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Trabalho de Microbiologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS
JUSSARA FERREIRA MESQUITA
 TRABALHO DE MICROBIOLOGIA
ALFENAS/MG
2019
JUSSARA FERREIRA MESQUITA
TRABALHO DE MICROBIOLOGIA
FUNGOS E VÍRUS
PROFESSOR: THIAGO CORRÊA DE SOUZA
ALFENAS/MG
2019
INTRODUÇÃO
A microbiologia é o ramo da Biologia que estuda os microrganismos.Os microrganismos são seres 
vivos de tamanho pequeno, cujas dimensões não permitem que sejam observados a olho nu pelo 
homem. Assim, eles só podem ser visualizados através do microscópio.
A palavra microbiologia, deriva da combinação das palavras gregas mikros, “pequeno”, bios e logos
“estudo da vida”. Dessa forma, o estudo da microbiologia abrange a identificação, forma, modo de 
vida, fisiologia e metabolismo dos microrganismos, além das suas relações com o meio ambiente e 
outras espécies.
De modo geral, os microrganismos contribuem na fertilização do solo, reciclagem de substâncias e 
participam de ciclos biogeoquímicos. Ainda podem ser usados na fabricação de produtos como 
iogurte, vinhos, queijos, vinagres e pães.
Existem ainda os microrganismos patogênicos que causam doenças em seres humanos, animais e 
plantas.
Os principais grupos de microrganismos são: vírus, bactérias, protozoários, algas e fungos.
Abordaremos neste trabalho apenas dois grupos destes, que são os fungos e os vírus.
Fungos
Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, eucariontes e 
heterótrofos. Eles fazem parte do Reino Fungi. 
Os fungos possuem diversos tipos de habitat visto que são encontrados no solo, na água, nos 
vegetais, nos animais, no homem e nos detritos em geral. Diante do grande número de espécies, 
cerca de 1,5 milhão, os fungos são utilizados para diferentes fins, como na produção de 
medicamentos e até mesmo na produção de queijos. O cogumelo é um tipo de fungo que é muito 
apreciado na culinária, sendo fonte de proteínas. 
Alguns fungos podem ser patogênicos. Entre as doenças relacionadas com fungos estão: micoses, 
sapinho, candidíase e histoplasmose.
Vírus
Os vírus são organismos microscópicos que não possuem células. Por isso, são considerados 
parasitas intracelulares.
Os vírus só conseguem realizar suas atividades vitais dentro de outra célula viva.
Alguns vírus são patogênicos e causam doenças ao homem. Alguns exemplos são: gripe, sarampo,
febre amarela, meningite, caxumba, hepatite, aids e varíola. 
FUNGOS
A célula fúngica é constituída pelos principais componentes encontrados nos organismos 
eucarióticos. Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, 
eucariontes e heterótrofos. Os fungos podem ser encontrados em vegetais, animais, no homem, na 
água, em detritos e abundância no solo, participando ativamente do ciclos dos alimentos da 
natureza. A dispersão dos fungos na natureza é feita por várias vias: animais, homens, insetos, água 
e ar.
Os fungos fazem parte do Reino Fungi. Eles são quimio-heterotróficos e adquirem alimentos por 
absorção. Com exceção das leveduras, os fungos são multicelulares. A maioria se reproduz através 
de esporos sexuados ou assexuados.
A Micologia é o ramo da microbiologia que estuda o grupo dos fungos.
Ao longo dos últimos anos, a incidência de infecções importantes causadas por fungos tem 
aumentado. Essas infecções estão ocorrendo como infecções hospitalares e em indivíduos com o 
sistema imunológico comprometidos. Além disso milhares de doenças causados por fungos afetam 
plantas economicamente importantes, custando anualmente, mais de bilhão de dólares.
Os fungos também são benéficos, são, importantes na cadeia alimentar porque decompõe vegetais 
mortos e por isso reciclam elementos vitais. Pelo uso de enzimas extracelulares como as celulases 
os fungos são os principais decompositores de partes duras das plantas, que não podem ser digeridas
pelos animais. Quase todas as plantas de simbiose com fungos, conhecidas como micorrizas, que 
ajudam as plantas a absorverem minerais e água do solo. Funcionam como raízes secundárias que 
estendem a área da superfície por meio do qual a planta pode absorver nutrientes.
MODO DE VIDA
Sapróbio: São fungos que obtém sua alimentação através da decomposição de organismos mortos.
Parasita: Os fungos parasitas se instala em outros tecidos vivos e se alimentam de seus nutrientes.
Simbionte:
Líquen: É o evento que ocorre o mutualismo entre a alga (autrófica) e o fungo (heterotrófico).
ALIMENTAÇÃO
Algumas formigas cultivam fungos(alimento) levando folhas de plantas, onde elas quebram a 
celulose e a lignina presentes nas plantas possibilitando sua digestão. Os fungos são utilizados pelos
homens como alimentos (cogumelos), na produção de comidas (pão e ácido cítrico) e nas drogas 
(álcool e penicilina). Das mais de 100 mil espécies conhecidas de fungos, apenas 200 são 
patogênicas aos humanos e aos animais.
Cogumelos: Os cogumelos mais utilizados com fonte de alimentos são o Shitake, Shimeji, 
Castanho, Portobelho, Porcini, Paris-Champignon.
Fermento Biológico: Alguns fungos estão sendo utilizados na fermentação de queijos e bebidas.
Os fungos também são utilizados entre outras áreas como por exemplos:
• Controle Biológicos de insetos.
Agentes de decomposição.
• Decompositores de celulose e lignina.
• Produção de esteroides.
• Tratamento de resíduos.
• Entre outras áreas.
Obs. Os fungos também podem produzir reguladores de crescimento vegetal como ácido giberélico.
CARACTERÍSTICAS DOS FUNGOS
Todos os fungos são quimio-heterotróficos, necessitando de componentes orgânicos para energia e 
carbono. Os fungos são anaeróbicos ou anaeróbicos facultativos, somente alguns fungos 
anaeróbicos são conhecidos.
Os fungos multicelulares são identificados considerando sua aparência física, incluindo 
características da colônia e dos esporos reprodutivos.
