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Unidade III - Características Gerais dos Fungos e Vírus

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Microbiologia
Aplicada à 
Enfermagem
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Viviane Rodrigues Esperandim Sampaio
Revisão Técnica:
Prof. Dr. Julio Cesar
Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Características Gerais dos Fungos e Vírus
Características Gerais 
dos Fungos e Vírus 
 
 
• Reconhecer as estruturas virias e fúngicas;
• Compreender o mecanismo de reprodução viral e fúngica.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Características Gerais dos Vírus;
• Estrutura Viral;
• Morfologia Viral;
• Multiplicação Viral;
• Características Gerais dos Fungos;
• Estrutura da Célula Fúngica;
• Morfologia Fúngica e Reprodução;
• Fungos de Importância Médica;
• Nutrição e Crescimento Fúngico;
• Doenças Causadas por Fungos.
UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
Características Gerais dos Vírus
Atualmente, sabemos muito sobre vários aspectos dos vírus, porém, cerca de cem 
anos atrás os pesquisadores não podiam imaginar a existência de partículas que não 
pudessem ser visualizadas pelos microscópios ópticos. Este é o caso dos vírus. Os 
vírus são muito pequenos para serem observados no microscópio óptico e por isso 
não puderam ser estudados antes do século XIX.
O termo em latim para veneno é vírus e antes da teoria dos germes acreditava-se 
que muitas doenças eram causadas por venenos. Em meados do século XIX, Pasteur 
designou como vírus os agentes causadores de infecções gerais, mesmo aquelas 
causadas por bactérias. Em 1930 os pesquisadores começaram a designar como 
vírus os agentes filtráveis. Somente em 1953, um químico norte-americano chamado 
Wendell Stanley conseguiu isolar o vírus do mosaico do tabaco, possibilitando o 
estudo das estruturas químicas e estruturais de um vírus purificado. Nessa mesma 
época a invenção do microscópio eletrônico possibilitou a sua visualização.
A primeira doença humana associada à infecção viral foi a febre amarela. Pos-
teriormente, avanços na Biologia Molecular permitiram identificar vários novos 
vírus, tais como o da imunodeficiência humana (HIV) e o coronavírus associado 
à síndrome respiratória aguda grave (Sars). Mais recentemente, no final de 2019, 
um novo coronavírus, o SARS-CoV-2 (Figura 1), um vírus emergente, iniciou a 
sua onda de infecção na província chinesa de Wuhan. A doença provocada por 
esse vírus ficou conhecida como Covid-19 e em março de 2020 a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de pandemia devido à sua ocorrência 
em diversas regiões do Planeta.
Figura 1 – Micrografia eletrônica dos vírus de Sars-CoV-2
Fonte: Wikimedia Commons
Podemos considerar os vírus como organismos vivos?
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A resposta para este questionamento é muito discutível. A vida é considerada um 
conjunto de processos resultados da codificação de proteínas pelos ácidos nucleicos. 
Nas células vivas os ácidos nucleicos estão em atividade todo o tempo e como estão 
sem atividade no meio externo, os vírus não são considerados organismos vivos. Po-
rém, quando o vírus atinge uma célula hospedeira o seu ácido nucleico viral se torna 
ativo, permitindo a multiplicação viral e, desta forma, estão vivos quando no interior 
de uma célula hospedeira.
Depois de saber disso, como você define os vírus? São organismos vivos ou não?
Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, dependem de um organismo 
vivo para se multiplicarem. Os vírus, então e ao atingir um hospedeiro, utiliza-
rão de sua maquinaria para a multiplicação. Este fato é muito importante para o 
desenvolvimento de drogas virais, pois a grande maioria dos medicamentos que 
interrompem a multiplicação viral agem também na célula, sendo, desta forma, 
considerada muito tóxica para o hospedeiro.
Existem vírus com a capacidade de infectar plantas, vertebrados, invertebrados, 
fungos e bactérias. Estudaremos os vírus que infectam a espécie humana e as bacté-
rias (bacteriófagos ou fagos).
