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OAB
XXXII EXAME DE ORDEM
CAPÍTULO 2 - Parte 1
 
1 
 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Tributos     
Capítulo 2 – Parte 01 (você está aqui) – O Estado e o Poder de 
Tributar. Sistema Tributário Nacional 
      
Capítulo 3 – Competência Tributária   
Capítulo 4 – Legislação Tributária e Obrigação Tributária    
Capítulo 5 – Responsabilidade Tributária    
Capítulo 6 – Crédito Tributário    
Capítulo 7 – Suspensão do Crédito Tributário    
Capítulo 8 – Extinção do Crédito Tributário    
Capítulo 9 – Exclusão do Crédito Tributário    
Capítulo 10 – Garantias e Privilégios do Crédito Tributário   
Capítulo 11 – Administração Tributária    
Capítulo 12 – Disposições Finais e Transitórias do CTN   
Capítulo 13 – Processo administrativo fiscal   
Capítulo 14 – Processo judicial tributário. Ações de iniciativa do fisco. 
Ações de iniciativa do contribuinte 
   
Capítulo 15 – Tributação internacional  
Capítulo 16 – Aspectos tributários da Lei de Responsabilidade Fiscal   
Capítulo 17 – Aspectos tributários da Lei de Diretrizes Orçamentárias  
Capítulo 18 – Aspectos tributários da Lei n° 4.320   
Capítulo 19 – Ilícito tributário. Ilícito e sanção. Ilícito administrativo 
tributário. Ilícito penal tributário 
  
Capítulo 20 – Sistema integrado de pagamento de impostos e 
SIMPLES Nacional 
  
Capítulo 21 – ICMS   
Capítulo 22 – Lei Complementar 116   
 
 
2 
 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
 
Neste segundo capítulo trataremos do Estado e seu poder de tributar, perpassando os 
fundamentos da imposição tributária, suas fontes, as normas que tratam do tema, e seus 
princípios informadores. Além disso, adentraremos no estudo das limitações ao poder de 
tributar, imunidades e isenção. Também exploraremos os tributos em espécie, os federais, 
estaduais, municipais, residuais e extraordinários. 
Ao operador do Direito é indispensável o conhecimento acerca do Direito Tributário e de 
todo o conjunto das leis reguladoras da arrecadação dos tributos (taxas, impostos e contribuição 
de melhoria), bem como de sua fiscalização, considerando as relações entre o fisco e as pessoas 
sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie. 
No Direito Tributário você deve privilegiar o estudo da Lei Seca, sendo certo que o 
Examinador tem predileção por disposições objetivas da letra da lei. Todavia, não deve-se olvidar 
da doutrina, especialmente quanto às questões conceituais, e da jurisprudência relativa aos 
diversos temas que abrangem o plexo de relações jurídicas entre Estado e contribuinte. 
Por ser muito extenso, este segundo capítulo foi divido em duas partes de maneira a 
otimizar a compressão dos importantes temas tratados e oferecer mais recursos de fixação da 
matéria. 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
DIREITO TRIBUTÁRIO .............................................................................................................................. 6 
Capítulo 2 – Parte 01 .............................................................................................................................. 6 
2. O Estado e o Poder de Tributar .................................................................................................... 6 
2.1 Fundamentos da Imposição Tributária ........................................................................................................ 6 
2.2 Poder de tributar ................................................................................................................................................... 8 
2.3 Fontes ...................................................................................................................................................................... 19 
2.4 Fontes materiais .................................................................................................................................................. 20 
2.5 Fontes formais ..................................................................................................................................................... 20 
2.5.1 Espécies de Fonte Formal............................................................................................................................... 21 
2.5.1.1Normas constitucionais ................................................................................................................................... 21 
2.5.1.2Leis complementares ....................................................................................................................................... 21 
2.5.1.3Leis ordinárias ..................................................................................................................................................... 26 
2.5.1.4Leis delegadas ..................................................................................................................................................... 27 
2.5.1.5Medidas provisórias .......................................................................................................................................... 28 
2.5.1.6Decretos legislativos ......................................................................................................................................... 31 
2.5.1.7Resoluções ............................................................................................................................................................ 32 
2.5.1.8Tratados e convenções internacionais ..................................................................................................... 33 
2.5.1.9Decretos ................................................................................................................................................................. 35 
2.5.2 Normas gerais de Direito Tributário: a Legislação Tributária ......................................................... 36 
2.5.2.1Vigência da Legislação Tributária ............................................................................................................... 41 
2.5.2.2Aplicação da Legislação Tributária ............................................................................................................. 42 
2.5.2.3Interpretação e Integração da Legislação Tributária.......................................................................... 43 
2.5.3 Fontes formais secundárias ........................................................................................................................... 46 
 
4 
 
2.6 Princípios do Direito Tributário .................................................................................................................... 47 
2.6.1 Princípio da legalidade tributária ................................................................................................................ 48 
2.6.2 Princípio da anterioridade tributária (anual e nonagesimal). ......................................................... 55 
2.6.3 Princípio da isonomia ....................................................................................................................................... 63 
2.6.4 Princípio da irretroatividade tributária ...................................................................................................... 66 
2.6.5 Princípio da vedação ao confisco ............................................................................................................... 69 
2.6.6 Princípio da não obstância do exercício de direitos fundamentais por via da tributação 72 
2.6.7 Princípio da não limitação ao tráfego de pessoas e ressalva do pedágio (Princípio da 
liberdade de locomoção) ............................................................................................................................................ 72 
2.6.8 Princípio da uniformidade de tributo federal em todo o território nacional ou 
uniformidade geográfica do tratamento tributário deferido pela União ..............................................74 
2.6.9 Princípio da não diferenciação tributária ................................................................................................ 76 
2.6.10 Princípio do non olet........................................................................................................................................ 76 
2.6.11 Princípio da capacidade contributiva ........................................................................................................ 78 
2.7 Limites Constitucionais ao Poder de Tributar ....................................................................................... 82 
2.7.1 Legalidade ............................................................................................................................................................. 86 
2.7.2 Isonomia ................................................................................................................................................................. 87 
2.7.3 Não Surpresa ....................................................................................................................................................... 87 
2.7.4 Irretroatividade .................................................................................................................................................... 88 
2.7.5 Anterioridade do Exercício Financeiro ...................................................................................................... 88 
2.7.6 Noventena ............................................................................................................................................................. 89 
2.7.7 Liberdade de Tráfego ....................................................................................................................................... 90 
2.7.8 Vedações Específicas à União ....................................................................................................................... 91 
2.7.8.1Uniformidade Geográfica da Tributação ................................................................................................. 92 
2.7.8.2Vedação à utilização do IR como instrumento de concorrência desleal .................................. 92 
 
5 
 
2.7.8.3Vedação às Isenções Heterônomas ........................................................................................................... 93 
2.7.8.4Não discriminação baseada em procedência ou destino ................................................................ 94 
2.7.8.5Exigência de Lei Específica para Concessão de Benefícios Fiscais ............................................... 94 
2.8 Imunidade ............................................................................................................................................................. 95 
2.8.1 Imunidade recíproca ......................................................................................................................................... 98 
2.8.2 Imunidade Recíproca e Atividade Notarial e Registral .................................................................... 101 
2.8.3 Imunidade dos templos religiosos ........................................................................................................... 101 
2.8.4 Imunidade dos partidos, sindicatos, entidades educacionais e assistenciais ........................ 103 
2.8.5 Imunidade de imprensa ................................................................................................................................ 105 
2.8.6 Imunidade dos fonogramas ........................................................................................................................ 108 
2.8.7 Imunidade e alíquota zero ........................................................................................................................... 108 
2.9 Isenção .................................................................................................................................................................. 109 
2.9.1 Isenção heterônoma ....................................................................................................................................... 112 
2.9.2 Isenção heterônoma e gratuidades do registro civil – nascimento e óbito .......................... 113 
QUADRO SINÓPTICO ......................................................................................................................... 114 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................ 122 
GABARITO ............................................................................................................................................ 150 
QUESTÃO DESAFIO ............................................................................................................................. 151 
GABARITO QUESTÃO DESAFIO ........................................................................................................ 152 
LEGISLAÇÃO COMPILADA ................................................................................................................. 153 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................ 157 
MAPA MENTAL ................................................................................................................................... 160 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................... 161 
 
