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FUNÇÕES-DA-LINGUAGEM-NA-LITERATURA-BRASILEIRA

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1 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM NA LITERATURA BRASILEIRA 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
FACULESTE ............................................................................................................. 3 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 4 
OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO .................................................................... 5 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM ..................................................................................... 7 
SEMÂNTICA DOS VERBOS ..................................................................................... 9 
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS .................................................................................. 11 
USO COESIVO DOS PRONOMES E CONJUNÇÕES ............................................ 15 
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS (POESIA) ..................................................... 19 
PÓS-MODERNISMO (PROSA) ............................................................................... 21 
MODERNISMO 1ª FASE ......................................................................................... 22 
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO .............................................................................. 24 
LÍNGUA OU LINGUAGEM? .................................................................................... 31 
ORIGEM DA LINGUAGEM ...................................................................................... 32 
ORIGEM DA LÍNGUA .............................................................................................. 34 
ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA .................................................................... 34 
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO ........................................................................... 35 
OS NÍVEIS DE LINGUAGEM .................................................................................. 37 
OS TIPOS DE DISCURSO ...................................................................................... 41 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 43 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULESTE 
 
A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um 
grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Faculeste, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Para começo de conversa... [...] Chega mais perto e contempla as palavras. 
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra e te pergunta, sem interesse 
pela resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a chave? [...] (Carlos 
Drummond de Andrade - Procura da poesia) 
Nesse poema Carlos Drummond de Andrade chama atenção para a palavra, 
um instrumento que utilizamos a todo o momento e, justamente por isso, nem 
sempre utilizamos da melhor forma. 
No poema, Drummond nos alerta: as palavras nos esperam ocultando, sob 
sua face neutra, de dicionário, mil possibilidades de sentido, que variam de acordo 
com a situação de comunicação e com a intenção comunicativa de nosso texto. 
Essas são algumas considerações sobre as quais nos debruçaremos. 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO 
Em todas as situações de comunicação podemos observar a presença de 
alguns elementos essenciais: 
Emissor: aquele que diz algo a alguém. 
Receptor: aquele com quem o emissor se comunica. Mensagem: tudo o que é 
transmitido do emissor para o receptor. 
Código: a convenção que permite ao receptor compreender a mensagem, como por 
exemplo, a Língua Portuguesa. 
Canal: o meio que conduz a mensagem ao receptor, como por exemplo, a língua 
oral. 
Referente: o assunto da mensagem. 
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar 
algo, demonstrar seus sentimentos, convencer alguém. Consequentemente, a 
linguagem passa a ter uma função. Podemos encontrar em um mesmo texto 
diferentes funções. No entanto, uma das funções sempre prevalecerá sobre as 
demais. 
 
 
 
 
6 
As funções da linguagem são recursos de ênfase que atuam, cada qual, 
abordando um diferente elemento da comunicação. Foram estabelecidas seis 
diferentes funções da linguagem, cada uma delas se relaciona a um dos 
componentes do processo comunicativo. 
Dessa forma, em cada ato comunicativo, dependendo de sua finalidade, 
destaca-se um dos elementos da comunicação e, por conseguinte, uma das funções 
da linguagem. 
Podemos elaborar o seguinte diagrama: Atualmente, há uma tendência a 
considerar apenas duas grandes funções da linguagem: a cognitiva ou referencial e 
a pragmática ou interacional. 
A cognitiva ou referencial se prende à elaboração do texto a partir dos 
referentes, ou seja, levando em consideração os elementos contextuais, que estão 
fora da linguagem, mas a que a linguagem remete. 
A pragmática ou interacional se prende à interação. Mas vamos trabalhar aqui 
com as funções já conhecidas, por nos permitir uma associação mais clara entre 
elas e os elementos do processo de comunicação, que são importantes para que 
compreendamos a intenção comunicativa de cada texto que elaboramos. 
A interação se realiza de maneiras diferentes conforme a modalidade de uso 
da língua: na língua escrita, por exemplo, o emissor não está em intercâmbio direto 
com o receptor e, por isso, a explicitação de todos os elementos é fundamental para 
a compreensão da mensagem e o contexto extralinguístico deve ser descrito em 
detalhe; na conversação natural, são muitas as informações que não precisam 
aparecer sob a forma de palavras, já que o contexto situacional e os dados que 
falante e ouvinte dominam, um do outro, permitem a seleção das informações que 
serão subtendidas. 
Quando alguém se dirige a outra pessoa, dizendo: “Ufa, que calor, hein!”, 
pode estar querendo abrir a janela, ou ligar o ventilador, sem um pedido direto. 
A mensagem só será entendida se o interlocutor estiver ligado na situação, 
decodificando possíveis gestos e expressões faciais do falante. 
 
 
 
 
7 
As piadas, por exemplo, são textos que exigem inferências por parte do 
ouvinte, já que seu conteúdo ultrapassa o âmbito da mera significação das palavras, 
jogando com uma contextualização mais ampla e com dados que são de 
conhecimento restrito de um grupo social, de uma comunidade específica, de um 
momento histórico. 
Não é à toa que, às vezes, não entendemos piadas de americanos e ingleses, 
por exemplo, que se consideram grandes humoristas. Por não dominarmos as 
referências culturais, contextuais ou situacionais das suas piadas, não conseguimos 
fazer as inferências necessárias. 
 
 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
Você já deve saber que podemos utilizar vários recursos para nos 
comunicarmos com alguém, como gestos, imagens, músicas ou olhares. 
No entanto, o discurso é a forma mais abrangente e efetiva que possuímos e, 
dependendo de nossa mensagem, podemos fazer inúmeras associações e descobrir 
o contexto ou acircunstância que aquela intenção comunicativa foi construída. 
A linguagem assume várias funções, por isso, é muito importante saber as 
suas distintas características discursivas e intencionais. 
Elementos presentes na comunicação são cinco: 
 Emissor: quem fala; quem produz a mensagem. 
 Receptor: A quem se direciona o que se deseja falar; o destinatário. 
 Referente: O assunto, também chamado de contexto. 
 Canal: Meio pelo qual será transmitida a mensagem. 
 Código: A forma que a linguagem é produzida. 
Perceba que cada elemento comunicativo carrega uma função diferente. 
Passe a perceber, em uma conversa informal com amigos ou família, a identificação 
 
 
 
 
8 
de cada um desses elementos, assim, fica mais fácil de você compreender quais 
são os recursos utilizados para promover a comunicação. Agora, preste atenção: 
cada um dos itens apontados correspondem a uma função da linguagem diferente e 
você precisa conhecê-las. 
Pois bem, vinculada ao emissor temos a presença da função emotiva. Seus 
principais aspectos são o uso de 1ª pessoa, pontos de exclamações, interjeições, 
adjetivos, pronomes de 1ª pessoa e o caráter subjetivo. 
Na literatura, por exemplo, a função emotiva é predominante em poesias, pois 
o eu lírico visa trabalhar com seus sentimentos e abordar questões intimistas. Em 
contrapartida, o papel do receptor está associado à função conativa ou apelativa da 
linguagem, pois, o foco comunicativo é transmitir determinada mensagem a seu 
interlocutor. 
Seus principais aspectos são o uso de 2ª pessoa, presença de verbos no 
imperativo, uso de vocativo e pronomes de 2ª pessoa. Em geral, a função apelativa 
é muito utilizada em anúncios publicitários com o intuito de criar uma linguagem 
persuasiva ou sugestiva ao público-leitor a partir de uma circunstância. 
Para identificá-lo, existem alguns aspectos chaves: marcas de 
impessoalidade, uso da 3ª pessoa, foco na objetividade e, na maioria das vezes, uso 
da linguagem denotativa. 
Esse tipo de texto encontra-se em jornais e artigos. Já a função fática visa 
testar o canal que se dá a interação comunicativa, ou seja, o meio físico pelo qual o 
som se propaga. 
O grande segredo para identificá-lo é encontrar as interjeições de 
comprimento. Um exemplo clássico é quando testar o canal e saber se o interlocutor 
está ouvindo a transmissão do discurso. Por fim, temos a presença da função 
metalinguística vinculada ao código comunicativo. 
Ou seja, o texto faz uma referência a si próprio, à própria linguagem 
designada para esclarecer e refletir sobre o próprio código. Livros didáticos e 
dicionários são ótimos exemplos de Português metalinguagem, pois esses fazem 
referência à própria escrita. Não nos esqueçamos, ainda, da função poética. 
 
 
 
 
9 
Com foco na mensagem, tal função preocupa-se com a qualidade discursiva 
da mensagem e escolhe palavras específicas, como, o trabalho com recursos 
expressivos para enriquecer a sua forma. 
É importante lembrar que a função poética possui efeito conotativo e 
preocupa-se com a estética, portanto, contos e crônicas são bons exemplos para 
identificá-las. 
 
