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Gestão avançada da contabilidade Módulo 5.1 Lucileni Pereira da Silva Paula C. C. Nardi 2012 Rosto e Sumario_EAD_2012_CC_5.1_2sem.indd 1 26/06/2012 18:58:39 Editorial Presidente Chaim Zaher Vice-Presidente Adriana Baptiston Cefali Zaher Diretoria Executiva Fernando Henrique Costa Roxo da Fonseca Rafael Gomes Perri Pró-reitor de Educação a Distância Jeferson Ferreira Fagundes Diretora Acadêmica Claudia Regina de Brito Coordenação Pedagógica Alessandra Henriques Ferreira Gladis S. Linhares Toniazzo Marina Caprio Coordenação do Curso de Ciências Contábeis Andréia Marques Maciel Produção Editorial Karen Fernanda Bortoloti Marcelo dos Santos Calderaro S um ár io Rosto e Sumario_EAD_2012_CC_5.1_2sem.indd 2 26/06/2012 18:58:39 S um ár io Apresentação Uniseb Interativo ...................... 13Apresentação do módulo ....................................... 15 Teoria da contabilidade .............................................. 17 Unidade 1: História, objetivo, postulados, princípios e convenções da contabilidade...............................................................................................17 Processo de ensino-aprendizagem....................................................... 17 Objetivos de sua aprendizagem ............................................................... 17 Você se lembra? ........................................................................................... 17 Introdução ....................................................................................................... 18 1.1 História da contabilidade ............................................................................ 18 1.2 Os objetivos da contabilidade ....................................................................... 22 1.3 Postulados, Princípios e Convenções .............................................................. 25 1.3.1 Postulados ....................................................................................................... 27 1.3.1.1 Postulado da Entidade Contábil .................................................................... 27 1.3.1.2 Postulado da Continuidade (going concern) ................................................... 27 1.3.2 Princípios ........................................................................................................... 28 1.3.2.1 Princípio do Custo como Base de Valor ........................................................... 28 1.3.2.2 Princípio do Denominador Comum Monetário ................................................ 29 1.3.2.3 Princípio da Realização da Receita ................................................................... 29 1.3.2.4 Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas .................................... 30 1.3.2.5 Princípio da Essência sobre a Forma ............................................................... 31 1.3.3 Convenções ........................................................................................................ 31 1.3.3.1 Convenção da Objetividade .......................................................................... 32 1.3.3.2 Convenção da Materialidade ...................................................................... 32 1.3.3.3 Convenção da Consistência .................................................................... 33 1.3.3.4 Convenção do conservadorismo ........................................................ 33 1.4 Princípios de Contabilidade segundo o Conselho Federal de Contabilidade. .............35 1.4.1 Conceituação, amplitude e enumeração ......................................... 37 1.4.1.1 Princípio da entidade ................................................................ 38 1.4.1.2 Princípio da continuidade .................................................... 39 1.4.1.3 Princípio da oportunidade ............................................... 40 1.4.1.4 Princípio do registro pelo valor original ..................... 41 1.4.1.5 Princípio da competência ...................................... 44 EAD_2011_CC_5.1.indb 3 13/06/2011 19:55:27 1.4.1.6 Princípio da prudência ....................................................................................... 45 Exercícios ........................................................................................................................ 47 Reflexão .......................................................................................................................... 48 Leitura recomendada ....................................................................................................... 48 Referências ...................................................................................................................... 48 Na próxima unidade ........................................................................................................ 49 Unidade 2: Qualidades da informação contábil e harmonização ............................. 51 Processo de ensino-aprendizagem .................................................................................. 51 Objetivos de sua aprendizagem ..................................................................................... 51 Você se lembra? ............................................................................................................. 51 Introdução ....................................................................................................................... 52 2.1 Qualidades da informação contábil .......................................................................... 52 2.1.1 Custo vs benefício ................................................................................................. 53 2.1.2 Compreensível ...................................................................................................... 53 2.1.3 Útil ........................................................................................................................ 53 2.1.4 Materialidade ........................................................................................................ 54 2.2 Harmonização na Evidenciação ............................................................................... 54 2.2.1 Padrão BRGAAP .................................................................................................. 57 2.2.2 Padrão USGAAP ................................................................................................... 58 2.2.3 Padrão IFRS .......................................................................................................... 58 Exercícios ........................................................................................................................ 60 Reflexão .......................................................................................................................... 60 Leitura recomendada ....................................................................................................... 60 Referências ...................................................................................................................... 61 Na próxima unidade ........................................................................................................ 61 Unidade 3: Conceitos de receita, ganho, gasto, perda e lucro ................................... 63 Processo de ensino-aprendizagem .................................................................................. 63 Objetivos de sua aprendizagem ...................................................................................... 63 Você se lembra? ............................................................................................................. 63 3.1 Ativo ......................................................................................................................... 64 3.2 Ativo Circulante ....................................................................................................... 66 3.2.1 Disponível .............................................................................................................66 3.2.2 Realizável a Curto Prazo ....................................................................................... 67 3.2.3 Estoques ................................................................................................................ 69 3.2.4 Despesas Antecipadas: .......................................................................................... 70 3.3 Ativo Não Circulante ............................................................................................... 71 EAD_2011_CC_5.1.indb 4 13/06/2011 19:55:27 3.3.1 Ativo Realizável a Longo Prazo ........................................................................... 71 3.3.2 Investimentos ........................................................................................................ 71 3.3.3 Imobilizado ........................................................................................................... 73 3.4 Passivo ..................................................................................................................... 75 3.4.1 Passivo Circulante ................................................................................................. 77 3.4.2 Passivo Não Circulante ......................................................................................... 80 3.5 Patrimônio líquido ................................................................................................... 82 3.6 Capital social ............................................................................................................ 87 3.7 Reservas de capital ................................................................................................... 