 
6 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
Capítulo 2 – Parte 01 
Neste segundo capítulo trataremos do Estado e seu poder de tributar, perpassando os 
fundamentos da imposição tributária, suas fontes, as normas que tratam do tema, seus e seus 
princípios informadores. Além disso, adentraremos no estudo das limitações ao poder de 
tributar, imunidades e isenção. Também exploraremos os tributos em espécie, os federais, 
estaduais, municipais, residuais e extraordinários. 
2. O Estado e o Poder de Tributar 
2.1 Fundamentos da Imposição Tributária 
A princípio, você precisa compreender que é da essência do Estado Democrático a 
participação de todos por meio dos mecanismos constitucionais construídos no processo 
decisório, de maneira a legitimar a participação de todos pelos mesmos mecanismos, 
suportando a responsabilidade pelas tarefas inerentes às decisões tomadas, o que inclui 
necessariamente, a contribuição para o fornecimento dos recursos necessários para tanto. 
Para obter tais recursos financeiros na economia monetarizada da sociedade pós-industrial 
em que vivemos, com todos os seus contrastes e contradições, o Estado, por intermédio do 
governo, realiza a atividade financeira para obter e acumular recursos destinados a financiar o 
atendimento das necessidades públicas, que, a seu turno, significa: fixados os encargos e tarefas, 
produzir os recursos necessários a desenvolvê-los. 
Observa Ricardo Lobo Torres que: 
"Os fins e os objetivos políticos e econômicos do Estado só podem ser financiados pelos 
ingressos na receita pública. A arrecadação dos tributos - impostos, taxas, contribuições e 
empréstimos compulsórios - constituem o principal item da receita." 
 
7 
 
Para a obtenção dos referidos recursos, o Estado exerce a face interna da soberania, como 
ensina Hugo Brito Machado: 
"No exercício de sua soberania o Estado exige que os indivíduos lhe forneçam os recursos 
que necessita. Institui o tributo. O poder de tributar nada mais é do que um aspecto da 
soberania estatal, ou uma parcela desta.". Prosseguindo, "Nos dias atuais, entretanto, já 
não é razoável admitir-se a relação tributária como relação de poder, e por isto mesmo 
devem ser rechaçadas as teses autoritaristas. A ideia de liberdade, que preside nos dias 
atuais a própria concepção de Estado, a de estar presente, sempre, nas relações detributação. Justifica-se o poder de tributar conforme a concepção que se adote do próprio 
Estado. A ideia mais generalizada parece ser a de que os indivíduos, por seus 
representantes, consentem na instituição do tributo, como de resto na elaboração de todas 
as regras jurídicas que regem a nação." 
No exercício do poder tributário, o Estado adota posturas de impor ou dispensar tributos. A 
tributação, para além da finalidade precípua de produzir receitas para custear o funcionamento 
do Estado no interesse geral, tem outro papel igualmente relevante: servir de instrumento para 
a concretização de políticas públicas, especialmente no que respeita à política fiscal, funcionando 
como meio de regulação econômica ao estimular ou inibir atividades com a suavização ou 
agravamento de tributação, ou como instrumento de promoção social de redução de 
desigualdade quando seletiviza vantagens fiscais para segmentos da sociedade, classes de renda 
ou atividades, praticando o que genericamente se considera renúncia fiscal (deixar de arrecadar), 
como aponta Francisco Jucá. 
Leandro Paulsen trata da importância de se evoluir de uma visão do ordenamento tributário 
meramente protetiva do contribuinte para outra que nele enxergue a viabilização das políticas 
sociais. Segundo o autor: 
"Transitamos do puro Estado de direito, em que se opunham nitidamente Estado e 
indivíduo, para um novo Estado, ainda de direito, mas também social, como estampa o 
art. 1o da nossa Constituição da República. Isso dá lugar a uma realidade que congrega a 
liberdade com a participação e a solidariedade. Demonstra que a Constituição brasileira 
de 1967 foi uma Constituição do Estado brasileiro, enquanto a de 1988 é da sociedade 
brasileira. Naquela, em primeiro lugar estava a organização do poder; nesta, os direitos 
fundamentais têm precedência. Naquela, tínhamos uma Constituição do Estado brasileiro, 
em que primeiro se dispunha sobre a estrutura do poder, seus titulares, suas prerrogativas 
e sobre os bens públicos, para só então cuidar da tributação como simples suporte do 
 
8 
 
Estado, aparecendo os direitos fundamentais apenas ao seu final, como um resguardo 
devido à sociedade civil. Na Constituição de 1988, a pessoa humana assume papel central, 
enunciando-se, já em seu início, direitos fundamentais e sociais, e funcionalizando-se a 
tributação mediante um novo modo de outorga de competência tributária em que ganha 
relevância a justificação da tributação em função da sua finalidade.". 
2.2 Poder de tributar 
Como visto, os recursos financeiros são instrumentos necessários à manutenção do Estado 
e, por conseguinte, da ordem social. Decerto, para alcançar os objetivos de uma sociedade há 
um preço e, a esse, atribui-se um nome: tributo. 
Conforme pontua Bruna Estima Borba (2017, p. 23), “a tributação não é um fim em si mesmo, 
mas um meio que possibilita ao Estado o cumprimento de suas funções”. 
Sobre a mesma linha de pensamento de Borba (2017), Leandro Paulsen (2014) ressalta o 
quão é grande o sentido da tributação quando se a percebe como via de efetivação, de 
materialização dos direitos fundamentais e sociais. Nesse toar, afirma o citado autor: “não há 
direito sem estado, nem estado sem tributo”. (PAULSEN, 2014). 
Ante a forma de organização da sociedade, é possível dizer que o poder de tributar é o 
poder do povo que, expresso pela figura do Estado, persegue a captação de recursos essenciais 
para a concretização dos fins pretendidos pelo próprio corpo coletivo. Entende? Então sigamos. 
No ensinamento de Leandro Paulsen (2014), o texto da Constituição de 1988 trouxe a pessoa 
humana em um papel central. Atribuiu-se ao sujeito destaque frente a todas as outras coisas 
quando se anunciou, de forma minuciosa, ainda nos primeiros dispositivos do texto, os direitos 
fundamentais e sociais. Dada a importância do SER na construção da Lei Maior, o sistema 
tributário nacional imbuiu-se em valores humanos, os quais norteiam a tributação em todas as 
suas nuances, da competência e sua expressão à finalidade para qual se destina. 
Em face do Poder de Tributar, nasce para o componente da sociedade uma obrigação: a de 
contribuir. Conforme leciona Paulsen (2014), no Estado Democrático de Direito, despesas 
públicas, aquelas decorrentes da incessante busca pelo bem comum através do respeito às 
 
9 
 
garantias e direitos fundamentais, exigem, de cada indivíduo, um sacrifício, esse revelado através 
da entrega de parte do patrimônio privado em benefício da coletividade. 
As receitas tributárias, decorrentes do estrito cumprimento do dever fundamental de pagar 
tributos, são a fonte principal de recursos do Estado e, por sua dimensão, tratam-se da via mais 
importante para o custeio dos fins constitucionais (PAULSEN, 2014). 
Aliás, a importância do tributo para a organização da sociedade, conforme revela a história, 
já foi diversas vezes documentada. No artigo 13 da Declaração francesa dos Direitos do 
Homem e do Cidadão de 1789, por exemplo, manifestou-se que “para a manutenção da força 
pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve 
ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades”. Não em sentido diverso, a 
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem (1948), no artigo 36, trouxe o 
seguinte texto: “toda pessoa tem o dever de pagar os impostos estabelecidos pela lei para a 
manutenção dos serviços públicos”. 
 
