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ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Contrato de trespasse [Parte 3 de 3] Prof. Thiago Cadidé CONTRATO DE TRESPASSE Prof. Thiago Cadidé CONTRATO DE TRESPASSE CONCEITO: contrato oneroso de transferência do estabelecimento empresarial; Nessa negociação, transfere-se o conjunto de bens e seus nexos organizativos e, por conseguinte, o aviamento e a clientela; Não se trata de venda das quotas ou ações de uma sociedade, mas da venda em conjunto dos bens necessários para o exercício da atividade; No trespasse há uma alteração do titular do estabelecimento; Para falar em trespasse de estabelecimento, é necessário que haja a transferência de elementos suficientes à preservação de sua funcionalidade como tal, ou seja, a universalidade adquirida deve ser idônea a operar como estabelecimento, ainda que tenha sido decotado algum de seus elementos originais. Prof. Thiago Cadidé CONTRATO DE TRESPASSE O contrato precisa ser averbado à margem da inscrição do empresário na Junta Comercial e publicado na imprensa oficial para ter eficácia contra terceiros. Prof. Thiago Cadidé Art. 1.144, CC. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. CONTRATO DE TRESPASSE O empresário que quer vender o estabelecimento empresarial deve conservar bens suficientes para pagar todas as suas dívidas perante seus credores, ou obter o consentimento destes, o qual poderá ser expresso ou tácito; Obs.: estabelecimentos e pandemia. Prof. Thiago Cadidé Art. 1.145, CC. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação CONTRATO DE TRESPASSE SUCESSÃO EMPRESARIAL O adquirente do estabelecimento empresarial responde pelas dívidas existentes – contraídas pelo alienante –, desde que regularmente contabilizadas, isto é, constantes da escrituração regular do alienante; Prof. Thiago Cadidé Art. 1.146, CC. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA O alienante tem a obrigação contratual implícita de não fazer concorrência ao adquirente do estabelecimento empresarial; Entendimento que decorre da aplicação do princípio da boa-fé objetiva; O adquirente do estabelecimento tem o propósito exatamente de adquirir o aviamento e a clientela, de modo que se aquele que alienou o estabelecimento continua atuando no mesmo ramo, tenderá a manter a clientela e, consequentemente, diminuir o aviamento. Prof. Thiago Cadidé Art. 1.147, CC. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência. CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA PRAZO: 5 anos contados da transferência Quais são os LIMITES TERRITORIAIS da não concorrência? O que se entende, em suma, é que a área de interdição varia com a natureza do comércio ou indústria em causa; Deve-se analisar as circunstâncias fáticas do caso concreto; A concorrência está, de fato, provocando um desvio de clientela prejudicial ao adquirente? Há concorrência desleal? Prof. Thiago Cadidé OUTRAS DISPOSIÇÕES REQUISITOS PARA A SUB-ROGAÇÃO Que o contrato seja relativo ao exercício da empresa, isto é, deve haver um nexo entre o contrato e a atividade exercida por meio do estabelecimento; Que o contrato não tenha caráter pessoal. Ex.: contrato de locação. Prof. Thiago Cadidé Art. 1.148, CC. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. OUTRAS DISPOSIÇÕES O adquirente do estabelecimento receberá também os créditos relacionados à atividade; Os créditos são considerados bens incorpóreos que integram o estabelecimento; Depende de notificação do devedor para gerar efeitos contra ele. Proteção à boa-fé. Prof. Thiago Cadidé Art. 1.149, CC. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente. Gostou do material? Não esqueça que esta é apenas a 2ª parte! Acompanhe a Parte 1 (considerações gerais e natureza jurídica) e a Parte 2 (aviamento e clientela) no meu perfil do Passei Direto: https://www.passeidireto.com/perfil/31831357/ Também lhe convido a me acompanhar no Instagram, onde compartilho um pouco mais de conhecimento: Prof. Thiago Cadidé