 
SEMÂNTICA DOS VERBOS 
Os verbos são uma das classes gramaticais mais cobradas nos vestibulares 
do Brasil. Além de sabermos que eles indicam ação, também pode indicar um 
estado, comportamento ou fenômeno da natureza. Vale relembrar que os verbos 
podem designar, ainda, distintos valores semânticos de acordo com a organização 
sintática e a contextualização do discurso. 
Pois bem, os verbos são divididos em três modos: indicativo, imperativo e 
subjuntivo e, cada um deles, exerce uma relação semântica, um comando diferente 
no discurso. 
O modo indicativo, por exemplo, visa transmitir a ideia de certeza. No entanto, 
é preciso lembrar, também que tal verbo pode trabalhar com a possibilidade. Vamos 
pensar em uma situação: você possui uma prova muito importante amanhã e sua 
mãe lhe pergunta se você estudou o suficiente para o exame. Você, então, 
responde: 
 Eu acho que estou preparado. 
Note que o verbo ACHAR acarreta o valor de dúvida, mas é utilizado no modo 
indicativo, realçando o valor temporal de presente. 
Veja, abaixo, uma tirinha e observe os tempos verbais no modo indicativo: 
O modo indicativo apresenta os seguintes tempos verbais: 
 Presente: expressa o momento atual. 
 
 
 
 
10 
Exemplo: Eu estudo para o ENEM. 
 Pretérito perfeito: expressa uma ação que se iniciou no passado e não teve uma 
duração estendida. Exemplo: Marisa estudou para a prova de Português. 
 Pretérito imperfeito: expressa um acontecimento ocorrido num momento anterior 
ao atual, mas que não foi finalizado imediatamente. Exemplo: Lisandra corria na 
praia aos finais de semana. 
 Pretérito mais que perfeito: apresenta um fato ocorrido antes de outro fato já 
concluído. Exemplo: O bombeiro chegou ao local onde o incêndio acontecera. 
 Futuro do presente: enuncia um fato que deve vir a ocorrer em um momento 
posterior. Exemplo: Eu serei aluno da USP. 
 Futuro do pretérito: indica um fato futuro em relação a um fato expresso por outro 
verbo. Exemplo: Se eu tivesse malhado todos os dias, estaria mais magra. Já o 
modo imperativo é aquele que expressa uma ordem, pedido ou súplica. Esse modo 
visa se comunicar diretamente com o interlocutor e é, também, umas das principais 
características da função conativa ou apelativa da linguagem. 
Outra característica importante é que ele não é conjugado na 1ª pessoa do 
singular e, ademais, o modo imperativo não é vinculado a marcas temporais. É 
válido lembrar que esse modo é dividido em duas classificações: o imperativo 
afirmativo e o imperativo negativo. Este último necessita de uma palavra negativa 
antecedendo o verbo, como, Não fume em ambientes Não sente. 
Temos, ainda, o modo subjuntivo. Você já o conhece? É aquele que 
apresenta o valor semântico de dúvida ou sugestão. Ademais, dependendo do 
contexto da oração, ele também pode apresentar valor de condição, de 
possibilidade. 
É importante salientar que o modo imperativo só ocorre em estruturas 
subordinadas, isso quer dizer que para entender o seu contexto, é crucial a 
interpretação da oração e do verbo principais. Os tempos verbais vinculados ao 
subjuntivo são: 
 
 
 
 
11 
 Presente: expressa um acontecimento que pode ter a possibilidade de ocorrer no 
tempo. Exemplo: 
É conveniente que estudes para o ENEM. 
 Pretérito Perfeito: Expressa um fato já finalizado no passado. 
Exemplo: Embora tenha saído cedo de casa, chegou atrasada. 
 Pretérito Imperfeito: Apresenta um acontecimento passado posterior a outro 
ocorrido. 
Exemplo: Se ele tivesse malhado, estaria mais magro. 
 Pretérito mais que perfeito: Expressa uma ação ocorrida antes de outro 
acontecimento ter sido finalizado. 
Exemplo: Embora tivesse chegado atrasado, conseguiu entrar no evento. 
 Futuro do Presente: Apresenta a possibilidade de um determinado fato ocorrer no 
futuro. 
Exemplo: Quando ele vier à loja, será bem-recebido. 
Viu como a semântica dos verbos pode ser fácil? 
 
 
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
Há diferentes formas de promovermos o discurso através da linguagem. Isso 
ocorre porque nossa linguagem é maleável e podemos adaptá-la a diferentes 
situações e circunstâncias, seja para nos aproximarmos de um interlocutor ou 
criarmos um discurso mais formal em uma reunião de trabalho, por exemplo. Essa 
flexibilização só é possível graças às variações linguísticas. 
Vamos revisá-las? A partir dessa perspectiva, precisamos pensar em como a 
nossa linguagem se adapta a diferentes situações. O tempo inteiro. Por exemplo, a 
linguagem que você usa no WhatsApp ou nas redes sociais não é a mesma que 
você utiliza para escrever uma redação dissertativa argumentativa modelo Enem. 
 
 
 
 
12 
Assim como o discurso comunicativo usado por você para se comunicar com 
seus amigos não é o mesmoutilizado para dialogar com seus pais. Neste sentido, a 
variabilidade linguística avalia as circunstâncias que fazem o emissor flexibilizar a 
sua fala, dependendo do destinatário de determinada mensagem. Nos últimos anos, 
o ENEM tem abordado bastante essa discussão e é, também, uma maneira de 
colocar a temática em discussão, uma vez que devemos combater a ideia de que 
existe uma linguagem utilizada, a comunicação será estabelecida entre o emissor e 
o receptor. 
Algumas variações mais: 
 Variação Social: Avalia marcas de oralidade e coloquialismo na fala em distintos 
contextos; observa o nível de escolaridade do indivíduo de acordo com a condição 
social, relaciona-se, também, à faixa etária e ao grupo profissional. 
 Variação Regional: Avalia a linguagem de acordo com marcas linguísticas 
espaciais, como diferentes formas de pronúncias, termos semânticos, expressões, 
gírias e traços fonético-fonológicos. 
  Variação Histórica: Avalia as variações ocorridas em diferentes períodos 
históricos, é válido lembrar que esse processo ocorre de forma gradual, ou seja, tais 
mudanças linguísticas não ocorrem de repente. 
É o caso, por exemplo, do vossa mercê > vossemecê > vosmecê > você. 
 Linguagem da Internet: Em geral, marcas de abreviação de palavras, variações na 
escrita de acordo com a influência oral, uso de emojis ou emoticons, caps lock para 
ressaltar uma ideia, etc. 
Observe, abaixo, a tirinha com traços de variações sociais e a linguagem da 
internet para compreender, na prática, como essas marcas linguísticas fazem-se 
presentes. 
Além disso, precisamos falar sobre um assunto muito importante: o 
preconceito linguístico. Tal fato acontece quando uma pessoa tenta reprimir, de 
alguma forma, a maneira como uma pessoa utiliza as demais variantes, deixando-a 
constrangida e, até, caçoando de sua condição. Sabemos que esse tipo de opressão 
vem de um passado histórico e elitista colonial, uma vez que nem todos tinham o 
 
 
 
 
13 
livre acesso à escolarização e os grupos menos favoráveis baseavam-se, apenas, 
na linguagem oralizada para se comunicar. 
Hoje, esse problema ainda persiste, mas é papel das escolas debater esses 
assuntos e ensinar as demais variantes, mostrando, ainda, que o ensino da língua 
portuguesa não deve ser impositivo, mas reflexivo sobre o seu uso. 
Não se esqueça: a ocasião em que o falante se encontra determina o seu 
modo de fala, podendo ser formal ou informal. Além disso, toda língua é sujeita a 
variações, é isso que contribui para enriquecer nosso sistema linguístico e criar ou 
associar novas palavras a diferentes contextos. 
Quando paramos para ler um texto, percebemos que ele apresenta alguns 
traços essenciais que o caracterizam, como o público-alvo leitor, o nível de 
linguagem, o valor conotativo ou denotativo, o caráter subjetivo ou objetivo, a 
estrutura, dentre outras questões. 
Cada texto apresenta uma particularidade que o distingue de alguma maneira 
dos demais e, é nesse sentido, que estudamos os variados gêneros textuais. 
Trabalhamos o tempo todo com os gêneros textuais e, muitas vezes, nem 
percebemos os seus principais aspectos. 
A tirinha, por exemplo, é um gênero em que temos a fusão do texto verbal e 
não verbal, como também, é dividida em cenas e, em geral, visa transmitir uma 
mensagem de teor humorístico. 
No entanto, é necessário explicarmos, em primeiro lugar, a diferença crucial 
entre tipo textual e o gênero textual. 
Seguindo a linha de pensamento de Luiz Antônio Marcuschi, importante 
linguista brasileiro, a tipologia textual abrange as características mais gerais de um 
texto e se dividem nas seguintes categorias: exposição, argumentação, narração, 
injunção e descrição. 
É preciso lembrar que a exposição possui cunho informativo e dissertativo, já 
a argumentação visa persuadir o interlocutor, a narração está vinculada a cinco 
elementos narrativos (narrador, personagem, enredo, tempo e espaço). 
 
