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LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE PLANTAS INFESTANTES Janaina Pereira da Silva Campos GURUPI- TO JUNHO DE 2021 INTRODUÇÃO A agricultura vem crescendo muito nos últimos anos, resultados de altos investimentos tecnológicos que possibilitaram a obtenção de elevados índices de produtividade. Porém existem vários fatores que podem interferir negativamente de maneira significativa nessa produtividade, sendo que uma das grandes preocupações da agricultura atual está voltada para os prejuízos causados por plantas daninhas na lavoura. As plantas daninhas necessitam para seu desenvolvimento, dos mesmos fatores exigidos pela cultura, ou seja, água, luz, nutriente e espaço, estabelecendo um processo competitivo quando cultura e plantas daninhas se desenvolvem em um mesmo local. O grau de interferência dessas plantas nas culturas agrícolas depende da comunidade infestante, de fatores ligados a cultura, do ambiente e do período de convivência (PITELLI, 1985a apud DUARTE, SILVA E SOUSA, 2002). Os termos “plantas invasoras”, “plantas daninhas” e “ervas daninhas” têm sido empregados indistintamente na literatura brasileira. Essas plantas são também designadas como plantas ruderais, plantas silvestres, mato ou inço. Entretanto, todos estes conceitos baseiam-se na sua indesejabilidade em relação a uma atitude humana. Um conceito amplo de planta daninha a enquadra como toda e qualquer planta que ocorre onde não é desejada. Com relação ao termo erva daninha, bastante utilizado, deveria ser evitado como termo geral, uma vez que implica em considera-las como plantas herbáceas, o que não é totalmente verdadeiro. Pelo menos 20 % das espécies daninhas não são herbáceas, sendo arbustivas ou ate arbóreas, como a maioria das plantas daninhas de pastagens (Lorenzi, 1991). “É importante e necessária a identificação das espécies de plantas daninhas, pois cada espécie apresenta o seu potencial de estabelecer-se na área e sua agressividade pode interferir de forma diferenciada entre as culturas” (CRUZ et al, 2009). Para que se faça um manejo adequado de plantas daninhas é necessário o conhecimento do tamanho e da composição botânica do banco de sementes no solo. O banco de sementes de um solo pode ser considerado como uma reserva de sementes viáveis presentes no solo em várias profundidades, tendo a função de regeneração natural das espécies ao longo dos anos, garantindo assim a perpetuação dessas espécies. A identificação do banco de sementes é importante no estudo da dinâmica das plantas daninhas ao longo dos anos, gerando informações que serão utilizadas na escolha das estratégias de controle dessas plantas. De acordo com Lacerda, Victoria Filho e Mendonça (2005), essas informações, “[...] são importantes para a elaboração de estratégias de manejo integrado de plantas daninhas”. OBJETIVO O presente trabalho foi objetivado a fim de se realizar uma análise local sobre incidência de daninhas que estivessem convivendo com espécies cultivadas através de um levantamento fitossociológico. Segundo Sampaio et al. (1996) os estudos fitossociológicos contribuem para o conhecimento Informações obtidas de levantamentos fitossociológicos da estrutura das comunidades, bem como o conhecimento da flora regional, subsidiando desta forma, o manejo, a recuperação e/ou conservação dos ecossistemas. Neste caso específico o levantamento tem absoluta importância já que é a partir deste, que se conhecerá a comunidade infestante para que posteriormente seja feita a escolha do método de controle para que o manejo seja realizado de forma eficaz. METODOLOGICA A realização do levantamento fitossociológico para fins didáticos deveriam ser separadas quatro parcelas de solo ou quatro vasos com cultivares, devendo haver competição com daninhas nestes locais. Neste trabalho o método escolhido foi o de observação em vasos que ficam em uma residência no setor central, onde tais recipientes ficam expostos às intempéries climáticas já que não estão em uma área coberta. A análise foi realizada no município de Sandolândia – TO no mês de junho. Após a escolha do método verificou-se a quantidade de plantas daninhas em cada vaso e este valor foi usado para a realização de cálculos para análise posterior. Os cálculos se fazem necessário para a verificação da necessidade de manejo. Para tais, usam-se as seguintes fórmulas: TIPO DE CÁLCULO FÓRMULA Frequência (Freq.) 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡ê𝑚 𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑠 Frequência Relativa (F. REL.) 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 𝑥 100 𝑓𝑟𝑒𝑞𝑢ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒𝑠 Densidade (Den.) 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑢𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑠 Densidade Relativa (D. REL.) 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 𝑥 100 𝑑𝑒𝑛𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒𝑠 Abundância (Ab.) 