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CRIMES EM ESPÉCIE – DO HOMICÍDIO AO VILIPÊNDIO PROF.ª ESP. MARINA PRADO BRAVO UNIDADE 02 SEÇÃO 01 CAPÍTULO II – DAS LESÕES CORPORAIS LESÃO CORPORAL (ART. 129, CP); LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE (ART. 129, §1º, CP); LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVÍSSIMA (ART. 129, §2º, CP); LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE (ART. 129, §3º, CP); VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (ART. 129, §9º, CP) 2 PERGUNTAS? DÚVIDAS? UTILIZEM O CHAT PARA ESCLARECIMENTOS 3 PERGUNTAS 4 TOPOLOGIA DAS LESÕES CORPORAIS Lesões Corporais Lesão leve (caput) Lesão grave (§1º) Lesão gravíssima (§2º) Lesão seguida de morte (§3º) Lesão culposa (§6º) Violência doméstica (§9º) 5 LESÃO CORPORAL LEVE (ART. 129, CAPUT) Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. 6 ANÁLISE DO TIPO PENAL Para que ocorra a tipificação, exige-se o ato agressivo perpetrado, ofendendo a integridade corporal ou a saúde. É tipificado pela exclusão, pois aqui o legislador não menciona o que caracteriza a lesão leve. Portanto, a que não é grave e nem gravíssima. 7 OFENSA À INTEGRIDADE CORPORAL É o dano anatômico que decorre de uma agressão; Pressupõe que a agressão rompa ou dilacere algum tecido do corpo da vítima, externa ou internamente; Exemplos mais comuns de lesão leve: Escoriações; Cortes; Queimaduras; Equimoses. 8 MOMENTO INTERAÇÃO Em um caso concreto de lesão corporal, se o agente não apresentar alteração anatômica ou ofensa a saúde, mas estiver com dor. Isso poderá caracterizar a lesão? “A dor física, por si só, sem o respectivo dano anatômico ou funcional, não constitui lesão corporal. Impõe-se a solução máxime porque, de índole inteiramente subjetiva, a dor só por falível presunção pode ser reconhecida como efeito da violência” (Tacrim-SP — Rel. Silva Franco — Jutacrim 40/89). 9 OFENSA À SAÚDE Abrange a provocação de perturbações fisiológicas ou mentais na vítima. Perturbação fisiológica: é o desajuste no funcionamento de algum órgão ou sistema que compõe o corpo humano. É uma perturbação transitória. Ex: uso de diurético, laxantes. Perturbação mental: qualquer desarranjo no funcionamento cerebral. Ex: provocar convulsão, doenças mentais. 10 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA A doutrina e a jurisprudência tem admitido no crime de lesão corporal leve a aplicação do princípio da insignificância para reconhecer a atipicidade da conduta quando a lesão for irrisória ao ponto de não justificar a movimentação da máquina judiciária. Ex: A dá uma alfinetada em B. 11 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA Sujeito Ativo: qualquer pessoa; Sujeito passivo: qualquer pessoa; Crime de ação livre; Consumação: crime material – no momento em que ocorre a ofensa à integridade; Comprovação: por deixar vestígios, deve ser feita por exame pericial. Na ausência, a prova testemunhal pode suprir a falta. 12 MOMENTO INTERAÇÃO Em determinados esportes a lesão é consequência normal a prática (boxe, lutas marciais). Há crime em razão da ocorrência dessas lesões? Não há crime em face do exercício regular de direito. Se o esporte for regulamentado e as regras observadas, o fato não constitui crime. 13 LESÃO CORPORAL GRAVE (ART. 129, §1º) § 1º Se resulta: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto: Pena - reclusão, de um a cinco anos. 14 OCUPAÇÃO HABITUAL A atividade habitual a que se refere a lei é qualquer ocupação rotineira, do dia a dia da vítima, como andar, praticar esportes, alimentar-se, estudar, trabalhar etc. Não se trata, portanto, de qualificadora que se refira especificamente à incapacitação para o trabalho, de modo que crianças, desempregados e aposentados também podem ser vítimas desse crime. 15 PERIGO DE VIDA Perigo de vida é a possibilidade grave e imediata de morte. Deve ser um perigo efetivo, concreto, comprovado por perícia médica, devendo o legista especificar exatamente em que consistiu o perigo sofrido. Não basta, portanto, que o médico perito diga que houve perigo de vida; ele deve descrever precisamente em que consistiu. Ex.: grande perda de sangue que provocou choque hemorrágico, ferimento em órgão vital, necessidade de cirurgia de emergência etc. 16 DEBILIDADE PERMANENTE DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO É sinônimo de redução ou enfraquecimento na capacidade de utilização do membro, sentido ou função, que, todavia, mantém em parte sua capacidade funcional. Se houver perda ou inutilização de membro, sentido ou função, a lesão será considerada gravíssima (art. 129, § 2º, III). Assim, a agressão que faz com que a vítima passe, permanentemente, a andar mancando, constitui lesão grave, mas a que a faz ficar paraplégica é lesão gravíssima. 