Como discutimos anteriormente, os vírus não são visualizados pela microscopia 
óptica e o seu tamanho é determinado pelo auxílio da microscopia eletrônica. Os 
vírus diferem consideravelmente em seu tamanho de 20 a 1.000 nm, sendo alguns 
menores que as bactérias e outros bem menores. A Figura 2 compara o tamanho 
dos vírus com uma bactéria e uma hemácia humana:
Figura 2 – Tamanho dos vírus. Tamanho dos diferentes vírus (em azul) comparados 
com uma hemácia humana (em vermelho) e uma bactéria (em marrom)
Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012, p. 369
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UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
Estrutura Viral
Os vírus podem ser encontrados fora ou dentro das células. O vírion é a partícula 
viral completa composta pelo ácido nucleico e uma cobertura proteica que tem a 
função de o proteger no ambiente externo, ou seja, o vírion é a forma extracelular 
do vírus. Quando atinge a célula hospedeira, inicia-se o estado intracelular e ocorre 
a replicação viral. Os vírus são classificados de acordo com as diferenças entre este 
envoltório viral.
Os vírus não possuem uma estrutura complexa como as células e bactérias. Dife-
rentemente das células eucarióticas e procarióticas, onde o ácido desoxirribonucleico 
(DNA) é o material genético principal, os vírus podem possuir tanto DNA ou 
ácido ribonucleico (RNA) – com exceção dos citomegalovírus que têm DNA e um 
RNAm. Esse ácido nucleico pode ser de fita dupla ou simples (existem vírus de 
DNA de fita dupla, RNA de fita dupla, DNA de fita simples e RNA de fita simples), 
podendo ainda ser linear ou circular.
O ácido nucleico é envolvido por um envoltório de proteínas denominado capsídeo. 
Cada capsídeo é formado por subunidades de proteínas denominadas capsômeros. 
Em alguns vírus essas proteínas que compõem o capsídeo são iguais e em outros são 
diferentes. O genoma em conjunto com o capsídeo é denominado nucleocapsídeo.
Em alguns vírus este capsídeo é coberto por um envelope que consiste em uma 
combinação de lipídeos e proteínas (glicoproteínas). Dependendo do tipo de vírus este 
envelope pode conter ou não em sua superfície partículas denominadas espículas 
constituídas por complexos de carboidrato-proteína. Aqueles vírus que possuem es-
pículas ligam-se à célula hospedeira através desta estrutura. Os vírus que o capsídeo 
é envolvido pelo envelope são denominados vírus envelopados.
Morfologia Viral
Os vírus podem ser classificados morfologicamente dependendo das característi-
cas do capsídeo em:
• Vírus helicoidais: neste tipo de vírus o capsídeo em torno do ácido nucleico se 
dispõe em forma de um bastão longo. O ácido nucleico que fica no interior do 
capsídeo tem um formato helicoidal (Figura 3). Exemplos de vírus helicoidais: 
vírus do mosaico do tabaco e vírus que causam a raiva e a febre hemorrágica;
• Vírus poliédricos: o capsídeo dos vírus poliédricos apresenta simetria icosaé-
drica, ou seja, um polígono de 20 faces, 12 vértices e 30 arestas. O ácido nu-
cleico deste tipo de vírus encontra-se no cento do polígono (Figura 4). Exemplos 
de vírus poliédricos: adenovírus, herpesvírus e poliovírus;
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Figura 3 – Estrutura do vírus helicoidal
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 4 – Estrutura dos vírus poliédricos
Fonte: Wikimedia Commons
• Vírus envelopados: quando o capsídeo de um vírus é coberto por um envelope 
este é denominado vírus envelopado. Estes vírus são esféricos. Os vírus helicoidais 
e os poliédricos podem também ser envelopados e denominados vírus helicoidal 
envelopado (Figura 5) e vírus poliédrico envelopado (Figura 6). Exemplo de vírus 
helicoidal envelopado: vírus influenza. Exemplo de vírus poliédrico envelopado: 
vírus de herpes (simplexvírus);
Figura 5 – Vírus helicoidal envelopado
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 6 – Vírus poliédrico envelopado
Fonte: Wikimedia Commons
• Vírus complexos: alguns vírus possuem estruturas complexas e por isso são 
denominados vírus complexos, como é o caso dos vírus bacterianos. Um bacte-
riófago é um exemplo de vírus complexos. O capsídeo deste vírus é poliédrico 
e possui estruturas adicionais. Cabeça ou capsídeo: onde encontra-se o ácidonucleico. Cauda: tubo oco através do qual o ácido nucleico passa durante a 
infecção ligado à cabeça por um “pescoço”. Fibras da cauda: fibras contrácteis 
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UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
(auxiliar na ancoragem do vírus). Placa basal: a placa basal apresenta espículas 
para se ligar aos receptores celulares da célula bacteriana (Figura 7).
