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gestãoescolar 6 FASCÍCULO CURSO A gestão escolar e as novas tecnologias Eduardo Santos Junqueira Rodrigues DESAFIO DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI 2 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Copyright © 2016 by Fundação Demócrito Rocha FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) Presidência João Dummar Neto Direção Geral Marcos Tardin UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE) Coordenação Geral Ana Paula Costa Salmin INSTITUTO ALBANISA SARASATE (IAS) Direção Geral Cliff Villar CURSO GESTÃO ESCOLAR Concepção e Coordenação Geral Cliff Villar Coordenação de Conteúdo Lucidalva Bacelar Coordenação Pedagógica Ana Paula Costa Salmin Edição de Design Amaurício Cortez Editoração Eletrônica Antônia Maria Coutinho Welton Travassos Revisão de Texto Daniela Nogueira Ilustrações Rafael Limaverde Catalogação na Fonte Kelly Pereira Produção Executiva de Projetos Especiais Lucíola Vitorino Rebeca Sousa Este fascículo é parte integrante do Curso Gestão Escolar composto por 12 fascículos oferecido pela Universidade Aberta do Nordeste (Uane), em decorrência do contrato celebrado entre as prefeituras municipais de Camocim, Fortaleza, Itapipoca, São Gonçalo do Amarante e Tauá e a Fundação Demócrito Rocha (FDR), sob no. 2016.05.10.001, 89/2016, 16.06.05/DP, 2016.05.20.001 e 1808.01/2016, respectivamente. Todos os direitos desta edição reservados a: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271 fundacaodemocritorocha.com.br fundacao@fdr.com.br C939 Curso gestão Escolar: desafio da educação no século XXI / coordenação, Cliff Villar; ilustração, Rafael Limaverde. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha/UANE/Instituto Albanisa Sarasate, 2016. 288p. il. color; (Curso em 12 Fascículos) ISBN 978-85-7529-735-3 1. Curso – Gestão escolar I. Villar, Cliff. Rafael. II. Limaverde, Rafael. III. Título CDU 37.014.63(813.1) CURSO gestãoescolar 3 SUMÁRIO 1. Introdução ........................................................................................................... 4 2. Tecnologias digitais e a escola ........................................................................... 4 2.1 Evolução histórica da informática .........................................................................4 2.2 Mas e a educação? E a escola? ...............................................................................5 2.3 Gestão Educacional das Tecnologias de Informação ............................................7 2.4 Aprendizagem via internet .....................................................................................7 2.5 Outras experiências na internet e o BYOD .............................................................8 2.6 O Padrão Software Livre e as licenças alternativas ao direito autoral ...............12 3. Desafios à implementação das TICs nas escolas ............................................. 14 3.1 Desafios ................................................................................................................14 3.2 O papel do gestor escolar e as tecnologias digitais na educação ......................16 3.3 Sistemas de Informação Escolar ..........................................................................19 3.4 Bases de dados nacionais ....................................................................................21 4. Para aprender mais ........................................................................................... 21 4.1 Leituras indicadas .................................................................................................21 4.2 Websites ................................................................................................................21 4.3 Vídeos ....................................................................................................................21 Síntese do fascículo................................................................................................ 22 Perfil do Autor ......................................................................................................... 22 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 23 OBJETIVOS: Apresentar um panorama sobre a problemática das tecnologias digitais na escola e suas implicações para a área da gestão escolar. Expor as principais tendências atuais no campo das tecnologias digitais voltadas à educação. Apresentar os principais desafios à implementação das tecnologias digitais na escola e o papel do gestor escolar nesse processo. Apresentar os sistemas de informação digitais e suas aplicações na gestão escolar. Permitir ao cursista compreender os principais elementos e autores pertencentes a esse campo temático de estudos e de prática. 2. TECNOLOGIAS DIGITAIS E A ESCOLA 2.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INFORMÁTICA Há mais de 2.500 anos o uso do ábaco indi- cava um dos princípios básicos da computa- ção moderna que se firmou nas últimas duas décadas do século passado: realizar cálculos em série de maneira mais rápida do que a capacidade do cérebro humano. Ao longo dos séculos, esse princípio do ábaco foi apri- morado, permitindo aos humanos realizar cálculos mais complexos, de maneira mais rápida e, mais recentemente, de forma au- tomatizada, liberando nossas mentes e cor- pos para realizar ainda mais tarefas. Durante as duas grandes guerras do século passado, princípios que hoje sustentam capacida- des e estruturas presentes tanto em nossos computadores como na internet foram de- senvolvidos. Foram lançados, dessa forma, princípios fundamentais das máquinas que operamos hoje: a comunicação em rede de dados e de pessoas e o processamento e a automatização de processos. Os processos de miniaturização dos com- ponentes das máquinas computacionais deram origem, na década de 1970, no século passado, aos computadores pessoais (PC), permitindo o acesso das pessoas comuns a essas máquinas, antes restritas a grandes pesquisas e centros de pesquisa. A partir des- se desenvolvimento, gestores e educadores passaram a especular sobre os usos e possí- veis benefícios dessas máquinas no campo 1. INTRODUÇÃO Este fascículo contém informações e refle- xões sobre o fenômeno das tecnologias digitais na sociedade e na escola e suas implicações para os processos de gestão e de ensino e aprendizagem que se desenvol- vem na instituição. Mais especificamente, aborda os desafios colocados diante dessa nova realidade, particularmente no que se refere à gestão escolar, ao papel do gestor escolar nesses processos e ao uso de tecno- logias digitais e sistemas de informação na gestão escolar atual. 4 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE da educação e, mais especificamente, no contexto escolar com fins de ensino, apren- dizagem e, posteriormente, de gestão e co- municação. De lá para cá, como todos sa- bemos, os computadores perderam muito de sua face computacional, tornando-se dispositivos multimídias que cabem na palma de nossas mãos e que permanecem conectados à internet, como é o caso dos smartphones. Ainda que o fator de comuni- cação (mensagens instantâneas, redes so- ciais virtuais) e de entretenimento (games, vídeos, música) dessas máquinas multimí- dias tenha se destacado cada vez mais, o seu uso para atividades de produtividade do trabalho e para o funcionamento de pra- ticamente todas as atividades do nosso dia a dia (da realização de um saque bancário ao agendamento de uma consulta médica pela internet) são um marco indiscutível da era em que vivemos, a chamada Sociedade da Informação (CASTELLS, 1999). 2.2. MAS E A EDUCAÇÃO? E A ESCOLA? Desde a década de 1970, no Exterior e também no Brasil, alguns esforços – par- ticularmente de universidades públicas – têm sido desenvolvidos para trazer a infor- mática para a educação, buscando gerar ganhos de ensino,aprendizagem e gestão, com resultados limitados. Há pelo menos quatro fatores que pesam nesse histórico. Primeiro, sabe-se que a instituição escola é atípica, sendo bastante conservadora e avessa a mudanças (COHEN, 1988). Segun- do, muitos produtos e soluções da informá- tica que adentraram o mundo da educação das últimas décadas não foram desenvol- vidos com fins educacionais, e isso sempre gerou dificuldades para sua incorporação pelos professores em suas aulas. Por ou- tro lado, soluções populares na década de 1980, como CD-ROMs educacionais, simu- lações e instrução assistida por computa- dores (CAI) tiveram pouco impacto positivo na aprendizagem, e seu uso foi descontinu- ado na maioria dos casos. A formação de professores e de gestores da educação não tem acompanhado a rápida transformação das tecnologias digitais em nosso tempo, que, em última instância, questionam o lu- gar e o papel da instituição educacional em nossa sociedade atual. Por fim, o alto custo financeiro de aparelhamento tecnológico das escolas em um país de recursos limi- tados e de dimensões continentais como o Brasil tem sido sempre um grande desafio. Ao longo das últimas décadas, esse pro- cesso tem sido capitaneado pelo Governo Federal, e alguns projetos de abrangência nacional ofereceram treinamento de pes- soal e infraestrutura computacional para escolas de norte a sul do País. Em1984, o MEC implantou o projeto Educom em cinco universidades públicas brasileiras. Foram criados centros pilotos voltados ao desen- volvimento de pesquisas sobre o uso do computador no ensino e na aprendizagem, a formação de professores da rede pública de ensino e a produção de software educativo. Cinco anos depois, o MEC instituiu o primeiro Programa Nacional de Informática Educati- va (Proninfe). Em 1996, foi criada a Secretaria de Educação a Distância (Seed) do MEC, com a finalidade de fomentar a incorporação das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) à