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FACULDADE DOM ALBERTO
 
PÓS-GRADUAÇÃO EM
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA, INSTITUCIONAL E EDUCAÇÃO INFANTIL.
 GISELE CRISTINA DE ABREU
 OS DESAFIOS DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
GOVERNADOR CELSO RAMOS /SC
 2021
OS DESAFIOS DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Gisele Cristina de Abreu[footnoteRef:1] [1: gicris29@gmail.com] 
Declaro que sou autor (a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO - O presente estudo aborda sobre a importância da Interação entre Escola e Família no Processo Pedagógico para uma educação de qualidade, sobre as atuações dos profissionais em educação e o que eles tem feito para que e ocorra essa interação e sobre sugestões para que ambas as partes, tanto a escola quanto a família, alcancem um objetivo em comum, de proporcionar as crianças uma educação de qualidade. Os distúrbios de aprendizagem: Abrangem qualquer dificuldade visível pelo aluno para acompanhar o ritmo de aprendizagem de seus colegas, da mesma idade seja qual for o determinante desse atraso. Certamente, a população assim definida é de uma grande diversidade, não sendo simples encontrar critério que a delimite maior precisão. As famílias e as escolas estão passando por profundas transformações e ambas precisam acompanhar tais mudanças de forma conjunta, facilitando o processo de aprendizagem das crianças e ajudando uns aos outros na busca de um objetivo comum, o de educar as crianças. Família e escola devem levar em consideração as influências externas que, sem acompanhamento das duas instituições podem favorecer ou não o desenvolvimento das crianças, influenciando positivamente ou negativamente, na formação do educando. Devem ser parceiros como contribuição na melhoria da qualidade de ensino, podendo assim propor atuações para que ambas possam apoiar uma à outra na educação das crianças. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Escola; Família; Parceria; Aprendizagem e Formação. 
 
 
INTRODUÇÃO
No dia-a-dia em sala de aula somos desafiados a todo instante. E é esse desafio que torna as coisas possíveis. Buscar aquilo que não sabemos para construirmos juntos com as crianças as aprendizagens que nos faz refletir sobre a nossa profissão. O educador deve se preparar para suprir as faltas sejam elas cognitivas, afetivas, sociais ou psicomotoras. O aluno chega à escola desejoso de aprender, de saber mais do que aquilo que sabe, ele tem fome de aprender, de saber, de falar, de ouvir. Cabe ao educador manter esse desejo aceso. É no desejo expresso no ato de ensinar que o educador envolve o aluno em sua paixão por aprender. “Ensinar e aprender são movidos pelo desejo e pela paixão”. (FREIRE, 1992, p.11). 
Dentro de uma perspectiva interacionista o mais importante para a aquisição de uma nova aprendizagem é sempre partir daquilo que o aluno já sabe. Este é o ponto de apoio, a base, a bagagem que o aluno carrega e traz de suas vivências. Ao basear-se naquilo que sabe, a criança faz as pontes entre o saber e aquilo que está aprendendo. Este é o caminho que indica a epistemologia do conhecimento desenvolvida por Piaget e por seus seguidores, a visão de desenvolvimento e aprendizagem que Vygotsky propõe e que será apresentada no decorrer deste estudo. Conceitos e teorias de aprendizagem serão apresentados no primeiro capítulo da pesquisa. Dentro desta perspectiva, todo ser é potencialmente igual e passível de aprender, independente da classe social a que pertence e de suas especificidades – sexo, cor, idade. Se isso não acontece precisamos verificar o que está acontecendo. As razões para a não aprendizagem são as mais variadas e vai desde o desconhecimento do educador até a uma causa mais específica conhecida por dislexia, levando às repetências múltiplas e consequentemente ao fracasso e evasão escolar. 
As dificuldades ou distúrbios de aprendizagem ao Identificar os pré-requisitos necessários à aquisição da leitura são o foco do segundo capítulo. Todas as tarefas de nossa vida cotidiana envolvem leitura e escrita. O domínio dessas habilidades implica na liberdade contra todas as formas de manipulação e opressão. Quem lê não é nem dependente, nem marginalizado. Pode se locomover fazendo uso de transportes ou para procurar uma rua, fazer compras, cozer alimentos, utilizar um carro, ler um livro, utilizar o microcomputador, enfim, se inserir verdadeiramente no mundo. É, portanto, uma ferramenta indispensável à vida em sociedade. Mas, apesar de toda essa importância que a leitura apresenta às nossas vidas, as estatísticas são muito duras em relação a esse assunto. 
O ensino da leitura e da escrita é alvo de diversas pesquisas e publicações denotando uma constante preocupação dos educadores e pesquisadores com o ensino destas habilidades. No Brasil, porém, não existem instrumentos de avaliação de nível de leitura aos qual o educador possa recorrer, nem estudos amplos que descrevam quanto tempo é necessário para que as crianças possam progredir nessa área. Busca-se com este estudo encontrar estratégias que auxiliem o professor a ajudar seus alunos na conquista da leitura. No quarto capítulo discutiremos algumas estratégias utilizadas por pesquisadores e educadores que poderão auxiliar a prática pedagógica. 
DESENVOLVIMENTO
1. CONCEITO DE APRENDIZAGEM 
 
