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Sthefany Vera HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL Objetivos: 1. Estudar a anatomia da parede abdominal. 2. Estudar os tipos de hérnias, bem como seus quadros clínicos, diagnósticos e tratamento. Hérnia é derivada da palavra latina ruptura. A hérnia é definida como uma protrusão anormal de um órgão ou tecido por um defeito em suas paredes circundantes. Embora uma hérnia possa ocorrer em vários locais do corpo, esses defeitos mais comumente envolvem a parede abdominal, em particular a região inguinal. As hérnias da parede abdominal ocorrem apenas em locais onde a aponeurose e a fáscia não são cobertas por músculo estriado. Esses locais incluem mais comumente as áreas inguinal, femoral e umbilical, a linha alba, a porção inferior da linha semilunar e locais de incisões anteriores. O denominado colo ou orifício de uma hérnia é localizado na camada musculoaponeurótica mais interna, enquanto o saco herniário é revestido por peritônio e faz protrusão no colo. Não existe relação consistente entre a área do defeito da hérnia e o tamanho do saco herniário. A hérnia é REDUTÍVEL quando seus conteúdos podem ser reposicionados por entre a musculatura circundante. E é IRREDUTÍVEL OU ENCARCERADA quando não pode ser reduzida. Uma hérnia ESTRANGULADA tem suprimento sanguíneo comprometido para seus conteúdos, o que é uma complicação grave e potencialmente fatal. Ocorre estrangulamento com mais frequência nas hérnias grandes que têm pequenos orifícios. Nessa situação, o pequeno colo da hérnia obstrui o fluxo sanguíneo arterial, a drenagem venosa, ou ambos, para os conteúdos do saco herniário. Adesões entre os conteúdos da hérnia e o revestimento peritoneal do saco podem proporcionar um ponto de acorrentamento que aprisiona os conteúdos da hérnia e predispõe à obstrução intestinal e ao estrangulamento. Um tipo pouco comum de estrangulamento é a hérnia de Richter. Nessa hérnia, uma pequena porção da parede antimesentérica do intestino é aprisionada dentro da hérnia, e pode ocorrer estrangulamento sem a presença de obstrução intestinal. Uma HÉRNIA EXTERNA faz protrusão através de todas as camadas da parede abdominal, enquanto uma HÉRNIA INTERNA é uma protrusão do intestino através de um defeito na cavidade peritoneal. Uma hérnia INTERPARIETAL ocorre quando o saco herniário é contido na camada musculoaponeurótica da parede abdominal. Em termos amplos, a maioria das hérnias da parede abdominal pode ser separada em hérnias inguinais e ventrais. Sthefany Vera Virilha -> HÉRNIA INGUINAIS Hérnias inguinais são classificadas como direta ou indireta. O saco herniário inguinal indireto passa do anel inguinal interno obliquamente em direção ao anel inguinal externo e, por fim, para o escroto. Em contrapartida, o saco de uma hérnia inguinal direta faz protrusão para fora e para adiante e é medial ao anel inguinal interno e vasos epigástricos inferiores. Como hérnias indiretas aumentam, algumas vezes pode ser difícil distinguir entre uma hérnia inguinal direta e indireta. Essa distinção é de pouca importância, pois o reparo cirúrgico desses tipos de hérnias é semelhante. Uma hérnia do tipo em pantalonas ocorre quando existe um componente de hérnia indireta e direta. INCIDÊNCIA: As hérnias são um problema comum; entretanto, sua verdadeira incidência não é conhecida. Cerca de 75% de todas as hérnias ocorrem na região inguinal. Dois terços dessas são indiretas, e o restante é constituído por hérnias inguinais diretas. Hérnias femorais compreendem apenas 3% das hérnias inguinais. Os HOMENS são 25 vezes mais propensos a ter uma hérnia inguinal do que as mulheres. Uma hérnia inguinal INDIRETA é a hérnia mais comum, independentemente do sexo. Nos homens, as hérnias indiretas predominam sobre as hérnias diretas a uma razão de 2:1. As hérnias diretas são muito incomuns em mulheres. A razão mulher para homem nas hérnias femorais e umbilicais, entretanto, é de 10:1 e de 2:1, respectivamente. Embora as hérnias femorais ocorram com mais frequência em mulheres que em homens, as hérnias inguinais ainda são as hérnias mais comuns em mulheres. As hérnias femorais são raras em homens. Dez por cento das mulheres e 50% dos homens com uma hérnia femoral têm ou desenvolverão uma hérnia inguinal. TANTO AS HÉRNIAS INGUINAL INDIRETA COMO AS HÉRNIAS FEMORAIS OCORREM MAIS COMUMENTE NO LADO DIREITO. Atribui- se isso a uma demora na atrofia do processo vaginal após a descida mais lenta normal do testículo direito para o escroto durante o desenvolvimento fetal. Acredita-se que a predominância de hérnias femorais do lado direito se deva ao efeito de tamponamento do cólon sigmoide no canal femoral esquerdo. A prevalência de hérnias aumenta com a idade, particularmente para as hérnias inguinal, umbilical e femoral. A probabilidade de estrangulamento e a necessidade de hospitalização também aumentam com o envelhecimento. O estrangulamento, a complicação grave mais comum da hérnia, ocorre em apenas 1% a 3% das hérnias inguinais e é mais comum nos extremos de vida. A maioria das hérnias comprimidas são hérnias inguinais indiretas; entretanto, as hérnias femorais têm a maior taxa de estrangulamento (15 a 20%) de todas as hérnias e, portanto, se recomenda que todas as hérnias femorais sejam reparadas no momento da descoberta. ANATOMIA DA VIRILHA: O cirurgião deve ter uma compreensão abrangente da anatomia da virilha para selecionar e utilizar apropriadamente várias opções de reparo da hérnia. Além disso, as relações de músculos, aponeuroses, fáscia, nervos, vasos sanguíneos e estruturas do cordão espermático na região inguinal precisam ser dominadas para obter a incidência mais baixa de recidiva e para evitar complicações. Essas considerações anatômicas precisam ser entendidas por ambas as abordagens, anterior e posterior, porque ambas as abordagens são úteis em diferentes situações De anterior para posterior, a anatomia da virilha inclui a pele e os tecidos subcutâneos, abaixo dos quais estão as artérias ilíaca Sthefany Vera circunflexa superficial, epigástrica superficial e pudenda externa e veias acompanhantes. Esses vasos surgem da artéria e veia femorais proximais e drenam para elas, respectivamente, e são direcionados superiormente. Se encontrados durante a intervenção cirúrgica, esses vasos podem ser afastados ou mesmo seccionados quando necessário. Músculo Oblíquo Externo e Aponeurose O músculo oblíquo externo é o mais superficial dos músculos da parede abdominal lateral; suas fibras são direcionadas inferior e medialmente e estão situadas profundamente nos tecidos subcutâneos. A aponeurose do músculo oblíquo externo é formada por uma camada superficial e uma profunda. Essa aponeurose, junto com as aponeuroses bilaminares do oblíquo interno e transverso do abdome, forma a bainha anterior do reto e, por fim, a linha alba por decussação linear. A aponeurose oblíqua externa funciona como o limite superficial do canal inguinal. O ligamento inguinal (ligamento de Poupart) é a margem inferior da aponeurose oblíqua externa e estendese da espinha ilíaca superior anterior ao tubérculo púbico, inclinando-se posteriormente para formar uma margem em prateleira. O ligamento lacunar é a expansão medial em formato de leque do ligamento inguinal, que se insere no púbis e forma a