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Gestao-Escolar-Fasciculo-6

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gestãoescolar
6
FASCÍCULO
CURSO
A gestão escolar e
as novas tecnologias
 Eduardo Santos Junqueira Rodrigues
DESAFIO DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI
2 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Copyright © 2016 by Fundação Demócrito Rocha
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidência
João Dummar Neto
Direção Geral
Marcos Tardin
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Coordenação Geral
Ana Paula Costa Salmin
INSTITUTO ALBANISA SARASATE (IAS)
Direção Geral
Cliff Villar
CURSO GESTÃO ESCOLAR
Concepção e Coordenação Geral
Cliff Villar
Coordenação de Conteúdo
Lucidalva Bacelar
Coordenação Pedagógica
Ana Paula Costa Salmin
Edição de Design
Amaurício Cortez
Editoração Eletrônica
Antônia Maria Coutinho 
Welton Travassos
Revisão de Texto
Daniela Nogueira
Ilustrações
Rafael Limaverde
Catalogação na Fonte
Kelly Pereira
Produção Executiva de Projetos Especiais
Lucíola Vitorino 
Rebeca Sousa
Este fascículo é parte integrante do Curso Gestão Escolar composto por 12 fascículos 
oferecido pela Universidade Aberta do Nordeste (Uane), em decorrência do contrato 
celebrado entre as prefeituras municipais de Camocim, Fortaleza, Itapipoca, São Gonçalo 
do Amarante e Tauá e a Fundação Demócrito Rocha (FDR), sob no. 2016.05.10.001, 89/2016, 
16.06.05/DP, 2016.05.20.001 e 1808.01/2016, respectivamente.
Todos os direitos desta edição reservados a:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fundacaodemocritorocha.com.br 
fundacao@fdr.com.br
C939 Curso gestão Escolar: desafio da educação no século XXI / coordenação, Cliff Villar; 
ilustração, Rafael Limaverde. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha/UANE/Instituto 
Albanisa Sarasate, 2016.
 288p. il. color; (Curso em 12 Fascículos)
 
 ISBN 978-85-7529-735-3
 
 1. Curso – Gestão escolar I. Villar, Cliff. Rafael. II. Limaverde, Rafael. III. Título
 
 CDU 37.014.63(813.1)
CURSO gestãoescolar 3
SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................... 4
2. Tecnologias digitais e a escola ........................................................................... 4
 2.1 Evolução histórica da informática .........................................................................4
 2.2 Mas e a educação? E a escola? ...............................................................................5
 2.3 Gestão Educacional das Tecnologias de Informação ............................................7
 2.4 Aprendizagem via internet .....................................................................................7
 2.5 Outras experiências na internet e o BYOD .............................................................8
 2.6	 O	Padrão	Software	Livre	e	as	licenças	alternativas	ao	direito	autoral ...............12
3.	 Desafios	à	implementação	das	TICs	nas	escolas ............................................. 14
 3.1	 	Desafios ................................................................................................................14
 3.2 O papel do gestor escolar e as tecnologias digitais na educação ......................16
 3.3 Sistemas de Informação Escolar ..........................................................................19
 3.4 Bases de dados nacionais ....................................................................................21
4. Para aprender mais ........................................................................................... 21
 4.1 Leituras	indicadas .................................................................................................21
 4.2 Websites ................................................................................................................21
 4.3 Vídeos ....................................................................................................................21
Síntese do fascículo................................................................................................ 22
Perfil do Autor ......................................................................................................... 22
Referências Bibliográficas ..................................................................................... 23
OBJETIVOS:
 Apresentar um panorama sobre a problemática das tecnologias digitais na escola e 
suas implicações para a área da gestão escolar.
			Expor	as	principais	tendências	atuais	no	campo	das	tecnologias	digitais	voltadas	à	
educação.
		Apresentar	os	principais	desafios	à	implementação	das	tecnologias	digitais	na	escola	
e o papel do gestor escolar nesse processo.
 Apresentar os sistemas de informação digitais e suas aplicações na gestão escolar.
 Permitir ao cursista compreender os principais elementos e autores pertencentes a 
esse campo temático de estudos e de prática.
2. 
TECNOLOGIAS 
DIGITAIS	E	A	ESCOLA	
2.1.	EVOLUÇÃO	HISTÓRICA	
DA	INFORMÁTICA	
Há mais de 2.500 anos o uso do ábaco indi-
cava um dos princípios básicos da computa-
ção moderna que se firmou nas últimas duas 
décadas do século passado: realizar cálculos 
em série de maneira mais rápida do que a 
capacidade do cérebro humano. Ao longo 
dos séculos, esse princípio do ábaco foi apri-
morado, permitindo aos humanos realizar 
cálculos mais complexos, de maneira mais 
rápida e, mais recentemente, de forma au-
tomatizada, liberando nossas mentes e cor-
pos para realizar ainda mais tarefas. Durante 
as duas grandes guerras do século passado, 
princípios que hoje sustentam capacida-
des e estruturas presentes tanto em nossos 
computadores como na internet foram de-
senvolvidos. Foram lançados, dessa forma, 
princípios fundamentais das máquinas que 
operamos hoje: a comunicação em rede de 
dados e de pessoas e o processamento e a 
automatização de processos. 
Os processos de miniaturização dos com-
ponentes das máquinas computacionais 
deram origem, na década de 1970, no século 
passado, aos computadores pessoais (PC), 
permitindo o acesso das pessoas comuns 
a essas máquinas, antes restritas a grandes 
pesquisas e centros de pesquisa. A partir des-
se desenvolvimento, gestores e educadores 
passaram a especular sobre os usos e possí-
veis benefícios dessas máquinas no campo 
1.
INTRODUÇÃO
Este fascículo contém informações e refle-
xões sobre o fenômeno das tecnologias 
digitais na sociedade e na escola e suas 
implicações para os processos de gestão e 
de ensino e aprendizagem que se desenvol-
vem na instituição. Mais especificamente, 
aborda os desafios colocados diante dessa 
nova realidade, particularmente no que se 
refere à gestão escolar, ao papel do gestor 
escolar nesses processos e ao uso de tecno-
logias digitais e sistemas de informação na 
gestão escolar atual. 
4 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
da educação e, mais especificamente, no 
contexto escolar com fins de ensino, apren-
dizagem e, posteriormente, de gestão e co-
municação. De lá para cá, como todos sa-
bemos, os computadores perderam muito 
de sua face computacional, tornando-se 
dispositivos multimídias que cabem na 
palma de nossas mãos e que permanecem 
conectados à internet, como é o caso dos 
smartphones. Ainda que o fator de comuni-
cação (mensagens instantâneas, redes so-
ciais virtuais) e de entretenimento (games, 
vídeos, música) dessas máquinas multimí-
dias tenha se destacado cada vez mais, o 
seu uso para atividades de produtividade 
do trabalho e para o funcionamento de pra-
ticamente todas as atividades do nosso dia 
a dia (da realização de um saque bancário 
ao agendamento de uma consulta médica 
pela internet) são um marco indiscutível da 
era em que vivemos, a chamada Sociedade 
da Informação (CASTELLS, 1999).
2.2.	MAS	E	A	EDUCAÇÃO?	 
E	A	ESCOLA?
Desde a década de 1970, no Exterior e 
também no Brasil, alguns esforços – par-
ticularmente de universidades públicas – 
têm sido desenvolvidos para trazer a infor-
mática para a educação, buscando gerar 
ganhos de ensino,aprendizagem e gestão, 
com resultados limitados. Há pelo menos 
quatro fatores que pesam nesse histórico. 
Primeiro, sabe-se que a instituição escola 
é atípica, sendo bastante conservadora e 
avessa a mudanças (COHEN, 1988). Segun-
do, muitos produtos e soluções da informá-
tica que adentraram o mundo da educação 
das últimas décadas não foram desenvol-
vidos com fins educacionais, e isso sempre 
gerou dificuldades para sua incorporação 
pelos professores em suas aulas. Por ou-
tro lado, soluções populares na década de 
1980, como CD-ROMs educacionais, simu-
lações e instrução assistida por computa-
dores (CAI) tiveram pouco impacto positivo 
na aprendizagem, e seu uso foi descontinu-
ado na maioria dos casos. A formação de 
professores e de gestores da educação não 
tem acompanhado a rápida transformação 
das tecnologias digitais em nosso tempo, 
que, em última instância, questionam o lu-
gar e o papel da instituição educacional em 
nossa sociedade atual. Por fim, o alto custo 
financeiro de aparelhamento tecnológico 
das escolas em um país de recursos limi-
tados e de dimensões continentais como o 
Brasil tem sido sempre um grande desafio.
Ao longo das últimas décadas, esse pro-
cesso tem sido capitaneado pelo Governo 
Federal, e alguns projetos de abrangência 
nacional ofereceram treinamento de pes-
soal e infraestrutura computacional para 
escolas de norte a sul do País. Em1984, o 
MEC implantou o projeto Educom em cinco 
universidades públicas brasileiras. Foram 
criados centros pilotos voltados ao desen-
volvimento de pesquisas sobre o uso do 
computador no ensino e na aprendizagem, a 
formação de professores da rede pública de 
ensino e a produção de software educativo. 
Cinco anos depois, o MEC instituiu o primeiro 
Programa Nacional de Informática Educati-
va (Proninfe). Em 1996, foi criada a Secretaria 
de Educação a Distância (Seed) do MEC, com 
a finalidade de fomentar a incorporação das 
Tecnologias de Informação e Comunicação 
(TIC) à educação e atuar no desenvolvi-
mento da educação a distância com vista à 
democratização e à melhoria da qualidade 
da educação. 
SAIBA 
MAIS
ProInfo
Lançado	em	1997,	o	Programa	de	Informática	na	
Educação,	 ProInfo,	 apresentava	 como	objetivo	 ter	
30.177 computadores instalados em escolas públi-
cas	de	todo	o	País	(DIRETRIZES,	1997)	e	fornecer	trei-
namento técnico aos professores (sobre ferramentas 
como	o	processador	de	textos,	planilhas	eletrônicas,	
dentre	outros)	a	partir	da	ação	multiplicadora	dos	
Núcleos	de	Tecnologia	Educacional	(NTE).	O	Progra-
ma também buscava garantir que uma quantidade 
significativa	da	população	brasileira	tivesse	acesso	a	
códigos de modernidade para estimular a acumula-
ção de conhecimento e o desenvolvimento de uma 
aprendizagem	associada	à	“dinâmica	de	crescimen-
to	 sustentável”.	 O	 ProInfo	 buscava,	 ainda,	 instigar	
o desenvolvimento de infraestrutura para o uso da 
tecnologia	informática	(Moraes,	1997).
