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Importância do Direito na Gestão Empresarial

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UMA REFLEXÃO ACERCA DA IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA DO 
DIREITO DENTRO DA GESTÃO EMPRESARIAL 
 
A REFLECTION ABOUT THE IMPORTANCE OF SCIENCE OF LAW 
WITHIN BUSINESS MANAGEMENT 
 
 
Mariana Letícia Ferreira Barbosa1 
Nilciane Cristina Barbosa de Miranda Martinucci2 
Tais Lopes de Paula3 
Vitor Silva Pugliesi4 
 
Resumo 
O presente artigo tem por intenção demonstrar como o direito possui influência no 
processo de gestão empresarial e quais são os ramos dessa ciência onde é possível 
encontrar essa atuação. Se possível, demonstrar quais desses ramos possuem 
maior influência na gestão empresarial. Assim, objetivamos descrever alguns 
conceitos básicos sobre os assuntos que serão abordados aqui e demonstrar como 
esse diálogo é construído sobre essas duas ciências que não são tão distintas: 
direito e administração. Para isso, a metodologia utilizada fora qualitativa, 
especialmente, de cunho bibliográfico, selecionando conforme a orientação os 
materiais impressos, livros, dados e fontes mais adequadas para o exame teórico 
buscando teorizar, sobretudo, com base em autores renomados das respectivas 
áreas. 
 
Palavras-chave: Gestão. Leis. Empresarial 
 
Abstract 
The present article intends to demonstrate how the law has in the business 
management process and what are the branches of this science where it is possible 
 
1 Graduanda em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
marilfbs@icloud.com 
2 Graduanda em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Nil17_pba@hotmail.com 
3 Graduanda em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
tais_tais_10@outlook.com 
4 Graduando em Administração pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
vitorpugliesi@gmail.com 
2 
 
to find this performance. If possible, demonstrate which branches have the greatest 
influence on business management. Thus, we aim to define some basic concepts on 
the subjects that will be demonstrated here and demonstrate how this dialogue is 
built on these two sciences that are not so different: law and administration. For this, 
the use used for qualitative, especially bibliographic nature, location according to the 
orientation of printed materials, books, data and most researched sources for the 
theoretical examination, seeking to theorize, mainly, based on renowned authors 
from different areas. 
 
Keywords: Management. Laws. Business 
 
Introdução 
 
O trabalho a ser desenvolvido pelo grupo consiste em tentar fazer uma 
reflexão quanto ao papel que a ciência do direito exerce nas questões de 
administração e gestão empresarial no cenário brasileiro. 
Isto posto, buscaremos dialogar com teóricos da área sobre algumas 
questões pertinentes como os conceitos encontrados acerca do que é o processo de 
gestão empresarial e como ela se demonstra nos moldes de hoje em dia. 
Partindo dessa concepção, buscaremos apresentar, o que julgamos ser o 
ramo do direito mais importante para auxiliar a gestão empresarial, o direito 
empresarial. 
 Assim, iremos estabelecer de que modo o direito empresarial se demonstra, 
quais são as competências existentes e quais margens ele abre para o auxílio ao 
administrador de uma empresa. 
Logo, com os conceitos estabelecidos acerca do direito empresarial e também 
sobre noções que cuidam sobre a influência ou a importância dele para o 
administrador, iremos refletir como a evolução ao longo dos anos dessa ciência 
possibilitou trazer uma realidade completamente favorável ao processo de gestão. 
Por fim, buscaremos demonstrar quais outros ramos do direito possuem 
atuação direta na gestão empresarial e de que forma essa atuação pode ocorrer. 
Sendo assim, o objetivo central desse trabalho é buscar entender como o 
direito é importante para uma empresa, por exemplo, e para todo o seu processo de 
gestão, visto que isso é de grande ajuda ao administrador que busca não só manter 
bem o seu negócio no campo de administração como também no campo da 
segurança jurídica. 
3 
 
A metodologia utilizada para compor esse trabalho é de cunho bibliográfico, 
explorando todo o conhecimento compartilhado por autores renomados da área e 
também dialogando com o entendimento de colegas de academia com suas 
observações obtidas por meio de periódicos, artigos, monografias e outros. 
 
