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Apostila Bovinocultura de Leite

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Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR 
Campus Rolim de Moura 
Departamento de Agronomia 
 
 
 
Aline da Silva Vieira 
Marciana Pereira da Silva 
 Marcos Aguiar 
 Weliton Peroni Santos 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA PRODUÇÃO DE BOVINO DE LEITE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rolim de Moura – RO 
2018 
 
 
 
Sumário 
PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL E NO MUNDO .............................................................................................. 3 
Apoio à produção leiteira ........................................................................................................................................... 4 
Produção leiteira no contexto Mundial ..................................................................................................................... 5 
Estimativas para o Brasil ........................................................................................................................................... 5 
Evolução da Cadeia do Leite em Rondônia .............................................................................................................. 5 
PRINCIPAIS RAÇAS .................................................................................................................................................... 6 
Principais fatores limitantes da produção ................................................................................................................ 6 
Principais Raças Leiteiras no Brasil .......................................................................................................................... 6 
Raça Holandesa ........................................................................................................................................................... 6 
Raça Gir ....................................................................................................................................................................... 7 
Raça Girolando ........................................................................................................................................................... 8 
Raça Pardo-Suíça ...................................................................................................................................................... 10 
Raça Jersey ................................................................................................................................................................ 11 
Raça Guzerá .............................................................................................................................................................. 12 
Raça Sindi .................................................................................................................................................................. 13 
Comparativo das raças ............................................................................................................................................. 14 
INSTALAÇÕES ............................................................................................................................................................ 14 
Manejo á pasto .......................................................................................................................................................... 14 
Manejo em confinamento total ................................................................................................................................ 15 
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM BOVINOS LEITEIROS ................................................................................ 16 
MONITORAMENTO DO REBANHO ...................................................................................................................... 17 
Exames reprodutivos ................................................................................................................................................ 17 
Exames sanitários ...................................................................................................................................................... 18 
Avaliação da condição corporal ............................................................................................................................... 18 
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O SUCESSO REPRODUTIVO ............................................................. 19 
ÍNDICES REPRODUTIVOS ....................................................................................................................................... 19 
PERÍODO DE SERVIÇO ............................................................................................................................................ 20 
REPRODUÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS ........................................................................................................... 20 
PROCESSOS DE REPRODUÇÃO ............................................................................................................................. 20 
Monta Natural ........................................................................................................................................................... 21 
Monta Natural Controlada ...................................................................................................................................... 21 
Inseminação artificial ............................................................................................................................................... 22 
 
 
3 
 
 
PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL E NO MUNDO 
 
De 1980 a 2013, a produção brasileira de leite quase quadruplicou. O crescimento não foi homogêneo 
em todo o País, e as razões foram variadas. Brasil tem diferentes regiões edafoclimáticas e, dessa forma, 
oferece condições para criação de diversas raças bovinas especializadas ou de dupla aptidão. 
Duas características são marcantes na pecuária de leite nacional: a primeira é a produção bastante 
pulverizada e ocorrendo em todo o território; e a segunda é a não existência de um sistema padrão de produção. 
Os dados do IBGE/Pesquisa da Pecuária nacional registraram queda do rebanho produtivo em todas as regiões, 
exceto no Sul do País, que aumentou 23,3% no período de 2006 a 2016. O número de vacas em ordenha no 
país girou em torno de 18,6 milhões/cab. no ano passado. 
O setor convive com redução do rebanho em lactação e com aumento na produção de leite nos últimos 
anos, o que revela uma atividade cada vez mais especializada. A maior queda no número de cabeças de vacas 
em produção durante o ano ocorreu em Minas Gerais, onde 358 mil vacas deixaram de produzir. 
 