O	ProInfo	Integrado,	como	passou	a	ser	chama-
do,	desenvolveu-se	em	torno	de	três	linhas	de	ação.	A	
primeira	voltou-se	à	infraestrutura	das	escolas	com	a	
implantação dos laboratórios de informática conec-
tados	à	internet	em	cerca	de	70	mil	escolas	públicas,	
que	atendem	a	92%	dos	alunos	dessas	instituições,	
além	de	outras	ações,	tais	como	o	Projetor	ProInfo	
(um	projetor	 integrado	a	um	computador	para	ser	
levado	à	sala	de	aula)	e	o	Projeto	UCA	(Um	Compu-
tador	por	Aluno).	A	segunda	linha	de	ação	refere-se 
ao	 Programa	 de	 Capacitação	 de	 Professores	 no	
uso	de	Tecnologias	de	Informação	e	Comunicação	
na	Educação,	que	atendeu	cerca	de	320	mil	profes-
sores com cursos de especialização de 360 horas 
e cursos de atualização com aperfeiçoamento de 
180 horas. E a terceira ação voltou-se para a dispo-
nibilização de conteúdos educacionais e de ferra-
mentas de interação e comunicação aos profes-
sores e alunos em um ambiente de convergência 
de	mídias,	incluindo	o	Canal	TV	Escola,	o	Portal	do	
Professor e do Aluno e o Banco Internacional de 
Objetos	Educacionais.
CURSO gestãoescolar 5
PARA 
REFLETIR
Qual é a situação das tecnologias digi-
tais	na	sua	escola?	Como	elas	têm	sido	
utilizadas? O uso atual é satisfatório? 
Quais	os	desafios	a	serem	enfrentados?	
Esses	desafios	podem	ser	solucionados	
no	 âmbito	 da	 comunidade	 escolar?	 O	
que mais precisa ser feito para obter 
ganhos para a gestão e para a aprendi-
zagem na escola com o uso das tecno-
logias digitais?
Você	 pode,	 se	 desejar,	 escrever	 sobre	
essas questões e compartilhar seus 
pensamentos com colegas de trabalho 
e	outros	interessados,	de	forma	privada	
ou	aberta	em	algum	espaço	da	internet,	
buscando trocar ideias com outras pes-
soas	para	avançar	em	suas	reflexões.
Atualmente, muitas escolas trabalham 
também com laboratórios móveis de dis-
positivos diversos, como notebooks educa-
cionais (muitos originados no projeto Um 
Computador por Aluno, UCA) e tablets. No 
caso dos professores, atividades no âmbito 
do UCA documentadas por pesquisadores 
e educadores indicaram problemas de or-
dens diversas. Um grupo de pesquisadores 
relatou que professores participantes do 
UCA demandam mais formação, particu-
larmente formação de caráter pedagógico 
na perspectiva da formação continuada, 
ocorrência que contrasta com relatos de 
descaso e resistência de professores quan-
to às formações oferecidas pelas equipes 
responsáveis (Santos; Borges, 2011). 
Cysneiros, Carvalho e Panerai (2011) cons-
tataram forte interesse pelo projeto UCA entre 
os professores; no entanto, registraram baixo 
nível de competência no uso de computa-
dores na maioria das escolas pesquisadas. 
Foram identificados professores que não ti-
nham sequer um endereço de e-mail, predo-
minando, nos digitalmente incluídos, o uso 
da internet para redes sociais, particularmen-
te o Orkut. Foi relatado que “... as professoras 
(da escola UCA) são totalmente leigas (em in-
6 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
formática), nenhuma tinha conta de e-mail... 
duas tinham computador em casa, mas não 
usavam...” (p. 5). Outra dificuldade apontada 
foi o desconhecimento, pelos professores, do 
sistema operacional Linux e dos aplicativos 
tipo Office disponíveis nos laptops do UCA. 
Pretto (2012) relata descontinuidades nas 
ações do projeto, indicando a ausência de 
diretrizes claras, acompanhamento e avalia-
ção. Por isso, segundo o pesquisador, o UCA 
“só decolou onde, de fato, os professores e as 
secretarias municipais de educação o assu-
miram como deles” (s/p). 
2.3.	GESTÃO	EDUCACIONAL	
DAS	TECNOLOGIAS	DE	
INFORMAÇÃO
No que se refere à gestão das escolas, 
destacam-se sistemas automatizados de 
bases de dados regionais e nacionais (em 
que os gestores devem inserir dados das 
escolas para alimentar estatísticas gover-
namentais, mas que também possibilitam o 
acompanhamento e a avaliação de diversos 
aspectos da vida escolar) e de comunicação 
nos diversos níveis (com as secretarias de 
educação, com outros setores do governo, 
mas também com a comunidade escolar de 
professores, pais e alunos). Pesquisas sobre 
essa área têm sido desenvolvidas a partir da 
década de 1980 e constituem o campo de-
nominado Information Technology in Edu-
cational Management (ITEM) – ou Gestão 
Educacional das Tecnologias de Informa-
ção, em português. 
Segundo Visscher, 
Os	computadores	podem	aju-
dar os gestores escolares na busca 
de soluções criativas para proble-
mas complexos de alocação (por 
exemplo,	 colocação	 de	 professores,	
construção	do	calendário	escolar)	e	
apoiá-los no monitoramento cuida-
doso da forma como a escola funcio-
na. Sistemas de informação escolar 
podem fornecer aos gestores as in-
formações necessárias para o plane-
jamento,	 a	 formulação	 de	 políticas	
e	avaliação.	Além	disso,	sistemas	de	
informação	escolar	podem	ajudar	a	
melhorar	 a	 eficiência	 e	 eficácia	das	
escolas. Esses processos também se 
aplicam	 às	 atividades	 de	 secretaria	
da	 escola:	 correio	 eletrônico,	 arqui-
vos	 eletrônicos,	 planilhas,agendas	
eletrônicas,	 discagem	 automática	 e	
publicação	 desk-top.	 (1996,	 p.	 291,	
tradução	nossa)
Relatos de experiências em países da 
Europa e Ásia revelam que os pioneiros de 
sistemas digitais de gestão nas escolas fo-
ram os próprios professores, em geral das 
áreas de matemática e ciências, que, ao 
terem acesso a computadores, começaram 
a desenvolver aplicativos simples, mas que 
facilitavam seu dia a dia na escola, como o 
uso de planilhas para armazenar dados das 
turmas, grades de horários etc. A partir da 
década de 1990, governos, universidades 
e empresas privadas passam a se dedicar 
com mais afinco a essa área de desenvolvi-
mento e buscam aprimorar seus produtos 
de gestão escolar a partir da contribuição 
das experiências de gestores e professores. 
Buscam-se soluções flexíveis que pudessem 
atender às particularidades de cada escola, 
bem como gerar maior eficiência (rapidez 
na busca de informações, facilidade na ela-
boração de documentos, evitar que os mes-
mos dados fossem digitados mais de uma 
vez) e eficácia (utilizar a capacidade com-
putacional analítica para tomar decisões 
que impactem positivamente as ações da 
escola, gerando ganhos diversos) (BUTLER, 
VISSCHER, 2014).
2.4.	APRENDIZAGEM	
VIA	INTERNET
Anteviu-se também, para o breve futu-
ro, a ampliação de atividades educacionais 
não presenciais, pela internet. Trata-se de 
um campo emergente para a educação bá-
sica (já bastante desenvolvido nos Estados 
Unidos e países da Ásia e Europa) em que a 
tradicional atividade de ensino presencial 
da escola básica se hibridiza com atividades 
de ensino não presenciais. Nos Estados Uni-
dos, por exemplo, alunos do ensino médio 
cursam disciplinas obrigatórias pela internet 
e os professores desenvolvem projetos e ati-
vidades curriculares também pela internet, 
complementando e enriquecendo as ativida-
des presenciais. Essas ações deixam cada vez 
mais de serem acessórias à aprendizagem 
e ao currículo e ganham mais centralidade 
nos processos de aprendizagem. Por isso, 
demandam tanto interfaces digitais para o 
ensino (os chamados Ambientes Virtuais de 
Aprendizagem – AVA) como sistemas de ges-
tão associados (acompanhamento do aluno 
e do professor, atribuição de notas etc.). 
Em todo o mundo, o Moodle é um dos 
AVAs mais difundidos para fins educacionais, 
sendo desenvolvido segundo as regras do 
Software Livre, livre de custos financeiros. Seu 
design baseia-se na perspectiva sociocons-
trutivista. O Moodle é baseado na estrutura 
de cursos que contêm atividades (um fórum) 
e recursos (um arquivo de texto). Há cerca de 
20 diferentes tipos de atividades disponíveis 
(fóruns, glossários, wikis, atribuições, quizzes, 
pesquisas, bancos de dados etc.) e cada uma 
delas pode ser personalizada. O principal po-
der deste modelo colaborativo baseado em 
atividades situa-se na combinação das ativi-
dades em sequências e grupos, que podem 
ajudar a orientar os participantes por meio 
de caminhos de aprendizagem. Assim, cada 
atividade pode ser construída sobre os resul-
tados das anteriores. 
CURSO gestãoescolar 7
2.5.	OUTRAS	EXPERIÊNCIAS	
NA	INTERNET	E	O	BYOD
Dado o enorme fluxo de comunicações 
que hoje se processam nas redes sociais vir-
tuais, em particular a rede da empresa Face-
book, muitos educadores têm desenvolvido 
atividades de ensino – muitas vezes, a pedi-
do dos próprios alunos – nesses sites que 
estão fora da jurisdição da escola. Segundo 
Boyd e Ellison (apud Allegretti et. al, 2012, p. 
54), sites de rede social virtual são “serviços 
[...] que permitem aos indivíduos construir 
perfis públicos ou semipúblicos dentro de 
um sistema fechado, elencar outros usuá-
rios com os quais pode compartilhar cone-
xões, ver e pesquisar as listas de conexões 
destes, bem como aquelas feitas por outros 
usuários dentro do sistema”. Raquel Recue-
ro define redes sociais virtuais como “um 
conjunto de dois elementos: atores (pesso-
as, instituições ou grupos; os nós da rede) e 
suas conexões (interações ou laços sociais)” 
(2010, p. 24, grifos no original). 
Um espaço de destaque nas redes so-
ciais virtuais, quando utilizadas para fins 
educacionais, são as comunidades ou gru-
pos, em que professores e alunos podem 
disponibilizar conteúdos (artigos, textos, 
vídeos, sites) e debater sobre os mesmos, 
explorando diversas abordagens e opiniões 
para enriquecer a aprendizagem. Alunos e 
professores podem trazer temáticas perti-
nentes aos conteúdos da disciplina para a 
rede ao publicarem conteúdos diversos, e 
os demais usuários podem comentar, ex-
pressando e trocando suas ideias sobre o 
que é apresentado. 