 
 
 
14 
Além disso, o texto injuntivo tem o intuito de sugerir ou aconselhar, enquanto 
que, o texto descritivo utiliza bastante adjetivos e tem o caráter de detalhamento. Já 
os gêneros textuais apresentam características sócio comunicativas definidas por 
conteúdos, com particularidades na estética, no nível de linguagem, na intenção 
discursiva, no público-alvo, em todo o processo de construção textual. 
 Notícias: texto jornalístico de cunho informativo, impessoal e objetivo sobre ações 
ou acontecimentos. 
 Artigo de Opinião: texto jornalístico que esclarece o posicionamento do autor sobre 
determinado tema e problemática. 
  Resenha Crítica: espécie de resumo com comentário opinativo e crítico sobre 
determinado assunto. 
 Crônicas: narrativa sobre o cotidiano de uma determinada época, podendo ser 
argumentativa ou não. 
 Horóscopos: texto de caráter informativo e sugestivo sobre as avaliações 
astrológicas de cada signo. 
 Cartas: mensagem destinada a um determinado destinatário e apresentação do 
intuito comunicativo. 
Pode ser carta argumentativa, ao leitor, de reclamação, intimista ou aberta. 
 Sermões: texto de cunho religioso prega a oratória e o intuito moralizador. 
 Receitas Culinárias: textos informativos e injuntivos sobre o passo a passo de 
como fazer receitas. 
 Editorial: texto de cunho informativo que visa apresentar o ponto de vista de um 
jornal ou editora sobre um determinado tema ou problemática. 
 Entrevista Jornalística: reprodução escrita de um diálogo ou debate entre 
entrevistado e entrevistador sobre uma temática. 
 Charges: desenho humorístico, com possibilidade de apresentar ou não textos 
verbais, e tendo como tema uma visão crítica, humorística, reflexiva sobre um 
assunto. 
 
 
 
 
15 
 Tirinhas: pequeno conjunto de história em sequências, sempre na faixa horizontal, 
com o intuito humorístico, crítico ou reflexivo. 
 Outdoor: anúncio publicitário em forma de cartaz ou painel com intuito persuasivo. 
 Piadas: breve história cujo intuito é produzir o riso, a gargalhada ao interlocutor. 
 Bate-Papo por computador: texto escrito, em geral, com variações sociais, a fim de 
mostrar a adaptação da linguagem a diferentes meios. 
É claro que alguns gêneros, por vezes, podem causar confusão de 
entendimento, como muitas vezes ocorre com o editorial e o artigo de opinião, mas 
aos poucos, e com a leitura, você vai aprendendo a distingui-los. 
 
 
USO COESIVO DOS PRONOMES E CONJUNÇÕES 
Ao escrevermos ou lermos um texto, percebemos que existe uma série de 
elementos coesivos para conectar palavras, orações e deixar o texto mais coerente. 
Além de estabelecer uma ligação sintática feita pelos conectores, estes também 
podem indicar determinados valores semânticos. 
Você deve saber que a conjunção é uma palavra invariável que liga duas 
orações ou termos de mesma função sintática, quase sempre, atribuindo um papel 
semântico a eles. Neste sentido, elas dividem-se em dois blocos: conjunções 
coordenativas e as conjunções subordinativas. 
A primeira liga orações e termos de sentido independente, já a segunda, liga 
duas orações, mas uma oração é dependente da oração principal porque exerce a 
relação de subordinação. 
As conjunções coordenativas subdividem-se em: 
 Aditivas: apresentam valor de adição, soma. 
Exemplo: bem como, mas ainda. 
 Alternativas: expressam valor de alternância. 
 
 
 
 
16 
Exemplo: Ou..ou, ora...ora. 
 Adversativas: apresentam caráter contraditório, de adversidade. 
Exemplo: mas, porém, no entanto, em contrapartida. 
 Explicativas: valor semântico de justificativa. Exemplo: que, pois (antes do verbo), 
porque. 
 Conclusivas: expressam ideias de conclusão. 
Exemplo: portanto, logo, pois (depois do verbo), assim, por isso. 
As conjunções subordinativas subdividem-se em: Integrantes: não apresentam papel 
semântico, são as únicas que apenas estabelecem valor sintático. Exemplo: que,se. 
Adverbiais: indicam valor circunstancial: 
 Causais: introduzem uma oração que é causa do fato ocorrido na oração principal. 
Exemplo: porque, que, como (=porque, no início da frase), visto que, porquanto, uma 
vez que. 
 Concessivas: introduzem uma ideia oposta à da oração principal, mas isso impede 
a sua ocorrência. 
Exemplo: embora, ainda que, se bem que, mesmo que, conquanto, posto que. 
 Condicionais: expressam valor de condição. 
Exemplo: se, caso, desde que, a menos que, contanto. 
 Conformativas: apresentam caráter de conformidade. 
Exemplo: conforme, segundo, como (=conforme). 
 Comparativas: expressam a noção de comparação. Exemplo: como, tal como, 
assim como, que nem, tal qual. 
 Consecutivas: introduzem uma oração que expressa consequência da oração 
principal. Exemplo: de forma que, de modo que. 
 Finais: expressam a ideia de finalidade/objetivo. 
Exemplo: a fim de que, para que, para, no intuito de. 
 
 
 
 
17 
 Proporcionais: introduzem uma oração que expressa um fato relacionado 
proporcionalmente à ocorrência da principal. 
Exemplo: à medida que, ao passo que, à proporção que. 
 Temporais: apresentam a noção circunstancial de tempo. 
Exemplo: quando, enquanto, agora, logo que, depois que, antes que, sempre que, 
assim que, desde que. Por outro lado, os pronomes são palavras variáveis 
responsáveis por acompanhar, substituir ou fazer referência ao nome. 
Há diferentes classificações, mas hoje, somente dois nos interessam: 
Português Bruna Saad os pronomes demonstrativos e os pronomes relativos, pois 
esses estão diretamente vinculados a elementos coesivos. 
Os pronomes possuem a função de substituir um termo ou um nome, em 
geral, os substantivos. São utilizados ainda para tornar o texto mais dinâmico e 
evitar a repetição de palavras. 
Os pronomes demonstrativos têm a função de retomar a uma palavra ou 
expressão dita anteriormente. Além disso, ele explicitam a posição de determinada 
palavra em relação ao tempo, espaço ou contexto discursivo. 
São eles: 
 Pronome demonstrativo de 1ª pessoa: esta(s), este(s), isto se refere a algo que 
está perto da pessoa que fala. 
 Pronome demonstrativo de 2ª pessoa: essa(s), esse(s), isso se refere a algo que 
está perto da pessoa com quem se fala. 
 Pronome demonstrativo de 3ª pessoa: aquela(s), aquele(s), aquilo se refere a algo 
que está distante de quem fala e de quem ouve. 
Os pronomes relativos também possuem o caráter substitutivo, retomando a 
um termo anterior e estabelece uma relação entre as duas orações (a principal e a 
subordinada). É importante relembrar, também, que todo pronome relativo introduz 
uma oração subordinada adjetiva. São eles: 
 Pronome Relativo Invariável: que, quem, onde. 
 
 
 
 
18 
 Pronome Relativo Variável: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo(s), cuja(s), 
quanto(s), quanta(s 
No entanto, muitos artistas sentiam-se presos a moldes tradicionais e há, 
então, a necessidade de criar uma arte que contemplasse a liberdade de expressão 
e a criatividade dos artistas, numa tentativa de combater a arte mimética. 
Surgem, assim, as vanguardas europeias. Bem, o termo vanguarda vem de 
uma expressão militar, que indica quem vem à frente, quem toma a posição inicial. 
Tal noção faz com que compreendamos melhor o que eram as vanguardas 
europeias, que são correntes artísticas criadas ao final do século XIX e início do 
século XX, com o intuito de promover uma nova perspectiva artística e combater 
com a arte mimética, que era muito valorizada nos movimentos tradicionais. 
É importante dizer que essas correntes não aconteceram no Brasil, mas 
impulsionaram os autores, músicos e artistas da terra tupiniquim a reformularem a 
visão que esses tinham sobre a arte e, ainda, divulgarem suas novas ideias e 
percepções a partir da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em São Paulo, em 
1922. 
Vejamos, então, as principais vanguardas cobradas nos vestibulares: 
a) Cubismo: corrente voltada à valorização de imagens simbolizadas a partir de 
formas geométricas, imagens fragmentadas, de modo a fomentar uma visão mais 
perspectivada. O maior representante do Cubismo, sem dúvidas, é Pablo Picasso. 
(Guernica, de Pablo Picasso. ) 
b) Dadaísmo: corrente mais radical, mostra-se totalmente contrária a todas as 
influências artísticas da tradição. Utiliza imagens de forma que incitem ao deboche, 
ao humor, a Literatura Maria Carolina instabilidade do interlocutor. O dadaísmo 
surgiu a partir do medo e insegurança provocados pela Primeira Guerra Mundial. 
(Meme da internet com influência dadá) 
c) Expressionismo: corrente voltada à expressão do mundo interior do artista. 
Presença de imagens que deformam a realidade e valorização do caráter subjetivo. 
Destaque para autores como Van Gogh, Paul Klee e Edvard Munch. (Auto retrato, 
de Vincent Van Gogh) 
 
 
 
 
19 
d) Impressionismo: corrente voltada à valorização de imagens sugestivas, saí a ideia 
de captar a luminosidade do momento e as sombras. Paul Cézanne e Claude Monet 
são os maiores representantes. Literatura Maria Carolina (Nascer do sol, de Claude 
Monet) 
f) Futurismo: corrente influenciada pelas ações progressivas e futuristas da época, 
valorização da cor cinza e dos automóveis e aviões. Os principais artistas são 
Fillippo Tommaso Marinetti, Umberto Boccioni e Giacomo Balla. (Velocidade do 
automóvel, de Giacomo Balla) 
g) Surrealismo: corrente com influência onírica, arte que mistura a realidade com o 
irreal, o fictício. O principal autor é Salvador Dalí. Literatura Maria Carolina (A 
tentação de Santo Antonio, de Salvador Dalí) Perceba que todas essas correntes se 
diferem entre si, o que mostra a importância da consolidação de liberdade de 
expressão de cada artista. 
As vanguardas influenciaram, ainda, o Movimento Modernista, mas essa 
explicação é para outro dia! Bons estudos! 
 