educação e atuar no desenvolvi- mento da educação a distância com vista à democratização e à melhoria da qualidade da educação. SAIBA MAIS ProInfo Lançado em 1997, o Programa de Informática na Educação, ProInfo, apresentava como objetivo ter 30.177 computadores instalados em escolas públi- cas de todo o País (DIRETRIZES, 1997) e fornecer trei- namento técnico aos professores (sobre ferramentas como o processador de textos, planilhas eletrônicas, dentre outros) a partir da ação multiplicadora dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE). O Progra- ma também buscava garantir que uma quantidade significativa da população brasileira tivesse acesso a códigos de modernidade para estimular a acumula- ção de conhecimento e o desenvolvimento de uma aprendizagem associada à “dinâmica de crescimen- to sustentável”. O ProInfo buscava, ainda, instigar o desenvolvimento de infraestrutura para o uso da tecnologia informática (Moraes, 1997). O ProInfo Integrado, como passou a ser chama- do, desenvolveu-se em torno de três linhas de ação. A primeira voltou-se à infraestrutura das escolas com a implantação dos laboratórios de informática conec- tados à internet em cerca de 70 mil escolas públicas, que atendem a 92% dos alunos dessas instituições, além de outras ações, tais como o Projetor ProInfo (um projetor integrado a um computador para ser levado à sala de aula) e o Projeto UCA (Um Compu- tador por Aluno). A segunda linha de ação refere-se ao Programa de Capacitação de Professores no uso de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação, que atendeu cerca de 320 mil profes- sores com cursos de especialização de 360 horas e cursos de atualização com aperfeiçoamento de 180 horas. E a terceira ação voltou-se para a dispo- nibilização de conteúdos educacionais e de ferra- mentas de interação e comunicação aos profes- sores e alunos em um ambiente de convergência de mídias, incluindo o Canal TV Escola, o Portal do Professor e do Aluno e o Banco Internacional de Objetos Educacionais. CURSO gestãoescolar 5 PARA REFLETIR Qual é a situação das tecnologias digi- tais na sua escola? Como elas têm sido utilizadas? O uso atual é satisfatório? Quais os desafios a serem enfrentados? Esses desafios podem ser solucionados no âmbito da comunidade escolar? O que mais precisa ser feito para obter ganhos para a gestão e para a aprendi- zagem na escola com o uso das tecno- logias digitais? Você pode, se desejar, escrever sobre essas questões e compartilhar seus pensamentos com colegas de trabalho e outros interessados, de forma privada ou aberta em algum espaço da internet, buscando trocar ideias com outras pes- soas para avançar em suas reflexões. Atualmente, muitas escolas trabalham também com laboratórios móveis de dis- positivos diversos, como notebooks educa- cionais (muitos originados no projeto Um Computador por Aluno, UCA) e tablets. No caso dos professores, atividades no âmbito do UCA documentadas por pesquisadores e educadores indicaram problemas de or- dens diversas. Um grupo de pesquisadores relatou que professores participantes do UCA demandam mais formação, particu- larmente formação de caráter pedagógico na perspectiva da formação continuada, ocorrência que contrasta com relatos de descaso e resistência de professores quan- to às formações oferecidas pelas equipes responsáveis (Santos; Borges, 2011). Cysneiros, Carvalho e Panerai (2011) cons- tataram forte interesse pelo projeto UCA entre os professores; no entanto, registraram baixo nível de competência no uso de computa- dores na maioria das escolas pesquisadas. Foram identificados professores que não ti- nham sequer um endereço de e-mail, predo- minando, nos digitalmente incluídos, o uso da internet para redes sociais, particularmen- te o Orkut. Foi relatado que “... as professoras (da escola UCA) são totalmente leigas (em in- 6 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE formática), nenhuma tinha conta de e-mail... duas tinham computador em casa, mas não usavam...” (p. 5). Outra dificuldade apontada foi o desconhecimento, pelos professores, do sistema operacional Linux e dos aplicativos tipo Office disponíveis nos laptops do UCA. Pretto (2012) relata descontinuidades nas ações do projeto, indicando a ausência de diretrizes claras, acompanhamento e avalia- ção. Por isso, segundo o pesquisador, o UCA “só decolou onde, de fato, os professores e as secretarias municipais de educação o assu- miram como deles” (s/p). 2.3. GESTÃO EDUCACIONAL DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO No que se refere à gestão das escolas, destacam-se sistemas automatizados de bases de dados regionais e nacionais (em que os gestores devem inserir dados das escolas para alimentar estatísticas gover- namentais, mas que também possibilitam o acompanhamento e a avaliação de diversos aspectos da vida escolar) e de comunicação nos diversos níveis (com as secretarias de educação, com outros setores do governo, mas também com a comunidade escolar de professores, pais e alunos). Pesquisas sobre essa área têm sido desenvolvidas a partir da década de 1980 e constituem o campo de- nominado Information Technology in Edu- cational Management (ITEM) – ou Gestão Educacional das Tecnologias de Informa- ção, em português. Segundo Visscher, Os computadores podem aju- dar os gestores escolares na busca de soluções criativas para proble- mas complexos de alocação (por exemplo, colocação de professores, construção do calendário escolar) e apoiá-los no monitoramento cuida- doso da forma como a escola funcio- na. Sistemas de informação escolar podem fornecer aos gestores as in- formações necessárias para o plane- jamento, a formulação de políticas e avaliação. Além disso, sistemas de informação escolar podem ajudar a melhorar a eficiência e eficácia das escolas. Esses processos também se aplicam às atividades de secretaria da escola: correio eletrônico, arqui- vos eletrônicos, planilhas,agendas eletrônicas, discagem automática e publicação desk-top. (1996, p. 291, tradução nossa) Relatos de experiências em países da Europa e Ásia revelam que os pioneiros de sistemas digitais de gestão nas escolas fo- ram os próprios professores, em geral das áreas de matemática e ciências, que, ao terem acesso a computadores, começaram a desenvolver aplicativos simples, mas que facilitavam seu dia a dia na escola, como o uso de planilhas para armazenar dados das turmas, grades de horários etc. A partir da década de 1990, governos, universidades e empresas privadas passam a se dedicar com mais afinco a essa área de desenvolvi- mento e buscam aprimorar seus produtos de gestão escolar a partir da contribuição das experiências de gestores e professores. Buscam-se soluções flexíveis que pudessem atender às particularidades de cada escola, bem como gerar maior eficiência (rapidez na busca de informações, facilidade na ela- boração de documentos, evitar que os mes- mos dados fossem digitados mais de uma vez) e eficácia (utilizar a capacidade com- putacional analítica para tomar decisões que impactem positivamente as ações da escola, gerando ganhos diversos) (BUTLER, VISSCHER, 2014). 2.4. APRENDIZAGEM VIA INTERNET Anteviu-se também, para o breve futu- ro, a ampliação de atividades educacionais não presenciais, pela internet. Trata-se de um campo emergente para a educação bá- sica (já bastante desenvolvido nos Estados Unidos e países da Ásia e Europa) em que a tradicional atividade de ensino presencial da escola básica se hibridiza com atividades de ensino não presenciais. Nos Estados Uni- dos, por exemplo, alunos do ensino médio cursam disciplinas obrigatórias pela internet e os professores desenvolvem projetos e ati- vidades curriculares também pela internet, complementando e enriquecendo as ativida- des presenciais. Essas ações deixam cada vez mais de serem acessórias à aprendizagem e ao currículo e ganham mais centralidade nos processos de aprendizagem. Por isso, demandam tanto interfaces digitais para o ensino (os chamados Ambientes Virtuais de Aprendizagem – AVA) como sistemas de ges- tão associados (acompanhamento do aluno e do professor, atribuição de notas etc.). Em todo o mundo, o Moodle é um dos AVAs mais difundidos para fins educacionais, sendo desenvolvido segundo as regras do Software Livre, livre de custos financeiros. Seu design baseia-se na perspectiva sociocons- trutivista. O Moodle é baseado na estrutura de cursos que contêm atividades (um fórum) e recursos (um arquivo de texto). Há cerca de 20 diferentes tipos de atividades disponíveis (fóruns, glossários, wikis, atribuições, quizzes, pesquisas, bancos de dados etc.) e cada uma delas pode ser personalizada. O principal po- der deste modelo colaborativo baseado em atividades situa-se na combinação das ativi- dades em sequências e grupos, que podem ajudar a orientar os participantes por meio de caminhos de aprendizagem. Assim, cada atividade pode ser construída sobre os resul- tados das anteriores. CURSO gestãoescolar 7 2.5. OUTRAS EXPERIÊNCIAS NA INTERNET E O BYOD Dado o enorme fluxo de comunicações que hoje se processam nas redes sociais vir- tuais, em particular a rede da empresa Face- book, muitos educadores têm desenvolvido atividades de ensino – muitas vezes, a pedi- do dos próprios alunos – nesses sites que estão fora da jurisdição da escola. Segundo Boyd e Ellison (apud Allegretti et. al, 2012, p. 54), sites de rede social virtual são “serviços [...] que permitem aos indivíduos construir perfis públicos ou semipúblicos dentro de um sistema fechado, elencar outros usuá- rios com os quais pode compartilhar cone- xões, ver e pesquisar as listas de conexões destes, bem como aquelas feitas por outros usuários dentro do sistema”. Raquel Recue- ro define redes sociais virtuais como “um conjunto de dois elementos: atores (pesso- as, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões (interações ou laços sociais)” (2010, p. 24, grifos no original). Um espaço de destaque nas redes so- ciais virtuais, quando utilizadas para fins educacionais, são as comunidades ou gru- pos, em que professores e alunos podem disponibilizar conteúdos (artigos, textos, vídeos, sites) e debater sobre os mesmos, explorando diversas abordagens e opiniões para enriquecer a aprendizagem. Alunos e professores podem trazer temáticas perti- nentes aos conteúdos da disciplina para a rede ao publicarem conteúdos diversos, e os demais usuários podem comentar, ex- pressando e trocando suas ideias sobre o que é apresentado. É preciso estar alerta ao fato de que, como são sites comerciais, seu uso está res- trito às regras dessas empresas, e a escola ou o professor têm pouco acesso ao controle da Moodle O Moodle se organiza em Atividades, Recursos e Blocos e disponibiliza uma poderosa ferramenta para gestão de dados dos participantes. Atividades Uma atividade em Moodle é um recurso em que os alunos aprendem interagindo uns com os outros ou com o seu professor. Eles podem, por exemplo, contribuir para um fórum, fazer upload de uma atribuição, responder a perguntas em um questioná- rio ou colaborar juntos em uma wiki. As atividades podem ser classificadas. Um professor pode adicionar atividades ativando a edição e escolher uma atividade clicando em “Adicionar uma atividade ou recurso” em uma seção do curso. Ele, então, seleciona uma atividade a partir do seletor de atividade. (Se o seletor de atividade foi desligado, um menu suspenso será exibido.) Atividades geralmente aparecem na área central do curso. Recursos Um Recurso em Moodle é um item que um professor pode adicionar a um curso de Moodle para apoiar a aprendizagem, como um arquivo, um vídeo ou um link para um site. Um recurso difere de uma atividade, que é estático; ou seja, o aluno pode simplesmente olhar ou lê-lo, em vez de participar. Um professor pode adicionar recursos ligando a edição e clicando em “Adicionar uma atividade ou recurso” em uma seção do curso. Ele, então, seleciona um recurso a partir do seletor de atividade. (Se o seletor de atividade foi desligado, um menu suspenso será exibido.) Recursos geralmente aparecem na área central do curso. Blocos O bloco no Moodle é um item que um professor pode acrescentar à esquerda ou à direita de uma página do curso. Eles fornecem informações extras ou ligações para auxiliar a aprendizagem. Os blocos são um pouco como “widgets” em outro lugar on-line e podem conter, por exemplo, os resultados do questionário, um calendário, links para blogs, os termos do glossário ou arquivos privados. Um professor pode adicionar blocos, girando sobre a edição e escolhendo a opção “Adicionar um bloco de”, que é geralmente no lado inferior direito da página do curso. Blocos aparecem geralmente nos lados do curso. Para fins de gestão das atividades realiza- das no AVA, existe o GMoodle, uma ferra- menta de gestão do Moodle que permite extrair relatórios e promover a integração de dados entre diversos ambientes Mood- le instalados em vários servidores. 8 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE interface e das atividades ali realizadas. No entanto, tem-se a vantagem da fácil conexão com os alunos, em particular para as ativida- des fora do horário escolar. Outro campo que tem se desenvolvido e possui rumos promissores para o uso das tecnologias digitais nas escolas é o que se chama Bring Your Own Device, BYOD (Traga o seu Próprio Equipamento). Isso significa que a escola, em vez de deter os diversos equipamentos a serem utilizados pelos alu- nos, fornece apenas alguns elementos de infraestrutura para criar condições que os alunos utilizem seus próprios equipamentos (em geral, tablets e smartphones) em ativi- dades curriculares na escola. Nesse caso, a escola possibilita espaços diferenciados para as atividades, como salas com mesas para o trabalho em equipes, projetorese lou- sas interativas, e uma conexão à internet de melhor qualidade e com maior estabilidade para garantir o acesso de todos à internet em tempo real. Essa prática apresenta diversas vantagens para a escola, o professor e os alunos, mas demanda um detalhamento do planejamento e da preparação que deverá envolver representantes de todos os seg- mentos da comunidade escolar ampliada (gestores, professores, funcionários, alunos, pais e membros da comunidade). CURSO gestãoescolar 9 Estratégias para a implementação do BYOD SAIBA MAIS Envolver a comunidade O primeiro passo para o planejamento de um programa BYOD é engajar a comunidade, a fim de aprender com a sua visão e alcançar um consenso. Um programa BYOD precisa do apoio de todas as partes envolvidas, incluindo pais, alunos, funcionários e gestores. É preciso verificar e documentar a percentagem de alunos que já possuem um dispositivo digital e saber se o aluno poderá levar esse dispositivo para a escola com regularidade (em muitos casos, o dispositivo pertence à família e é utilizado por mais de uma pessoa, o que inviabiliza o uso regular na escola pelo aluno). Formar a equipe principal A equipe gestora do BYOD pode incluir especialistas em tecnologia da escola e professores que possuem mais facilidade em lidar com a tecnologia, um membro da equipe de gestão e representantes dos alunos e dos pais. A escola pode decidir criar um grupo menor, com foco em estudantes da escola que possuem maior experiência e facilidade com usos diversos das tecnologias (hardware e software). Os alunos envolvidos no programa podem receber alguma pontuação extra, para incentivar a atividade e a colaboração, que em geral irá acontecer no contraturno. Os pais podem servir como voluntários valiosos para a equipe, principalmente aqueles que tenham experiência com tecnologias digitais. Desenvolver a infraestrutura A abertura da escola para o uso dos dispositivos dos alunos irá criar uma alta demanda pelas redes de conexão à internet disponíveis na escola. É preciso verificar inicialmente: • se a rede será capaz de suportar um maior número de dispositivos simultaneamente, por exemplo, no início das aulas, quando acontecerá o login de estudantes na rede ao mesmo tempo; • se os alunos poderão confiar em acesso à rede 24 horas por dia, 7 dias por semana; • se a banda de rede será suficiente para lidar com aplicações multimídia, como jogos on-line e vídeos. Será também necessário contar com um apoio de um especialista em segurança de redes para verificar possíveis riscos de acesso a materiais indesejáveis por meio da rede da escola e verificar: • como se irá proteger as informações dos alu- nos e evitar conflitos de segurança de dados? • como se irá proteger as redes da escola contra vírus? • como será monitorada a utilização da internet a fim de evitar usos indesejados? Além de um detalhado planejamento técnico sobre a segurança das redes de internet da escola, a infraestrutura sem fio deve ter alguma capacidade de crescimento no breve futuro, pois a tendência é de crescente uso da mesma pelos alunos ao longo da implementação do BYOD. Desenvolver um elenco de softwares e aplicativos úteis Em um programa BYOD, os alunos irão trazer uma variedade de dispositivos móveis para a escola. Um desafio é fornecer ferramentas de software e aplicativos que possam ser utiliza- dos por todos os alunos em qualquer dispositi- vo. Isso requer um planejamento considerável. Com uma ampla variedade de dispositivos pessoais móveis, a implementação bem-suce- dida do BYOD faz uso de ferramentas inde- pendentes de plataforma (Android, IOS etc.). Aplicativos baseados na web funcionam na maioria das plataformas e podem acomodar as necessidades de software comuns, incluindo a edição de fotos e apresentações multimídia. Para evitar problemas de compatibilidade, programas de BYOD são mais efetivos quando utilizam armazenamento em nuvem (on-line) para compartilhamento e colaboração entre os alunos e professores, o que funciona em todos os dispositivos. Desenvolver um portal Uma vez determinados os softwares e aplicativos que serão utilizados por todos os participantes do BYOD, o próximo passo importante é criar um local central que reúne e organiza o acesso a todos esses recursos. Um programa efetivo de BYOD ofe- rece uma “estante” de recursos digitais para que todos os participantes possam acessar aplicações web, softwares e aplicativos, de preferência aqueles disponibilizados sem custos e que operam segundo os princípios do Software Livre. Um portal para o BYOD não precisa ser algo complicado. Seu principal objetivo é coletar aplicações de software baseadas na web e aplicativos. Algumas coisas para manter em mente: 10 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 1. Apresentar os aplicativos mais populares na página principal do portal. 2. Não negligenciar a importância da estética do portal. Deve-se buscar criar um design moderno, com um layout limpo, simples e de fácil navegação. 3. Ao projetar um portal, é preciso ter em mente que o portal será acessado a partir de dispositivos móveis. O design deve ser fácil de visualizar e navegar em uma tela pequena. 