 
 
 
Ante o tema ora abordado, faz-se necessário dar destaque as palavras de Kiyoshi Harada (2017): 
O Estado, em virtude de seu poder de autoridade, pode retirar de seus súditos parcelas 
de suas riquezas para a consecução de seus fins, visando ao bem-estar geral. É o jus 
imperii do Estado que lhe faculta impor sobre as relações econômicas praticadas pelos 
particulares, assim como sobre seus bens, o tributo que, na atualidade, se constitui em 
principal fonte da receita pública. Esse poder de imposição tributária do Estado acha-se 
normatizado em nível constitucional, mediante a outorga de competência tributária que, 
ao lado de inúmeros outros princípios tributários, constitui as chamadas limitações 
constitucionais ao poder de tributar, as quais funcionam como escudos de proteção dos 
contribuintes. 
 
 
10 
 
 
Competência Cumulativa: Distrito Federal (art. 147 da CF) 
Competência residual para a criação de impostos: União (por Lei Complementar, art. 154, I, 
da CRFB) 
Competência extraordinária de Guerra: União (art. 154, II, CF) 
 
 
Município e Distrito Federal
(art. 156 e 147, CF)
•IPTU - propriedade predial e
territorial urbana;
•ITBI - transmissão "inter
vivos", a qualquer título, por
ato oneroso, de bens imóveis,
por natureza ou acessão física,
e de direitos reais sobre
imóveis, exceto os de
garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição;
•ISS - serviços de qualquer
natureza (não compreendidos
no art. 155, II, definidos em lei
complementar)
Estado e o Distrito Federal
(arts. 155 e 147, CF)
•ITCMD - transmissão causa
mortis e doação, de quaisquer
bens ou direitos;
•ICMS - operações relativas à
circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e
intermunicipal e de
comunicação, ainda que as
operações e as prestações se
iniciem no exterior;
•IPVA - propriedade de
veículos automotores.
União (arts. 153, CF)
•II - Importação de produtos
estrangeiros (extrafiscal)
•IE - exportação, para o
exterior, de produtos
nacionais ou nacionalizados
(extrafiscal);
•IR - renda e proventos de
qualquer natureza (fiscal);
•IPI - produtos industrializados
(extrafiscal);
•IOF - operações de crédito,
câmbio e seguro, ou relativas
a títulos ou valores mobiliários
(extrafiscal);
•ITR - propriedade territorial
rural (fiscal);
•IGF - grandes fortunas (nos
termos de lei complementar)
(fiscal)
 
11 
 
IMPOSTOS DA UNIÃO (ARTS. 153 E 154, CF) 
II - importação de produtos 
estrangeiros 
É facultadoao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos 
IE - exportação (para o exterior, 
de produtos nacionais ou 
nacionalizados) 
É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos 
IR - renda e proventos de 
qualquer natureza 
será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei 
IPI - produtos industrializados 
É facultado ao Poder Executivo, 
atendidas as condições e os 
limites estabelecidos em lei, 
alterar as alíquotas dos impostos 
I - será seletivo, em função da 
essencialidade do produto; 
II - será não-cumulativo, compensando-
se o que for devido em cada operação 
com o montante cobrado nas anteriores; 
III - não incidirá sobre produtos 
industrializados destinados ao exterior. 
IV - terá reduzido seu impacto sobre a 
aquisição de bens de capital pelo 
contribuinte do imposto, na forma da 
lei. 
IOF - operações de crédito, 
câmbio e seguro, ou relativas a 
títulos ou valores mobiliários 
É facultado ao Poder Executivo, 
atendidas as condições e os 
limites estabelecidos em lei, 
alterar as alíquotas dos impostos 
O ouro, quando definido em lei como 
ativo financeiro ou instrumento cambial, 
sujeita-se exclusivamente à incidência 
do imposto de que trata o inciso V do 
"caput" deste artigo, devido na 
operação de origem; a alíquota mínima 
será de um por cento, assegurada a 
transferência do montante da 
arrecadação nos seguintes termos: 
I - trinta por cento para o Estado, o 
Distrito Federal ou o Território, 
conforme a origem; 
II - setenta por cento para o Município 
de origem. 
ITR - propriedade territorial rural I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a 
manutenção de propriedades improdutivas; 
 
12 
 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as 
explore o proprietário que não possua outro imóvel; 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer 
outra forma de renúncia fiscal. 
IGF - grandes fortunas (nos 
termos de lei complementar) 
 
IEG – imposto extraordinário de 
guerra 
na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, 
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
Competência residual 
mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo 153 da CF, 
desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
 
IMPOSTOS DOS ESTADOS E DISTRITO FEDERAL (ARTS. 155, CF) 
ITCMD - transmissão causa 
mortis e doação, de quaisquer 
bens ou direitos; 
 
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação 
do bem, ou ao Distrito Federal 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se 
processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito 
Federal; 
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; 
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário 
processado no exterior; 
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; 
ICMS - operações relativas à 
circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços 
de transporte interestadual e 
intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em 
cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de 
serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou 
outro Estado ou pelo Distrito Federal; 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
operações e as prestações se 
iniciem no exterior; 
 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário 
da legislação: 
a) não implicará crédito para compensação com o montante 
devido nas operações ou prestações seguintes; 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações 
anteriores; 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das 
mercadorias e dos serviços; 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da 
República ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria 
absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às 
operações e prestações, interestaduais e de exportação; 
V - é facultado ao Senado Federal: 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante 
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria 
absoluta de seus membros; 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver 
conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante 
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois 
terços de seus membros; 
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito 
Federal, nos termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas 
internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas 
prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para 
as operações interestaduais; 
VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a 
consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em 
outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao 
Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a 
alíquota interestadual; 
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto 
correspondente à diferença entre a alíquota interna e a 
interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: 
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; 
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do 
imposto; 
IX - incidirá também: 
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior 
por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte 
habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim 
como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao 
Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do 
destinatário da mercadoria, bem ou serviço; 
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem 
fornecidas com serviços não compreendidos na competência 
tributária dos Municípios; 
X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem 
sobre serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a 
manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado 
nas operações e prestações anteriores; 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, 
inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e energia elétrica; 
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e 
gratuita; 
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do 
imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, 
realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à 
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos 
dois impostos; 
XII - cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes; 
b) dispor sobre substituição tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ICMS 
(combustíveis) 
§ 4º Na hipótese 
do inciso XII, h , 
observar-se-á o 
seguinte: 
I - nas operações 
com os 
lubrificantes e 
combustíveis 
derivadosde 
petróleo, o 
imposto caberá 
ao Estado onde 
ocorrer o 
consumo; 
II - nas operações 
interestaduais, 
entre 
contribuintes, 
com gás natural e 
seus derivados, e 
lubrificantes e 
combustíveis não 
incluídos no 
 
15 
 
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do 
estabelecimento responsável, o local das operações relativas à 
circulação de mercadorias e das prestações de serviços; 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o 
exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no 
inciso X, "a" 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa 
para outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de 
mercadorias; 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do 
Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão 
concedidos e revogados. 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto 
incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese 
em que não se aplicará o disposto no inciso X, b; 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a 
integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou 
serviço. 
inciso I deste 
parágrafo, o 
imposto será 
repartido entre os 
Estados de 
origem e de 
destino, 
mantendo-se a 
mesma 
proporcionalidade 
que ocorre nas 
operações com as 
demais 
mercadorias; 
III - nas 
operações 
interestaduais 
com gás natural e 
seus derivados, e 
lubrificantes e 
combustíveis não 
incluídos no 
inciso I deste 
parágrafo, 
destinadas a não 
contribuinte, o 
imposto caberá 
ao Estado de 
origem; 
IV - as alíquotas 
do imposto serão 
definidas 
mediante 
deliberação dos 
Estados e 
Distrito Federal, 
nos termos do § 
2º, XII, g , 
observando-se o 
seguinte: 
 