ESTRUTURAS VEGETATIVAS
As colônias dos fungos são descritas como estruturas vegetativas porque são compostas de células 
envolvidas no catabolismo e no crescimento. Os fungos podem desenvolver -se em meios de 
cultivos especias (substrato) formando colônias de dois tipos: leveduriformes e filamentosos ou 
bolores.
✔ Organismos unicelulares- leveduras.
✔ Organismos pluricelulares- filamentosos e bolores.
✔ Organismos que se agregam, formando estruturas corpulentas cogumelos.
✔ E a maioria é saprófita obtendo nutriente da decomposição da matéria morta.
MORFOLOGIA
Morfologicamente os fungos podem ser classificados estruturalmente:
• Leveduriformes
• Filamentosos
• Dimórficos
LEVEDURAS
As leveduras são fungos unicelulares, não filamentosos, esféricas ou ovais. São frequentemente 
encontradas como um pó branco cobrindo frutas e folhas. As leveduras de brotamento, como a 
Saccharomyces, dividem-se formando células desiguais.
No brotamento, a célula parental forma uma protuberância (broto) se desenvolve, o núcleo da célula
parental se divide, e um dos núcleos migra para o broto. O material da parede celular é então 
sintetizado entre o broto e a célula parental, e o broto acaba se separando da célula parental.
Algumas leveduras produzem brotos que não se separam uns dos outros, esses brotos formam uma 
pequena cadeia de células chamadas de pseudo-hifa.
As leveduras de fissão, dividem-se produzindo duas novas células iguais. Durante a fissão binária, 
as células parentais se alongam, seus núcleos se dividem, e duas células filhas são produzidas. O 
aumento do número de células de leveduras em meio sólido produz uma colônia similar as colônias
de origem bacteriana. As leveduras são capazes de crescimento anaeróbico facultativo. Podem 
utilizar oxigênio ou um componente orgânico, com aceptor final de elétrons. Esse é atributo valioso,
pois permite que esse fungos sobrevivam em vários ambientes. Se houver acesso ao oxigênio, as 
leveduras respiram aerobicamente para metabolizar, hidratos de carbono formando dióxido de 
carbono e água, na ausência de oxigênio ela fermentam os hidratos de carbono. Essa fermentação é 
utilizada na fabricação de cerveja, do vinho e nos processos depanificação.
FUNGOS FILAMENTOSOS OU FUNGOS CARNOSOS OU BOLORES
Os fungos filamentosos ou fungos carnosos ou bolores são fungos multicelulares, o talo (corpo) de 
um fungo filamentoso consiste em filamentos longos de células conectadas. Esses filamentos são 
denominados hifas.
As hifas podem crescer até imensas proporções.
Na maioria dos fungos filamentosos as hifas contém paredes cruzadas denominadas septos, que se 
dividem as hifas em distintas unidades celulares uninucleadas (único núcleo). Essas hifas são 
chamadas d hifas septadas. Em algumas pocas classes de fungos, as hifas não contêm septos e se 
apresentam com células longas e continuas com muitos núcleos. Elas são chamadas de hifas 
cenocíticas. Mesmo nos fungos com hifas septadas, geralmente há abertura nos septos que fazem 
com que o citoplasma de “células” adjacentes seja continuo: Esses fungos também são, na verdade, 
organismos cenocíticos. A porção de uma hifa que obtém nutrientes é chamada de hifa vegetativa: a 
porção envolvida com a reprodução é a hifa reprodutiva ou aérea, assim chamada porque se projeta 
acima da superfície sobre o qual o fungo está crescendo.
Quando as condições ambientais são favoráveis, as hifas crescem formando uma massa filamentosa 
chamada de micélio, que é visível a olho nu.
Figura 1:
Figura 2:
FUNGOS DIMÓRFICOS
Alguns fungos, mais notadamente as espécies patogênicas, exibem dimorfismo duas formas de
crescimento. Tais fungos podem crescer tanto na forma de fungos filamentosos quanto na forma de
levedura. A forma de fungo filamentoso produz hifas aéreas e vegetativas; a forma de levedura se
reproduz por brotamento. O dimorfismo nos fungos patogênicos é dependente de temperatura: a
37°C, o fungo apresenta forma de levedura; a 25°C, de fungo filamentoso.
Figura 3:
CICLO DE VIDA
Os fungos filamentosos reproduzem-se assexuadamente pela fragmentação de suas hifas. A
reprodução sexuada e assexuada em fungos ocorre pela formação de esporos. Além disso, tanto a
reprodução sexuada quanto a reprodução assexuada ocorrem pela formação de esporos. De fato, os
fungos são normalmente identificados pelo tipo de esporos.
Os endósporos de bactérias permite que as células bacteriana sobrevivam a condições ambientais
adversas. Uma única célula bacteriana vegetativa forma um endosporo, que germina para produzir
uma única célula bacteriana vegetativa. Esse processo não é reprodução, porque o número total de
células não aumenta. Entretanto, após um fungos filamentosos formar um esporo, este se separa da
célula parental e germina, originando um novo fungo filamentoso. Os esporos são formados a partir
das hifas aéreas de diferentes maneiras, dependendo da espécie. Estes esporos podem ser sexuais ou
assexuais. Os esporos assexuais são formados pelas hifas de um organismo. Quando esses esporos
germinam, tornam-se organismos geneticamente idênticos ao parental. Os esporos sexuais resultam
da fusão de núcleos de tipos linhagens opostas de cruzamento de uma mesma espécie do fungo. Os
fungos produzem esporos sexuais com menos frequência que os esporos assexuais.
Esporos Assexuais: Os esporos assexuais são produzidos pelos fungos por mitose e subsequente
divisão celular. Vários tipos de esporos assexuais são produzidos pelos fungos. Um deles é o
conidiósporo ou conídio que é um esporo unicelular ou multicelular que não é armazenado em uma
bolsa. Estes são produzidos em cadeias na extremidade do conidióforo. Tais esporos são produzidos
por Aspergillus. Um outro tipo de conídios formados pela fragmentação de uma hifa septada em
células únicas, levemente espessas, são denominadas artrósporo. Outro tipo de conídiosporo é o
blastoconídio que consiste em um broto originado de uma célula parental, sendo produzido pelas
leveduras Candida albicans e Cryptococcus. Um clamidósporo é um esporo de paredes espessas,
formado pelo arredondamento e alargamento no interior de um segmento de hifa. Estes são
produzidos pela levedura C. Albicans. Um terceiro tipo de esporo assexual é o esporangiósporo,
formado no interior de um esporângio, ou bolsa, na extremidade de uma hifa aérea denominada
esporangióforo. 