4. Deve-se incorporar ao portal alguma ferramenta de fácil comunicação instantânea, para que o moderador do portal possa enviar mensagens a partir de qualquer computador ou smartphone sem ter que modificar o site. Desenvolver uma Política de Uso (PU) do BYOD para a escola Os programas de BYOD bem-sucedidos devem ter estratégias bem definidas para ajudar na gestão da sala de aula quando ocorrer a utili- zação de dispositivos digitais para a realização das mais diversas atividades. Essa PU irá espe- cificar onde e quando os dispositivos podem ser utilizados, bem como as políticas para atividades em redes sociais virtuais e mensa- gens (por exemplo, procedimentos relativos a possíveis práticas de bullying, pornografia infantil, discurso de ódio etc.). É possível que a escola já possua alguns documentos sobre essas temáticas que poderão ser atualizados, se for o caso. Construir uma perspectiva de “diálogo” entre o currículo e as tecnologias digitais Trata-se de um ponto central em um pro- grama BYOD. A tônica da educação do século 21 é a de que se aprende em qualquer lugar, a qualquer hora. A concretização dessa visão requer tecnologias digitais, dentre outras. Os alunos irão trazer seus próprios dispositivos para a escola se o currículo permitir e incenti- var o seu uso. Um currículo (conteúdos, plane- jamento, práticas etc.) que encoraja o uso das tecnologias digitais pode incluir os seguintes componentes: Apoio pessoal A escola nomeia alguns especialistas em tecnologia (professores, funcionários, alunos) que apoiam iniciativas com os dispositivos digitais. Esses especialistas trabalham com professores e gestores para apoiar a integração de tecnologia, a gestão BYOD e o desenvolvimento do currículo. Os professores podem desenvolver páginas simples na web para suas turmas, que podem ser acessadas por meio de dispositivos móveis de cada aluno. Estes sites podem apresentar: • objetivos diários; • fóruns virtuais de discussão; • livros eletrônicos e artigos; • recursos (como notas, planilhas, apresentações, áudio, vídeo) relacionados a tópicos temáticos do currículo e a atividades a serem desenvolvidas. Considere o uso do Laboratório de Informática da escola Embora os dispositivos móveis possam ter muitas vantagens, há momentos em que os alunos necessitam de um computador “real”. Muitos softwares requerem um computador com uma estrutura de entrada de mouse, por exemplo. Nem todos os recursos de software são suportados em dispositivos móveis. É preciso verificar: • O que os alunos usam quando necessitam de um teclado para realizarem a digitação de textos mais extensos? • Como os alunos irão usar programas de sof- twareque requerem um computador “real”? • O que os alunos usam quando eles precisam de uma tela maior? • Como os estudantes terão acesso a softwares que não são suportados em seu dispositivo móvel? > Dispositivos de propriedade da escola Uma possibilidade interessante é que as escolas que implementam programas de BYOD também possam fornecer soluções de tecnologia móvel para os alunos que não têm o seu próprio dispositivo, como notebooks do programa UCA e tablets. Alguns modelos bem-sucedidos de BYOD incluem a partilha de dispositivos entre os estudantes, bem como programas de doação de equipamentos novos e usados. Realizar formação continuada Sem um planejamento adequado de uso e de implementação e sem uma formação inicial e um plano de formação continuada, o BYOD não poderá ser bem-sucedido. Simples- mente convidando os alunos a trazer os seus próprios dispositivos para a escola não leva à sua efetivação. Tudo irá depender de como os professores irão optar por implementar os dispositivos em suas aulas. Isso irá determi- nar se um programa BYOD será bem ou mal sucedido. Depois de implementar um progra- ma de BYOD, será necessário estabelecer um plano para proporcionar o desenvolvimento profissional contínuo e treinamento extensivo para os membros que são responsáveis pela execução do programa. O BYOD traz um uso de tecnologias menos controlado do que as práticas tradicionais no laboratório de informá- tica, exigindo novas estratégias de gestão de sala de aula e um maior conhecimento sobre tecnologias digitais. CURSO gestãoescolar 11 2.6. O PADRÃO SOFTWARE LIVRE E AS LICENÇAS ALTERNATIVAS AO DIREITO AUTORAL Há mais de uma década, o Governo Federal tem implementado planos, pro- gramas e projetos com a centralidade do desenvolvimento do padrão de software livre para a grande maioria das ações públi- cas no País que envolvem base tecnológica digital. Mais recentemente, tem sido dada ênfase também a materiais diversos que se encontram disponíveis em domínio público ou que estejam disponíveis na internet gra- tuitamente – muitos deles disponibilizados por seus autores por meio da licença Creati- ve Commons (CC). O movimento do software livre é um movimento pelo compartilhamento do co- nhecimento tecnológico. Qual é a essência de um software? A alma do programa de computador está no seu código-fonte. To- das as linhas de instruções que compõem o software estão contidas no código-fonte, que depois será traduzido para a linguagem compreensível pelo computador. Nos chamados programas proprietários, esse código-fonte, o algoritmo do programa, é um segredo, não revelado para a comuni- dade de usuários do programa. Isso impede que outros programadores e interessados em geral conheçam alguns aspectos de fun- cionamento desse produto (por exemplo, os procedimentos de segurança de dados com que opera) e torna praticamente impossível sua alteração, customização ou aprimora- mento por usuários, estando essas ações restritas aos funcionários do fabricante do produto. Em geral, o usuário do software pro- prietário, quando o adquire, não sabe que na verdade não comprou um produto, mas uma licença de uso. A propriedade do software continua com a empresa que o desenvolveu. Este é o modelo econômico de comercializa- ção do software que se tornou hegemônico. Outros tipos de software proprietário são: Software freeware: é gratuito, mas não pode ser modificado sem autorização. Software shareware (“trial” ou “amostra grátis”): é gratuito, mas possui limitações de uso (tempo, funcionalidades etc). Software demo: apenas para demonstra- ções. Possui limitações de uso. No caso do software livre, como o código- -fonte é público, qualquer interessado pode aprimorar, customizar e criticar diversos as- pectos do programa, contribuindo para sua evolução e mantendo-se a sua disponibiliza- ção gratuita via internet. Portanto, o software livre se baseia em um modelo completamen- te diferente. A liberdade de usar e desenvol- ver o programa é a essência do modelo. As quatro liberdades que caracterizam o software livre são as de uso, cópia, mo- dificações e redistribuição. O software livre possui um autor ou vários autores, mas não possui donos. Dessa forma, o usuário do software livre também tem o direito de ser desenvolvedor, caso queira. Quem o adquire pode usá-lo para todo e qualquer fim, inclusive tem a permissão de alterá-lo completamente. Assim, para um software ser efetivamente livre deve necessariamen- te disponibilizar seu código-fonte. A única proibição feita aos seus usuários é a de tor- ná-lo um software proprietário. Em geral, o software livre é desenvolvido e aprimorado a partir de ações de pessoas interessadas – remuneradas ou não – em seus benefícios para a população em geral. O software chamado OpenOffice.org possui aproximadamente 10 mil desenvolvedores 12 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE em todo o mundo. É um software conheci- do como “pacote de escritório”, de produti- vidade. Engloba o editor de texto, a plani- lha de cálculo e o editor de apresentações, sendo o principal concorrente do pacote Office, da Microsoft (World, Excel, Power Point). Devido ao trabalho colaborativo, o OpenOffice está traduzido para mais de 22 idiomas. No Brasil, o OpenOffice conta com uma comunidade de tradutores e desenvol- vedores que reúne cerca de mil pessoas. A Free Software Foundation disponibiliza em seu site (www.fsf.org) definições sobre o software livre e estabelece quatro tipos de li- berdade, para os usuários do software: ✓a liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº 0); ✓a liberdade de estudar como o pro- grama funciona e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº 1) – o acesso ao código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade; ✓a liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próxi- mo (liberdade nº 2); ✓a liberdade de aperfeiçoar o progra- ma e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie (liberdade nº 3). Segundo Sérgio Amadeu, utilizando software proprietário, o país gastará para informatizar suas prin- cipais 100 mil escolas públicas, no míni- mo, US$ 300 milhões aproximadamente a cada dois anos. A aritmética é simples: se utilizarmos 30 computadores em média em cada uma dessas 100 mil es- colas, teremos de adquirir 3 milhões de licenças de uso de softwares básicos, o sistema operacional e os aplicativos de escritório (editor de texto, planilha de cálculo, editor de imagens e apresen- tações). Uma licença para cada compu- tador comprado. Se cada licença custar somente US$ 100, estaremos falando de um gasto desnecessário de US$ 300 mi- lhões. (1996, p. 39 No Brasil, as escolas públicas têm recebi- do muitos computadores que operam inteira- mente com software livre a partir do sistema operacional Linux, inclusive os computado- res portáteis do projeto UCA (Um Computa- dor por Aluno). Em geral, esses computado- res são disponibilizados com um conjunto de softwares gerais e também de uso mais volta- do a processos típicos da escola, incluindo a gestão, o ensino e a aprendizagem. Um des- ses programas digitais, bastante difundido nas escolas do estado do Ceará, é o Luz do Saber, que integra as ações do Programa da Alfabetização na Idade Certa (Paic). O Luz do Saber possui uma versão web em que os alu- nos podem desenvolver atividades de leitura e escrita com recursos audiovisuais, dentre outros. O programa disponibiliza uma Licen- ça Geral GNU e é associado a uma comunida- de de desenvolvedores, que podem atuar e aprimorar o software livre a fim de gerar mais benefícios aos usuários gratuitamente. Para conhecer o software, basta acessar o link: http://luzdosaber.seduc.ce.gov.br/ As licenças Creative Commons As licenças mais utilizadas para distribui- ção de software são: Copyleft, Copyright e Creative Commons: ✓ Copyleft: “all rights reversed”,todos os