GESTÃO EMPRESARIAL 
 
É sabido que o conhecido processo de administração empresarial tornou-se 
pauta de estudos a partir de 1900, sendo estudada por diversos teóricos que 
buscaram traduzir métodos diferentes de gestão. Desses métodos houveram as 
mais significativas mudanças no campo social e até mesmo econômico até os dias 
atuais. 
No entanto, a administração empresarial é apenas parte de um rol maior 
existente dentro da gestão empresarial. E o que de fato se entende por Gestão 
Empresarial? 
Brevemente e antes de entrar em conceitos mais técnicos sobre o termo, 
entendemos que gerenciar administrativamente uma empresa pressupõe algumas 
características como estabelecer e cumprir metas, metas essas que servem como 
direcionamento da empresa buscando seu crescimento. 
Também, diz respeito sobre a maneira como o administrador irá construir o 
time ou a equipe de pessoas que irão cuidar minuciosamente das necessidades da 
empresa como colaboradores, sócios e até funcionários. Também, gerenciar 
consiste em um planejamento correto dentro da empresa, respeitando o mercado e 
observando erros e acertos que todos os administradores estão propensos. 
Logo, partindo de uma concepção mais técnica, e de certa forma resumida do 
que já dissemos acima, a gestão empresarial consiste na maneira como são 
conduzidos os negócios empresariais visando os melhores resultados dentro da 
empresa. 
Dessa maneira tudo é colocado em pauta: o controle de finanças, a 
administração de recursos, o que é necessário para manter a empresa, é daí que 
recai a noção de administração empresarial, visto que essa se traduz nas formas de 
organização. 
4 
 
A fala Adelmo de Oliveira, sócio-diretor da Moore Stephens Auditores e 
Consultores, presente no artigo ‘‘O que é Gestão Empresarial’’, consiste em 
determinar o termo como: 
 
É a aplicação de políticas internas, ações e estratégias necessárias ao bom 
funcionamento dos departamentos de uma empresa, com o objetivo de 
agregar riqueza aos acionistas e colaboradores, conduzir com harmonia a 
atividade empresarial, demonstrar e transparecer os objetivos sociais da 
organização, entre outros fatores importantes para a continuidade do 
negócio. (meuSucesso.com, 2014, n.p) 
 
 
Dessa forma, não é incomum vermos em campos teóricos o uso desses 
termos de maneira equivalente, e se de fato pararmos para entender a fundo os 
significados, é possível determinar que não há diferença significativa visto que a 
administração empresarial cuidará de uma significativa parte da gestão. 
Para Dias (2002), os termos possuem algumas diferenças práticas que 
podem ser elucidadas. Para ele, a administração é algo que existe por si só, visto 
que depende de funções corporativas bem como de objeto para agir. Assim, 
administrar seria dar conta do planejamento e organização. 
No que o autor entende sobre a gestão, esta não seria o cargo em si, mas 
tudo o que advém como competências de um cargo: administração, contabilidade, 
segurança, logo, gestão é executar e ter como estratégias a utilização de pessoas 
para atingir os objetivos de uma organização. 
Ao longo desse histórico datado sobre a administração, há de se buscar que 
não existiu sempre um modelo de gestão mais favorável que o outro. Como aponta 
Mendonça (2013), todas as existentes de certa forma são incontestáveis, tendo elas 
resultados positivos ou não. 
Ele justifica o raciocínio ao passo que demonstra que o gestor é um ente 
racional e que pode atuar eticamente ou não, sendo assim, tudo se torna válido para 
a matéria dos negócios. 
 
