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Embriologia A Embriologia é a área da Biologia que estuda as fases iniciais do desenvolvimento dos seres vivos. Para ter uma análise mais completa, ela investiga desde os processos da Fecundação até a formação da base dos órgãos de um organismo. A palavra “embryo” significa a “origem” ou “princípio do ser”. Este termo é utilizado para se referir à primeira etapa da vida intra-uterina, que vai desde o momento pós fecundação (formação do Zigoto) até a 8° semana de gestação, por volta do terceiro mês. Por isso, ela é responsável somente pelo estudo dos Embriões. Da 9° semana em diante, é possível observar as mudanças exteriores e a especialização dos membros (pernas, braços, etc.). Assim, deixamos de usar o termo Embrião e utilizamos o termo Feto. Quando o Feto possui a maioria das funções já ativas, ocorre o parto e utilizamos o termo recém-nascido. Ainda assim, só na puberdade que o corpo alcança a maturidade da fisiologia, com a produção de gametas. Depois disso, continuamos dividindo a vida em etapas, pois outras transformações físicas ocorrem. As pesquisas sobre Embriologia foram iniciadas na Grécia Antiga com o nosso famoso Aristóteles! Ele analisou embriões de galinha e percebeu que o animal adquiriu forma gradualmente. Então, desenvolveu a Teoria da Epigênese: um organismo vivo não surge já formado “do nada”, mas passa por etapas progressivas de desenvolvimento. Contudo, o “Pai da Embriologia” é Caspar Fredriech, que no século XVIII já dispunha de tecnologias para uma análise mais detalhada e a elaboração de uma teoria mais científica e menos filosófica. Entretanto, somente no século XIX a microscopia permitiu a realização de muitas pesquisas avançadas, agregando todo o conhecimento e aprimorando o que já tinha sido elaborado. - Embriologia Humana: busca o conhecimento sobre o desenvolvimento de embriões humanos. - Embriologia Vegetal: estuda os estágios de formação e desenvolvimento das plantas. - Embriologia Animal: foca nos estágios de vida inicial dos seres que pertencem ao Reino Animal, exceto o Ser Humano. - Embriologia comparada: compara o desenvolvimento embrionário de diversas espécies animais, é importante para os estudos da teoria Evolutiva. A Gametogênese é a formação e produção dos gametas, processo que só ocorre em indivíduos sexualmente maduros. Ela marca a mudança de etapa da infância para a vida adulta. O Sistema Reprodutor Humano possui diversas partes, internas e externas, com funções diferentes e interligadas. As gônadas são células germinativas que tem a função de produzir gametas. Mesmo sendo uma célula especializada, faz parte do corpo humano, então é diplóide (2n) e carrega os mesmos cromossomos de qualquer parte daquele corpo. Na mulher, a gônada é o ovário e pode ser chamada ovogônia. No homem, a gônada é o testículo e pode ser chamada de espermatogônia. Do nascimento à puberdade, essas células vão sofrendo mitoses para desenvolvimento. Quando atingem a maturidade, sofrem meiose e produzem os gametas, que são haplóides (n) e carregam metade dos cromossomos daquele indivíduo. Eles não são propriamente uma parte anatômica do corpo, mas o produto delas. A meiose no ovário é interrompida antes de se completar, originando um ovócito secundário. Isso ocorre uma vez ao mês e corresponde ao período fértil da mulher, em que este único gameta produzido está ativo por cerca de uma semana. Quando ocorre a liberação do gameta em uma área chamada trompa, o útero cresce e se prepara para gestação. Se não houver fecundação, o corpo percebe e desfaz toda a estrutura que havia montado. Assim ocorre a menstruação, que é a descamação da parede do útero e liberação do gameta não utilizado. A meiose no testículo é diferente, ela ocorre todos os dias e gera milhares de gametas, chamados de espermatozóides. Eles ficam armazenados no epidídimo, dentro da bolsa escrotal, esperando para serem excretados do corpo pela ejaculação. A função biológica da produção de gametas é a procriação, ou seja, geração de um novo ser vivo. Contudo, um gameta sozinho não gera vida. Dessa forma, quando ocorre um ato sexual, o espermatozóide se locomove para adentrar no útero e alcançar o ovócito. Quando os gametas estão próximos, o ovócito completa a meiose paralisada. Assim, eles se fundem e chamamos esse processo de Fecundação. Os gametas eram haplóides, ou seja, os núcleos das células possuíam a metade dos cromossomos do pai ou da mãe. Na fecundação, os núcleos deles se unem deixando de ser dois e se tornando um: surge uma nova célula geneticamente completa (diploide) e única (possui um DNA próprio, não é réplica do pai nem da mãe). Lembrando que a cariogamia origina a primeira célula humana, o zigoto. Embora o processo genético da fecundação siga sempre esse raciocínio, a forma como o ato sexual ocorre pode mudar de acordo com a espécie. A Fecundação humana é interna (ocorre dentro do corpo), mas os anfíbios fazem fecundação externa. Os seres humanos são dióicos (há machos e fêmeas), mas há anelídeos que são monóicos (todos os seres têm os 2 sexos). Ao longo do crescimento embrionário