É preciso estar alerta ao fato de que, 
como são sites comerciais, seu uso está res-
trito às regras dessas empresas, e a escola ou 
o professor têm pouco acesso ao controle da 
Moodle
O	Moodle	se	organiza	em	Atividades,	
Recursos	e	Blocos	e	disponibiliza	uma	
poderosa ferramenta para gestão de 
dados dos participantes.
Atividades 
Uma	atividade	em	Moodle	é	um	recurso	
em que os alunos aprendem interagindo 
uns com os outros ou com o seu professor. 
Eles	podem,	por	exemplo,	contribuir	para	
um	fórum,	fazer	upload	de	uma	atribuição,	
responder a perguntas em um questioná-
rio	ou	colaborar	juntos	em	uma	wiki.	As	
atividades	podem	ser	classificadas.
Um	professor	pode	adicionar	atividades	
ativando a edição e escolher uma 
atividade	clicando	em	“Adicionar	
uma atividade ou recurso” em uma 
seção	do	curso.	Ele,	então,	seleciona	
uma atividade a partir do seletor de 
atividade. (Se o seletor de atividade 
foi	desligado,	um	menu	suspenso	
será	exibido.)	Atividades	geralmente	
aparecem na área central do curso.
Recursos 
Um	Recurso	em	Moodle	é	um	item	que	
um professor pode adicionar a um curso 
de	Moodle	para	apoiar	a	aprendizagem,	
como	um	arquivo,	um	vídeo	ou	um	link	
para	um	site.	Um	recurso	difere	de	uma	
atividade,	que	é	estático;	ou	seja,	o	
aluno	pode	simplesmente	olhar	ou	lê-lo,	
em vez de participar. 
Um	professor	pode	adicionar	recursos	
ligando a edição e clicando em 
“Adicionar	uma	atividade	ou	recurso”	
em	uma	seção	do	curso.	Ele,	então,	
seleciona um recurso a partir do seletor 
de atividade. (Se o seletor de atividade 
foi	desligado,	um	menu	suspenso	
será	exibido.)	Recursos	geralmente	
aparecem na área central do curso.
Blocos 
O bloco no Moodle é um item que 
um	professor	pode	acrescentar	à	
esquerda	ou	à	direita	de	uma	página	
do curso. Eles fornecem informações 
extras ou ligações para auxiliar a 
aprendizagem. Os blocos são um 
pouco	como	“widgets”	em	outro	lugar	
on-line	e	podem	conter,	por	exemplo,	
os	resultados	do	questionário,	um	
calendário,	links	para	blogs,	os	termos	
do glossário ou arquivos privados. 
Um	professor	pode	adicionar	blocos,	
girando sobre a edição e escolhendo 
a	opção	“Adicionar	um	bloco	de”,	que	
é geralmente no lado inferior direito 
da página do curso. Blocos aparecem 
geralmente nos lados do curso.
Para	fins	de	gestão	das	atividades	realiza-
das	no	AVA,	existe	o	GMoodle,	uma	ferra-
menta de gestão do Moodle que permite 
extrair relatórios e promover a integração 
de dados entre diversos ambientes Mood-
le instalados em vários servidores. 
8 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
interface e das atividades ali realizadas. No 
entanto, tem-se a vantagem da fácil conexão 
com os alunos, em particular para as ativida-
des fora do horário escolar. 
Outro campo que tem se desenvolvido 
e possui rumos promissores para o uso das 
tecnologias digitais nas escolas é o que se 
chama Bring Your Own Device, BYOD (Traga 
o seu Próprio Equipamento). Isso significa 
que a escola, em vez de deter os diversos 
equipamentos a serem utilizados pelos alu-
nos, fornece apenas alguns elementos de 
infraestrutura para criar condições que os 
alunos utilizem seus próprios equipamentos 
(em geral, tablets e smartphones) em ativi-
dades curriculares na escola. Nesse caso, 
a escola possibilita espaços diferenciados 
para as atividades, como salas com mesas 
para o trabalho em equipes, projetorese lou-
sas interativas, e uma conexão à internet de 
melhor qualidade e com maior estabilidade 
para garantir o acesso de todos à internet em 
tempo real. Essa prática apresenta diversas 
vantagens para a escola, o professor e os 
alunos, mas demanda um detalhamento do 
planejamento e da preparação que deverá 
envolver representantes de todos os seg-
mentos da comunidade escolar ampliada 
(gestores, professores, funcionários, alunos, 
pais e membros da comunidade).
CURSO gestãoescolar 9
Estratégias para a implementação do BYOD
SAIBA 
MAIS
Envolver a comunidade 
O	primeiro	passo	para	o	planejamento	
de	um	programa	BYOD	é	engajar	a	
comunidade,	a	fim	de	aprender	com	a	
sua	visão	e	alcançar	um	consenso.	Um	
programa BYOD precisa do apoio de 
todas	as	partes	envolvidas,	incluindo	pais,	
alunos,	funcionários	e	gestores.	É	preciso	
verificar	e	documentar	a	percentagem	de	
alunos	que	já	possuem	um	dispositivo	
digital e saber se o aluno poderá levar 
esse dispositivo para a escola com 
regularidade	(em	muitos	casos,	o	
dispositivo	pertence	à	família	e	é	utilizado	
por	mais	de	uma	pessoa,	o	que	inviabiliza	
o	uso	regular	na	escola	pelo	aluno). 
Formar a equipe principal 
A equipe gestora do BYOD pode incluir 
especialistas em tecnologia da escola e 
professores que possuem mais facilidade 
em	lidar	com	a	tecnologia,	um	membro	
da equipe de gestão e representantes dos 
alunos e dos pais. A escola pode decidir 
criar	um	grupo	menor,	com	foco	em	
estudantes da escola que possuem maior 
experiência e facilidade com usos diversos 
das	tecnologias	(hardware	e	software).	Os	
alunos envolvidos no programa podem 
receber	alguma	pontuação	extra,	para	
incentivar	a	atividade	e	a	colaboração,	
que em geral irá acontecer no contraturno. 
Os pais podem servir como voluntários 
valiosos	para	a	equipe,	principalmente	
aqueles que tenham experiência com 
tecnologias digitais. 
Desenvolver a infraestrutura 
A abertura da escola para o uso dos 
dispositivos dos alunos irá criar uma alta 
demanda	pelas	redes	de	conexão	à	internet	
disponíveis	na	escola.	É	preciso	verificar	
inicialmente: 
•	se	a	rede	será	capaz	de	suportar	um	maior	
número	de	dispositivos	simultaneamente,	
por	exemplo,	no	início	das	aulas,	quando	
acontecerá o login de estudantes na rede ao 
mesmo	tempo; 
•	se	os	alunos	poderão	confiar	em	acesso	à	
rede	24	horas	por	dia,	7	dias	por	semana; 
•	se	a	banda	de	rede	será	suficiente	para	lidar	
com	aplicações	multimídia,	como	jogos	on-line	
e vídeos.
Será também necessário contar com um 
apoio de um especialista em segurança de 
redes	para	verificar	possíveis	riscos	de	acesso	
a	materiais	indesejáveis	por	meio	da	rede	da	
escola	e	verificar: 
•	como	se	irá	proteger	as	informações	dos	alu-
nos	e	evitar	conflitos	de	segurança	de	dados? 
•	como	se	irá	proteger	as	redes	da	escola	contra	
vírus? 
•	como	será	monitorada	a	utilização	da	internet	
a	fim	de	evitar	usos	indesejados? 
 
Além	de	um	detalhado	planejamento	técnico	
sobre a segurança das redes de internet da 
escola,	a	infraestrutura	sem	fio	deve	ter	alguma	
capacidade	de	crescimento	no	breve	futuro,	pois	
a tendência é de crescente uso da mesma pelos 
alunos ao longo da implementação do BYOD. 
Desenvolver um elenco 
de softwares e aplicativos úteis 
Em	um	programa	BYOD,	os	alunos	irão	trazer	
uma variedade de dispositivos móveis para a 
escola.	Um	desafio	é	fornecer	ferramentas	de	
software	e	aplicativos	que	possam	ser	utiliza-
dos por todos os alunos em qualquer dispositi-
vo.	Isso	requer	um	planejamento	considerável.	
Com	uma	ampla	variedade	de	dispositivos	
pessoais	móveis,	a	implementação	bem-suce-
dida do BYOD faz uso de ferramentas inde-
pendentes	de	plataforma	(Android,	IOS	etc.).	
Aplicativos	baseados	na	web	funcionam	na	
maioria das plataformas e podem acomodar 
as	necessidades	de	software	comuns,	incluindo	
a edição de fotos e apresentações multimídia. 
Para	evitar	problemas	de	compatibilidade,	
programas de BYOD são mais efetivos quando 
utilizam	armazenamento	em	nuvem	(on-line)	
para compartilhamento e colaboração entre os 
alunos	e	professores,	o	que	funciona	em	todos	
os dispositivos.
Desenvolver um portal
Uma	vez	determinados	os	softwares	e	
aplicativos que serão utilizados por todos 
os	participantes	do	BYOD,	o	próximo	passo	
importante é criar um local central que 
reúne e organiza o acesso a todos esses 
recursos.	Um	programa	efetivo	de	BYOD	ofe-
rece	uma	“estante”	de	recursos	digitais	para	
que todos os participantes possam acessar 
aplicações	web,	softwares	e	aplicativos,	de	
preferência aqueles disponibilizados sem 
custos e que operam segundo os princípios 
do	Software	Livre.	
 
Um	portal	para	o	BYOD	não	precisa	ser	algo	
complicado.	Seu	principal	objetivo	é	coletar	
aplicações	de	software	baseadas	na	web	e	
aplicativos. Algumas coisas para manter em 
mente: 
10 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
1. Apresentar os aplicativos mais populares na 
página principal do portal. 
2. Não	negligenciar	a	importância	da	estética	
do portal. Deve-se buscar criar um design 
moderno,	com	um	layout	limpo,	simples	e	de	
fácil navegação. 
3.	Ao	projetar	um	portal,	é	preciso	ter	em	
mente que o portal será acessado a partir de 
dispositivos móveis. O design deve ser fácil de 
visualizar e navegar em uma tela pequena. 
4. Deve-se incorporar ao portal alguma 
ferramenta	de	fácil	comunicação	instantânea,	
para que o moderador do portal possa enviar 
mensagens a partir de qualquer computador 
ou	smartphone	sem	ter	que	modificar	o	site. 
