COMENTADAS Questão 1 FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz Substituto: É cabível denunciação da lide A) dos fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles. B) ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam. C) quando alguém pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu. D) para instaurar o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. E) para atuar como amicus curiae nas hipóteses legalmente previstas. Comentário: LETRA A: Essa seria uma hipótese de chamamento ao Processo, nos termos do artigo 130, II, do NCPC (Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles). LETRA B: Art. 125, I, do NCPC – “Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam. LETRA C: Essa seria uma hipótese de Oposição, prevista no artigo 682 do NCPC, a qual não é mais prevista como Intervenção de Terceiro, mas sim como Procedimento Especial de Jurisdição Contenciosa (Art. 682. Quem pretender, no todoou em parte, a coisa ou o direito 21 sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos). LETRA D: Não se exige a denunciação da lide para a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, a qual tem seus requisitos previstos em lei, conforme artigo 133, §1º, do NCPC. LETRA E: Os requisitos para que alguém se intervenha no processo como amicus curiae estão previstos no artigo 138 do NCPC, e não guardam qualquer relação com o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Questão 2 (VUNESP - 2018 - TJ-MT - Juiz Substituto) O Código de Processo Civil de 2015 introduziu no sistema processual um mecanismo próprio e diferenciado, destinado a disciplinar situações que envolvem a desconsideração da personalidade jurídica. Acerca desse incidente, assinale a alternativa correta. A) Será resolvido por decisão interlocutória, recorrível por agravo de instrumento, quando proferida pelo relator. B) Não se aplica ao processo de competência dos juizados especiais. C) A instauração será dispensada se o pedido de desconsideração da personalidade jurídica for requerido na petição inicial. D) Não é cabível na fase de cumprimento de sentença. E) Quando tramitar em autos apartados não suspenderá o processo principal. Comentário: Errada a alternativa A. Das decisões proferidas monocraticamente por relatores nos tribunais cabe agravo interno, não sendo exceção a decisão acerca da desconsideração da personalidade jurídica (art. 136, parágrafo único, CPC). 22 Errada a assertiva B. A desconsideração aplica-se ao rito da Lei n. 9.099/95 (art. 1.062, CPC), sendo a única modalidade de intervenção de terceiros (assim qualificada pelo atual CPC) admitida nos Juizados Especiais. Correto o disposto na assertiva C. Aplicação do art. 134, §2º, do CPC. Seria contraproducente se houvesse a necessidade de instauração de incidente próprio tão logo fosse apresentada a petição inicial. Havendo manifestação acerca da desconsideração no bojo da peça inicial, a questão é apreciada no curso do próprio processo. Errada a letra D. Pelo art. 134, caput, do CPC, o incidente é cabível tanto na fase cognitiva quando na executiva – seja ela por meio de cumprimento e sentença, seja por meio de processo executivo autônomo. Também incorreta a letra E. De acordo com o art. 134, §3º, haverá suspensão do processo, exceto nos casos em que a desconsideração for postulada na própria petição inicial. Há doutrina tanto elogiando a suspensão, porque garante que só haverá responsabilidade patrimonial da pessoa oculta após transitada em julgado a deliberação acerca da desconsideração, quanto criticando, no sentido de prejudicar a celeridade processual. Questão 3 (FUNDEP GESTÃO DE CONCURSOS – PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – 2019) Sobre as intervenções de terceiros, assinale a alternativa incorreta: A) É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam, e II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. B) Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, podendo o 23 denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido na mesma ação. C) É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu: I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu; dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles; II - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum, e III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum. D) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. Comentário: A questão pede a alternativa INCORRETA. Fique sempre atento ao enunciado! Alternativa A: correta, é a redação do art. 125, do CPC. Alternativa B: incorreta (gabarito da questão). Conforme estudamos, está previsto no p.2, do art. 125 a possibilidade de apenas uma denunciação sucessiva, de modo que o denunciado sucessivo não pode