A gestão empresarial está intimamente ligada com a realidadesocial [...] e, 
por esta razão que os modelos e teorias administrativas do passado, hoje 
superadas, jamais podem ser julgadas como algo que deu errado, sem 
elogiar àquelas que sobreviveram e continuam atuantes hoje. 
(MENDONÇA, 2013, p. 32) 
 
5 
 
Ainda utilizando Mendonça (2013), o autor explica que o que vai determinar 
um limite para a atuação do administrador é a regulamentação do Estado, na figura 
do direito empresarial, buscando colocar em xeque os direitos e deveres que devem 
ser considerados nessa relação. 
Diversas áreas podem ser trabalhadas dentro do contexto da Gestão 
Empresarial. Dessa forma, o gestor poderá ser mesmo uma pessoa contratada para 
exercer essa especialidade ou também pode ser um sócio dessa empresa. 
As áreas de atuação da gestão podem ser: gestão financeira, gestão de 
pessoas, comercial, de processos, de estoque e outras incontáveis áreas. 
Importante ressaltar que essas áreas serão impostas de acordo com o tipo de 
negócio ao qual a empresa irá trabalhar. 
 
DIREITO EMPRESARIAL: breves considerações 
 
O direito Empresarial, terminologicamente no entendimento de diversos 
autores e pesquisadores da área é conceituado como direito comercial. Isto porque, 
a doutrina moderna tem utilizado o termo comumente para tratar de leis que dizem 
respeito ao mundo dos comerciantes como o direito mercantil, direito comercial e 
direito empresarial. 
Como bem elucida Teixeira sobre a questão a nomenclatura de direito 
empresarial versus direito comercial: 
 
 
Poderíamos dizer que Direito Empresarial é o mesmo que Direito Comercial, 
mas o Direito Empresarial é mais amplo que este, pois alcança todo 
exercício profissional de atividade econômica organizada para produção ou 
circulação de bens ou de serviços (exceto intelectual). Já o Direito 
Comercial alcançava, em sua concepção inicial, apenas os comerciantes 
que compravam para depois revender e algumas outras atividades [...] 
(TEIXEIRA, 2018, p. 37) 
 
 
De tal forma, entendemos que o direito comercial cuida dessa atividade 
econômica fornecendo bens ou serviços, de modo que essa atividade exercida ficará 
caracterizada como a noção do que é, portanto, uma empresa. 
De modo a confirmar o entendimento do doutrinador Teixeira, também 
podemos demonstrar o que o ilustre doutrinador Fabio Ulhoa Coelho entende ser a 
forma como o direito comercial se desenvolve. 
6 
 
Para o autor, portanto, o entendimento não é muito diferente do vimos 
anteriormente. Em suas palavras, conceitua: 
 
 
O Direito Comercial cuida do exercício dessa atividade econômica 
organizada de fornecimento de bens ou serviços, denominada empresa. 
Seu objeto é o estudo dos meios socialmente estruturados de superação 
dos conflitos de interesses envolvendo empresários ou relacionados às 
empresas que exploram. (COELHO, 2012, p. 22) 
 
 
Segundo Rodrigues (2004), o que se tem por momento inicial do comércio é 
visto desde as civilizações primitivas, é claro que, não é possível determinar com 
exatidão quais eram os sistemas de direito nesse sentido, o que existia de 
regulamentação de fato estabelecida com normas e princípios sobre a atividade 
mercantil. 
No que diz respeito ao cenário brasileiro, Coelho (2012) retoma que o direito 
comércio é datado a partir do último quarto do século XX como relacionado à teoria 
da empresa. Segundo o autor, a partir da década de 70 começou-se um estudo 
sobre os sistemas e teorias ligado ao direito comercial, ao passo que em 1980 os 
julgados tinham por base seguir a teoria da empresa para ditar as decisões 
conflitantes. 
Dessa forma, o direito comercial surge para regular as atividades mercantis, e 
após a doutrina francesa criar os atos de comércio que seriam determinadas pelo 
legislador é que se passou a determinar que quem praticasse esses atos a 
denominação de comerciante. Até então a teoria dos atos de comércio era a teoria 
aplicada em face do Código Civil vigente à época. 
 Em termos de legislação, surgiram a partir da década de 90 o conhecido 
código de defesa do consumidor e as leis das locações e registro do comércio. O 
Código Civil datado de 2002 foi responsável por incluir em um de seus livros o direito 
de empresa, que também corresponde à terceira fase do direito comercial. Assim, 
cai o conceito tradicional do direito apenas do comerciante ou dos atos de comércio. 
Foi também com o advento do Código Civil que a expressão mudou, 
passando a ser menos comum que doutrinadores e profissionais da área deixassem 
de usar Direito Comercial e passassem a usar Direito Empresarial, ainda que se 
possa continuar com o termo. 
7 
 
