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NA ATENÇÃO BÁSICA DEFINIÇÃO Condição clínica multifatorial caracterizada pela elevação sustentada dos níveis pressóricos > ou igual a 140/90 mmHg. EPIDEMIOLOGIA HA atinge 32,5% dos adultos (36 milhões) Taxas de DH: 29/100.000 (2000); 42/100.000 (2013) Internação: 98,1/100.000 (2000); 44,2/100.000 (2013) Mortalidade: 13,8% FATORES DE RISCO Idade Sexo Etnia Genética Excesso de peso Ingestão de sal e álcool Sedentarismo Fatores sócio-econômicos Agravantes: - Dislipidemias - Obesidade abdominal - Intolerância à glicose - Diabetes Mellitus Associações frequentes: - Morte súbita - Acidente vascular encefálico - Infarto agudo do miocárdio - Insuficiência cardíaca - Doença arterial periférica - Doença renal crônica Aspectos relevantes: - Conhecimento (aceitação) - Tratamento (aderência) - Controle PREVENÇÃO Políticas públicas de saúde Ações voluntárias coletivas Meios de comunicação Diagnóstico precoce Tratamento contínuo Controle da Pa e FR MEV Uso regular das medicações DIAGNÓSTICO - Confirmação - Identificação de causa secundária - Avaliação do risco cardiovascular - Investigação de lesões em órgão alvo - Doenças associadas Características que sugerem hipertensão secundária: - Hipertensão grave ou com lesão em órgão-alvo de evolução rápida ou resistente ao tratamento - Elevação súbita persistente da pressão em pessoas com idade superior a 50 anos - Início antes dos 30 anos em pessoas sem fatores de risco (obesidade, história familiar). Doença renovascular, doença do parênquima renal, coarctação da aorta, síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, hiperaldosteronismo, feocromocitoma, Síndrome de Cushing. Diagnóstico: - Técnica adequada - Equipamentos validados com manguitos apropriados - Exame clínico: PA < ou igual 120/80 mmHg (bi-anual); PA > 120/80 e < 140/90 mmHg (anual) - Exames complementares Possibilidades de diagnóstico: - Normotensão - Hipertensão controlada - Hipertensão do avental branco - Hipertensão não controlada - Hipertensão mascarada - Pa no consultório - MRPA - MAPA RITMO CIRCADIANO DA PRESSÃO ARTERIAL Queda durante o sono 20-40 mmHg sistólica e 10-15 mmHg diastólica. Aumento transitório após as refeições por aumento do débito cardíaco. Elevações nas primeiras horas da manhã, ao acordar. Na posição supina (deitado), a pressão é mais elevada do que em pé. Na posição em pé, há ligeira redução da sistólica e aumento da diastólica. ESFIGMOMANÔMETRO Tipos: - Coluna de mercúrio - Aneróide - Semi-automático auscultatório Dispositivos aneróides, à base de mercúrio ou eletrônicos. Escolha do tamanho do manguito apropriado para cada braço do paciente: ⅔ do comprimento do braço. A largura da bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu comprimento envolver 80-100% do braço. O manguito padrão tem 12-14 cm de largura e 30-45 cm de comprimento. Tamanho do manguito X circunferência do braço: se for estreito, a leitura da pressão será mais elevada; se for largo, mais baixa em braço pequeno e elevada em braço grande. Técnica correta para aferição da PA: - Centralize a bolsa inflável sobre a artéria braquial. Borda do manguito a 2,5 cm da prega antecubital. - Antes de insuflar estime a pressão sistólica pela palpação. - Para determinar até que ponto o manguito deve ser insuflado, sinta a artéria radial com os dedos e insufle o manguito até o pulso desaparecer e acrescente 30 mmHg à esta leitura. - Colocar a campânula do estetoscópio na artéria braquial deixando uma camada de ar por baixo. - Insuflar o manguito até o nível previamente determinado e desinsuflar lentamente. - Registrar o nível em que se escutam os sons de pelo menos dois batimentos cardíacos consecutivos (aparecimento do primeiro ruído) = pressão sistólica. - Desinsuflar lentamente a pressão até que os sons de Korotkoff fiquem abafados e desapareçam = pressão diastólica. - Desinsuflar o manguito até 0 mmHg. - Sala de exame silenciosa e com temperatura agradável. - Evitar consumir bebidas alcoólicas, com cafeína ou fumar 30 minutos antes do exame. - Orientar o paciente a esvaziar a bexiga antes da medição e não conversar. - Paciente deve estar sentado em uma cadeira com os pés apoiados