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BIOFÍSICA DA CIRCULAÇÃO EVOLUÇÃO • Circulação surge para irrigar todas as células em seres pluricelulares • O aparelho cardiovascular surge para gerar energia, transportar rapidamente nutrientes e gases (O2 e CO2) e proteger metabólitos o Homeotermia e trocas gasosas • Volume de sangue proporcional ao volume de células • Composição do sangue constante • Hemoglobina: rápida difusão de O2 o Ganho evolutivo FATORES EVOLUTIVOS o Meio extracelular amplo – estabilidade de composição o Proximidade do meio extracelular e meio intracelular – facilidade de intercâmbio ▪ Evolução dos vasos: capilar permite as trocas gasosas e trocas de metabólitos (entre sangue-alvéolo ou sangue-tecido) o Sangue contínuo – renovação de nutrientes o Fluxo sanguíneo intenso e lento – tempo adequado a trocas o Baixa pressão periférica – integridade celular o PROBLEMAS SOLUÇÕES Sangue ejetado em pequenos volumes pulsáteis: diferença de pressão da sístole e diástole Dicotomização progressiva da árvore vascular (ramificação) • maior área de secção transversa gera menor velocidade • Resistência amortece a diferença de pressão • Arteríolas = alta resistência Grande distâncias entre células e coração • Maior distância = Necessário difusão mais rápida Afinamento das paredes vasculares • Artérias: muito componente elástico • Capilares: paredes finas e musculares alta pressão vascular Arteríolas são os vasos de maios resistências vascular periférica • Vaso com camada muscular lisa espessa contrai quando a pressão aumenta (sístole) Fluxo sanguíneo deve ser constante • Volume do sangue que sai deve igual ao retorno venoso Áreas menores tem velocidade de passagem maior para que o fluxo seja constante VELOCIDADE (V): deslocamento/tempo (cm/s) FLUXO (Q): volume/tempo (cm3/s) Apesar do fluxo constante os órgãos não recebem iguais quantidades de sangue • Irrigação controlada por vasodilatação e vasoconstricção • O fluxo de entrada e saída do coração é o mesmo, mas ele pode variar nas regiões do corpo VELOCIDADE VS. PRESSÃO Pressão total • Pressão do impacto do sangue contra o vaso e a energia cinética do sangue • Componente dinâmico (Pd) = 1/2 densidade x velocidade ao quadrado • Menor área = maior velocidade = maior componente dinâmico Pressão lateral/estática • Maior velocidade = maior perda de energia no atrito contra a parede do vaso • Menor área = menos camadas de sangue = maior contato com a parede • Camadas mais próximas da parede são mais lentas por conta do atrito • Quanto maior a perda de energia mais baixa é a pressão o Mantém pressão total controlada (caso contrário o vaso se romperia) ESTENOSE Estreitamento de válvula e vaso • Causa sobrecarga cardíaca o Aumento da velocidade e da energia cinética → perda de pressão lateral o Componentes dinâmicos precisam ser elevados: alta perda energética o Energia potencial elástica da distensão da parede da aorta é convertida em energia cinética durante o relaxamento ▪ Com a aorta estenosada a energia é maior, mas a perda é maior → desgaste do músculo → sobrecarga atrial • Alteração no fluxo coronariano o Reversão de fluxo o Óstio coronariano se abre com a pressão de retorno do sangue, irrigando o coração Q = V x A A = área da secção transversa Q é constante o Válvula estreita → maior velocidade → maior perda de energia (pressão lateral) → Alteração da pressão → alteração do fluxo coronariano ▪ Perda de pressão no relaxamento do ventrículo é muito grande e compromete a perfusão coronariana o Esforço físico gera angina pectoris (dores no peito) FLUXO, PRESSÃO E RESISTÊNCIA PRESSÃO • Força/área • Onda pressórica (maior na sístole): força da coluna de sangue sobre a superfície vascular • Queda de pressão quando a energia potencial elástica da aorta é transformada em cinética no sangue • Fluxo pulsátil → diferença de pressão COMPORTAMENTO DOS FLUIDOS EM MOVIMENTO Século XIX – líquidos newtonianos com fluxos laminares não pulsáteis em tubos rígidos de calibre constante OBS.: sangue não é liquido newtoniano RELAÇÃO FLUXO – PRESSÃO • Aumento do gradiente de pressão → aumento do fluxo • CONCLUSÃO: fluxo