borda medial do espaço femoral. O anel inguinal externo (superficial) é uma abertura ovoide da aponeurose oblíqua externa: que é posicionada superior e levemente lateral ao tubérculo púbico. O cordão espermático sai do canal inguinal pelo anel inguinal externo. Músculo Oblíquo Interno e Aponeurose O músculo oblíquo interno forma a camada média da lateral musculoaponeuróticas complexa.As fibras do oblíquo interno são direcionadas superior e lateralmente no abdome superior; entretanto, elas correm em uma direção ligeiramente inferior na região inguinal. O músculo oblíquo interno funciona como a borda cefálica (ou superior) do canal inguinal. A face medial da aponeurose oblíqua interna se funde com fibras da aponeurose do transverso do abdome para formar um tendão conjunto. Essa estrutura na verdade está presente em apenas 5% a 10% dos pacientes e é mais evidente na inserção desses músculos no tubérculo púbico. As fibras do músculo cremastérico se originam do oblíquo interno, englobam o cordão espermático e se fundem à túnica vaginal do testículo. Essas fibras musculares são essenciais para o reflexo cremastérico, mas têm pouca relevância para os reparos de hérnia. Músculo Transverso do Abdome e Aponeurose e Fáscia Transversal A camada do músculo transverso do abdome é orientada transversalmente por quase toda sua área; na região inguinal, essas fibras cursam em uma direção para baixo levemente oblíqua. A potência e continuidade desse músculo e aponeurose são importantes para a prevenção de hérnia inguinal. A aponeurose do transverso do abdome envolve ambas as superfícies anterior e posterior. A borda inferior do transverso do abdome é arqueada com o músculo oblíquo interno sobre o anel inguinal interno para formar o arco aponeurótico do transverso do abdome. A fáscia transversal é a camada de tecido conjuntivo que está sob a musculatura da parede abdominal. A fáscia transversal, algumas vezes referida como fáscia endoabdominal, é um componente do assoalho inguinal. Ela tende a ser mais densa nessa área, mas ainda permanece relativamente fina. Sthefany Vera O trato iliopúbico é uma banda aponeurótica formada pela fáscia transversalis e a aponeurose do transverso do abdome e a fáscia. O trato iliopúbico está localizado posterior ao ligamento inguinal, e cruza sobre os vasos femorais e insere- se na espinha ilíaca superior anterior e lábio interno da asa do ílio. O pilar inferior do anel inguinal profundo é composto pelo trato iliopúbico; o pilar superior do anel profundo é formado pelo arco aponeurótico do transverso. A borda lateral do anel interno é conectada ao músculo transverso abdominal, que forma um mecanismo de obturador para limitar o desenvolvimento de uma hérnia indireta. O trato iliopúbico é uma estrutura muito importante no reparo das hérnias tanto pela abordagem anterior quanto posterior. Ele compreende a margem inferior para a maioria dos reparos anteriores. A porção do trato iliopúbico lateral ao anel inguinal interno funciona como a borda inferior abaixo da qual grampos ou tachas não são colocados durante o reparo laparoscópico da hérnia inguinal porque os nervos femoral, cutâneo femoral lateral e genitofemoral estão localizados inferiormente ao trato iliopúbico. Embora ele nem sempre possa ser visualizado durante reparos posteriores, se o dispositivo de tacha não puder ser palpado na parede abdominal anterior, deve-se assumir que ele está abaixo do trato iliopúbico. Ligamento de Cooper ou Pectíneo O ligamento de Cooper ou pectíneo é formado pelo periósteo e tecidos aponeuróticos ao longo do ramo superior do púbis. Essa estrutura é posterior ao trato iliopúbico e forma a borda posterior do canal femoral. Em aproximadamente 75% dos pacientes, existirá um vaso que cruza a margem lateral do ligamento de Cooper que é um ramo da artéria obturadora. Se este vaso é lesado, pode ocorrer sangramento perturbador. O ligamento de Cooper é um marco importante para reparos laparoscópicos e/ou cirurgia aberta e é uma estrutura de ancoragem útil, particularmente nos reparos laparoscópicos. Canal Inguinal O canal inguinal tem 4 cm de comprimento e está localizado logo acima do ligamento inguinal. O canal estende-se entre os anéis inguinal interno (profundo) e externo (superficial). O canal inguinal contém o cordão espermático em homens e o ligamento redondo do útero nas mulheres. O cordão espermático é composto de fibras do músculo cremastérico, artéria testicular e veias, além do ramo genital do nervo genitofemoral, ducto deferente, vasos cremastéricos, linfáticos e processo vaginal. Essas estruturas passam pelo anel inguinal interno e vasos e ducto deferente saem do anel inguinal externo. O músculo cremaster origina-se das fibras mais inferiores do músculo oblíquo interno e engloba o cordão espermático no canal inguinal. Os vasos cremastéricos são ramos dos vasos epigástricos inferiores e penetram na parede posterior do canal inguinal por seu próprio forame. Esses vasos suprem o músculo cremaster e podem ser seccionados para expor o assoalho do canal inguinal durante reparo de hérnia sem lesar os testículos. O canal inguinal é limitado superficialmente pela aponeurose oblíqua externa. As aponeuroses do músculo oblíquo interno e do transverso do abdome formam a parede cefálica do canal inguinal. A parede inferior do canal inguinal é formada pelo ligamento inguinal e pelo ligamento lacunar. A parede posterior ou assoalho do canal inguinal é formada pela fáscia transversalis e pela aponeurose do músculo transverso do abdome. O triângulo de Hesselbach faz parte do assoalho do canal inguinal. Os vasos epigástricos inferiores funcionam como sua borda superolateral, a bainha do reto como margem medial e o ligamento inguinal como a margem inferior. Hérnias diretas ocorrem no triângulo de Hesselbach, enquanto hérnias inguinais indiretas originam-se lateralmente ao triângulo. Não é raro, entretanto, que hérnias inguinais indiretas médias e volumosas, à medida que aumentam em tamanho, envolvam o assoalho do canal inguinal. Os nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal e o ramo genital do nervo genitofemoral são os nervos importantes na área da virilha. Os nervos ílio- hipogástrico e ilioinguinal proporcionam sensibilidade à pele da virilha, base do pênis e Sthefany Vera coxa medial superior ipsilateral. Os nervos ílio- hipogástrico e ilioinguinal situam-se abaixo do músculo oblíquo interno a um ponto exatamente medial e superior à espinha ilíaca superior anterior, onde penetram o músculo oblíquo interno e localizam-se abaixo da aponeurose oblíqua externa. O tronco principal do nervo ílio- hipogástrico cursa na superfície anterior do músculo oblíquo interno e aponeurose medial e superior ao anel interno. O nervo ílio-hipogástrico pode fornecer um ramo inguinal que se junta ao nervo ilioinguinal. O nervo ilioinguinal situa-se anteriormente ao cordão espermático no canal inguinal e ramifica-se junto ao anel inguinal superficial. O ramo genital do nervo genitofemoral inerva o músculo cremaster e a pele do lado lateral da bolsa escrotal e/ou dos lábios. Esse nervo localiza-se no trato iliopúbico e acompanha os vasos cremastéricos para formar um feixe neurovascular. Espaço Pré-peritoneal O espaço pré-peritoneal contém tecido adiposo, linfáticos, vasos sanguíneos e nervos. Os