17 ACELERAÇÃO DO PARTO O que se exige, em verdade, é que a agressão perpetrada provoque um nascimento prematuro, uma antecipação do parto. Premissa desta qualificadora é que o feto seja expulso com vida e sobreviva, pois a agressão que causa aborto (morte do feto) constitui lesão gravíssima (art. 129, § 2º, V). A tipificação desta figura pressupõe que o agente saiba da gravidez. Trata-se de modalidade estritamente preterdolosa, em que o agente tem apenas dolo de lesionar e, culposamente, causa o nascimento prematuro. 18 LESÃO CORPORAL GRAVÍSSIMA (ART. 129, §2º) § 2° Se resulta: I - Incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto: Pena - reclusão, de dois a oito anos. 19 INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O TRABALHO O texto legal refere-se à palavra “trabalho”, sem fazer qualquer tipo de ressalva. Assim, o que torna gravíssima a lesão corporal é aquela que impede a vítima de exercer o trabalho em geral. Exige-se, portanto, a incapacitação genérica e não específica em relação ao trabalho antes exercido pela vítima. Assim, se alguém ganhava a vida como violinista profissional e a agressão lhe causou diminuição na agilidade de uma das mãos, impossibilitando-o de continuar na profissão de músico, mas a perícia constata que ele pode exercer diversas outras funções, a lesão não será considerada gravíssima, mas meramente grave 20 ENFERMIDADE INCURÁVEL É a alteração permanente da saúde da vítima por processo patológico, a transmissão ou provocação intencional de uma moléstia para a qual não existe cura no estágio atual da medicina. 21 PERDA OU INUTILIZAÇÃO DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO A perda de membro pode se dar por mutilação ou amputação. A mutilação é decorrência imediata da ação criminosa, ocorrendo quando o próprio agente extirpa uma parte do corpo da vítima. A amputação decorre de intervenção cirúrgica; A inutilização de membro pressupõe que ele permaneça, ainda que parcialmente, ligado ao corpo da vítima, mas incapacitado de realizar suas atividades próprias. 22 ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO A extirpação de um dedo constitui lesão grave (debilidade permanente), exceto se for o polegar, pois, quanto a este trata-se de lesão gravíssima por ficar a vítima impossibilitada de pegar e segurar normalmente objetos. A extirpação da mão constitui inutilização de membro, e a do braço todo constitui perda de membro. Provocar paralisia completa de braço ou perna é inutilização de membro, enquanto provocar diminuição de sua força ou mobilidade caracteriza lesão grave. A utilização de próteses (de mão, de braço) não exclui o crime em análise. Já o reimplante imediato, desde que a vítima tenha os movimentos recompostos,implica desclassificação para modalidade mais branda do delito. 23 DEFORMIDADE PERMANENTE A configuração desta qualificadora pressupõe os seguintes requisitos: a) que se trate de dano estético; b) que o dano seja de certa monta; c) que seja permanente; d) que seja visível; e) que seja capaz de provocar impressão vexatória. A possibilidade de correção, exclusivamente por meio de cirurgia plástica, não afasta a qualificadora, caso a vítima não a realize, já que ninguém é obrigado a submeter-se a procedimento cirúrgico. É praticamente pacífico, todavia, o entendimento de que, se a vítima fizer a plástica, e houver total correção, com o desaparecimento do dano estético, o crime deve ser desclassificado. 24 SE RESULTA ABORTO O aborto deve ter sido consequência culposa do ato agressivo. A lesão gravíssima em análise é exclusivamente preterdolosa, pressupondo dolo na lesão e culpa no aborto, na medida em que, se o agente atua com dolo em relação à provocação do aborto, responde por crime mais grave, de aborto sem o consentimento da gestante (art. 125 do CP). O agente deve saber que a vítima está grávida 25 SITUAÇÃO PROBLEMA I. A incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias é espécie de lesão corporal de natureza grave, sendo que as referidas ocupações não condizem apenas com a atividade laboral exercida pela vítima na ocasião, abrangendo qualquer outra atividade costumeira, moral ou imoral, desde que lícita. II. A debilidade permanente de membro, sentido ou função, difere da perda ou inutilização de membro, sentido ou função. A debilidade permanente é lesão corporal de natureza grave, enquanto que a perda ou inutilização é lesão corporal de natureza gravíssima. Se houver, por exemplo, a perda de um