Figura 4: Esporos Assexuais
Figura 5:
Esporos Sexuais: Um esporo sexual de fungo resulta da reprodução sexuada, que consiste de três
etapas
•Plasmogamia: onde o núcleo haplóide de uma célula doadora penetra no citoplasma da célula
receptora.
•Cariogamia: onde os núcleos se fundem para formar um núcleo zigoto diplóide.
•Meiose: onde o núcleo diplóide origina um núcleo haplóide (esporos sexuais) dos quais alguns
podem ser recombinantes genéticos.
Os esporos sexuais produzidos pelos fungos caracterizam os filos. Em laboratórios os fungos
apresentam esporos assexuais e a identificação clínica é baseada no exame microscópico dos
esporos assexuais.
Figura 6: Ciclo de vida sexuada e assexuada.
ADAPTAÇÕES NUTRICIONAIS
Os fungos são geralmente adaptados para viverem em ambientes que poderiam ser agressivo às
bactérias, ou seja, onde teriam uma certa dificuldade de permanência por falta dos “nutrientes”
adequados e adaptação. Os fungos são quimio-heterotróficos, por serem quimio-heterotróficos eles
não ingerem nutrientes, os fungos tem como característica absorver os nutrientes, diferente dos
animais.
Segue abaixo as características nutricionais e ambientais que favorecem aos fungos:
•Crescem melhor em ambientes com o pH próximo a 5, devido ao grau do pH, este ambiente é
muito ácido, impedindo o crescimento de microrganismos comuns.
•Quase todos os fungos são aeróbicos. A maioria das leveduras são anaeróbica facultativa. 
•Boa parte dos fungos são resistentes a pressão osmótica, podem crescer em concentrações altas de
açúcar e sal.
•Pode crescer em substâncias que tenham baixo grau de umidade.
•Necessitam de menos nitrogênio para o crescimento.
•São capazes de metabolizar carboidratos complexos.
Essas características é que permite aos fungos desenvolver-se em lugares diverso, tal qual como;
parede de banheiro, jornais velhos, couro de sapato, etc…
FILOS DE FUNGOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA
Zigomiceto
Os zigomicetos, ou fungos de conjugação, são fungos filamentosos saprofíticos que apresentam 
hifas cenocíticas. Um exemplo é o Rhizopus nigricans, o conhecido mofo preto do pão. Os esporos 
assexuais do Rhizopus são esporangiósporos. Os esporangiósporos pretos dentro do esporângio 
conferem ao Rhizopus seu nome comum. Quando o esporângio se abre, os esporangiósporos se 
dispersam. Se eles caírem em um meio adequado, irão germinar originando um novo fungo. Os 
esporos sexuais são zigósporos. Um zigósporo é um esporo grande no interior de uma parede 
espessa. Esse tipo de esporo resulta da fusão de núcleos de duas células que são morfologicamente 
similares.
Ascomiceto
Os ascomicetos, ou “fungos de saco”, incluem fungos com hifas septadas e algumas leveduras. Seus
esporos assexuais normalmente são conídios produzidos em longas cadeias a partir do conidióforo. 
O termo conídio significa pó, e esses esporos são facilmente liberados da cadeia formada no 
conidióforo ao menor contato e flutuam no ar como poeira. Um ascósporo se origina da fusão do 
núcleo de duas células que podem ser morfologicamente similares ou diferentes. Esses esporos são 
produzidos em uma estrutura em forma de saco conhecida como asco. Os membros deste filo são 
chamados de “fungos de saco” por causa dos ascos.
Basidiomiceto
Os basidiomicetos também possuem hifas septadas. Esse filo inclui fungos que produzem 
cogumelos. Os basidiósporos são formados externamente em um pedestal conhecido como basídio. 
(O nome comum do fungo é derivado da forma de clava do basídio.) Existem normalmente quatro 
basidiósporos por basídio. Alguns dos basidiomicetos produzem conidiósporos assexuais. Os 
fungos que apresentamos até agora são teleomorfos, isto é, eles produzem esporos sexuais e 
assexuais. Alguns ascomicetos perderam a capacidade de se reproduzir sexuadamente. Esses fungos
assexuais são chamadosde anamorfos. Penicillium é um exemplo de um anamorfo que surgiu da 
mutação em um teleomorfo.Historicamente, os fungos cujo ciclo sexual ainda não havia sido 
observado eram colocados em uma “categoria de espera” denominada Deuteromiceto. Atualmente, 
os micologistas estão usando o sequenciamento de rRNA para classificar esses organismos. Muitos 
dos que foram previamente classificados como deuteromicetos são fases anamórficas dos 
ascomicetos, e alguns são basidiomicetos.
DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS
Qualquer infecção de origem fúngica é chamada de micose. As micoses geralmente são infecções 
crônicas (de longa duração) porque os fungos crescem lentamente. As micoses são classificadas em 
cinco grupos de acordo com o grau de envolvimento no tecido e o modo de entrada no hospedeiro: 
sistêmica, subcutânea, cutânea, superficial ou oportunista. Consequentemente, as drogas que afetam
as células fúngicas também podem afetar as células animais. Esse fato torna difícil o tratamento das 
infecções fúngicas em humanos e em outros animais.
Micoses sistêmicas são infecções fúngicas profundas no interior do corpo. Não são restritas a 
nenhuma região particular, mas podem afetar vários tecidos e órgãos. As micoses sistêmicas 
normalmente são causadas por fungos que vivem no solo. A inalação dos esporos é a rota da 
transmissão; essas infecções em geral se iniciam nos pulmões e se difundem para outros tecidos do 
corpo. Elas não são contagiosas entre animais e humanos ou entre indivíduos. Exemplo: 
histoplasmose e coccidioidomicose.