nervos do espaço pré-peritoneal, de preocupação específica para o cirurgião, incluem o nervo cutâneo femoral lateral e o nervo genitofemoral. O nervo cutâneo femoral lateral origina-se na raiz de L2 e L3 e é ocasionalmente um ramo direto do nervo femoral. Esse nervo cursa ao longo da superfície anterior do músculo ilíaco abaixo da fáscia ilíaca e passa sob ou através da fixação lateral do ligamento inguinal na espinha ilíaca superior anterior. Esse nervo corre abaixo ou ocasionalmente através do trato iliopúbico lateral ao anel inguinal interno. O nervo genitofemoral em geral origina-se das raízes dos nervos de L2 ou de L1-L2. Ele se divide em ramos genital e femoral na superfície anterior do músculo psoas. O ramo genital entra no canal inguinal peloanel profundo, enquanto o ramo femoral entra na bainha femoral lateralmente à artéria. A artéria e veia epigástrica inferior são ramos dos vasos ilíacos externos e são limites importantes para o reparo laparoscópico da hérnia. Esses vasos cursam medialmente ao anel inguinal interno e acabam localizando-se abaixo do músculo reto do abdome imediatamente abaixo da fáscia transversal. Os vasos epigástricos inferiores servem de referencial para se definir os tipos de hérnia inguinal. As hérnias inguinais indiretas ocorrem lateralmente aos vasos epigástricos inferiores, enquanto hérnias diretas ocorrem medialmente a esses vasos. A artéria ilíaca circunflexa profunda e a veia estão localizadas abaixo da porção lateral do trato iliopúbico no espaço pré-peritoneal. Esses vasos são ramos da artéria ilíaca externa ou epigástrica inferior e veia. É importante dissecar apenas acima do trato iliopúbico durante o reparo laparoscópico de hérnia para evitar lesão desses vasos. O ducto deferente cursa pelo espaço pré- peritoneal no sentido caudal a cefálico e medial a lateral para juntar-se ao cordão espermático no anel inguinal profundo. Canal Femoral Os limites do canal femoral são o trato iliopúbico anteriormente, o ligamento de Cooper posteriormente e a veia femoral lateralmente. O tubérculo púbico forma o ápice do triângulo do canal femoral. Esse canal geralmente contém tecido conjuntivo e tecido linfático. Uma hérnia femoral ocorre através desse espaço e é medial aos vasos femorais. Sthefany Vera DIAGNÓSTICO Uma saliência na região inguinal ainda é o principal achado diagnóstico na maioria das hérnias inguinais. Pode haver dor associada ou desconforto vago na região, mas as hérnias da virilha em geral não são extremamente dolorosas a menos que tenha ocorrido encarceramento ou estrangulamento. Na ausência de achados físicos, causas alternativas de dor precisam ser levadas em consideração. Algumas vezes, os pacientes podem ter a sensação de parestesias relacionadas com compressão ou irritação dos nervos inguinais pela hérnia. Outras massas além de hérnias podem ocorrer na região da virilha. O exame físico isoladamente em geral diferencia a hérnia inguinal e essas massas: quadro abaixo: A região inguinal é examinada com o paciente em ambas as posições, supina e de pé. O examinador inspeciona visualmente e palpa a região inguinal, observando quanto à assimetria, abaulamentos ou uma massa. Fazer o paciente tossir ou realizar a manobra de Valsalva pode facilitar a identificação da hérnia. O examinador coloca a ponta de um dedo sobre o canal inguinal e repete o exame. Por fim, a ponta de um dedo é colocada no canal inguinal por invaginação da bolsa escrotal para detectar uma hérnia pequena. Uma protuberância movendo-se de lateral para medial no canal inguinal sugere uma HÉRNIA INDIRETA. Se a protuberância progredir de profunda para superficial através do assoalho inguinal, suspeita-se de uma HÉRNIA DIRETA. Essa distinção não é crítica porque no REPARO A ABORDAGEM É A MESMA, INDEPENDENTEMENTE DO TIPO DE HÉRNIA. Uma protuberância identificada abaixo do ligamento inguinal é compatível com uma HÉRNIA FEMORAL. Uma protuberância da virilha descrita pelo paciente, que não é demonstrada no exame, apresenta um dilema. Com o paciente de pé ou andando por um período de tempo é possível que uma massa herniária não diagnosticada se torne visível ou palpável. Caso se suspeite fortemente de uma hérnia, mas ela seja indetectável, a repetição do exame em outro momento pode ser útil. A ULTRASSONOGRAFIA também pode ajudar no diagnóstico. Existe um alto grau de sensibilidade e especificidade do ultrassom na detecção de hérnias ocultas, direta, indireta e femoral. Outras modalidades de imagem são menos úteis. A tomografia computadorizada do abdome e pelve pode ser útil para o diagnóstico de hérnias obscuras e incomuns, bem como para massas atípicas da virilha. Algumas vezes, a laparoscopia pode ser diagnóstica e terapêutica para casos particularmente desafiadores. CLASSIFICAÇÃO Existem numerosos sistemas de classificação de hérnias inguinais. Um sistema simples e amplamente usado é a classificação de Nyhus (Quadro abaixo). Embora seu propósito seja promover uma linguagem comum e compreensão da comunicação do médico e permitir comparações apropriadas das opções terapêuticas, essas classificações são incompletas e controversas. A maioria dos cirurgiões continua a descrever as hérnias por seu tipo, localização e volume do saco herniário. Sthefany Vera TRATAMENTO Não cirúrgico A maioria dos cirurgiões recomenda a intervenção cirúrgica quando da descoberta de uma hérnia inguinal sintomática porque a história natural de uma hérnia inguinal é a de aumento progressivo e enfraquecimento, com o potencial de encarceramento e estrangulamento. Entretanto, em pacientes com sintomas mínimos, o clínico em geral é levado a ponderar entre o risco de complicações relacionadas com a hérnia, como encarceramento da hérnia e estrangulamento do intestino, e o potencial para complicações tanto a curto como á longo prazo. Um estudo, proporciona evidência conclusiva de que uma estratégia de espera vigilante é segura para pacientes mais idosos com hérnias assintomáticas ou minimamente sintomáticas, e que, embora quase 25% dos pacientes acabem se submetendo a reparo, quando o fazem, o risco operatório e as taxas de complicação não são diferentes daquelas dos pacientes que se submetem a reparo profilático. A espera vigilante também é uma estratégia de gerenciamento custobenefício para pacientes com nenhum ou mínimos sintomas. Os pacientes eleitos para tratamento não operatório podem ter melhoras sintomáticas ocasionalmente com o uso de uma funda. Essa abordagem é mais usada na Europa. As fundas com molas são mais versáteis que elásticas, embora a maioria das informações sobre seu uso tenha sido informal. A medida correta e o ajustamento são importantes. O controle da hérnia tem sido relatado em cerca de 30% dos pacientes. As complicações associadas ao uso de uma funda incluem atrofia testicular, neurite ilioinguinal ou femoral e encarceramento da hérnia. Em geral ACEITA-SE QUE O TRATAMENTO NÃO OPERATÓRIO NÃO É USADO PARA HÉRNIAS FEMORAIS EM FUNÇÃO DA ALTA INCIDÊNCIA DE COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS, PARTICULARMENTE ESTRANGULAMENTO. Cirúrgico - Reparos anteriores Os reparos anteriores são a abordagem operatória mais comum para as hérnias inguinais. As cirurgias livres de tensão são agora padrão, e existe uma variedade de tipos diferentes. Antigos tipos de reparo tecidual