único dedo, temos debilidade permanente, mas se houver a perda de uma mão inteira, por exemplo, teremos, então, perda ou inutilização. III. Tanto o perigo de vida, espécie de lesão corporal de natureza grave, assim como o aborto, espécie de lesão corporal gravíssima, são preterdolosas, eis que são resultados não desejados pelo agente, o qual tinha dolo em relação à lesão corporal apenas, contando com culpa em relação a esses resultados: perigo de vida e aborto. Nesse sentido, também, a lesão corporal seguida de morte. IV. Pode-se asseverar que se o agente ativo, portador de HIV – AIDS, tem por intenção transmitir a sua doença a outrem, poderá responder pelo delito de perigo de contágio de moléstia grave, se o seu dolo se dirigir tão somente à transmissão da doença; poderá responder pelo delito de homicídio ou de tentativa de homicídio, se o seu dolo se dirigir para além da transmissão da doença à morte da vítima; ou, ainda, poderá responder por lesão corporal de natureza gravíssima, se seu dolo se dirigir à produção de ofensa à integridade física ou saúde da vítima, com o resultado enfermidade incurável, ou, ainda, por lesão corporal seguida de morte, acaso essa ocorra, mas o dolo do agente abranja apenas a intenção de lesionar a vítima. Quais estão corretas? A) Apenas I. B) Apenas I e IV. C) Apenas II e III. D) Apenas II, III e IV. E ) I, II, III e IV. 26 SITUAÇÃO PROBLEMA 2. (Magistratura/SP — 172º concurso) Se o agente lesiona levemente a vítima, sabendo de seu estado de gravidez, e esta vem a abortar em virtude da ação do réu, o agente responderá por: a) lesões leves. b) lesões gravíssimas. c) lesões graves. d) perigo para a vida ou a saúde de outrem. INTERVALO VOLTAMOS EM BREVE 27 28 LESÃO COPORAL SEGUIDA DE MORTE (ART. 129, §3º) § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 29 ANÁLISE DO TIPO PENAL É modalidade exclusivamente preterdolosa. Ex.: uma facada na perna que atinge a artéria femural na região da coxa e, em face do extenso sangramento, a vítima morre de hemorragia. As lesões seguidas de morte, por serem crime exclusivamente preterdoloso, são incompatíveis com a figura da tentativa. 30 QUADRO COMPARATIVO EXCLUSIVAMENTE PRETERDOLOSAS PODEM OU NÃO SER PRETERDOLOSAS Lesão grave decorrente do perigo de vida Lesão grave pela incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias Lesão grave decorrente de aceleração do parto Lesão grave pela debilidade permanente de membro, sentido ou função Lesão gravíssima pela provocação de aborto Lesão gravíssima pela incapacidade permanente para o trabalho Lesão seguida de morte Lesão gravíssima pela transmissão de moléstia incurável Lesão gravíssima pela perda ou inutilização de membro, sentido ou função Lesão gravíssima pela deformidade permanente. 31 CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA (ART. 129, §4º) § 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. Aplicado para todas as lesões, exceto a modalidade culposa. 32 SUBSTITUIÇÃO DA PENA (ART. 129, §5º) § 5° O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior (lesão leve privilegiada); II - se as lesões são recíprocas. 33 ENTENDIMENTO DOUTRINÁRIO Premissa para a aplicação do presente dispositivo é que duas pessoas tenham cometido crime de lesão corporal leve, uma contra a outra. Isso não ocorre, quando se prova que uma delas tomou a iniciativa da agressão e que a outra, ao se defender, acabou causando também lesão leve na primeira. Nesse caso, só há crime de lesão corporal por parte de quem iniciou a agressão, estando o outro em legítima defesa. Se ambos os envolvidos atribuam ao outro o início das agressões, e a prova colhida não seja suficiente para sanar a dúvida, ambos deverão ser absolvidos. 34 LESÃO CORPORAL CULPOSA (ART. 129, §6º) § 6° Se a lesão é culposa: Pena - detenção, de dois meses a um ano. 35 ANÁLISE DO TIPO PENAL O crime de lesões corporais culposas possui a mesma dinâmica do homicídio culposo, diferenciando-se deste apenas em razão do resultado e da respectiva pena. Ao contrário do que ocorre nas lesões dolosas, na modalidade culposa não há distinção no que tange à gravidade das lesões. A capitulação é sempre no mesmo dispositivo — art. 129, § 6º — e a gravidade da lesão só deve ser levada em consideração pelo juiz na fixação da pena-base (art. 59 do CP). 36 AUMENTO DE PENA (ART. 129, §§7º e 12º) § 7o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4o e 6o do art. 121 deste Código. § 4o Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. § 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 37 AUMENTO DE PENA (ART. 129, §§7º e 12º) § 12. Se a lesão for praticada contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, a pena é aumentada de um a dois terços. 