direitos revertidos, obra completamente livre para uso (é associada à GPL – General Public License); ✓Copyright: “all rights reserved”, todos os direitos reservados (é dividido em “direito de CURSO gestãoescolar 13 3. DESAFIOS À IMPLEMENTAÇÃO DAS TICS NAS ESCOLAS 3.1. DESAFIOS Em seu livro clássico Oversold and Un- derused: Computers in the Classroom (Com- putadores na Sala de Aula: Subutilizados e Vendidos em Excesso), o pesquisador norte- -americano Larry Cuban apresentou cinco explicações diferentes para as dificuldades da inserção das tecnologias digitais no ensino, com base em um estudo realizado em uma escola situada no coração do Silicon Valley, o berço da indústria da informática nos Esta- dos Unidos. O autor afirma que há uma lenta revolução em curso − como sempre aconte- ceu historicamente nas escolas − que explica a inevitável defasagem entre a invenção de uma tecnologia e sua aplicação com fins educacio- nais. Neste caso, a incorporação das TICs nas escolas seria apenas uma questão de tempo. Seguindo o mesmo caminho, o autor conside- ra ainda que “as mudanças tecnológicas têm sua aplicação retardada na educação formal em relação às empresas, porque as escolas são entidades com forte caráter político e sem fins lucrativos. Funcionam, dessa forma, como sis- temas polivalentes, dotadas de muitos níveis [...] e profundamente conservadoras” (CUBAN, 2001, p. 153). Outra razão é a historicamente lenta mudança das crenças dos professores e as crenças e expectativas da comunidade. Segundo o autor, isso reflete o histórico social, organizacional e político do ensino. autor” e “direito de reprodução”); ✓ Creative Commons: “some rights reser- ved”, alguns direitos reservados (é a abdica- ção de parte dos direitos pelo seu detentor). Segundo o Escritório Central de Arreca- dação e Distribuição (Ecad), o direito autoral é um conjunto de prerrogativas conferidas por lei à pessoa física ou jurídica criado- ra da obra intelectual, para que ela possa gozar dos benefícios morais e patrimoniais resultantes da exploração de suas criações. Protege as relações entre o criador e quem utiliza suas criações artísticas, literárias ou científicas, tais como textos, livros, pintu- ras, esculturas, músicas, fotografias etc. Os direitos autorais são divididos, para efeitos legais, em direitos morais e patrimoniais. Os direitos morais asseguram a autoria da cria- ção ao autor da obra intelectual, no caso de obras protegidas por direito de autor. Os di- reitos patrimoniais são aqueles que se refe- rem principalmente à utilização econômica da obra intelectual. É direito exclusivo de o autor utilizar sua obra criativa da maneira que quiser, bem como permitir que tercei- ros a utilizem, total ou parcialmente. No modelo de licenciamento em Creative Commons, projeto idealizado e coordenado pelo professor de direito Laurence Lessig, to- das as licenças ajudam os criadores a manter o seu direito de autor e os seus direitos cone- xos, ao mesmo tempo em que permitem que outras pessoas copiem, distribuam e façam alguns usos do seu trabalho – pelo menos, para fins não comerciais. Todas as licenças Creative Commons são aplicáveis em todo o mundo. Um licenciante Creative Commons responde a algumas perguntas simples para escolher a licença – primeiro: quero permitir o uso comercial ou não? E segundo: quero per- mitir trabalhos derivados ou não? Em todos os casos, o acesso aos conteúdos é gratuito. Os principais estudos realizados para inves- tigar os desafios da incorporação das TICs em escolas dos Estados Unidos parecem gravitar em torno das categorias de análise utilizadas por Cuban. Alguns autores têm analisado a cul- tura organizacional da escola e do ensino (CO- HEN, 1988a, 1988b; CUBAN, 1986, 2001) como o elemento-chave para explicar os problemas de integração dos computadores ao ensino. Outros autores têm analisado as dificuldades de implementação como resultado do desen- volvimento profissional docente, da infraes- trutura e da disponibilidade das tecnologias digitais (KOZMA, 2003; ROGERS, 2000; SCHO- FIELD; DAVIDSON, 2002). Autores também analisaram a ausência e a necessidade de um bom ajuste entre o currículo, a pedagogia e as características dos produtos tecnológicos (BE- CKER, 1999; McCRORY, 2004). No Brasil, muitos estudos desenvolvidos nas décadas de 1980 e 1990 se realizaram no contexto da implementação de programas governamentais de informática nas escolas públicas e estudos experimentais localiza- dos, em geral associados a iniciativas de pes- quisadores e seus grupos em universidades públicas (LOUREIRO; LOPES, 2012). Esses estudos dividem-se em três eixos principais: perspectivas teóricas diversas associadas ao fenômeno, à formação docente e a práticas es- colares. O caráter intervencionista das políticas públicas e o descompasso entre a proposta modernização tecnológica e as características histórico-institucionais da escola pública cons- tituem, mais uma vez, pilar importante de estu- dos sobre o fenômeno. Pretto (1998) aponta que [...] mesmo a simples presença da televisão e do vídeo como mais um recurso didático-pedagógico pode vir a repetir o que ocorreu – e 14 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE ainda ocorre – com os livros didáticos. A presença marcante de políticas de marketing das editoras fez com que a escola fosse dirigida de fora. Antes, pela indústria do livro. Agora, quem sabe, pelas indústrias de equipamen- tos e de entretenimento. As tecno- logias da comunicação (televisão, vídeo, computadores, multimídia) estão invadindo as escolas por uma pressão das indústrias, não existindo um expressivo movimento da área educacional para sua necessária incorporação crítica. (p. 118). Pretto refere-se aos desafios da instalação de uma “nova cultura audiovisiva” (p. 120) na escola. O autor constata forte distanciamen- to entre universidade e tal processo cultural, com implicações pra a formação de futuros professores. Segundo Pretto, tal situação “é re- flexo de uma política educacional que não está preocupada com a temática e muito menos desenvolve esforços para uma articulação das poucas iniciativas individuais que ocorrem no país” (p.130). Em sua análise sobre a presença de recursos e do uso de vídeos em um grupo representativo das universidades brasileiras, Pretto concluiu que [...] em todas as universidades analisadas a presença do vídeo – ou das multimídias – dava-se por ini- ciativa pessoal do professor, sem nenhum apoio nem mesmo dos se- tores específicos pra esse fim [...] os depoimentos desses profissio- nais indicava sempre um desejo de maior utilização, acompanhado de uma grande dificuldade para a concretização desse desejo. (p. 212). Segundo o autor, isso viria a caracterizar “uma total ausência da cultura audiovisiva” (p. 222) nas práticas acadêmicas das univer- sidades pesquisadas. Em artigo de nossa autoria (JUNQUEIRA, 2012), refletimos que No intuito de construir um amplo e mais pro- fundo entendimento sobre como e por que os professores usam ou não usam as TIC para ensinar, é necessário situar as TIC em relação às identidades, subjetividades e experiências dos professores. Esta pers- pectiva desloca os professores de uma posição passiva em relação ao uso das CURSO gestãoescolar 15 TIC − ou seja, se bem financiados, bem treinados, se suficientemente motivados os professores irão utilizar as tecnologias digitais em um futuro próximo. Em vez disso, esta perspectiva ampliada posi- ciona os professores como um elemento independente entre os diversos elemen- tos que estão presentes no processo de incorporação das tecnologias digitais e de mudança nas escolas (p. 307). E propomos que: O reposicionamento dos professores como um elemento fundamental no processo de assimilação das TIC e de mudança pode ser entendido também em relação à experiência da história socialda tec- nologia na sociedade contemporânea. Isto indica a necessidade de se compre- ender melhor como os professores têm experimentado, em nível pessoal e pro- fissional, as contradições da sociedade contemporânea ao longo do processo de desenvolvimento tecnológico. Ao investigar tais questões, poder-se-á ob- ter um insight mais complexo sobre as dinâmicas que explicam como as escolas podem permanecer sendo lugares “low tech” mesmo cercadas por uma crescen- te disponibilidade e utilização das TIC na sociedade contemporânea. (p. 307-8) Uma experiência importante de imple- mentação da rede de internet em um distrito escolar nos EUA foi relatada em detalhes no livro Bringing the Internet to School (Trazen- do a Internet para a Escola) das pesquisado- ras Janet Schofield e Ann Davidson (2002). As autoras acompanharam todo o processo de implementação da internet em um distrito com 2.900 professores e alunos de diversas origens familiares em uma grande cidade dos Estados Unidos durante quatro anos. As au- toras enfatizam fortemente o fato de que, na história da educação pública, poucos novos programas – mesmo aqueles bem-sucedidos – têm sido de fato institucionalizados. Isso parece intrigante, mas pesquisadores con- cordam que se trata de uma forte caracterís- tica no campo da educação pública. As pes- quisadoras utilizaram a seguinte definição de institucionalização: “Institucionalização é o ponto em que uma prática inovadora, ten- do sido implementada, perde o seu status de algo especial e passa a fazer parte dos com- portamentos rotineiros do sistema institucio- nal” (apud MILES; EKHOLM, 1991, p. 263). Pesquisando sobre fatores que fortalecem a chance de institucionalização de um progra- ma baseado em tecnologias digitais, as auto- ras identificaram os seguintes fatores: ✓ o grau de estabilidade do ambiente es- colar (poucas trocas de gestores e professores, por exemplo, são um fator positivo); ✓ a ocorrência de mudanças relacionadas ao novo programa ocorre em todos