Figura 7 – Esquema do bacteriófago
Fonte: Wikimedia Commons
Multiplicação Viral
Vimos que os vírus são parasitas obrigatórios, cuja multiplicação acontece somente no inte-
rior das células hospedeiras. Mas como acontece este processo?
Os vírus sintetizam algumas enzimas envolvidas na replicação que são sintetizadas 
quando ele se encontra no interior da célula hospedeira. Desta forma, o vírus neces-
sita invadir a célula e utilizar de sua maquinaria para conseguir se multiplicar. Um 
vírion dentro de uma célula hospedeira pode originar milhares de partículas virais.
Como os vírus só se multiplicam no interior de células, a pesquisa e o isolamento 
de vírus dependem de hospedeiros específicos. Para os bacteriófagos é necessário 
meio líquido ou sólido contendo bactérias. Para o cultivo de vírus animais são utili-
zados três sistemas: inoculação em animais de laboratório, em ovos embrionados e 
em culturas celulares.
Veremos como ocorre a multiplicação dos vírus animais em células hospedeiras e 
depois dos bacteriófagos.
Multiplicação de Vírus Animais
A multiplicação dos vírus animais é diferente da multiplicação dos bacteriófagos. 
Essa multiplicação acontece em etapas como adsorção, penetração, desnudamento 
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biossíntese de DNA ou RNA e a liberação. Entenderemos como acontece cada uma 
destas etapas (Figura 8):
• Adsorção: os vírus animais possuem sítios de adsorção que se ligam a recep-
tores (glicoproteínas e proteínas) presentes na membrana plasmática da célula 
hospedeira. Estes sítios de ligação estão presentes em toda a superfície viral e 
quando este é um vírus envelopado estes sítios são as espículas;
• Penetração: os vírus penetram nas células eucarióticas através de um processo 
denominado pinocitose, onde a membrana plasmática sofre uma invaginação 
para formar uma vesícula contendo o vírus. No caso de vírus envelopados, estes 
penetram na célula hospedeira por um processo de fusão, onde o envelope se 
funde à membrana da célula e libera o capsídeo no citoplasma;
• Desnudamento: consiste na separação do envoltório proteico (capsídeo) e o ácido 
nucleico. No citoplasma o capsídeo é digerido e o ácido nucleico será replicado;
• Biossíntese dos vírus: os vírus de DNA replicam-se no núcleo da célula hospe-
deira usando suas enzimas e sintetizam as proteínas do capsídeo no citoplasma 
usando as enzimas da célula hospedeira. Estas proteínas vão para o núcleo e são 
reunidas ao DNA sintetizado, formando novos vírions, os quais são transporta-
dos pelo retículo endoplasmático para a membrana, sendo liberados. Já os vírus 
de RNA se multiplicam no citoplasma da célula hospedeira. Após a síntese de 
RNA e das proteínas virais o processo ocorre de forma similar que os outros vírus;
• Maturação: consiste na montagem do capsídeo que acontece em um processo 
espontâneo. Quando o vírus é envelopado (formado de proteínas, lipídeos e car-
boidratos) as proteínas do envelope são incorporadas à membrana plasmática 
e os lipídeos e carboidratos já estarão presentes na membrana. Desta forma, 
quando o vírus deixa a célula por um processo de brotamento, o envelope é 
adicionado ao vírus, como se este levasse uma parte da membrana;
• Liberação: os vírus não envelopados são liberados por rupturas na membrana 
da célula hospedeira, resultando na morte celular. 