Fonte: EMBRAPA, 2017 
 
 
4 
 
 
 
Há muitos anos, Minas Gerais e o principal estado produtor de leite no Brasil, respondeu em 2017 por 
8,9 bilhões de litros, ou seja, 25,5% de um volume total do pais de 34,9 bilhões de litros. Sua produção tem 
como base um rebanho de 5,8 milhões de vacas e 771 laticínios espalhados por diferentes regiões. Boa parte 
destinada a produção de queijos. 
As grandes fazendas de leite do país crescem de forma constante. Através do uso de tecnologias na 
seleção do rebanho. Esse crescimento foi sustentado pela queda nos custos operacionais, que caíram 3%. 
A maior fazenda produtora de leite no país fica no estado de São Paulo com média diária de 67,640 
litros. Rebanho em ordenha: 1.850 vacas, produção de 38 litros/vaca/dia no verão e 41 no inverno EMBRAPA, 
2018). 
Apoio à produção leiteira 
A melhoria das condições tecnológicas da produção leiteira e um imperativo para a obtenção de bons 
rendimentos do setor. Neste sentido, o Projeto Balde Cheio, criado pela Embrapa Pecuária Sudeste, em 1998, 
vem promovendo a transferência de tecnologias de produção e gerenciais aos técnicos e produtores de leite 
por meio da capacitação de técnicos e do acompanhamento das propriedades. 
1. A baixa produtividade no setor leiteiro, são
oriundos de diversos fatores: Rebanhos não 
especializados; 
2. Alimentação deficiente quanti-qualitativamente; 
 
5 
 
3. Manejo geral inadequado ou incorreto; 
4. Ausência de controle zootécnico (reprodutivo e leiteiro); 
5. Condições gerais de higiene insatisfatórias; 
6. Infraestrutura de produção insuficiente; 
7. Ausência de práticas administrativas indispensáveis; 
8. Mão de obra não especializada; 
9. Práticas sanitárias inadequadas; 
10. Falta de assistência técnica qualificada. 
 
Produção leiteira no contexto Mundial 
A Europa e a Ásia produziram juntas dois terços do leite, 67,5% do total. A produção mundial está 
crescendo desde 2009, no entanto, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos 
(USDA) 2017, no ano passado o crescimento ocorreu em um ritmo menor. (FAO, 2016) a produção mundial 
de leite bateu em 798 milhões de toneladas de leite em 2016. 
Estimativas para o Brasil 
A produção de leite no Brasil prevista para 2023, será de 46,7 bilhões de litros, com crescimento anual 
de 3,2%, 42% superior ao registrado em 2012, segundo as projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (Brasil, 2013). 
Evolução da Cadeia do Leite em Rondônia 
A produção de leite em Rondônia, ainda quando território do Brasil, foi iniciada de forma comercial 
no final da década de 70. Em 1983, por iniciativa do governo estadual, foi instalada uma usina de leite 
denominada Ouro Branco, em Porto Velho. Poucos anos depois, a indústria foi transferida para Ouro Preto do 
Oeste, região com maior produção na época. Pouco a pouco foram sendo instaladas novas indústrias, e os 
produtores de leite hoje são mais de 38 mil em todo o Estado. 
 
6 
 
PRINCIPAIS RAÇAS 
Assim como todo manejo cultural, a bovinocultura de leite também precisa de certos cuidados 
específicos visando maior produtividade e diminuindo a porcentagem de perdas na produção. 
Principais fatores limitantes da produção 
 Sistema de produção – Confinamento, semi confinamento ou extensivo, irá depender com a 
disponibilidade de pasto que o produtor terá, com as condições e tamanho da área, etc. 
 Condições financeiras do produtor, irá influenciar na escolha do sistema que o produtor irá escolher, 
uma vez que alguns sistemas como o confinamento terão mais gastos que o extensivo. 
 Condições climaticas da região. 
 Topografia do terreno. 
 Manejo. 
 Escolha da raça, está inteiramente ligado aos demais fatores, e assim como os outros é um dos fatores 
indispensaveis. 
 
Principais Raças Leiteiras no Brasil 
 
 Holandesa; 
 Gir; 
 Girolando (Mais encontrada na região Norte); 
 Pardo-Suiça; 
 Jersey; 
 Guzerá; 
 Sindi; 
 
Raça Holandesa 
Origem 
Sua domesticação foi realizada a 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e 
da frísia (Países Baixos) e também na Frísia Oriental (Alemanha). Em 1882 foi fundada a Sociedade de Livro 
Genealógico dos Países Baixos. Chegou ao Brasil por volta de 1530 a 1535 trazida pelos Portugueses, nesta 
época o Brasil era dividido em capitanias hereditárias. 
 