Assim, atualmente, podemos dizer que o direito empresarial se trata de um 
ramo do direito privado que busca cuidar da atividade negocial de empresários e até 
mesmo de pessoas físicas, com fins de natureza econômica buscando trabalhar com 
bens e serviços que objetivam patrimônios e lucros. 
Além de tutelar as atividades comerciais como intermediação de mercadorias, 
por exemplo, cuida o direito empresarial atualmente de dialogar com questões 
industriais, bancárias e até mesmo securitárias, razão pela qual o termo correto atual 
é o de direito empresarial visto a imensidão de competências do ramo. 
Há de se falar também que o direito empresarial não se difere de outros 
ramos do direito ao passo que se submete à princípios constitucionais e dessa 
forma, não seria diferente dizer que o objetivo dele é, também, a efetivação dos 
direitos fundamentais. 
O Código Civil de 2002 faz por bem contextualizar não só conceitos para o 
direito empresarial como também caracterizar questões pertinentes ao direito 
empresarial como veremos a seguir, visto que, essa elucidação demonstra-se 
totalmente necessária para apurar qual o papel do direito empresarial dentro do 
âmbito de uma empresa de fato. 
 
 
AS IMPLICAÇÕES DO DIREITO EMPRESARIAL NA GESTÃO EMPRESARIAL 
 
Notadamente, o Direito Empresarial atualmente é regulado pelo Código Civil 
Brasileiro em livro específico que trata sobre a matéria. Assim, ainda que outras 
fontes façam jus ao Direito Empresarial como um todo, cabe a maior parte ao 
Código Civil a regulamentação do assunto. 
A matéria é inaugurada no Código Civil Brasileiro de 2002 precisamente no 
artigo 966 ao tratar sobre o conceito de empresário. Lê-se: “Art. 966 - considera-se 
empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou a circulação de bens ou de serviços”. (BRASIL, 2002) 
É o que se ilustra como o conceito de empresário, aquele dotado do poder de 
administrar uma empresa, porém, o conceito de empresa não há de se confundir 
com o que está disposto como conceito de empresário e muito menos com 
estabelecimento empresarial como veremos a seguir. 
Para o ilustre Fábio Ulhoa Coelho (2015, p. 34): 
8 
 
 
 
conceitua-se empresa como sendo atividade, cuja marca essencial é a 
obtenção de lucros com o oferecimento ao mercado de bens ou serviços, 
gerados estes, mediante a organização dos fatores de produção (força de 
trabalho, matéria-prima, capital e tecnologia). 
 
 
Logo, colocada dessa maneira pelo autor (COELHO, 2013) fica evidente que 
por empresa entende-se exercício de atividade empresarial que se dá de maneira 
organizada e sim com a atuação do empresário visto que é ele quem articula a 
produção e a circulação de bens e serviços. Já o estabelecimento pressupõe o 
conjunto de bens que são utilizados para a exploração bem como para o 
desenvolvimento da atividade empresarial. 
De maneira não diferente ao defendido por Fábio Ulhoa, o doutrinador André 
Luiz Santa Cruz Ramos traz a concepção geral do que entende por empresa bem 
como do entendimento acerca do termo empresário: 
 
 
[...] empresa é uma atividade econômica organizada com a finalidade de 
fazer circular ou produzir bens ou serviços. [...] Empresa é, portanto, 
atividade, algo abstrato. Empresário, por sua vez, é quemexerce 
empresa. Assim, a empresa não é sujeito de direito. Quem é sujeito de 
direito é o titular da empresa. Melhor dizendo, sujeito de direito é quem 
exerce empresa, ou seja, o empresário, que pode ser pessoa física 
(empresário individual) ou pessoa jurídica (sociedade empresarial). 
(RAMOS, 2016, p. 44-45). 
 