são raramente indicados, excetos para casos com contaminação simultânea ou ressecções intestinais concomitantes quando a colocação de uma prótese de malha pode ser contraindicada. Existem alguns aspectos técnicos da operação comuns a todos os reparos anteriores. Cirurgia aberta da hérnia é iniciada por uma incisão orientada transversalmente linear ou curvilínea ligeiramente acima do ligamento inguinal e uma largura digital abaixo do anel inguinal interno. O anel inguinal interno está localizado topograficamente no ponto médio entre a espinha ilíaca anterossuperior e o tubérculo púbico ipsilateral. A dissecção é realizada através dos tecidos subcutâneos e fáscia de Scarpa. A fáscia do oblíquo externo e o anel inguinal externo são identificados. A fáscia do oblíquo externo é incisada pelo anel inguinal superficial para expor o canal inguinal. O ramo genital do nervo genitofemoral, bem como os nervos ilioinguinal e ílio-hipogástrico, são identificados e isolados ou mobilizados para evitar transecção e retenção. O cordão espermático é mobilizado no tubérculo púbico por uma combinação dedissecção romba e cortante. A imobilização imprópria do cordão espermático muito lateral ao tubérculo púbico pode causar confusão na identificação dos planos Sthefany Vera de tecido e estruturas essenciais e pode resultar em rompimento do assoalho do canal inguinal. O músculo cremastérico do cordão espermático mobilizado é separado, paralelamente a suas fibras, das estruturas subjacentes do cordão. A artéria e veia cremastérica, que se juntam ao músculo cremaster próximo do anel inguinal, podem ser evitadas, mas podem precisar ser cauterizadas ou ligadas ou seccionadas. Diante de uma hérnia indireta, o saco herniário está localizado profundamente no músculo cremaster e anterossuperiormente às estruturas do cordão espermático. A incisão do músculo cremaster em uma direção longitudinal e dividindo-o circunferencialmente próximo do anel inguinal interno ajuda a expor o saco herniário indireto. O saco herniário é cuidadosamente dissecado das estruturas do cordão adjacente até o nível do anel inguinal interno. O saco herniário é aberto e seu conteúdo visceral é examinado no caso de hérnias volumosas; no entanto, essa etapa é desnecessária em hérnias pequenas. O saco herniário pode ser mobilizado e colocado no espaço préperitoneal, ou o colo do saco pode ser ligado no nível do anel interno e qualquer saco em excesso excisado. Se um saco herniário grande estiver presente, ele pode ser seccionado usando- se o eletrocautério para facilitar a ligação. Não é necessário excisar a porção distal do saco. Se o saco for de base ampla, pode ser mais fácil deslocá-lo para a cavidade peritoneal em vez de ligá-lo. Os sacos da hérnia direta fazem protrusão pelo assoalho do canal inguinal e podem ser reduzidos abaixo da fáscia transversal antes do reparo. Na verdade, um lipoma do cordão representa gordura retroperitoneal que herniou pelo anel inguinal profundo e precisa ser ligada por sutura e removida. Uma hérnia por deslizamento apresenta um desafio especial ao se lidar com o saco herniário. Com uma hérnia por deslizamento, uma porção do saco é composta de peritônio visceral cobrindo parte de um órgão retroperitoneal, em geral o cólon ou a bexiga. Nessas situações, a porção macroscopicamente redundante do saco (se presente) é excisada e o peritônio, fechado de novo. O órgão e o saco então podem ser reduzidos abaixo da fáscia transversal, semelhante ao procedimento para uma hérnia direta. - Reparos de tecidos Embora os reparos de tecido tenham sido amplamente abandonados em função das taxas inaceitavelmente altas de recidiva, eles ainda são úteis em determinadas situações. Nas hérnias estranguladas em que a ressecção do intestino é necessária, próteses de malha são contraindicadas, e um reparo de tecido é necessário. As opções disponíveis para reparo de tecido incluem trato iliopúbico, reparos de Shouldice, Bassini e McVay. O REPARO DO TRATO ILIOPÚBICO aproxima o arco aponeurótico do transverso do abdome ao trato iliopúbico com o uso de suturas interrompidas (Fig. 46-5). O reparo começa no tubérculo púbico e estende-se lateralmente até além do anel inguinal interno. O reparo era inicialmente descrito usando-se uma incisão de relaxamento (ver adiante); entretanto, muitos cirurgiões que usam esse reparo não realizam incisão de relaxamento. A TÉCNICA DE SHOULDICE é feita através de um reparo imbricado na multicamada da parede posterior do canal inguinal com uma técnica de sutura corrida contínua. Após Sthefany Vera completar a dissecção, a parede posterior do canal inguinal é reconstruída por linhas de sutura contínua superpostas que vão das camadas mais profundas para as mais superficiais. A linha de sutura inicial vai do arco aponeurótico do transverso do abdome ao trato iliopúbico. Em seguida, os músculos oblíquo interno e transverso do abdome e aponeuroses são suturados ao ligamento inguinal. A técnica de Shouldice está associada a uma taxa de recidiva muito baixa e a um alto grau de satisfação em pacientes que são altamente selecionados. A TÉCNICA DE BASSINI é realizada por sutura dos arcos musculoaponeuróticos do transverso abdominal e oblíquo interno ou tendão conjunto (quando presente) ao ligamento inguinal. Essa técnica, outrora popular, é a abordagem básica para reparos de hérnia não anatômica e foi o tipo mais popular de reparo antes do advento das abordagens cirúrgicas livres de tensão. REPARO DO LIGAMENTO DE COOPER, também conhecido como técnica de McVay, tem sido tradicionalmente popular para a correção de hérnias inguinais diretas, hérnias indiretas grandes, hérnias recidivantes e hérnias femorais. São usadas suturas interrompidas com fios inabsorvíveis para aproximar a margem da aponeurose do transverso do abdome ao ligamento de Cooper. Quando a face medial do canal femoral é atingida, coloca-se uma sutura de transição para incorporar o ligamento de Cooper e o trato iliopúbico. Lateral a esse ponto de transição, a aponeurose do transverso do abdome é presa ao trato iliopúbico. Um princípio importante desse reparo é a necessidade de uma incisão de relaxamento. O relaxamento é feito incisando-se a aponeurose oblíqua externa cranial e medialmente para expor a bainha do reto anterior. Uma incisão é feita então em uma direção curvilinear começando 1 cm acima do tubérculo púbico por toda a extensão da bainha anterior até próximo a sua margem lateral. Isso alivia a tensão na linha de sutura e resulta em menos dor pós-operatória e recidiva da hérnia. O defeito fascial é coberto pelo corpo do músculo reto, que impede herniação no local da incisão de relaxamento. O reparo de McVay é particularmente utilizado para hérnias femorais estranguladas porque ele proporciona obliteração do espaço femoral sem o uso de malha. - Reparo de Hérnia Inguinal Livre de Tensão Anterior O reparo livre de tensão tornou-se o MÉTODO DOMINANTE NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DA HÉRNIA INGUINAL (Fig. 46-6). Com o reconhecimento de que a tensão no reparo é a principal causa de recidiva, as práticas atuais no tratamento da hérnia empregam uma prótese de malha sintética para sobrepor o defeito, um conceito primeiro popularizado por Lichtenstein. Existem várias opções para colocação da malha durante herniorrafia inguinal