Figura 8 – Processo de multiplicação dos vírus animais: 1) Adsorção; 2) Penetração; 
3) Desnudamento; 4 e 5) Biossíntese de DNA ou RNA; 6) Maturação; 7) Liberação 
Fonte: Wikimedia Commons
Existem vários tipos de vírus que podem causar doenças e para isto eles devem infectar 
células hospedeiras. Neste vídeo você verá como acontece a replicação do vírus da gripe. 
Disponível em: https://youtu.be/iySbOcEvpqI
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UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
Multiplicação de Bacteriófagos
Os bacteriófagos se multiplicam por dois mecanismos: o ciclo lítico e o ciclo li-
sogênico. O ciclo lítico termina com a lise da célula hospedeira e é explicado nos 
bacteriófagos T-pares. No ciclo lisogênico a célula hospedeira permanece viva e é 
explicada nos bacteriófagos lambda. Ademais:
• Ciclo lítico: os vírions dos bacteriófagos T-pares são complexos, grandes e não 
envelopados. Multiplicam-se no interior das bactérias através de cinco etapas: 
adsorção, penetração, biossíntese, maturação e liberação, conforme ilustrado 
na Figura 9:
 » 1 – Adsorção: após o contato entre as partículas do bacteriófago e a bactéria 
acontece a adsorção ou ancoragem, onde um sítio de adsorção presente no 
vírus se liga a um receptor na parede da bactéria. Na extremidade da cauda 
dos bacteriófagos T-pares existem fibras que atuam como sítios de adsorção;
 » 2 – Penetração: logo após o processo de adsorção, os bacteriófagos T-pares 
injetam o seu ácido nucleico no interior da bactéria. O fato de o bacteriófa-
go liberar uma lisozima que destrói uma parte da parede celular da bactéria 
facilita este processo. Através de uma contração da cauda do fago, o DNA é 
injetado como se fosse uma seringa hipodérmica e o restante da estrutura viral 
permanece fora da bactéria;
 » 3 – Biossíntese: logo que o DNA atinge o citoplasma da célula hospedeira 
inicia-se a síntese do ácido nucleico e das proteínas virais. O fago se utiliza das 
enzimas e dos nucleotídeos da célula hospedeira para sintetizar seu DNA e do 
RNA transcrito na célula hospedeira a partir do mRNA transcrito do NDA do 
fago, para a síntese de proteínas virais. Em seguida, os ribossomos, as enzi-
mas e os aminoácidos serão utilizados na tradução;
 » 4 – Maturação: durante este processo os componentes virais se organizam 
espontaneamente e os vírions complexos são formados a partir do DNA sinte-
tizado e dos capsídeos formados pelas proteínas na tradução. As cabeças e as 
caudas dos bacteriófagos são montadas de formas separadas pelas proteínas 
sintetizadas onde a cabeça receberá o DNA e se ligará à cauda;
 » 5 – Liberação: no estágio final o vírus será liberado da célula hospedeira. No 
citoplasma será sintetizada uma lisozima, codificada pelo gene viral, que des-
trói a parede celular da bactéria, liberando os bacteriófagos produzidos. Estes 
vírus liberados podem infectar novas células e o ciclo viral é repetido dentro 
de uma nova bactéria.