No Novo Dicionário Aurélio aprender significa: 
 
(...) 1. Tomar conhecimento de. (...) 2. Reter na memória, mediante o estudo, a observação, experiência. (...) 3. Tornar-se apto ou capaz de alguma coisa, em consequência de estudo, observação, experiência, advertência, etc. (...) 4. Tomar conhecimento de algo retê-lo na memória, em consequência de estudo, observação, experiência, advertência, etc.(...) (FERREIRA, 1975, p. 119). 
 
 
A aprendizagem pode ser definida como um processo constante e evolutivo que provoca modificações no comportamento, tanto físico, como biológico, dos indivíduos e também do ambiente no qual estão inseridos, provocando assim, novos comportamentos. Pode-se dizer que todo o trabalho do educador tem como foco a aprendizagem. Dewey afirma que “se o aluno não aprendeu o professor não ensinou; se o aluno não aprendeu, o esforço do professor foi uma tentativa de ensinar, mas não ensinou (...)” (FALCÃO, 1995, p.19). 
Vítor da Fonseca em seu livro Introdução às dificuldades de aprendizagem traz as contribuições da psiconeurologia relacionando o cérebro e o comportamento, e o cérebro e a aprendizagem, afirmando ser este órgão o responsável por toda aprendizagem humana. Diz ainda, que para se compreender as relações dinâmicas e complexas da aprendizagem, é necessário conhecer a estrutura e o funcionamento do cérebro. Conforme Fonseca: 
(...) a aprendizagem é um produto da experiência que se concretiza numa
mudança adquirida de comportamentos, onde estão em jogo condições 
internas e condições externas, inerentes ao indivíduo e ao seu desenvolvimento, não podemos esquecer que o comportamento é movido por interações entre dois determinantes fundamentais: o psicosociológico e o neurobiológico. (FONSECA, 1995, p.148)
 Quanto mais aprendermos sobre as relações cérebro - comportamento e cérebro-aprendizagem, melhor será a nossa compreensão sobre como a criança aprende, o seu potencial cognitivo a explorar e sobre as intervenções necessárias à criança com dificuldade deaprendizagem. Saber como o cérebro funciona é a explicação científica para o processo de aprendizagem. Para aprender, nosso corpo e nosso cérebro devem estar aptos. A cada estímulo o cérebro muda sua anatomia. 
A cada nova informação recebida, sinapses são criadas e configuram-se novas redes entre os neurônios, que guardam essas informações na superfície do cérebro como a memória de longo prazo. Esses circuitos são ativados sempre que uma das informações seja necessária a um novo aprendizado. A memória também é ativada durante o sono e o sonho, quando as memórias adquiridas transitam por todo cérebro sem interferência dos sentidos. 
Aprendizagem é um fenômeno que acontece no dia-a-dia, desde o início de nossas vidas (ou quem sabe até antes). Não é hereditária. É um processo pessoal, porque dependem do envolvimento, esforço e capacidade de cada um; é gradual, porque se aprende um pouco de cada vez e de acordo com seu ritmo próprio. A aprendizagem é um processo contínuo, que ocorre ao longo da vida, pois estamos sempre aprendendo, sempre adquirindo novos conhecimentos. A aprendizagem garante a continuidade da espécie humana, permitindo a transmissão da cultura entre as civilizações, a inserção social e transforma, criando o homem que deseja. Assim, o sujeito que não aprende, não cumpre as funções sociais da educação e está condenado ao fracasso. 
Pode-se, então, definir aprendizagem como uma modificação relativamente duradoura do comportamento, que ocorre gradualmente, através de treino, observação e experiência, de acordo com o ritmo e envolvimento de cada pessoa ao longo de nossas vidas. Para exemplificar poderíamos dizer que uma criança que ingressa no ensino fundamental e ao longo de um ano começa a ler, apresenta uma modificação, saiu da condição de não saber para a de saber, portanto aprendeu – ocorreu aprendizagem. 
Vygotsky defende que desenvolvimento e aprendizagem não acontecem de forma isolada, um depende do outro, porém há uma distinção entre aprendizagem e desenvolvimento interno, pois quando desenvolvimento atinge o nível real, o aprendizado atinge o potencial, estando este sempre à frente daquele. Com isso indica dois níveis de desenvolvimento: o desenvolvimento real, que corresponde a tudo que a criança realiza e pode fazer sozinha e o desenvolvimento potencial que está além do desenvolvimento real, isto é a criança pode aprender conforme seu processo de maturação e diante da interação com mediadores, parceiros mais experientes. As interações são internalizadas ou reconstruídas tornando a criança apta a realizar a atividade sozinha. 
Os educadores devem atuar na zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre a zona de desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento potencial. O educador deve avaliar sempre o que o aluno traz em sua “bagagem” e o ensino deve ser útil e criativo. 
De acordo com Vygotsky: 
Aprendizado não é desenvolvimento; entretanto, o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer. Assim, o aprendizado é um aspecto necessário e universal do processo de desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. (VYGOTSKY, 1989 apud LOMÔNACO, 1997, p.22).
 