anterior, incluindo abordagem Lichtenstein, tampão e técnica de retalho e técnica de sanduíche, com uma peça anterior e pré-peritoneal da malha. No REPARO DE LICHTENSTEIN, uma peça de tela inabsorvível protética é confeccionada para proteger ou reforçar o canal. Uma secção é feita na margem distal e lateral da tela para acomodar o cordão espermático. Existem várias próteses disponíveis comercialmente para uso. A sutura inabsorvível monofilamentar é usada para prender a tela, começando no tubérculo púbico em direção a uma extensão da sutura em ambas as direções à face superior acima do anel inguinal interno no nível das extremidades da tela. A tela é suturada ao tecido aponeurótico que reveste o osso púbico medialmente, continuando superiormente ao longo do transverso do abdome ou tendão conjunto. A margem inferolateral da malha é suturada à borda do trato iliopúbico ou em prateleira do ligamento inguinal até um ponto Sthefany Vera lateral ao anel inguinal interno. Nesse ponto, as pontas criadas pela abertura são suturadas juntas em torno do cordão espermático, formando comodamente um novo anel inguinal interno. É importante proteger o ramo do nervo ilioinguinal e genital do nervo genitofemoral do encarceramento, colocando-os com as estruturas do cordão conforme são passadas neste anel inguinal interno confeccionado recentemente ou evitar seu fechamento no reparo. Adaptando os princípios do reparo livre de tensão, GILBERT RELATOU O USO DE UM TAMPÃO (PLUG)em forma de cone de malha de polipropileno que, quando inserido no anel inguinal interno, deveria armar-se como um guarda-chuva virado para baixo e ocluir a hérnia. Esse tampão é costurado aos tecidos circundantes e mantido no lugar por um remendo de malha de cobertura adicional. Esse remendo pode não precisar ser preso por suturas; entretanto, fazer isso exige dissecção para criar um espaço suficiente entre oblíquo externo e interno para que o remendo fique plano sobre o canal inguinal. Esse reparo denominado tampão e remendo (plug- and-patch), uma extensão do reparo com tela original de Lichtenstein, tornou-se o reparo anterior primário de hérnia inguinal mais realizado. Embora esse reparo possa ser feito sem fixação por sutura por alguns cirurgiões experientes, muitos protegem ambos, tampão e remendo, com várias suturas inabsorvíveis monofilamentares, em especial para assoalhos inguinais fracos ou defeitos grandes. A TÉCNICA DE SANDUÍCHE envolve um dispositivo de dupla camada com três componentes de polipropileno. Um remendo circular de sustentação proporciona um reparo posterior semelhante à abordagem laparoscópica, um conector funciona como um tampão, e um remendo de enxerto cobre o assoalho inguinal posterior. O uso de suturas de fixação interrompidas não é obrigatório, mas a maioria dos cirurgiões coloca três ou quatro suturas de fixação nesse reparo. Outra opção para o reparo de tela livre de tensão envolve uma abordagem pré peritoneal usando um enxerto de polipropileno auto expansivo. Um saco é criado no espaço pré- peritoneal por dissecção cega, e, então, um remendo de malha pré-formado é inserido no defeito da hérnia, que se expande para cobrir os espaços direto, indireto e femoral. O enxerto fica paralelo ao ligamento inguinal. Ele pode permanecer sem sutura de fixação, ou uma sutura simples contínua pode ser colocada. O REPARO DE STOPPA-RIVES utiliza uma incisão na linha média subumbilical para colocar uma prótese de malha grande para o espaço pré-peritoneal.7 A dissecção cega é usada para criar um espaço intraperitoneal que se estende para o espaço pré-vesical, além do forame obturador e posterolateral à borda pélvica. Esta técnica tem a vantagem de distribuir a pressão intra-abdominal natural em uma ampla área para manter a tela em um local apropriado. A técnica Stoppa-Rives é particularmente útil para hérnias volumosas, recidivadas ou bilaterais. - Reparo Pré-peritoneal A abordagem pré-peritoneal aberta é útil para o reparo das hérnias inguinais recidivadas, hérnias por deslizamento, hérnias femorais e algumas hérnias estranguladas. Uma incisão transversa da pele é feita 2 cm acima do anel inguinal interno e é direcionada para a borda medial da bainha do reto. Os músculos da parede abdominal anterior são incisados transversalmente, e o espaço pré- peritoneal é identificado. Se for necessária exposição adicional, a bainha do reto anterior pode ser incisada e o músculo reto afastado medialmente. Os tecidos pré-peritoneais são afastados cefalicamente para visualização da parede inguinal posterior e o local de herniação. A artéria e as veias epigástricas anteriores estão geralmente abaixo da porção média da bainha posterior do reto e, em geral, não necessitam ser seccionadas. A abordagem posterior evita a mobilização do cordão espermático e lesão aos nervos sensoriais do canal inguinal, que é particularmente importante para hérnias previamente reparadas por uma abordagem anterior. Se o peritônio for incisado, ele é fechado por sutura para evitar evisceração dos conteúdos intraperitoneais para o campo operatório. A fáscia transversalis e a fáscia da aponeurose são Sthefany Vera identificadas e suturadas ao trato iliopúbico com suturas permanentes. As hérnias femorais reparadas com essa abordagem exigem fechamento do canal femoral por fixação do reparo ao ligamento de Cooper. Uma prótese de tela é frequentemente usada para obliterar o defeito no canal femoral, particularmente com hérnias volumosas. - Reparo Laparoscópico O reparo laparoscópico da hérnia inguinal é outro método de reparo com tela livre de tensão, com base em uma abordagem pré- peritoneal. A abordagem laparoscópica proporciona a vantagem mecânica de colocação de uma tela por trás do defeito cobrindo o orifício miopectíneo e usando as forças naturais da parede abdominal para ancorar a tela no local. Os pacientes têm apresentado uma recuperação mais rápida, menos dor, a melhor visualização da anatomia permite corrigir todos os defeitos da hérnia inguinal e ter menos infecções do local cirúrgico. Críticos enfatizam tempos operatórios mais longos, desafios técnicos, risco de recidiva e custo pecuniário maior. Embora exista controvérsia sobre a utilidade do reparo laparoscópico de hérnias inguinais unilaterais primárias, a maioria concorda que essa abordagem tem vantagens para pacientes com hérnias bilaterais ou recidivadas. A adoção de orientações práticas para a realização de reparos laparoscópicos da hérnia pode ajudar a reduzir os custos. Ao considerar a abordagem laparoscópica para reparo de hérnias inguinais, o cirurgião tem várias opções. Inicialmente, os reparos laparoscópicos envolvem a colocação de um grande fragmento de tela em uma posição intraperitoneal, semelhante ao reparo laparoscópico da hérnia ventral. Esta abordagem foi abandonada devido às elevadas taxas de recidiva e aos inconvenientes da tela intraperitoneal. As técnicas mais populares incluem a abordagem extraperitoneal (TEP) e a pré-peritoneal transabdominal (TAPP). A principal diferença entre essas duas técnicas está na sequência de acesso ganho para o espaço pré- peritoneal. Na abordagem TEP , a dissecção começa no espaço pré-peritoneal usando um balão dissector. No reparo TAPP , o espaço pré- peritoneal se faz por acesso da cavidade peritoneal. Cada abordagem tem seus