diretamente proporcional à diferença de pressão dos dois lados do sistema o A pressão mais alta gerada pelos ventrículos em comparação à dos átrios gera o fluxo sanguíneo • Edema pulmonar → diminuição do fluxo sanguíneo o Aumento da pressão na circulação pulmonar dificulta o escoamento de sangue do ventrículo direito RELAÇÃO FLUXO – COMPRIMENTO DO TUBO • É possível regular o diâmetro dos vasos, mas não o comprimento • Garantia do fluxo sanguíneo constante nos vasos mais compridos: o Aumento da pressão ou aumento da velocidade • CONCLUSÃO: Fluxo inversamente proporcional ao tamanho do tubo RELAÇÃO FLUXO – RAIO DO TUBO • A principal forma de regular o fluxo sanguíneo nos tecidos é regulando o diâmetro das arteríolas o Músculo liso Q = delta P/R • Aumento da volemia → retenção de líquido • CONCLUSÃO: O fluxo é diretamente proporcional a quarta potência do raio • Estimulação simpática → aumento da pressão gerada pelo coração → vasodilatação → aumento do fluxo sanguíneo e queda de pressão nos vasos RELAÇÃO FLUXO – VISCOSIDADE DO LÍQUIDO • Viscosidade varia em função da concentração de hemácias e do diâmetro do vaso • Aumento da viscosidade → aumenta a resistência • Anemia de alto débito cardíaco o Baixa concentração de hemácias o Baixa resistência o Débito cardíaco alto ▪ Demanda de oxigênio comprometida→ frequência cardíaca alta para manter débito alto ▪ Sangue “ralo”: menor densidade → menor viscosidade → menor resistência → fluxo alto • CONCLUSÃO: fluxo é inversamente proporcional à viscosidade do líquido POLICITEMIA VERA (PV) aumento em 2x a viscosidade aparente • Eritrocitose + leucocitose + trombocitose o Aumento das células sanguíneas • Doença crônica progressiva • PRIMÁRIA: defeito nas células tronco o Elevação da massa de eritrócitos circulantes (RCM) o Aumento do número de hemácias • SECUNDÁRIA: estímulos patológicos ou fisiológicos o Altas altitudes o Hipóxia, anemia, hemólise, hemorragia, inflamação, hipoesplenismo (diminuição da função do baço), deficiência de ferro (comprometimento da hemoglobina) OBS.: taxa de cisalhamento Velocidade que uma camada de líquido se desloca em relação às outras adjacentes LEI DE POISEUILLE Fluxo sofre influência da resistência, da pressão e da viscosidade do líquido O principal fator determinante do fluxo sanguíneo é o raio do vaso RESISTÊNCIA • Grau de constrição do músculo liso vascular o Canais de cálcio sensíveis a deformação mecânica → entrada de Ca2+ durante a distensão do músculo (aumento de pressão nas paredes do vaso) induz sua constrição → aumenta a pressão • Pressão interna vascular o Elevação da pressão → aumento do calibre do vaso → queda da resistência • Aorta: alta pressão interna • Arteríolas maior queda de pressão interna o Menor calibre o Maior resistência RELAÇÃO VOLUME X PRESSÃO: COMPLACÊNCIA Complacência: pequeno aumento de pressão causa grande aumento de volume Veias: maior acúmulo de sangue • Estimulação simpática → venoconstrição → aumento do retorno venoso → aumento do débito cardíaco • Veias dilatam: grande volume e alta velocidade com baixa pressão • Complacentes = grande volume com pouca variação de pressão • Poucas fibras elásticas e poucas fibras musculares • Envelhecimento o Grandes aumentos de pressão geram pouco aumento de volume o Cristais de cálcio-fosfato se acumulam na parede dos vasos com o tempo, tornando-os menos expansivos R = delta P Q R= 8 x viscosidade x comprimento Pi x raio à 4ª potênciaFLUXO LAMINAR FLUXO TURBULENTO Paredes próximas aos vasos tem menor velocidade • A perda pela tensão de cisalhamento é maior OCORRÊNCIA: vasos mais estreitados, região de estenose de válvula, em aumentos muito grandes da velocidade do fluxo, anemia ou baixa de eritrócitos (viscosidade muito baixa) • Variações abruptas da dimensão vascular • Não há camadas laminares de sangue • Causada também por trombos Anemia ( viscosidade) → aumento térmico → aumento do débito cardíaco → sobro cardíaco funcional Estenose → irregularidade de válvula ou vaso → sopro cardíaco estrutural Trombos (coágulos que se deslocam) – podem surgir após cirurgias cardíacas
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