38 PERDÃO JUDICIAL (§8º) § 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. § 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 39 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA(ART. 129, §9º) § 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo- se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. 40 ANÁLISE DO TIPO PENAL A violência doméstica não constitui um tipo penal autônomo, já que não possui núcleo, isto é, não têm nenhum verbo descrevendo uma conduta típica. Para criar um tipo penal autônomo, não basta lhe dar um nome — “violência doméstica”, como ocorre no caso em tela. O legislador quis apenas acrescentar algumas circunstâncias com o intuito de agravar o crime de lesões corporais. Tanto é assim que, como já mencionado, não descreveu uma conduta típica nova, mas, sim, fez remissão ao crime de lesão corporal, iniciando o § 9º, com a expressão “se a lesão...”, O parágrafo prevê um novo limite de pena para o crime de lesão corporal dolosa leve qualificada pela violência doméstica. 41 ROL TAXATIVO E ÂMBITO DOMÉSTICO O fato não precisa ocorrer no âmbito doméstico. É indiferente o local em que a agressão ocorra, desde seja praticado contra uma das pessoas constantes no rol taxativo. Apenas nas últimas figuras do dispositivo, ou seja, quando o agente cometer o crime prevalecendo- se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, é que se pressupõe que o fato ocorra no ambiente doméstico, mas nestas hipóteses a vítima não precisa ser ascendente, descendente, cônjuge etc. Exs: agressão do patrão contra a empregada doméstica; do hóspede visitante contra o anfitrião; de um estudante contra outro que mora na mesma “república”. 42 AUMENTOS DE PENA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (ART. 129, §§ 10 e 11) § 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). §1º: Lesão corporal de natureza grave; §2º: Lesão corporal de natureza gravíssima; §3º: Lesão corporal seguida de morte. 43 AUMENTOS DE PENA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (ART. 129, §§ 10 e 11) § 11. Na hipótese do § 9º (violência doméstica) deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. 44 SITUAÇÃO PROBLEMA 01) (Ministério Público/MG — 2008) Após discutir com Lúcia, sua namorada, Augusto perdeu o controle e desferiu-lhe um violento soco no rosto, que a fez cair, batendo com a cabeça no meio-fio de uma calçada. Ao perceber que sua namorada havia desmaiado, desesperado, levou-a imediatamente ao pronto-socorro mais próximo. Após ficar internada por uma semana, Lúcia veio a falecer devido ao traumatismo cranioencefálico sofrido. Neste caso, Augusto teria cometido crime de: a) homicídio culposo. b) lesão corporal seguida de morte. c) lesão corporal simples. d) homicídio privilegiado. 45 SITUAÇÃO PROBLEMA Assinale a hipótese que contempla um crime de violência doméstica (art. 129, § 9°, CP). A) Bertoldo, em casa, ao efetuar reparos em um lustre, culposamente deixa cair uma ferramenta sobre a cabeça da esposa, que segurava a escada, ferindo-a levemente. B) Casemiro. desejando lesionar a própria mãe. tenta golpeá-la com um bastão, mas erra o alvo, atingindo um vaso. Aterrorizada, a vítima se encolhe esperando novo golpe, mas Casemiro, que poderia prosseguir com a ação, se apieda, cessando a execução do crime. C) Marinalva. que coabita com a amiga Soraia. irritada com o fato de a amiga não ajudar na limpeza da casa, dá um empurrão nesta, que se desequilibra e bate com a cabeça na parede, ficando desacordada por cinco minutos. Ao acordar, a vítima, apesar de sentir dores por dois dias, se recupera plenamente, contando com a assistência de Marinalva, a qual não pretendia o resultado. D) Manolo, ao chegar bêbado em casa e sem qualquer intenção especial, passa a bater em seu filho Ernesto, de 18 anos, que, por respeito ao pai, não revida. No evento, Ernesto suporta lesões leves. E) Durante uma discussão com a ex-esposa sobre a guarda dos filhos, Gervásio desfere um soco na boca da mulher, quebrando vários de seus dentes, o que, consoante laudo pericial, lhe causa debilidade permanente de função. REFERÊNCIAS MASSON, CLEBER. DIREITO PENAL: PARTE ESPECIAL - VOL.2/ CLEBER MASSON. - 10.ED.REV., ATUAL. E AMPL. - RIO DE JANEIRO: FORENSE; SÃO PAULO: MÉTODO, 2017; DIREITO PENAL ESQUEMATIZADO: PARTE ESPECIAL/ VICTOR EDUARDO RIOS GONCALVES. IMPRENTA: SÃO PAULO, SARAIVA, 2019. CÓDIGO PENAL. DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. VADE MECUM. SÃO PAULO: SARAIVA, 2008. 46
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