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Figura 9 – Ciclo lítico em um bacteriófago T-par
Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012, p. 370
Para completar nossos conhecimentos sobre o ciclo lítico dos bacteriófagos assista ao vídeo 
disponível em: https://youtu.be/DU2CXTjsgXQ
• Ciclo lisogênico: neste caso não acontece a lise e morte da célula bacteria-
na enquanto ocorre a multiplicação viral. Estes vírus podem induzir um ciclo 
lítico, mas são capazes também de incorporar seu DNA ou RNA na célula 
hospedeira, iniciando o ciclo lisogênico. Neste tipo de ciclo o vírus permanece 
inativo (latente).
Após a penetração na célula bacteriana, o DNA viral linear se incorpora ao DNA 
circular da célula bacteriana, tornando-se parte dele. O DNA viral passa a ser chama-
do profago. Cada vez que a maquinaria celular bacteriana replicar seu cromossomo, 
o DNA profago será replicado. 
O profago permanece latente na célula bacteriana, entretanto, eventos espon-
tâneos ou ação da luz UV ou substâncias químicas podem levar à quebra do pro-
fago e dar início ao ciclo lítico (Figura 10).
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UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
Figura 10 – Ciclo lisogênico
Fonte: Adaptado de Tortora, 2012, p. 371
O vídeo lhe ajudará a entender a diferenciação entre o ciclo lítico e o ciclo lisogênico dos 
bacteriófagos. Disponível em: https://youtu.be/BDoTgK0unKc 
Características Gerais dos Fungos
Durante muito tempo os fungos foramconsiderados plantas. Somente a partir de 
1969 foram classificados em um reino separado, denominado reino Fungi.
Você conhece os fungos? Você sabia que o cogumelo utilizado na nossa alimentação é um 
fungo? E pensando na estrutura deste fungo realmente ele se parece com um vegetal. Mas 
o que, então, diferencia um fungo dos outros vegetais?
Os fungos não sintetizam a clorofila como os vegetais, não possuem a parede ce-
lular constituída por celulose e não armazenam amido como fonte de energia. Estas 
são as principais características que os diferenciam das plantas.
O estudo dos fungos é denominado Micologia. Os fungos são organismos eucari-
óticos, podendo ser constituídos por uma única célula, como é o caso das leveduras 
ou multicelulares como os fungos filamentosos. Atualmente tem aumentado as infec-
ções causadas por fungos, principalmente em indivíduos imunocomprometidos e em 
hospitais. Muitas doenças fúngicas afetam plantações também (Figura 11).
Entretanto, os fungos também são benéficos, como é o caso da sua utilização como 
alimentos, os cogumelos, por exemplo (Figura 12), e para a fabricação de pães e 
bebidas. A indústria farmacêutica utiliza os fungos para a produção de alguns medi-
camentos (penicilina, por exemplo).
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Os fungos são importantes na decomposição da matéria orgânica. Existem mais 
de 100 mil espécies de fungos conhecidas e destas, somente 200 são patogênicas 
para a espécie humana.
Figura 11 – Doença fúngica em plantações de café
Fonte: Getty Images
Figura 12 – Cogumelos utilizados na alimentação
Fonte: Getty Images
Estrutura da Célula Fúngica
Todos os fungos são células eucarióticas, possuindo núcleo, membrana plasmáti-
ca e citoplasma.
D iferentemente das células animais eucarióticas, os fungos possuem parede celu-
lar. Esta é uma estrutura rígida cuja principal função é a proteção da célula. É com-
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UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
posta por glucanas, mananas, quitina, proteínas e lipídeos. A quitina é um polissaca-
rídeo, o principal componente do exoesqueleto de invertebrados e da parede celular 
fúngica. Nas leveduras a quitina é encontrada em menor quantidade que nos fungos 
filamentosos. Algumas drogas antifúngicas atuam inibindo a síntese de quitina.
