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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ESTRUTURA DE CAPITAL Resenha Essa resenha acadêmica aborda o conteúdo do artigo “Teoria da Estrutura de Capital – As discussões persistem”, escrito por Rubens Famá e J. William Grava que são professores conceituados na área financeira e atuam em importantes faculdades de Administração. O artigo versa sobre a questão da evolução dos estudos de estrutura de capital, desde o conceito de Harry Markowitz, Modiglini e Miller até nos enfoques atuais e suas inter-relações. Inicialmente os autores expõem que a evolução dos estudos sobre estrutura de capital podem ser divididos em três grandes partes, sendo todas elas relacionadas ao estudo do risco e seu efeito sobre o custo de capital. A primeira fase, que data do inicio dos estudos em finanças até o ano de 1950, coloca a noção de risco desacompanhada de um instrumental analítico adequado para trata-lo. O risco era tratado por meio de técnicas determinísticas. Já a segunda fase, destacada por Modigliani e Miller (M&M), incorporou a questão da incerteza, do conflito de agência e da informação contida na política de dividendos. A última abordagem, iniciada com a introdução do tema da assimetria de informação, proposta por Jensen e Meckling, trouxe além da incerteza dos eventos futuros, a questão comportamental dos agentes e os tipos de informações disponibilizadas para avaliação dos investidores. Contudo, essa última abordagem não invalidou a abordagem anterior. Ao contrário, as duas teorias foram desenvolvidas gerando duas correntes teóricas distintas. Uma que defende que a estrutura de capital cria valor e outra que a mesma destrói valor mediante os acionistas. Ao longo do artigo, os autores vão descrevendo os principais pontos relativos à estrutura de capital, bem como suas implicações na busca de uma política ótima de endividamento. Um ponto a ser ressaltado diz respeito à falta de definição sobre o assunto. Observando, por exemplo, às considerações de M&M, percebe-se que num primeiro momento eles desconsideram o ganho fiscal e, cinco anos depois, o incluiu novamente, para finalmente em 1977, negá-lo de novo. Modigliani e Miller em 1963 chegaram à conclusão de que o valor da organização deveria crescer com seu endividamento e postulam um modelo que, dentre outras implicações, propõe a irrelevância da politica de dividendos. Os autores explicam que muito já foi pesquisado sobre estrutura de capital, entretanto algumas questões ainda permanecem em aberto. Para eles, o que se sabe até o momento ainda é pouco em relações as possibilidades existentes, apesar de já demonstrar um norte para futuros estudiosos. É notório que o campo apresenta uma gama de possibilidades inexploradas para os especialistas da área. Por fim, pode-se dizer que o artigo é de uma leitura leve, que interessa a administradores e estudiosos das ciências econômicas. Para este público, o texto é uma boa referência para futuras pesquisas. Referência bibliográfica: FAMÁ, R.; GRAVA, J.W. Teoria da Estrutura de Capital - As Discussões Persistem, Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, vol.1, n.11, p.27-36, 2000.. Disponível em: http://www.regeusp.com.br/arquivos/C11-art04.pdf.
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