Desenvolver uma Política de Uso 
(PU) do BYOD para a escola 
Os programas de BYOD bem-sucedidos devem 
ter	estratégias	bem	definidas	para	ajudar	na	
gestão da sala de aula quando ocorrer a utili-
zação de dispositivos digitais para a realização 
das	mais	diversas	atividades.	Essa	PU	irá	espe-
cificar	onde	e	quando	os	dispositivos	podem	
ser	utilizados,	bem	como	as	políticas	para	
atividades em redes sociais virtuais e mensa-
gens	(por	exemplo,	procedimentos	relativos	
a	possíveis	práticas	de	bullying,	pornografia	
infantil,	discurso	de	ódio	etc.).	É	possível	que	
a	escola	já	possua	alguns	documentos	sobre	
essas	temáticas	que	poderão	ser	atualizados,	
se for o caso.
Construir uma perspectiva 
de “diálogo” entre o currículo 
e as tecnologias digitais
Trata-se de um ponto central em um pro-
grama	BYOD.	A	tônica	da	educação	do	século	
21	é	a	de	que	se	aprende	em	qualquer	lugar,	
a qualquer hora. A concretização dessa visão 
requer	tecnologias	digitais,	dentre	outras.	Os	
alunos irão trazer seus próprios dispositivos 
para a escola se o currículo permitir e incenti-
var	o	seu	uso.	Um	currículo	(conteúdos,	plane-
jamento,	práticas	etc.)	que	encoraja	o	uso	das	
tecnologias digitais pode incluir os seguintes 
componentes: 
Apoio pessoal 
A escola nomeia alguns especialistas em 
tecnologia	(professores,	funcionários,	alunos)	
que apoiam iniciativas com os dispositivos 
digitais. Esses especialistas trabalham 
com professores e gestores para apoiar a 
integração	de	tecnologia,	a	gestão	BYOD	e	o	
desenvolvimento do currículo. 
 
Os professores podem desenvolver páginas 
simples	na	web	para	suas	turmas,	que	podem	
ser acessadas por meio de dispositivos móveis 
de cada aluno. Estes sites podem apresentar: 
•	objetivos	diários; 
•	fóruns	virtuais	de	discussão; 
•	livros	eletrônicos	e	artigos; 
•	recursos	(como	notas,	planilhas,	
apresentações,	áudio,	vídeo)	relacionados	a	
tópicos temáticos do currículo e a atividades a 
serem desenvolvidas.
Considere o uso do Laboratório 
de Informática da escola
Embora os dispositivos móveis possam ter 
muitas	vantagens,	há	momentos	em	que	os	
alunos	necessitam	de	um	computador	“real”.	
Muitos	softwares	requerem	um	computador	
com	uma	estrutura	de	entrada	de	mouse,	por	
exemplo.	Nem	todos	os	recursos	de	software	
são	suportados	em	dispositivos	móveis.	É	
preciso	verificar: 
•	O	que	os	alunos	usam	quando	necessitam	
de um teclado para realizarem a digitação de 
textos mais extensos? 
•	Como	os	alunos	irão	usar	programas	de	sof-
twareque	requerem	um	computador	“real”? 
•	O	que	os	alunos	usam	quando	eles	precisam	
de uma tela maior? 
•	Como	os	estudantes	terão	acesso	a	softwares	
que não são suportados em seu dispositivo 
móvel? 
> Dispositivos de propriedade da escola 
Uma	possibilidade	interessante	é	que	as	escolas	
que implementam programas de BYOD também 
possam fornecer soluções de tecnologia móvel 
para os alunos que não têm o seu próprio 
dispositivo,	como	notebooks	do	programa	UCA	
e tablets. Alguns modelos bem-sucedidos de 
BYOD incluem a partilha de dispositivos entre os 
estudantes,	bem	como	programas	de	doação	de	
equipamentos novos e usados.
Realizar formação continuada
Sem	um	planejamento	adequado	de	uso	
e de implementação e sem uma formação 
inicial	e	um	plano	de	formação	continuada,	o	
BYOD não poderá ser bem-sucedido. Simples-
mente convidando os alunos a trazer os seus 
próprios dispositivos para a escola não leva 
à	sua	efetivação.	Tudo	irá	depender	de	como	
os professores irão optar por implementar os 
dispositivos em suas aulas. Isso irá determi-
nar se um programa BYOD será bem ou mal 
sucedido. Depois de implementar um progra-
ma	de	BYOD,	será	necessário	estabelecer	um	
plano para proporcionar o desenvolvimento 
profissional	contínuo	e	treinamento	extensivo	
para os membros que são responsáveis pela 
execução do programa. O BYOD traz um uso 
de tecnologias menos controlado do que as 
práticas tradicionais no laboratório de informá-
tica,	exigindo	novas	estratégias	de	gestão	de	
sala de aula e um maior conhecimento sobre 
tecnologias digitais.
CURSO gestãoescolar 11
2.6.	O	PADRÃO	SOFTWARE	
LIVRE	E	AS	LICENÇAS	
ALTERNATIVAS	AO	 
DIREITO	AUTORAL
Há mais de uma década, o Governo 
Federal tem implementado planos, pro-
gramas e projetos com a centralidade do 
desenvolvimento do padrão de software 
livre para a grande maioria das ações públi-
cas no País que envolvem base tecnológica 
digital. Mais recentemente, tem sido dada 
ênfase também a materiais diversos que se 
encontram disponíveis em domínio público 
ou que estejam disponíveis na internet gra-
tuitamente – muitos deles disponibilizados 
por seus autores por meio da licença Creati-
ve Commons (CC).
O movimento do software livre é um 
movimento pelo compartilhamento do co-
nhecimento tecnológico. Qual é a essência 
de um software? A alma do programa de 
computador está no seu código-fonte. To-
das as linhas de instruções que compõem 
o software estão contidas no código-fonte, 
que depois será traduzido para a linguagem 
compreensível pelo computador. 
Nos chamados programas proprietários, 
esse código-fonte, o algoritmo do programa, 
é um segredo, não revelado para a comuni-
dade de usuários do programa. Isso impede 
que outros programadores e interessados 
em geral conheçam alguns aspectos de fun-
cionamento desse produto (por exemplo, os 
procedimentos de segurança de dados com 
que opera) e torna praticamente impossível 
sua alteração, customização ou aprimora-
mento por usuários, estando essas ações 
restritas aos funcionários do fabricante do 
produto. Em geral, o usuário do software pro-
prietário, quando o adquire, não sabe que na 
verdade não comprou um produto, mas uma 
licença de uso. A propriedade do software 
continua com a empresa que o desenvolveu. 
Este é o modelo econômico de comercializa-
ção do software que se tornou hegemônico. 
Outros tipos de software proprietário são:
Software freeware: é gratuito, mas não 
pode ser modificado sem autorização.
Software shareware (“trial” ou “amostra 
grátis”): é gratuito, mas possui limitações de 
uso (tempo, funcionalidades etc).
Software demo: apenas para demonstra-
ções. Possui limitações de uso.
No caso do software livre, como o código-
-fonte é público, qualquer interessado pode 
aprimorar, customizar e criticar diversos as-
pectos do programa, contribuindo para sua 
evolução e mantendo-se a sua disponibiliza-
ção gratuita via internet. Portanto, o software 
livre se baseia em um modelo completamen-
te diferente. A liberdade de usar e desenvol-
ver o programa é a essência do modelo. 
As quatro liberdades que caracterizam 
o software livre são as de uso, cópia, mo-
dificações e redistribuição. O software livre 
possui um autor ou vários autores, mas 
não possui donos. Dessa forma, o usuário 
do software livre também tem o direito de 
ser desenvolvedor, caso queira. Quem o 
adquire pode usá-lo para todo e qualquer 
fim, inclusive tem a permissão de alterá-lo 
completamente. Assim, para um software 
ser efetivamente livre deve necessariamen-
te disponibilizar seu código-fonte. A única 
proibição feita aos seus usuários é a de tor-
ná-lo um software proprietário.
Em geral, o software livre é desenvolvido 
e aprimorado a partir de ações de pessoas 
interessadas – remuneradas ou não – em 
seus benefícios para a população em geral. 
O software chamado OpenOffice.org possui 
aproximadamente 10 mil desenvolvedores 
12 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
em todo o mundo. É um software conheci-
do como “pacote de escritório”, de produti-
vidade. Engloba o editor de texto, a plani-
lha de cálculo e o editor de apresentações, 
sendo o principal concorrente do pacote 
Office, da Microsoft (World, Excel, Power 
Point). Devido ao trabalho colaborativo, o 
OpenOffice está traduzido para mais de 22 
idiomas. No Brasil, o OpenOffice conta com 
uma comunidade de tradutores e desenvol-
vedores que reúne cerca de mil pessoas.
A Free Software Foundation disponibiliza 
em seu site (www.fsf.org) definições sobre o 
software livre e estabelece quatro tipos de li-
berdade, para os usuários do software:
✓a liberdade de executar o programa, 
para qualquer propósito (liberdade nº 0);
✓a liberdade de estudar como o pro-
grama funciona e adaptá-lo para as suas 
necessidades (liberdade nº 1) – o acesso ao 
código-fonte é um pré-requisito para esta 
liberdade;
✓a liberdade de redistribuir cópias de 
modo que você possa ajudar ao seu próxi-
mo (liberdade nº 2);
✓a liberdade de aperfeiçoar o progra-
ma e liberar os seus aperfeiçoamentos, de 
modo que toda a comunidade se beneficie 
(liberdade nº 3).