16 
 
a) serão 
uniformes em 
todo o território 
nacional, 
podendo ser 
diferenciadas por 
produto; 
b) poderão ser 
específicas, por 
unidade de 
medida adotada, 
ou ad valorem , 
incidindo sobre o 
valor da 
operação ou 
sobre o preço 
que o produto 
ou seu similar 
alcançaria em 
uma venda em 
condições de livre 
concorrência 
c) poderão ser 
reduzidas e 
restabelecidas, 
não se lhes 
aplicando o 
disposto no art. 
150, III, b 
(Princípio da 
anterioridade 
anual) 
§ 5º As regras 
necessárias à 
aplicação do 
disposto no § 4º, 
inclusive as 
relativas à 
apuração e à 
destinação do 
imposto, serão 
 
17 
 
estabelecidas 
mediante 
deliberação dos 
Estados e do 
Distrito Federal, 
nos termos do § 
2º, XII, g . 
IPVA - propriedade de 
veículos automotores. 
 
I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; 
II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização. 
 
 
Abaixo, a divisão dos impostos segundo sua origem. Como já exposto antes, ordinários são aqueles 
previstos nos incisos que delimitam as competências de cada ente federativo. Enquanto os extraordinários 
são aqueles previstos em condições atípicas. 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
IM
P
O
ST
O
S
ORDINÁRIOS
MUNICÍPIO
IPTU
ITBI
ISS
ESTADO
IPVA
ICMS
ITCMD
UNIÃO
II
IE
IR
IOF
ITR
IGF
EXTRAORDINÁRIOS 
(art. 154, II, CF)
UNIÃO
EXTRAORDINÁRIO DE 
GUERRA
RESIDUAIS 
(art. 154, I, CF)
UNIÃO
 
19 
 
 
Nos autos do julgamento da AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.211-AM1, o Min. GILMAR 
MENDES destacou que ao considerar no cálculo da taxa judiciária a base de cálculo própria de imposto 
(CTN, arts. 33 e 38), a lei do estado do Amazonas contraria a norma prevista no § 2º do art. 145 da 
CF/88, sendo, portanto, inconstitucional. Afirmou o então Ministro Relator do caso: “no que diz respeito 
à utilização da base de cálculo própria de imposto como base de cálculo de taxa judiciária, este Supremo 
Tribunal Federal já se manifestou pela impossibilidade de tal pretensão. Nesse sentido, os seguintes 
precedentes: Rp 1.074, Rel. Min. Djaci Falcão, Tribunal Pleno, DJ 7.12.1984; ADI-MC 1.889, Rel. Min. Nelson 
Jobim, Tribunal Pleno, DJ 14.11.2002”. 
 
2.3 Fontes 
As fontes marcam o nascedouro, a origem de algo, de alguma coisa. No Direito Tributário, 
não diferente de outros ramos do Direito, a doutrina aponta suas fontes que, 
convencionalmente, dividem-se em dois tipos ou duas espécies. 
São elas: 
(1) as fontes materiais e 
(2) as fontes formais (HARADA, 2017). 
A seguir, você verá os fundamentos de cada uma delas. 
 
 
1 Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751060053 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751060053
 
20 
 
2.4 Fontes materiais 
As fontes materiais (ou fontes reais) constituem os fatos relacionados à exação. São os 
fenômenos (ou coisas) do mundo real que autorizam a cobrança dos tributos. No mundo 
tangível, essas fontes representam as riquezas ou os bens previstos pelo legislador e, quando 
existentes na forma da lei, fazem nascer o direito à cobrança praticada pelo Estado (o Fisco). 
Nas palavras da Kiyoshi Harada (2017): 
 
As fontes materiais ou fontes reais do Direito Tributário são os pressupostos fáticos da 
tributação. São as riquezas ou os bens em geral, utilizados pelo legislador como veículos 
de incidência tributária, como o patrimônio, a renda e os serviços. Esses bens, por 
servirem de suporte fático do fenômeno tributário, são conhecidos como fatos 
imponíveis. Esses fatos, em geral, exteriorizadores de riquezas, uma vez emprestados 
efeitos jurídicos, tornam-se fatos jurídicos. Um acontecimento que ocorre no mundo 
fenomênico, enquanto não juridicizado, é irrelevante juridicamente. Entretanto, no 
momento em que a lei passar a conferir-lhe eficácia jurídica, tem-se que ele foi juridicizado, 
tornando-o passível de gerar direitos e obrigações. 
Fonte real, portanto, é o pressuposto de fato que compõe a norma jurídica definidora 
do fato gerador da obrigação tributária. É, como diz o art. 114 do CTN, a situação 
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. A situação é sempre um 
fato, descrito de forma abstrata e genérica na norma legal, que, uma vez ocorrido em 
concreto opera-se o fenômeno da subsunção do fato à hipótese legal prevista, isto é, gera 
a obrigação de pagar tributo. 
 
2.5 Fontes formais 
As fontes formais, diferentemente das primeiras estudadas, são os produtos da atividade 
típica do Poder Legislativo ou ainda do poder regulamentar2 do Executivo. Em outras palavras, 
utilizando-se da definição do art. 96 do CTN, é possível asseverar que são as fontes formais a 
"legislação tributária", assim entendido o complexo formado pelas leis, pelos tratados e pelas 
 
2 Para alguns autores, conhecido como Poder Normativo do Executivo. 
 
21 
 
convenções internacionais, também os decretos e as normas complementares que versem, no 
todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
De forma ainda mais detalhada, é importante que você observe que elas representam as 
fontes formais dos atos normativos ou conjunto de normas que (1) regem a relação jurídico-
tributária entre o Estado e o contribuinte e (2) estabelecem as regras dos processos e 
procedimentos administrativos e aquelas de direito adjetivo tributário (HARADA, 2017). 
No ensinamento de Harada (2017): 
(...) são constituídas pelas normas constitucionais e pelos atos normativos referidos no art. 
59 da CF, quais sejam: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis 
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções. Incluem-se, também, os 
tratados e as convenções internacionais, além dos decretos. 
2.5.1 Espécies de Fonte Formal 
2.5.1.1 Normas constitucionais 
Seguramente, as normas constitucionais tomam destaque entre as fontes de Direito 
Tributário. Porsua importância no Estado Constitucional, o texto da Lei Maior ao tempo que 
afirma, consagra a posição do Estado em face da relação jurídico-tributária travada com o 
contribuinte, também assegura ao sujeito passivo seus direitos e garantias, desenhando no 
ordenamento jurídico as limitações ao Poder de Tributar (HARADA, 2017). 
 
2.5.1.2 Leis complementares 
As leis complementares, aquelas que exigem rito diferenciado de aprovação conforme 
previsto no art. 69 da Constituição Federal, são vias especiais para determinados temas de 
Direito Tributário, representando, portanto, uma exceção prevista expressamente na 
Constituição. Aliás, no que diz respeito a essa espécie de fonte formal, importa destacar aqui a 
natureza jurídica do Código Tributário Nacional, tema esse que, no REsp 625.193/RO, foi 
debatido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
 
22 
 
De acordo com a Máxima Corte, a Lei nº 5.172/66, apesar de ter sido editada como lei 
ordinária, porque seguiu o rito previsto na Constituição de 1946 - que não exigia a edição de 
lei complementar para regulação da matéria -, recebeu o status de lei complementar, pois foi 
acolhida, recepcionada pela Constituição Cidadã de 1988. Por esse motivo, qualquer alteração 
pretendida no texto do CTN deverá ser promovida por uma lei complementar, isto é, de mesma 
natureza, seguindo a previsão do art. 146 da CF. 
 