 
TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS (POESIA) 
As tendências contemporâneas caracterizam-se pelas manifestações 
literárias a partir de meados do século XX até os dias atuais. Há uma vasta gama de 
artistas e autores que exploram diferentes formas de expressão e lirismo. 
A autora Adélia Prado é um dos grandes nomes da poesia contemporânea. 
Um dos grandes focos em sua temática é dar destaque para a voz feminina de 
forma leve e libertadora. Além disso, a autora escrevia poesias em que depositava 
sua fé cristã e há, também, poesias em que depositava uma maior sensualidade em 
relação à mulher. 
Eu quero amor feinho. Amor feinho não olha um pro outro. 
Uma vez encontrado é igual fé, não teologa mais. 
Duro de forte o amor feinho é magro, doido por sexo e filhos tem os quantos haja. 
 
 
 
 
20 
Tudo que não fala, faz. 
Planta beijo de três cores ao redor da casa e saudade roxa e branca, da comum e 
da dobrada. 
Amor feinho é bom porque não fica velho. 
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é: Literatura Maria Carolina eu 
sou homem você é mulher. 
Amor feinho não tem ilusão, o que ele tem é esperança: eu quero um amor feinho. 
(Do livro Bagagem. Rio de Janeiro: Record, 2011. p. 97) 
A poesia marginal surgiu em um período de repressão nos anos 70: a 
ditadura militar. Essa manifestação representa a voz das minorias, dos grupos de 
artistas que nunca foram elevados poesia é dada por textos pequenos e preza pelo 
apelo visual, como quadrinhos e fotos associados ao texto verbal. 
Além disso, há a presença de uma linguagem coloquial e de uma temática 
cotidiana, que visa apresentar um caráter crítico, humorístico ou até erótico. Os 
grandes representantes são Chacal, Cacaso, Paulo Leminki e Torquato Neto. 
Minha terra tem palmeiras onde canta o tico-tico. 
Enquanto isso o sabiá vive comendo o meu fubá. 
Ficou moderno o Brasil ficou moderno o milagre: a água já não vira vinho, vira direto 
vinagre. 
Minha terra tem Palmares memória cala-te já. 
Peço licença poética Belém capitalPará. 
Bem, meus prezados senhores dado o avançado da hora errata e efeitos do vinho o 
poeta sai de fininho. 
(será mesmo com dois esses que se escreve paçarinho?) (Manoel de Barros) 
O autor Manoel de Barros também é um dos nomes mais aclamados da 
poesia contemporânea. 
Com uma preocupação enorme com a estética do texto, subverteu a sintaxe e 
escrevia orações na ordem inversa, valorizava neologismos e sinestesias. Sua 
 
 
 
 
21 
poesia carrega um caráter onírico e imaginativo, mas também relembra aspectos 
regionais de sua terra natal, Cuiabá. o autor. 
Ando muito completo de vazios. Meu órgão de morrer me predomina. Estou 
sem eternidades. Não posso mais saber quando amanheço ontem. Está rengo de 
mim o amanhecer. 
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha. Literatura Maria Carolina Atrás do 
ocaso fervem os insetos. Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu destino. Essas 
coisas me mudam para cisco. A minha independência tem algemas. 
 
 
PÓS-MODERNISMO (PROSA) 
O Pós-Modernismo ou também conhecido como 3ª fase do Modernismo, no 
século XX, trata-se de um movimento que, devido a liberdade de expressão já 
consolidada, os autores deste corrente. 
Cada autor adota um estilo diferente na escrita, sempre prezando pela 
originalidade. Há dois grandes nomes - na prosa - que se destacam e até hoje são 
considerados alguns dos grandes representantes da literatura brasileira: Clarice 
Lispector e Guimarães Rosa. 
Provavelmente você já ouviu falar sobre Clarice Lispector. Uma das grandes 
autoras do Brasil. Conhecida por desenvolver uma narrativa mais intimista e 
expressiva, dedica-se a um trabalho seletivo com a linguagem, que pode ser 
observado no uso de pontuações, por exemplo. 
A autora tenta seguir uma lógica particular e promove a inovação na prosa ao 
colocar narrador e personagens em novos papéis, fazendo com que o leitor, por 
vezes, identifique-se com o personagem. Além disso, percebemos em sua narrativa 
o uso de metáforas com animais e a transgressão do feio como belo, retratando a 
estranheza como protagonista. 
 
 
 
 
22 
Outra questão notável é a sensação de epifania ao ler as suas obras e o 
predomínio de algumas temáticas, tais como a mulher, os relacionamentos 
(familiares ou amorosos) e o retirante. 
(Guimarães Rosa) 
Já o autor Guimarães Rosa é conhecido por desenvolver uma prosa poética, 
ou seja, uma narrativa que apresente marcas de musicalidade, ritmo. Seus 
personagens, geralmente, apresentam um lado místico, acreditam em destino, vida 
após a morte ou se apegam à religiosidade. 
Também há uma preocupação com a linguagem muito grande, uma vez que o 
autor ficou muito famoso por criar neologismos em sua narrativa e apresenta, ainda, 
uma dupla personalidade entre os personagens, usufruindo do monólogo em sua 
prosa. Marcas regionalistas e as relações entre o patrão e o empregado fazem parte 
de sua temática, além do sentido metafórico de travessia, que alude ao percurso e 
as dificuldades enfrentadas pelos personagens. 
Leia um trecho abaixo e identifique algumas características da prosa poética 
de Guimarães: 
Supremada, muito mais do de dentro, e é só, do que um se pensa: ah, alma 
absoluta! Decisão de vender alma é afoitez vadia, fantasiado de momento, não tem 
a obediência legal." (João Guimarães Rosa, em "Grande Sertão: Veredas". Rio de 
Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994) 
 
 
MODERNISMO 1ª FASE 
A 1ª fase Modernista, também conhecida como fase heroica, é considerada 
de suma importância para a literatura e as outras manifestações de arte, 
principalmente, porque foi impulsionada após a Semana de Arte Moderna, em 1922. 
A importância do Modernismo para a construção da identidade brasileira é 
ímpar. Isso se justifica porque, comparando aos movimentos literários anteriores, do 
 
 
 
 
23 
século XIX, nota-se que a forma, a linguagem e a temática ainda estavam muito 
vinculadas aos modelos europeus. 
Após a influência das vanguardas europeias, que romperam padrões 
artísticos e desconstruíram a imagem prototípica do belo, dá-se início à valorização 
da liberdade de expressão. Influenciados pela criação artística, autores literários 
brasileiros sentem a necessidade de desenvolver uma poesia mais criativa e voltada 
para a realidade nacional. 
Neste sentido, a primeira fase do Modernismo, na poesia, tem o intuito de 
ajudar a construir de - forma crítica - a identidade nacional. As principais 
características são: 
 Adoção de versos livres e brancos; 
 Desvio das formas clássicas, como os sonetos; 
 Valorização da linguagem coloquial; 
 Nacionalismo crítico; 
 Pluralidade cultural, fruto da miscigenação; 
 Valorização do cotidiano; 
 Dessacralização da arte; 
 Liberdade artística; 
Na poesia, os principais autores são Oswald de Andrade (criador do 
Manifesto Pau Brasil e do Manifesto Antropofágico) e Manuel Bandeira. Já na prosa, 
destacam-se Mário de Andrade e Antônio de Alcântara Machado. 
Você conhece o Pré-Modernismo? 
Diferente das correntes literárias que estamos acostumados a estudar, o pré-
modernismo não se trata de um movimento, mas sim de um período de transição 
entre as características literárias tradicionais do século XIX e as inovações que 
começam a surgir no século XX. Vamos revisar? =) (Imagem da Guerra de 
Canudos) 
 
 
 
 
24 
Antes da chegada do Movimento Modernista que pregava a liberdade de 
expressão, vários autores já transitavam, aos poucos, para a inovação temática, 
formal e linguística. 
No entanto, as influências do século XIX ainda estavam muito presentes, 
como a valorização da linguagem culta. A esse período de transição, chamamos de 
pré-modernismo, momento em que começamos a perceber uma preocupação dos 
autores em valorizar elementos que constituem a identidade nacional. Neste sentido, 
o contexto histórico também contribuiu para um maior engajamento social na 
literatura, uma vez que esse período de transição começou em 1900 e terminou em 
1922, ano da Semana de Arte Moderna. 
Entre os acontecimentos históricos que motivaram uma maior preocupação 
social no âmbito literário, podemos destacar: A Revolta de Canudos (1896-97), A 
Revolta da Vacina (1904), a Greve dos Operários (1917) e o período da República 
Café Com Leite (1894- 1930). Conheça as principais características do pré-
modernismo: 
 Preocupação e denúncia social 
 Uso de dialetos regionais nas prosas 
 Linguagem coloquial Literatura Maria Carolina 
 Foco na classe marginalizada 
 Foco na região Nordeste 
 Sincretismo literário 
Além disso, não podemos esquecer-nos dos autores que mais se destacaram 
neste momento: João do Rio, Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, 
Augusto dos Anjos e Monteiro Lobato. 
 