promover nova denunciação. Nesse caso, eventual direito de regresso deve ser exercido em ação autônoma, diferentemente do que está escrito no enunciado. Alternativa C: correta, é a redação do art. 130 que elenca as hipóteses de chamamento ao processo. Alternativa D: correta, é a redação dos arts. 133 e 134 do CPC. Questão 4 (MPE-SP – PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – 2019) Contra a decisão que resolve o incidente de desconsideração de personalidade jurídica, admite-se a 24 A) interposição de recurso inominado. B) oposição de embargos de terceiro. C) interposição de recurso de apelação. D) impetração de mandado de segurança. E) interposição de recurso de agravo. Comentário: A questão exige do candidato o conhecimento acerca do recurso cabível em face da decisão que resolve o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. O art. 136, caput, do CPC prevê que o incidente será decidido por decisão interlocutória. O art. 1015, IV do CPC, por sua vez, dispõe que caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias que versarem sobre o incidente de desconsideração da personalidade jurídica. O p.ú. do art. 136 do CPC prevê que caso a decisão que decida sobre o incidente for proferida pelo relator caberá agravo interno. Dessa forma, o recurso cabível é de fato o agravo, portanto correta a alternativa E. Questão 5 (MPE-PR – PROMOTOR SUBSTITUTO – 2019) Sobre a disciplina da intervenção de terceiros no Código de Processo Civil de 2015, assinale a alternativa correta: A) A admissão de assistente simples, pelo juízo, impede a transação sobre direitos controvertidos pelas partes. B) A decisão que admite o amicus curie no feito é irrecorrível. C) O Código de Processo Civil admite denunciações da lide sucessivas, hipótese que só encontra limites pelo número excessivo de partes. 25 D) O chamamento ao processo é hipótese de intervenção de terceiros que pode ser promovida tanto pelo autor quanto pelo réu. E) Não pode o Ministério Público requerer a desconsideração da personalidade jurídica, ainda que o caso imponha sua atuação. Comentário: Alternativa A: errada. A admissão do assistente simples não impede a transação sobre direitos controvertidos pelas partes. É o que prevê o art. 122 do CPC. Alternativa B: correta. O art. 138 do CPC dispõe que a decisão é irrecorrível. Sobre o assunto importante lembrar do recente julgado do STF no sentido de que decisão do relator que admite ou inadmite o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. Alternativa C: incorreta. O p.2 do art. 125 prevê que só é possível uma denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado contra o seu antecessor imediato. Alternativa D: incorreta. O chamamento só pode ser requerido pelo réu. É o que dispõe o art. 130, caput, do CPC. Alternativa E: incorreta. O art. 133 do CPC prevê que o incidente de desconsideração da personalidade juridica poderá ser instaurado tanto a pedido da parte como a pedido do Ministério Público, nos casos que couber a sua atuação. Questão 6 (FCC – PGE-TO – PROCURADOR DO ESTADO – 2018) Sobre o incidentede desconsideração de personalidade jurídica, é coreto afirmar: A) Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude contra credores, será nula em relação ao adquirente. 26 B) É cabível em todas as fases do processo de conhecimento, inclusive no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. C) Após a instauração do incidente, o sócio ou a pessoa jurídica serão intimados para manifestar- se e requerer as provas cabíveis no prazo de quinze dias. D) Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por sentença. E) A instauração do incidente suspenderá o processo ainda que a desconsideração da personalidade jurídica tenha sido requerida na petição inicial. Comentário: Alternativa A: incorreta. Segundo o art. 137 ela será ineficaz e não nula. Alternativa B: correta. É a redação do art. 134 do CPC. Alternativa C: incorreta. Segundo o art. 135 do CPC eles serão citados e não intimados. Alternativa D: incorreta. Segundo o art. 136 do CPC o incidente será resolvido por decisão interlocutória. Alternativa E: incorreta. Segundo o p.3 do art. 134 a instauração do incidente suspende o processo, salvo quando for requerido na petição inicial. Questão 7 (VUNESP – AVAREPREV-SP – PROCURADOR JURÍDICO – 2020) Acerca do disposto no Código de Processo Civil sobre a desconsideração da personalidade jurídica, assinale a alternativa correta. A) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte, Ministério Público ou de ofício pelo juiz. 27 B) A instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica interromperá o processo, salvo na hipótese em que ele for requerido na petição inicial. C) Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 