 
No que diz respeito à expressão “normas gerais” constante no caput do art. 146 da CF, o STF já 
se pronunciou no seguinte sentido: 
observância de normas gerais em matéria tributária é imperativo de segurança jurídica, na 
medida em que é necessário assegurar tratamento centralizado a alguns temas para que 
seja possível estabilizar legitimamente expectativas. Neste contexto, "gerais" não significa 
"genéricas", mas sim "aptas a vincular todos os entes federados e os administrados”. [RE 
433.352 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 20-4-2010, 2ª T, DJE de 28-5-2010.] 
 
Segundo o texto da Lei Maior, cabe à lei complementar3: 
Matéria Previsão legal 
Dispor sobre conflitos de competência, em matéria 
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios 
Art. 146, inciso I 
Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar Art. 146, inciso II 
Estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre definição de tributos e de 
suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
Art. 146, inciso III, a 
 
3 Vide questão 19 
 
23 
 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
Estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre obrigação, lançamento, 
crédito, prescrição e decadência tributários; 
Art. 146, inciso III, b 
Estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre adequado tratamento 
tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas. 
Art. 146, inciso III, c 
Estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre definição de tratamento 
diferenciado e favorecido para as microempresas e para 
as empresas de pequeno porte, inclusive regimes 
especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no 
art. 155, II (ICMS), das contribuições previstas no art. 195, I 
(contribuições sociais do empregador) e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239 (PIS/PASEP) 
Art. 146, inciso III, d 
Quanto à lei complementar de que trata o art. 146, inciso 
III, d, essa também poderá instituir um regime único de 
arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (SIMPLES 
NACIONAL) 
I - será opcional para o contribuinte 
II - poderão ser estabelecidas condições de 
enquadramento diferenciadas por Estado 
III - o recolhimento será unificado e 
centralizado e a distribuição da parcela de 
recursos pertencentes aos respectivos entes 
federados será imediata, vedada qualquer 
retenção ou condicionamento. 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a 
cobrança poderão ser compartilhadas 
Art. 146, parágrafo único, 
incisos I a IV. 
 
24 
 
pelos entes federados, adotado cadastro 
nacional único de contribuintes. 
Poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com 
o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem 
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer 
normas de igual objetivo. 
Art. 146-A 
Instituição, pela União, de empréstimos compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de 
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e 
de relevante interesse nacional, observado o disposto no 
art. 150, III, "b". 
Art. 148. 
Instituição, pela União, de impostos sobre grandes fortunas Art. 153, VII 
A União poderá instituir, mediante lei complementar, 
impostos não previstos no artigo 153 da CF, desde que 
sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base 
de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição 
Art. 154 
No que diz respeito ao imposto sobre transmissão causa 
mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD): 
terá competência para sua instituição regulada por lei 
complementar: (a) se o doador tiver domicílio ou 
residência no exterior; (b) se o de cujus possuía bens, 
era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário 
processado no exterior 
Art. 155, § 1º, III 
No que tange ao ICMS, cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes; 
b) dispor sobre substituição tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do 
estabelecimento responsável, o local das operações 
relativas à circulação de mercadorias e das prestações de 
serviços; 
Art. 155, § 2º, XII 
 
25 
 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para 
o exterior, serviços e outros produtos além dos 
mencionados no inciso X, "a" 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à 
remessa para outro Estado e exportação para o exterior, de 
serviços e de mercadorias; 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos 
Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e 
benefícios fiscais serão concedidos e revogados. 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o 
imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua 
finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no 
inciso X, b; 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do 
imposto a integre, também na importação do exterior de 
bem, mercadoria ou serviço. 
Compete aos Municípios instituir impostos sobre serviços 
de qualquer natureza (ISS), não compreendidos no art. 
155, II, definidos em lei complementar. 
Art. 156, III 
No que diz respeito ao ISS, cabe à lei complementar: 
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para 
o exterior; 
III - regular a forma e as condições como isenções, 
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e 
revogados. 
Art. 156, § 3º, incisos I a III 
A seguridade social será financiada por toda a sociedade, 
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintes contribuições sociais: a lei poderá instituir outras 
fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I (“art.. 
154, I - mediante lei complementar, impostos não previstos 
art. 195, § 4 
 
26 
 
no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados nesta Constituição”). 
 
2.5.1.3 Leis ordinárias 
Diferentemente das leis complementares que exigem quórumde maioria absoluta (art. 69, 
CF), as leis ordinárias requerem para a sua aprovação a maioria simples e constituem a via 
comum para tratar de matéria tributária. 
Como asseverado por Harada (2017), “a constituição não cria tributos, apenas outorga 
competência impositiva”, sendo assim, as leis ordinárias - então produzidas pelos entes 
federativos – representam as vias preferenciais de instituição de tributos, enquanto se revelam 
as leis complementares, por expressa previsão no texto da Lei Maior, como as vias excepcionais 
de criação de tributos. 
 
 
 
Instituição de tributos por lei complementar 
Previsão legal 
(CF/88) 
Pela União, impostos sobre grandes fortunas art. 153, VII 
Pela União, empréstimos compulsórios art. 148 
União poderá instituir impostos não previstos no artigo 153 da CF 
(competência residual) 
art. 154, I 
Contribuições sociais que constituirão outras fontes destinadas a garantir 
a manutenção ou expansão da seguridade social 
art. 195, § 4 c/c 
art. 154, I 
 
 
 
27 
 
Os atos normativos, medida provisória, lei delegada, decreto legislativo e resoluções do 
Senado Federal possuem força de lei. Possuir força de lei significa ter aptidão para inovar no 
ordenamento jurídico, criando direitos e obrigações. 
O Supremo Tribunal Federal, em 2016, firmou tese ampliando o alcance dos atos infralegais 
em matéria tributária, ao considerar compatível com o princípio da legalidade a estipulação, por 
lei, de teto do valor da taxa, com a atribuição a ato normativo infralegal da competência para 
fixar valor exato do tributo, desde que em proporção razoável do custo da atuação estatal. Para 
o STF, o modelo considerado constitucional é compatível com taxas e contribuições parafiscais, 
por possuírem caráter contraprestacional. 
 
2.5.1.4 Leis delegadas 
As leis delegadas, por sua natureza, se distinguem das leis ordinárias por sua origem, ou 
melhor, pelo rito processual que lhes concebe. Conforme leciona Harada (2017), as leis 
delegadas encontram-se na mesma posição hierárquica que as leis ordinárias, só que aquelas 
somente são produzidas pelo chefe do Executivo mediante a solicitação e a efetiva delegação 
ao Congresso Nacional. 
 Prevê a Lei Maior que o citado pré-requisito, qual seja, a delegação ao Presidente da 
República, terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e 
os termos de seu exercício. Ainda segundo o art. 68 da CF, se a resolução determinar a 
apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a fará em votação única, vedada qualquer 
emenda. 
Quanto à matéria, essas leis não podem versar sobre: 
(I) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; 
(II) nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
(III) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos; 
 
28 
 
(IV) a matéria reservada à lei complementar; e, finalmente, não serão objeto de 
delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de 
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal (art. 68, CF). 
 