 
Nessa questão de conceituar tanto o que se entende por empresa, 
empresário e até mesmo estabelecimento empresarial, cabe ao direito empresarial 
regular a atuação de empresas ao passo que estabelece alguns critérios específicos 
para o desenvolvimento delas por parte dos administradores. 
Por exemplo, consta no artigo 967 sobre a obrigatoriedade da inscrição do 
empresário para o funcionamento da atividade empresarial. Artigo 967: “É 
obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis 
da respectiva sede, antes do início de sua atividade.” (BRASIL, 2002) 
De mesma forma, o registro das Empresas em consonância entre a Lei 
8.9374/1994 e do Código Civil deve ocorrer da seguinte forma: 
 
 
 Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e 
9 
 
a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá 
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples 
adotar um dos tipos de sociedade empresária. (BRASIL, 2002) 
 
 
Não é, pois, uma empresa somente de caráter comercial uma vez que 
existem empresas mercantis, civis, rurais e públicas ainda que se tenha 
conceitualmente a noção de que empresa é uma atividade econômica. Quando 
existente o caráter de finalidade não lucrativa, passasse-se a denominar como 
associação. 
No que diz respeito a fusão dos termos gestão empresarial e direito 
empresarial, Mendonça (2013) elucida que esses termos muitas vezes são levados 
em consideração em aplicabilidade de maneira confusa, sendo a maior 
responsabilidade dessa confusão da doutrina jurídica. 
Para ele, ambas as ciências encontram pontos em comum de modo que tanto 
a gestão quanto o direito empresarial são conduzidos observando o princípio de 
ordem moral e de boa-fé, pautado na confiança construída por parte dos 
empresários na atuação negocial. 
De maneira sucinta, podemos afirmar que o direito empresarial é o 
responsável por regular toda a atuação das empresas desde questões como 
obrigações legais para o funcionamento da empresa até mesmo sobre a atuação de 
determinadas empresas. 
Logo, conhecer os fundamentos do direito empresarial é importante para que 
o gestor possa manter as estratégias necessárias para sua administração com 
eficiência nos recursos disponibilizados. 
 
 
OUTROS RAMOS DO DIREITO E SUAS ATUAÇÕES DENTRO DAS EMPRESAS 
 
Como já descrito anteriormente, observamos a importância do direito 
empresarial dentro da atuação nas empresas. De modo geral, o direito está presente 
em tudo o que diz respeito a atuação empresarial em ramos diferenciados. 
Por exemplo, como veremos a seguir, o direito se faz presente desde o 
primeiro contrato social e registro de uma empresa, que é um dos atos fundamentais 
para o seu exercício. 
10 
 