5 (cinco) dias. D) Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por sentença de mérito. E) Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. Comentário: Alternativa A: incorreta. O incidente não pode ser instaurado de ofício pelo juiz. O art. 133 prevê que o incidente será instaurado a pedido da parte ou do ministério público quando lhe couber intervir no processo. Alternativa B: incorreta. O p.3 do art. 134 prevê que o processo será suspenso e não interrompido. Alternativa C: incorreta. O prazo previsto no art. 135 é de 15 dias e não 5. Alternativa D: incorreta. O incidente será resolvido por decisão interlocutória e não por sentença de mérito. Alternativa E: correta. É o que dispõe o art. 137 do CPC. Questão 8 (CETREDE – PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE – CE – PROCURADOR MUNICIPAL – 2019) Sobre a desconsideração da personalidade jurídica, analise as afirmativas a seguir. 28 I. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo. II. O incidente de desconsideração, somente é cabível nas fases do processo de conhecimento. III. A instauração do incidente não suspenderá o processo. IV. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. Marque a opção que indica a(s) afirmativa(s) CORRETA(S). A) I. B) I - II. C) II - III - IV. D) I - IV. E) I - II - III - IV. Comentário: I: Correta – é o que dispõe o art. 133 do CPC. II: Incorreta – não é cabível apenas no processo de conhecimento, mas também no cumprimento de sentença e na execução de título executivo extrajudicial (art. 134, CPC). III: Incorreta – a instauração do incidente suspenderá o processo, salvo quando requerida na petição inicial (art. 134, p.3). IV: Correta – é o que prevê o art. 137 do CPC. Logo, a alternativa correta é a D. 29 Questão 9 (FUNDATEC – PREFEITURA DE PALMEIRA DAS MISSÕES – RS – PROCURADOR – 2019) Em uma ação civil pública interposta em relação ao Município de Palmeira das Missões, o julgador de primeiro grau admitiu o ingresso no processo, na condição de amicus curie, de determinada autarquia federal. Nesse caso, é correto afirmar que: A) A decisão em questão poderá ser atacada por recurso de agravo de instrumento. B) A decisão em questão é irrecorrível. C) A decisão em questão poderá ser atacada por recurso de agravo interno. D) A decisão em questão poderá ser atacada por agravo retido. E) A admissão da autarquia federal como amicus curie acarretará a mudança de competência para a justiça federal. Comentário: A questão aborda a possibilidade de recurso em face da decisão que admite o ingresso do amicus curiae no processo. Quanto a esse tema é pacífico que a decisão é irrecorrível. Como vimos acima, o que ainda não é pacífico é a recorribilidade da decisão que inadmite o ingresso do amicus curiae. Logo, o gabarito da questão é a alternativa B. Questão 10 (CESPE/CEBRASPE – TCE-RO – PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS – 2019) Roberto ajuizou ação de indenização em desfavor de Lucas por danos materiais decorrentes de acidente de trânsito no qual os veículos de ambos haviam colidido. O réu, por sua vez, tinha contrato de seguro com determinada empresa, com garantia de ser por ela ressarcido em caso de colisão, dano ou avaria no automóvel ou ainda furto ou roubo do veículo. 30 Caso Lucas queira que a empresa integre a lide, isso poderá ser feito sob a modalidade de intervenção de terceiros denominada A) amicus curiae. B) denunciação da lide. C) assistência simples. D) chamamento ao processo. E) assistência litisconsorcial. Comentário: O caso em tela se refere a denunciação da lide cabível no caso de lei ou contrato que obriga alguém a indenizar (lembre-se que também é cabível no caso de evicção). A natureza jurídica dessa intervenção é de ação de regresso. No caso, a seguradora estaria obrigada em ação regressiva a indenizar o prejuízo da parte vencida no processo. O gabarito, portanto, é a alternativa B. 31 GABARITO Questão 1 – B Questão 2 – C Questão 3 – B Questão 4 – E Questão 5 – B Questão 6 – B Questão 7 – E Questão 8 – D Questão 9 – B Questão 10 – B 32 QUESTÃO DESAFIO João e Pedro se envolveram em um acidente de automóvel. Foi verificada que a culpa do acidente foi de João, mas esse se recusou a pagar os prejuízos ao veículo de Pedro. Não restando alternativa, Pedro propôs uma ação indenizatória em face de João, requerendo a reparação dos danos materiais. Assim, João apresentou a contestação no último dia do prazo. Porém, ele se esqueceu de avisar para o seu advogado que o veículo possuía seguro contra danos a terceiros. Desse modo, pergunta-se: É possível João, na figura do seu advogado, requerer o pedido de denunciação da lide após apresentada a contestação? Fundamente. Responda em até 5 linhas 33 GABARITO