 
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
 
 
 
 
25 
Já falamos um pouco sobre as funções da linguagem e sua relação com os 
elementos dos atos comunicativos. Agora vamos tentar entender cada uma delas. 
Para entendermos as funções da linguagem, entretanto, é preciso compreendermos 
bem a diferença entre dois níveis da linguagem: o denotativo e o conotativo. 
A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido 
usual ou literal, isto é, aquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, 
explícito, constante. 
Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável. 
Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em “estado de 
dicionário”, como Drummond afirma no poema que lemos no início desta aula. 
Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros 
sentidos, virtuais, conotativos, que podem ser apenas sugestivos, evocando ideias 
de ordem abstrata, subjetiva. Conotação é a significação subjetiva da palavra; ocorre 
quando a palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca. 
 
Exemplo 1 
Bolo de arroz 
Ingredientes 
3 xícaras de arroz 
1 colher(sopa) de manteiga 
1 gema 1 frango 
1 cebola picada 1colher (sopa) de molho inglês 
1colher (sopa) de farinha de trigo 
1 xícara de creme de leite salsa picadinha 
Prepare o arroz branco, bem solto. Ao mesmo tempo, faça o frango ao molho, bem 
temperado e saboroso. Quando pronto, retire os pedaços, desosse e desfie. 
Reserve. Quando o arroz estiver pronto, junte a gema, a manteiga, coloque numa 
forma de buraco e leve ao forno. No caldo que sobrou do frango, junte a cebola, o 
 
 
 
 
26 
molho inglês, a farinha de trigo e leve ao fogo para engrossar. Retire do fogo e junte 
o creme de leite. Vire o arroz, já assado, num prato. Coloque o frango no meio e 
despeje por cima o molho. Sirva quente. 
Na receita exposta no exemplo 1 as palavras têm uma função bem clara, não 
é mesmo? 
O texto apresenta um sentido objetivo, explícito, constante; foram usadas 
denotativamente. 
Lembrando uma de nossas aulas anteriores, esse texto foi construído 
fundamentalmente através de uma sequência injuntiva, com a clara intenção de nos 
dar instruções acerca da elaboração de um prato que podemos saborear. 
(Nikolaus von Behr). 
Poeta. Nasceu em Cuiabá, em 1958. Mora em Brasília desde 1974. Em 1977, 
lançou seu primeiro livro Iogurte com farinha, em mimeógrafo. Em agosto de 1978, 
após ter escrito Grande circular, Caroço de goiaba e Chá com porrada, foi preso e 
processado pelo DOPS, sendo julgado e absolvido no ano seguinte. Até 1980, 
publicou 10 livros mimeografados. 
A partir deste ano, passou a trabalhar como redator em agências de publicidade. 
Publicou, entre outros, Viver deveria bastar (2001); Porque construí Brasília (2003); 
Menino diamantino (2003); Umbigo (2006). 
 
Exemplo 2 
Receita 
Ingredientes 
Dois conflitos de gerações quatro esperanças perdidas três litros de sangue fervido 
cinco sonhos eróticos duas canções dos Beatles. 
Modo de Preparar 
Dissolva os sonhos eróticos nos três litros de sangue fervido e deixe gelar seu 
coração leve a mistura ao fogo adicionando dois conflitos de gerações às 
 
 
 
 
27 
esperanças perdidas corte tudo em pedacinhos e repita com as canções dos Beatles 
o mesmo processo usado com os sonhos eróticos mas desta vez deixe ferver um 
pouco mais e mexa até dissolver parte do sangue pode ser substituído por suco de 
groselha mas os resultados não serão os mesmos sirva o poema simples ou com 
ilusões (Nicholas Behr) 
A segunda receita, apresentada no exemplo 2, já não parece tão fácil de ser 
feita como a anterior, não é? As palavras, nesse texto, apresentam múltiplos 
sentidos, foram usadas conotativamente. 
Observa-se que os verbos que ocorrem tanto em uma quanto em outra – 
dissolver, cortar, juntar, servir, retirar, reservar – são aqueles que costumam ocorrer 
nas receitas; entretanto, o que faz a diferença são as palavras com as quais os 
verbos combinam, combinações esperadas no texto do exemplo 1, combinações 
inusitadas no texto do exemplo 
O texto do exemplo 2, evidentemente, não é realizável pragmaticamente, ele 
nos leva, na verdade, a refletir acerca dos conflitos, dos obstáculos e também dos 
prazeres e das emoções que constituem nossa existência, funcionando como uma 
espécie de reflexão acerca da vida. 
Esse texto consegue alcançar o objetivo de suscitar novos significados, 
porque trabalha a linguagem de forma a sugerir novos sentidos para palavras e 
expressões. Por isso, ele pode ser considerado um texto cuja função predominante 
é a função poética. 
A linguagem é o mais importante meio de comunicação social, já que ela está 
presente em todas as atividades sociais do homem. Lévi-Strauss, ao unir a 
linguística à antropologia social e à economia, lança os fundamentos de uma teoria 
geral da comunicação, refletindo a complexidade de âmbito da linguagem. 
A linguagem, segundo o filósofo Bühler, tem três funções essenciais: 
representação, manifestação psíquica e apelo. Como representação, ela é um 
conjunto de signos (significados e significantes) representativos do mundo cósmico, 
físico ou moral, procurando objetivar-se como lógica e racional. 
 
 
 
 
28 
É a sua função principal, já que pretende simbolizar, por meio de signos 
linguísticos, os fenômenos que nos afetam. É a concretização dos fatos, ordenando-
os dentro de um sistema. 
Nesta estrutura linguística está o mais importante veículo de comunicação 
social. Mas a linguagem não é só representativa do mundo exterior ou intelectivo do 
homem, também é ela a manifestação psíquica de seu mundo interior e subjetivo. 
Ela denuncia os estados d'alma, as angústias íntimas, o homem enquanto homem. 
Ao lado do caráter subjetivo da linguagem, surge outra função já de 
características mais sociais - o apelo, momento em que o indivíduo quer agir sobre o 
seu semelhante, participando ativamente da vida social. Dificilmente estas três 
funções aparecem isoladas. 
A função representativa está presente em todas elas, já que é pela 
organização e sistematização dos símbolos que o homem se comunica, quer por 
expressões objetivas, subjetivas ou sociais. Mas, ora uma ora outra é predominante, 
o que irá caracterizar a sua linguagem naquele espaço de tempo. 
Fundamentado nesta classificação de Bühler, Bruno 'SnelI aproxima estas 
funções aos gêneros literários. Para este autor, a função representativa é 
predominante no gênero épico, a expressiva, no lírico e a apelativa, (de ação) no 
drama. 
Com o desenvolvimento da tecnologia e o aparecimento de uma teoria da 
comunicação, o moderno linguista estruturalista Roman Jakobson ampliou as três 
funções de BÜhler, adaptando-as ao processo comunicativo. Segundo a ênfase que 
se quer atribuir a um dos elementos do processo, temos: ao contexto, função 
referencial (representativa); ao remetente, função emotiva (manifestação psíquica); 
ao destinatário, função conativa (apelo); ao contato, função fática; ao código, função 
metalinguística, e à mensagem, função poética. 
Como vemos na classificação de Jakobson, estão presentes todos os 
elementos de um processo de comunicação: um remetente, um destinatário, e, entre 
eles, um contato, ou seja, um canal físico (em particular, para nós, a linguagem), um 
contexto - o significado abstraído da mensagem, um código, a língua usada, e uma 
mensagem - a fala, ou seja, a língua executada, objetivada num contexto. Em 
 
 
 
 
29 
qualquer uma das funções apresentadas, sem dúvida, a função representativa da 
linguagem é a mais importante, uma vez que ela é a própria linguagem, mediante 
seus símbolos representativos e interpretativos da realidade. É ela, pelo seu caráter 
de estruturadora do pensamento e da própria língua, a base de toda e qualquer 
função. Por outro lado, falar significa agir sobre o seu semelhante, incentivando-o 
para ouvi-lo, tentando modificar-lhe o comportamento, envolvendo-o num elo de 
simpatia, mas, ao mesmo tempo, não é só ele importante, também aquele que fala 
deixa-se levar por suas emoções pessoais, revelando seu íntimo. 
Assim as três funções, denunciadas por Bühler, raramente podem apresentar-
se isoladas, já que o homem é ao mesmo tempo indivíduo e participante de uma 
sociedade e, entre ele e a sociedade, a linguagem estabelece o elo de comunicação. 
A linguagem é o mais importante meio de comunicação social, como já 
ressaltou Lévi-Strauss e, na escola, pela sua finalidade didática, deverá revelar-se 
como um processo contínuo e ininterrupto de educação. Quer por sua especificação, 
consoante a matéria que se ensina, quer por seu alto valor de comunicação social, 
ela deverá sempre revestir-se de propriedades e cuidados que se transformarão em 
objetivos educativos mediatos para a vida do educando. 
A linguagem, como vimos, tem basicamente a função representativa, não a 
isentando, na complexidade que lhe é inerente, de outras funções como de 
manifestação psíquica e de apelo. 
De acordo com a prioridade dada a uma das funções, ela iráclassificar-se 
como representativa, emotiva ou conativa. A estas três funções essenciais 
levantadas por Bühler, Jakobson, fundamentado na teoria da comunicação, 
acrescentou mais três; a fática, a metaling1lística e a poética, como já ressaltamos 
anteriormente, de acordo com a ênfase dada a um dos elementos do processo 
comunicativo. 
Na escola, a linguagem usada pelo professor sofrerá uma variedade, 
consoante a matéria que leciona. Não se deve perder de vista que, em qualquer que 
seja a matéria, a linguagem usada será predominantemente representativa, já que é 
a essência conferida pela semiologia, ou seja, o estudo dos signos, a transmissão 
de informações. 
 