Principais Características 
• Maior produtora de leite; 
• Muito pesada; 
• Grande porte; 
• Ampla caixa óssea; 
• Sua cabeça apresenta uma parte superior ampla; 
• Olhos grandes e escuros; 
• Orbitas salientes; 
• Chifres ficam para frente e tem a ponta escura; 
 
7 
 
• O focinho e a cavidade bucal são amplos; 
• Mucosa escura e as narinas são dilatadas; 
• Pelagem varia entre branco e preto, vermelho e branco; 
• Sua garupa é comprida larga e ligeiramente desnivelada no sentido quadril a ponta da nádega. 
• Úbere com grande capacidade e boa formação. 
• IPP (Idade Primeiro Parto): 25 a 27 meses; 
• Período de gestação: 261 a 293 dias; 
• IP (Intervalo entre partos): 15 a 17 meses; 
• Longevidade: 15 anos; 
• Vacas anti- maternal; 
• Produção por dia: 50L; 
• Não possui muita gordura; 
• Mais encontrada na região Sul do Brasil. 
 
 
Raça Gir 
Origem 
• Originário da Índia; 
• Importada ao Brasil em 1960 por produtores de São Paulo e Minas Gerais; 
 
Principais Características 
• Dupla aptidão; 
• Rusticidade; 
• Resistência ao carrapato; 
• Baixo custo de produção; 
• Dócil; 
 
8 
 
• Coloração variada de vermelho a amarelo; 
• Pelos curtos, finos e sedosos; 
• Possui uma protuberância acima da cernela do animal, esta é conhecida popularmente por cupim; 
• Chifres curtos, curvados para trás; 
• Longevidade: até 25 anos; 
• IPP: 40 meses; 
• Propriedades com tecnificação IPP:31 meses; 
• Período de lactação: 305 dias; 
• Média produzida vaca/dia: 12 kg/vaca/dia. 
 
 
 
Raça Girolando 
Origem 
• No Brasil por volta de década de 40; 
• Programa Pró-Cruza; 
• Grau meio sangue (1/2); ¾ Características genéticas mais voltadas para Holandesa; 
• 5/8 Girolanda. 
 
9 
 
 
 
Principais Características 
• Alta adaptabilidade; 
• Rusticidade; 
• Facilidade de manejo; 
• Grande aptidão leiteira; 
• Estatura média; 
• Pelagem pode variar de branco, pretos, a castanho e malhada; 
• Pelos curtos, sedosos, e brilhantes, pele solta e flexível; 
• Pescoço forte, alto e bem inserido a cabeça e ao tronco; 
• Peito forte largo e amplo, com boa cobertura muscular e pouco deposito de gordura. 
• Costelas bem arqueadas e largas, garupa larga e comprida; 
• Úbere bem desenvolvido, e tetas simétricas; 
• IPP: 30 meses; 
• Produção: 30 a 40 kg/vaca/dia; 
• Pico de produção: chega até 10 anos; 
• Produz bem até os 15 anos de idade. 
 
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Raça Pardo-Suíça 
Origem 
• Originária da Suíça; 
• Foram encontrados restos ósseos a margem as margens do Lago Suiço, nas bordas dos Alpes onde 
foram realizadas escavações, acredita-se que originou-se por volta de 1800 a.C.; 
• Sua origem no Brasil se deu por volta do inicio do século XX, tendo sido registrado primeiramente no 
estado do Rio Grande do Sul em 1905 e posterior difundiu-se para os demais estados brasileiros; 
• Maiores rebanhos no nordeste e São Paulo. 
Principais características 
• Coloração parda clara ou cinzenta escura; 
• Pelos maiores e mais claros no alto da cabeça, e também na parte extrema da orelha e ao redor do 
focinho; 
• IPP: 29 meses; 
• Alta adaptabilidade; 
• Sua pele bem pigmentada evita doenças relacionadas a fotossensibilidade. 
• Puberdade: 345 dias de vida; 
• Alta longevidade; 
• Muitas produzem leite até os 20 anos de idade; 
• Dupla aptidão; 
• Dóceis; 
• Bom teor total de sólidos; 
• Algumas regiões brasileiras possuem um preço diferencial; 
• Produz de 20 a 25 kg/vaca/dia. 
 
