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Maria Eduarda Lyra - Histologia HISTOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO Constituído de neurônios e células da glia. Divido em SNC (encéfalo e medula espinal) e SNP nervos e gânglios. Formam circuitos. Funções: • Receber e transmitir informações oriundas de outros neurônios e de estímulos sensoriais; • Analisar, organizar e coordenar o funcionamento de quase todas as funções do organismo Constituição dos neurônios: • Dendritos São prolongamentos do citoplasma; O diâmetro diminui conforme o comprimento do dendrito; Composição semelhante à do pericário, porém não há C.G.; Os impulsos são recebidos por pequenas projeções dos dendritos, os espinhos dendríticos. • Corpo celular ou pericário Pode ser esférico, piriforme ou anguloso; Até 150 μm; Núcleo esférico e pouco corado, nucléolo grande e central (obs: cromatina sexual); Alta quantidade de retículo endoplasmático granuloso (REG); REG e polirribossomos livres formam corpúsculos de Nissl; C. de Golgi: exclusivo do pericário, localizados em torno do núcleo; Microtúbulos; Produção de proteínas (vão do pericárdio ao axônio: fluxo anterógrado, pode ser rápido ou lento). • Axônio Se origina do cone de implantação; Parte inicial: segmento inicial – sem mielina; Prolongamento único; Diâmetro constante; Condução de impulsos; Citoplasma do axônio: axoplasma – pobre em organelas, poucas mitocôndrias, alguns REG; Telodendro: terminações muito ramificadas; botões sinápticos. Os neurônios são classificados morfologicamente como: • Bipolares: Possuem 1 dendrito e 1 axônio. • Multipolares: Possuem vários dendritos e 1 axônio; São a maioria; Estão presentes nos gânglios coclear e vestibular, retina e mucosa olfatória. • Pseudounipolares: Apresentam um prolongamento que se divide em dois; Na vida embrionária, surgem como neurônios bipolares, mas se fundem; Presentes nos gânglios espinais e cranianos. Os neurônios são classificados funcionalmente como: • Motores: Agem estimulando as glândulas endócrinas e exócrinas e as fibras musculares. • Sensoriais; Responsáveis pelas sensações. • Interneuronais: Fazem a conexão entre neurônios. Maria Eduarda Lyra - Histologia SINAPSES Elétricas: os neurônios são unidos por junções comunicantes, que permitem a passagem de íons. Químicas: o potencial de ação faz com que neurotransmissores sejam liberados no terminal axonal. Os neurotransmissores são armazenados nas vesículas sinápticas. Promovem abertura ou fechamento de canais iônicos, ou desencadeiam uma cascata molecular no próximo neurônio, que resulta na produção de segundos mensageiros intracelulares. Sinapse de um axônio com um corpo celular: axossomática. Com um dendrito: axodendrítica. Com outro axônio: axoaxônica. A sinapse é constituída de: • Um botão terminal, ou sináptico; • Membrana pré-sinaptica; • Membrana pós-sinaptica; • Fenda sináptica. Sequência de acontecimentos na sinapse: • A despolarização alcança o terminal axonal e promove a abertura de canais de cálcio na membrana dos botões sinápticos; • Influxo de cálcio para o citosol; • Transporte das vesículas sinápticas para a membrana pré-sináptica; • As vesículas aderem a regiões da membrana chamadas zonas ativas → fusão das vesículas com a membrana pré-sináptica; • Exocitose dos neurotransmissores na fenda sináptica; • Reconhecimento pelos receptores na membrana pós-sináptica – após o reconhecimento, os neurotransmissores são degradados rapidamente; • Despolarização local, podendo gerar um potencial que é transmitido para outros neurônios. CÉLULAS DA GLIA Existem, aproximadamente, 10 células da glia para cada neurônio. Ocupam metade do volume do tecido nervoso. São elas: oligodendrócitos, astrócitos, células ependimárias, células da micróglia, células de Shwann e células satélites (essas duas últimas fazem parte do sistema nervoso periférico, enquanto as outras fazem parte do sistema nervoso central). As células da glia têm como função dar suporte aos neurônios. Os oligodendrócitos possuem prolongamentos que se enrolam em volta de um curto segmento e axônio e produzem bainha de mielina no SNC. As células de Shwann possuem a mesma função. Cada axônio do SNP é envolvido por várias células de Shwann. Os astrócitos possuem forma de estrela, com múltiplos prolongamentos. Astrócitos fibrosos: possem prolongamentos menos numerosos e mais longos; geralmente estão presentes na substância branca; Astrócitos protoplasmáticos: possuem muitos prolongamentos, curtos e ramificados; geralmente presentes na substância cinzenta. Além da sustentação dos neurônios, também participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular. Alguns possuem alguns prolongamentos chamados de pés vasculares, que se estendem sobre capilares sanguíneos, absorvendo os nutrientes necessários para os neurônios. Absorvem excessos de neurotransmissores, sintetizam moléculas neuroativas. Transporte Maria Eduarda Lyra - Histologia compostos ricos em energia do sangue para o neurônio. Comunicam-se por meio de junções GAP (do tipo comunicantes). Figura 1: A - oligodendrócitos; B- astrócitos fibrosos; C- astrócitos