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Mulheres e homens, ao longo de boa parte da história da humanidade desempenhavam papéis sociais muito diferentes. Segundo a Sociologia, trata-se das funções e atividades exercidas pelo indivíduo em sociedade, principalmente ao desempenhar suas relações sociais ao viver em grupo. A vida social pressupõe expectativas de comportamentos entre os indivíduos, e dos indivíduos consigo mesmos. Essas funções e esses padrões comportamentais variam conforme diversos fatores, como classe social, posição na divisão social do trabalho, grau de instrução, credo religioso e, principalmente, segundo o sexo. Dessa forma, as questões de gênero dizem respeito às relações sociais e aos papéis sociais desempenhados conforme o sexo do indivíduo, sendo o papel da mulher o mais estudado e discutido dentro dessa temática, haja vista a desigualdade sexual existente com prejuízo para a figura feminina. Assim, enquanto o sexo da pessoa está ligado ao aspecto biológico, o gênero (ou seja, a feminilidade ou masculinidade enquanto comportamentos e identidade) trata-se de uma construção cultural, fruto da vida em sociedade. Em outras palavras, as coisas de menino e de menina, de homem e de mulher, podem variar temporal e historicamente, de cultura em cultura, conforme convenções elaboradas socialmente. As diferenças sexuais sempre foram valorizadas ao longo dos séculos pelos mais diferentes povos em todo o mundo. Algumas culturas – como a ocidental – associaram a figura feminina ao pecado e à corrupção do homem, como pode ser visto na tradição judaico-cristã. Da mesma forma, a figura feminina foi também associada à ideia de uma fragilidade maior que a colocasse em uma situação de total dependência da figura masculina, seja do pai, do irmão, ou do marido, dando origem aos moldes de uma cultura patriarcalista e machista. Assim, esse modelo sugeria a tutela constante das mulheres ao longo de suas vidas pelos homens, antes e depois do matrimônio. Aliás, o casamento enquanto ritual marcaria a origem de uma nova família na qual a mulher assumira o papel de mãe, passando das “mãos” de seu pai para as de seu noivo, como se vê no ato da cerimônia. Fonte: BRASIL ESCOLA. DISPONÍVEL EM: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-papel-mulher-na-sociedade.htm (Links para um site externo.) . ACESSO EM: 28 DE MARÇO DE 2020. Considerando o papel da família como instituição, houve uma mudança de paradigma após a inserção da mulher no mercado de trabalho. Essa mudança de https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-papel-mulher-na-sociedade.htm https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-papel-mulher-na-sociedade.htm papel dentro da sociedade possibilitou o empoderamento feminino e a independência financeira. Pesquise e elabore uma resposta considerando as seguintes questões: 1. De que forma a entrada das mulheres no mercado de trabalho impactou na formação da família como instituição? 2. De que forma as famílias foram sendo reestruturadas ao longo do tempo? 3. Escolha duas metas da ODS 5 e comente a importância delas para a paz e para uma sociedade justa e pacífica. A chegada da mulher a setores do mercado de trabalho que antes só eram ocupados por homens causou muitos impactos, entre eles na forma como as famílias passariam a se constituir, sendo alguns positivos e outros negativos. No contexto brasileiro, aos poucos a ideia da mulher somente como mãe e dona de casa vêm sofrendo uma modificação, de forma que hoje muitos já aceitam a presença de mulheres em ambientes diferentes do seu lar para trabalhar, mas ainda longe de uma posição de igualdade. Se antes o filho visualizava que seu pai era responsável por seu provimento e a mãe por seus cuidados diários, atualmente ele tende a crescer vendo que sua genitora também participa de seu sustento e que sua criação não é responsabilidade só dela. Com essa mudança de configuração no cenário familiar, há uma maior propensão da filha crescer com perspectivas de futuro mais amplas e do filho entender e respeitar a importância da mulher em estar inserida nesse âmbito. Por outro lado, o que passa a ocorrer é um problema sofrido pela maioria dessas mulheres, sobretudo as que pertencem à classes sociais menos favorecidas, que é a execução da jornada dupla, onde elas precisam desempenhar suas funções do trabalho e domésticas, seja por não ter outra pessoa para realizá-las ou, principalmente, pelo pensamento dos homens de que tais tarefas não são de responsabilidade sua, o que costuma contribuir para o esgotamento físico e emocional dessas mulheres, conflitos recorrentes e, por várias vezes, diferentes formas de violência. Outro fator que se deu devido a essas mudanças foi a redução da taxa de fecundidade. Segundo dados do Banco Mundial, em 2018 a média era de 1,73 nascimentos por mulher. Hoje, um pouco mais livre para investir em seus estudos e trabalhar, a mulher costuma refletir muito a quantidade e até mesmo se deseja gerar, mas ainda necessitando lidar com o preconceito da sociedade a respeito dessa decisão, já que por muito tempo a maior honra que ela poderia ter era conceber, especialmente se fosse um menino. Com isso, o número de divórcios com a justificativa de que a esposa não cumpriu seus deveres corretamente também cresceram muito, aumentando também a ocorrência de casos em que a mulher passa a ter que assumir todas as obrigações dos filhos sozinha, o que favorece ainda mais o discurso machista sobre a ineficácia da mulher em suas atividades, pondo em prova sua capacidade de ocupar diferentes lugares na sociedade. Nesse contexto, duas metas da ODS 5 podem ser destacadas na esfera da importância para a paz e para uma sociedade justa e pacífica. São elas: 5.1 - Acabar com todas as formas de discriminação contra todas as mulheres e meninas em toda partes. 5.4 - Reconhecer e valorizar o trabalho de assistência e doméstico não remunerado, por meio da disponibilização de serviços públicos, infraestrutura e políticas de proteção social, bem como a promoção da responsabilidade compartilhada dentro do lar e da família, conforme os contextos nacionais. A aplicação dessas metas representa para a mulher a esperança de alcançar a igualdade social, de modo a ser livre para dedicar-se ao que optar sem sofrer represálias pelas opções que fizer. Assim, se ela optar por seguir uma carreira, por dedicar-se aos serviços caseiros ou pelos dois, ela sabe que será respeitada e amparada pelas instituições e pela sociedade de maneira geral. Referências: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pretextos/article/view/15986/13632 5. Igualdade de Gênero. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/ods/ods5.html> :