 
 
11 
 
 
 
Raça Jersey 
Origem 
• Oriunda da pequena Ilha Jersey no Canal da Marcha que fica entre a França e a Inglaterra, pertence ao 
Reino Unido da Grã-Bretanha; 
• Ela se formou a partir do cruzamento do pequeno gado negro de Bretanha com os grandes bovinos 
vermelhos da Normandia; 
• A ilha possuía leis que não permitia nenhuma entrada de animal; 
• Sua chegada ao Brasil foi por volta de 1895 pelo Joaquim Francisco de Brasil que era um grande 
pecuarista e embaixador plenipotenciário em Lisboa, chegou primeiro no estado do Rio Grande do 
Sul. 
Principais Características 
• Rusticidade; 
• Precocidade na produção; 
• Menor custo de alimentação; 
• Leite de alta qualidade:  teor de gordura, teor de sólidos; 
• Alta longevidade; 
• Facilidade na parição; 
• Pelagem cor de palha ao marrom; 
• Olhos saltados; 
• Não possuem chifres; 
• Extremamente dóceis; 
• 12 a 15 kg/vaca/dia; 
• 20 a 25 kg/vaca/dia quando bem manejada; 
• IPP: 24 meses; 
• Conseguem produzir leite bem até uns 20 anos de idade. 
 
 
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Raça Guzerá 
Origem 
• Pouco se sabe sobre sua data de origem, todavia sabe-se que há registros da raça impressos em 
cerâmica nos sítios arqueológicos de Mohenjo-Daro e Harappa, na Índia e Pasquistão e também 
encontrados em peças nas regiões da antiga Assíria e Mesopotâmia. 
• A raça guzerá chegou
ao Brasil por volta de 1870 trazido da índia pelo Barão de Duas Barras,para 
dominar a pecuária nos cafezais fluminenses; 
• Com a abolição da escravatura em 1888, os cafezais entraram em decadência; 
• Por volta de 1978 a 1983 o Guzerá ganhou mercado novamente devido a seca do Nordeste que 
derrubava qualquer gado enquanto ele ainda continuava de “pé”. 
Principais características 
• Par de chifres grandes e curvados para cima; 
• Pelagem varia de tons cinza claro ao escuro; 
• Grande porte; 
• Muito férteis; 
• Resistentes a seca. 
 
 
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Raça Sindi 
Origem 
• A raça Sindi é originária da região montanhosa semideserto do Paquistão. Por volta de 1952 Felisberto 
Camargo da Embrapa Belém, buscou no Paquistão 28 vacas e 3 reprodutores de avião. 
Principais Características 
• Adaptabilidade; 
• Longevidade: + de 17 anos; 
• Pelagem avermelhada; 
• Produz em torno de 7 a 12 kg de leite/vaca/dia. 
 
 
 
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Comparativo das raças 
 
 
INSTALAÇÕES 
Dentre os fatores que contribuíram para aumento da produtividade, destaca-se o manejo intimamente 
ligado às instalações bem planejadas e executadas, que reduzem os custos de produção de leite, devido a maior 
eficiência de mão-de-obra, conforto, salubridade e produtividade dos animais, bem como maior satisfação do 
pecuarista. 
As instalações devem atuar no sentido de: 
- Amenizar as adversidades climáticas inerentes ao meio ambiente, oferecendo maior conforto aos animais a 
homens, em todas as fases da exploração; 
- Otimizar a mão-de-obra, tornando os trabalhos agrícolas menos árduos, com economia de tempo e espaço; 
- Aumentar a renda da propriedade agrícola por meio da maior produção de homens e animais, bem como 
permitir a estocagem de alimentos abundantes na estação das águas. 
A grande maioria das edificações para bovinos leiteiros se mantém dentro de padrões de instalações 
abertas, com ventilação natural, associadas ou não com ventilação artificial, complementando uma maior 
movimentação de ar, de maneira a ter-se melhores condições de conforto térmico. 
Manejo á pasto 
O manejo em pasto requer estruturas mais simples que são, em geral, mais baratas do que as utilizadas 
em confinamento. Bezerreiro convencional, abrigos rústicos para novilhas e cochos cobertos construídos nos 
 
15 
 
pastos, tronco para contenção dos animais, depósito para alimentos e preparo de rações, reservatório de água, 
bebedouros. 
 