méritos. RESULTADOS DO REPARO DA HÉRNIA A verdadeira avaliação do sucesso para os vários tipos de reparo da hérnia é baseada nos resultados. A mortalidade de todos os tipos de reparo é baixa e há diferenças significativas relatadas entre as várias técnicas. Há uma maior mortalidade associada com o reparo das hérnias estranguladas. Por outro lado, o risco de morte está relacionado às comorbidades individuais e deve ser avaliado em cada paciente. O tipo de anestésico não afeta a taxa de recorrência. Existem diferenças importantes nos resultados do reparo da hérnia primária. Recidiva da hérnia é o resultado primário avaliado pela maioria dos estudos. Grandes séries, incluindo vários tipos de reparos, sugeriram que a recorrência varia de 1,7% a 10%. Virilha -> HÉRNIAS FEMORAIS Uma hérnia femoral ocorre pelo canal femoral, que é limitado superiormente pelo trato iliopúbico, inferiormente pelo ligamento de Cooper, lateralmente pela veia femoral e medialmente pela junção do trato iliopúbico e do ligamento de Cooper (ligamento lacunar). Uma hérnia femoral produz uma tumoração ou protuberância abaixo do ligamento inguinal. Às vezes, algumas hérnias femorais se apresentarão sobre o canal inguinal. Nessa situação, o saco herniário femoral ainda existe inferiormente ao ligamento inguinal através do canal femoral, mas ascende em uma direção cefálica. Aproximadamente 50% dos homens com uma hérnia femoral terão uma hérnia inguinal direta associada, enquanto esta relação ocorre em apenas 2% das mulheres. Uma hérnia femoral pode ser tratada usando- se o reparo do ligamento de Cooper, uma Sthefany Vera abordagem pré-peritoneal, ou uma abordagem laparoscópica. Os elementos essenciais do reparo da hérnia femoral incluem dissecção e a redução do saco herniário e obliteração do defeito no canal femoral, ou por aproximação do trato iliopúbicoao ligamento de Cooper ou por colocação de uma prótese de tela para obliterar o defeito. A incidência de estrangulamento nas hérnias femorais é alta; portanto, todas as hérnias femorais devem ser reparadas, e as hérnias femorais encarceradas devem ter os conteúdos do saco herniário examinados quanto à viabilidade. Em pacientes com comprometimento intestinal, a abordagem do ligamento de Cooper é a técnica preferida porque a tela está contraindicada. Quando os conteúdos encarcerados de uma hérnia femoral não podem ser reduzidos, a secção do ligamento lacunar é mandatória. As hérnias femorais associadas às inguinais ocorrem em 0,3% dos pacientes conforme foi assinalado por um banco de dados sobre hérnias de quase 35.000 pacientes.19 A ocorrência de uma hérnia femoral após reparo de hérnia inguinal foi relatado ser 15 vezes maior do que a taxa normal esperada. Não está claro se isto representa uma hérnia femoral negligenciada à operação prévia ou uma propensão a desenvolver uma nova hérnia após reparo de hérnia inguinal. A recidiva da hérnia femoral após a operação é de apenas 2%. Reparos de hérnia femoral recorrente apresentam uma taxa de recorrência de cerca de 10%. PROBLEMAS ESPECIAIS Hérnia por Deslizamento A hérnia por deslizamento ocorre quando um órgão interno constitui uma porção da parede do saco herniário. As vísceras mais comumente envolvidas são o cólon ou a bexiga. A maioria das hérnias por deslizamento é uma variante de hérnias inguinais indiretas, embora hérnias femorais e hérnias diretas por deslizamento possam ocorrer. O primeiro perigo associado a uma hérnia por deslizamento é a falha em se reconhecer o componente visceral do saco herniário antes da lesão da bexiga ou intestino. Os conteúdos da hérnia por deslizamento são reduzidos na cavidade peritoneal e qualquer saco herniário em excesso é ligado e seccionado. Após a redução da hérnia, uma das técnicas mencionadas pode ser utilizada para o reparo da hérnia inguinal. Hérnia Recidivada O reparo das hérnias inguinais recidivadas é desafiador, e os resultados estão associados à incidência mais alta de recidiva secundária. As hérnias recidivadas quase sempre requerem colocação de prótese de tela para um reparo bem- sucedido. As recidivas após hernioplastia anterior usando tela são muito mais bem tratadas por abordagem laparoscópica ou cirurgia aberta posterior com colocação de uma segunda prótese. Hérnia Estrangulada O reparo de uma hérnia com suspeita de estrangulamento é mais seguro usando-se uma abordagem pré-peritoneal (ver anteriormente). Com essa exposição, os conteúdos do saco herniário podem ser diretamente visualizados e sua viabilidade avaliada por meio de uma única incisão. O anel constritor é identificado e pode ser incisado para redução da víscera aprisionada com mínimo perigo para os órgãos circundantes, vasos sanguíneos e nervos. Se for necessário ressecar o intestino estrangulado, o peritônio pode ser aberto e a ressecção feita sem a necessidade de uma segunda incisão. Hérnias Bilaterais A abordagem do reparo das hérnias inguinais bilaterais baseia-se na extensão do defeito herniário. Reparo simultâneo de hérnias bilaterais tem uma taxa de recidiva semelhante ao reparo unilateral, independentemente da técnica utilizada, seja aberta ou laparoscópica.20 A utilização de um reforço protético gigante do saco visceral (reparo de Stoppa)7 e/ou o reparo laparoscópico é apropriada para reparo simultâneo das hérnias inguinais bilaterais, embora possa ser usado o reparo anterior bilateral por meio de incisões separadas. Sthefany Vera HÉRNIAS VENTRAIS A hérnia ventral é definida por uma protrusão através da fáscia da parede abdominal anterior. Esses defeitos podem ser classificados como espontâneos ou adquiridos, ou por sua localização na parede abdominal. HÉRNIAS EPIGÁSTRICAS ocorrem entre o processo xifóide e o umbigo. HÉRNIAS UMBILICAIS ocorrem no umbigo. E HÉRNIAS HIPOGÁSTRICAS são raras hérnias espontâneas que ocorrem abaixo do umbigo na linha média. HÉRNIAS ADQUIRIDAS ocorrem tipicamente após incisões cirúrgicas e são, portanto, denominadas hérnias incisionais. Embora não seja uma hérnia verdadeira, a diástase dos retos pode apresentar-se como uma protrusão da linha média. Nessa condição, a linha alba é estirada, resultando em uma convexidade nas margens mediais dos músculos retos. Diástase da parede abdominal pode ocorrer em outros locais além da linha média. Não existe anel fascial ou saco herniário, e, a menos que significativamente sintomática, evita-se a correção cirúrgica. Incidência Com base nas estatísticas operatórias nacionais (americanas), as hérnias incisionais respondem por 15% a 20% de todas as hérnias da parede abdominal; as hérnias umbilical e epigástrica constituem 10% das hérnias. As hérnias incisionais são duas vezes mais comuns em mulheres que em homens. Como resultado de quase 4 milhões laparotomias realizadas anualmente nos Estados Unidos e a incidência de 2% a 30% de hérnia incisional, quase 150.000 reparos de hérnia ventral são realizados anualmente. Vários fatores técnicos e relacionados com o paciente têm sido associados à ocorrência de hérnias incisionais. Não há nenhuma evidência conclusiva que demonstra que o tipo de sutura na operação primária afeta a formação de hérnia. FATORES relacionados ao paciente, ligados à formação de hérnia ventral incluem obesidade, idade avançada, sexo masculino, apneia do sono, enfisema e prostatismo. Foi proposto que os mesmos