QUESTÃO DESAFIO Em regra, não feito na contestação, eventual pedido considera-se intempestivo, podendo o réu exercer o direito regressivo ao final do processo, por meio de ação autônoma. Porém, o STJ entende que é viável a denunciação da lide intempestiva se o denunciado contesta apenas o pedido do autor. Você deve ter abordado necessariamente os seguintes itens em sua resposta: Em regra, será intempestivo. A denunciação da lide é uma espécie intervenção de terceiro, sendo provocada por qualquer das partes (autor ou réu, sendo mais comum que seja o réu), de acordo com o caput, do art. 125, do CPC, em que o terceiro é chamado a integrar o processo, porque uma demanda lhe é dirigida. Conforme o art. 126, do CPC, a citação do denunciado será requerida na petição inicial,se o denunciante for autor, ou na contestação, se o denunciante for réu. Assim, se o pedido for apresentado fora desse prazo, opera-se a preclusão temporal. Porém, possui o direito de regresso depois de findado o processo. Logo, a denunciação da lide é uma faculdade da parte, já que o direito material em si poderá ser exercido posteriormente. Nestes termos, o doutrinador Fredie Didier Júnior dispõe: “A denunciação da lide é urna opção posta à disposição da parte interessada. Rigorosamente, é um ônus: se não denunciar a lide, a parte somente poderá exercer eventual direito regressivo autonomamente. Isso quer dizer que a não denunciação da lide implica apenas a preclusão do direito de valer-se deste instrumento processual; não há, enfim, perda do direito de regresso pela não denunciação da lide”. (Didier Jr., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento - 21. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2019, p. 580). Denunciado contesta apenas o pedido do autor. De acordo com o entendimento do STJ, exposto no informativo 606, levando em consideração o princípio da instrumentalidade das formas, previstos nos arts. 188 e 277 do CPC, considera-se viável a denunciação da lide intempestiva na seguinte forma: “Não é extinta a 34 denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal.” (STJ. 3ª Turma. REsp 1637108-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 6/6/2017). Logo, a partir do momento em que o denunciado aceita a denunciação da lide e se limita a impugnar o pedido do autor, demonstra ter admitido a existência da relação jurídica que o obriga regressivamente frente ao denunciante, optando apenas por, junto com o denunciante, resistir à pretensão contida na petição inicial. 35 LEGISLAÇÃO COMPILADA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Arts. 119 a 138. Aqui o aluno deve ter especial atenção aos arts. 125 e 133 a 137. Esses últimos referem-se ao incidente de desconsideração da personalidade jurídica, que é tema frequentemente cobrado nas provas de concursos, como se verifica nas questões acima. Súmula 537, STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 36 JURISPRUDÊNCIA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS Informativo 539, STJ: REsp 1203244/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/04/2014, DJe 17/06/2014 PROCESSUAL CIVIL. MATÉRIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS. AÇÃO MOVIDA CONTRA O ESTADO. CHAMAMENTO DA UNIÃO AO PROCESSO. ART. 77, III, DO CPC. DESNECESSIDADE. Controvérsia submetida ao rito do art. 543-C do CPC 1. O chamamento ao processo da União com base no art. 77, III, do CPC, nas demandas propostas contra os demais entes federativos responsáveis para o fornecimento de medicamentos ou prestação de serviços de saúde, não é impositivo, mostrando-se inadequado opor obstáculo inútil à garantia fundamental do cidadão à saúde. Precedentes do STJ. 2. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal entende que "o recebimento de medicamentos pelo Estado é direito fundamental, podendo o requerente pleiteá-los de qualquer um dos entes federativos, desde que demonstrada sua necessidade e a impossibilidade de custeá-los com recursos próprios", e "o ente federativo deve se pautar no espírito de solidariedade para conferir efetividade ao direito garantido pela Constituição, e não criar entraves jurídicos para postergar a devida prestação jurisdicional", razão por que "o chamamento ao processo da União pelo Estado de Santa Catarina revela-se medida meramente protelatória que não traz nenhuma utilidade ao processo, além de atrasar a resolução do feito, revelando-se meio inconstitucional para evitar o acesso aos remédios necessários para o restabelecimento da saúde da recorrida" (RE 607.381 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 17.6.2011). Caso concreto 3. Na hipótese dos autos, o acórdão recorrido negou o chamamento ao processo da União, o que está em sintonia com o entendimento aqui fixado. 