Segundo Sérgio Amadeu, 
utilizando	 software	proprietário,	o	
país gastará para informatizar suas prin-
cipais	100	mil	escolas	públicas,	no	míni-
mo,	US$	300	milhões	aproximadamente	
a cada dois anos. A aritmética é simples: 
se utilizarmos 30 computadores em 
média em cada uma dessas 100 mil es-
colas,	teremos	de	adquirir	3	milhões	de	
licenças	de	uso	de	softwares	básicos,	o	
sistema operacional e os aplicativos de 
escritório	 (editor	 de	 texto,	 planilha	 de	
cálculo,	 editor	 de	 imagens	 e	 apresen-
tações).	Uma	licença	para	cada	compu-
tador comprado. Se cada licença custar 
somente	US$	100,	estaremos	falando	de	
um	gasto	desnecessário	de	US$	300	mi-
lhões.	(1996,	p.	39
No Brasil, as escolas públicas têm recebi-
do muitos computadores que operam inteira-
mente com software livre a partir do sistema 
operacional Linux, inclusive os computado-
res portáteis do projeto UCA (Um Computa-
dor por Aluno). Em geral, esses computado-
res são disponibilizados com um conjunto de 
softwares gerais e também de uso mais volta-
do a processos típicos da escola, incluindo a 
gestão, o ensino e a aprendizagem. Um des-
ses programas digitais, bastante difundido 
nas escolas do estado do Ceará, é o Luz do 
Saber, que integra as ações do Programa da 
Alfabetização na Idade Certa (Paic). O Luz do 
Saber possui uma versão web em que os alu-
nos podem desenvolver atividades de leitura 
e escrita com recursos audiovisuais, dentre 
outros. O programa disponibiliza uma Licen-
ça Geral GNU e é associado a uma comunida-
de de desenvolvedores, que podem atuar e 
aprimorar o software livre a fim de gerar mais 
benefícios aos usuários gratuitamente. Para 
conhecer o software, basta acessar o link: 
http://luzdosaber.seduc.ce.gov.br/
As licenças Creative Commons 
As licenças mais utilizadas para distribui-
ção de software são: Copyleft, Copyright e 
Creative Commons:
✓ Copyleft: “all rights reversed”,todos os 
direitos revertidos, obra completamente livre 
para uso (é associada à GPL – General Public 
License);
✓Copyright: “all rights reserved”, todos os 
direitos reservados (é dividido em “direito de 
CURSO gestãoescolar 13
3. 
DESAFIOS À 
IMPLEMENTAÇÃO DAS 
TICS	NAS	ESCOLAS	
3.1. DESAFIOS
Em seu livro clássico Oversold and Un-
derused: Computers in the Classroom (Com-
putadores na Sala de Aula: Subutilizados e 
Vendidos em Excesso), o pesquisador norte-
-americano Larry Cuban apresentou cinco 
explicações diferentes para as dificuldades da 
inserção das tecnologias digitais no ensino, 
com base em um estudo realizado em uma 
escola situada no coração do Silicon Valley, 
o berço da indústria da informática nos Esta-
dos Unidos. O autor afirma que há uma lenta 
revolução em curso − como sempre aconte-
ceu historicamente nas escolas − que explica a 
inevitável defasagem entre a invenção de uma 
tecnologia e sua aplicação com fins educacio-
nais. Neste caso, a incorporação das TICs nas 
escolas seria apenas uma questão de tempo. 
Seguindo o mesmo caminho, o autor conside-
ra ainda que “as mudanças tecnológicas têm 
sua aplicação retardada na educação formal 
em relação às empresas, porque as escolas são 
entidades com forte caráter político e sem fins 
lucrativos. Funcionam, dessa forma, como sis-
temas polivalentes, dotadas de muitos níveis 
[...] e profundamente conservadoras” (CUBAN, 
2001, p. 153). Outra razão é a historicamente 
lenta mudança das crenças dos professores 
e as crenças e expectativas da comunidade. 
Segundo o autor, isso reflete o histórico social, 
organizacional e político do ensino. 
autor” e “direito de reprodução”);
✓ Creative Commons: “some rights reser-
ved”, alguns direitos reservados (é a abdica-
ção de parte dos direitos pelo seu detentor).
Segundo o Escritório Central de Arreca-
dação e Distribuição (Ecad), o direito autoral 
é um conjunto de prerrogativas conferidas 
por lei à pessoa física ou jurídica criado-
ra da obra intelectual, para que ela possa 
gozar dos benefícios morais e patrimoniais 
resultantes da exploração de suas criações. 
Protege as relações entre o criador e quem 
utiliza suas criações artísticas, literárias ou 
científicas, tais como textos, livros, pintu-
ras, esculturas, músicas, fotografias etc. Os 
direitos autorais são divididos, para efeitos 
legais, em direitos morais e patrimoniais. Os 
direitos morais asseguram a autoria da cria-
ção ao autor da obra intelectual, no caso de 
obras protegidas por direito de autor. Os di-
reitos patrimoniais são aqueles que se refe-
rem principalmente à utilização econômica 
da obra intelectual. É direito exclusivo de o 
autor utilizar sua obra criativa da maneira 
que quiser, bem como permitir que tercei-
ros a utilizem, total ou parcialmente. 
No modelo de licenciamento em Creative 
Commons, projeto idealizado e coordenado 
pelo professor de direito Laurence Lessig, to-
das as licenças ajudam os criadores a manter 
o seu direito de autor e os seus direitos cone-
xos, ao mesmo tempo em que permitem que 
outras pessoas copiem, distribuam e façam 
alguns usos do seu trabalho – pelo menos, 
para fins não comerciais. Todas as licenças 
Creative Commons são aplicáveis em todo o 
mundo. Um licenciante Creative Commons 
responde a algumas perguntas simples para 
escolher a licença – primeiro: quero permitir o 
uso comercial ou não? E segundo: quero per-
mitir trabalhos derivados ou não? Em todos 
os casos, o acesso aos conteúdos é gratuito.
Os principais estudos realizados para inves-
tigar os desafios da incorporação das TICs em 
escolas dos Estados Unidos parecem gravitar 
em torno das categorias de análise utilizadas 
por Cuban. Alguns autores têm analisado a cul-
tura organizacional da escola e do ensino (CO-
HEN, 1988a, 1988b; CUBAN, 1986, 2001) como 
o elemento-chave para explicar os problemas 
de integração dos computadores ao ensino. 
Outros autores têm analisado as dificuldades 
de implementação como resultado do desen-
volvimento profissional docente, da infraes-
trutura e da disponibilidade das tecnologias 
digitais (KOZMA, 2003; ROGERS, 2000; SCHO-
FIELD; DAVIDSON, 2002). Autores também 
analisaram a ausência e a necessidade de um 
bom ajuste entre o currículo, a pedagogia e as 
características dos produtos tecnológicos (BE-
CKER, 1999; McCRORY, 2004). 
No Brasil, muitos estudos desenvolvidos 
nas décadas de 1980 e 1990 se realizaram no 
contexto da implementação de programas 
governamentais de informática nas escolas 
públicas e estudos experimentais localiza-
dos, em geral associados a iniciativas de pes-
quisadores e seus grupos em universidades 
públicas (LOUREIRO; LOPES, 2012). Esses 
estudos dividem-se em três eixos principais: 
perspectivas teóricas diversas associadas ao 
fenômeno, à formação docente e a práticas es-
colares. O caráter intervencionista das políticas 
públicas e o descompasso entre a proposta 
modernização tecnológica e as características 
histórico-institucionais da escola pública cons-
tituem, mais uma vez, pilar importante de estu-
dos sobre o fenômeno. 
Pretto (1998) aponta que 
[...] mesmo a simples presença 
da televisão e do vídeo como mais 
um recurso didático-pedagógico 
pode vir a repetir o que ocorreu – e 
14 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
ainda ocorre – com os livros didáticos. 
A presença marcante de políticas de 
marketing das editoras fez com que 
a	 escola	 fosse	dirigida	de	 fora.	 Antes,	
pela	 indústria	 do	 livro.	 Agora,	 quem	
sabe,	pelas	 indústrias	de	equipamen-
tos e de entretenimento. As tecno-
logias	 da	 comunicação	 (televisão,	
vídeo,	 computadores,	 multimídia)	
estão invadindo as escolas por uma 
pressão	das	indústrias,	não	existindo	
um expressivo movimento da área 
educacional para sua necessária 
incorporação	crítica.	(p.	118).	
Pretto refere-se aos desafios da instalação 
de uma “nova cultura audiovisiva” (p. 120) na 
escola. O autor constata forte distanciamen-
to entre universidade e tal processo cultural, 
com implicações pra a formação de futuros 
professores. Segundo Pretto, tal situação “é re-
flexo de uma política educacional que não está 
preocupada com a temática e muito menos 
desenvolve esforços para uma articulação das 
poucas iniciativas individuais que ocorrem no 
país” (p.130). Em sua análise sobre a presença 
de recursos e do uso de vídeos em um grupo 
representativo das universidades brasileiras, 
Pretto concluiu que 
[...] em todas as universidades 
analisadas a presença do vídeo – ou 
das multimídias – dava-se por ini-
ciativa	 pessoal	 do	 professor,	 sem	
nenhum apoio nem mesmo dos se-
tores	 específicos	 pra	 esse	 fim	 [...]	
os	 depoimentos	 desses	 profissio-
nais	 indicava	 sempre	 um	 desejo	
de	 maior	 utilização,	 acompanhado	
de	 uma	 grande	 dificuldade	 para	 a	
concretização	desse	desejo.	(p.	212).	
Segundo o autor, isso viria a caracterizar 
“uma total ausência da cultura audiovisiva” 
(p. 222) nas práticas acadêmicas das univer-
sidades pesquisadas. 
Em artigo de nossa autoria (JUNQUEIRA, 
2012), refletimos que
No intuito de construir um amplo e mais pro-
fundo entendimento sobre como e por 
que os professores usam ou não usam as 
TIC para ensinar, é necessário situar as TIC 
em relação às identidades, subjetividades 
e experiências dos professores. Esta pers-
pectiva desloca os professores de uma 
posição passiva em relação ao uso das 
CURSO gestãoescolar 15
TIC − ou seja, se bem financiados, bem 
treinados, se suficientemente motivados 
os professores irão utilizar as tecnologias 
digitais em um futuro próximo. Em vez 
disso, esta perspectiva ampliada posi-
ciona os professores como um elemento 
independente entre os diversos elemen-
tos que estão presentes no processo de 
incorporação das tecnologias digitais e 
de mudança nas escolas (p. 307).
 E propomos que:
O reposicionamento dos professores como 
um elemento fundamental no processo 
de assimilação das TIC e de mudança 
pode ser entendido também em relação 
à experiência da história socialda tec-
nologia na sociedade contemporânea. 
Isto indica a necessidade de se compre-
ender melhor como os professores têm 
experimentado, em nível pessoal e pro-
fissional, as contradições da sociedade 
contemporânea ao longo do processo 
de desenvolvimento tecnológico. Ao 
investigar tais questões, poder-se-á ob-
ter um insight mais complexo sobre as 
dinâmicas que explicam como as escolas 
podem permanecer sendo lugares “low 
tech” mesmo cercadas por uma crescen-
te disponibilidade e utilização das TIC na 
sociedade contemporânea. (p. 307-8)
Uma experiência importante de imple-
mentação da rede de internet em um distrito 
escolar nos EUA foi relatada em detalhes no 
livro Bringing the Internet to School (Trazen-
do a Internet para a Escola) das pesquisado-
ras Janet Schofield e Ann Davidson (2002). As 
autoras acompanharam todo o processo de 
implementação da internet em um distrito 
com 2.900 professores e alunos de diversas 
origens familiares em uma grande cidade dos 
Estados Unidos durante quatro anos. As au-
toras enfatizam fortemente o fato de que, na 
história da educação pública, poucos novos 
programas – mesmo aqueles bem-sucedidos 
– têm sido de fato institucionalizados. Isso 
parece intrigante, mas pesquisadores con-
cordam que se trata de uma forte caracterís-
tica no campo da educação pública. As pes-
quisadoras utilizaram a seguinte definição 
de institucionalização: “Institucionalização é 
o ponto em que uma prática inovadora, ten-
do sido implementada, perde o seu status de 
algo especial e passa a fazer parte dos com-
portamentos rotineiros do sistema institucio-
nal” (apud MILES; EKHOLM, 1991, p. 263).
