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19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 45 Alavancagem e Estrutura de Capital São conceitos relacionados com o custo de capital e com as decisões relativas ao orçamento de capital. A Alavancagem é o uso de ativos ou recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários. Alavancagem Operacional – resulta da existência de custo operacionais fixos no fluxo de lucros da empresa – pode ser definida como o uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e dos impostos (LAJIR) 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 46 Alavancagem e Estrutura de Capital Uma vez que a alavancagem afeta o valor da empresa, o administrador financeiro deve saber como medi-la e avaliá-la, particularmente quando estiver tentando criar a melhor estrutura de capital. Além da alavancagem operacional temos: – a alavancagem financeira, que refere-se à relação entre o LAJIR e o lucro por ação (LPA) – a alavancagem geral, que é determinada pela relação entre a receita de vendas da empresa e o LPA 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 47 Alavancagem e Estrutura de Capital Análise do Ponto de Equilíbrio Também chamada análise custo-volume-lucro é utilizada pelas empresas para: – determinar o nível de operações necessárias para cobrir todos os custos operacionais – avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas o ponto de equilíbrio de uma empresa é o nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais no ponto de equilíbrio, os LAJIR são iguais a zero o primeiro passo para sua determinação é a separação dos CMV/CPV e despesas operacionais em – custos operacionais fixos – custos operacionais variáveis 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 48 Alavancagem e Estrutura de Capital Análise do Ponto de Equilíbrio O ponto de equilíbrio está muito relacionado com a alavancagem operacional Abordagem algébrica para a determinação do ponto de equilíbrio – p = preço de venda por unidade – Q = quantidade/volume de vendas (em unidades) – F = custo operacional fixo por período – v = custo operacionais variável por unidade Item Rep. algébrica Alavancagem operacional Receita de vendas - Custos fixos - Custos variáveis = LAJIR (p * Q) - F - (v * Q) = LAJIR 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 49 Alavancagem e Estrutura de Capital Análise do Ponto de Equilíbrio LAJIR = (p * Q) - F - (v * Q) = Q * (p - v) - F Ponto de Equilíbrio = Q = F / (p - v) o ponto de equilíbrio da empresa é sensível a inúmeras variáveis: custos operacionais fixos (F), o preço de venda (p), e o custo operacional unitário variável (v). Os efeitos do aumento ou diminuição de cada uma destas variáveis sobre o ponto de equilíbrio poderão ser prontamente avaliados, se for considerada a equação acima. 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 50 Ponto de Equilíbrio 12000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 C us to s/ re ce ita s ($ ) Vendas (unidades) 2.5002.0001.5001.0005000 Receitas de vendas Custo operacional total Custo fixo operacional Ponto de equilíbrioPerda LAJIR 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 51 Alavancagem e Estrutura de Capital Análise do Ponto de Equilíbrio Exemplo: – antes: F=2.500 p=10 v=5 Q=500 unidades – depois: F=3.000 Q1=? p=12,5 Q2=? v=7,5 Q3=? todas 3 Q4=? – Q1=3.000/(10-5)=600 – Q2=2.500/(12,5-5)=333,33 – Q3=2.500/(10-7,5)=1.000 – Q4=3.000/(12,5-7,5)=600 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 52 Alavancagem Operacional Medição do Grau de Alavancagem Operacional (GAO) – GAO = variação percentual do LAJIR / variação percentual nas vendas – se o quociente resultante for maior que 1, então existe alavancagem – Para calcular o GAO a um nível de vendas Q GAO a um nível de vendas Q = Q * (p - v) Q * (p - v) - F Variações nos custos operacionais fixos afetam significativamente a alavancagem operacional. As vezes as empresas podem incorrer em custos operacionais fixos ao invés de custos operacionais variáveis e, outras vezes, podem ser capazes de substituir um tipo de custo por outro. Ex: salário fixo ao invés de comissões, arrendamento 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 53 Alavancagem Financeira Resulta da presença de encargos financeiros fixos no fluxo de lucros da empresa Pode ser definida como a capacidade da empresa em usar encargos financeiros fixos a fim de maximizar os efeitos de variações no LAJIR sobre o LPA Os dois encargos financeiros fixos encontrados na DRE são: – juros sobre empréstimos – dividendos de ações preferenciais Estes encargos devem ser pagos independentemente do montante de LAJIR disponível para pagá-los. Os dividendos de ações preferenciais podem ser “passados”, mas devem ser considerados necessários. 