fatores associados à destruição do colágeno no pulmão resultam em cicatrização deficiente da ferida com maior formação de hérnia. A infecção da ferida tem sido associada à formação de hérnia. O tipo de incisão abdominal inicial influencia a taxa de hérnia incisional permanece controverso. Como observado, a incidência de hérnia ventral após laparotomia mediana varia de 3% a 20% e dobra se a operação está associada com uma infecção do local cirúrgico. Anatomia: A anatomia da parede abdominal anterior é direta e consideravelmente mais fácil de se apreender do que a anatomia da área inguinal. Entretanto, uma compreensão clara do suprimento sanguíneo e da inervação do abdome é importante quando da realização de reconstrução da parede abdominal. A musculatura lateral é composta de três camadas, com os fascículos de cada uma direcionados obliquamente em ângulos diferentes para criar um invólucro forte para os conteúdos abdominais. Cada um desses músculos formam uma aponeurose que se insere na linha alba, uma estrutura de linha média juntando ambos os lados da parede abdominal. O oblíquo externo é o músculo mais superficial da parede abdominal lateral. Profundamente ao oblíquo externo localiza-se o músculo oblíquo interno. As fibras do oblíquo externo cursam na direção inferomedial (como mãos nos bolsos), enquanto as fibras do músculo oblíquo interno correm profundamente às do oblíquo externo e opostas a ele. A camada muscular mais profunda da parede abdominal é a do músculo transverso do abdome. Suas fibras cursam em uma direção horizontal. Esses três músculos laterais dão origem às camadas aponeuróticas laterais ao músculo reto abdominal, que contribuem para as camadas anterior e posterior da bainha do reto. A extensão medial da aponeurose do oblíquo externo forma a camada anterior da bainha do reto. Na linha média, as duas bainhas anteriores do reto formam a linha alba tendinosa. Em ambos os lados da linha alba estão os músculos retos do Sthefany Vera abdome, cujas fibras são direcionadas longitudinalmente e percorrem a extensão da parede anterior do abdome. Abaixo de cada músculo reto localiza-se a camada posterior da bainha do reto, que tambémcontribui para a linha alba. Outra estrutura anatômica importante da parede abdominal anterior é a linha arqueada, que se localiza 3 a 6 cm abaixo do umbigo. A linha arqueada delineia o ponto abaixo do qual a bainha posterior do reto está ausente. Acima da linha arqueada, a aponeurose do músculo oblíquo interno contribui para as bainhas anterior e posterior do reto, e a aponeurose do músculo transverso do abdome passa posteriormente ao músculo reto para formar a bainha posterior do reto. Abaixo da linha arqueada, as aponeuroses do oblíquo interno e do transverso do abdome passam completamente anterior ao músculo reto (Fig. 46- 9). Os músculos retos do abdome são quase fundidos abaixo da linha arqueada com a fáscia transversal diretamente atrás deles. A parede abdominal recebe grande parte de sua inervação dos nervos intercostais 7 a 12 e os primeiros e segundos nervos lombares. Estes ramos fornecem inervação para os músculos abdominais laterais e o músculo reto e a pele sobrejacente. Os nervos atravessam a parede abdominal lateral entre o músculo transverso abdominal e oblíquo interno e penetram a bainha do reto posterior imediatamente medial à linha semilunar. Os músculos abdominais laterais recebem sua irrigação sanguínea das três ou quatro artérias intercostais inferiores, artéria ilíaca circunflexa profunda e artérias lombares. O reto abdominal tem um suprimento sanguíneo mais complexo derivado da artéria epigástrica superior (um ramo terminal da artéria mamária interna), a artéria epigástrica inferior (um ramo da artéria ilíaca externa) e artérias intercostais inferiores. As artérias epigástricas superiores e inferiores se anastomosam próximo do umbigo. A área periumbilical fornece vasos perfurantes críticos que se preservados, podem diminuir a necrose do retalho de pele durante extensivas ressecções da pele. (46-10) Diagnóstico A avaliação das hérnias da parede abdominal exige exame físico diligente. Como com a região inguinal, a parede abdominal anterior é avaliada com o paciente nas posições de pé e supina, e uma manobra de Valsalva também é útil para demonstrar o local e o tamanho da hérnia. As modalidades de imagem podem ter uma grande função no diagnóstico das hérnias mais incomuns da parede abdominal. Classificação: Hérnia UMBILICAL: O umbigo é formado pelo anel umbilical da linha alba. Intra-abdominalmente, o ligamento redondo (ligamentum teres) e as veias paraumbilicais juntam-se ao umbigo superiormente, e o ligamento umbilical médio (úraco obliterado) entra inferiormente. As hérnias Sthefany Vera umbilicais nas crianças são congênitas e bastante comuns. Elas se fecham espontaneamente na maioria dos casos por volta de dois anos de idade. Aquelas que persistem após cinco anos de idade são com frequência reparadas por operação, embora complicações relacionadas com essas hérnias em crianças sejam incomuns. Há uma forte predisposição para o desenvolvimento dessas hérnias em indivíduos descendentes de africanos. Nos Estados Unidos, a incidência de hérnia umbilical é oito vezes mais alta em crianças afro-americanas que nas brancas. As hérnias umbilicais em adultos são em sua maioria adquiridas. Essas hérnias são mais comuns em mulheres e em pacientes com condições que resultam em pressão intra- abdominal aumentada, como gravidez, obesidade, ascite ou distensão abdominal. A hérnia umbilical é mais comum entre indivíduos que têm apenas uma única decussação aponeurótica de linha média, comparada com a decussação normal das fibras de todos os três músculos abdominais laterais. O estrangulamento é incomum na maioria dos pacientes; entretanto, pode ocorrer estrangulamento ou ruptura em condições de ascite crônica. Hérnias umbilicais assintomáticas pequenas, apenas detectáveis no exame, não precisam de reparo. Os adultos que têm sintomas, uma hérnia volumosa, encarceramento, adelgaçamento da pele sobrejacente ou ascite incontrolável devem se submeter ao reparo da hérnia. A ruptura espontânea das hérnias umbilicais em pacientes com ascite pode resultar em peritonite e morte. Classicamente, o reparo era feito usando-se o reparo em jaquetão proposto por Mayo, que emprega imbricação das margens fasciais superior e inferior. Em função da maior tensão sobre o reparo e taxas de recidiva de quase 30% com o acompanhamento a longo prazo, o reparo de Mayo raramente é realizado hoje em dia. Em vez disso, pequenos defeitos são fechados primariamente após separação, do saco herniário, do umbigo sobrejacente e da fáscia circundante. Defeitos maiores que 3 cm são fechados usando telas como prótese. Existem várias técnicas para colocar essas telas e nenhum dado prospectivo encontrou conclusivamente vantagens claras de uma técnica sobre outra. As opções para colocação de tela incluem um suporte de transposição do defeito, a posição de um calço pré-peritoneal de tela reforçado com reparo de sutura, ou colocando-o laparoscopicamente. A técnica laparoscópica exige anestesia geral e provavelmente é reservada para defeitos maiores ou hérnias umbilicais recidivadas.34 Não existe consenso universal sobre o método mais apropriado de reparo de hérnia umbilical. EPIGÁSTRICA