2.5.1.5 Medidas provisórias 
Consoante o texto do art. 62 da CF, as medidas provisórias (MP) são vias normativas 
extraordinárias. Tal definição se dá porque somente em caso de relevância e urgência, está 
autorizado o Presidente da República a adotar medidas provisórias, com força de lei, desde que 
sejam essas submetidas, de imediato, ao Congresso Nacional. 
Como se não bastasse se tratar de fonte formal reservada a situações específicas – essas 
marcadas por imperiosa necessidade do Estado, é vedado às Medidas Provisórias as seguintes 
matérias: 
 Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
 Direito penal, processual penal e processual civil; 
 Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros; 
 Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
 Que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo 
financeiro; (6) reservada a lei complementar; 
 Aquela já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente 
de sanção ou veto do Presidente da República. 
No que tange à matéria de Direito Tributário, determinou o constituinte: medida provisória 
que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, 
 
29 
 
IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida 
em lei até o último dia daquele em que foi editada4. 
Essa restrição (relativa à necessidade da conversão em lei no exercício da edição da medida 
provisória aplica-se exclusivamente aos impostos, de modo que, no que tange às outras espécies 
tributárias, o princípio da anterioridade deve ser observado, tomando como referência a data 
da publicação da MP, e não a sua conversão em lei. 
 
 
 
 
 
Este tema foi cobrado pela FCC em 2020 em certame do TJ-MS para Juiz Substituto da 
seguinte maneira: 
 A respeito do princípio da anterioridade tributária, é correto afirmar: 
A) Medida provisória pode instituir ou majorar imposto e, neste caso, a obediência à 
anterioridade anual tributária pressupõe a sua conversão em lei até o último dia do exercício 
financeiro em que for editada, para que a nova norma possa ser aplicada no ano seguinte. 
B) A lei estadual que implique em postergação de novas hipóteses de creditamento relativo ao 
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sujeita-se à regra da anterioridade 
tributária. 
 
4 Vide questão 1 
 
30 
 
C) Há tributos que podem ser majorados sem precisar observar o principio da anterioridade 
anual, todavia essas exceções se aplicam apenas a alguns impostos federais. 
D) O Senado Federal pode majorar alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços (ICMS) sem que seja aplicável o princípio da anterioridade anual. 
E) A majoração da base de cálculo do Imposto Sobre Propriedade Territorial Urbana (IPTU) deve 
respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal. 
A Banca Examinadora exigiu conhecimento acerca da letra da lei e da jurisprudência do STF para 
alcançar a resposta correta. Veja na solução a seguir. 
A assertiva A responde corretamente ao questionado. Medida Provisória pode instituir ou 
majorar imposto e, neste caso, a obediência à anterioridade anual tributária pressupõe a sua 
conversão em lei até o último dia do exercício financeiro em que for editada para que a nova 
norma possa ser aplicada no ano seguinte. Nesse sentido, veja: 
Art. 62, §2º, da CF: Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto 
os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte 
se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
A letra B está incorreta. A postergação do direito do contribuinte do ICMS de usufruir de novas 
hipóteses de creditamento, por não representar aumento do tributo, não se sujeita à 
anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, c, da Constituição. Veja posição da Corte 
Suprema a seguir: 
A postergação de hipótese de redução de imposto não se equipara a aumento do tributo, pelo 
que não atrai a incidência da anterioridade nonagesimal prevista no art. 150, III, “c”, da Carta 
Política. Precedentes do STF: RE 584.100 Repercussão Geral, Rel. Ministra Ellen Gracie, Tribunal 
Pleno, julgado em 25.11.2009; ADI 2.673, Rel. Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 
03.10.2002; AI 783.509 AgR, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, julgado em 
19.10.2010; AI 780.210 AgR, Rel. Ministra Cármen Lúcia, Primeira Turma, julgado em 14.6.2011, 
DJe de 29.7.2011.31 
 
A alternativa C está incorreta porque CIDE-combustível e ICMS-combustível quando houver 
redução e/ou restabelecimento das alíquotas não observam o princípio da anterioridade anual. 
Ou seja, não somente impostos federais, a exemplo de II, IE e outros. 
Também incorreta a assertiva D, haja vista a Constituição não atribui competência ao Senado 
para aumentar alíquotas do ICMS. 
Por fim, errada a letra E. A majoração da base de cálculo do Imposto Sobre Propriedade 
Territorial Urbana (IPTU) não deve respeitar o princípio da anterioridade nonagesimal. 
De forma esquematizada, são as exceções à regra da anterioridade na MP os seguintes 
tributos: 
 
2.5.1.6 Decretos legislativos 
Sobre essa espécie de fonte formal, importa destacar o ensinamento de Harada (2017): 
São instrumentos normativos de igual hierarquia de lei ordinária, editados privativamente 
pelo Congresso Nacional para aprovação de tratados e convenções internacionais (art. 49, 
I, da CF). São instrumentos idôneos, também, para sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitam do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. 
EXCEÇÃO II - importação de produtos estrangeiros (art. 153, I)
IE - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou 
nacionalizados (art. 153, II);
IPI - produtos industrializados (art. 153, IV);
IOF - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou 
valores mobiliários (art. 153, V);
IEG - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos 
extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, 
os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua 
criação (art. 154, II)
 
32 
 
Servem, outrossim, para fixar, a cada exercício financeiro, a remuneração do Presidente e 
do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado. 
No âmbito do Direito Tributário, o mencionado autor revela que os decretos legislativos tem 
destaque ante a aprovação de convenções internacionais, momento no qual deve-se criar óbice 
à dupla tributação do imposto sobre a renda ou, como ainda destaca Harada (2017), “para 
estatuir isenções recíprocas de impostos federais, estaduais e municipais em determinadas 
circunstâncias”. 
Os decretos legislativos são editados pelo Congresso Nacional no uso de sua competência 
exclusiva, razão pela qual, assim como as resoluções, não se sujeitam à deliberação do Poder 
Executivo por meio da sanção e do veto. 
 
2.5.1.7 Resoluções 
Espécie normativa produzida exclusivamente pelo Congresso Nacional (ou por cada uma de 
suas Casas), tem importância no Direito Tributário nas seguintes situações reguladas pelo art. 
155 da CF: 
 
Tributo Matéria regulada pela Resolução do Senado 
ITCMD e IPVA 
Fixação das alíquotas máximas (art. 155, § 1º, IV) do ITCMD e mínimas 
do IPVA. 
ICMS 
De iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos 
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, 
estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, 
interestaduais e de exportação (art. 155, § 2º, IV) 
ICMS 
É facultado ao Senado Federal (art. 155, § 2º, V): 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante 
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta 
de seus membros; 
 
33 
 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver 
conflito específico que envolva interesse de Estados, mediante 
resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois 
terços de seus membros 
 
2.5.1.8 Tratados e convenções internacionais 
No que diz respeito aos tratados e às convenções internacionais, essas fontes normativas 
tomam destaque porque hierarquicamente põem-se acima das leis ordinárias no direito interno 
e traduzem-se como as vias de uniformização das normas tributárias ante a internacionalização 
da economia (HARADA, 2017). 
Consoante o teor do art. 98 do CTN, os tratados e as convenções internacionais possuem o 
poder de revogar ou modificar a legislação tributária interna e possui importância no 
ordenamento jurídico ao ponto de que deverão ser observados pela legislação que lhes 
sobrevenha. 
Segundo a doutrina, a expressão “revogam” não deve ser entendida como uma revogação a 
rigor, mas como uma suspensão da eficácia da norma tributária nacional, que readquirirá a sua 
aptidão para produzir efeitos se e quando o tratado for denunciado. 
O conflito entre a lei interna e o tratado resolve-se a favor da norma especial (tratado) que 
excepciona a norma geral (lei interna), tornando-se indiferente que a norma interna seja anterior 
ou posterior ao tratado, pois este prepondera em ambos os casos. 
O STF entende que, enquanto não completo todo o procedimento constitucional para a 
incorporação do tratado ao direito interno, não haverá qualquer produção doméstica de efeitos 
do ato firmado pelo Presidente da República. 
Apreciando o conteúdo do §2º do art. 5º da CF, que determina que os direitos e garantias 
expressos na Constituição “não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela 
adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”, 
Harada (2017) revela que os direitos do contribuinte, ao serem consagrados em tratado ou 
 