Durante seu funcionamento, vários ramos do direito se fazem presentes no 
cotidiano das empresas, nas contratações de funcionários, nos contratos de locação 
para o estabelecimento empresarial até o momento, se ocorrer, do encerramento da 
atividade empresarial. 
Logo, não somente o Direito Empresarial exerce um papel fundamental na 
gestão de uma empresa, apesar de ser notadamente um dos mais importantes 
ramos na administração. Existem também outros ramos do Direito que buscam 
cuidar para que a gestão de uma empresa seja satisfatória. 
Primeiro, cuidando sobre o Direito Tributário. 
Nesse ramo a palavra chave é: planejamento tributário. Ao passo que cabe ao 
Estado a função de arrecadar, e com esse poder ele não mede esforços, o processo 
de tributação exerce função significativa do sucesso de uma empresa. (DANTAS, 
2016) 
Quando um administrador consegue conciliar um preço acessível ao 
consumidor em vistas à realidade tributária, suas ações irão determinar em qual 
caminho os seus negócios terão frutos. 
Assim, um planejamento tributário, que pode ser de espécies diversas, tem 
por base um conjunto de tomada de decisões que são feitas antes do fato gerador e 
busca então essa economia da carga tributária. 
Além disso administrador precisa ter conhecimento técnico de todos os 
instrumentos até mesmo para uma defesa administrativa, visto que deve 
acompanhar instrumentos como leis, decretos e outros que possam propiciar a 
manutenção de seus negócios, além das obrigações que uma empresa deve cumprir 
para manter-se em dias com o fisco seja por meio de seus livros, declarações ou 
formulários. 
Nessa proposta, lê-se o art. 153. da Lei nº 6.404 de 15 de Dezembro de 1976 
‘‘O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o 
cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na 
administração dos seus próprios negócios.’’ 
Já com relação ao direito do trabalho, são inúmeras as importâncias desse 
ramo para a administração das empresas. Exemplo disso, como colocado por Castro 
(2020) o administrador precisa conhecer os fundamentos do Direito do Trabalho uma 
vez que no que diz respeito às negociações trabalhistas com sindicatos e também 
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/105530/Lei-no-6404-de-15-de-Dezembro-de-1976#art-153
11 
 
com trabalhadores, é de extrema importância para a manutenção das empresas, 
especialmente quando essas passam por crises. 
Há de se falar também sobre a necessidade de conhecimento jurídicos e 
sobretudo no que se posta na CLT, de modo que, esse conhecimento pode evitar 
crescimento passivos trabalhistas que podem vir a gerar prejuízos para a empresa, 
bem como o conhecimento das normas previstas no documento contribuem para a 
formação da imagem da empresa, observando os direitos previstos tanto para 
empregados quanto para empregadores. (CASTRO, 2012). 
Ainda constando sobre o Direito do Trabalho, a implicação do mesmo dentro 
de uma administração empresarial diz respeito sobre a contabilidade de uma 
empresa visto que desde os cálculos trabalhistas até a escrituração das contas 
dentre outros direitos que devem ser considerados previstos na CLT decorre então 
da atuação do direito do trabalho em essência. 
Direitos como verbas rescisórias, horas extras, férias e tudo que venha a ser 
contabilizado e estão previstos constitucionalmente e também dentro do direito 
trabalhista serão levados em conta na administração empresarial, principalmente 
depois do que ficou estabelecido mediante as mudanças ocorridas em âmbito 
trabalhista com a reforma de 2017. 
A relação entre o Direito Administrativo e o Direito Empresarial encontra 
respaldo nos casos em que se encontram os atos e negócios jurídicos, certo que 
ocorre quando de contratos administrativos. 
Sobre o papel do Estado nessa relação, a participação do Direito 
Administrativo fará luz quando este criar empresas públicas e sociedades de 
economia mista virando a atividade econômica ora sócio ou ora como cliente. 
 
 
Ademais o crescimento das Agências Reguladoras faz com que a atividade 
empresarial mantenha constante e estreita relação com os órgãos públicos. 
Também a formação de administradores públicos conhecedores de sua 
correta atuação evita a ocorrência de práticas ilegais e de prejuízos para o 
Estado. (CASTRO, 2012, p. 3) 
 
 
Outro ramo do Direito importantíssimo em influência no processo de 
administração empresarial é o Direito Ambiental. 
Atualmente, muitos empresários preocupam-se com questões ambientais 
tanto por base legal quanto pela aparência das empresas. Como enunciado por 
12 
 
Tachizawa (2002) isso fala sobre a gestão ambiental das empresas. Segundo o 
autor, a ‘‘empresa verde’’ traz um olhar de sucesso paraos negócios da empresa e 
traduz um sentimento de bons negócios. 
“A gestão ambiental é a resposta natural das empresas ao novo cliente, o 
consumidor verde e ecologicamente correto” (TACHIZAWA, 2002, p. 24). 
Ainda sobre o papel da gestão ambiental, Lopes diz: 
 
 
A gestão ambiental e a responsabilidade social tornam-se, dessa forma, 
importantes instrumentos gerenciais para capacitação e criação de 
condições de competitividade para as empresas, independentemente de 
seu segmento econômico. (LOPES, 2015, p. 194) 
 
 
Não é incomum observar atualmente no comportamento de empresas que as 
exigências ambientais são essenciais para a continuidade da atividade empresarial, 
visando que os empresários e administradores cuidem de responsabilidades éticas 
para com o meio ambiente. 
De tal forma, as empresas possuem essa responsabilidade ambiental de 
evitar que os impactos ambientais de empresas sejam negativos como eram em 
outros tempos. 
 