Micoses subcutâneas são infecções fúngicas localizadas abaixo da pele causadas por fungos
saprofíticos que vivem no solo e na vegetação. A esporotricose é uma infecção subcutânea adquirida
por jardineiros e fazendeiros. A infecção ocorre por implantação direta dos esporos ou de fragmentos
de micélio em uma perfuração na pele.
Os fungos que infectam apenas a epiderme, o cabelo e as unhas são chamados de dermatófitos, e
suas infecções são chamadas de dermatomicoses ou micoses cutâneas.Os dermatófitos secretam
queratinase, uma enzima que degrada a queratina, uma proteína encontrada no cabelo, na pele e nas
unhas. A infecção é transmitida entre humanos ou entre animal. Em humanos por contato direto ou
contato com fios e células epidérmicas infectadas (como tesoura de cabeleireiro ou pisos de
banheiros).
Micoses Superficiais: são fungos que estão localizados ao longo dos fios de cabelos e em células
epidérmicas superficiais. Essas infecções são prevalentes em climas tropicais. 
Um patógeno oportunista geralmente é inofensivo em seu habitat normal, mas pode se tornar
patogênico em um hospedeiro que se encontra debilitado ou traumatizado como em indivíduos sob
tratamento com antibióticos de amplo espectro, indivíduos cujo sistema imune esteja suprimido por
drogas ou por distúrbios, ou aqueles que tenham alguma doença pulmonar.
As infecções por leveduras, ou candidíase, são frequentemente causada pela Candida albicans e
pode ocorrer como candidíase vulvovaginal ou thrush, uma candidíase mucocutânea. A candidíase
ocorre frequentemente em recém-nascidos, pacientes com AIDS e indivíduos em tratamento com
antibióticos de amplo espectro.
Alguns fungos podem causar doenças por meio de produção de toxinas.
VÍRUS
A questão de os vírus serem organismos vivos ou não tem uma resposta ambígua resposta .
A vida pode ser definida como um conjunto complexo de processos resultantes da ação de proteínas
codificadas por ácidos nucleicos. Os ácidos nucleicos das células vivas estão em atividade o tempo
todo. Como são inertes fora das células vivas, os vírus não são considerados organismos vivos. No
entanto, quando um vírus penetra uma célula hospedeira, o ácido nucleico viral torna-se ativo,
ocorrendo a multiplicação viral. Sob esse ponto de vista, os vírus estão vivos quando se multiplicam
dentro da célula hospedeira. Do ponto d e vista clínico, os vírus podem ser considerados vivos por
serem capazes de causar infecção e doença, assim como bactérias, fungos e protozoários
patogênicos. Dependendo do ponto de vista, um vírus pode ser considerado um agregado
excepcionalmente complexo de elementos químicos ou um microrganismo muito simples. 
Como então definimos um vírus? Originalmente, os vírus foram diferenciados de outros agentes
infecciosos por serem muito pequenos (filtráveis) e por serem parasitas intracelulares obrigatórios
– ou seja, requerem células hospedeiras vivas para se multiplicarem. Entretanto, essas duas
propriedades são compartilhadas por determinadas bactérias pequenas como algumas riquétsias.
Sabe-se agora que as características que realmente distinguem os vírus estão relacionadas a sua
organização estrutural simples e aos mecanismos de multiplicação. Dessa forma, os vírus são
entidades que: 
• Contêm um único tipo de ácido nucleico, DNA ou RNA. 
• Contêm um invólucro proteico (às vezes recoberto por um envelope de lipídeos, proteínas e
carboidratos) que envolve o ácido nucleico. 
• Multiplicam-se no interior de células vivas utilizando a maquinaria de síntese celular. 
• Induzem a síntese de estruturas especializadas na transferência do ácido nucleico viral para
outras células. 
Os vírus possuem poucas ou mesmo nenhuma enzima própria para seu metabolismo. Por exemplo,
não possuem enzimas para a síntese proteica e a geração de ATP. Os vírus devem se apossar da
maquinaria metabólica da célula hospedeira para sua multiplicação. 
ESPECTRO DE HOSPEDEIROS 
Existem vírus que infectam invertebrados, vertebrados, plantas, protistas, fungos e bactérias.
Contudo, a maioria dos vírus infecta tipos específicos de células de uma única espécie de
hospedeiro. O vírus que infecta bactérias são chamados de bacteriófagos ou fagos.
Para alguns bacteriófagos, o recpetor faz parte da parede celular do hospedeiro: em outros casos,
fase parte das fímbrias ou dos flagelos. No caso dos vírus animais, os receptores estão na membrana
plasmática da célula hospedeira.
A possibilidade de se usar vírus no tratamento de doenças é intrigante, devido a seu espectro restrito
de hospedeiros e sua capacidadede matar as células hospedeiras.
TAMANHO DOS VÍRUS
O tamanho viralé determinado com o auxílio do microscópio eletrônico. Diferentes vírus variam
consideravelmente em tamanhos. Apesar da maioria ser menos que as bactérias, alguns dos maiores
vírus (como o vírus da vacina) são praticamente do mesmo tamanho de algumas bactérias muito
pequenas ( como o micoplasmas, as riquétsias e as clamídias). O comprimento dos vírus varia de 20
a 1.000 nm. Na figura 7 são mostrados, comparativamente, os tamanhos de alguns vírus e bactérias.
Um vírion é uma particula viral completa, totalmente formada e infecciosa, composta por um ácido
núcleico envolto por uma cobertura protéica que o protege do meio ambiente e serve como veículo
na transmissão de uma célula hospedeira para outra. Os vírus são classificados de acordo cm as
diferenças na estrutura desse envoltórios.
ÁCIDO NUCLÉICO 
Ao contrário das células procarióticas e eucarióticas, nas quais o DNA é se sempre o material
genético principal (o RNA possui um papel auxiliar), os vírus podem possuir tanto DNA como
RNA, mas nunca ambos. O ácido nucleico dos vírus pode ser de fita simples ou dupla. Assim,
existem vírus com DNA de fita dupla, DNA de fita simples, RNA de fita dupla e RNA de fita
simples. 