34 
 
convenção internacional, recebem proteção de texto constitucional, qualidade essa que impede 
que a legislação infraconstitucional modifique-os. Ainda tratando sobre a matéria, o mencionado 
autor afirma: 
Esses tratados e convenções, firmados pelo Presidente da República como Chefe de Estado 
(art. 84, VII, da CF), depois de aprovados pelo Congresso Nacional (art. 49, I, da CF), através 
de Decreto Legislativo (art. 59, VI, da CF), passam a obrigar os Estados signatários 
produzindo seus efeitos no âmbito interno após sua promulgação por Decreto do 
Presidente da República. 
Inúmeros são os tratados e Convenções firmados pelo Brasil para evitar a dupla tributação 
do imposto sobre a renda. 
Outros, são firmados para isentar de impostos federais, estaduais e municipais, por 
exemplo, a Convenção de Viena sobre as relações consulares. 
A EC no 45/2004 inseriu o § 3o ao art. 5o da CF prescrevendo que “os tratados e 
convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa 
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos 
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais”. 
Essa disposição acrescida, se interpretada literalmente, poderá conduzir à equivocada 
conclusão de que tratados e convenções que cuidam de outras matérias têm o status de 
lei ordinária geral, e que a norma do art. 98 do CTN não foi recepcionada pela Carta 
Política de 1988. Uma interpretação que leva a tal conclusão estaria negando a própria 
função harmonizadora dos tratados e convenções. 
Entretanto, o § 3o acrescido pela EC no 45/04 tem a virtude de afastar a incidência da 
parte final do inciso LXVII, do art. 5º da CF, que ressalva a prisão por inadimplemento da 
obrigação alimentícia e por violação do encargo de fiel depositário, após o advento do 
Pacto de San José da Costa Rica aprovado pelo Decreto Legislativo no 27, de 26 de maio 
de 1992, e promulgado pelo Decreto no 678, de 6 de novembro de 1992. De fato, o STF 
já decidiu que é ilícita a prisão civil de depositário infiel em face da insubsistência da 
previsão constitucional e das normas subalternas em face da interpretação do art. 5º, LXVII 
e §§ 1º, 2º e 3o, da CF à luz do art. 7º, § 7º, da Convenção Americana de Direitos Humanos 
(Pacto de San José da Costa Rica). 
 
35 
 
O STF entende que, após regular incorporação ao direito interno, o tratado internacional 
adquire posição hierárquica idêntica à de uma lei ordinária, não podendo disciplinar, por isso, 
matéria reservada à lei complementar, mas possibilitando que uma lei ordinária venha a 
modificá-lo ou revogá-lo internamente. 
2.5.1.9 Decretos 
O tema aqui observado tem sua regraesculpida nos arts. 49, inciso V e 84, inciso IV, da CF 
e art. 99 do CTN. 
 Como você já sabe, os decretos constituem atos normativos de competência do 
Representante Máximo do Poder Executivo e tem como objetivo a regulação de matéria de lei, 
com o fim de garantir o cumprimento da regra instituída pelo Poder Legislativo. Por essa 
limitação, o texto do decreto não poderá, de forma alguma, ultrapassar ou mesmo limitar as 
normas então determinadas pela lei (HARADA, 2017). 
No que diz respeito ao Direito Tributário, Harada (2017) destaca: 
O chamado decreto regulamentador tem suma importância em matéria de Direito 
Tributário não só porque algumas leis tributárias somente entram em vigor na data de sua 
regulamentação, como também porque, na prática, são os textos mais consultados por já 
conter os detalhamentos necessários à aplicação da lei, sempre no pressuposto, 
obviamente, de que as disposições regulamentares estão nos limites legais e 
constitucionais. Texto regulamentar que extravasa dos limites legais pode ser objeto de 
sustação, através de Decreto Legislativo a ser expedido pelo Legislativo, o que se conforma 
com a doutrina que não admite a figura do regulamento autônomo. 
Sobre o uso do decreto no âmbito tributário, Paulsen (2014) afirma que mesmo o Princípio 
da Legalidade Estrita abriga exceções, hipóteses essas nas quais o Executivo está autorizado a 
alterar alíquotas de tributos como, por exemplo, IPI e IOF, desde que sob a condição de 
obedecer às regras impostas pela lei, as quais deverão desenhar os limites e as condições para 
o exercício do Poder de Tributar do Estado. 
 
 
 
36 
 
 
 
 
CF, Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...) V - sustar os atos normativos 
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa; (...) 
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: (...) IV - sancionar, promulgar e 
fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; (...) 
CTN, Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das 
quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas 
nesta Lei. 
 
2.5.2 Normas gerais de Direito Tributário: a Legislação Tributária 
O art. 96 do CTN registra no ordenamento jurídico que a expressão "legislação tributária" 
abarca as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas 
complementares, desde que esses versem - no todo ou em parte - sobre tributos e relações 
jurídicas a eles pertinentes. Neste ponto, importante destacar as palavras do Ministro Ari 
Pargendler sobre o tema, quando relator no julgamento dos Embargos de declaração no RESP 
nº 85.409-SP: 
Tributário. ICMS. Pagamento. Fixação de prazo através de decreto. No 
sistema do Código Tributário Nacional (art. 96), a expressão "legislação 
tributária" caracteriza um gênero, do qual a lei e o decreto são espécies; 
atribuindo a "legislação tributária" força para fixar o tempo do pagamento 
dos tributos, o artigo 160 autorizou que isso se fizesse, indiferentemente, 
por quaisquer de suas espécies, respeitada, por óbvio, a hierarquia existente 
entre elas (v.g., um prazo fixado por lei não pode ser alterado por decreto). 
 
37 
 
Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 85.409/SP, Rel. Ministro 
ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/12/1996, DJ 
03/02/1997, p. 694) 
De acordo com Hugo de Brito Machado Segundo (2017), a expressão “leis” do art. 96 do 
CTN envolve não apenas o produto do Poder Legislativo – leis ordinárias e complementares -
dos entes da federação (estados, municípios e União), mas também outras fontes normativas, 
como as medidas provisórias, resoluções do Senado, decretos-legislativos e outras. 
Apesar da pluralidade de espécies que compõem o que se denominou “legislação tributária”, 
o legislador, lastreado pelo Princípio da Legalidade, de forma restritiva, anunciou no art. 97 
do Código Tributário Nacional que somente a lei pode estabelecer: 
(I) a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
(II) a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 
57 (revogado) e 65 (vide quadro abaixo); 
 (III) a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto 
no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
(IV) a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 (revogado) e 65 (vide quadro abaixo); 
(V) a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, 
ou para outras infrações nela definidas; 
(VI) as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa 
ou redução de penalidades. 
 
 
38 
 
 
Neste ponto, destaca-se a observação de Hugo de Brito Machado Segundo (2017) sobre as 
exceções do art. 97 do CTN. Vejamos: 
O CTN, elaborado à luz da Constituição de 1946, arrola exceções à regra 
de que somente a lei pode majorar ou reduzir tributos, mas essas 
exceções não necessariamente coincidem com as que estão atualmente 
em vigor, que são determinadas pelos arts. 153, § 1º, 177, § 4º, I, b, da 
CF/88, e pelo art. 75, § 1º, do ADCT. 
 