Considerações Finais 
 
Ao passo que a sociedade foi evoluindo, os conceitos de gestão empresarial e 
também as formas como essa gestão devem ser executadas para trazer resultados 
positivos para as empresas também foram evoluindo. 
Bem como vimos, o Direito Empresarial que cresceu fortemente com essa 
noção de administração empresarial também fora tomando outras formas conforme 
o direito foi se consubstanciando de maneira mais consciente, tanto que atualmente 
para se desenvolver o Direito Empresarial, deve-se levar em conta a teoria da 
empresa. O que retoma um passo importante para a segurança jurídica das 
empresas e assegura a sua noção de função social. 
Notadamente, o Direito repercute em vários fatores na atividade empresarial. 
Como pudemos observar, o administrador não pode somente ter conhecimento 
sobre os processos inerentes a gestão empresarial no que diz respeito à sua área, 
mas também precisar ter conhecimento de noções de negócios jurídicos. 
13 
 
O que diz respeito sobre contratação, funcionamento, registros e mecanismos 
legais para a atividade de uma empresa, bem como a manutenção de direitos 
trabalhistas, de responsabilidade civil e outros, fazem parte do que traduz o Direito 
como influência dentro das empresas. 
Uma vez que o administrador negligencia questões como normas e regras do 
direito, implicações negativas recaem sobre sua atuação, principalmente em caráter 
econômico por meio de multas e outros. 
O conhecimento da ciência do Direito pelo Administrador possibilita que ele 
tenha formas de se preparar antecipadamente para possíveis dificuldades que 
venha a enfrentar durante sua administração, visto que são vários ramos do Direito 
que atuam para o auxílio desse trabalho na administração. 
Tanto em questões de funcionamento, mas, sobretudo, conhecer as normas e 
regras que cuidam da administração de empresas através do direito traz ao gestor a 
possibilidade de tanto planejar corretamente sua atuação como também cuidar de 
direitos e deveres que seus funcionários tenham em face de sua empresa. 
É claro que existem outros ramos do direito com certa atuação na gestão 
empresarial que não foram descritos no trabalho, mas consideramos os mais 
importantes para trabalhar nessa pesquisa. 
 Com efeito, como colocamos sobre a atuação do Direito Ambiental, um ramo 
essencial nos dias de hoje e com grande preocupação por parte dos empresários ou 
administradores, de modo que reflete significativamente na reputação da empresa. 
Sendo assim, cabe ao gestor ficar atento com todos esses ramos e buscar 
apoiar a empresa de maneira significativa. 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Lei n. 10.406, 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm> Acesso em: 27 
out. 2020 
 
14 
 
CASTRO, Emerson Luiz de. O direito e as empresas. 2012 Disponível em: 
<https://revistas.newtonpaiva.br/redcunp/wp-content/uploads/2020/05/PDF-D6-
15.pdf< Acesso em: 03 nov. 2020 
 
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 24 ed. São Paulo: Saraiva. 
2012. Vol. I e II. 
 
DANTAS, Felipe Dutra. Planejamento Tributário – Rio de Janeiro: Grupo Ibmec 
Educacional, 2016 
 
DIAS, Emerson de Paula. Conceitos de gestão e administração: uma revisão 
crítica. REA, v. 1., n. 1, 2002, p. 1-12. Disponível em: < 
http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/160> Acesso em 23 out. 
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LEI 6404/76. Sociedades por Ações. Disponível em: 
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