 
 
 
30 
Assim, a linguagem do professor, consoante a teoria da comunicação, estará 
condicionada à matéria que ministra, subsidiariamente à função representativa. Pelo 
fato de ele ser um profissional da comunicação, usará de todas as funções inerentes 
ao processo comunicativo, por intermédio de sua linguagem oral, ao interpelar o 
aluno (função: apelo) ao fazê-lo participante dos seus processos· psíquicos (função: 
manifestação psíquica), ou ainda, quando para testar o código e sentir o grau de 
atenção de seus alunos (função: fática). 
O próprio código usado variará de acordo com a matéria ministrada. Um 
professor de matemática possui uma terminologia específica que se distingue da do 
professor de línguas, um professor de ciências sociais se diferencia de um de 
ciências físicas através da sua linguagem. 
Assim também o professor usa de línguas especiais, consoante a matéria que 
leciona. . Por outro lado, a linguagem usada por um professor para uma turma de 
1.a série ginasial difere, na sua complexidade, da usada numa turma de 2.° ciclo. 
Ajustamos o registro às condições de maturidade e socioculturais do 
educando. Vimos, portanto, que as características da linguagem estão relacionadas 
diretamente com o processo de comunicação, no mais amplo e complexo emprego, 
e a ele a linguagem se conforma, segundo a ênfase que se quer dar a um dos 
elementos da comunicação, no momento em que se fala. Em qualquer situação, a 
linguagem tem de revestir-se de correção, propriedade, boa elocução, sobriedade, 
precisão, clareza e simplicidade, já que são características de uma boa linguagem, 
ideal de toda e qualquer exposição linguística. 
Especificar a linguagem mediante adjetivação - ou didática ou publicitária ou 
radiofônica, entre outras - não irá conferir, quanto à língua, características tão 
peculiares que as diferenciem entre si; quando muito, apenas refletirá um estilo 
diferente. Dentro do processo da comunicação, todas estas "linguagens" são 
predominantemente informativas, ou melhor, têm a função representativa, já que 
todas têm como objetivo comum informar. 
Assim falar de uma linguagem didática para a usada pelo professor, na sala 
de aula, ao expor sua disciplina, não a torna específica ou particular dentro do 
processo comunicativo. 
 
 
 
 
31 
A conotação dada ao termo reflete apenas uma adjetivação relativa ao 
momento em que é usada, ou aos seus objetivos, mas não a características 
próprias. Tipicamente didática ela jamais será, porque as características apontadas 
são comuns a toda e qualquer linguagem, bem empregada oralmente ou escrita. 
Concluindo, o termo linguagem didática só se justifica com o sinônimo de língua 
didática; aí sim ela será um tipo especial como a jurídica, médica, militar, entre 
outras. 
Suas características estarão diretamente relacionadas com o emprego de 
termos próprios referentes a sua problemática. Assim como há uma linguagem 
jurídica e uma literatura jurídica, uma linguagem médica e uma literatura médica, 
uma linguagem militar e uma literatura militar, poderíamos falar de uma linguagem . 
Didática e de uma literatura didática. 
Caracterizam-se estas linguagens e literaturas pelo caráter especifico do 
assunto de que tratam, numa língua especial, em que termos usados têm 
significados específicos, muitas vezes divergentes do seu uso cotidiano. Linguagem 
didática é o conjunto de termos· usados, com conotações específicas, na Didática, 
para a transmissão dos seus princípios. 
É a linguagem usada pela Didática para a sua problemática, entre didatas, 
para discutir seus fundamentos. Assim os demais tipos no processo de 
comunicação, a' própria comunicação entre profissionais do ensino, pela linguagem, 
irá revestir-se do caráter predominantemente representativo, como deverá ser, mas 
que não impedirá de matizar-se de funções emotivas e conativas. 
 
 
LÍNGUA OU LINGUAGEM? 
Muitas pessoas fazem uma natural confusão entre língua e linguagem. Para 
evitar esta confusão é útil conhecer o significado de ambas conforme a sua definição 
léxica. Assim buscaremos, segundo o dicionário Houaiss (2009, p. 464): 
a) Língua é: *conjunto das palavras e das regras que as combinam, usadas por uma 
comunidade linguística como principal meio de comunicação e de expressão, falado 
 
 
 
 
32 
ou escrito; *o idioma nacional. Sendo assim, a língua não é a linguagem. Aqui no 
Brasil, a nossa língua é aquela matéria cheia de regras e normas fixas que 
estudamos na matéria de Gramática, em alguns lugares registrada como 
“Português”, e em outros como “Comunicação e expressão”. 
b) Linguagem é: * “o conjunto das palavras e dos métodos de combiná-las usado e 
compreendido por uma comunidade.” 
* “capacidade de expressão, esp. Verbal.”. 
*meio sistemático de expressão de idéias ou sentimentos com o uso de marcas, 
sinais ou gestos convencionados. 
*qualquer sistema de símbolos e sinais; código. 
*linguajar. A linguagem é um fenômeno humano e, por conseguinte, está 
intrinsecamente relacionada com práticas sociais. 
Consequentemente, quando perguntamos pelo significado, é fundamental 
considerarmos o que as pessoas estão fazendo quando usam a linguagem. 
A forma de linguagem é determinada pelo emissor que por sua vez transmite ao 
receptor sua mensagem. 
 
 
ORIGEM DA LINGUAGEM 
Como surgiu, qual sua verdadeira origem? Segundo Eugen Rosenstock – 
Huessey em seu livro “A origem da linguagem”, surgiu através da imitação, dos 
gestos. Isso quer dizer que ela possui aquela limitação que é central a qualquer 
dessas questões: é preciso saber o que queremos dizer por “origem” o que 
queremos dizer por “origem” da linguagem. (ROSENSTOCK-HUESSEY, 2002, p. 
37). 
Quando se fala em origem da linguagem temos um duplo sentido: a 
linguagem como capacidade do homem se comunicar, porque se trata de uma 
 
 
 
 
33 
propriedade essencial à sua espécie e a outra através das manifestações realizadas 
por sinais, sejam eles gestuais, fisionômicos ou construídos. 
São exemplos as fogueiras significantes, o telégrafo de Morse, os atuais 
semáforos para governar o trânsito nas cidades maiores, a dupla comunicação dos 
surdos-mudos, através de gestos que significam letras ou dos gestos simbólicos por 
eles criados e que permitem uma conversa quase tão rápida quanto a nossa. 
Ribot, na “Evolution des idées générale” diz: “Aperfeiçoar-se pelo esforço de 
todos a linguagem assim inventada e graças à tradição, que transmite os resultados 
bem sucedidos; mas ao mesmo tempo, ela se modifica, como tudo que vive; e 
quando as raças e grupos sociais da humanidade se dividiram e diversificaram, 
também ela se cindiu em línguas diferentes. Aqui se verifica que a linguagem se 
comporta como um fato social. (RIBOT, p. 81 apud MELO, 2009). Com o passar do 
tempo a linguagem evolui. No tempo dos primatas a forma de comunicação não era 
como nos dias atuais. E assim será ela estará sempre em constante evolução. 
Através da Linguagem que conseguimos expressar sentimentos, emoções e 
pensamentos, ela é apenas um instrumento de comunicação entre aqueles que 
fazem seu uso. 
A partir do momento em que compreendemos sua utilidade a inseríamos 
dentro de contextos o que nos dará formas de nos expressar.Por exemplo, não 
utilizarei a mesma linguagem para me comunicar com todos os seres, depende do 
meu receptor a maneira adequada de comunicação. Para essa distinção irei fazer 
uso da Linguagem formal e informal. 
 É fácil distinguir entre os ruídos dos animais, a linguagem formal e a 
linguagem informal. [...]. A informalidade é uma rebelião contra a formalidade. Nunca 
pode o “informal” ser chamado de “pré-formal”; isto confundiria tudo. 
(ROSENSTOCK-HUESSEY, 2002, p. 39) 
Para cada momento existe uma maneira correta de usar a linguagem, para 
falar com uma criança, um amigo ou familiar falarei informalmente, meu discurso não 
será o mesmo utilizado para falar com o prefeito de minha cidade, ou qualquer outra 
autoridade neste irei fazer uso do discurso formal utilizando melhor minhas palavras. 
 