 
Piaget vê o aluno como sujeito ativo de seu conhecimento – cada novo conhecimento se incorpora ao anterior. Diante da interação com o objeto do conhecimento, através de repetições, ocorre a assimilação do mesmo, alterando seus esquemas mentais e acomodando suas estruturas, originando assim um novo esquema. A evolução cognitiva se dá por meio da equilibração e desequilibração, indicando a mudança de estádio. 
A memória passa a ocupar um lugar importante no processo de aprendizagem, pois é através dela que o sujeito adquire novas aprendizagens fazendo antecipações e conservando o conhecimento adquirido. 
Freire afirma que o educador deve se deixar educar. A aprendizagem só ocorrerá com o envolvimento de ambos, educador e educando, e pela postura que o primeiro adota em relação à realidade que o segundo lhe apresenta. Para ele não se educa transferindo conhecimento, mas sim criando possibilidades para a sua produção ou sua construção. O aluno não é um depósito onde se remete informação. 
Freire cita que ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, onde se implica um pensar certo, que envolve movimento dinâmico e dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer. “É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. (FREIRE, 1998b). 
Embora nem Piaget, nem Vygotsky tenham pretendido elaborar uma pedagogia propriamente dita, suas contribuições provocaram mudanças significativas na prática pedagógica, e em especial na alfabetização. 
Resumindo, nenhuma teoria é suficientemente ampla para dar conta de toda a complexidade dos processos que envolvem a aprendizagem. Devemos estar atentos a nossa prática, essa sim pode fazer a diferença. O ser humano nasce potencialmente inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos (motivação, necessidade) para o aprendizado. Aprender a falar e a andar são consideradas aprendizagens natas, mas a maioria das aprendizagens acontece no meio social em que o indivíduo convive. A experiência é construída por fatores emocionais e neurológicos, além dos relacionais e ambientais. 
Com relação ao aprendizado específico da leitura têm-se como princípios o domínio da linguagem e a capacidade de simbolização, devendo haver condições internas e externas necessárias ao seu aprendizado. 
As habilidades de reconhecer ou identificar palavras são as atividades que atribuem significado ao símbolo escrito indicando como se aprende a ler e as atividades que envolvem compreensão levam a alcançar a interpretação, ou seja, o que estas palavras querem dizer – são atividades que permitem ler para aprender. Dessa forma não podemos separar a aprendizagem da não aprendizagem que é o problema desta pesquisa. 
 