CAPSÍDEO E ENVELOPE 
O ácido nucleico dos vírus é protegido por um envoltório proteico chamado de capsídeo. A estrutura
do capsídeo é determinada basicamente pelo genoma viral e constitui a maior parte da massa viral,
especialmente em partículas pequenas. Cada capsídeo é composto por subunidades proteicas
chamadas de capsômeros. Em alguns vírus, as proteínas que compõem os capsômeros são de um
único tipo; em outros, vários tipos de proteínas podem estar presentes. Os capsômetro em geral são
visíveis nas microfotografias eletrônicas.A organização dos capsômeros é característica para cada
tipo de vírus. 
Em alguns vírus, o capsídeo é coberto por um envelope, que normalmente consiste em uma
combinação de lipídeos, proteínas e carboidratos. Alguns vírus animais são liberados da célula
hospedeira por um processo de extrusão, no qual a partícula é envolvida por uma camada de
membrana plasmática celular que passa a constituir o envelope viral. Em muitos casos, o envelope
contém proteínas codificadas pelo genoma viral com materiais derivados de componentes normais d
a célula hospedeira. Dependendo do vírus, os envelopes podem ou não apresentar espículas,
constituídas por complexos carboidratos-proteína que se projetam da superfície do envelope. Os
vírus cujos capsídeos não esta o coberto por um envelope são sonhe sidos como vírus não
envelopados. Nesse caso, o capsídeo protege o ácido nucleico viral do ataque das nucleases
presentes nos fluidos biológicos e promove a ligação da partícula às células suscetíveis. 
MORFOLOGIA GERAL 
Os vírus podem ser classificados em vários tipos morfológicos diferentes, com base na arquitetura
do capsídeo. A estrutura do capsídeo tem sido elucidada por microscopia eletrônica e uma técnica
conhecida como cristalografia de raios-X. 
Vírus Helicoidais 
Os vírus helicoidais lembram bastões longos, que podem ser rígidos ou flexvíeis. O genoma viral
está no interior de um capsídeo cilíndrico e oco com estrutura helicoidal. Os vírus que causam raiva
e febre hemorrágica são helicoidais. 
Vírus Poliédricos
 
Muitos vírus animais, vegetais e bacterianos são poliédricos. O capsídeo da maioria dos vírus
poliédricos tem a forma de um icosaedro, um poliedro regular com 20 faces triangulares e 12
vértices. Os capsômeros de cada face formam um triângulo equilátero.O adenovírus é um exemplo
de um vírus poliédrico com a forma de um icosaedro.O poliovírus também é icosaédrico. 
Vírus Envelopados 
Como mencionado anteriormente, o capsídeo de alguns vírus é coberto por um envelope. Os vírus
envelopados são relativamente esféricos. Os vírus helicoidais e os poliédricos envoltos por um
envelope são denominados vírus helicoidais envelopados ou vírus poliédricos envelopados. Um
exemplo de vírus helicoidal envelopado é o vírus influenza. O vírus do herpes (gênero
Simplexvirus) é um exemplo de vírus poliédrico (icosaédrico) envelopado.
 
Vírus Complexos 
Alguns vírus, particularmente os vírus bacterianos, possuem estruturas complicadas e são
denominados vírus complexos. Um bacteriófago é um exemplo de um vírus complexo.Alguns
bacteriófagos possuem capsídeos com estruturas adicionais aderidas. Os poxvírus são outro
exemplo de vírus complexos que não possuem capsídeos claramente definidos, mas apresentam
várias coberturas ao redor do genoma viral .
TAXONOMIA DOS VÍRUS
A taxonomia dos vírus é bastante complexa devido às particularidades das partículas virais e a
difícil identifi cação de características de similaridade. Existe desde 1966 um comitê internacional
de taxonomia de vírus (CITV) que periodicamente trabalha na inclusão e agrupamento dos vírus.
Quando novas técnicas de caracterização de vírus são desenvolvidas e estabelecidas na comunidade
cientifi ca, novos grupamentos podem surgir. A classifi cação mais antiga dos vírus é baseada na
sintomatologia. Esse sistema não é aceitável cientifi camente, porque o mesmo vírus pode causar
mais do que uma doença. Além disso, esse sistema agrupa artifi cialmente vírus que não infectam
seres humanos. Os virologistas atualmente têm agrupado os vírus em famílias baseado: (1) no tipo
de ácido nucléico, (2) no modo de replicação e (3) na morfologia. O sufi xo-vírus é usado para os
gêneros enquanto as famílias recebem o sufi xo-viridae; a nomenclatura das ordens termina em
--ales. No uso formal, os nomes das famílias e dos gêneros são utilizados da seguinte maneira:
Família Herpesviridae, gênero Simplexvirus, vírus do herpes humano tipo 2. Uma espécie viral
compreende um grupo de vírus que compartilham a mesma informação genética e o mesmo nicho
ecológico (espectro de hospedeiros). Epítopos específi cos não são usados. Dessa forma, as espécies
virais são designadas por nomes descritivos vulgares, por exemplo,vírus da imunodefiencia humana
(HIV) e, as subespécies (se existerem), são designadas com numeros (HIV-1).
ISOLAMENTO, CULTIVO E IDENTIFICAÇÃO DE VÍRUS
O fato de os vírus não poderem se multiplicar fora de uma célula viva complica a sua detecção, a
contagem e a identificação. Os vírus não se desenvolvem em meios de cultivo com composição
química simples, necessitam da presença de células vivas.
CULTIVO DE VÍRUS BACTERIÓFAGOS EM LABORATÓRIO 
Os bacteriófagos podem replicar tanto em culturas bacterianas em meio líquido em suspensão ou,
em meio semi-sólido. O meio semi-sólido torna possível o uso do método da placa de lise para a
detecção e contagem das partículas virais. Mistura-se uma amostra de bacteriófagos com as
bactérias em agar fundido. A mistura é, então, colocada em uma placa de Petri contendo uma
camada de meio de cultivo com agar solidifi cado. A mistura vírus-bactéria se solidifi ca, formando
uma camada com a espessura aproximada de uma célula bacteriana. Todos os vírus infectam uma
bactéria, multiplica-se e libera várias centenas de novos vírus que infectarão as bactérias vizinhas
que, por sua vez, produzirão novos vírus. Depois de vários ciclos de replicação viral, são destruídas
todas as bactérias nas proximidades do vírus original. Isso produz um determinado número de zonas
claras ou placas de lise, visíveis contra uma camada de bactérias que se desenvolvem na superfície
do agar. Enquanto as placas de lise se formam, as bactérias 8 não-infectadas, em outras regiões da
cultura, continuam proliferando e produzem um fundo túrbido. Cada placa de lise corresponde,
teoricamente, a uma única partícula viral da suspensão original. Logo, a concentração das
suspensões virais, medida pelo número de placas de lise formadas, é, geralmente, dada em unidades
formadoras de placas (UFP). 