4. Recurso Especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 8/2008. Comentário: 37 Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre Municípios, Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado- membro, não cabe o chamamento ao processo da União, medida que apenas iria protelar a solução da causa. Informativo 941, STF: RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, plenário, julgado em 23/5/2019. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. DESENVOLVIMENTO DO PROCEDENTE. POSSIBILIDADE. RESPONSABILIDADE DE SOLIDÁRIA NAS DEMANDAS PRESTACIONAIS NA ÁREA DA SAÚDE. DESPROVIMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. É da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que o tratamento médico adequado aos necessitados se insere no rol dos deveres do Estado, porquanto responsabilidade solidária dos entes federados. O polo passivo pode ser composto por qualquer um deles, isoladamente, ou conjuntamente. 2. A fim de otimizar a compensação entre os entes federados, compete à autoridade judicial, diante dos critérios constitucionais de descentralização e hierarquização, direcionar, caso a caso, o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro. 3. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na ANVISA deverão necessariamente ser propostas em face da União. Precedente específico: RE 657.718, Rel. Min. Alexandre de Moraes. 4. Embargos de declaração desprovidos. Comentário: A jurisprudência do STJ poderá ser comprometida pelo entendimento manifestado pelo plenário do STF no julgado acima. Segundo consta, a Corte entende que pelo fato da responsabilidade ser solidária entre os entes da federação nas demandas de saúde, o polo passivo da ação poderá ser composto por qualquer deles isoladamente ou em conjunto. 38 Informativo 642: REsp 1726292/CE, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/02/2019, DJe 15/02/2019 RECURSO ESPECIAL. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. OPOSIÇÃO. NÃO CABIMENTO. NATUREZA JURÍDICA. AÇÃO DE CONHECIMENTO. INTERESSE PROCESSUAL. AUSÊNCIA. CONTESTAÇÃO. VIA ADEQUADA. NULIDADE. CITAÇÃO. VÍCIO. REEXAME DE PROVAS. INVIABILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. Recurso especial interposto contra acórdão publicado na vigência do Código de Processo Civil de 1973 (Enunciados Administrativos nºs 2 e 3/STJ). 2. As questões controvertidas no presente recurso podem ser assim resumidas: (i) se é cabível a intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação de usucapião e (ii) se há vício de nulidade do processo por falta de citação da recorrente para ação de usucapião na condição de confinante e proprietária do bem usucapiendo. 3. A oposição é instituto de intervenção de terceiros que tem natureza jurídica de ação judicial de conhecimento, de modo que o opoente deve preencher as condições da ação e os pressupostos processuais para o seu processamento. 4. Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação de usucapião. 5. O opoente carece de interesse processual para o oferecimento de oposição na ação de usucapião porque, estando tal ação incluída nos chamados juízos universais(em que são convocados a integrar o polo passivo por meio de edital toda a universalidade de eventuais interessados), sua pretensão poderia ser deduzida por meio de contestação. 6. A previsão da convocação, por meio edital, de toda universalidade de sujeitos indeterminados para que integrem o polo passivo da demanda se assim desejarem elimina a figura do terceiro no procedimento da ação de usucapião. 7. Tendo a Corte de origem concluído, à luz da prova dos autos, que (i) nenhum dos imóveis objeto da lide se encontra registrado no nome da recorrente e (ii) não há nos autos nenhum lastro probatório que demonstre a posição de confinante da recorrente, inviável a inversão do julgado, por força da Súmula nº 7/STJ. 8. Recurso especial conhecido em parte e não provido. Comentário: Não cabe intervenção de terceiros na modalidade de oposição na ação de usucapião. 39 Lembre-se que atualmente a oposição tem natureza jurídica de ação autônoma (é um dos procedimentos especiais). Contudo, no CPC de 1973 era uma espécie de intervenção de terceiros. REsp 1637108/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 06/06/2017, DJe 12/06/2017 RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO. INDENIZAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. SEGURADORA. QUALIDADE DE DENUNCIADA. RECONHECIMENTO. LITISCONSÓRCIO. PRAZOS RECURSAIS EM DOBRO. ART. 191 DO CPC/73. DENUNCIAÇÃO. EXTEMPORANEIDADE. VÍCIO FORMAL. INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. O propósito recursal é determinar se: a) na hipótese dos autos, com a denunciação da lide, os prazos recursais devem contados em dobro; e b) o Tribunal de origem poderia ter declarado a extinção da denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo recorrente e a nulidade da lide secundária. 