89 3.8 Ajustes de avaliação patrimonial ............................................................................. 90 3.9 Reservas de lucro ..................................................................................................... 91 3.10 Ações em tesouraria ............................................................................................... 94 3.11 Prejuízos acumulados ............................................................................................. 95 3.12 Receita e ganho ...................................................................................................... 96 3.13 Despesa (ou gasto?) e perdas ................................................................................. 98 3.14 Lucro ...................................................................................................................... 99 3.15 Lucros Acumulados ............................................................................................. 101 3.16 Dividendos ........................................................................................................... 101 3.17 Juros sobre o capital próprio ................................................................................ 103 Atividades ..................................................................................................................... 104 Reflexão ....................................................................................................................... 104 Leitura recomendada ..................................................................................................... 105 Referências .................................................................................................................... 105 Na próxima unidade ...................................................................................................... 105 Unidade 4: Temas polêmicos ...................................................................................... 107 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 107 Objetivos de sua aprendizagem ................................................................................... 107 Você se lembra? ........................................................................................................... 107 4.1 Ativos intangíveis................................................................................................... 108 4.1.1 Gastos com pesquisa e desenvolvimento ............................................................ 110 4.1.2 Marcas, patentes, direitos autorais e licenças ......................................................111 4.1.3 Fundo de comércio (goodwill próprio) ............................................................... 112 4.2 DOAR ou DFC? ..................................................................................................... 114 4.3 Demonstração dos fluxos de caixa (DFC) ............................................................. 117 4.4 Correção monetária ................................................................................................ 128 EAD_2011_CC_5.1.indb 5 13/06/2011 19:55:27 4.4.1 Correção monetária de demonstrativos pelas variações do poder aquisitivo médio geral da moeda (perdas ou ganho de poder aquisitivo sobre itens monetários e corrige todos os itens) ............................................................................................................... 130 4.4.2 Correção monetária dos demonstrativos contábeis com uso de valor de reposição de ativos e passivos (ganhos ou perdas sobre itens não monetários) ............................ 132 4.4.3 Correção monetária dos demonstrativos contábeis com uso de valor de reposição de ativos e passivos (ganhos ou perdas sobre itens não monetários) ............................ 133 Atividades ..................................................................................................................... 136 Reflexão ........................................................................................................................ 136 Leitura recomendada ..................................................................................................... 136 Referências .................................................................................................................... 137 Lista de siglas e abreviaturas ........................................................................................ 139 Contabilidade avançada ................................................................................. 143 Unidade 1: Demonstrações financeiras ..................................................................... 143 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 143 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 143 Você se lembra? ............................................................................................................ 143 Introdução ..................................................................................................................... 144 1.1 A Qualidade das demonstrações contábeis ............................................................ 145 1.2 Classificação das contas patrimoniais .................................................................... 146 1.2.1 Ativo .................................................................................................................... 149 1.2.2 Passivo ................................................................................................................ 156 1.3 Demonstrações Financeiras ................................................................................... 160 Atividades ..................................................................................................................... 164 Reflexão ........................................................................................................................ 166 Leitura recomendada ..................................................................................................... 166 Referências ....................................................................................................................168 Na próxima unidade ...................................................................................................... 169 Unidade 2: Métodos de avaliação de investimentos ................................................. 171 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 171 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 171 Você se lembra? ............................................................................................................ 171 Introdução ..................................................................................................................... 172 2.1 Quando aplicar equivalência patrimonial? ............................................................. 175 2.1.1 Controladas ......................................................................................................... 177 EAD_2011_CC_5.1.indb 6 13/06/2011 19:55:27 2.1.2 Coligadas ............................................................................................................. 179 2.2 Cálculo e registro da equivalência patrimonial? .................................................... 182 2.3 Classificação dos Investimentos ............................................................................ 184 2.4 Aplicação do método de equivalência patrimonial ................................................ 185 Atividades ..................................................................................................................... 187 Reflexão ........................................................................................................................ 189 Leitura recomendada ..................................................................................................... 190 Referências .................................................................................................................... 190 Na próxima unidade ...................................................................................................... 191 Unidade 3: Consolidação ............................................................................................ 193 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 193 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 193 Você se lembra? ............................................................................................................ 193 Introdução ..................................................................................................................... 194 3.1 Aspectos práticos ................................................................................................... 197 3.2 Demonstrações Consolidadas ................................................................................ 202 3.2.1 Apresentação das Demonstrações contábeis Consolidadas ................................ 203 3.2.2 Abrangência das Demonstrações contábeis Consolidadas .................................. 204 Atividades ..................................................................................................................... 206 Reflexão ........................................................................................................................ 210 Leitura recomendada ..................................................................................................... 211 Referências .................................................................................................................... 