 
1.1 Dificuldades ou Transtornos de Aprendizagem 
 
Segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde (ZORZI, 2006), entre 10% e 15% do total de crianças com problemas de aprendizagem apresentam distúrbios orgânicos – deficiência mental, auditiva, motora, visual, múltipla, ou ainda, dislexia. Mas o índice de fracasso escolar é de 40% ou mais, sendo que ainda há estudantes que passam de ano sem ter aprendido, ou chegam nas séries mais adiantadas soletrando e sem compreender os enunciados dos exercícios. 
 “A identificação das causas dos problemas de aprendizagem escolar requer uma intervenção especializada”. (BOSSA, 2000). 
De acordo com Bossa ao tratar de problemas de aprendizagem devemos sempre considerar as dificuldades da criança na escola e as dificuldades da escola com as crianças. 
Quando consideramos a criança devemos verificar suas condições físicas, psíquicas, ou seja, sua possibilidade de aprender, se dispõe de recursos cognitivos apropriados para a fase em que se encontra. 
Outra condição importante para que ocorra a aprendizagem é o desejo de aprender – a motivação permeada pelo afeto. As relações que a criança estabelece com o objeto de estudo é que a impulsionam para a construção do conhecimento. A maior dificuldade dos educadores e dos psicopedagogos está em encontrar os subsídios que indiquem que a criança apresenta dificuldade de aprendizagem. Como faltam parâmetros concretos para fazer a identificação, esta acaba ocorrendo quando o aluno já repetiu um ou mais anos e provavelmente já tenha automatizado os erros. 
Mesmo considerando as particularidades de cada caso, existem algumas 
generalizações: a maioria das crianças com dificuldades de aprendizagem apresentamimpulsividade, são desajeitadas, desatentas, apresentam falhas na integração perceptiva, na memória, no pensamento e na linguagem. (GOLBERT & MOOJEN, 1996). 
Essas dificuldades podem ser: problemas anteriores à vida escolar; problemas na proposta pedagógica; capacitação do professor; problemas familiares ou déficits cognitivos, entre outros. Nenhum fator específico é a causa do problema, pode ter origens diversas ou ser uma combinação de vários fatores. 
Quando tudo estiver de acordo e a criança só não aprende na escola devemos realizar um diagnóstico institucional para verificar quais problemas estão comprometendo o êxito do aluno. Muitas vezes o professor não percebe que a sua maneira de ensinar não é a mais apropriada para o aluno aprender. O professor preso a métodos ou a proposta pedagógica da escola, sem condições de se atualizar ou mesmo resistente a mudanças não percebe que está no caminho errado e acaba por não rever a sua prática tornando-a incoerente e fazendo assim, sofrer o aluno. 
A fronteira que existe entre a dificuldade de aprendizagem e o transtorno é muito sutil, porém, dificuldades são momentâneas, os transtornos não. Desta forma é importante estabelecer uma diferenciação entre a dificuldade e o transtorno de aprendizagem. 
De acordo com o DSM-IV - TR, o transtorno ou distúrbio de aprendizagem é um conjunto de sinais ou sintomas que provocam uma série de perturbações no aprender da criança, interferindo no processo de aquisição e manutenção de informações de uma forma acentuada. O transtorno corresponde a uma inabilidade específica em uma das áreas como a leitura, a escrita, a matemática em indivíduos considerados capazes intelectualmente, porém um transtorno está quase sempre associado a outro. Os transtornos de aprendizagem podem persistir até a idade adulta. 
Os manuais CID-10 e DSM-IV apresentam três tipos básicos de transtornos 
específicos: o Transtorno da Leitura, o Transtorno da Escrita e o Transtorno da Matemática. 
Transtorno da Leitura – Dislexia: é uma dificuldade específica em compreender as palavras escritas. Sob nenhuma hipótese está relacionado à idade mental, problemas de acuidade visual ou baixo nível de escolaridade. 
Transtorno da Escrita – Disgrafia e/ou Disortografia: é um transtorno de ortografia ou caligrafia, geralmente combinado à dificuldade em compor textos escritos por apresentar erros de gramática, pontuação, má organização dos parágrafos, múltiplos erros ortográficos ou fraca caligrafia. 
Transtorno da Matemática – Discalculia: a criança apresenta uma inabilidade em adquirir conceitos matemáticos e a utilizá-los na vida diária, geralmente está combinado com o Transtorno da Leitura e da Escrita. 
O DSM-IV classifica como critérios diagnósticos para o transtorno da leitura: 
 → o rendimento na capacidade de ler: correção, velocidade ou compreensão consideravelmente inferior à média para a idade cronológica, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo; 
→ quando a dificuldade de leitura apresentada interfere de modo significativo nas atividades cotidianas do indivíduo; 
→ quando a leitura oral é distorcida apresentando substituições ou omissões; 
→ quando a leitura silenciosa é lenta ou apresenta erros na compreensão do texto; 
 → quando sob presença de um déficit sensorial, as dificuldades de leitura excedem aquelas habitualmente a este associada. 
1. 2. Aprendizagem e o Desenvolvimento da Criança da Primeira Infância 
 