Pesquisando sobre fatores que fortalecem 
a chance de institucionalização de um progra-
ma baseado em tecnologias digitais, as auto-
ras identificaram os seguintes fatores:
✓ o grau de estabilidade do ambiente es-
colar (poucas trocas de gestores e professores, 
por exemplo, são um fator positivo);
✓ a ocorrência de mudanças relacionadas 
ao novo programa ocorre em todos os níveis 
da instituição escolar e dos níveis superiores 
(secretarias de educação etc.);
✓ uma forte pressão interna a favor do 
novo programa (por exemplo, a reivindica-
ção dos alunos para que o programa seja 
estabelecido);
✓ a atitude da comunidade escolar a 
favor de promover e manter as mudanças 
trazidas pelo novo programa.
No estudo realizado no referido distrito 
escolar, as pesquisadoras constataram que 
os gestores estavam sobrecarregados com 
outras tarefas e tiveram pouca oportunidade 
para se engajar no dia a dia das ações de im-
plementação da internet, o que prejudicou a 
sustentabilidade do programa. 
Foram constatados os seguintes fatores 
que contribuíram para a institucionalização do 
programa de internet no distrito escolar:
✓ funcionários criaram as condições es-
truturais necessárias e formularam estratégias 
para manter o interesse dos integrantes do dis-
trito pela internet ao longo do tempo;
✓ houve um trabalho buscando a institucio-
nalização da internet desde os primeiros pas-
sos do programa, construindo boas relações e 
confiança entre os participantes do programa;
✓ o distrito teve que alocar verba própria 
para complementar o financiamento do go-
verno federal para o programa, o que gerou 
uma pressão interna para que os recursos do 
distrito gerassem resultados positivos para 
as escolas envolvidas.
As pesquisadoras concluíram que o grande 
uso das tecnologias digitais ocorridas com a 
chegada da internet forçou a implementação 
do programa, pois professores e alunos viram 
a grande utilização da rede para as atividades 
escolares. Gestores dos distritos perceberam 
que a internet era confiável e útil. Mesmo sen-
do em geral resistente em participar de ativi-
dades ditas inovadoras, o grande interesse e 
entusiasmo dos professores foi inegável para 
o sucesso da iniciativa. Os gestores deixaram 
claros e divulgaram fortemente os benefícios 
que a internet estava gerando para alunos e 
para professores no dia a dia da sala de aula. 
Por fim, as pesquisadoras concluíram que é 
possível se obter a institucionalização mesmo 
enfrentando-se inicialmente muitas dúvidas e 
desafios por parte dos participantes.
3.2.	O	PAPEL	DO	GESTOR	
ESCOLAR	E	AS	TECNOLOGIAS	
DIGITAIS	NA	EDUCAÇÃO
O primeiro passo para uma gestão efe-
tiva dos recursos tecnológicos da escola é 
a formação democrática de um grupo para 
16 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
gerenciar esses artefatos e práticas, com re-
presentantes dos diversos setores da comu-
nidade escolar. Na ausência de um grupo 
gestor, os recursos tecnológicos da escola 
tendem a ser apropriados por um professor 
ou gestor de forma negativa, pois poderá 
privar os demais do acesso e uso. 
Em um grupo gestor de tecnologias, é 
desejável a participação de:
✓ diretor ou vice-diretor da escola;
✓ um ou dois professores de cada turno;
✓ um aluno de cada turno;
✓ um estudante monitor (se houver na 
escola);
✓ um funcionário da escola.
Dependendo de situações específicas, 
poderão participar do grupo também o co-
ordenador pedagógico, um representante 
da comunidade ou associação de bairro, um 
especialista em tecnologias da rede escolar 
e representantes de alguma organização que 
colabore ativamente com a escola, quando 
houver, preservando-se os direitos da comu-
nidade escolar mais ligada à instituição.
A avaliação de desempenho do setor de 
tecnologias digitais da escola (em alguns ca-
sos ligados aos Multimeios; em outros, à pró-
pria diretoria ou ao laboratório de Multimeios) 
deverá ser feita pelo menos a cada semestre 
pelo grupo gestor, com base em indicadores 
objetivos, de preferência números absolutos e 
percentuais. Se problemas inesperados ocor-
rem durante o semestre letivo, recomenda-se 
convocar uma reunião extraordinária do grupo 
para que eventuais dificuldades não prejudi-
quem a aprendizagem dos alunos. Nas reuni-
ões regulares semestrais, pode-se verificar, por 
exemplo, quantidade de horas de funciona-
mento da sala de informática, percentual de 
professores que usaram a sala, equipamentos 
mais e menos utilizados, custos de manuten-
ção, necessidades de aquisição de software e 
de equipamentos para o semestre seguinte, ca-
pacidade das redes de internet e prognósticos 
para o semestre seguinte, dentre outros.
Dois aspectos do trabalho de Cysneiros 
(2006) merecem destaque no que se refere ao 
manejo e à manutenção dos artefatos tecnoló-
gicos presentes na escola e a escolhas dos pro-
gramas de computador utilizados na instituição. 
No que se refere à gestão dos equipamentos, o 
autor afirma que com vistas à otimização do uso 
dos equipamentos, deve-se rotineiramente re-
gistrar as datas e o tempo de uso do laboratório 
durante o expediente escolar e, se ocorrer utili-
zação nos fins de semanas, os nomes de profes-
sores, monitores e demais usuários e eventuais 
ocorrências, particularmente defeitos em com-
putadores e em outras máquinas. 
Segundo Cysneiros, 
registros regulares possibilitam 
avaliações de taxas de uso e dos tipos 
de atividades pedagógicas realizadas 
em um determinado período. Atra-
vés da análise de registros podem-se 
detectar dias e horários em que com-
putadores e outros equipamentos 
permanecem	 ociosos,	 estudando-se	
maneiras de preencher os períodos 
vagos. Podem ser constatados proble-
mas	recorrentes,	como	ausências	siste-
máticas	de	professores	ou	monitores,	
defeitos recorrentes em determinadas 
máquinas,	ou	seja,	problemas	cotidia-
nos	de	gestão.	(2006,	p.	13)
Sobre os softwares, programas de computa-
dor, Cysneiros propõe que: 
o software deve ser discutido pelo Grupo Ges-
tor de Tecnologias da Escola. Característi-
cas técnicas, custo, qual idade, utilidade 
pedagógica etc., devem ser examinadas 
objetivamente, sem a influência do en-
cantamento com o novo nem o obscu-
recimento da questão por especificações 
técnicas. Além dos programas intrínsecos 
a qualquer computador (ambientes ope-
racionais como Windows e Linux), softwa-
res de referênciapodem ser as primeiras 
aquisições de uma escola: enciclopédias, 
dicionários de português, inglês, fran-
cês, espanhol, atlas de ciências e atlas 
geográficos, pois poderão ser utilizados 
em qualquer disciplina ou atividade pe-
dagógica. Também são indispensáveis 
[programas] antivírus, softwares de tra-
vamento do sistema operacional e um 
pacote tipo Office com processador de 
textos, planilha, banco de dados, navega-
dor para Internet e outras ferramentas de 
produtividade pessoal. Periodicamente 
devem ser examinados os computado-
res, com a ajuda de estudantes monito-
res, verificando se os softwares que foram 
instalados no semestre (2006, p. 14). 
Caso esses softwares sejam fornecidos 
pelo governo e já venham instalados nas 
máquinas disponibilizadas pela escola, re-
comenda-se que seja verificada a sua ade-
quação aos fins desejados e, se necessário, 
sejam adaptados aos usos das escolas, res-
peitando-se direitos e mecanismos legais 
que regulam essas transações.
No artigo “Gestão inovadora da escola com 
tecnologias”, o professor e pesquisador José 
Moran esclarece sobre as dificuldades de uma 
gestão de sucesso diante da precariedade de 
recursos vivenciada por tantas escolas públi-
cas no País, mas ressalta que a união de todos 
os segmentos da comunidade escolar pode 
ajudar a ultrapassar algumas dificuldades, 
contando-se inclusive com as facilidades trazi-
das por algumas tecnologias digitais. 
Tratando da questão em uma perspectiva 
CURSO gestãoescolar 17
histórica, o autor nos lembra que, numa primei-
ra etapa, privilegiou-se o uso do computador 
em tarefas administrativas para a realização 
de cadastro de alunos, folha de pagamento e 
até mesmo digitação de provas e outros ma-
teriais escolares. Posteriormente, os compu-
tadores começaram a ser instalados em um 
laboratório e se criaram algumas atividades 
em disciplinas isoladas, em implementação 
de projetos de aprendizagem. “As redes ad-
ministrativa e pedagógica, nesta primeira eta-
pa, estiveram separadas e ainda continuam 
funcionando em paralelo em muitas escolas”, 
afirma o autor (MORAN, 2003, S/P). Ele comple-
ta, afirmando que na escola “o administrativo 
está a serviço do pedagógico e ambos têm de 
estar integrados, de forma que as informações 
circulem facilmente – com as restrições de 
acesso necessárias –, para visualizar qualquer 
informação que precisarmos checar ou para fa-
zer previsões necessárias” (MORAN, 2003, S/P). 
Segundo Moran, na implantação de tecno-
logias o primeiro passo é garantir o acesso de 
todos aos mesmos recursos tecnológicos. Ele 
também recomenda que os gestores não se 
deixem levar por modismos ou pelo marketing 
dos fabricantes de artefatos tecnológicos, pois 
nem sempre o último lançamento de um pro-
duto é o mais adequado para as necessidades 
da escola. Sabe-se, por exemplo, que mesmo 
computadores mais antigos podem funcionar 
perfeitamente quando operando com sistema 
operacional e programas em Software Livre. 
Para o pesquisador, “a demanda por novos 
laboratórios, por conexões mais rápidas, por 
novos programas é incessante e isso deixa 
também amedrontado o gestor, porque não 
sabe se o investimento vale a pena diante da 
rapidez com que surgem novas soluções ou 
atualizações tecnológicas” (MORAN, 2003, S/P). 