O CULTIVO DE VÍRUS ANIMAIS EM LABORATÓRIO
O cultivo de um determinado vírus animal é limitado pela necessidade de um tecido vivo em que as
células possuam receptores apropriados, e que sejam suscetíveis à replicação dos vírus após a
penetração no citoplasma. Inicialmente dispunha-se apenas de animais de experimentação em que
se conseguia obter a multiplicação dos vírus. Em laboratório três métodos são, comumente, usados
para o cultivo de vírus animais. Esses métodos envolvem o uso de animais, ovos embrionados ou
culturas celulares.
Em Animais
Alguns vírus só podem ser cultivados em nimais vivos com camundongos, coelhos e cobaias. A
maioria dos experimentos para estudar a respostas imunológica contra infecções virais também é
realizada em animais infectados com vírus. A inoculação de animais pode ser usada como
procedimento diafnóstico na identificação e no isolamento do vírus a partir de amostras clínicas.
Depois de ser inoculado com a amostra, o animal é observado quanto ao aparecimento de sinais da
doença ou é sacrificado e seus tecidos são analisados à procura de partículas virais.
Alguns vírus humanos não se multiplicam em animais ou se multiplicam, mas não causam doença.
Em Ovos Embrionários
O ovo embrionado constitui uma forma de hospedeiro conveniente e não-dispendiosa para o cultivo
de muitos vírus animais. A casca do ovo é perfurada, em suspensão viral ou tecido suspeito de
conter vírus é injetado. O vírus é injetado próximo a menbrana mais adequada para seu
densevolvimento. O densevolvimento viral se manisfesta-se pela morte do embrião, poe danos nas
células embrionárias, ou pela formação de pústulas típicas ou lesões nas menbranas. Esse método,
que já foi mais amplamente utilizado para o isolamento e cultivo de vírus, ainda é usado na
produção de vírus para algumas vacinas.
Em Cultura deCélulas
As culturas de células têm substituído os ovos embrionados como meio de cultivo preferido por
muitos vírus.As culturas de células consistem de células que se dividem em meio de cultivo no
laboratório. A obtenção de uma linhagem celular inicia-se pelo tratamento enzimático de
fragmentos de tecidos de animal para separar as células. As células separadas são suspensas em uma
solução com pressão osmótica,nutrientes e fatores de crescimento adequados para seu
desenvolvimento. As células normais tendem a aderir ao vidro ou ao plástico do recipiente se
reproduzem formando uma monocamada. A infeção viral dessa monocamada causa, às vezes , a sua
destruição à medida que o vírus se multiplica. Essa destruiçãoé chamada de efeito citopático (EC).
O EC pode ser detectado e contado da mesm forma que as placas de lise formadas pela infecção de
uma camada de bactérias, por bacteriófagos.
IDENTIFICAÇÃO VIRAL
A identifi cação de um isolado viral não é uma tarefa fácil. Para começar, os vírus só podem ser
visualizados por meio do uso do microscópio eletrônico. Os métodos sorológicos, como o ELISA e
o Western blotting, são os métodos de identifi cação mais comumente usados. Nesses testes o vírus
é detectado e identifi cado por sua reação com anticorpos. A observação dos efeitos citopáticos dos
vírus nas células hospedeiras, também é útil na identifi cação dos vírus. 
Os virologistas usam os métodos moleculares modernos como as análises do polimorfi smo de
tamanho de fragmentos de restrição (RFLPs) e a reação em cadeia da polimerase (PCR) na identifi-
cação e na caracterização dos vírus. A RT-PCR é utilizada para a identifi cação de vírus RNA.
MULTIPLICAÇÃO VIRAL
O ácido nucléico do vírus possui poucos genes necessários para a síntese de novos vírus. Entre
esses, estão os genes que codifi cam componentes estruturais, como as proteínas do capsídeo e
genes que codifi cam algumas das enzimas usadas no ciclo de replicação viral. Essas enzimas são
sintetizadas e funcionam somente quando o vírus está dentro da célula hospedeira. As enzimas
virais estão quase que exclusivamente envolvidas na replicação e no processamento do ácido
nucléico viral. As enzimas necessárias para a síntese protéica, os ribossomos, o tRNA e a energía
são fornecidos pela célula hospedeira e são usados na síntese de proteínas e enzimas virais Assim,
para que um vírus se multiplique, de precisa invadir a célula hospedeira e tomar conta da sua
maquinaria metabólica. Um único vírion pode originar, em uma única célula hospedeira, desde
alguns até milhares de partículas virais seme¬lhantes. Esse processo pode alterar drasticamente a
célula hospedeira, podendo até mesmo causar sua disfunção e morte.
Multiplicação De Bacteriófagos
Embora possa variar a maneira pela qual um vírus penetra e se replica dentro da célula hospedeira,
o mecanismo básico é muito semelhante para todos os vírus. O ciclo melhor conhecido é o dos
bacteriófagos. Os fagos podem se replicarem por dois mecanismos alternativos: o ciclo lítico ou o
ciclo lisogênico. O ciclo lítico termina com a lise e a morte da célula hospedeira enquanto que no
ciclo lisogênico a célula permanece viva. 
Ciclo Lítico 
oS vírions dos bacteriófagos T- pares são grandes, complexos e não-envelopados, com uma
estrutura característica de cabeça e cauda, possuem a capacidade de infectar a bactéria E. coli. O
tamanho de seu DNA é somente cerca de 6% do da E. coli, apesar de ser sufi ciente para codifi car
mais de 100 genes. O ciclo de replicação desses e dos demais vírus ocorre em cinco estágios
distintos: ancoragem ou aderência, penetração, biossíntese, maturação e liberação.