𝑛º 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑖𝑣í𝑑𝑢𝑜𝑠 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 𝑛º 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎𝑠 𝑞𝑢𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑡ê𝑚 𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 Abundancia Relativa (A. REL.) 𝑎𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 𝑥 100 𝑎𝑏𝑢𝑛𝑑â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒𝑠 Índice de Valor de Importância (IVI) 𝐹. 𝑅𝐸𝐿 + 𝐷. 𝑅𝐸𝐿. +𝐴. 𝑅𝐸𝐿. Índice de Valor de Importância Relativo (IR) 𝐼𝑉𝐼 𝑑𝑎 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒 𝑥 100 𝐼𝑉𝐼 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎𝑠 𝑒𝑠𝑝é𝑐𝑖𝑒𝑠 RESULTADOS A partir dos cálculos realizados obtivemos valores para frequência total das espécies de 4.5, para densidade total das espécies de 12.50, para abundância total das espécies o valor de 14.25 e para IVI total das espécies, 334.42%, sendo que estas medidas foram utilizadas para concluir os cálculos abaixo. Observou-se ainda que das daninhas presentes nas parcelas (vasos), a espécie que tem maior quantidade é a Phyllanthus niruri vulgo quebra-pedra que possui 50 unidades no total dividida nas quatro parcelas e mais duas espécies desconhecidas em duas parcelas. PARCELA 01 Local: Residência situada na cidade de Sandolândia-TO. Espécie de interesse: Espada-de-são-jorge (Dracaena trifasciata). Espécie (s) invasora (s): Quebra-pedra (Phyllanthus niruri (17). Frequência: 1.00 F. Relativa: 22.22% Densidade: 4.25 D. Relativa: 34% Abundância: 4.25 A. Relativa: 34% IVI: 90.22% IR: 29.03% Desconhecida (1) Freq.: 0.25 F. Rel.: 16.66% Den.: 0.25 D. Rel.: 11.11% Ab.: 1.00 A. Rel.: 1.18 x10-3% IVI: 27.77% IR: 9.30% PARCELA 02 Local: Residência situada na cidade de Sandolândia-TO. Espécie de interesse: Kalanchoe blossfeldiana Espécie (s) invasora (s): Quebra-pedra (Phyllanthus niruri (20). Frequência: 1.00 F. Relativa: 22.22% Densidade: 5.00 D. Relativa: 40% Abundância: 5.00 A. Relativa: 40% IVI: 102.22% IR: 32,94% PARCELA 03 Local: Residência situada na cidade de Sandolândia-TO. Espécie de interesse: Roseira (rosa). Espécie (s) invasora (s): Quebra-pedra (Phyllanthus niruri (10). Frequência: 1.00 F. Relativa: 22.22% Densidade: 2.5 D. Relativa: 20% Abundância: 2.5 A. Relativa: 20% IVI: 62.22% IR: 21.36% Desconhecida (1) Freq.: 0.25 F. Rel.: 16.66% Den.: 0.25 D. Rel.: 11.11% Ab.: 1.00 A. Rel.: 1.18 x10-3% IVI: 27.77% IR: 9.30% PARCELA 04 Local: Residência situada na cidade de Sandolândia- TO. Espécie de interesse: Rosa do Deserto (Adenium obesum) Espécie (s) invasora (s): Quebra-pedra (Phyllanthus niruri (03). Frequência: 1.00 F. Relativa: 22.22% Densidade: 0.5 D. Relativa: 4% Abundância: 0.5 A. Relativa: 4% IVI: 30.22% IR: 9.74% CONCLUSÃO Mediante análises aqui reproduzidas, percebemos que as quantidades de daninhasnos vasos não são exorbitantes. Porém, realizar um controle na área é simples, rápido e, num primeiro momento, sem custos, já que pode ser feito o arranquio manual. E, apenas se necessário (caso as sementes germinem novamente), é indicado que seja trocado o substrato para que assim possa ser eliminado em definitivo o aparecimento de mais plantas infestantes no local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS LEVANTAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DE PLANTAS DANINHAS EM ÁREAS DE BANANICULTURA NO VALE DO RIO GORUTUBA, NORTE DE MINAS GERAIS – Sarmento, H.G.S., Filho, J.M.C., Aspiazú, I., Rodrigues, T.M., Ferreira, E.A. 2015. LEVANTAMENTO E ANÁLISE FITOSSOCIOLÓGICA DE PLANTAS INFESTANTES EM ÁREA EXPERIMENTAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, GURUPI. Acesso em https://ava.uft.edu.br/gurupi/pluginfile.php/14600/mod_resource/content/2/Exemplo%20 Trabalho%20de%20BCPI.pdf APLICATIVO: PlantNet Identificação Planta ®. Acesso e Download disponível em: https://play.google.com/store/apps/details?id=org.plantnet&hl=pt_BR&gl=US Lorenzi, H., Plantas Daninhas do Brasil: Terrestres, Aquáticas, Parasitas, Tóxicas e Medicinais. 2ª edição. Nova Odessa, SP: Plantarum, 1991. DUARTE, N. F.; SILVA, J. B.; SOUZA, I. F. Competição de plantas daninhas com a cultura do milho no município de Ijaci, MG. Ciênc. agrotec., Lavras, n. 5, p. 983-992, 2002. CRUZ, D. L. S. Levantamento de plantas daninhas em área rotacionada com as culturas da soja, milho e arroz irrigado no cerrado de Roraima. Nota Técnica. v. 3, n. 1, p. 58-63, 2009. VIECELLI, C.A.; CRUZ-SILVA, C.T.A.. Efeito da variação sazonal no potencial alelopático de Sálvia.Seminario: Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, n. 1, p. 39-46, jan./mar. 2009. LACERDA, A.L.S.2, VICTORIA FILHO, R.3 e MENDONÇA, C.G. Levantamento do Banco de Sementes em dois Sistemas de Manejo de Solo Irrigados por Pivô Central.Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 23, n. 1, p. 1-7, 2005. AGROPECUÁRIA CIENTIFICA NO SEMIARIDO. Capa > v. 8, n. 1 (2012) > da Costa de Andrade Vasconcelos.
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