A aprendizagem é a modificação do comportamento frente a um a situação, pois irá implicar num progresso de evolução. Os fatores fundamentais no processo da aprendizagem são o emocional, o intelectual, o psicomotor, o físico e o social. 
Para que a criança possa enfrentar a aprendizagem formal é necessário que tenha atingido a um nível de desenvolvimento adequado, pois aprender a ler e escrever envolve um complexo em que a idade cronológica por si só não constitui fator de sucesso. 
Para haver equilíbrio na personalidade individual, o desenvolvimento deve ser global e harmonioso. Mas nem sempre isso acontece. O crescimento e maturação podem não ser desenvolvidos ao mesmo tempo e no mesmo nível. Frente a esta situação, origina-se uma série de dificuldades que leva a criança enfrentarem os primeiros problemas escolares. 
Assim, o professor como mediador entre o mundo da família e o mundo da escola tem a função de aproximar o ensino, através da escolha dos conteúdos e mais importante da forma de ensinar, a todos estes fatores fundamentais no processo da aprendizagem para que o emocional, o intelectual, o psicomotor, o físico e o social da criança. 
 
1.3. Dislexia – um transtorno de aprendizagem 
 
Como foi dito anteriormente, a dislexia diz respeito a um transtorno caracterizado por uma dificuldade em reconhecer ou compreender as palavras escritas. É uma dificuldade duradoura da aprendizagem da leitura e aquisição do seu automatismo. Acontece em crianças inteligentes, escolarizadas e sem quaisquer perturbações sensoriais e psíquicas. 
O educador não deve confundir a dislexia com preguiça ou indisciplina. 
Os disléxicos processam as informações em uma área diferente de seu cérebro. Alguns sinais denunciam a existência de dislexia: dificuldade em assimilar o que o professor ensina; tendência a confundir as letras; dificuldade em rimar palavras; reconhecer letras e fonemas; dificuldade em ler palavras pequenas e simples; dificuldade em identificar fonemas; soletrar; ler em voz alta e memorizar palavras. 
A criança disléxica apresenta autoestima baixa e falta de autoconfiança por se considerar menos inteligente que os demais colegas. O apoio da família, dos colegas e o entendimento dos profissionais que trabalham com esse aluno colaborarão de certa forma para elevar estes aspectos. 
2. FAMÍLIA E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 
 
 
Conforme consta em Polity (1998, p.73), o termo Dificuldade de Aprendizagem é definido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (EUA) da seguinte forma: 
Dificuldade de Aprendizagem é uma desordem que afeta as habilidades pessoais do sujeito em interpretar o que é visto, ouvido ou relacionar essas informações vindas de diferentes partes do cérebro. Essas limitações podem aparecer de diferentes formas: dificuldades específicas no falar, no escrever, coordenação motora, autocontrole, ou atenção. Essas dificuldades abrangem os trabalhos escolares e podem impedir o aprendizado da leitura, da escrita ou da matemática. Essas manifestações podem ocorrer durante toda a vida do sujeito, afetando várias facetas: trabalhos escolares, rotina diária, vida familiar, amizades e diversões. Em algumas pessoas as manifestações dessas desordens são aparentes. Em outras, aparece apenas um aspecto isolado do problema, causando impacto em outras áreas da vida, (POLITY, 1998, p.73). 
 