no chão por pelo menos 5 minutos e/ou repouso mínimo de 3 minutos. - Braço selecionado sem vestimentas, ausência de fístulas arteriovenosas, linfedema e cicatrizes de dissecação da artéria braquial. - Palpar a artéria braquial. - Posicionar o braço de modo que a artéria braquial esteja ao nível do coração. - Paciente sentado deve posicionar o braço sobre uma mesa. - Paciente em pé apoiar o braço na metade do seu tórax. Situações especiais: idosos: - Pesquisar hipotensão postural. - Atentar para pseudo-hipertensão: caso a artéria radial seja palpável mesmo com o manguito insuflado na artéria braquial, atentar para possibilidade de pseudo-hipertensão por endurecimento arterial (sinal de Osler). CLASSIFICAÇÃO EXAMES DE ROTINA - Sumário de urina - Bioquímica: glicemia, K, creatinina, perfil lipídico, ácido úrico. - ECG convencional Objetivos da avaliação complementar: - Confirmação de HA (MAPA) - Identificação de FRCV (laboratório, US carótidas, TE). - Pesquisa de LOAs (ECG, ECO, US renal, RNM crânio). - Pesquisa de outras doenças associadas. - Estratificação de risco CV. - Avaliação de suspeita de HA secundária. TRATAMENTO Medidas: - não medicamentosas - Anti-hipertensivas Objetivos: - Reduzir a PA - Proteger órgãos-alvo (cérebro, coração, rins e olhos). - Prevenir desfechos CV e renais. Potencial efeito das medidas não farmacológicas na pressão arterial: Decisão de tratamento: Metas terapêuticas: Estágio 1 + RCV baixo e moderado: TNM + monoterapia - Diurético - IECA - BCC - BRA - BB (em casos específicos) Estágio 1 + RCV alto e Estágios 2 e 3: TNM + combinações - Dois fármacos de classes diferentes em doses baixas. Não atingiu metas ou efeitos colaterais intoleráveis Estágio 1 + RCV baixo e moderado: - Aumento da dose - Associar 2º - Trocar medicação Estágio 1 + RCV alto e Estágios 2 e 3: - Aumento da dose - Associar 3º - Trocar combinação Anti-hipertensivos disponíveis: Matriz de diretrizes para decisão da classe medicamentosa a ser usada: Critérios de escolha da monoterapia: - Capacidade do escolhido reduzir a PA - Mecanismo fisiopatogênico predominante - Características individuais - Doenças associadas - Condições sócio-econômicas Efeitos adversos das medicações anti-hipertensivas: Combinações preferenciais das várias classes de anti-hipertensivos: URGÊNCIA HIPERTENSIVA Paciente na UBS com PA elevada, sem sintomas específicos de lesão de órgão-alvo: - Tranquilizar a pessoa e a equipe de atendimento. - Verificar o motivo de medida de pressão: algum sintoma específico? Rotina? Mediu em outro local e se assustou? - Tratar causas de elevação de PA, como dor e ansiedade, as quais são denominadas pseudocrise hipertensiva. - Checar adesão do paciente ao esquema de medicação anti-hipertensiva, se já for hipertenso crônico diagnosticado. - Solicitar medidas de pressão realizadas em outros cenários (p. ex., medidas domiciliares) para melhor avaliar o controle de PA e ajustar a medicação posteriormente, ou excepcionalmente já ajustar as medicações de uso contínuo. - Realizar registro adequado e relatório médico do atendimento para seguimento com o médico de referência do paciente. ERROS MAIS FREQUENTES Não realizar o diagnóstico de modo correto, com acompanhamento longitudinal e diversas medidas de pressão, preferencialmente domiciliares. Não abordar o contexto psicossocial da pessoa e investigar causas para aumento de ansiedade e estresse que podem levar ao aumento transitório da PA. Não tirar dúvidas da pessoa sobre a pressão alta e sobre os efeitos colaterais dos medicamentos. Solicitar exames sem indicação, especialmente investigação mais complexa, como ecocardiograma e Holter. É comum solicitar a “dupla” creatina e ureia por hábito da formação hospitalar, sendo que a ureia tem valor em outroscenários, como o de emergência, mas não no acompanhamento de rotina de uma pessoa hipertensa. Referenciar pessoas com pressão muito elevada, mas assintomáticas, ao PS. Prescrever medicamentos sem indicação para hipertensos leves ou para pessoas com elevação transitória da pressão. QUANDO REFERENCIAR - Hipertensão de difícil controle - Hipertensão secundária - Emergências hipertensivas
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