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Citologia e embriologia: prova

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Faculdade de Ciências Médicas Santa Casa de São Paulo
Melina Houlis
EMBRIOLOGIA GERAL I
1. O que é a barreira hemato-testicular
A barreira hemato-testicular é uma barreira física, composta pelas células de Sertoli, entre o
sangue e os túbulos seminíferos. Ela confina as células resultantes da divisão das
espermatogônias na porção mais próxima do compartimento adluminal, impedindo o contato
direito com o organismo. Ela existe para proteger as células precursoras dos
espermatozóides de uma resposta imunológica que as destruiria, uma vez que sua ploidia é
diferente da ploidia das células somáticas, caracterizando-as como um corpo estranho
2. Explique como ocorre a ovogênese e a espermatogênese. Aponte as
diferenças entre esses processos;
A espermatogênese se inicia na fase embrionária, onde células dos testículos se
transformam em espermatogônias, ficando "paradas" nesse estágio até o início da
puberdade; na puberdade, parte das espermatogônias começa a se multiplicar por mitose,
enquanto outra crescem e se transformam em espermatócitos primários. Essas células
sofrem a primeira divisão meiótica, viram espermatócitos secundários; por sua vez, essas
células sofrem a segunda divisão meiótica se transformando em espermátides. As
espermátides passam por um processo de diferenciação (espermiogênese) e formam os
espermatozóides
obs. Células de Sertoli: revestem os túbulos seminíferos e servem como meio se
sustentação, nutrição e proteção para as células germinativas, além de serem as
formadoras da barreira hemato-testicular
obs. Células de Leydig: responsáveis pela produção de testosterona
A ovogênese se inicia na fase embrionária, onde células do ovário crescem e formam
ovogônias. Essas ovogônias se transformam em oócitos primários; esses oócitos são
circundados por uma camada de células do tecido conjuntivo e formam uma camada de
células achatadas, as células foliculares. O oócito circundado por essa camada + um
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Melina Houlis
material glicoproteico formam a zona pelúcida; o conjunto de tudo é o folículo primário; esse
processo se encerra ainda na fase fetal, em que os oócitos ficam estacionados em prófase
I; Conforme o folículo primário aumenta de tamanho, células do tecido conjuntivo ao redor
se organizam e formam a teca interna e externa (elas produzem fatores angiogênicos que
estimulam o crescimento de vasos sanguíneos na teca interna, fornecendo nutrientes para o
desenvolvimento folicular) → um líquido começa a preencher os espaços entre as células
foliculares, formando a cavidade do antro → com o antro, o folículo agora é chamado de
folículo secundário → o oócito primário é deslocado para um lado do folículo, onde é
envolvido por um acúmulo de células foliculares, o cumulus oophorus (corona radiata)
Na adolescência, os oócitos terminam a primeira divisão meiótica e formam o oócito
secundário que fica estacionado em metáfase II (os altos níveis de LH são responsáveis por
induzir o término da primeira divisão meiótica do oócito primário, formando o oócito
secundário);
3. Tipos de folículos embrionários
- Primordial: oócito primário envolvido por uma única camada de célula filamentosas
(coloração mais escura); possui um núcleo bem evidente e em formato esférico;
- Primário: oócito primário formado por uma única camada de células cúbicas e o
início da zona pelúcida
- Em desenvolvimento: oócito primário envolvido por duas ou mais camadas de
células cúbicas (zona granulosa), zona pelúcido e início da formação da TECA
- Antral/secundário: oócito secundário envolvido por células foliculares, entre as
quais se acumula uma líquido formando a cavidade antral; ocorre a diferenciação da
teca em teca interna e externa; além disso o oócito é envolvido por um grupo de
células chamadas cúmulo oóforo (formarão a corona radiata)
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Melina Houlis