Ainda segundo o autor, a gestão escolar 
deve garantir meios para o domínio técnico 
de integrantes da comunidade escolar sobre 
as tecnologias disponibilizadas no momento. 
E, ainda, o pedagógico e o gerencial das mes-
mas, facilitando e automatizando processos 
que costumavam exigir muito tempo e esfor-
ço das pessoas. Segundo ele, a integração da 
gestão administrativa e pedagógica se faz de 
forma muito mais ampla com os computado-
res conectados em redes. 
No artigo “O papel do gestor escolar na 
incorporação das TIC na escola: experiências 
em construção e redes colaborativas de apren-
dizagem”, de Maria Elizabeth Almeida e Lígia 
Cristina Rubim (2004), são apresentadas expe-
riências de gestão em diversas escolas públicas 
em que foram encontradas formas inovadoras 
de incorporar as tecnologias digitais para po-
tencializar a realização de projetos colaborati-
vos e a aprendizagem dos alunos. Segundo as 
autoras, um elemento central para o sucesso 
dessas iniciativas foi a efetivação de redes cola-
borativas de aprendizagem em que participam 
gestores e professores de diversas escolas en-
volvidas na efetivação de projetos semelhan-
tes. Segundo as autoras (2004):
Entre os recursos disponíveis na Web exis-
te uma diversidade de espaços que propiciam 
a interação por meio da troca de informações 
e experiências, de discussões sobre temas de 
interesse comum, do desenvolvimento de 
atividades colaborativas envolvendo educa-
dores, pesquisadores, especialistas, alunos 
e instituições, que se dedicam à produção 
de novos conhecimentos. Portanto, são as 
pessoas que utilizam os espaços disponíveis 
na Web que concretizam a interação poten-
cializada pela tecnologia, tecem redes de 
significados e rompem com as paredes da 
sala de aula, integrando o ambiente escolar 
à comunidade que o cerca, à sociedade da 
informação e a outros espaços produtores de 
conhecimento. (ALMEIDA; RUBIM, 2004, p. 8)
18 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
3.3. SISTEMAS DE 
INFORMAÇÃO	ESCOLAR
Segundo Visscher, “um sistema de informa-
ção (SI) é baseado em um ou mais computa-
dores e consiste em um banco de dados e uma 
ou mais aplicações informáticas, permitindo ao 
usuário gravar, processar, recuperar e distribuir 
dados”. Como a tecnologia que forma a base dos 
sistemas de informação está em constante de-
senvolvimento, o conteúdo do conceito de “sis-
tema de informação” também está sempre sob 
mudança (1996, p. 292, tradução nossa).
Apesar de encarados como pertencentes 
ao mundo empresarial, podem ser utilizados 
largamente pela escola, pois são voltados para 
organizações com diversas finalidades na so-
ciedade. Vários são os tipos de informação que 
se processam na escola, desde aquelas de ca-
ráter organizacional (calendário de atividades, 
funcionamento dos serviços etc.), as pedagó-
gicas (métodos didáticos, currículos, avaliação 
etc.), as científicas (conteúdos programáticos), 
as legais (legislação) e administrativas (dados 
pessoais, resultados escolares etc.).
Esta gama de dados e informações dispo-
níveis exige meios para manipulá-las, trans-
formando-as em conhecimento útil para a 
gestão escolar. O gestor deve fazer uso des-
ses sistemas para auxiliá-lo neste processo. 
Além disso, um SI possibilita a prestação de 
contas, o controle de notas e da frequência 
dos docentes, entre outros dados, permitin-
do tornar transparentes as informações que 
são colocadas em rede aberta (internet). 
Ao desenvolver um sistema digital para a 
escola, é importante procurar entender o mé-
todo de trabalho das escolas e quais são suas 
necessidades, para criar sistemas que sejam 
fáceis de usar, eficientes e ajudem no proces-
so de tomada de decisão. Dentre as principais 
vantagens em se empregar um sistema de in-
formação para a gestão escolar, destacam-se:
✓ redução da carga de trabalho dos fun-
cionários, deixando-os com mais tempo livre 
para o desempenho de outras tarefas; 
✓ rapidez e confiabilidade no proces-
samento das informações, agilizando o 
atendimento; 
garantia de segurança das informações: 
os usuários somente têm acesso às infor-
mações referentes à sua esfera de atuação; 
✓ garantia de integridade e veracidade 
da informação. 
SAIBA 
MAIS
Sistemas de Informação e Gestão 
para a Escola
Para	atender	às	necessidades	de	gestão	
da	escola,	é	desejável	que	exista	um	SI	que	
possa	 integrar	diversos	módulos	específi-
cos,	tais	como:
Acadêmico: permite a gestão da vida 
acadêmica	dos	alunos,	desde	a	matrícula	e	
finalizando	com	a	conclusão	do	ano	letivo.	
Pode ser usado para gerenciamento de no-
tas e geração de boletins e outros relatórios 
pedagógicos	 (ficha	cadastral,	ficha	 indivi-
dual,	histórico	escolar,	ficha	de	ocorrênciasetc.),	incluindo	o	histórico	escolar.	
Financeiro: auxilia o gestor escolar a 
gerar as informações e relatórios neces-
sários	à	prestação	de	suas	contas	 junto	à	
secretaria	de	educação,	aos	executores	dos	
programas	de	financiamento	com	os	quais	
estabelece	parceria	e	à	comunidade.	
Portal na internet: portal de relacio-
namento	entre	a	escola,	os	pais	e	a	comu-
nidade.	 Por	meio	 de	 uma	 senha,	 os	 pais	
podem ter acesso ao rendimento escolar 
do	seu	filho	e	lista	de	ocorrências	na	escola.	
Biblioteca: controle do acervo literário 
e empréstimos dos livros. Pode incluir uma 
biblioteca virtual com acervo digital. 
Em	resumo,	com	um	sistema	integrado,	
é possível fazer o acompanhamento peda-
gógico,	por	meio	de	análises	dos	relatórios	
da	classe,	da	escola	ou	específico	do	aluno.	
Integrados	ao	acadêmico,	há	os	 sistemas	
financeiro	e	de	contas	a	pagar,	que	permi-
tem o controle das contas a receber e a pa-
gar da escola.
PARA 
REFLETIR
Como	o	gestor	tem	atuado	para	con-
tribuir para a implantação e o uso sa-
tisfatório das tecnologias digitais em 
sua escola? Essa gestão tem sido de-
mocrática,	 participativa,	 ouvindo-se	
as posições dos diversos segmentos 
envolvidos e buscando construir um 
consenso	 com	 vistas	 à	melhoria	 da	
aprendizagem? O que mais pode ser 
feito para aprimorar essas ações?
Você	pode,	se	desejar,	escrever	sobre	
essas questões e compartilhar seus 
pensamentos com colegas de traba-
lho	 e	 outros	 interessados,	 de	 forma	
privada ou aberta em algum espaço 
da	 internet,	 buscando	 trocar	 ideias	
com outras pessoas para avançar em 
suas	reflexões.
CURSO gestãoescolar 19
Portal Conviva 
Educação
Apesar de ter seu funcionamento voltado 
prioritariamente	 às	 secretarias	 de	 educação	
dos	 municípios,	 recomenda-se	 conhecer	 as	
diversas	funcionalidades	do	portal,	pois	indica	
diversos usos das tecnologias e da internet mui-
to	úteis	à	gestão	da	escola	e	que	poderão	norte-
ar debates e ações também no nível da escola a 
partir de sua gestão. Dentre as funcionalidades 
do	portal,	destacam-se:
✓Memorial de Gestão. Permite saber mais 
sobre o Memorial de Gestão e Transição. Esta 
área do portal está dividida em: acompanha-
mento	 e	 registro,	 dados,	 transição	 e	 rotina.	
Disponibiliza ferramenta para a construção do 
Memorial de Gestão da Educação no município.
✓ Plano Municipal de Educação. Permite sa-
ber mais sobre o Plano Municipal de Educação. 
Esta	área	do	portal	está	dividida	em:	conceito,	
marcos	legais,	construção	e	rotina.	Disponibiliza	
ferramentas	do	Plano	Municipal	de	Educação,	
para auxiliar a construção e o monitoramento 
dos Planos Municipais de Educação.
✓ Administrativa. Permite saber mais so-
bre a Gestão Administrativa na educação. Esta 
área está dividida em: organização da secreta-
ria,	insumos,	equipe	e	rotina.	Disponibiliza	fer-
ramentas	dos	Planos	de	Ação,	que	privilegia	o	
bom funcionamento das escolas e favorece os 
processos	de	ensino	e	aprendizagem,	em	que	
é feito o preenchimento das atividades que de-
vem	ser	 realizadas,	Controle	de	Estoque,	para	
controle dos produtos e bens adquiridos pela 
secretaria	municipal	 de	 educação,	 e	Cadastro	
de	Profissionais	da	Educação,	para	 realização	
de cadastro de informações dos membros da 
secretaria municipal de educação.
✓Alimentação Escolar. Permite saber mais 
sobre a Gestão da Alimentação Escolar na 
educação. Esta área do portal está dividida 
em:	 organização,	 operações,	 Pnae,	 recursos	 e	
licitações,	 prestação	 de	 contas	 e	 rotina.	
Disponibiliza ferramentas de Acompanhamen-
to dos Gastos com Alimentação Escolar para o 
controle de gastos com alimentação escolar e 
suas	 fontes,	 e	 de	 Elaboração	de	Cardápio	 Es-
colar,	para	auxiliar	na	construção	de	cardápios	
escolares de acordo com as resoluções da área 
de gestão.
✓ Democrática. Permite saber mais sobre 
a Gestão Democrática na educação. Esta área 
do portal está dividida em: princípios da ges-
tão	democrática,	 contexto,	diagnóstico,	 subsí-
dios	para	 reflexão,	plano	de	ação,	execução	e	
acompanhamento,	e	rotina.	Disponibiliza	ferra-
mentas	para	os	Planos	de	Ação,	privilegiando	o	
bom funcionamento das escolas e favorece os 
processos	de	ensino	e	aprendizagem,	em	que	
é feito o preenchimento das atividades que 
devem	ser	realizadas,	e	Diagnóstico	da	Gestão	
Democrática,	para	auxiliar	o	conhecimento	do	
contexto da realidade local e a atuação da ges-
tão democrática.
✓ Estrutura e Documentação. Permite saber 
mais sobre a Gestão Democrática na educação. 