protoplasmáticos; D- células da micróglia As células ependimárias são Células cúbicas ou colunares. Revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinal. Em alguns locais é ciliada. As células da micróglia são pequenas e ligeiramente alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares. Possuem núcleos escuros e alongados na lâmina. São fagocitárias. Participam da inflamação e da reparação do SNC. Quando ativadas, retraem seus prolongamentos e assumem a forma de macrófago. Secreta diversas citocinas reguladoras do processo imunitárias e remove os restos celulares que surgem nas lesões do SNC. SISTEMA NERVOSO CENTRAL Substância cinzenta: corpos celulares, dendritos, porções inicias não mielinizadas dos axônios. Onde ocorrem as sinapses entre neurônios. Camada superficial do cérebro (córtex). Camada interna da medula espinal. Substância branca: axônios com bainha de mielina. Porção central do cérebro (medula). Camada externa na medula espinal. Figura 2: A- substância cinzenta; B- substância branca Medula espinal Quando cortada transversalmente, a substância cinzenta possui a forma de um “H” ou de uma borboleta. Cornos anteriores: contém neurônios motores e axônios que dão origem às raízes ventrais dos nervos raquidianos. Cornos posteriores: recebem as fibras dos neurônios situados nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinais. Orifício central: canal central da medula. Revestido por células ependimárias. Os neurônios da medula são multipolares e volumosos. MENINGES Três camadas: dura-máter, aracnoide e pia-máter. Dura-máter Mais externa. Constituída de tecido conjuntivo denso aderido ao periósteo dos ossos da caixa craniana. A dura-máter que envolve a medula espinal é separada do periósteo das vértebras, formando o espaço peridural, que contem veias de parede muito delgada, tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Maria Eduarda Lyra - Histologia O espaço entre a dura-máter e a aracnoide é chamado de espaço subdural, onde, em situações patológicas, pode ocorrer o acúmulo de sangue. A superfície interna da dura-máter no cérebro e a superfície externa da dura-máter no canal vertebral são revestidas por epitélio simples pavimentoso. Aracnoide Duas partes: • Contato com a dura-máter. • Traves que ligam a aracnoide à pia-máter. O espaço entre as traves forma o espaço subaracnóideo, que contém liquido cefalorraquidiano (LCR) e comunica-se com os ventrículos cerebrais. Formada por tecido conjuntivo sem vasos sanguíneos, com superfícies revestidaspor epitélio simples pavimentoso. Em alguns locais, forma expansões que perfuram a dura- máter: vilosidades da aracnoide. Função: transferir LCR para o sangue. Pia-máter Muito vascularizada. Mais interna. Entre a pia-máter e o tecido nervoso, situa-se prolongamentos dos astrócitos, que se unem firmemente à face interna da pia-máter. Sua superfície interna é revestida por células achatadas. Os vasos sanguíneos entram no tecido nervoso revestidos por pia-máter: espaços perivasculares. Deixa de existir quando se tornam capilares. Barreira hematencefálica Barreira que dificulta a passagem de algumas substancias do sangue para o tecido nervoso. Ex: antibióticos, agentes químicos, toxinas. Menor permeabilidade dos capilares sanguíneos no tecido nervoso: junções oclusivas entre as células endoteliais. Astrócitos também fazem parte da barreira. Plexos coroides: pregas da pia-máter rica em capilares fenestrados em dilatados, localizados no interior dos ventrículos cerebrais. Formado por tecido conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por epitélio simples, cubico ou colunar. Função: secretar LCR, que ocupa as cavidades dos ventrículos, canal central da medula, espaço subaracnóideo, e espaços perivasculares. FIBRAS NERVOSAS Constituídas pelo axônio e sua bainha. Conjunto de fibras: feixes ou tratos de fibras nervosas no SNC ou nervos no SNP. Fibras mielínicas Nos axônios mais calibrosos, a célula de Shwann ou os prolongamentos do oligodendrócito enrolam-se várias vezes em torno do axônio. No SNP, o axônio é revestido por uma sequência linear de células de Shwann. O espaço entre as células é chamado de nódulo de Ranvier, que são recobertos por expansões da célula de Shwann. No SNC, também há espaço entre os prolongamentos dos oligodendrócitos, mas são recobertos por prolongamentos dos astrócitos. Fibras amielínicas Axônios de pequeno diâmetro são envolvidos por uma única dobra da célula envoltória. No SNP, as fibras amielínicas são envolvidas por células de Shwann, porém as células não se enrolam em torno do axônio. Maria Eduarda Lyra - Histologia Sistema nervoso periférico: Nervos: feixes de fibras nervosas envolvidas por tecido conjuntivo. Gânglios: acúmulos de corpos celulares de neurônios. Nervos Axônios + células de Schwann + lâmina basal. Os nervos calibrosos são revestidos externamente por uma faixa de tecido conjuntivo – o epineuro. O conjunto de feixes é revestido por uma delgada bainha chamada perineuro. Entre as fibras individuais, há o endoneuro, composto de fibras reticulares.
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