4. Descreva todas as fases da fecundação
A fecundação é uma sequência complexa de eventos moleculares coordenados que se
inicia com o contato entre um espermatozóide e um oócito e termina com a mistura dos
cromossomos maternos e paternos na metáfase da primeira divisão mitótica do zigoto, o
embrião unicelular
- Passagem do espermatozóide pela corona radiata: perto do oócito, o
espermatozóide começa a bater o flagelo de uma maneira específica
(hiperativação), o que possibilita o afastamento mecânico das células da corona
radiata; além disso, a ação da enzima hialurase liberada pela vesícula acrossômica
colabora com a dispersão das células da corona
- Penetração na zona pelúcida: quando os espermatozóides capacitados entram em
contato com a corona radiata, eles passam por alterações moleculares complexas
que resultam no desenvolvimento de perfurações no acrossoma. Ocorrem, então,
vários pontos de fusão da membrana plasmática do espermatozóide com a
membrana acrossômica, possibilitando a liberação de enzimas que irão facilitar a
fecundação. Esse processo é chamado de reação acrossômica; após a reação
acrossômica, ocorre o bloqueio rápido, que corresponde a uma despolarização das
membranas para impedir que outros espermatozóides cheguem a membrana do
oócito
- Caso o espermatozóide consiga penetrar na membrana do oócito, dois eventos
ocorrem:
Reação cortical: caracterizada pela exocitose dos grânulos corticais da membrana do o
oócito, que resulta na reação de zona;
Reação de zona: uma alteração nas propriedades da zona pelúcida, tornando-a
impermeável a outros espermatozóides;
- Fusão das membranas plasmáticas do oócito e do espermatozóide
- Término da segunda divisão meiótica e formação do pró núcleo feminino:
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forma-se o oócito maduro e um segundo corpúsculo polar; em seguida os
cromossomos maternos se descondensam e forma-se o pró núcleo feminino;
- Formação do pró núcleo masculino: dentro do citoplasma do oócito, o núcleo do
espermatozóide aumenta para formar o pró núcleo masculino
- Fusão dos pró núcleos e formação do zigoto (singamia)
5. Explique a ação dos hormônios LH e FSH durante a ovogênese
O FSH (hormônio folículo estimulante) é responsável pelo desenvolvimento dos folículos;
estimulação das células foliculares a produzirem a enzima aromatase, que pega os
andrógenos produzidos pela TECA e leva a formação do ovoestriol e da estrona, hormônio
que levam toda a formação da célula primordial a célula madura; O LH também estimula o
desenvolvimento dos folículos; estimula a TECA a produzir os hormônios andrógenos; serve
de gatilho para a ovulação; estímulo do corpo lúteo a produzir progesterona; possibilita a
retomada da meiose (os altos níveis de LH são responsáveis por induzir o término da
primeira divisão meiótica do oócito primário, formando o oócito secundário)
obs. No homem, o LH é precursor da testosterona e o FSH estimula as células de Sertoli a
produzir o líquido testicular e produzir proteínas intracelulares receptores de andrógenos
6. Quais envoltórios do oócito estão relacionados com a fertilização
Os envoltórios envolvidos são: corona radiata, zona pelúcida e membrana plasmática do
oócito;
7. Defina reação acrossômica
A capacitação do espermatozóide corresponde ao momento em que uma camada
de glicoproteínas é removida da superfície do acrossoma. O fim da capacitação
possibilita que ocorra a reação acrossômica. Quando os espermatozóides
capacitados entram em contato com a corona radiata, eles passam por alterações
moleculares complexas que resultam no desenvolvimento de perfurações no
acrossoma. Ocorrem, então, vários pontos de fusão da membrana plasmática do
espermatozóide com a membrana acrossômica, possibilitando a liberação de
enzimas que irão facilitar a fecundação. Esse processo é chamado de reação
acrossômica
8. Defina reação cortical e reação de zona
Reação cortical: caracterizada pela exocitose dos grânulos corticais da membrana do o
oócito, que resulta na reação de zona;