Manejo em confinamento total 
Exige maior investimento em instalações, máquinas e equipamentos, além de apresentar uma 
complexidade maior para o planejamento, porque necessita uma interação entre a movimentação de animais, 
alimentos e dejetos produzidos. Requer mão-de-obra qualificada. Também, o gerenciamento técnico e 
econômico-financeiro precisa ser intensificado. 
E os pontos a serem considerados são: 
 Orientação: a orientação das instalações é fator intimamente relacionado com o clima do local, e uma boa 
orientação tem maior importância em alojamentos abertos, onde, além de permitir uma máxima insolação 
interna no inverno, deve garantir a proteção contra os ventos dominantes e frios. Em condições de clima 
tropical e subtropical, como ocorre em nosso hemisfério, as coberturas são orientadas, normalmente, no 
sentido leste-oeste, para que no verão haja menor incidência de radiação solar no interior das instalações e 
maior insolação da face norte no inverno. 
O piso deve ser revestido por concreto, ou calçado com lajes, para evitar a formação de lama no período 
das chuvas, e de poeira na época seca. O piso de pedra, normalmente, é muito escorregadio podendo provocar 
acidentes e lesões nos animais. 
Localização: A escolha de um projeto de instalações exploração do gado leiteiro depende de uma série de 
variáveis, tais como, a raça, manejo, tamanho da exploração. Terreno com boas características de drenagem 
levemente inclinado, firme, ensolarado, protegido contra ventos frios, próximo a ponto de energia elétrica, 
água potável, vias de acesso, com formas a dimensões necessárias para permitir ampliações futuras e 
distribuição racional. 
Algumas instalações necessárias ao processo produtivo de leite: 
 
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- Sala de ordenha, sala de leite, sistema de limpeza/lavagem dos equipamentos e seus acessórios, currais de 
espera e de saída com pedilúvio, currais de alimentação com cocho, coberto ou não, para fornecimento de 
alimentos volumosos e concentrados, currais de manejo, abrigos individuais ou coletivos para bezerros, 
estruturas para armazenamento e/ou processamento de alimentos volumosos e concentrados, silagem, feno e 
insumos, sistema de tratamento, manejo e reciclagem dos dejetos animais e outros efluentes. 
 
Divisórias 
Elas podem ser construídas com réguas e mourões de madeira roliça ou serradas, com cordoalha de 
aço e tubos galvanizados. A escassez de madeira de lei, em muitas regiões, transformou o emprego de mourões 
de concreto armado ou de eucalipto tratado e cordoalha de aço em alternativas ecológicas e economicamente 
viáveis para a construção de currais e divisórias, em geral. Os currais com cordoalhas de aço permitem maior 
circulação do ar na altura dos animais, melhorando seu conforto térmico. O uso de currais com cordoalhas de 
aço deve ser preferido, por serem mais resistentes, duráveis e econômicos. 
Todas essas instalações devem ser projetadas a partir do levantamento criterioso e detalhado das condições 
locais da propriedade, a fim de se obter o máximo de economia e funcionalidade. 
 
EFICIÊNCIA REPRODUTIVA EM BOVINOS LEITEIROS 
 
Eficiência Reprodutiva nada mais é do que a habilidade em fazer a vaca se reproduzir com grande 
qualidade e eficácia sendo este um dos fatores que mais afeta a produtividade e a lucratividade do produtor. 
Uma baixa eficiência na reprodução pode causar diversos prejuízo como: 
 Reduzir o progresso genético; 
 Descarte involuntário (perdas desde a concepção seja natural ou artificial, até o parto); 
 Diminuição da longevidade; 
 Redução no número de animais para reposição; 
 Maior gasto com inseminação e com medicamentos; 
 Redução na produção de leite (maior intervalo entre lactações); 
 
17 
 
 Prolongamento do período seco da vaca. 
 