 
 
 
 
34 
 
ORIGEM DA LÍNGUA 
A língua teve sua origem através da linguagem, língua é um tipo de 
linguagem, uma modalidade expressa através de palavras, utilizada por um grupo de 
indivíduos que formam uma comunidade. 
Cada grupo possui sua língua, ou seja, seu mecanismo de comunicação o 
português, o alemão, entre outras línguas. É através desta língua com seus 
diferentes signos linguísticos que cada comunidade se comunica. 
Ribot, na “Evolution des idées générale” diz: “Apesar de todas as 
diversidades, todas as línguas humanas têm um fundo comum, constituído por certo 
número de raízes semelhantes. Mas, sobretudo o que por toda parte é idêntico é o 
próprio pensamento, são as operações intelectuais significadas e sintetizadas em 
sistemas de verdades científicas: em todos os lugares e sempre, sem grande 
dificuldade, os homens de todas as raças chegam a compreender-se e a comunicar, 
uns aos outros, seu patrimônio intelectual, estabelecendo uma equivalência entre 
suas línguas. 
A única hipótese explicativa deste fato é a unidade específica da humanidade, 
estando ligada a diversidade das línguas às diferenças individuais, socializadas 
pelas raças e as nações.” (RIBOT, p. 81 apud MELO, 2009). 
Cada língua possui suas particularidades, e seus signos linguísticos 
determinados por favores históricos, porém desde a mais complexa até a mais 
simples tem o mesmo objetivo: simplesmente comunicar, o fato de que mesmo 
diferentes elas fazem parte de um conjunto idêntico. Mas não podemos esquecer 
que para cada língua existe um conjunto de fatores que as diversificam. 
 
 
ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA 
A origem da Língua Portuguesa está relacionada com os acontecimentos 
históricos que se ocorreram na Península Ibérica, não se sabe ao certo quais eram 
 
 
 
 
35 
os habitantes antes da chegada dos romanos, entre eles citam-se iberos, celtas, 
fenícios, gregos e cartagineses, como o tempo deu-se a origem de um novo povo os 
chamados celtiberos. Mas os fenícios, os gregos e os cartagineses se 
estabeleceram nas colônias, estes últimos pretendiam apoderar-se da Península os 
celtiberos pediram ajuda aos romanos. 
Com a ajuda de Roma os cartagineses dominaram a Península tanto no 
aspecto político-militar quanto no aspecto cultural, nomeadamente no que respeita à 
língua. 
A civilização latina foi-se estabelecendo através da abertura de escolas, 
construção de estradas e de templos, pela incrementação do comércio, além de 
outros serviços. Consequentemente, a sua língua, o Latim tornou-se indispensável e 
obrigatório. “Porém, o Latim dos soldados era o chamado ‘latim vulgar”, não era o 
mesmo dos escritores. 
Com isto o povo árabe, ao longo dos mais de sete séculos de ocupação 
peninsular uma forte influência no chamado galaico-português, expressão linguística 
comum à Galiza e Portugal. 
À medida que Portugal alargava os seus domínios para Sul, continuava 
absorvendo os falares que ali existiam e, consequentemente, estava diferenciando-
se do galego, até se constituírem como línguas independentes: o galego acabou por 
ser absorvido pela unidade castelhana, e o português, continuando a sua evolução, 
tornar-se-ia a língua de uma nação. 
 
 
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO 
Pode parecer estranho, mas a linguagem coloquial é apropriada a certos tipos 
de situação! Isso não quer dizer que esteja em acordo com as regras normativas, 
pois não está, mas sim a adequação do enunciado de acordo com o contexto. 
Por exemplo: Suponhamos que uma jovem ligue para a amiga, a fim de convidá-la 
para sair e diga: Olá Ana, bom dia! Como vai você? Quero convidá-la para passar 
 
 
 
 
36 
esta tarde comigo, a fim de que possamos nos divertir no shopping próximo a sua 
casa. Desfrutaríamos de bons momentos juntas se fôssemos. 
A fala acima, apesar de não contradizer o padrão culto da língua, não está 
ajustada à circunstância. Tudo é uma questão da consideração que se faz aos 
elementos usados no processo da comunicação, logo, emissor e destinatário devem 
ser analisados. 
 
Outro exemplo é falar com uma autoridade da maneira que se fala com um amigo! 
Imagine um aluno dirigindo-se à professora deste modo: E aí, véi! Cumé que é? 
Essa prova saí ou não saí? Ce sabe né fessora, tem que estudá, tá ligado?! A 
situação acima representa até mesmo uma questão de falta de respeito, pois a 
professora não fala assim e não há intimidade suficiente entre emissor (aluno) e 
receptor (educador) para esse tratamento. 
Em consideração à forma escrita, temos como exemplo um bilhete da irmã 
para a irmã: Fulana, peço-lhe que avise nossa mãe do seguinte: Não irei almoçar em 
casa hoje, pois tenho muitos afazeres, inclusive uma reunião. Por favor, não deixe 
de avisá-la, pois não quero causar trabalho desnecessário! Obrigada, Cicrana. 
Não seria muito mais apropriado se Cicrana escrevesse para Fulana algo do 
tipo: Mana, avisa a mamãe que não vou almoçar hoje, tenho reunião. Por favor, não 
esquece, senão ela vai acabar fazendo muita comida! Brigado viu, bjo! 
Então, tudo depende da circunstância em que se está inserido! Por isso, é 
importante levar em consideração o assunto tratado, o meio pelo qual a mensagem 
será transmitida, o contexto (tempo, espaço) e o nível social e cultural do interlocutor 
(destinatário). 
Sempre considere o padrão coloquial e culto da língua: o primeiro é usado 
para a comunicação mais informal, com mais liberdade, sem apego às normas 
gramaticais. Geralmente, é utilizado no trato com amigos e familiares. Já o segundo 
manifesta-se pelo emprego das estruturas formais da língua, usada em situações 
em que se exige a formalidade e regras gramaticais. 
 
 
 
 
 
 
37 
OS NÍVEIS DE LINGUAGEM 
Como a comunicação não é regida por normas imutáveis em decorrência de 
sua interação com a sociedade, ela pode transformar-se através do tempo. Para 
perceber isto, basta revisitar escritos antigos, ou mesmo nossas cartas e comparar 
com mensagens de internet enviadas atualmente por nossos filhos. Percebendo a 
dinamicidade da linguagem, entendida aqui como um processo social mediado pela 
troca de sentido simbólico (HOHFELDT, 2001), podemos reconhecer num primeiro 
momento dois tipos de língua: a falada e a escrita, conforme definimos a seguir: 
São características da Linguagem culta “obediência aos padrões linguísticos, 
uso de vocabulário variado, eliminação do vulgar, linguagem trabalhada e original”. 
Já a linguagem coloquial “foge às formalidades e aos requintes gramaticais”, 
enquanto que o nível vulgar “é espontânea, descontraída e sem preocupação com 
as formalidades da língua culta” (MEDEIROS 1998, P.40). 
É importante perceber que cada nível de linguagem, seja na forma falada, 
seja na escrita, possui um conjunto de códigos próprios, suficientes para que 
possam produzir sentido simbólico e com isso gerar entendimento entre emissor e 
receptor. 
Assim temos para a Língua-Padrão o respeito as normas gramaticais 
vigentes, o que não acontece na Língua Vulgar, porém em ambas, seus praticantes 
conseguem entender a mensagem, dada a produção simbólica de seus códigos. 
Outracaracterística relevante é a capacidade de mutação que ocorre dentro de cada 
nível de linguagem, pois se a Língua-Padrão modificou-se diversas vezes pelas 
reformas gramaticais, o mesmo ocorreu com as gírias que são consideradas Língua 
Grupal por utilizarem um vocabulário fechado e restrito, mas em constante mutação. 
Isso explica, portanto porque as gírias utilizadas pela juventude dos anos 
1970 passariam sem sentido para os jovens da atualidade. Mais um aspecto 
essencial para a compreensão do processo de comunicação e que está relacionado 
ao sentido da linguagem refere-se a denotação e a conotação. 
O sentido denotativo é predominante no nível da Língua Culta e da Língua 
Padrão, nas expressões falada e escrita respectivamente. É o sentido encontrado 
nos dicionários e que confere valor real aquilo que se deseja comunicar. 
 
 
 
 
38 
Já o sentido conotativo reveste-se de uma complexidade maior, pois trata das 
diversas acepções que uma palavra pode ter no processo de construção da 
linguagem. 
Em Língua Portuguesa, particularmente, este aspecto linguístico tem grande 
relevância, devida grande quantidade de sinônimos e vocábulos que podem adquirir 
sentido diferenciado de acordo com a região do falante. 
A principal forma de não incorrer em erros de interpretação e de não provocar 
ruídos no processo de comunicação é analisar bem o contexto, pressuposto básico 
para uma boa comunicação. 
Na comunicação empresarial, objeto central do nosso estudo, o contexto 
sempre determina a forma de abordagem e o tipo de linguagem a ser utilizado, com 
clara predominância da Língua-Padrão, Língua Culta e da Denotação. 
Os três 'c’ essenciais: clareza, concisão e correção Antes de começarmos a 
discorrer sobre esses três elementos essenciais na comunicação empresarial vale a 
pena ressaltar o objetivo principal da escolha destes três aspectos linguísticos entre 
tantos outros: a interação entre eles. Não se pretende aqui traçar um mosaico com 
dezenas de subitens necessários ao processo de comunicação na empresa. Estes 
aspectos formais já estão dados em mais de uma dezena de manuais de redação. 
Por isso o que pretendemos é demonstrar como três dentre tantos elementos podem 
contribuir para a melhoria do processo de comunicação na empresa. Isto 
demonstrado, passamos a discorrer sobre eles. 
Segundo (MEDEIROS 1998, p.156), clareza “consiste na expressão exata de 
um pensamento”. Já (LIMA 2005, p.3) traz a clareza como “a fiel observância às 
regras de gramática ditadas pela tradição clássica da língua”. 
Das definições apresentadas temos que um texto claro é aquele que 
utilizando as normas gramaticais vigentes no padrão-culto, consiga expressar de 
maneira exata aquilo que se pensou. Ou seja, é conseguir transpor uma ideia para a 
forma escrita de maneira que respeite as normas da língua e se mantenha fiel ao 
significado original, garantindo total entendimento no fluxo da comunicação. No 
entanto, alguns erros comuns podem afetar a clareza, assim temos os solecismos 
que constituem erros de concordância, regência e construção nas frases; as 
 