212 Na próxima unidade ...................................................................................................... 213 Unidade 4: Correção monetária de balanços – Aspectos históricos ....................... 215 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 215 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 215 Você se lembra? ............................................................................................................ 215 Introdução ..................................................................................................................... 216 4.1 Contabilidade Indexada ......................................................................................... 219 4.2 Perdas decorrentes do fim da CMB ....................................................................... 224 4.3 A Compensação das perdas ensejadas pelo JCP .................................................... 230 Atividades ..................................................................................................................... 234 Reflexão ........................................................................................................................ 234 Leitura Recomendada ................................................................................................... 234 Referências .................................................................................................................... 236 Na próxima unidade ...................................................................................................... 237 EAD_2011_CC_5.1.indb 7 13/06/2011 19:55:27 Unidade 5: Correção monetária de balanços – Aspectos práticos .......................... 239 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 239 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 239 Você se lembra? ............................................................................................................ 239 Introdução ..................................................................................................................... 240 5.1 Índices de inflação ................................................................................................. 240 5.2 Correção monetária simplificada ........................................................................... 243 5.3 Correção monetária integral ................................................................................... 245 Atividades ..................................................................................................................... 251 Reflexão ........................................................................................................................ 252 Leitura recomendada ..................................................................................................... 253 Referências .................................................................................................................... 255 Na próxima unidade ...................................................................................................... 256 Unidade 6: Conversão de balanços para moeda estrangeira .................................. 257 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 257 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 257 Você se lembra? ............................................................................................................ 257 Introdução ..................................................................................................................... 258 6.1 Aspectos práticos ................................................................................................... 261 6.2 Exemplos ................................................................................................................ 264 Atividades .....................................................................................................................270 Reflexão ........................................................................................................................ 273 Leitura recomendada ..................................................................................................... 273 Referências .................................................................................................................... 274 Na próxima unidade ...................................................................................................... 275 Unidade 7: Arrendamento Mercantil ........................................................................ 277 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 277 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 277 Você se lembra? ............................................................................................................ 277 Introdução ..................................................................................................................... 278 7.1 Conceito de arrendamento mercantil ..................................................................... 278 7.2 Exemplos de contratos ........................................................................................... 284 7.2.1 Contrato 1: ......................................................................................................... 284 7.2.2 Contrato 2: .......................................................................................................... 285 7.3 Transação de venda e Leaseback ........................................................................... 287 7.4 Divulgação ............................................................................................................. 289 EAD_2011_CC_5.1.indb 8 13/06/2011 19:55:27 7.5 Aspectos Fiscais ..................................................................................................... 290 Atividades ..................................................................................................................... 290 Reflexão ........................................................................................................................ 292 Leitura recomendada ..................................................................................................... 292 Referências .................................................................................................................... 294 Na próxima unidade ...................................................................................................... 295 Unidade 8: Fusão, Cisão e Incorporação .................................................................. 297 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 297 Objetivos de sua aprendizagem .................................................................................... 297 Você se lembra? ............................................................................................................ 297 Introdução ..................................................................................................................... 298 8.1 Aspectos práticos ................................................................................................... 299 8.1.1 Incorporação ....................................................................................................... 299 8.1.1.1 Zerar os saldos das contas do patrimônio líquido da empresa incorporada ..... 301 8.1.1.2 Eliminar a conta investimento do balanço patrimonial da empresa incorporadora ........302 8.1.2 Fusão ................................................................................................................... 303 8.1.2.3 Zerar os saldos das contas do patrimônio líquido das duas empresas fundidas. .....304 Contabilidade gerencial .................................................................................. 317 Unidade 1: Introdução à Contabilidade Gerencial .................................................. 317 Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 317 Você se lembra? ............................................................................................................ 317 1.1 A Contabilidade Gerencial ..................................................................................... 318 1.2 Histórico da Contabilidade Gerencial .................................................................... 322 1.3 Uso das informações de custos na tomada de decisões ......................................... 326 1.3.1 Custeio por absorção e ABC ............................................................................... 327 1.3.2 Análise custo-volume-lucro (CVL) ..................................................................... 329 Atividades ..................................................................................................................... 333 Reflexão ........................................................................................................................ 333 Leitura Recomendada ................................................................................................... 334 Referências .................................................................................................................... 334 Na próxima unidade ...................................................................................................... 336 Unidade 2: Introdução à Controladoria ................................................................... 337 Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 337 Você se lembra? ............................................................................................................ 338 2.1 A Abordagem da Visão Sistêmica ......................................................................... 