MONITORAMENTO DO REBANHO 
 
É realizado acompanhamento do rebanho por veterinários realizando exames produtivos, afim de gerar 
dados que propiciarão um diagnóstico dos pontos de estrangulamento passíveis de comprometer a 
produtividade do rebanho, a partir disso é possível estabelecer estratégias e intervenções para aumentar a 
eficiência reprodutiva. Hoje já se dispõe de tecnologias capazes de fornecer relatórios e cálculos precisos de 
vários índices, contudo ainda existem tecnologias de baixo custo como o quadro reprodutivo que auxiliam no 
manejo diário do animal mais utilizado por pequenos produtores devido ao baixo valor agregado fácil 
manuseio. 
 
 
 
Exames reprodutivos 
 Permite selecionar animais aptos à reprodução; 
 Os machos destinados para acasalamento são avaliados por meio de exame andrológico para testar sua 
capacidade potencial de fertilização; 
 O exame ginecológico permite selecionar as vacas aptas para a reprodução e identificar doenças que 
interferem na ovulação e na ovulação e na concepção, infecções no sistema reprodutivo, bem como é 
aplicado para o diagnóstico de gestação; 
 O rebanho deve ser avaliado pelo veterinário, em intervalos regulares (preferencialmente a cada 15 
dias). 
 
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Exames sanitários 
Deve-se avaliar a saúde geral do rebanho, afim de evitar quaisquer doenças que possam comprometer a 
gestação, como: 
- Leptospirose; 
- Rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR); 
- Diarreia bovina a vírus (BVD); 
- Neosporose; 
- Brucelose. 
Deve ser realizado identificação de animais com sintomas e isolamento do mesmo até que se comprove 
alguma doença, posteriormente deve ser manejado de acordo com a doença que for diagnosticada, dependendo
de casos até ser sacrificado e enterrado. Posteriormente deve ser limpado todo o local de modo que desinfete 
todo local que ele obteve contato anteriormente. Todo aborto deve ser investigado a causa. 
Avaliação da condição corporal 
 A estimação da condição corporal deverá ser realizada frequentemente e com especial atenção no 
momento do parto, no pico da lactação e na secagem; 
 Vacas paridas em condições corporais muito ruins (magras) tem período de recuperação maior e ocorre 
atraso significativo para o aparecimento do primeiro cio pós-parto; 
 Para vacas leiteiras não são indicadas que fiquem muito gordinhas e nem muito magras, pois todo 
alimento consumido deve ser convertido em leite e não em gordura, por isso o escore corporal ideal 
indicado é o 3. 
 
 
 
 
19 
 
FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O SUCESSO REPRODUTIVO 
 
Pontos fundamentais que envolvem o sucesso reprodutivo compreendem: 
- Evitar partos prematuros e distocias; 
- Tratar precocemente as endometrites e as doenças pós-parto; 
- Antecipar o retorno ao estro e identificá-lo corretamente; 
- Inseminar em tempo certo; 
- Monitorar a eficiência do inseminador; 
- Realizar o diagnóstico precoce de gestação. 
 
Fertilização e perdas de prenhez 
 As perdas de gestação em vacas de leite, desde a fertilização até o parto, podem atingir 60%; 
 A mortalidade embrionária tem sido responsabilizada pela maioria das perdas reprodutivas em 
rebanhos inseminados. 
Manejo alimentar 
 Para atingir índices reprodutivos satisfatórios, é necessário dar uma nutrição adequada e balanceada 
aos animais; 
Manejo ambiental 
 O conforto animal interfere não só na produção de leite, como também na reprodução; 
 Em animais sob efeitos estressantes ambientais, climáticos ou sociais, ocorre a diminuição da 
manifestação do comportamento estral e da ovulação. 
ÍNDICES REPRODUTIVOS 
 
 Os índices reprodutivos são utilizados como ferramentas para gerenciamento de um rebanho; 
 São obtidos a partir de informações colhidas dos exames reprodutivos e do registro das datas dos 
eventos ocorridos durante a vida do animal, como: nascimento, estros (ocorrência de cios), 
acasalamentos, partos e abortos. 
 