 
 
 
39 
cacografias que são relacionadas ao uso incorreto da ortografia, do hífen e da 
acentuação e ainda os cruzamentos que consistem na utilização trocada de termos 
que possui escrita ou pronúncia semelhante (LIMA, 2005). Muitas vezes, na 
empresa o estilo claro é equivocadamente percebido de forma pejorativa. Muitas 
instituições ainda cultivam a linguagem excessivamente técnica, cheios de jargões 
em textos sinuosos e rebuscados. 
 Esta prática está em total desacordo com o novo contexto empresarial da 
transparência das ações, da responsabilidade social e da participação cidadã. Sobre 
isso temos que: O excesso de linguagem técnica, antes de afirmar competência, 
revela superficialidade e desrespeito ao receptor. Portanto, estilo claro é o que evita 
a ambiguidade, a obscuridade, o pedantismo, a afetação, o esnobismo; o estilo claro 
significa uso de sintaxe correta e de vocabulário ao alcance do receptor (MEDEIROS 
1998, p.156). 
A utilização de linguagem obscura e imprecisa, além de esconder a 
superficialidade sobre o tema, pois tenta impressionar pela forma e não pelo 
conteúdo, pode também obstruir o fluxo e inibir a participação na empresa. Isto 
ocorre porque o funcionário ao se deparar com um modelo comunicacional 
excludente, pode implicitamente entender que sua participação deve estar limitada 
apenas aos momentos específicos demandados pelo superior, e não ao cotidiano da 
empresa. Sobre a participação no processo de comunicação temos que: Entre as 
principais características desse processo comunicacional estão: opção política de 
colocar os meios de comunicação a serviço dos interesses populares; transmissão 
de conteúdos a partir de novas fontes de informações [...] a participação ativa das 
pessoas como protagonistas do processo (PERUZZO 2004, p.50). 
Assim, a dimensão da clareza no processo comunicacional está relacionada 
não só ao aspecto linguístico, mas também a processos sociais de participação, 
incluindo coprodução e avaliação por parte do corpo social da empresa. Sobre a 
concisão, (MEDEIROS 1998, p.157) afirma que “consiste em dizer muito com 
poucas palavras”. Já (LIMA 2005, p.4) traz que concisão “é a fuga da prolixidade”. 
Tanto estes, como outros autores que definem o termo concisão como (CEGALLA 
2005) ou (FERNANDES 2008) o relacionam com a busca da objetividade na 
empresa. 
 
 
 
 
40 
A concisão é uma das ferramentas mais poderosas para que se obtenha a 
clareza, estão intimamente relacionadas, pois um texto prolixo, com excesso de 
adjetivações, pormenores irrelevantes e uso de artigos indefinidos, está longe de ser 
considerado conciso, tampouco se poderá dizer que obteve clareza. A brevidade 
daquilo que se quer transmitir é uma qualidade a ser cultivada na empresa, pois 
muitos programas desenvolvidos, quando passam por uma análise de eficácia, 
pecam pela falta de objetividade, apesar de apresentar em dada circunstância 
conteúdo relevante. 
A impessoalidade é uma característica primordial na comunicação 
empresarial, e longe de ser confundida com frieza de conteúdo, esta deve ser 
compreendida como foco total na mensagem a ser passada, e não em floreios 
secundários. Para se atingir um texto conciso é preciso grande capacidade 
linguística, diversidade de vocabulário e expressividade. Caso contrário, poderá 
incorrer no laconismo, o texto que conduz ao vago e simplório, carente de sentido e 
de conteúdo (MEDEIROS 1998). 
Escrever de forma concisa é conseguir atrair e manter a atenção do receptor 
sem cansá-lo com elucubrações é passar a mensagem de forma que se entender o 
final, sem que se esqueça daquilo que foi dito no começo. 
No que diz respeito à correção tanto (MEDEIROS 1998), quanto (LIMA 2005) 
e (CEGALLA 2005) convergem na definição de que “consiste no emprego adequado 
das normas gramaticais”. Não se pode afirmar que um texto que apresente correção 
na sua elaboração, possa ser instantaneamente classificado como detentor de 
clareza. No entanto, a observância da utilização correta das normais gramaticais é 
um dos componentes mais importantes na obtenção da clareza textual, pois evita a 
formação de códigos fechados e socializa a informação dentro do vocabulário 
comum aos falantes de um idioma. 
Os principais obstáculos à correção são a obscuridade que ocorre quando há 
acúmulo de elementos numa frase gerando sentido duvidoso; a ambiguidade erro 
gramatical que leva uma frase a ter duplo sentido e o barbarismo que consiste na 
escrita de palavras de forma errada, gerando uma palavra bárbara, ou seja, 
inexistente na língua portuguesa (MEDEIROS 1998, p.152). 
 
 
 
 
41 
Outro aspecto que tem contribuído decisivamente para observância de 
incorreção textual nas empresas é a má utilização dos pronomes oblíquos e dos 
tempos verbais. Diante disto ainda é comum depararcom pérolas do tipo estaremos 
enviando e você logo estará recebendo ao invés de enviaremos e você logo 
receberá; ou então já disse que ele sempre segue ele, no lugar de ele sempre o 
segue. Se os erros gramaticais geram ambiguidade e obscuridade, afetando o 
entendimento da mensagem, pode afirmar que apesar da correção não garantia 
incondicional de clareza textual, esta funciona como premissa, visto que sem 
correção o texto perde em entendimento, portanto não pode ser considerado claro. 
Ampliando agora a discussão para além do aspecto linguístico, a ausência de 
correção pode ter outros efeitos nocivos à empresa, tais como: perda de 
credibilidade junto aos seus clientes tanto internos quanto externos, pois levará a 
uma interpretação de falta de capricho na elaboração das mensagens institucionais; 
dependendo do ramo de atividade da empresa, uma incorreção gramatical pode 
levar a riscos de acidentes, perdas financeiras ou materiais, etc. 
A incorporação da clareza, concisão e correção no ambiente comunicacional 
da empresa é essencial para o êxito dos processos comunicativos partilhados, e isto 
deve fazer parte da cultura organizacional, não se restringindo a rígidos manuais de 
redação. É preciso entender o contexto dos apontamentos linguísticos dentro de um 
processo social e estratégico que envolve o endomarketing, o relacionamento com a 
imprensa e com os fornecedores e clientes externos. 
 
 
OS TIPOS DE DISCURSO 
Como já discorremos em outro capítulo, a empresa é o lugar onde convivem 
rotineiramente diversos saberes e esta diversidade leva a discursos que se 
pensados de forma fragmentada podem conduzir a uma imensa confusão e perda 
da identidade empresarial. 
Em uma mesma instituição podem estar lado a lado o discurso publicitário, 
administrativo, jornalístico, científico, enfim, cada um com suas concepções e 
 
 
 
 
42 
dinâmicas próprias, e nem sempre dispostos a se irmanar na construção de uma 
comunicação única. É de suma importância que consideremos as especificidades de 
cada um dos diversos discursos no interior da empresa, pois considerá-los como 
iguais seria desmerecer sua construção própria de sentido, pois a dinamicidade e 
criação está para o discurso publicitário como a objetividade está para o discurso 
científico. Desta forma, o que compete fazer é encontrar quais são os pontos de 
intersecção destes saberes e fazeres empresariais e a partir daí estabelecer uma 
direção comum que seja convergente com a missão institucional. Embora seja 
pacífico dizer que os diversos tipos de discurso na empresa tem como norte a 
questão da obediência gramatical, isto deve ser feito de forma equilibra conforme 
nos diz (MEDEIROS 1998, p.26): Embora se apregoe que o texto comercial deva 
respeitar as regras gramaticais, a utilização de formalismo excessivo pode provocar 
desinteresse da audiência, enquanto o aproveitamento de expressões coloquiais 
pode emprestar ao texto certo colorido que estimula a atenção do receptor 
(MEDEIROS 1998, p.144). 
No que se refere ao aspecto linguístico há que se discernir entre dois tipos de 
discurso: o direto caracterizado pela fala visível dos interlocutores e personagens e o 
indireto no qual a fala dos personagens é informada pelo narrador do texto 
(CEGALLA, 2005). Em cada campo de atuação empresarial um desses dois 
discursos vai ter certa prevalência. O discurso direto, por exemplo, é mais utilizado 
pelo pessoal do marketing, pois confere força ao anúncio. 
Já a área jurídica da empresa deverá utilizar mais o discurso indireto, pois é 
comum nestes tipos de documentos a narração de determinado fato e menos usual 
que este fato venha acompanhado da fala de seu autor. Dentro do universo 
empresarial, porém, é necessário entender que cada ferramenta só terá sua eficácia 
desejada se for utilizada no contexto correto. 
Sendo assim passaremos a analisar a título de amostragem alguns 
documentos que as empresas utilizam na sua comunicação interna e externa e 
quais as suas funções. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
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