339 EAD_2011_CC_5.1.indb 9 13/06/2011 19:55:28 2.2 Conceitos envolvidos na abordagem da visão sistêmica ....................................... 340 2.2.1 Sistemas ............................................................................................................. 340 2.2.2 Elementos ............................................................................................................ 342 2.2.3 Ambiente ............................................................................................................. 344 2.2.4 Segmento ............................................................................................................. 346 2.3 A Abordagem Sistêmica e a Empresa .................................................................... 347 2.4 Modelo de Gestão .................................................................................................. 350 2.5 A Controladoria e o Controller. .............................................................................. 352 Atividades ..................................................................................................................... 357 Reflexão ........................................................................................................................ 358 Leitura Recomendada ................................................................................................... 358 Referências .................................................................................................................... 359 Na próxima unidade ...................................................................................................... 360 Unidade 3: A Mensuração do Resultado Econômico ............................................... 361 Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 361 Você se lembra? ............................................................................................................362 3.1 Histórico do resultado econômico ......................................................................... 363 3.1.1 Conceitos de Lucro ............................................................................................. 364 3.1.2 Lucro Econômico X Lucro Contábil ................................................................... 366 3.2 A Administração Financeira e a Maximização do Lucro ....................................... 368 3.2.1 Abordagem da gestão baseada em valor ............................................................ 369 3.2.2 Custo de oportunidade e a criação de valor ........................................................ 370 3.2.3 Valor para o acionista .......................................................................................... 371 3.2.4 Valor econômico agregado (EVA®) ................................................................... 371 3.2.5 Estratégias Financeiras e Capacidades Diferenciadoras ..................................... 374 3.2.6 Utilização dos direcionadores de valor (Value Drives) ....................................... 378 3.2.7 Sistema de remuneração variável com base no indicador EVA® ....................... 378 3.2.8 Limitações da metodologia do EVA® ................................................................ 379 Atividades ..................................................................................................................... 380 Reflexão ........................................................................................................................ 381 Leitura Recomendada ................................................................................................... 382 Referências .................................................................................................................... 382 Na próxima unidade ...................................................................................................... 383 Unidade 4: Controladoria e suas ferramentas (I): o Balanced Scorecard (BSC) e a avaliação de desempenho ........................................................................................... 385 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 385 EAD_2011_CC_5.1.indb 10 13/06/2011 19:55:28 Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 385 Você se lembra? ............................................................................................................ 386 4.1 A avaliação de desempenho e o Balanced Scorecard (BSC) ................................. 387 4.2 Histórico do Balanced Scorecard ........................................................................... 389 4.2.1 O BSC como sistema de mensuração de desempenho ........................................ 389 4.2.2 BSC como ferramenta de gerenciamento estratégico ......................................... 395 4.2.2.1 Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia ....................................................... 396 4.2.2.2 Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas ................................... 397 4.2.2.3 Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas estratégicas........................... 398 4.2.2.4 Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico ............................................ 398 4.3 As relações de causa e efeito e a visão estratégica ................................................. 400 4.4 O BSC orientando o processo de implementação da estratégia ............................. 401 4.5 Aplicações do BSC na avaliação de desempenho e sistema de recompensa ......... 403 4.6 Metodologia de implantação do Balanced Scorecard ............................................ 404 Atividades ..................................................................................................................... 406 Reflexão ........................................................................................................................ 407 Leitura Recomendada ................................................................................................... 408 Referências .................................................................................................................... 408 Na próxima unidade ...................................................................................................... 410 Unidade 5: Controladoria e suas ferramentas (II): a Teoria das Restrições (TOC) .... 411 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 411 Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 411 Você se lembra? ............................................................................................................ 412 5.1 A Teoria das Restrições .......................................................................................... 413 5.2 Histórico ................................................................................................................. 415 5.3 A contabilidade de ganhos e as medidas de desempenho ...................................... 416 5.4 Visão operacional da TOC: implementação da ferramenta .................................... 419 5.5 Exemplos ................................................................................................................ 424 Atividades ..................................................................................................................... 426 Reflexão ........................................................................................................................ 428 Leitura Recomendada ................................................................................................... 429 Referências .................................................................................................................... 429 Na próxima unidade ...................................................................................................... 431 Unidade 6: Controladoria e suas ferramentas (III): o Just-In-Time (JIT) ........... 433 Processo de ensino-aprendizagem ................................................................................ 433 Objetivos de aprendizagem ........................................................................................... 433 EAD_2011_CC_5.1.indb 11 13/06/2011 19:55:28 A pr es en ta çã oVocê se lembra? ............................................................................................................ 4346.1 O Just -in-time (JIT) ............................................................................................... 435 6.1.1 A produção enxuta versus a produção voltada para estoque ............................... 436 6.1.2 A produção just-in-time e o kanban .................................................................... 437 6.2 Características da linha de produção no just in Time ............................................ 439 6.3 O Just-in-time e a Teoria das Restrições ................................................................ 447 6.4 Benefícios financeiros do just-in-time ................................................................... 448 6.5 O planejamento no JIT ........................................................................................... 449 6.6 Limitações do sistema Just-in-time ........................................................................ 451 Reflexão ........................................................................................................................ 452 Leitura Recomendada ................................................................................................... 453 Referências .................................................................................................................... 