A avaliação da eficiência reprodutiva é complexa e deve envolver vários eventos durante a vida do 
animal, como: 
- Idade a puberdade; 
- Idade ao primeiro parto; 
- Gestação; 
- Intervalo de partos; 
 
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- Taxas de aborto e de concepção; 
- Número de doses de sêmen por concepção. 
 
PERÍODO DE SERVIÇO 
 
 O período de serviço é o tempo decorrido entre o parto e a concepção. 
 Para atingir o intervalo de partos ideal, o período de serviço deve ser o menor possível, e , alcançar 
esse objetivo, a detecção de estro deverá ter início por volta de 30 dias após o parto. 
 
Os fatores que podem prolongar o período de serviço são: 
- Alta produção do leite; 
- Os partos prematuros e as distocias; 
- A retenção de placenta e as endometrites; 
- Deficiência na detecção de estro e no procedimento de inseminação; 
- Anestro pós-parto prolongado. ( causado principalmente por disfunções ovarianas ou má nutrição e 
manejo ambiental deficiente. 
 
REPRODUÇÃO DE BOVINOS LEITEIROS 
 
 A reprodução é um fator que sofre grande influência pela eficiência reprodutiva, pois precisa de um 
bom manejo, alimentação e cuidados sanitários para atingir um peso ideal para se reproduzir. Esse 
peso vivo pode variar de raça/raça. 
 
PROCESSOS DE REPRODUÇÃO 
 
 Monta natural; 
 Monta controlada; 
 
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 Inseminação artificial; 
 
Monta Natural 
 
Vantagens: 
- Economiza mão-de-obra; 
- Possibilita melhor aproveitamento de cios. 
Desvantagens: 
- Dificulta a anotação do dia de cobertura; 
- Diminui a vida útil do touro pelo excesso de montas; 
- Aumenta a possibilidade de acidente com o touro; 
- Aumenta a possibilidade de acidente com a vaca também devido ao touro ser quase duas ou mais vezes 
maior que seu tamanho; 
- Favorece a transmissão de doenças na reprodução, como: viroses, triconomose e campilobacteriose. 
 
Monta Natural Controlada 
 
Vantagens: 
- Facilita a anotação do dia de cobertura; 
- Aumenta a vida útil do touro; 
- Diminui a possibilidade de acidente com o touro. 
- Possibilita o controle de reprodução, com a programação das coberturas e parições, e maior 
identificação de problemas reprodutivos; 
- Possibilita melhor aproveitamento do touro que serve aproximadamente 100 vacas por ano. 
Desvantagens: 
- Aumenta gastos com mão-de-obra; 
- Acarreta maior perda de cios; 
 
22 
 
- Requer maiores gastos com instalações. 
 
 
 
Inseminação artificial 
Vantagens: 
- Possibilita o uso de sêmen de touros provados; 
- Economiza na manutenção do rebanho pela ausência do reprodutor na propriedade; 
- Possibilita baixo investimento em relação à aquisição de um bom reprodutor; 
- Evita a transmissão de doenças pelo touro; 
- Valoriza o rebanho pela qualidade dos animais; 
- Permite o cruzamento alternado de raças diferentes; 
- Possibilita a melhoria de certos caracteres desejáveis; 
- Facilita anotações e registros; 
- Estimula o produtor a aprimorar o manejo do rebanho. 
Desvantagens: 
- Necessita de pessoal habilitado; 
- Necessita de assistência técnica periódica por técnico especializado; 
- Acarreta maior perda de cios; 
- Aumenta gastos com mão-de-obra e equipamentos (botijão, pipeta, luvas etc.); 
- Acarreta gastos com reabastecimento periódico de nitrogênio. 
 
 
23 
 
 
 
	Apoio à produção leiteira
	Produção leiteira no contexto Mundial
	Estimativas para o Brasil
	Evolução da Cadeia do Leite em Rondônia
	PRINCIPAIS RAÇAS
	Principais fatores limitantes da produção
	Principais Raças Leiteiras no Brasil
	Raça Holandesa
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