Adsorção: Após uma colisão ao acaso entre as partículas fágicas e as bactérias, ocorre a adsorção.
Durante este processo, um sítio de aderência no vírus se ancora ao sítio receptor complementar na
bactéria. Os bacteriófagos possuem fi bras na extremidade da cauda que servem como sítios de
aderência. Os sítios receptores complementares estão na parede bacteriana.
Penetração: Após a aderência, os bacteriófagos injetam seu DNA (ácido nucléico) dentro da
bactéria. Para isso, a cauda do bacteriófago libera uma enzima, a lisozima, que destrói uma parte da
parede bacteriana. Durante o processo de penetração, a bainha da cauda se contrai, e o centro da
cauda atravessa a parede celular. Quando a ponta da cauda alcança a membrana plasmática, o DNA
da cabeça do fago passa para a bactéria, através do lúmen da cauda e da membrana plasmática. O
capsídeo permanece do lado de fora.
Biossíntese: Assim que o DNA do bacteriófago alcança o citoplasma da célula hospedeira, inicia-se
a biossíntese do ácido nucléico e das proteínas virais. A síntese protéica do hospedeiro é
interrompida pela degradação do seu RNA induzida pelo vírus, pela ação de proteínas virais que
interferemcom a transcrição, ou pela inibição da tradução.
O fago usa, inicialmente, nucleotídeos e várias enzimas do hospedeiro para sintetizar muitas cópias
do seu DNA. Logo a seguir se inicia a biossíntese das proteínas virais. Todo oRNA transcrito é
mRNA do bacteriófago que sintetiza enzimas virais e proteínas do capsídeo viral. Os ribossomos,
as enzimas e os aminoácidos do hospedeiro são usados na tradução.Controles genéticos regulam a
transcrição de diferentes regiões do DNA do fago durante o ciclo de multiplicação. Por exemplo,
mensagens precocessão traduzidas em proteínas virais precoces, que são as enzimas usadas na
síntese do DNA viral. Da mesma forma, mensagens tardias são traduzidas em proteínas tardias
usadas na síntese das proteínas do capsídeo.
Durante vários minutos após a infecção, não são encontrados na célula hospedeira fagos completos.
Somente podem ser detectados componentes isolados - DNA e proteína virais. Durante a
multiplicação viral, chama-se período de eclipse, aquele em que ainda não estão formados os
vírions completos e infectivos.
Maturação: Nesse processo, vírus completos são formados a partir do DNA e dos capsídeos. Outros
componentes virais se organizam espontaneamente formando as partículas virais, eliminando a
necessidade de muitos genes não-estruturais e de outros produtos gênicos. As cabeças e as caudas
são montadas separadamente a partir de subunidades protéicas: a cabeça é preenchida com DNA
viral e se une à cauda.
Liberação: O estágio fi nal da replicação viral consiste na liberação dos vírions da célula
hospedeira. O termo lise é geralmente usado para esse estágio da replicação dos fagos porque, nesse
caso, a membrana plasmática se rompe (lisa). A lisozima, que é codifi cada pelo genoma do fago, é
sintetizada dentro da célula e destrói a parede celular, liberando os bacteriófagos recémproduzidos.
Os fagos liberados infectam novas células nas proximidades, e o ciclo de multiplicação se repete.
Ciclo Lisogênico
Alguns vírus, ao contrário dos bacteriófagos, não causam lise nem morte da célula hospedeira após
a infecção. Esses fagos lisogênicos (também chamados de fagos temperados) podem realizar um
ciclo lítico, mas eles também são capazes de incorporar seu DNA ao da célula hospedeira para
iniciar um ciclo lisogênico. Na lisogenia, o fago permanece latente inativo. As células bacterianas
hospedeiras, nesse caso, são conhecidas como células lisogênicas.
O DNA do fago, originalmente linear, forma um círculo. Esse círculo pode multiplicar-se e ser
transcrito, levando à produção de novos fagos e à lise celular (ciclo lítico). Mas alternativamente, o
círculo pode sofrer recombinação e se tornar parte do DNA do cromossomo da bactéria (ciclo
lisogênico). O DNA do fago inserido chama-se agora profago. A maioria dos genes do profago é
reprimida por duas proteínas repressoras codifi - cadas pelo genoma do fago. Esses repressores
ligam-se aos operadores, interrompendo, dessa forma, a transcrição de todos os outros genes do
fago. Assim são desligados os genes do fago que conduziriam à síntese e à liberação denovos vírus,
da mesma forma que são desligados os genes de E. coli.
A lisogenia apresenta três conseqüências importantes.
Em primeiro lugar, as células lisogênicas são imunes à reinfecção pelo mesmo fago (no entanto, não
são imunes à infecção por outros tipos de fagos). A segunda conseqüência é afago conversão, isto é,
as células hospedeiras podem vir a apresentar novas propriedades. Por exemplo, a bactéria
Corynebacterium diphtheriae, que causa a difteria, é um patógeno cujas propriedades causadoras da
doença estão relacionadas com a síntese de uma toxina. Essa bactéria só produz a toxina quando
possuir um fago temperado, pois o gene que codifi ca para a toxina está no profago. Em um outro
exemplo, somente os estreptococos que carregam um fago temperado são capazes de produzir a
toxina relacionada com a escarlatina. A toxina produzida pelo Clostridium botulinum, que causa o
botulismo, é codifi cada por um gene de um profago, assim como a toxina da cólera, que é
produzida por linhagens patogênicas de Vibrio cholerae.
A terceira conseqüência da lisogenia é que ela torna possível a transdução especializada. Qualquer
gene bacteriano pode ser transferido por esse processo porque o cromossomo do hospedeiro está
fragmentado em pequenos pedaços que podem ser empacotados em um capsídeo de fago.
Na transdução especializada. No entanto, somente podem ser transferidos determinados genes
bacterianos.
Determinados vírus animais podem sofrer processos muito semelhantes à lisogenia. Os vírus
animais que permanecem latentes por longos períodos nas células hospedeiras, sem se
multiplicarem e sem causarem doenças, podendo estar inseridos no cromossomo do hospedeiro ou
permanecer separados, mas em um estado reprimido (como alguns fagos lisogênicos). Vírus que
causam câncer podem também estar latentes.