453 EAD_2011_CC_5.1.indb 12 13/06/2011 19:55:28 A pr esen ta çã o O UniSEB Interativo Prezado(a) acadêmico(a) Bem-vindo(a) ao Centro Universitário UniSEB Interativo. Temos o prazer de recebê-lo(a) no novo segmento desta instituição de ensino que já possui mais de 40 anos de experiência em educação. O Centro Universitário UniSEB Interativo tem se des- tacado pelo uso de alta tecnologia nos cursos oferecidos, além de possuir corpo docente formado por professores experientes e titulados. O curso, ora oferecido, foi elaborado dentro das Diretrizes Curriculares do MEC, de acordo com padrões de ensino superior da mais alta qualidade e com pesquisa de mercado. Assim, apresentamos neste material o trabalho desenvolvido pelos professores que, por meio da tecnologia da informação e comunicação, proporciona ensino inovador e sempre atualizado. Este livro, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e a teleaula integram a base que visa transmitir os conhecimentos necessários à sua formação, além de auxiliá-lo(a) nos estudos e incentivá-lo(a), com as indi- cações bibliográficas de cada unidade, a fim de aprofundar cada vez mais o seu saber. Procure ler os textos antes de cada aula para poder acompanhá-la melhor e, assim, interagir com o professor nas aulas ao vivo. Não deixe para estudar no final de cada módulo somente com o objetivo de passar pelas avaliações; procure ler este material, realizar outras leituras e pesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, afi- nal, num mundo globalizado e em constante transformação, é pre- ciso estar sempre informado. Procure dedicar-se ao curso que você escolheu, aprovei- tando-se do momento que é fundamental para sua formação pessoal e profissional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas, realize as atividades on-line, desta maneira você estará se formando de maneira responsável, autônoma e, cer- tamente, fará diferença no mundo contemporâneo. Sucesso! EAD_2011_CC_5.1.indb 13 13/06/2011 19:55:28 A pr es en ta çã o EAD_2011_CC_5.1.indb 14 13/06/2011 19:55:28 A pr es en ta çã o Apresentação O Módulo 5.1 No módulo de Gestão Avançada da Con- tabilidade, você estudará as disciplinas Te- oria da Contabilidade, Contabilidade Avançada e Contabilidade Gerencial que, juntas, abordam os tópicos mais avançados que há em contabilidade. A disciplina Teoria da Contabilidade discute a ou- tra face da ciência contábil, visando aperfeiçoá-la, além de ampliar o conhecimento da área. Tem o objetivo de levar a refletir sobre história, objetivos e princípios da contabilidade, discutindo as qualidades da informação contábil e dos padrões existentes de sistemas contábeis. Conceitos de contas de ativo, passivo, patrimônio líquido e da demonstração do resultado do exer- cício também são explorados, além de abordar temas polêmicos ainda sem um únicos consenso entre os contadores. Já a Contabilidade Avançada, como o próprio nome indica, serve para ampliarmos nosso conhecimento sobre contabilidade. A Contabi- lidade, enquanto ciência social aplicada, objetiva fornecer informações úteis para tomadas de decisões. A contabilidade societária se preocupa com as formas e as regras. Nesse sentido, vamos complementar o conte- údo da Contabilidade Geral, estudando tópicos de grande relevância, tais como: Estrutura das Demonstrações Financeiras; Método de Avaliação de Investimentos; Consolidação de Balanços; Correção Monetária de Balanços; Conversão de Balanços em Moeda Estrangeira; Arrendamen- to Mercantil; Fusão, Cisão e Incorporação. Por fim, temos a Contabilidade Gerencial integrando as discipli- nas do módulo. Muitas vezes, na empresa, nos deparamos com a necessidade de cumprir as regras de padronização dos relatórios contábil-financeiros e, ao mesmo tempo atender, de maneira prática, os diversos gestores da entidade, para os quais as in- formações disponíveis não estão suficientemente detalhadas da maneira como necessitam. A Contabilidade Gerencial visa, justamente, atender a essas necessidades, ou seja, ela é o braço da contabilidade voltado para suprir os usuários internos com informações gerenciais. A gestão de qualquer entidade necessita de EAD_2011_CC_5.1.indb 15 13/06/2011 19:55:28 informações relevantes para o processo decisório. Cada gestor, em cada empresa, necessita, com maior detalhe e peculiaridade, de informações sobre o desempenho da entidade, das suas unidades de negócio, dos clientes, dos segmentos de mercado, dos produtos etc. Por ser flexível e desregulamentada, a Contabilidade Gerencial permite que os profissionais da contabilidade forneçam essas informações úteis para tomada de deci- são de diferentes maneiras, sempre adaptando seus relatórios conforme a necessidade do usuário daquela informação. Assim, está formado o módulo e suas disciplinas. Este material não visa esgotar o assunto. Pelo contrário, objetivam despertar em você, aluno e futuro profissional da área contábil, o interesse pelo assunto e estimulá- lo em sua busca pessoal pelo conhecimento. O processo de aprendizado somente está completo quando se consegue aprender a aprender. Nesse ponto, o ato de discutir e criticar começam a ser uma constante. Desejamos-lhe um ótimo módulo! Bons estudos! Profª. Paula Nardi Profª. Alessandra Santana Profª. Lucileni Pereira da Silva EAD_2011_CC_5.1.indb 16 13/06/2011 19:55:28 U ni Ua Ue U História, objetivo, postulados, princípios e convenções da contabilidade Processo de ensino-aprendizagem Nesta primeira unidade vamos apresentar os aspec- tos introdutórios da profissão contábil, bem como a origem da ciência, seu objeto de estudo, campo de atu- ação e carreira profissional em que se exercitará a função contábil, além dos princípios e convenções contábeis Objetivos de sua aprendizagem Após este capítulo você será capaz de: Aprender sobre a história da contabilidade.• Definir o objetivo da contabilidade.• Conhecer os postulados, princípios e as convenções da contabili-• dade. Conhecer os postulados contábeis, princípios e convenções.• Compreender a necessidade da contabilidade como linguagem homo-• gênea no atual ambiente de negócios globalizado. Aplicar na prática os princípios contábeis.• Você se lembra? Você se lembra de ter ouvido em aula que muitas empresas filiais no Brasil deveriam publicar suas demonstrações contábeis seguindo as normas brasileiras e as normas do país onde a matriz estiver locali- zada? Recentemente esse cenário está mudando. Com a intenção de convergir para as normas internacionais e reduzir o trabalho das em- presas as normas brasileiras de contabilidade sofreram alterações. Algumas destas alterações vocês conheceram nesta unidade. EAD_2011_CC_5.1.indb 17 13/06/2011 19:55:28 18 Teoria da Contabilidade IntroUução Resgatar a história da contabilidade para definir um objetivo e co- nhecer os seus princípios faz parte do objetivo desta aula. Conhecer as necessidades dos usuários da contabilidade desde os primeiros sistemas de informações contábeis contribui para a identificação dos objetivos, postulados, princípios e convenções da ciência contábil. Primeiramente, um pouco de história da contabilidade. História Ua contabiliUaUeU.U Conhecer o passado da contabilidade e sua evolução até os tempos atuais ajuda a entender os seus objetivos e princípios. Iudícibus (2006) es- creve que a contabilidade é tão antiga quanto o homem que conta e pensa. Mas a versão monetária da contabilidade pode ser contada pelos Papiros de Zenon. Segundo Guerra (2006) esse sistema primitivo de contabilidade foi usado na Grécia e no Egito do o século V antes de cristo. Representam um notável e organizado sistemas de registros. No entanto, o sistema co- nhecido por partidas dobradas surge em outro local e época. Na Itália do século XV, segundo Hendriksen e Van Breda (1999), há evidências sobre o uso das partidas dobradas. Nessa época, para a matemática não havia números negativos. Portanto, os gestores das propriedades e estabe- lecimentoscomerciais registravam os valores das contas em forma de T. De um lado registravam os valores que reduziriam a conta observada. Do outro lado, registravam os valores que aumentavam o valor da conta. Trabalhavam com saldos das contas dos bens, direitos e obrigações. W ik ip m ed ia Luca Pacioli EAD_2011_CC_5.1.indb 18 13/06/2011 19:55:29 19 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 Hendriksen e Van Breda (1999) analisam que o sistema de partidas dobradas foi criado para solucionar o problema da ausência de números negativos (solução para um problema fictício). Esse sistema foi utilizado na Itália do século XVI e XVII. Conforme Iudícius e Hendriksen e Van Breda (1999) o italiano Pacioli, que viveu nessa época, escreveu a obra Tractatus de computis et scripturis. Contém a teoria do débito e do crédito que se assemelha à teoria dos números negativos e positivos. Verifica-se, desde esse tempo até os dias atuais a predominância de dois padrões de contabilidade: a escola europeia e a escola anglo-saxônica (ou escola norte-americana). Enquanto essa última visa fazer a contabi- lidade atender aos interesses dos acionistas, a escola europeia foca nas necessidades dos credores como bancos. Esse padrão europeu de conta- bilidade vigorou entre o século XV ao início do século XX. Não perma- neceu porque não acompanhou a evolução das vontades dos usuários da contabilidade. Iudícibus (2006) explica e resume em 5 itens os motivos da escola europeia perder espaço para a escola norte americana: ausência de ca- pacidade para realizar generalizações a partir da observação da prática (pesquisa indutiva); excessiva preocupação em provar que contabilidade é ciência; falta de flexibilidade ao enfatizar a teoria do débito e crédito; não aplicação de teoria expostas; faculdades com qualidade duvidosa. Esses fatores limitam