os níveis da instituição escolar e dos níveis superiores (secretarias de educação etc.); ✓ uma forte pressão interna a favor do novo programa (por exemplo, a reivindica- ção dos alunos para que o programa seja estabelecido); ✓ a atitude da comunidade escolar a favor de promover e manter as mudanças trazidas pelo novo programa. No estudo realizado no referido distrito escolar, as pesquisadoras constataram que os gestores estavam sobrecarregados com outras tarefas e tiveram pouca oportunidade para se engajar no dia a dia das ações de im- plementação da internet, o que prejudicou a sustentabilidade do programa. Foram constatados os seguintes fatores que contribuíram para a institucionalização do programa de internet no distrito escolar: ✓ funcionários criaram as condições es- truturais necessárias e formularam estratégias para manter o interesse dos integrantes do dis- trito pela internet ao longo do tempo; ✓ houve um trabalho buscando a institucio- nalização da internet desde os primeiros pas- sos do programa, construindo boas relações e confiança entre os participantes do programa; ✓ o distrito teve que alocar verba própria para complementar o financiamento do go- verno federal para o programa, o que gerou uma pressão interna para que os recursos do distrito gerassem resultados positivos para as escolas envolvidas. As pesquisadoras concluíram que o grande uso das tecnologias digitais ocorridas com a chegada da internet forçou a implementação do programa, pois professores e alunos viram a grande utilização da rede para as atividades escolares. Gestores dos distritos perceberam que a internet era confiável e útil. Mesmo sen- do em geral resistente em participar de ativi- dades ditas inovadoras, o grande interesse e entusiasmo dos professores foi inegável para o sucesso da iniciativa. Os gestores deixaram claros e divulgaram fortemente os benefícios que a internet estava gerando para alunos e para professores no dia a dia da sala de aula. Por fim, as pesquisadoras concluíram que é possível se obter a institucionalização mesmo enfrentando-se inicialmente muitas dúvidas e desafios por parte dos participantes. 3.2. O PAPEL DO GESTOR ESCOLAR E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO O primeiro passo para uma gestão efe- tiva dos recursos tecnológicos da escola é a formação democrática de um grupo para 16 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE gerenciar esses artefatos e práticas, com re- presentantes dos diversos setores da comu- nidade escolar. Na ausência de um grupo gestor, os recursos tecnológicos da escola tendem a ser apropriados por um professor ou gestor de forma negativa, pois poderá privar os demais do acesso e uso. Em um grupo gestor de tecnologias, é desejável a participação de: ✓ diretor ou vice-diretor da escola; ✓ um ou dois professores de cada turno; ✓ um aluno de cada turno; ✓ um estudante monitor (se houver na escola); ✓ um funcionário da escola. Dependendo de situações específicas, poderão participar do grupo também o co- ordenador pedagógico, um representante da comunidade ou associação de bairro, um especialista em tecnologias da rede escolar e representantes de alguma organização que colabore ativamente com a escola, quando houver, preservando-se os direitos da comu- nidade escolar mais ligada à instituição. A avaliação de desempenho do setor de tecnologias digitais da escola (em alguns ca- sos ligados aos Multimeios; em outros, à pró- pria diretoria ou ao laboratório de Multimeios) deverá ser feita pelo menos a cada semestre pelo grupo gestor, com base em indicadores objetivos, de preferência números absolutos e percentuais. Se problemas inesperados ocor- rem durante o semestre letivo, recomenda-se convocar uma reunião extraordinária do grupo para que eventuais dificuldades não prejudi- quem a aprendizagem dos alunos. Nas reuni- ões regulares semestrais, pode-se verificar, por exemplo, quantidade de horas de funciona- mento da sala de informática, percentual de professores que usaram a sala, equipamentos mais e menos utilizados, custos de manuten- ção, necessidades de aquisição de software e de equipamentos para o semestre seguinte, ca- pacidade das redes de internet e prognósticos para o semestre seguinte, dentre outros. Dois aspectos do trabalho de Cysneiros (2006) merecem destaque no que se refere ao manejo e à manutenção dos artefatos tecnoló- gicos presentes na escola e a escolhas dos pro- gramas de computador utilizados na instituição. No que se refere à gestão dos equipamentos, o autor afirma que com vistas à otimização do uso dos equipamentos, deve-se rotineiramente re- gistrar as datas e o tempo de uso do laboratório durante o expediente escolar e, se ocorrer utili- zação nos fins de semanas, os nomes de profes- sores, monitores e demais usuários e eventuais ocorrências, particularmente defeitos em com- putadores e em outras máquinas. Segundo Cysneiros, registros regulares possibilitam avaliações de taxas de uso e dos tipos de atividades pedagógicas realizadas em um determinado período. Atra- vés da análise de registros podem-se detectar dias e horários em que com- putadores e outros equipamentos permanecem ociosos, estudando-se maneiras de preencher os períodos vagos. Podem ser constatados proble- mas recorrentes, como ausências siste- máticas de professores ou monitores, defeitos recorrentes em determinadas máquinas, ou seja, problemas cotidia- nos de gestão. (2006, p. 13) Sobre os softwares, programas de computa- dor, Cysneiros propõe que: o software deve ser discutido pelo Grupo Ges- tor de Tecnologias da Escola. Característi- cas técnicas, custo, qual idade, utilidade pedagógica etc., devem ser examinadas objetivamente, sem a influência do en- cantamento com o novo nem o obscu- recimento da questão por especificações técnicas. Além dos programas intrínsecos a qualquer computador (ambientes ope- racionais como Windows e Linux), softwa- res de referênciapodem ser as primeiras aquisições de uma escola: enciclopédias, dicionários de português, inglês, fran- cês, espanhol, atlas de ciências e atlas geográficos, pois poderão ser utilizados em qualquer disciplina ou atividade pe- dagógica. Também são indispensáveis [programas] antivírus, softwares de tra- vamento do sistema operacional e um pacote tipo Office com processador de textos, planilha, banco de dados, navega- dor para Internet e outras ferramentas de produtividade pessoal. Periodicamente devem ser examinados os computado- res, com a ajuda de estudantes monito- res, verificando se os softwares que foram instalados no semestre (2006, p. 14). Caso esses softwares sejam fornecidos pelo governo e já venham instalados nas máquinas disponibilizadas pela escola, re- comenda-se que seja verificada a sua ade- quação aos fins desejados e, se necessário, sejam adaptados aos usos das escolas, res- peitando-se direitos e mecanismos legais que regulam essas transações. No artigo “Gestão inovadora da escola com tecnologias”, o professor e pesquisador José Moran esclarece sobre as dificuldades de uma gestão de sucesso diante da precariedade de recursos vivenciada por tantas escolas públi- cas no País, mas ressalta que a união de todos os segmentos da comunidade escolar pode ajudar a ultrapassar algumas dificuldades, contando-se inclusive com as facilidades trazi- das por algumas tecnologias digitais. Tratando da questão em uma perspectiva CURSO gestãoescolar 17 histórica, o autor nos lembra que, numa primei- ra etapa, privilegiou-se o uso do computador em tarefas administrativas para a realização de cadastro de alunos, folha de pagamento e até mesmo digitação de provas e outros ma- teriais escolares. Posteriormente, os compu- tadores começaram a ser instalados em um laboratório e se criaram algumas atividades em disciplinas isoladas, em implementação de projetos de aprendizagem. “As redes ad- ministrativa e pedagógica, nesta primeira eta- pa, estiveram separadas e ainda continuam funcionando em paralelo em muitas escolas”, afirma o autor (MORAN, 2003, S/P). Ele comple- ta, afirmando que na escola “o administrativo está a serviço do pedagógico e ambos têm de estar integrados, de forma que as informações circulem facilmente – com as restrições de acesso necessárias –, para visualizar qualquer informação que precisarmos checar ou para fa- zer previsões necessárias” (MORAN, 2003, S/P). Segundo Moran, na implantação de tecno- logias o primeiro passo é garantir o acesso de todos aos mesmos recursos tecnológicos. Ele também recomenda que os gestores não se deixem levar por modismos ou pelo marketing dos fabricantes de artefatos tecnológicos, pois nem sempre o último lançamento de um pro- duto é o mais adequado para as necessidades da escola. Sabe-se, por exemplo, que mesmo computadores mais antigos podem funcionar perfeitamente quando operando com sistema operacional e programas em Software Livre. Para o pesquisador, “a demanda por novos laboratórios, por conexões mais rápidas, por novos programas é incessante e isso deixa também amedrontado o gestor, porque não sabe se o investimento vale a pena diante da rapidez com que surgem novas soluções ou atualizações tecnológicas” (MORAN, 2003, S/P). Ainda segundo o autor, a gestão escolar deve garantir meios para o domínio técnico de integrantes da comunidade escolar sobre as tecnologias disponibilizadas no momento. E, ainda, o pedagógico e o gerencial das mes- mas, facilitando e automatizando processos que costumavam exigir muito tempo e esfor- ço das pessoas. Segundo ele, a integração da gestão administrativa e pedagógica se faz de forma muito mais ampla com os computado- res conectados em redes. No artigo “O papel do gestor escolar na incorporação das TIC na escola: experiências em construção e redes colaborativas de apren- dizagem”, de Maria Elizabeth Almeida e Lígia Cristina Rubim (2004), são apresentadas expe- riências de gestão em diversas escolas públicas em que foram encontradas formas inovadoras de incorporar as tecnologias digitais para po- tencializar a realização de projetos colaborati- vos e a aprendizagem dos alunos. Segundo as autoras, um elemento central para o sucesso dessas iniciativas foi a efetivação de redes cola- borativas de aprendizagem em que participam gestores e professores de diversas escolas en- volvidas na efetivação de projetos semelhan- tes. Segundo as autoras (2004): Entre os recursos disponíveis na Web exis- te uma diversidade de espaços que propiciam a interação por meio da troca de informações e experiências, de discussões sobre temas de interesse comum, do desenvolvimento de atividades colaborativas envolvendo educa- dores, pesquisadores, especialistas, alunos e instituições, que se dedicam à produção de novos conhecimentos. Portanto, são as pessoas que utilizam os espaços disponíveis na Web que concretizam a interação poten- cializada pela tecnologia, tecem redes de significados e rompem com as paredes da sala de aula, integrando o ambiente escolar à comunidade que o cerca, à sociedade da informação e a outros espaços produtores de conhecimento. (ALMEIDA; RUBIM, 2004, p. 8) 18 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 3.3. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ESCOLAR Segundo Visscher, “um sistema de informa- ção (SI) é baseado em um ou mais computa- dores e consiste em um banco de dados e uma ou mais aplicações informáticas, permitindo ao usuário gravar, processar, recuperar e distribuir dados”. Como a tecnologia que forma a base dos sistemas de informação está em constante de- senvolvimento, o conteúdo do conceito de “sis- tema de informação” também está sempre sob mudança (1996, p. 292, tradução nossa). Apesar de encarados como pertencentes ao mundo empresarial, podem ser utilizados largamente pela escola, pois são voltados para organizações com diversas finalidades na so- ciedade. Vários são os tipos de informação que se processam na escola, desde aquelas de ca- ráter organizacional (calendário de atividades, funcionamento dos serviços etc.), as pedagó- gicas (métodos didáticos, currículos, avaliação etc.), as científicas (conteúdos programáticos), as legais (legislação) e administrativas (dados pessoais, resultados escolares etc.). Esta gama de dados e informações dispo- níveis exige meios para manipulá-las, trans- formando-as em conhecimento útil para a gestão escolar. O gestor deve fazer uso des- ses sistemas para auxiliá-lo neste processo. Além disso, um SI possibilita a prestação de contas, o controle de notas e da frequência dos docentes, entre outros dados, permitin- do tornar transparentes as informações que são colocadas em rede aberta (internet). Ao desenvolver um sistema digital para a escola, é importante procurar entender o mé- todo de trabalho das escolas e quais são suas necessidades, para criar sistemas que sejam fáceis de usar, eficientes e ajudem no proces- so de tomada de decisão. Dentre as principais vantagens em se empregar um sistema de in- formação para a gestão escolar, destacam-se: ✓ redução da carga de trabalho dos fun- cionários, deixando-os com mais tempo livre para o desempenho de outras tarefas; ✓ rapidez e confiabilidade no proces- samento das informações, agilizando o atendimento; garantia de segurança das informações: os usuários somente têm acesso às infor- mações referentes à sua esfera de atuação; ✓ garantia de integridade e veracidade da informação. SAIBA MAIS Sistemas de Informação e Gestão para a Escola Para atender às necessidades de gestão da escola, é desejável que exista um SI que possa integrar diversos módulos específi- cos, tais como: Acadêmico: permite a gestão da vida acadêmica dos alunos, desde a matrícula e finalizando com a conclusão do ano letivo. Pode ser usado para gerenciamento de no- tas e geração de boletins e outros relatórios pedagógicos (ficha cadastral, ficha indivi- dual, histórico escolar, ficha de ocorrênciasetc.), incluindo o histórico escolar. Financeiro: auxilia o gestor escolar a gerar as informações e relatórios neces- sários à prestação de suas contas junto à secretaria de educação, aos executores dos programas de financiamento com os quais estabelece parceria e à comunidade. Portal na internet: portal de relacio- namento entre a escola, os pais e a comu- nidade. Por meio de uma senha, os pais podem ter acesso ao rendimento escolar do seu filho e lista de ocorrências na escola. Biblioteca: controle do acervo literário e empréstimos dos livros. Pode incluir uma biblioteca virtual com acervo digital. Em resumo, com um sistema integrado, é possível fazer o acompanhamento peda- gógico, por meio de análises dos relatórios da classe, da escola ou específico do aluno. Integrados ao acadêmico, há os sistemas financeiro e de contas a pagar, que permi- tem o controle das contas a receber e a pa- gar da escola. PARA REFLETIR Como o gestor tem atuado para con- tribuir para a implantação e o uso sa- tisfatório das tecnologias digitais em sua escola? Essa gestão tem sido de- mocrática, participativa, ouvindo-se as posições dos diversos segmentos envolvidos e buscando construir um consenso com vistas à melhoria da aprendizagem? O que mais pode ser feito para aprimorar essas ações? Você pode, se desejar, escrever sobre essas questões e compartilhar seus pensamentos com colegas de traba- lho e outros interessados, de forma privada ou aberta em algum espaço da internet, buscando trocar ideias com outras pessoas para avançar em suas reflexões. CURSO gestãoescolar 19 Portal Conviva Educação Apesar de ter seu funcionamento voltado prioritariamente às secretarias de educação dos municípios, recomenda-se conhecer as diversas funcionalidades do portal, pois indica diversos usos das tecnologias e da internet mui- to úteis à gestão da escola e que poderão norte- ar debates e ações também no nível da escola a partir de sua gestão. Dentre as funcionalidades do portal, destacam-se: ✓Memorial de Gestão. Permite saber mais sobre o Memorial de Gestão e Transição. Esta área do portal está dividida em: acompanha- mento e registro, dados, transição e rotina. Disponibiliza ferramenta para a construção do Memorial de Gestão da Educação no município. ✓ Plano Municipal de Educação. Permite sa- ber mais sobre o Plano Municipal de Educação. Esta área do portal está dividida em: conceito, marcos legais, construção e rotina. Disponibiliza ferramentas do Plano Municipal de Educação, para auxiliar a construção e o monitoramento dos Planos Municipais de Educação. ✓ Administrativa. Permite saber mais so- bre a Gestão Administrativa na educação. Esta área está dividida em: organização da secreta- ria, insumos, equipe e rotina. Disponibiliza fer- ramentas dos Planos de Ação, que privilegia o bom funcionamento das escolas e favorece os processos de ensino e aprendizagem, em que é feito o preenchimento das atividades que de- vem ser realizadas, Controle de Estoque, para controle dos produtos e bens adquiridos pela secretaria municipal de educação, e Cadastro de Profissionais da Educação, para realização de cadastro de informações dos membros da secretaria municipal de educação. ✓Alimentação Escolar. Permite saber mais sobre a Gestão da Alimentação Escolar na educação. Esta área do portal está dividida em: organização, operações, Pnae, recursos e licitações, prestação de contas e rotina. Disponibiliza ferramentas de Acompanhamen- to dos Gastos com Alimentação Escolar para o controle de gastos com alimentação escolar e suas fontes, e de Elaboração de Cardápio Es- colar, para auxiliar na construção de cardápios escolares de acordo com as resoluções da área de gestão. ✓ Democrática. Permite saber mais sobre a Gestão Democrática na educação. Esta área do portal está dividida em: princípios da ges- tão democrática, contexto, diagnóstico, subsí- dios para reflexão, plano de ação, execução e acompanhamento, e rotina. Disponibiliza ferra- mentas para os Planos de Ação, privilegiando o bom funcionamento das escolas e favorece os processos de ensino e aprendizagem, em que é feito o preenchimento das atividades que devem ser realizadas, e Diagnóstico da Gestão Democrática, para auxiliar o conhecimento do contexto da realidade local e a atuação da ges- tão democrática. ✓ Estrutura e Documentação. Permite saber mais sobre a Gestão Democrática na educação. Esta área do portal está dividida em: organiza- ção, matrícula, calendário escolar, documenta- ção e rotina. Disponibiliza ferramentas para o Cadastro de Profissionais da Educação, permi- tindo a realização de cadastro de informações dos membros da secretaria municipal de edu- cação, o Calendário Escolar, ferramenta para auxiliar o município a estabelecer as datas que organizarão o ano letivo no município, permi- tindo o alinhamento entre currículo e tempo escolar, e a Situação das Unidades Escolares, ferramenta para auxiliar a secretaria a criar re- latórios sobre as situações das unidades escola- res do município. ✓ Orçamentária e Financeira. Permite saber mais sobre a Gestão Orçamentária e Financeira na educação. Esta área do portal está dividida em: instrumentos de planejamento, fontes de financiamento, arrecadação e aplicação, prestação de contas e rotina. Disponibiliza fer- ramentas de Controle de Receitas e Despesas, para auxiliar o fortalecimento da gestão orça- mentária da secretaria municipal de educação, e Controle de Convênios, ferramenta para auxi- liar a equipe de Educação do município no con- trole das informações dos seus convênios. ✓ Pedagógica. Permite saber mais sobre a Gestão Pedagógica. Esta área do portal está divi- dida em: organização da rede, política, proposta e projeto educacionais, formação dos profis- sionais da rede, escolha de recursos pedagógi- cos, gestão da avaliação e