Assim, considerando as palavras de Machado Segundo (2017) acima transcritas, expõe-se a 
seguir o teor do CTN e da Constituição Federal de 1988: 
As Exceções da Constituição Federal de 1988 
e Exceções à regra do art. 97, incisos II e IV, do CTN 
COMPARAÇÃO ENTRE OS TEXTOS 
Tributo Teor do dispositivo da lei 
II - Impostos sobre a 
Importação 
CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos 
incisos I (I. Import), II (I. Export), IV (IPI) e V (IOF) (art, 153, § 1º, CF) 
 
CTN: O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. (art. 
21, CTN) 
IE - Imposto sobre a 
Exportação 
CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos 
incisos I (I. Import), II (I. Export), IV (IPI) e V (IOF) (art, 153, § 1º, CF) 
 
 
39 
 
CTN: O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. (art. 
26, CTN) 
IPI - 
CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos 
incisos I (I. Import), II (I. Export), IV (IPI) e V (IOF) (art, 153, § 1º, CF) 
 
ITBI - Imposto sobre a 
Transmissão de Bens 
Imóveis 
CTN: A alíquota do imposto não excederá os limites fixados em 
resolução do Senado Federal, que distinguirá, para efeito de aplicação 
de alíquota mais baixa, as transmissões que atendam à política nacional 
de habitação. (art. 39) 
 
IOF - Imposto sobre 
Operações de Crédito, 
Câmbio e Seguro 
CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos 
incisos I (I. Import), II (I. Export), IV (IPI) e V (IOF) (art, 153, § 1º, CF) 
 
CTN: O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-lo aos objetivos da política monetária. (art. 65, CTN) 
CIDE - contribuição de 
intervenção no domínio 
econômico 
CF: A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico 
relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e 
seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá 
atender aosseguintes requisitos: a alíquota da contribuição poderá ser 
reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe 
aplicando o disposto no art. 150,III, b (art. 177, § 4º, I, b) 
 
Prescreve a lei que a modificação da base de cálculo, quando tornar a exação mais onerosa, 
é equiparada à majoração do tributo. Por outro lado, destaca o código tributário que, diante 
da hipótese prevista no inciso II do art. 97 do CTN, não constitui majoração de tributo a mera 
atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo do tributo (art. 97, §§ 1º e 2º). 
No que tange ao sistema de normas tributárias, define o CTN que constituem normas 
complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: 
 
40 
 
(I) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
(II) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa; 
(III) as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas (usos e 
costumes meramente interpretativos, que não podem inovar em matérias sujeitas à 
reserva de lei ou derrogar disposições legais); 
(IV) os convênios (acordos de vontade firmados entre as pessoas políticas de direito 
público interno para a consecução de objetivos comuns) que entre si celebrem a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Ainda revela o código que a observância das citadas normas exclui: (a) a imposição de 
penalidades, (b) a cobrança de juros de mora e (c) a atualização do valor monetário da base 
de cálculo do tributo. 
 
Normas 
complementares
Os atos 
normativos 
expedidos pelas 
autoridades 
administrativas
As decisões dos 
órgãos singulares 
ou coletivos de 
jurisdição 
administrativa, a 
que a lei atribua 
eficácia normativa
As práticas 
reiteradamente 
observadas pelas 
autoridades 
administrativas
Os convênios que 
entre si celebrem 
a União, os 
Estados, o 
Distrito Federal e 
os Municípios
 
41 
 
2.5.2.1 Vigência da Legislação Tributária 
Quanto à vigência da legislação tributária, declara o art. 101 do CTN que, considerando o 
espaço e o tempo, a vigência da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis 
às normas jurídicas em geral, ressalvado o que é previsto no código tributário nacional. 
Vigente é a lei que terminou seu ciclo de produção, foi publicada, existe juridicamente, e já 
atingiu o termo por ventura determinado pelo legislador para possuir força de atingir seus 
objetivos finais, apesar de ser possível a existência de algum outro requisito para a efetiva 
produção de efeitos. Para estar vigente, também é necessário que a lei não tenha sido revogada. 
Quanto à força normativa da legislação tributária produzida pelos Estados, Distrito Federal e 
Municípios, o art. 102 do CTN prevê que no País, fora dos respectivos territórios, vigora a 
legislação nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que os entes 
participem, ou do que disponham o CTN ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
Assim, a regra é a territorialidade. Todavia, o CTN prevê duas hipóteses de vigência 
extraterritorial da legislação tributária: a extraterritorialidade prevista em convênio de 
cooperação e a extraterritorialidade prevista em norma geral nacional. 
A seguir, o tempo para o início da vigência, conforme prescrito pelos arts. 103 e 104, do 
CTN: 
Legislação tributária Tempo 
os atos administrativos expedidos pelas 
autoridades administrativas 
na data da sua publicação (art. 103, I) 
as decisões dos órgãos singulares ou 
coletivos de jurisdição administrativa, a que 
a lei atribua eficácia normativa 
quanto a seus efeitos normativos, 30 
(trinta) dias após a data da sua 
publicação (art. 103, II) 
os convênios que entre si celebrem a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
na data neles prevista (art. 103, III) 
 
42 
 
dispositivos de lei, referentes a impostos 
sobre o patrimônio ou a renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de 
incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, 
salvo se a lei dispuser de maneira mais 
favorável ao contribuinte, e observado o 
disposto no artigo 178. 
no primeiro dia do exercício seguinte 
àquele em que ocorra a sua publicação 
(art. 104) 
 
2.5.2.2 Aplicação da Legislação Tributária 
Segundo o CTN, a legislação tributária possui força para aplicação imediata aos fatos 
geradores futuros e aos pendentes (incluindo nesse segundo grupo aqueles casos cuja 
ocorrência do fato tenha tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116). 
Trata-se do princípio da irretroatividade. Note que, em que pese seja um princípio 
constitucional, os casos que excepcionam essa regra estão previstos no CTN, e não na 
Constituição. 
Note ainda, que todas as exceções dizem respeito às infrações, razão pela qual não há 
exceção à irretroatividade no que tange a tributo. 
Ainda no que diz respeito à aplicação no tempo, o CTN determina que lei se aplica a ato ou 
fato pretérito em qualquer caso, quando seja ela expressamente interpretativa, excluída a 
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; e, na hipótese de se tratar de 
ato não definitivamente julgado: 
A. Quando deixe de defini-lo como infração; 
B. Quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
e, finalmente; 
 
43 
 
C. Quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da 
sua prática. 
 
2.5.2.3 Interpretação e Integração da Legislação Tributária 
Nos termos do art. 108, ante a ausência de disposição expressa, a autoridade competente 
para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na seguinte ordem: 
 
 
 
Ressalva o CTN que o uso da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei, sob pena de violação ao próprio princípio da legalidade estrita. De outro lado, 
prevê-se no código que o emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento 
de tributo devido (art. 108). De forma esquematizada, podemos apresentar: 
 
 
Analogia
Os princípios gerais de direito tributário
Os princípios gerais de direito público
A equidade
 
44 
 
 
 
 
Adicionalmente, revela os termos da lei que, de forma acessória, os princípios gerais de 
direito privado serão utilizados para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus 
institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. Ainda 
sobre assunto, o art. 110 fixa o seguinte: 
A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos 
e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição 
Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou 
dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias5. 
Acerca da interpretação, o art. 111 determina que a interpretação literal da legislação 
tributária deve ocorrer nos seguintes casos: 
(I) na suspensão ou exclusão do crédito tributário; 
(II) na outorga de isenção; 
(III) na dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 
 
5 Vide Questão 9 
Analogia
exigência de 
tributo não 
previsto em lei
Equidade
dispensa do 
pagamento de 
tributo devido 
 
45 
 
 
 
De outra forma, orienta o CTN que ante a lei tributária que define infrações, ou lhe comina 
penalidades, deve o intérprete entender da maneira mais favorável ao acusado, em caso de 
dúvida quanto: 
(I) à capitulação legal do fato; 
(II) à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus 
efeitos; 
(III) à autoria, imputabilidade,

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