A membrana plasmática dos fungos atua como barreira semipermeável 
durante o transporte de substâncias. Possui triacilgliceróis e esteróis, porém, 
diferentemente das células animais, o esterol da membrana plasmática dos fun-
gos é o ergosterol, uma importante característica diferencial. Essa diferença 
possibilita a elaboração de antifúngicos com menor toxicidade para a célula 
hospedeira, uma vez que estes medicamentos agem em diferentes fases da sín-
tese do ergosterol e ele não está presente nas células dos organismos infectados 
pelos fungos. Drogas antifúngicas como os azóis (Cetoconazol e Miconazol) têm 
como alvo inibir a síntese do ergosterol, enquanto drogas antifúngicas como os 
polienos (Anfotericina B e Nistatina) ligam-se ao ergosterol, ocorrendo a deses-
truturação da membrana.
O núcleo contém o genoma fúngico agrupado em cromossomos lineares 
de dupla fita em hélice. A membrana nuclear possui poros e dentro do núcleo 
encontra-se o nucléolo contendo DNA, RNA e proteínas. O núcleo é o sítio de 
ação de alguns agentes quimioterápicos antifúngicos. A Flucitosina inibe a síntese 
de DNA.
Os ribossomos das células fúngicas têm a mesma função que nas outras célu-
las, a síntese proteica. Formados por duas subunidades, 60S e 40S, constituindo 
uma partícula ribossomal completa de 80S, podem estar aderidos ao retículo en-
doplasmático. O retículo endoplasmático é uma membrana em forma de rede, 
distribuída por toda a célula. O aparelho de Golgi está envolvido no armazena-
mento de substâncias de reserva para a célula fúngica como lipídeos e glicogênio.
Fungos como o Cryptococcus neoformans apresentam uma cápsula de mucopo-
lissacarídeos que dificulta a fagocitose do fungo.
Morfologia Fúngica e Reprodução
Os fungos desenvolvem, em meios de cultura específicos, dois tipos diferentes de 
morfologia: leveduras e forma filamentosa.
As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas. São organismos 
unicelulares onde uma única célula possui funções reprodutivas e vegetativas. São 
esféricas ou ovais, amplamente distribuídas na natureza e reproduzem por brota-
mento (Figura 13). Durante o brotamento a célula parental forma um broto na 
sua superfície externa. Conforme o broto se alonga, o núcleo da célula parental 
se divide e um dos dois núcleos direciona-se para o broto. O material da parede 
celular é sintetizado e o broto se separa da célula parental.
18
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Figura 13 – Brotamento das leveduras
Fonte: Getty Images
Uma única célula de um fungo de levedura pode produzir por brotamento até 
24 células-filhas. Quando os brotos são produzidos e não se separam uns dos ou-
tros, formam uma pequena cadeia de células, como se fosse uma hifa, denomina-
das pseudo-hifas. Durante a reprodução pela fissão binária as células parentais se 
alongam, de modo que os seus núcleos se dividem e as células-filhas se separam, 
formando as leveduras de fissão.
As colônias filamentosas, os bolores, são algodonosas, aveludadas, com várias 
cores. Estes organismos são formados por elementos multicelulares em forma de 
tubos denominados hifas (Figura 14).
Figura 14 – Hifas de Penicillium
Fonte: Wikimedia Commons
19
UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
Os fungos carnosos como os cogumelos possuem corpos denominados talos, 
compostos por filamentos longos, as hifas. Nos fungos filamentosos as hifas pos-
suem paredes denominadas septos, que dividem as hifas em unidades com um único 
núcleo. Essas hifas são chamadas de hifas septadas. Em alguns casos, as hifas não 
possuem septos e formam uma célula longa com vários núcleos, neste caso chama-
das de hifas cenocíticas. As hifas dos fungos filamentosos crescem por alongamento 
das extremidades, sendo possível o crescimento quando um fragmento é quebrado, 
formando novas hifas (Figura 15). 
A porção da hifa que é responsável pela obtenção de alimentos é denominada 
hifa vegetativa e a porção envolvida com a reprodução, que se projeta na superfície 
no local onde está crescendo é chamada de hifa reprodutiva ou aérea.