2. A denunciação da lide, em sua delimitação moderna, tem a função de adicionar ao processo uma nova lide conexa e, assim, atender ao princípio da economia dos atos processuais e evitar sentenças contraditórias. Consiste, por esse motivo, em mero ônus à parte que não a promove, impossibilitando-a de discutir, num mesmo processo, a obrigação do denunciado de ressarcimento dos prejuízos que venha a sofrer na hipótese de ser vencido na demanda principal. 3. A falta de denunciação da lide não acarreta a perda do direito de pleitear, em ação autônoma, o direito de regresso. 4. Feita a denunciação pelo réu, o denunciado pode aceitar a denunciação e contestar o pedido do autor, situação que o caracterizará como litisconsorte do denunciante, com a aplicação em dobro dos prazos recursais, e que acarretará a resolução do mérito da controvérsia secundária e o resultado prático de sujeitá-lo aos efeitos da sentença da causa principal. 5. O processo é instrumento para a realização do direito material, razão pela qual, se o denunciado reconhece sua condição de garantidor do eventual prejuízo, não há razões práticas para que se exija que, em virtude de defeitos meramente formais na articulação da denunciação da lide, o denunciante se veja obrigado a ajuizar uma ação autônoma de regresso em desfavor do denunciado. 6. Na presente hipótese, embora a denunciação da lide tenha sido formulada intempestivamente, a recorrida reconheceu, ainda que parcialmente, sua condição de garantidora. Portanto, ao reconhecer esse vício do 40 oferecimento da denunciação da lide e anular todos os atos processuais praticados, o Tribunal de origem agiu em descompasso com os princípios da primazia do julgamento de mérito e da instrumentalidade das formas. 7. Recurso especial provido. Comentário: Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal. ADI 3396 AgR, Relator(a): CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-248 DIVULG 13-10-2020 PUBLIC 14-10-2020 CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE – DECISÃO QUE FUNDAMENTADAMENTE NÃO ADMITIU A INTERVENÇÃO, COMO “AMICUS CURIAE”, DE PESSOA FÍSICA – AUSÊNCIA DE REPRESENTATIVIDADE ADEQUADA – IMPOSSIBILIDADE DE DEFENDER, EM SEDE DE CONTROLE NORMATIVO ABSTRATO, DIREITOS E INTERESSES DE CARÁTER INDIVIDUAL E CONCRETO – LEGITIMIDADE DAQUELE QUE NÃO É ADMITIDO COMO “AMICUS CURIAE” PARA RECORRER DESSA DECISÃO DO RELATOR – AGRAVO INTERNO CONHECIDO – RECURSO IMPROVIDO. Comentário: Conforme vimos acima, o tema ainda não é pacífico, mas o STF permitiu a recorribilidade da decisão que inadmite a intervenção do amicus curiae no processo. 41 MAPA MENTAL 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988. ______. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015. Institui o Código de Processo Civil. Brasília: Presidência da República, 2015. BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil: Inteiramente Estruturado à Luz do Novo CPC, de acordo com a Lei n. 13.256, de 4-2-2016. 2. ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2016. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Vade Mecum de Jurisprudência Dizer o Direito. 4ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 2018. CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmulas do STF e STJ. 3ª Edição. – Salvador: Ed. Podivm, 2018. CUNHA, Leonardo Jose Carneiro da., A fazenda Pública em Juizo, 2016. DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Introdução ao Direito Processual Civil, Parte Geral e Processo de Conhecimento. 18. ed. - Salvador: Ed. Jus Podivm, 2016. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito Processual Civil Esquematizado/ Marcus Vinicius Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Neves, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil - Volume Único. 10ª edição. Editora JusPodvm, 2018. Thamay, Rennan. Manual de Direito Processual Civil – 2. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil, processo de conhecimento e procedimento comum – vol. I/Humberto Theodoro Júnior. 58. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2017. DIREITO PROCESSUAL CIVIL Capítulo 8 8. Intervenção de Terceiros 8.1 Assistência 8.2 Denunciação da Lide 8.2.1 Cabimento 8.2.2 Procedimento 8.3 Chamamento ao Processo 8.4 Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica 8.5 Amicus Curiae 8.6 Intervenção Anômala QUADRO SINÓPTICO QUESTÕES COMENTADAS GABARITO QUESTÃO DESAFIO GABARITO QUESTÃO DESAFIO LEGISLAÇÃO COMPILADA JURISPRUDÊNCIA MAPA MENTAL REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS