Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 1 São catalisadores que atuam nas reações químicas, aumentando sua velocidade. Em 99,9% das vezes, são proteínas globulares. Portanto, para que exerçam sua função, não podem estar desnaturadas ou com qualquer dissociação de subunidades. Condições fundamentais para a vida: • Autorreplicação • Catálise eficiente das reações químicas (ação das enzimas) Simples: compostas apenas por aminoácidos Conjugadas: compostas também por outras subunidades, grupos prostéticos, que podem ser • Cofator: inorgânico, íon metálico (Fe2+, Mg2+, Mn2+, Zn2+...) • Coenzima: orgânico ou metalorgânico, geralmente derivada de vitaminas As enzimas demoram para serem sintetizadas, por isso não é viável sua produção apenas no momento de necessidade. São, deste modo, pré-sintetizadas e permanecem no organismo de formas distintas até sua atuação. Se conjugadas, após serem pré-sintetizadas ficam na célula livres de seu, de modo que não sofrem ativação precoce, sendo esta parte inativa chamada de apoenzima. Quando chega o seu momento de atuar, liga-se o grupo prostético, formando a enzima efetivamente ativa ou holoenzima Holoenzima = enzima completa + coenzima/cofator Enzimas que atuam em regiões diferentes de onde foram produzidas: • Podem já ser sintetizadas funcionantes, porém inativas. Essas enzimas são armazenadas em grânulos de zimogênio e exocitadas no momento da atuação); ou • São sintetizadas em moléculas maiores e clivadas no momento da atuação (ex: pré-pró-insulina -> insulina. Insulina NÃO é enzima! Apenas serve de exemplo.) Enzimas Michaelianas: O aumento da concentração do substrato aumenta a velocidade, até a saturação. Enzimas alostéricas: A interferência do substrato depende da presença de efetores alostéricos. Identificar doenças genéticas: deficiência ou ausência de +1 enzimas Medida da atividade de algumas enzimas e suas dosagens plasmáticas podem simbolizar doenças ou lesões MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 2 Sufixo “ase” (ex: urease, DNA polimerase, álcool desidrogenase, glicose-6-fosfatase...) Exceções: sufixo “ina” (ex: pepsina, tripsina). Posso ainda ter uma mesma enzima com +2 nomes diferentes. Sistema internacional para nomenclatura e classificação: Atuam em reações de oxirredução: reação acoplada de oxidação e redução; transferência de elétrons. Na bioquímica, ocorrem através da transferência de H+ pelo NAD. Sred + S’oxid -> Soxid + S’red; ou AH2 + B -> BH2 + A Subclasses comuns: • Desidrogenases • Redutases • Oxidases • Peroxidases • Oxigenases • Hidroxilases Atuam em reações de transferências de grupos funcionais entre doadores -> receptores (grupos transferidos podem ser enxofre, fosfato...) No caso do fosfato, normalmente ocorre por ação do ADP -> ATP RA + R’ -> R + R’A Subclasses mais comuns: • Transaminases • Fosfocinases • Fosfomutases • Transmetilases Quebra de uma molécula com introdução de água. É o caso de das enzimas digestivas. MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 3 Atuam sobre ligações éster, amida, glicosídicas etc. Subclasses mais comuns: • Lipases • Fosfatases • Tiolases • Ribonucleases • Desaminases • Esterases Adição de grupos a um substrato ou remoção – quebra ou formação de ligações C=O, C=C etc. Subclasses mais comuns: • Descarboxilases • Sintases • Aldolases • Des(hidratases) Catalisam modificações geométricas ou estruturais intramoleculares (dependem do tipo de isomeria) Subclasses mais comuns: • Racemases • Epimerases • Mutases (não todas) • Isomerases Catalisam condensação de 2 moléculas, sendo a energia quase sempre fornecida pela hidrólise do ATP Subclasses mais comuns: • Carboxilases • Sintetases (amino-acil-tRNA-sintetase e acil-CoA- sintetase) Menos comum: variações de concentração salina – Teoria da chave e fechadura (porém considerando que uma mesma chave pode abrir fechaduras diferentes): para cada substrato existem apenas uma ou poucas enzimas. Atualmente, aceita-se a teoria e que a enzima + substrato formam um composto intermediário que, posteriormente, sofre desdobramento e regenera a enzima. A catálise de uma reação química ocorre na cavidade da enzima, o chamado sítio ativo. O substrato é a molécula que se liga ao sítio ativo da enzima e será modificada. O catalisador aumenta a velocidade da reação sem interferir em seu equilíbrio, pois diminui seletivamente a energia de ativação. 6: CLASSE LIGASES 4: SUBCLASSE CARBOXILASES 1: GRUPO ACEPTOR 1: MOLÉCULA ACEPTORA MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 4 Sem catalisadores, é possível ocorrer reação? Em organismos não vivos, os catalisadores são químicos, então a reação ocorre, porém demora mais tempo. Contudo, em organismos vivos os catalisadores são biológicos/enzimáticos e atuam criando um ambiente favorável para a reação, de modo que a ausência destes prolonga de tal forma o tempo de reação que ao esta ser finalizada, a célula já morreu. Portanto, sem enzimas, não há reação. É a energia mínima necessária para que ocorra determinada reação química, atuado também como barreira energética para as reações cruciais para a vida. Como os catalisadores fornecem energia para diminuir a EA? • Rearranjo de ligações covalentes: sítio ativo e substrato reagem. Ocorre no sítio ativo pois lá há combinações específicas de aminoácidos, além de íons metálicos e coenzimas. Forma-se assim, uma ligação covalente transitória, de modo a ativar o substrato OU grupos do substrato são transientemente transferidos para a enzima. • Interações não-covalentes entre enzima e substrato: maior parte da energia para diminuir a EA. São ligações fracas no complexo enzima-substrato. Cada formação dessas ligações libera pequena quantidade de energia de ligação, e em catalisadores biológicos elas ocorrem via pontes de hidrogênio, interações hidrofóbicas e iônicas. Quanto maior a energia de ativação, maior a estabilidade da molécula. Tal energia é importante pois impede que reações aconteçam desenfreadamente, de modo que macromoléculas acabariam se convertendo espontaneamente em estruturas mais simples mas que não exercem a mesma função biológica. Relação velocidade x substrato Estando num ambiente com dois substratos distintos com os quais pode reagir, a enzima sempre terá preferência pelo que tem mais afinidade, reagindo com o ouro em menor proporção. Relação velocidade x enzima A concentração de substrato é sempre muito maior que a de enzimas O gráfico é uma reta, mas que não se estende ao infinito Não catalisada Catalisada MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 5 Relação velocidade x substrato, mostrando aumento da enzima Aumentando a quantidade de enzimas, a Vmáx também aumenta, mas o Km permanece igual Determinação da velocidade da reação Teoria de Michaelis-Menten: As enzimas podem ser encontradas na forma livre (E) ou no complexo enzima-substrato (ES). Com baixas concentrações de substrato, a maioria se encontra na forma livre. Vmáx é atingida quando a maioria das moléculas estiverem na fora ES (enzima saturada) A equação da velocidade é calculada com base nosreagentes da etapa lenta Assim: Quando Vo é metade de Vmáx (ou seja, Km): Variando a concentração enzimática: Gráfico dos duplos recíprocos No gráfico padrão de Michaelis-Menten, tem-se apenas uma especulação da Vmáx, visto que sua reta assíntota nunca toca a hipérbole principal. Assim, visando obter valores numéricos mais precisos sobre Vmáx, Lineweaver-Burk elaboraram um gráfico que traz os mesmos dados, mas na forma de uma reta. Como? Inverteram a equação da velocidade Ordem de reação a ordem de reação com respeito a certo reagente, é definida como a potência a qual seu termo de concentração na equação de taxa é elevado MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 6 Processo fisiológico dependente do próprio metabolismo do organismo, que pode tanto aumentar ou diminuir a velocidade da reação Essa regulação é necessária para que a velocidade das vias metabólicas, além da ativação ou inibição de enzimas ocorram de acordo com a necessidade, com capacidade de responder a alterações no meio Pode se dar de forma rápida ou lenta • Controle transcricional* • Degradação proteolítica* • Modificação covalente Tipos de regulação enzimática: • *Controle de disponibilidade: lento Regulação da síntese ou degradação de enzimas Depende da concentração de substratos e presença de hormônios específicos Sinalização intracelular: transcrição gênica • Controle da atividade: rápido 1. Modificações covalentes Ocorrência de uma ligação química para formação de ligações covalentes Catalisada por enzimas, que também podem ser reguladas É reversível Metilação, adenilação, acetilação etc. 2. Alostérica: Por meio da ligação de moduladores é induzida uma mudança conformacional. Esses moduladores se ligam no sítio alostérico. Apresentam mais de uma subunidade Ex: inibição por retroalimentação/feedback negativo Mantém um equilíbrio entre 2 estados: inativo e relaxado Estado inativo: os sítio alostéricos negativos normalmente recebem moduladores negativos (inativadores), que atuam inibindo a ação enzimática. É um estado de baixa afinidade enzima- substrato. Diminuem a velocidade de reação. Estado relaxado: novos sítios alostéricos tornam-se disponíveis, sendo esses mais compatíveis com moduladores positivos (ativadores). Ao se ligarem a esses moduladores, as enzimas passam a ter maior afinidade com o substrato, tornando-se ativa. Ou ainda: o substrato se liga, possibilitando depois a ligação do ativador. Aumentam a velocidade de reação. MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 7 Cooperatividade: quando uma proteína apresenta 2 cadeias polipeptídicas ou mais e há influência de uma sobre a outra Diminui a velocidade da reação. É um processo que ocorre principalmente por xenobióticos Xenobióticos: organismos ou moléculas estranhos ao organismo humano, produzidos pela natureza ou pela indústria Alguns medicamentos atuam como inibidores enzimáticos Pode ser: Inibição reversível competitiva Ex: medicamento estatina (reduz colesterol), medicamentos do coquetel antiaids, quimioterapia de diversos tipos de câncer* *ligam-se enzimas que atuam na proliferação celular. Contudo, apesar de específica, essa enzima está presente em diversos tecidos corporais (cabelo, pele etc.). Assim, tais medicamentos apresentam efeitos colaterais grandiosos. Alta especificidade, largo emprego terapêutico Competitiva: inibidor se liga ao sítio ativo da enzima, competindo com o substrato Nesse caso, mais inibidores se ligam ao sítio ativo do que o substrato, diminuindo a afinidade enzima-substrato. Em caso de parasitoses, inibem reações que ocorrem no interior do parasita Na presença do inibidor, não é atingida a velocidade máxima Inibição reversível não-competitiva Inibidor e substrato se ligam em diferentes regiões da enzima A ligação do inibidor (geralmente à cadeia lateral de aminoácidos da enzima) inviabiliza a catálise momentaneamente MARIA EDUARDA ROSA CERQUEIRA ⚕ MEDICINA SÃO CAMILO 8 A ligação do inibidor com a enzima não altera a conformação estrutural da enzima, portanto não impede que o substrato também se ligue a ela simultaneamente. Porém, enquanto o inibidor estiver ligado, mesmo que o substrato se ligue não ocorrerá catálise. Na inibição competitiva, aumentando a dose do substrato, taxa de inibição caía (visto que teria mais substrato para competir com o inibidor). Na não-competitiva, como substrato e inibidor se encaixam em regiões enzimáticas diferentes, somente aumentar a concentração de substrato não seria suficiente para reduzir a taxa de inibição. A ligação normalmente envolve -OH e -SH da cadeia lateral de aminoácidos, possuindo, portanto, baixa especificidade (não se liga necessariamente à uma enzima específica, mas sim ao grupo funcional, que pode estar presente em diversas enzimas distintas) Ex: metais pesados (Hg2+, Pb2+ e Ag+) reagem com -SH das proteínas – são tóxicos Mineração do ouro: Hg2+ usado para extração. Despejo de resíduo tóxicos nos rios, contaminando animais e vegetais O inibidor atua de modo a “simular” uma situação de menor concentração enzimática. Portanto, não altera a afinidade enzima-substrato e o Km. Mesmo que o valor de Km seja o mesmo, Vmáx não é atingida. Inibição irreversível É bastante específica, ligando-se a um sítio ativo de uma enzima específica Para que a ação de tais enzimas volte a acontecer será necessária a síntese de novas molécula enzimáticas Inibidores se combinam com grupos funcionais na molécula a enzima, de modo a: • Formarem ligações covalentes extremamente estáveis • Destruírem tais grupos Agem “simulando” um cenário com menor concentração enzimática Inibidores suicidas: são os irreversíveis, que ao ligarem-se à enzima não podem atuar em mais nenhum outro lugar A simples adição de mais substrato não é suficiente para aumentar a velocidade de reação Ex: ácido acetilsalicílico (AAS – aspirina). Inibição irreversível da enzima ciclo-oxigenase (COX) envolvida na produção de prostaglandinas, substâncias pro-inflamatórias Enzimas como marcadores de lesão tecidual: A utilidade diagnóstica da medida das enzimas plasmáticas reside no fato que as alterações em suas atividades fornecem indicadores sensíveis de lesão ou proliferação celular. Estas modificações ajudam a detectar e, em alguns casos, localizar a lesão tecidual, monitorar o tratamento e o progresso da doença. Isoenzima/isozima: qualquer uma das múltiplas formas de uma mesma enzima codificadas pelos diferentes alelos de um mesmo gene e que diferem entre si por suas propriedades catalíticas
Compartilhar