Figura 15 – Hifas dos fungos filamentosos: (a) hifa septada; (b) hifa cenocítica; (c) crescimento das hifas
Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012, p. 322
Os fungos filamentosos se reproduzem sexuadamente ou assexuadamente pela 
fragmentação de suas hifas – conforme discutimos. Nos dois tipos de reprodução 
ocorre a formação de esporos e estes são utilizados para a identificação dos fungos. 
Os esporos dos fungos podem ser sexuais ou assexuais. Os esporos assexuais são 
formados pelas hifas e quando germinam tornam-se organismos idênticos à célula 
parental. Os esporos sexuais são formados pela fusão de núcleos de linhagens dife-
rentes da mesma espécie do fungo. Ademais, consideremos que os esporos:
• Assexuais são produzidos pelos fungos por mitose e divisão celular, não ocor-
rendo fusão dos núcleos. O conidiósporo ou conídio é um esporo assexual, 
unicelular ou multicelular que não fica armazenado em uma bolsa. Os conídios 
são produzidos a partir de uma estrutura denominada conidióforo (Figura 16a). 
Estes esporos são produzidos pelo fungo Aspergillus. Quando os conídios são 
formados pela fragmentação de uma hifa septada são denominados artroconí-
dios (Figura 16b). Outro tipo de conídio, o blastoconídio, é formado a partir de 
um broto da célula parenteral (Figura 16c). Estes esporos são encontrados em 
fungos como Candida albicans e Cryptococcus. Um clamidoconídeo é um 
esporo de paredes espessas, formado pelo arredondamento no interior da hifa 
(Figura 16d). Outro tipo de esporo assexual é o esporangiósporo formado no 
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interior de uma bolsa, o esporângio, na extremidade de uma área chamada es-
porangióforo (Figura 16e). Estes esporos são produzidos pelo fungo Rhizopus;
Figura 16 – Esporosassexuais característicos
Fonte: Adaptado de TORTORA, 2012, p. 334
• Sexuais resultam da reprodução sexuada através de três etapas:
» 1º – Plasmogamia: um núcleo haploide (1 n) de uma célula doadora penetra 
no citoplasma da célula receptora;
» 2º – Cariogamia: fusão dos dois núcleos (2 n);
» 3º – Meiose: reduz o número de cromossomos (haploides = 1 n).
Alguns fungos exibem duas formas de crescimento e são chamados de fungos di-
mórficos. Estes fungos podem crescer tanto na forma filamentosa quanto na forma 
de leveduras. O dimorfismo dos fungos que causam doenças é dependente de tem-
peratura: a 25° C o fungo apresenta forma filamentosa e a 37° C forma de levedura.
F ungos de Importância Médica
O s zigomicetos são fungos filamentosos saprofíticos com hifas cenocíticas. Como 
exemplo temos o Rhizopus stolonifer, que é o bolor preto do pão. Os esporos 
assexuais são os esporangiósporos dentro dos esporângios. Quando o esporân-
gio se abre, os esporangiósporos se dispersam e se caírem em um meio adequa-
do germinarão, formando um novo fungo. Os esporos sexuais são os zigósporos, 
esporo grande resultante da fusão de núcleos de duas células (Figura 17).
21
UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
Figura 17 – Zigomicetos
Fonte: Getty Images
Os ascomicetos, ou “fungos de saco” incluem fungos com hifas septadas e algu-
mas leveduras – como exemplo, o Aspergillus flavus. Os esporos assexuais são os 
conídios produzidos em longas cadeias a partir do conidióforo e os esporos sexuais 
são os ascósporos, esporos produzidos em forma de saco (asco).
Os basidiomicetos também são formados por hifas septadas e incluem os fun-
gos que produzem os cogumelos. Os esporos assexuais são os basidiósporos, que 
germinam para formar hifas e os esporos sexuais, os basidiósporos são formados 
externamente em um pedestal conhecido como basídio.