a evolução da contabilidade e dificultam o alcance de seu objetivo: fornecer informação útil para tomadas de decisão. Nesse sentido, surge a escola norte-americana voltada à prática e às necessidades dos acionistas. O contexto econômico dos EUA em meados do século XX é caracterizado pelo surgimento de empresas S.A. de capital aberto. Há, portanto, o desenvolvimento do mercado de capitais. Confor- me Hendriksen e Van Breda (1999) em 1773 surge em Londres London Stock Exchange. Certamente, a bolsa de valores de Londres estimulou atividades de auditoria. Iudícibus (2006) observa que nessa época a Ingla- terra tinha tradição em atividades de auditoria. Ambas as escolas contribuíram e contribuem para normas inter- nacionais de contabilidade, o famoso padrão IFRS. Dizer qual escola é melhor não tem sentido. Melhor observar as características de cada uma e identificar os pontos positivos de ambas. Essas análises podem ser utili- zadas para elaborar normas internacionais adequadas às necessidades do usuário da ciência contábil nos tempos atuais. EAD_2011_CC_5.1.indb 19 13/06/2011 19:55:29 20 Teoria da Contabilidade Essas necessidades eram diferentes no EUA antes e depois da cria- ção, em 1792 da New York Stock Exchange. Antes disso, como em Lon- dres antes da criação da Londres London Stock Exchange, a contabilidade voltava-se para os donos e para os bancos. O mercado de capitais amplia as alternativas de captação de recursos para empresa. Ao abrir capital, a empresa passa a ter um número maior de donos e existe a probabilidade de cada dono ter necessidades diferentes de informação. Isso estimula no- vos formatos e novas informações fornecidos e exigidos. A partir dessas datas, a contabilidade não parou de evoluir. Em 1887, conforme Hendriksen e Van Breda (1999) surge na Inglaterra o Instituto de Contadores Registrados da Inglaterra e do País de Gales. Nessa mesma data surge nos EUA 1887: American Association of Public Accountants - AAPA. Esse órgão emite o famoso Certified Public Accountants - CPA. Com esse documento nos EUA o contador consegue reconhecimento para o mercado de trabalho. No Brasil, o órgão de classe que representa os con- tadores se chama Conselho Federal de Contabilidade - CFC. No entanto, essas organizações de contadores não têm poder para fiscalizar a contabilidade das empresas. Para isso, segundo Hendriksen e Van Breda (1999), surge a Securities Exchange Commission – SEC. Cria- do em 1934, esse órgão se assemelha com a Comissão de Valores Mobi- liários - CVM do Brasil. A SEC tem como objetivo a fiscalização da con- tabilidade financeira das empresas listada nas bolsas de valores dos EUA. Porém, ainda nesse mercado, falta um órgão emissor de normas de conta- bilidade. Em 1973 surge o Financial Accounting Standards Board - FASB. O FASB tem o objetivo de emitir padrões de contabilidade financeira para mercado de capitais dos EUA (HENDRIKSEN E VAN BREDA, 1999). Conforme Iudícibus (2006) o FASB consegue formar um padrão de contabilidade para as empresas dos EUA e a SEC fiscaliza a aplicação do USGAAP pelas empresas listadas nas bolsas de valores dos EUA. No Brasil, a evolução é semelhante. A Bolsa de Valores de São Paulo surge em 1967. Depois de cerca de quatro anos, em 1971, forma-se o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – Ibracon. Após cinco anos, o pa- drão brasileiro começa a se formar. Em 1967 a Lei das S.A. é aprovado junto com a criação da CVM pelo governo brasileiro. As emissões de re- gras de ambos compõe o padrão BrGAAP. Em 2007 a Nova Lei das S.A (atualização da Lei 6.404/76 e por isso compõe o padrão BrGAAP) é vo- tada. Enquanto as leis normatizam, a CVM fiscaliza a aplicação do padrão BrGAAP pelas S.A. de capital aberto no Brasil. EAD_2011_CC_5.1.indb 20 13/06/2011 19:55:29 21 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 Percebe-se que nos EUA o FASB emite o padrão USGAAP para todas as empresas. Tem força sobre o mercado que a SEC fiscaliza. Já no Brasil, o cenário fica um pouco diferente. As normas de contabilidade emitidas pelo CFC não tem peso no mercado acionário da BOVESPA. No Brasil, a Lei 6.404/76, a Lei 11.638/2007 e as resoluções da CVM regulamenta a contabilidade financeira de todas as S.A. de capital aberto, algumas S.A. de capital fechado e certas limitadas. O CFC somente co- meça a influenciar ao participar da criação e funcionamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), criado pela Re- solução CFC 1.055/05, é responsável pela convergência da contabilidade brasileira às normas internacionais de contabilidade, conhecidas como IFRS. Essas são emitidas pelo IASB. A convergência brasileira já co- meçou com a Lei 11.638/2007, conhecida como a Nova Lei das S.A., ao substituir a DOAR pela CFC e disponibilizar contas no BP para o ativo intangível. A contabilidade evolui conforme as necessidades de seus usu- ários. A contabilidade surge para o controle da riqueza do dono do negó- cio. Contabilidade voltada para o público interno. Em seguida, a contabi- lidade começa a servir ao público externo à empresa. Os bancos exigem informações contábeis das empresas tomadoras de capital. O governo também necessita de informações contábeis para cobrarem os tributos. Logo, com a evolução do mercado de capitais, surgem novos donos, os acionistas, formados por pessoas físicas ou fundos de investimentos que almejam informações sobre o negócio. A contabilidade evolui. Para atender o público interno surge a con- troladoria. Diferente do público externo que utiliza a contabilidade finan- ceira para coletar informações. Para o governo a contabilidade fiscal. Para a sociedade em geral há os relatórios sócio-ambientais. A evolução nas necessidades dos usuários influencia o objetivo da ciência contábil. Após esse breve resgate da história da contabilidade, os objetivos da contabili- dade escritos por outros autores são expostos. Por fim, um objetivo que aborde de forma geral as metasda contabilidade é definido. Seguem os objetivos da ciência contábil. EAD_2011_CC_5.1.indb 21 13/06/2011 19:55:29 22 Teoria da Contabilidade Os objetivos Ua contabiliUaUeU.2 Nas páginas a seguir, são apresentadas algumas definições de con- tas contábeis. Com base em algumas citações, este trabalho define o obje- tivo da contabilidade. Independente do usuário, a contabilidade pode ter um objetivo geral. Na essência, a contabilidade possui o mesmo objetivo que atende a todos os usuários da informação contábil. No entanto, para identificá-lo é necessário observar certas definições. O Conselho Federal de Contabilidade - CFC, em 2003, publicou a obra: Princípios Fundamen- tais e Normas Brasileiras de Contabilidade. Nela, cita o objetivo científico e pragmático da contabilidade. Ótica científica: “o objetivo científico da Contabilidade manifes- ta-se na correta apresentação do Patrimônio e na apreensão e análise das causas das suas mutações” (lado águia da contabilidade). Ótica pragmática: “prover os usuários com informações sobre as- pectos de natureza econômica, financeira e física do Patrimônio da Entidade e suas mutações, o que compreende registros, demonstra- ções, análises, diagnósticos e prognósticos, expressos sob a forma de relatos, pareceres, tabelas, planilhas e outros meios” (lado pé no chão da contabilidade). O CFC (2003) explica que a ótica pragmática se preocupa com os aspectos formais da contabilidade. As Normas Brasileiras de Contabilida- de são exemplos de regras a serem seguidas pelas entidades com opera- ções no Brasil. Já o lado científico almeja evoluir a todo instante. Busca o Estado da Arte. Enquanto aquela serve para o processo contábil funcionar e ser fiscalizado, essa busca alternativa para o sistema contábil evoluir. Iudícibus (2006) conceitua o objetivo da contabilidade da seguinte forma: “o estabelecimento dos objetivos da contabilidade pode ser feito na base de duas abordagens distintas: ou consideramos que o objetivo da contabilidade é fornecer aos usuários, independentemente de sua natureza, um conjunto básico de informações que, presumivelmen- te, deveria atender igualmente bem a todos os tipos de usuários, ou a contabilidade deveria ser capaz e responsável pela a apresentação EAD_2011_CC_5.1.indb 22 13/06/2011 19:55:29 23 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 de cadastros de informações totalmente diferenciados, para cada tipo de usuário”. Nesse trecho, o autor também considera que a contabilidade pode ser vista de duas maneiras. Uma voltada para o público em geral. Aque- les que precisam de informações genéricas para tomar suas decisões. Por outro lado, podem existir necessidades díspares e por isso a contabilidade deve atendê-los com informações específicas. Qual será o objetivo da contabilidade? Informações gerais para qualquer usuário. Ou informações específicas para cada grupo de usuários com necessidades diferentes? Manter um sistema de informação contábil consome recursos. Aten- der a todas as necessidade de todos os usuários pode ser algo inalcançável. Mas não impossível de ser buscado. Por exemplo, os bancos não analisam os relatórios contábeis publicados das S.A. de Capital Aberto para apro- varem um empréstimo. As empresas preenchem os documentos exigidos pelos bancos. Atende de forma geral com as demonstrações obrigatórias e especificamente com o documento exigido pelo banco. Outro exemplo, uma pizzaria envia as notas de vendas para o escri- tório de contabilidade para saber seu faturamento e calcular os devidos tributos. Porém, não passa esse tipo de informação para seus funcionários. Na verdade, pode passar o valor da gorjeta recebido pelos garçons. Há ainda o banco que envia relatórios específicos para serem preenchidos e devolvidos para análise de crédito. Mas também pode ser um