Segundo a autora, esse termo é definido de várias maneiras, por diferentes autores, diferindo-se quanto à origem: orgânica, intelectual/cognitiva e emocional (incluindo-se aí a familiar). O que se observa na maioria dos casos é um entrelaçamento desses aspectos. 
Considerando a importância da família como o primeiro núcleo social onde a criança começa a construir suas aprendizagens, procuramos compreender as relações familiares e suas interferências nos processos de aprendizagem da criança, ou seja, pesquisamos sobre qual a influência das diferentes modalidades de ensino das famílias na formação e manutenção dos problemas de aprendizagem das crianças. 
A família tem um papel central no desenvolvimento das crianças, porque serão no contexto familiar que se realizarão as aprendizagens básicas. Existem crescentes comprovações na Psiquiatria e áreas afins de que a qualidade dos cuidados familiares que uma criança recebe em seus primeiros anos de vida é de importância vital para sua saúde mental futura. Segundo Bowlby, as experiências emocionais em estágios precoces da vida mental podem produzir efeitos vitais e duradouros. Estudos diretosfeitos pelo autor deixam claro que, quando uma criança é privada dos cuidados maternos - ou quem desempenha essa função, o seu desenvolvimento é quase sempre comprometido física, intelectual e socialmente. 
Sabe-se que as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, geralmente, possuem uma baixa autoestima em função de seus fracassos e que esses sentimentos podem estar vinculados aos comportamentos de desinteresse por determinadas atividades, tempo de atenção diminuído, falta de concentração e outros. 
Alguns pais confiam seus filhos com dificuldade de aprendizagem aos professores acreditando que o mau desempenho da criança seja proveniente apenas de si mesma, sem questionar sua possível participação nessas alterações. 
A importância da participação da família no processo de aprendizagem é inegável e a necessidade de se esclarecer e instrumentalizar os pais quanto as suas possibilidades em ajudar seus filhos com dificuldades de aprendizagem é evidenciada ao manifestarem suas dúvidas, inseguranças e falta de conhecimento em como fazê-lo. Conforme Martins (2001, p.28), “essa problemática gera nos pais sentimentos de angústia e ansiedade por se sentirem impossibilitados de lidar de maneira acertada com a situação”. 
Dificuldades escolares apresentadas pelas crianças, relacionadas à falta de concentração e indisciplina ocorrem e podem ser causadas pela ausência de limites. A primeira geração educou os filhos de maneira patriarcal, isto é, os filhos eram obrigados a cumprir as determinações que lhes eram impostas pelo pai. A geração seguinte contestou esse sistema educacional e agiu de maneira oposta, através da permissividade. Os jovens ficaram sem padrões de comportamentos e limites, formando uma geração com mais liberdade do que responsabilidade. 
Os pais devem preparar os filhos para arcarem com suas responsabilidades. Na medida em que a criança vai aprendendo a cuidar de si mesma, vai experimentando a sensação gratificante da capacidade de enfrentar desafios. E cada realização é um aprendizado que servirá de base para um novo aprendizado. Assim, realizando suas vontades e necessidades, a criança vai gostando de si mesma, desenvolvendo a autoestima. 
Todos esses aspectos citados e muitos outros são fundamentais para que o desenvolvimento da criança se efetive. Portanto, a família necessita da ajuda dos profissionais na aquisição desses conhecimentos básicos e essenciais para que possa cumprir seu papel de facilitadora do processo de aprendizagem de seus filhos, através de comportamentos mais adaptativos. 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Educação Infantil desempenha um papel importante junto à criança, principalmente em seus primeiros anos de vida, a qual lhe permite uma maior participação e desenvolvimento na sociedade, interagindo e conhecendo sua identidade, autonomia, aprendizagem e especificidade. 
A relação escola e família são imprescindíveis, pois a família como espaço de orientação, construção da identidade de um indivíduo deve promover juntamente com a escola uma parceria, a fim de contribuir no desenvolvimento integral da criança e do adolescente. 
Portanto, existe uma relação direta entre o engajamento das famílias no processo de aprendizado e os bons resultados escolares. 
A ação educativa tem influência da família, essa influência, no entanto é básica e fundamental no processo de educar a criança, nenhuma outra instituição possui condições de substituir. 
Os professores que sempre se colocaram em suas salas de aula, como meros transmissores de seus conhecimentos, hoje deparam com uma realidade onde apenas transmitir tais conhecimentos não basta, é preciso ir além das salas de aulas e em muitos casos fazer o papel dos familiares, O fracasso escolar é uma questão ligada a preconceitos em relação à pobreza, às classes homogêneas, generalizações e rótulos, “domínio da turma”, sem falar na questão salarial, condições de vida e luta do professor que diz não ter tempo, nem dinheiro para se atualizar. É mais fácil perceber erros visíveis do que fazer um inventário completo das condições favoráveis para a aprendizagem. 
A superação do fracasso escolar é tarefa pedagógica e, portanto, as lutas não devem se confundir, nem se misturar, uma complementa a outra, mas não justifica. E o sucesso dos educandos não depende só da escola, mas é tarefa dos pais e de uma sociedade inteira. 
Consideremos que todas as crianças, mesmo aquelas que apresentam dificuldades, distúrbios ou deficiência mental são capazes de aprender. Se ela não aprende, não procure nela o problema, modifique a sua prática, faça uso de abordagens diferentes, verificando se estão ou não dando certo. Só acerta quem tenta. Não acredite em tudo que lhe dizem, para isso existe a pesquisa. Não existe receita pronta, muito menos o melhor método, nesta hora é melhor seguir seu coração. O ensino deve se moldar à criança e não o contrário. Construa e persiga seus objetivos e ofereça a seus alunos um ambiente favorável às aprendizagens. 
É necessário que as famílias criem o hábito de participar da vida escolar das crianças, que perceba a importância de se relacionar com a escola na busca de um objetivo em comum, “educação de qualidade para as crianças”. Por outro lado, a escola deve ser a responsável por criar meios de aproximação com as famílias e a comunidade, orientando e mostrando que educar não é papel exclusivo das escolas, é papel de todos. Todos juntos lutando por uma melhor educação. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BRASIL. Lei n. 11.274, de 06 de fevereiro de 2006. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei 9.394, de 20 de dezembro o de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 07 de fevereiro de 2006. 
 