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 54 Alavancagem Financeira Medição do Grau de Alavancagem Financeira (GAF) – GAF = variação percentual no LPA / variação percentual no LAJIR – O GAF pode ser calculado para um determinado nível de LAJIR = LAJIR LAJIR - J - (DP * 1/(1-T)) Onde: J = Juros T = alíquota do IR DP = dividendos de ações preferenciais 1/(1-T) -> converte o dividendo da ação preferencial depois do IR para um montante antes do IR, a fim de se tornar compatível com os outros termos da equação 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 55 Alavancagem Financeira - Exemplo GAF caso 1=?GAF caso 2=? Considerando T=0,40 -> GAF p/ LAJIR 10.000 = ? Caso 2 (-40%) Caso 1 (+40%) LAJIR - Juros =LAIR -IR =LL depois IR - DP = LAC LPA 6.000 2.000 4.000 1.600 2.400 2.400 0 0/1000 =0 -100% 10.000 2.000 8.000 3.200 4.800 2.400 2.400 2.400/1.000 =2,4 14.000 2.000 12.000 4.800 7.200 2.400 4.800 4.800/1.000 =4,8 +100% 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 56 Alavancagem Total O efeito combinado da alavancagem operacional e financeira no risco da empresa pode ser avaliado por meio de um esquema semelhante àquele usado para desenvolver os conceitos individuais de alavancagem. A alavancagem total pode ser definida como o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas sobre o LPA. Pode ser considerada como o impacto total dos custos fixos na estrutura operacional e financeira da empresa. 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 57 Alavancagem Total O Grau de Alavancagem Total (GAT) pode ser calculado com a seguinte fórmula: – GAT = variação percentual no LPA / variação percentual nas vendas Sempre que a variação no LPA resultante de uma dada variação percentual nas vendas for maior que a variação percentual nas vendas, existirá alavancagem total. Significa que, se o GAT for superior a 1, então haverá alavancagem total. 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 58 Alavancagem Total GAT em determinado nível de vendas Q = Q * (p - v) Q * (p - v) - F - J - (DP * 1/(1 - T)) Relação entre alavancagem operacional, financeira e total – elevada alavancagem operacional e financeira causará alta alavancagem total – GAT = GAO * GAF 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 59 A Estrutura de Capital da Empresa Características Capital de terceiros Capital próprio 1. Voz na administração 2. Direitos sobre lucros e ativos 3. Prazo 4. Tratamento Tributário Não Prioritário ao capital próprio Declarado Dedução de juros Sim Subordinado a capital de terceiros Nenhum Sem/pouca dedução 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 60 A Estrutura de Capital da Empresa Teoria da Estrutura de Capital Pesquisas teóricas e empíricas sugerem que existe um tipo de estrutura ótima de capital para cada empresa Entretanto, não proporciona aos administradores financeiros uma metodologia específica para ser usada na determinação de uma estrutura ótima de capital para a empresa. Mas auxilia no entendimento de como a escolha de ummix de financiamento afeta o valor da empresa. Modigliani e Miller (em 1958) demonstraram algebricamente que admitindo-se mercado perfeito, a estrutura de capital escolhida pela empresa não afeta o seu valor. 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 61 A Estrutura de Capital da Empresa Teoria da Estrutura de Capital Muitas pesquisas (incluindo M e M) examinaram os efeitos de hipóteses menos restritivas no relacionamento entre a estrutura de capital e o valor da empresa. O resultado é uma estrutura de capital teórica, baseada no balanceamento de benefícios e custos de empréstimos. O custo de empréstimos resulta: – do aumento da probabilidade da falência causada pelos compromissos financeiros assumidos – dos custos de agency dos credores pelo monitoramento e controle das atividades da empresa – dos custos associados com administradores que detêm maiores informações sobre as perspectivas da empresa do que os investidores 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 62 A Estrutura de Capital da Empresa Teoria da Estrutura de Capital Custos de Agency impostos pelos credores – os administradores de empresas atuam como representantes dos interesses dos proprietários – os proprietários contratam os administradores e lhes concedem autoridade para gerir a empresa em benefício deles – este relacionamento estende-se aos credores, pois estes fornecem fundos à empresa, de acordo com suas expectativas para os dispêndios presentes e futuros da empresa e estrutura de capital – o relacionamento credor/devedor depende da expectativa do credor quando ao comportamento subsequente da empresa. 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 63 A Estrutura de Capital da Empresa Teoria da Estrutura de Capital Custos de Agency impostos pelos credores – se não houver restrições, o acordo credor/devedor cria incentivos para a firma aumentar seu risco, sem aumentar os custos dos atuais empréstimos. – de fato, as taxas de empréstimos permanecem fixas quando os empréstimos são negociados. – depois de obter um empréstimo, a empresa pode aumentar o seu risco, investindo em projetos de risco ou incorrendo em empréstimo adicional. – este procedimento pode enfraquecer a posição do credor, no que diz respeito às suas exigências quanto ao fluxo de caixa da empresa 19/05/2012 Professor Antônio Artur de Souza, Ph.D. 64 A Estrutura de Capital da Empresa Teoria da Estrutura de Capital Custos de Agency impostos pelos credores – se estas estratégias de investimento arriscadas renderem lucros, os acionistas se beneficiarão dela, uma vez que o pagamento de suas obrigações junto ao credor permaneceu inalterado. – o fluxo de caixa excedente, a partir de tais operações, aumenta o valor da empresa – se os investimentos arriscados valerem a pena, os proprietários receberão todos os benefícios, mas se estes investimentos não compensarem, os credores dividirão os custos – os administradores atuam em favor dos acionistas para “levar vantagem” sobre os credores.
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