pacote único e atender públicos diferentes. Por exemplo, o relatório anual pode ser lido pelos investidores, professores, estudantes. Discussões como essas fazem parte dos objetivos da disciplina Te- oria da Contabilidade. Ler a contabilidade de forma crítica para discutir e direcionar o debate para um consenso sobre o objetivo da contabilidade. Mais definições são necessárias. A Comissão de Valores Mobiliários – CVM e o Instituto Brasileiro de Contadores – Ibracon definem o objetivo da contabilidade com o seguinte trecho: “permitir, a cada grupo principal de usuários, a avaliação da situa- ção econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras”. Segundo o trecho lido, a contabilidade deve fornecer informações para os principais grupos de usuários. Converge para segunda opção cita- EAD_2011_CC_5.1.indb 23 13/06/2011 19:55:29 24 Teoria da Contabilidade da por Iudícibus (2006). Essa discussão parece não ter chegado a um con- senso. Hendriksen e Van Breda (1999) escolhem um grupo de usuários e de um tipo específico de informação contábil conforme o trecho seguinte: “o principal objetivo da divulgação de informações financeiras é apoiar os acionistas e outros indivíduos na tomada de decisões fi- nanceiras, ajudando-os a predizer os fluxos de caixa da empresa.” Por meio desse trecho, nota-se uma preocupação ao trabalhar dados e transformar em informações sobre o fluxo de caixa da empresa. Caráter monetário. Além disso, especificam um grupo de usuários: os acionistas. Hendriksen e Van Breda (1999) trabalham no padrão dos EUA. Nesse país há um órgão chamado Financial Accounting Standard Board – FASB, cuja função é emitir normas de contabilidade para as empresas com ope- rações nos EUA. O FASB pronuncia sobre o objetivo da contabilidade da seguinte forma: “A divulgação financeira deve fornecer informações que sejam úteis para investidores e credores atuais e em potencial, bem como para outros usuários que visem à tomada racional de decisões de investimento, crédito e outras semelhantes. As informações devem ser compreensíveis aos que possuem uma noção razoável dos negó- cios e das atividades econômicas e estejam dispostos a estudar as informações com diligência razoável.” Percebe-se, nesse trecho, a especificação da informação monetária e foco num grupo de usuários da contabilidade com uma plausível compre- ensão de finanças. Outro órgão que também foca na informação financeira é o Internacional Accounting Standard Board – IASB, responsável por emitir as Normas Internacionais de Contabilidade – IFRS considera que: “O objetivo das demonstrações contábeis é dar informações sobre a posição financeira, os resultados e as mudanças na posição financei- ra de uma empresa que sejam úteis a um grande número de usuários em suas tomadas de decisão”. Nota-se que o IASB trata da informação divulgada pela contabili- dade financeira e foca nos usuários de forma geral. Outros autores nem EAD_2011_CC_5.1.indb 24 13/06/2011 19:55:29 25 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 discutem sobre os grupos de usuários atendidos e abordam informações monetárias e não-monetárias. Iudícibus, Martins e Gelbke (2003) definem o objetivo da contabilidade da seguinte forma: “a contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e ava- liação destinado a prover seus usuários com demonstrações e aná- lises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização” De acordo com a definição dos referidos autores, a contabilidade é um sistema de informação monetária e não monetária que possibilita avaliações. Uma outra definição poderia incorporar somente aspectos monetários. No entanto, os usuários da contabilidade também necessitam de indicadores não-monetários. Para este trabalho, adota-se a seguinte ex- pressão para definir o objetivo da contabilidade. “gerar informação útil para tomada de decisão”. Essa frase com setepalavras resume todas as definições expostas para o objetivo da con- tabilidade. Seja monetária ou não monetária, a informação gerada pelo sistema contábil existe para influenciar de forma positiva na tomada de decisões dos gestores das empre- sas. A contabilidade se estrutura para atender as necessidades de seus usuários. De forma ob- jetiva, este trabalha o objetivo da contabilidade. Alcança todos os grupos de usuários e incorpora aspectos da contabilida- de como um todo. Definido o objetivo da contabilidade, o próximo passo é conhecer as regras de funcionamento desse sistema gerador de informa- ção útil para tomada de decisão. PostulaUos, Princípios e ConvençõesU.3 Para melhor compreensão dos postulados, princípios e convenções se utiliza uma metáfora. Toda casa precisa de alicerces. A contabilidade também. São eles: os postulados da Entidade e Continuidade. As paredes da “casa contabilidade” são os princípios: do Custo Histórico; Denomina- Conexão: Para se atualizar e conhecer sobre a aplicação das mudanças contábeis, leia o CPC 13 - Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Lei nº 11941/2009, disponível em: http://www.cpc. org.br/pronunciamentosIn- dex.php EAD_2011_CC_5.1.indb 25 13/06/2011 19:55:29 26 Teoria da Contabilidade dor Comum Monetário, Realização da Receita; Confrontação das Despe- sas e da Essência sobre a Forma. As convenções são consideradas o teto da “casa contabilidade”. Portanto: Postulados = Alicerce Princípios = Paredes Convenções = Teto Essa metáfora ajuda a entender as regras de funcionamento da ciên- cia social chamada Ciência Contábil ou Contabilidade. Assim, como uma casa, precisa de alicerce para não desabar. Precisa de paredes para cercar sua atuação e de um teto para proteger sua moradora: a informação contá- bil. A figura a seguir ilustra essa metáfora: Objetividade Materialidade Consistência Conservadorismo Custo Histórico Denominador Comum Monetário Realização da Receita Confrontação da Despesa Essência sobre a Forma Entidade Contábil Continuidade Figura 1 - A “Casa” da Contabilidade FONTE: Material dado em aula do prof. Dr. Sílvio H. Nakao, para a 1ª turma do Mestrado em Contabilidade e Controladoria FEAR-USP em 2005. EAD_2011_CC_5.1.indb 26 13/06/2011 19:55:30 27 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 Conforme a figura 1, a contabilidade possui dois “alicerces” chama- dos Postulado de Entidade Contábil e Postulado da Continuidade. Como “paredes” têm-se os Princípios do Custo Histórico, Princípio do Denomi- nador Comum Monetário, Princípio da Realização da Receita, Princípio da Confrontação da Despesa e Princípio da Essência sobre a Forma. A Convenção Objetividade, Convenção Materialidade, Convenção Consis- tência e Convenção Conservadorismo representam o “teto” da casa da contabilidade. PostulaUosU.3.U Os postulados podem ser comparados com os alicerces de uma casa, pois sem eles, a contabilidade não consegue se manter. Servem para dar base ao funcionamento da contabilidade. PostulaUo Ua EntiUaUe ContábilU.3.U.U Iudícibus, Martins e Gelbke (2003) escrevem sobre o postulado da Entidade. Citam o seguinte enunciado: “a Contabilidade é mantida para as entidades; os sócios ou quotistas destas não se confundem, para efeito contábil, com aquelas”. Conforme esse enunciado, separam-se as pessoas jurídicas das pessoas físicas. Com intuito de gerar informação à pessoa jurídica, a não aplicação desse postulado causa distorções nas informações e decisões são tomadas de forma equivocada. Para fixar, pode-se analisar a palavra entidade e identificar dois “e” e dois “d”. De forma associativa, observa- se que há separação de duas pessoas. Uma jurídica e outra a física. A con- tabilidade atende à pessoa jurídica empresa. PostulaUo Ua ContinuiUaUe (going concern)U.3.U.2 Iudícibus, Martins e Gelbke (2003) também escrevem sobre o pos- tulado da Continuidade. Expõe sobre esse princípio da seguinte forma: EAD_2011_CC_5.1.indb 27 13/06/2011 19:55:30 28 Teoria da Contabilidade “para a Contabilidade, a entidade é um organismo vivo que irá viver (operar) por um longo período de tempo (indeterminado) até que surjam fortes evidências em contrário” Percebe-se com esse enunciado que a contabilidade existe para analisar o patrimônio de uma entidade com prazo de vida indetermina- do. Caso contrário, muita empresa poderia divulgar seus ativos a valor de mercado e subjetivismos poderiam causar informações equivocadas. Além disso, como ficaria o ponto de confronto entre o mercado e a en- tidade? Postulado da Entidade influencia os princípios fundamentais da contabilidade. Princípios U.3.2 Os postulados representam a base da contabilidade. Fundamentam a atuação da contabilidade. Os Princípios são as regras que a contabilidade segue para atingir seu objetivo. São as “paredes” que cercam a contabili- dade. Mostram as características que os processos contábeis possuem. São eles: Princípio Uo Custo como Base Ue ValorU.3.2.U Segundo Iudícibus, Martins e Gelbke (2003) o Princípio do Custo como Base de Valor pode ser pronunciado da seguinte maneira: “o custo de aquisição de um ativo ou dos insumos necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a enti- dade representa a base de valor para a Contabilidade, expresso em termos de moeda de poder aquisitivo constante” Relacionado com o postulado da continuidade, o Princípio do Cus- to como Base de Valor é o mais antigo e discutido entre os princípios da contabilidade. Há um tema polêmico que será discutido na aula 4 que tem relação com esse princípio. Aceita-se somente o Goodwill (tema polêmico discutido na aula 4) adquirido. O criado fica oculto na contabilidade. En- fim, na continuidade, o valor de entrada prevalece. EAD_2011_CC_5.1.indb 28 13/06/2011 19:55:30 29 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 Princípio Uo DenominaUor Comum MonetárioU.3.2.2 Determinada empresa que