Aproximadamente 3% a 5% da população têm hérnias epigástricas. As hérnias epigástricas são duas a três vezes mais comuns em homens. Estas hérnias estão localizados entre o processo xifoide e cicatriz umbilical e são geralmente dentro de 5 a 6 cm do umbigo. Como as hérnias umbilicais, as hérnias epigástricas são mais comuns em indivíduos com uma única decussação aponeurótica. Os defeitos são pequenos e, em geral, produzem dor fora de proporção para seu tamanho, devido a encarceramento de gordura pré-peritoneal. Eles são múltiplos em até 20% dos pacientes e de aproximadamente 80% na linha média. O reparo geralmente consiste na excisão do tecido pré-peritoneal encarcerado e fechamento simples do defeito fascial, semelhante ao das hérnias umbilicais. Os defeitos pequenos podem ser reparados sob anestesia local. Raramente, esses defeitos podem ser de grande tamanho e conter omento ou outra víscera intra-abdominal e podem exigir reparos com tela. Aconselhase o reparo das hérnias epigástricas porque o defeito é pequeno e a gordura que herniou da cavidade peritoneal é difícil de reduzir. INCISIONAL De todas as hérnias encontradas, as hérnias incisionais podem ser as mais frustrantes e difíceis de tratar. As hérnias incisionais ocorrem como resultado de tensão excessiva e cicatrização inadequada de uma incisão prévia, que em geral se associa a infecção do acesso cirúrgico. Essas hérnias aumentam de volume ao longo do tempo, Sthefany Vera provocando dor, obstrução intestinal, encarceramento e estrangulamento. Obesidade, idade avançada, desnutrição, ascite, gravidez e condições que aumentam a pressão intraabdominal são fatores que predispõem ao desenvolvimento de uma hérnia incisional. A obesidade pode causar a ocorrência de uma hérnia incisional, devido à maior tensão na parede abdominal proporcionada pelo tamanho excessivo de um panículo espesso e grande massa omental. A doença pulmonar crônica e o diabetes mellitus também foram reconhecidos como fatores de risco do desenvolvimento da hérnia incisional. Medicamentos como corticosteroides e agentes quimioterápicos e infecção do local cirúrgico podem contribuir para a cicatrização deficiente da ferida e aumentam o risco de desenvolvimento de hérnia incisional. Hérnias volumosas podem resultar em perda do domínio abdominal, que ocorre quando os conteúdos abdominais não mais estão na cavidade abdominal. Esses grandes defeitos da parede abdominal também podem resultar da incapacidade de fechar o abdome primariamente por causade edema do intestino, tamponamento abdominal, peritonite e laparotomia repetida. Com perda do domínio, a rigidez natural da parede abdominal torna-se comprometida, e a musculatura abdominal em geral é retraída. Pode ocorrer disfunção respiratória porque esses grandes defeitos ventrais provocam movimento respiratório abdominal paradoxal. A perda do domínio abdominal também pode resultar em edema do intestino, estase do sistema venoso esplâncnico, retenção urinária e constipação. O retorno da víscera deslocada à cavidade abdominal durante reparo pode gerar maior pressão abdominal, síndrome compartimental abdominal e insuficiência respiratória aguda. Tratamento O tratamento cirúrgico das hérnias incisionais pode ser feito quando o defeito é pequeno (≤2 a 3 cm de diâmetro) e há tecido viável adjacente, ou em casos em que a hérnia resulta de um erro técnico na operação inicial, como uma falha da sutura. Defeitos maiores (>2-3 cm de diâmetro) têm uma elevada taxa de recidiva se fechados primariamente e devem ser reparadas com prótese. As taxas de recidiva variam entre 10% e 50% e são tipicamente reduzidas a mais da metade com o uso de prótese de tela. O material da prótese pode ser colocado como um enxerto de remendo para reforçar um reparo de tecido, interposto entre o defeito fascial, em forma de sanduíche entre os planos de tecido, ou colocado em uma posição intraperitoneal. Dependendo de sua localização, várias propriedades importantes da malha precisam ser consideradas. Sthefany Vera Explicação da prof Essas são as camadas. Aqui é o peritônio, camada bem fininha, o peritônio parece uma membrana bem fininha. Aqui têm varias camadas de músculo com aponeurose. Então começo pela parte lateral, que temos os músculos oblíquos e transversos. Então aqui do mais profundo para o mais superficial. Temos então aqui o transverso e bem grudado nele tem a fáscia transversales que é colada no peritônio. Em cima do músculo transverso temos o obliquo interno, e aqui mais externamente o obliquo externo. De fora para dentro então: Obliquo esterno, Obliquo interno, Transverso, Fáscia tranversalis e peritônio. A gente tem que reparar aqui que você vê que ele não recobre a parede inteira. Aqui nesse ponto a gente tem a aponeurose que vai por cima do reto abdominal. Então o obliquo externo ele não esta chegando aqui em cima, aqui a gente têm o reto abdominal e aponeurose. Então aqui, ele projetou uma alça do intestino deslizando por aqui, por onde a gente tem o canal iguinal né, que é por onde passa as estruturas do cordão espermático. Só que aqui nesse casal, se ele tiver um anel mais alargado, ou esses músculos forem bem fraquinhos eu posso ter insinuação de um saco peritoneal. Ou seja, esse peritônio aqui se joga aqui para dentro, fica bem largo e vira um saquinho mesmo aqui no canal. Ou aqui fora do canal assim, passando pela parede posterior. Quem passa por dentro do canal a gente chama de HERNIA INDIRETA, quem passa diretamente empurrando a parede posterior a gente chama de HERNIA DIRETA. Olhem aqui, aqui a gente esta vendo de uma forma descamada. Aqui é o cordão espermático que passa por dentro do anel, é o processo normal. Se esse anel estiver alargado, pode passar conteúdo por aqui que é a nossa hérnia INDIRETA (triangulo rosa). Agora quando o problema é na fraqueza da parede, essa hérnia vai passar por aqui (triangulo verde). Então o que, que a gente fala: Quem que é o limite entre hérnia direta e indireta? Os nossos vasos epigástricos, que são esses aqui marcados. Isso aqui (triangulo rosa) então é lateral aos vasos epigástricos e isso aqui (triangulo verde) é medial aos vasos epigástricos. Então quem sai junto com o cordão espermático, sai lateral aos vasos epigástricos que são as hérnias inguinais INDIRETAS. Porque a DIRETA é aquela que sai medial, ou seja, aquela que empurra a parede, ela sai direto a parede.[ Esses são os vasos epigástricos, que vão dividi, que vão definir para mim o que, que é direta e o que é indireta. Então tudo que SAI MEDIALMENTE AOS VASOS EPIGÁSTRICOS É HERNIA DIRETA. O QUE SAI LATERAL É HÉRNIA INDIRETA. Que estrutura estaria tampando, estaria aqui em cima do nosso canal. Qual que é a camada mais externa que a gente viu lá na anatomia que estaria aqui em cima? Aqui nesse caso a aponeurose do obliquo externo. Que estrutura está ligando a crista ilíaca superior até o púbis? Ligamento inguinal é mole. Então tudo que está aqui acima do ligamento inguinal, o que sai de hérnia aqui em cima é HERNIA INGUINAL. E o que sai aqui abaixo do ligamento inguinal? Serão as nossas hérnias FEMORAIS. Que saem aqui próximo dos vasos femorais. Esse é o ponto de fragilidade onde saem as hérnias femorais. Sthefany Vera Referencia: - Sabiston: Tratado de cirurgia
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