rotina. Disponibiliza ferramenta do Plano Municipal de Educação, ferramenta para auxiliar a construção e o moni- toramento dos Planos Municipais de Educação e ferramenta para o Roteiro de Visita Escolar, que auxiliam o fortalecimento da gestão pedagógica da secretaria municipal de educação. ✓ Pessoas. Permite saber mais sobre a Ges- tão de Pessoas na educação. Esta área do portal está dividida em: organização, previsões legais, carreira e rotina. Disponibiliza ferramentas para o cadastro de Profissionais da Educação e ferra- menta para realização de cadastro de informa- ções dos membros da secretaria municipal de educação. ✓ Transporte Escolar. Permite saber sobre a Gestão do Transporte Escolar na educação. A área do portal está dividida em: organização, fontes de recurso, acompanhamento dos gas- tos, prestação de contas e rotina. Inclui ferra- mentas para o acompanhamento dos Gastos com Transporte Escolar e ferramenta para auxi- liar o controle de gastos da secretaria municipal de educação com transporte escolar e de Ca- dastro de Frota para auxiliar o controle da frota existente na secretaria municipal de educação. Para mais informações sobre como utilizá-lo, acesse: http://www.convivaeducacao.org.br/ 20 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE No Brasil, a educação possui um conjunto de dados que se transformam em informa- ções e possibilitam gerar conhecimento sobre a realidade educacional brasileira. Dentre as competências que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, Lei n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996) delega à União, está a de coletar, analisar e disseminar infor- mações sobre educação. Para tal, o Ministério da Educação utiliza sistemas de informação que o auxiliem a tomar decisões sobre a me- lhoria da qualidade do ensino. Em janeiro de 2013, foi lançado em Brasí- lia um ambiente virtual gratuito, denominado Conviva Educação, fruto da parceria entre fundações, institutos e movimentos sociais. Este ambiente virtualé uma ferramenta tecnológica, to- talmente gratuita, que objetiva auxiliar as Secretarias Municipais de Educação a gerir sua rede/sistema de ensino, possibi- litando maior foco na gestão pedagógica, fortalecendo o ensino e aprendizagem. [...] Através de um conjunto de informações, ferramentas e da estruturação de proces- sos de apoio, o ambiente virtual promove a otimização do tempo utilizado com pro- cessos administrativos, possibilitando que mais tempo seja utilizado para as ques- tões relacionadas ao ensino e aprendiza- do. (CONVIVAEDUCAÇÃO, 2013) 3.4. BASES DE DADOS NACIONAIS O Ministério da Educação (MEC) tem cen- tralizado parte significativa da coleta de da- dos da atividade escolar do País no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio- nais (Inep), que atua também na formação de políticas públicas para a melhoria da qua- lidade e no financiamento mais racional do sistema nacional de educação. O Inep desenvolve alguns projetos e ações de desenvolvimento continuado. Dentre eles, destaca-se o Censo Escolar da Educação Bá- sica. É uma pesquisa realizada anualmente, junto aos estabelecimentos de ensino, que tem por objetivo fazer um amplo levantamen- to sobre as escolas de educação básica no País, cujas informações coletadas podem ser classi- ficadas em quatro grandes dimensões: esco- las, alunos, docentes e turmas. Os dados são coletados por meio de um sistema de acesso via internet denominado Educacenso. A partir das informações coletadas, o MEC gerencia programas como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Va- lorização dos Profissionais da Educação (Fun- deb), a Alimentação Escolar, a Distribuição de Livros Didáticos, o Dinheiro Direto na Escola, o Mais Educação, dentre outros. 4. PARA APRENDER MAIS 4.1. LEITURAS INDICADAS Gestão de tecnologias, mídias e recursos na escola: o compartilhar de significados. Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida. Aces- so pelo link: http://www.rbep.inep.gov.br/index. php/emaberto/article/download/2306/2269. Gestão educacional e tecnologia. Livro or- ganizado por Alexandre Vieira. São Paulo, edi- tora Avercamp, 2003. Tecnologias da Informação e Comunicação das Escolas Públicas brasileiras: O Programa Proinfo Integrado, de Carlos Eduardo Bielscho- wsky. Acesso pelo link: http://portaldoprofessor. mec.gov.br/storage/materiais/0000012852.pdf Gestão de Tecnologias da Infor- mação e Comunicação na Escola. Paulo Gileno Cysneiros. Acesso pelo link: http:// escoladegestores.virtual.ufc.br/PDF/Texto_Cys- neiros.pdf 4.2. WEBSITES Gestão Escolar - http://gestaoescolar. org.br/ Portal do Professor - http://portaldopro- fessor.mec.gov.br/index.html Domínio Público - http://www.dominiopu- blico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp Software Livre no Governo Federal - http://www.softwarelivre.gov.br/ Banco Internacional de Objetos Educa- cionais - http://objetoseducacionais2.mec. gov.br/ e-Proinfo - http://e-proinfo.mec.gov.br/ eproinfo/interativo/acessar_espaco_siste- ma/acessar.htm Guia Prático - Gestão Administrativa. Governo do Estado do Paraná - http://www. gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/ conteudo/conteudo.php?conteudo=1556 Blog Tecnologia na Educação - http://no- vaescola.org.br/blogs/tecnologia-educacao/ 4.3. VÍDEOS Tecnologia e educação: gestão escolar e tecnologia. Série com cinco programas do Sal- to para o Futuro - https://www.youtube.com/ watch?v=EJBTide-Cqg Tecnologia na Educação - http://www.ges- taoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/ showVideo.php?video=17608 CURSO gestãoescolar 21 22 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Neste fascículo aprendemos sobre a te- mática das tecnologias digitais na escola e suas implicações para a área da gestão esco- lar e as principais tendências atuais no cam- po das tecnologias digitais voltadas à educa- ção (sistemas de informação, Moodle, BYOD, software livre etc.). Aprendemos ainda sobre os desafios atuais à implementação das tec- nologias digitais na escola e o papel ativo do gestor escolar nesse processo. E, por fim, co- nhecemos um pouco mais sobre os sistemas de informação digitais e suas aplicações na boa gestão escolar. É importante destacar a complexidade desse campo de estudos, pois envolve ele- mentos de duas áreas que possuem fortes especificidades e um longo histórico: a es- cola pública e a informática. Isso exige uma análise ponderada, livre de ilusões sobre ca- minhos e soluções simplistas. Da convergên- cia desses dois elementos, surgem grandes oportunidades, mas também desafios para a área da gestão escolar, seja no âmbito mais geral da escola (processos acadêmicos de melhoria do ensino e da aprendizagem e no- vos modos de uso das tecnologias digitais), seja no aspecto mais específico de gestão interna da escola e suas implicações com a comunidade escolar e o poder público. Nesse desenvolvimento destaca-se o pa- pel do gestor como um facilitador de proces- sos e de diálogo, na perspectiva da gestão democrática da escola, que precisa se apro- priar de conhecimentos específicos da área da informática, com o apoio de especialistas, e buscar se manter atualizado a fim de bem exercer seu papel, buscando preservar os in- teresses da educação pública de qualidade em sintonia com nosso tempo. SÍNTESE DO FASCÍCULO Eduardo Santos Junqueira Rodrigues Doutor em Educação pela Michigan State Uni- versity, professor adjunto do Instituto UFC Virtual e professor credenciado do Programa de Pós-Gra- duação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará. Tem experiência nas áreas de Educação e Comunicação Social, com ênfase em cibercultura, novos letramentos (new literacies, multiliteracies), inclusão digital, multimodalidade e hipertexto, pesquisa etnográfica e educação on- line. Coordena pesquisas sobre navegação hiper- modal em contextos de aprendizagem com o uso da técnica de rastreamento ocular (eye tracking). É líder do grupo de pesquisa Linguagens e Educa- ção em Rede (LER). PERFIL DO AUTOR CURSO gestãoescolar 23 ALLEGRETTI, S. M. M., HESSEL, A. M. D., HAR- DAGH, C. C., & SILVA, J. E. d.(2012). Apren- dizagem nas redes sociais virtuais: o po- tencial da conectividade em dois cenários. Revista contemporaneidad educacion y tec- nologia Revista Cet, vol. 01, n. 2. Disponível em: <http://s3.amazonaws.com/academia. edu.documents/34520949/pucsp_2012.pd f?AWSAccessKeyId=AKIAJ56TQJRTWSMTN PEA&Expires=1467667421&Signature=HW doRpBHUxnpYEwCqaAoZy5nfyk%3D&res ponse-content-disposition=inline%3B%20 filename%3DAprendizagem_nas_redes_so- ciais_virtuais.pdf>. Acesso em: 18 mai 2016. ALMEIDA, M. e RUBIM, L. O papel do gestor escolar na incorporação das TIC na escola: experiências em construção e redes colaborati- vas de aprendizagem. São Paulo: PUC-SP, 2004. AMADEU, S. Software livre. A luta pela liber- dade do conhecimento. SP, Editora Fundação Perseu Abramo, 1996. BECKER, H. J. Internet use by teachers: Condi- tions of professional use and teacher-directed student use, 1999. Disponível em: <http:// www.crito.uci.edu/TLC/findings/Internet- -Use/startpage.htm>. Acesso em: 04 fev 2012. BUTLER; VISSCHER. The hopes and realities of computers as a school administration and school management tool. IN TATNALL, A.; DAVEY, B. Re- flections on the history of computers in educa- tion: Early Use of Computers. NY, Springer, 2014. COHEN, D. K. Educational technology and school organization. In: NICKERSON, R. S.; ZO- DHIATES, P. P. (Eds.). Technology in education: Looking toward 2020. Hillsdale, N. J: Lawren- ce Erlbaum Associates, 1988. CUBAN, L. Oversold and Underused: Compu- ters in the Classroom. Cambridge, Massachu- setts, Harvard University Press, 2001. CYSNEIROS, P. Gestão de tecnologias da in- formação e comunicação na escola. 2006. 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