vende ao Japão, à Europa e aos EUA recebe, respectivamente, Ienes, Euros e Dólares. Como ela publica sua receita? Nas três moeda? Dessa forma não ficaria um caos? Toda vez que o usuário fosse ler a Demonstração do Resultado do Exercício teria que transformar em Reais. Para evitar esse problema, a contabilidade segue o Princípio do Denominador Comum Monetário. Iudícibus, Martins e Gel- bke (2003) cita o seguinte enunciado para esse princípio: “as demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros detalhados de natureza qualitativa e física, serão expressas em termos de moe- da nacional de poder aquisitivo da data do último Balanço Patrimo- nial”. Observa-se que o Princípio do Denominador Comum monetário contribui para a clareza da informação contábil. Sugere-se que as demons- trações contábeis estejam em moeda corrente do país. No caso do Brasil e do exemplo retrocitado, as demonstrações contábeis devem, vir com valores em Reais. Nos EUA, em dólares, no Japão, em Ienes e assim por diante. Princípio Ua Realização Ua ReceitaU.3.2.3 Em que momento a receita deve ser contabilizada? O Princípio da Realização da Receita tem uma resposta. O enunciado, de acordo com Iu- dícibus, Martins e Gelbke (2003), pode ser escrito da seguinte maneira: “a receita é considerada realizada e, portanto, passível de registro pela Contabilidade, quando produtos ou serviços produzidos ou prestados pela entidade são transferidos para outra entidade ou pes- soa física com a anuência destas e mediante pagamento ou compro- misso de pagamento especificado perante a entidade produtora” Conforme esse enunciado, espera-se que a receita seja contabilizada quando houver transferência de produtos e serviços da entidade vende- dora para a compradora. Mas, e na prática? Qual documento pode ser relacionado para visualizar esse princípio na prática? Anota fiscal pode EAD_2011_CC_5.1.indb 29 13/06/2011 19:55:30 30 Teoria da Contabilidade ser utilizada para tal visualização. A nota fiscal acompanha o produto e serviço. Somente quando a empresa compradora toma posse da nota fiscal que a receita é contabilizada. Há dois casos que precisam de explicações: contratos de serviços e compra de bens com longos períodos de fabricação. No caso dos contratos de serviços, a receita é reconhecida periodicamente ao longo do contrato. Exemplo, contrato de aluguel. Nesse caso, a receita com aluguel é regis- trada todo mês até o final do contrato. No segundo caso, bens com longos períodos de fabricação, como navios, a receita é registrada conforme as etapas são terminadas e custos são incorridos. Princípio Uo Confronto Uas Despesas com as ReceitasU.3.2.4 A receita deve ser confrontada com as despesas. Causaria desordem confrontar a receita de um período com as despesas incorridas no período anterior ou com as previstas para incorrer num período futuro? Certamen- te que sim. O enunciado do Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas, segundo Iudícibus, Martins e Gelbke (2003), pode ser escrito da seguinte maneira: “toda despesa diretamente delineável com as receitas reconhecidas em determinado período, com as mesmas deverá ser confrontada; os consumos ou sacrifícios de ativos (atuais ou futuros), realizados em determinado período e que não puderam ser associados à receita do período nem às dos períodos futuros, deverão ser descarregados como despesa do período em que ocorrerem”. As receitas registradas em certo período são analisadas junto com as despesas incorridas nesse mesmo período. Receita do ano 1 com despesas também do ano 1. Assim, informações do resultado do período são gera- das. O Princípio da Realização da Receita e o Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas formam o Regime de Competência. Há também o Regime de Caixa. Entender a diferença entre esses dois regimes permite responder à seguinte pergunta: Por que uma empresa pode ter vendas e não ter caixa? A resposta tem relação com o caminho percorrido pelo dinheiro dentro da empresa. Se for compra à vista, entra dinheiro no momento do pagamento da venda. Se for à prazo, o dinheiro entrará somente no venci- EAD_2011_CC_5.1.indb 30 13/06/2011 19:55:30 31 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 mento da dívida. O Regime de Competência retrata o momento da venda, enquanto o Regime de Caixa mira o dinheiro. Aonde ele vai, o Regime de Caixa vai atrás. Quando as vendas e as despesas são à vista, os dois regimes retratam os mesmos números. Já quando há venda ou despesas à prazo, os números são diferentes, por não observarem o mesmo momento. Toda a contabili- dade trabalha com esses dois regimes. Independente do regime escolhido pela empresa, no momento da contabilização, deve prevalecer a natureza da transação. Isso tem relação com o próximo princípio. Princípio Ua Essência sobre a FormaU.3.2.5 Pode-se considerar o seguinte enunciado para o Princípio da Essên- cia sobre a Forma: “as transações são registradas segundo sua natureza contábil. Inde- pendente do formato, a essência do evento prevalece” O próprio enunciado já resume com clareza o significado desse Princípio da Contabilidade. A transação chamada de leasing representa o exemplo clássico utilizado para explicar o Princípio da Essência sobre a Forma. Há o leasing financeiro e o operacional. Este, o locatário, não fica com o bem e a essência é de um aluguel. Já o financeiro se assemelha com um financiamento e por isso deve ser ativado. A contabilidade se funda- menta nos Postulados (“alicerces”), guia-se pelos Princípios (“paredes”) e se limita pelas Convenções (“teto”). O item seguinte expõe sobre essas convenções. ConvençõesU.3.3 Como já exposto, as convenções contornam a atuação da contabili- dade. Representam o “teto” da casa da contabilidade. Restringem os Prin- cípios. Filtram as informações inadequadas. Com eles a contabilidade fica limitada. Tudo para fornecer informações úteis para tomada de decisões. São quatro convenções: Objetividade, Materialidade, Conservadorismo, Consistência. EAD_2011_CC_5.1.indb 31 13/06/2011 19:55:30 32 Teoria da Contabilidade Convenção Ua ObjetiviUaUeU.3.3.U Iudícibus, Martins e Gelbke (2003) enunciam o Princípio da Objeti- vidade da seguinte forma: “para procedimentos igualmente relevantes, resultantes da aplicação dos Princípios, preferir-se-ão, em ordem decrescente: a) os que pu- derem ser comprovados por documentos e critérios objetivos; b) os que puderem ser corroborados por consenso de pessoas qualificadas da profissão, reunidas em comitês de pesquisa ou em entidades que têm autoridade sobre princípios contábeis” Esse princípio tem relação com o sentido objetivo como contrário de subjetivo. Ser objetivo significa registrar com neutralidade. Não se ponde- ra a subjetividade na contabilização dos eventos. Primeiro, se possível, deve-se registrar valores documentados, se não, baseado em um consenso de experts. Sempre há adoção de critérios sem subjetivismos. Por exem- plo, entre o valor orçado por um perito e o documento original de compra, o último impera: o valor objetivo no lugar do valor subjetivo. Convenção Ua MaterialiUaUeU.3.3.2 Mas nada adianta ser objetivo se a informação não for à medida ide- al. Muita informação confunde, pouca não esclarece. O equilíbrio designa esse limite da contabilidade. Nunca nos extremos da quantidade de infor- mação. Sempre atender a necessidade do usuário de forma adequada, com equilíbrio na divulgação da informação contábil. Segundo Iudícibus, Mar- tins e Gelbke (2003) o enunciado dessa convenção pode ser o seguinte: “o contador deverá, sempre, avaliar a influência e materialidade da informação evidenciada ou negada para o usuário à luz da relação custo-benefício, levando em conta aspectos internos do sistema contábil” Nota-se uma relação dessa convenção com a qualidade custo vs benefício da informação contábil. Sem benefícios, por que divulgar? Para quem divulgar as informações mais caras? Essa discussão está no fórum da disciplina para ampliar os horizontes sobre a contabilidade. Equilíbrio EAD_2011_CC_5.1.indb 32 13/06/2011 19:55:30 33 História, objetivo, postulados, princípios e convenções da Contabilidade – Unidade 1 E A D -1 1 -C C 5 .1 para atender as necessidades sem gastos que não auxiliam o gestor a tomar decisão. Por exemplo, a cor da cadeira do presidente de determinada com- panhia, em raras decisões, representa uma informação com materialidade. Imagina uma informação cara e sem utilidade para tomada de decisão? Certamente essa informação não tem o atributo de materialidade. Convenção Ua ConsistênciaU.3.3.3 Essa convenção e a da materialidade são complementares. Escolhi- do o que informar, atende-se o usuário, satisfaz suas necessidades, mas pode faltar um padrão da divulgação da informação. A composição do pacote informacional também pode mudar. A mudança quando rotineira e sem ser explicitada causa distorções nas informações e decisões equivo- cadas podem ser tomadas. Iudícibus, Martins e Gelbke (2003) escrevem o seguinte enunciado para essa parte do “teto” da contabilidade: “a Contabilidade de uma entidade deverá ser mantida de forma tal que os usuários das demonstrações contábeis tenham possibilidade de delinear a tendência da mesma com o menor grau de dificuldade possível” Observa-se que alguém somente é capaz de prever algo quando há um padrão e o usuário conhece os procedimentos adotados e as interpre- tações necessárias para utilizar a informação da melhor maneira possível. Por exemplo, se mudar o padrão de controle de estoque, avisa-se. Além disso, que permaneça nesse padrão durante um determinado tempo. Um ano? Esse prazo de manutenção e de divulgação de mudanças de padrão nos procedimentos contábeis são discutidos
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