Multiplicação de Vírus Animais
 Os vírus animais diferem dos bacteriofágos no seu mecanismo de entrada na célula hospedeira.
Além disso, uma vez dentro da célula, a síntese e o arranjo dos novos componentes virais são
ligeiramente diferentes, em parte devido às diferenças entre as células procarióticas e eucarióticas.
Os vírus possuem determinadas enzimas não encontradas nos fagos. Finalmente, exitem diferenças
entre os vírus animais e os fagos quanto os mecanismos de maturação e liberaçãoe quanto aos
efeitos sobre célula hospdeiras.
BIOSSÍNTESE DE VÍRUS DNA E RNA
A replicação dos vírus animais segue um padrão básico da replicação dos bacteriófagos, mas
apresenta algumas diferenças importantes como:
Os sítios de ancoragem são proteínas da membrana plasmática e envoltório viral;
O capsídeo entra por endocitose ou por fusão;
A decapsidação ocorre por remoção enzimática das proteínas do capsídeo;
A biossintese ocorre no núcleo ou no citoplasma;
Pode ocorrer latência, infecções lentas ou câncer;
A liberação ocorre por brotamento em vírus envelopados ou por lise da membrana plasmática nos
vírus não-envelopados.
Nos bacteriófagos seu mecanismo de entrada na célula hospedeira é diferente. Além disso, uma vez
dentro da célula, a síntese e o arranjo dos novos componentes virais são ligeiramente diferentes, em
parte devido às diferenças entre as células procarióticas e eucarióticas. Os vírus animais possuem
determinadas enzimas não encontradas nos fagos. Finalmente,existem diferenças entre os vírus
animais e os fagos quanto aos mecanismos de maturação e liberação e quanto aos efeitos sobre a
célula hospedeira.
Os processos comuns aos vírus animais contendo DNA e RNA são aderência, penetração,
decapsidação e liberação. Examinaremos, também, as diferenças entre os dois tipos de vírus, com
relação aos processos de biossíntese.
Os vírus de RNA multiplicam-se essencialmente da mesma forma que os de DNA, exceto que os
diferentes grupos utilizam vários mecanismos para a síntese de mRNA. Embora os detalhes desses
mecanismos estejam fora do objetivo deste texto, devemos entender que os vírus de RNA se
multiplicam no citoplasma da célula hospedeira e as principais diferençasentre os processos de
multiplicação desses vírus residem na forma como omRNA e o RNA genomico viral são
produzidos. Após a síntese do RNA e das proteínas virais, o processo de maturação é similar a todos
os outros vírus animais.
INFECÇÕES VIRAIS LATENTES 
Um vírus pode permacer em equilíbrio com o hospedeiro por um longo período, geralmente anos,
sem causar doença. Os vírus oncogênicos são exemplos de tais infecções latentes. Todos os
herpesvírus humanos podem permanecer nas células hospedeiras por toda a vida do indivíduo.
Quando os herpesvírus são reativados por imunossupressão (p. ex., a Aids), a infecção resultante
pode ser fatal. Um exemplo clássico de infecção latente é a infecção de pele causada pelo herpes
labial. Esse vírus habita as células nervosas do hospedeiro, mas só causa danos quando for ativado
por um estímulo como febre ou queimaduras de sol – daí o termo em inglês fever blister (úlcera
febril).
Em alguns indivíduos, os vírus são produzidos, mas os sintomas nunca aparecem. Embora uma
grande proporção da população humana possua o vírus que causa o herpes labial, somente 10 a 15%
dessa população apresentam a doença. Os vírus causadores de algumas infecções latentes existem
em estado lisogênico dentro das células hospedeiras. O vírus da catapora (do gênero Varicellovirus)
também pode existir em estado latente. A catapora (varicela) é uma doença de pele, geralmente
contraída na infância. Os vírus chegam à pele através do sangue. A partir do sangue, podem atingir
os nervos onde permanecem latentes. Mudanças na resposta imune (células T) podem, mais tarde,
ativar os vírus latentes, levando ao desenvolvimento do herpes zoster. Os exantemas causados pelo
herpes zoster aparecem na pele ao longo do nervo em que o vírus estava latente. O herpes zoster
ocorre em 10 a 20% das pessoas que tiveram varicela. 
INFECÇÕES VIRAIS PERSISTENTES 
Uma infecção viral persistente ou crônica ocorre gradualmente em um longo período. Tipicamente,
as infecções virais persistentes são fatais. Demonstrou-se, na verdade, que algumas infecções virais
persistentes são causadas por vírus convencionais. Por exemplo, o vírus do sarampo é responsável
por uma forma rara de panencefalite subaguda esclerosante (SSPE, de subalute sclerosing
panencephalitis), vários anos após causar o sarampo. Uma infecção viral persistente é
aparentemente distinta de uma infecção viral latente, porque, na maior parte dos casos, os vírus
infecciosos são detectados gradualmente por um longo período, em vez de aparecerem
repentinamente.
PRÍONS 
Um número pequeno de doenças infecciosas é causado por príons. Em 1982, o neurobiologista
norte -americano Stanley Prusiner sugeriu que proteína as infecciosas teriam sido a causa de uma
doença neurológica em ovelhas, denominada scrapie. A infectividade do tecido cerebral
contaminado por scrapie é reduzida após o tratamento com proteases, mas não por tratamento com
radiação, sugerindo que o agente infeccioso seja puramente uma proteína siner cunhou o nome
príon da expressão proteinaceous infectious particle (proteína proteica infecciosa). Atualmente
existem nove doenças animais incluídas nessa categoria, entre elas a doença da “vaca louca”, que
surgiu nos rebanhos da Grã-Bretanha em 1987. Todas são doenças neurológicas denominadas
encefalopatias espongiformes devido ao desenvolvimento de grandes vacúolos no cérebro. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. 8ª ed. São Paulo: Artmed,
2005.
LUIS RACHID TRABULSI, FLAVIO ALTERTHUM. Microbiologia. 4ª ed 2004. Atheneu, SP.

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