Esta área do portal está dividida em: organiza-
ção,	matrícula,	calendário	escolar,	documenta-
ção e rotina. Disponibiliza ferramentas para o 
Cadastro	de	Profissionais	da	Educação,	permi-
tindo a realização de cadastro de informações 
dos membros da secretaria municipal de edu-
cação,	 o	 Calendário	 Escolar,	 ferramenta	 para	
auxiliar o município a estabelecer as datas que 
organizarão	o	ano	 letivo	no	município,	permi-
tindo o alinhamento entre currículo e tempo 
escolar,	 e	 a	 Situação	 das	Unidades	 Escolares,	
ferramenta para auxiliar a secretaria a criar re-
latórios sobre as situações das unidades escola-
res do município.
✓ Orçamentária e Financeira. Permite saber 
mais sobre a Gestão Orçamentária e Financeira 
na educação. Esta área do portal está dividida 
em:	 instrumentos	 de	 planejamento,	 fontes	
de	 financiamento,	 arrecadação	 e	 aplicação,	
prestação de contas e rotina. Disponibiliza fer-
ramentas	de	Controle	de	Receitas	e	Despesas,	
para auxiliar o fortalecimento da gestão orça-
mentária	da	secretaria	municipal	de	educação,	
e	Controle	de	Convênios,	ferramenta	para	auxi-
liar a equipe de Educação do município no con-
trole das informações dos seus convênios.
✓ Pedagógica. Permite saber mais sobre a 
Gestão Pedagógica. Esta área do portal está divi-
dida	em:	organização	da	rede,	política,	proposta	
e	 projeto	 educacionais,	 formação	 dos	 profis-
sionais	da	rede,	escolha	de	recursos	pedagógi-
cos,	gestão	da	avaliação	e	rotina.	Disponibiliza	
ferramenta	 do	 Plano	 Municipal	 de	 Educação,	
ferramenta para auxiliar a construção e o moni-
toramento dos Planos Municipais de Educação e 
ferramenta	para	o	Roteiro	de	Visita	Escolar,	que	
auxiliam o fortalecimento da gestão pedagógica 
da secretaria municipal de educação.
✓ Pessoas. Permite saber mais sobre a Ges-
tão de Pessoas na educação. Esta área do portal 
está	dividida	em:	organização,	previsões	legais,	
carreira e rotina. Disponibiliza ferramentas para 
o	cadastro	de	Profissionais	da	Educação	e	ferra-
menta para realização de cadastro de informa-
ções dos membros da secretaria municipal de 
educação.
✓ Transporte Escolar. Permite saber sobre 
a Gestão do Transporte Escolar na educação. 
A	área	do	portal	está	dividida	em:	organização,	
fontes	de	recurso,	acompanhamento	dos	gas-
tos,	 prestação	de	 contas	 e	 rotina.	 Inclui	 ferra-
mentas para o acompanhamento dos Gastos 
com Transporte Escolar e ferramenta para auxi-
liar o controle de gastos da secretaria municipal 
de	educação	com	 transporte	escolar	e	de	Ca-
dastro de Frota para auxiliar o controle da frota 
existente na secretaria municipal de educação.
Para	mais	informações	sobre	como	utilizá-lo,	
acesse:	http://www.convivaeducacao.org.br/
20 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
No Brasil, a educação possui um conjunto 
de dados que se transformam em informa-
ções e possibilitam gerar conhecimento sobre 
a realidade educacional brasileira. Dentre as 
competências que a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional (LDBEN, Lei n o 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996) delega à União, 
está a de coletar, analisar e disseminar infor-
mações sobre educação. Para tal, o Ministério 
da Educação utiliza sistemas de informação 
que o auxiliem a tomar decisões sobre a me-
lhoria da qualidade do ensino. 
Em janeiro de 2013, foi lançado em Brasí-
lia um ambiente virtual gratuito, denominado 
Conviva Educação, fruto da parceria entre 
fundações, institutos e movimentos sociais. 
Este ambiente virtualé uma ferramenta tecnológica, to-
talmente gratuita, que objetiva auxiliar 
as Secretarias Municipais de Educação a 
gerir sua rede/sistema de ensino, possibi-
litando maior foco na gestão pedagógica, 
fortalecendo o ensino e aprendizagem. [...] 
Através de um conjunto de informações, 
ferramentas e da estruturação de proces-
sos de apoio, o ambiente virtual promove 
a otimização do tempo utilizado com pro-
cessos administrativos, possibilitando que 
mais tempo seja utilizado para as ques-
tões relacionadas ao ensino e aprendiza-
do. (CONVIVAEDUCAÇÃO, 2013)
3.4. BASES DE 
DADOS	NACIONAIS
 O Ministério da Educação (MEC) tem cen-
tralizado parte significativa da coleta de da-
dos da atividade escolar do País no Instituto 
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacio-
nais (Inep), que atua também na formação 
de políticas públicas para a melhoria da qua-
lidade e no financiamento mais racional do 
sistema nacional de educação. 
O Inep desenvolve alguns projetos e ações 
de desenvolvimento continuado. Dentre eles, 
destaca-se o Censo Escolar da Educação Bá-
sica. É uma pesquisa realizada anualmente, 
junto aos estabelecimentos de ensino, que 
tem por objetivo fazer um amplo levantamen-
to sobre as escolas de educação básica no País, 
cujas informações coletadas podem ser classi-
ficadas em quatro grandes dimensões: esco-
las, alunos, docentes e turmas. Os dados são 
coletados por meio de um sistema de acesso 
via internet denominado Educacenso. A partir 
das informações coletadas, o MEC gerencia 
programas como o Fundo de Manutenção e 
Desenvolvimento da Educação Básica e de Va-
lorização dos Profissionais da Educação (Fun-
deb), a Alimentação Escolar, a Distribuição de 
Livros Didáticos, o Dinheiro Direto na Escola, o 
Mais Educação, dentre outros. 
4. 
PARA APRENDER MAIS
4.1.	LEITURAS	INDICADAS
Gestão de tecnologias, mídias e recursos 
na escola: o compartilhar de significados. 
Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida. Aces-
so pelo link: http://www.rbep.inep.gov.br/index.
php/emaberto/article/download/2306/2269.
Gestão educacional e tecnologia. Livro or-
ganizado por Alexandre Vieira. São Paulo, edi-
tora Avercamp, 2003. 
Tecnologias da Informação e Comunicação 
das Escolas Públicas brasileiras: O Programa 
Proinfo Integrado, de Carlos Eduardo Bielscho-
wsky. Acesso pelo link: http://portaldoprofessor.
mec.gov.br/storage/materiais/0000012852.pdf
Gestão de Tecnologias da Infor-
mação e Comunicação na Escola. 
Paulo Gileno Cysneiros. Acesso pelo link: http://
escoladegestores.virtual.ufc.br/PDF/Texto_Cys-
neiros.pdf
4.2. WEBSITES
Gestão Escolar - http://gestaoescolar.
org.br/
Portal do Professor - http://portaldopro-
fessor.mec.gov.br/index.html
Domínio Público - http://www.dominiopu-
blico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
Software Livre no Governo Federal - 
http://www.softwarelivre.gov.br/
Banco Internacional de Objetos Educa-
cionais - http://objetoseducacionais2.mec.
gov.br/
e-Proinfo - http://e-proinfo.mec.gov.br/
eproinfo/interativo/acessar_espaco_siste-
ma/acessar.htm
Guia Prático - Gestão Administrativa. 
Governo do Estado do Paraná - http://www.
gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/
conteudo/conteudo.php?conteudo=1556
Blog Tecnologia na Educação - http://no-
vaescola.org.br/blogs/tecnologia-educacao/
4.3. VÍDEOS
Tecnologia e educação: gestão escolar e 
tecnologia. Série com cinco programas do Sal-
to para o Futuro - https://www.youtube.com/
watch?v=EJBTide-Cqg
Tecnologia na Educação - http://www.ges-
taoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/video/
showVideo.php?video=17608
CURSO gestãoescolar 21
22 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Neste fascículo aprendemos sobre a te-
mática das tecnologias digitais na escola e 
suas implicações para a área da gestão esco-
lar e as principais tendências atuais no cam-
po das tecnologias digitais voltadas à educa-
ção (sistemas de informação, Moodle, BYOD, 
software livre etc.). Aprendemos ainda sobre 
os desafios atuais à implementação das tec-
nologias digitais na escola e o papel ativo do 
gestor escolar nesse processo. E, por fim, co-
nhecemos um pouco mais sobre os sistemas 
de informação digitais e suas aplicações na 
boa gestão escolar. 
É importante destacar a complexidade 
desse campo de estudos, pois envolve ele-
mentos de duas áreas que possuem fortes 
especificidades e um longo histórico: a es-
cola pública e a informática. Isso exige uma 
análise ponderada, livre de ilusões sobre ca-
minhos e soluções simplistas. Da convergên-
cia desses dois elementos, surgem grandes 
oportunidades, mas também desafios para a 
área da gestão escolar, seja no âmbito mais 
geral da escola (processos acadêmicos de 
melhoria do ensino e da aprendizagem e no-
vos modos de uso das tecnologias digitais), 
seja no aspecto mais específico de gestão 
interna da escola e suas implicações com a 
comunidade escolar e o poder público. 
Nesse desenvolvimento destaca-se o pa-
pel do gestor como um facilitador de proces-
sos e de diálogo, na perspectiva da gestão 
democrática da escola, que precisa se apro-
priar de conhecimentos específicos da área 
da informática, com o apoio de especialistas, 
e buscar se manter atualizado a fim de bem 
exercer seu papel, buscando preservar os in-
teresses da educação pública de qualidade 
em sintonia com nosso tempo.
SÍNTESE DO 
FASCÍCULO
Eduardo Santos 
Junqueira Rodrigues
Doutor em Educação pela Michigan State Uni-
versity, professor adjunto do Instituto UFC Virtual 
e professor credenciado do Programa de Pós-Gra-
duação em Educação Brasileira da Universidade 
Federal do Ceará. Tem experiência nas áreas de 
Educação e Comunicação Social, com ênfase em 
cibercultura, novos letramentos (new literacies, 
multiliteracies), inclusão digital, multimodalidade 
e hipertexto, pesquisa etnográfica e educação on-
line. Coordena pesquisas sobre navegação hiper-
modal em contextos de aprendizagem com o uso 
da técnica de rastreamento ocular (eye tracking). 
É líder do grupo de pesquisa Linguagens e Educa-
ção em Rede (LER).
PERFIL DO 
AUTOR
CURSO gestãoescolar 23
ALLEGRETTI, S. M. M., HESSEL, A. M. D., HAR-
DAGH, C. C., & SILVA, J. E. d.(2012). Apren-
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