alguns genes são ativados e outros desativados. Dessa maneira surge a diferenciação celular, ou seja, tipos celulares com formatos e funções distintas. Diferentes células com funções complementares se organizam em tecidos, e estes formarão os órgãos. À medida que isso vai acontecendo, tudo está se integrando. Esses processos não ocorrem de forma isolada, mas conjuntas, pois um organismo é um todo. Na espécie humana, as principais fases do processo de desenvolvimento são três: Clivagem (Segmentação), Gastrulação e Organogênese. Em cada uma dessas fases, o embrião poderá ser classificado como uma das 4 formas: Mórula, Blástula, Gástrula ou Nêurula. Como o zigoto é a primeira célula de um indivíduo, assim que é formado já apresenta atividade e começa a realizar diversas mitoses. Por meio delas é que cresce e segue se desenvolvendo. A esse primeiro fenômeno damos o nome de Clivagem ou Segmentação. As células originadas são chamadas de blastômeros, elas vão se unindo para formar a primeira estrutura geral do novo ser, chamada de Mórula. Nos humanos, o embrião-mórula é formado de três a quatro dias após a fecundação. Ainda nesse período, uma cavidade interna começa a ser formada. Ela é preenchida com líquidos e se chama blastocele. Quando a cavidade está completamente formada, o embrião deixa a fase de Mórula e entra na fase de Blástula. A Blástula também pode ser chamada de Blastocisto e é uma fase embrionária comum no desenvolvimento de que qualquer ser do Reino Animal. Contudo, nos mamíferos que possuem placenta, ela se diferenciam em dois tipos de células: o Trofoblastos: células que irão se desenvolver e gerar a placenta, anexos que auxiliam na nutrição durante a gestação. o Embrioblastos: células que dão continuidade ao desenvolvimento corporal. Depois de ter passado pela fase de Mórula e estando ao final da fase de Gástrula, o embrião sai do local onde surgiu (nas trompas) e se desloca até atingir o colo do útero. Aí ele se fixa para continuar o desenvolvimento e ter espaço para crescer em tamanho. Essa fixação é chamada de Nidação e ocorre cerca de uma semana após a fecundação, provocando um pequeno sangramento que sinaliza a gravidez. Durante esse processo, não só o número de células e funções aumenta, mas também o tamanho volumétrico. Agora, o embrião deixa a fase de Blástula e é chamado de Gástrula. No início da gastrulação, determinadas células de um pólo continuam se multiplicando e começam a migrar para próximo do pólo oposto. Essa movimentação gera uma invaginação (fenda dobrável) na estrutura da Gástrula. O espaço formado é chamado de arquêntero e é cavidade que dará origemao tubo do sistema digestório. o Deuterostômios: a abertura do arquêntero para o meio externo (blastóporo) gera primeiro o ânus. Isso ocorre nos cordados e nos equinodermos. o Protostômios: a abertura do arquêntero (blastóporo) gera primeiro a boca. Isso ocorre nos moluscos, anelídeos e artrópodes. Os animais que apresentam três folhetos germinativos são chamados de triblásticos, eles são a maioria. Porém, há os diblásticos, apresentam 2 folhetos e os sem nenhum tipo. o Ectoderma: fica na parte mais externa e origina a pele, o sistema nervoso, pelos, unhas, glândulas mamárias, retina, nariz, orelhas, células bucais e a hipófise. o Endoderma: localizado mais na porção interna, é o responsável pela formação dos revestimentos epiteliais internos (vias respiratórias e no trato gastrointestinal), glândulas da tireóide e paratireóide, timo, fígado, pâncreas, bexiga, tímpanos e outras estruturas auditivas. o Mesoderma: fica entre o ectoderma e o endoderma, origina o músculo liso, cartilagem, tecidos conjuntivos, vasos sanguíneos e linfáticos, baço, rins, ovários, testículos e a maior parte do sistema cardiovascular. O celoma é uma cavidade interna que serve de depósito dos órgãos do indivíduo, após o desenvolvimento completo. o Celomados: possuem o celoma completo: cavidade completamente delimitada pela mesoderme, como os cordados, moluscos, anelídeos, equinodermos e artrópodes. o Acelomados: organismos que não possuem celoma, como os platelmintos. o Pseudocelomados: possuem uma cavidade, mas ela não é totalmente delimitada pela mesoderme, como os nematelmintos. Por fim, nos processos da Gastrulação de animais Cordados, é o momento em que a notocorda é formada. Ela é um cordão localizado bem no centro do embrião. Acima dela está o tubo dorsal, que se desenvolverá até formar o Sistema Nervoso. Como esta formação só ocorre nos Cordados e o embrião adquire uma nova característica, dizemos que alcançou a última fase embriológica: a Nêurula. Chegamos ao final das etapas embriológicas. Na organogênese, os tecidos da fase anterior se organizam para começar a formador os órgãos. Os primeiros que começam a se formar são os do sistema nervoso originados do ectoderma, por volta da terceira semana de gestação. Depois, os órgãos digestórios também ficam bem presentes. Por fim, os outros vão sendo formados e desenvolvidos em diferentes ritmos de largada, mas todos são integrados e continuam se desenvolvendo ao mesmo tempo.
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