Nutrição e Crescimento Fúngico
Vimos que os fungos são organismos eucarióticos. Estes estão amplamente dis-
tribuídos no solo, nos alimentos, na água, nos vegetais, nos animais e humanos. 
São aeróbios obrigatórios e não possuem mecanismos fotossintéticos para obtenção 
de energia.
Os fungos absorvem oxigênio e desprendem anidrido carbônico durante o meta-
bolismo oxidativo. Durante seu processo de respiração celular, oxidam a glicose para 
produção de energia. A nutrição é realizada por absorção de macromoléculas, de 
preferência carboidratos simples como a D-glicose. Necessitam também da água e 
de temperatura adequada para sua sobrevivência. Os fungos de importância médica 
são mesófilos, crescendo entre 20 e 30° C. 
A grande maioria dos fungos tolera alterações de pH, porém, existe um valor de 
pH que é considerado ótimo para o seu crescimento (5,6). Os fungos filamentosos 
podem crescer em ampla faixa de pH, entre 1,5 a 11 e os leveduriformes não tole-
ram pH alcalino.
O crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias. Em culturas, os fungos 
necessitam, em média, de 7 a 15 dias para o crescimento.
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Doenças Causadas por Fungos
Qualquer infecção fúngica é denominada micose. São geralmente infecções crô-
nicas, pois os fungos crescem lentamente. As micoses são classificadas de acordo 
com o tecido e a forma de entrada no hospedeiro – em sistêmica, subcutânea, cutâ-
nea, superficial e oportunista.
As micoses sistêmicas acontecem no interior do corpo, sem restrição de regiões 
específicas, podendo afetar vários órgãos e tecidos. São normalmente causadas por 
fungos que vivem no solo e a inalação dos esporos é a forma de transmissão. Ge-
ralmente, iniciam-se nos pulmões e se difundem para os outros órgãos – exemplos, 
Histoplasmose e Coccidioidomicose.
As micoses subcutâneas são infecções localizadas abaixo da pele, causadas por 
fungos que vivem no solo e vegetação. A infecção ocorre quando os esporos se im-
plantam através de uma perfuração da pele – exemplo, esporotricose adquirida por 
fazendeiros ou jardineiros.
Os fungos que infectam cabelo, epiderme e unhas são chamados de dermatófitos 
e suas infecções são as micoses cutâneas. Degradam a queratina presente nesses 
locais pela enzima queratinase. Esta infecção é transmitida de forma direta entre hu-
manos ou animais. Os fungos que ficam localizados nos fios de cabelo e na superfície 
da pele provocam as micoses superficiais e são mais comuns em climas tropicais.
A s micoses oportunistas são causadas por patógenos oportunistas que nor-
malmente são inofensivos, porém, quando o hospedeiro se encontra debilitado ou 
traumatizado, podem causar infecções. Estes tipos de micoses acontecem quando 
indivíduos fazem uso de antibióticos, com o sistema imune debilitado por drogas ou 
indivíduos com doença pulmonar.
Para encerrar este assunto uniremos os conceitos aprendidos entre vírus e infecções oportu-
nistas na leitura do artigo disponível em: https://bit.ly/3jnXaT7
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UNIDADE Características Gerais dos Fungos e Vírus
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Reprodução do bacteriófago – diversidade dos seres vivos – Biologia
https://youtu.be/DU2CXTjsgXQ
Ciclo lisogênico dos bacteriófagos – diversidade dos seres vivos – Biologia
https://youtu.be/BDoTgK0unKc
Reprodução do vírus da gripe – diversidade dos seres vivos – Biologia
https://youtu.be/iySbOcEvpqI
 Leitura
Aids: etiologia, clínica, diagnóstico e tratamento
https://bit.ly/3jnXaT7
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Referências
TORTORA, G. J.; CASE, C. L.; FUNKE, B. R. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre, 
RS: Artmed, 2012.
TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM, F. Microbiologia. 3. ed. São Paulo: Atheneu, 2008.
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