BOSSA, Nádia A. Dificuldades de aprendizagem: O que são? Como trata-las? Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. 
 
FALCÃO, Gérson Marinho. Psicologia da Aprendizagem. São Paulo: Ática S.A., 1995. 
 
FERREIRA, Aurélio Buarque de H. Novo Dicionário Aurélio. Rio de Janeiro: 
Editora Nova Fronteira S.A., 1975. 
 
FONSECA, Vítor Da. Introdução às dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 
 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo: Cortez, 1998 a. 
São Paulo: Paz e Terra, 1998b. (Coleção Leitura). 
 
GOMES, Maria de Fátima Cardoso. SENA, Maria das Graças de Castro. 
Dificuldades de aprendizagem na alfabetização. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. 
 
GOLBERT, Clarissa S. & MOOJEN, Sônia M.P. (Org.) Dificuldades na aprendizagem escolar. In: O aluno problema: transtornos emocionais de crianças e adolescentes. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1996. p. 79-109. 
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000. Rio de Janeiro: IBGE, 2000. 
MARTINS, Nanci de Almeida Rezende. Análise de um trabalho de orientação a famílias de crianças com queixa de dificuldade escolar. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, 2001. 
 
Psicologia: teoria e pesquisa, v. 15, n.2, p. 135-142, mai.ago./1999. 
 
MORAIS, Antônio Manuel Pamplona. Distúrbios da aprendizagem: uma abordagem psicopedagógica. São Paulo: Edicon, 1997. 
 
POLITY, E. Pensando as dificuldades de aprendizagem à luz das relações familiares. In: POLITY, E.Psicopedagogia: um enfoque sistêmico. São Paulo: Empório do livro, 1998.
Psicopedagogia: um enfoque sistêmico. São Paulo: Empório do livro, 1998. 
VYGOTSKY, L.S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.
 
ZORZI, Jaime Luiz. A escola ignora quem não consegue aprender. Nova Escola – Fundação Vítor Civita, São Paulo, ano XXI, n. 194, Agosto de 2006.

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