Reação de zona: uma alteração nas propriedades da zona pelúcida, tornando-a
impermeávela outros espermatozóides;
9. O que é clivagem, compactação e cavitação
A clivagem corresponde ao processo de sucessivas divisões do zigoto, formando os
blastômeros; esse processo se inicia aproximadamente 30h após a fecundação. Após o
estágio de 9 células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns com
os outros para formar uma bola compacta de células. Esse fenômeno é chamado de
compactação e provavelmente é mediado por glicoproteínas de adesão à superfície
celular. A compactação possibilita uma maior interação célula célula e é um pré requisito
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para a separação das células internas que formam o embrioblasto. Quando existem 12 a 32
blastômeros, o ser humano está em um estágio de desenvolvimento chamado mórula. As
células internas da mórula estão circundadas pelo trofoblasto. Logo após a mórula ter
alcançado o útero, surge em seu interior uma cavidade preenchida por um líquido, a
cavidade blastocística (blastocele). Conforme o líquido aumenta, ele separa os blastômeros
em duas partes (cavitação): uma cada externa que dará origem a placenta, o trofoblasto; e
uma camada interna que dará origem ao embrião, o embrioblasto. Durante esse período de
desenvolvimento, o embrião e suas membranas são chamados de blastocisto.
EMBRIOLOGIA GERAL II
1. O que é mórula?
A mórula é uma massa sólida de 12 a 32 blastômeros formada da clivagem do zigoto. Ele
ocorre no terceiro ou quarto dia após a fecundação;
2. Conceito de blastocisto e separação das massas células interna e externa
Cerca de quatro dia após a fecundação, surge no interior da mórula uma cavidade
preenchida por um líquido que penetra na célula pelos espaços intracelulares da zona
pelúcida, dando origem a uma cavidade chamada blastocele/cavidade blastocística. A partir
disso, o embrião passa a ser chamado de blastocisto. Conforme o líquido vai aumentando,
ocorre a separação dos blastômeros em duas partes: uma camada de células externa, o
trofoblasto, que origina as estruturas da placenta; e uma camada celular inteira, o
embrioblasto, que origina o embrião e seus órgãos
3. O que é implantação?
Aproximadamente seis dias após a fecundação, o blastocisto finalmente adere ao
endométrio materno, por meio do trofoblasto. Conforme implanta-se no endométrio, o
trofoblasto se divide em sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto, enquanto o embrioblasto se
divide em hipoblasto e epiblasto;
obs. O blastocisto se implanta no endométrio ao longo da parede anterior ou posterior do
corpo uterino
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4. Embrião na segunda semana: disco germinativo bilaminar
Após o início da implantação do blastocisto no endométrio, o embrioblasto sofre alterações
e diferencia-se em epiblasto (uma camada mais espessa, constituída por células colunares
altas, relacionadas com a cavidade amniótica; endoderma do saco vitelino) e o hipoblasto;
ambos fazem parte do disco germinativo bilaminar, que é uma placa quase circular de
células germinativas achatadas. Ao mesmo tempo, o trofoblasto se diferencia em
sinciciotrofoblasto (massa de células que libera enzimas e se expande rapidamente em
direção ao tecido conjuntivo do endométrio e produz o HCG, que mantém a atividade do
corpo lúteo durante a gestação); e citotrofoblasto, camada responsável por produzir novas
células do trofoblasto através da mitose
5. Formação da cavidade amniótica e saco vitelino primitivo
Com a progressão da implantação do blastocisto, surge um pequeno espaço no
embrioblasto (interior do epiblasto), o primórdio da cavidade amniótica. Logo, as células
formadoras do âmnio, os amnioblastos, se separam do epiblasto e formam o âmnio, que
reveste a cavidade amniótica. Do lado oposto do embrião, células do hipoblasto se
desprendem e formam a membrana exocelômica (membrana de Heuser), que irá envolver a
cavidade exocelômica/saco vitelino primitivo/vesículo umbilical primitivo. Essa
membrana, junto com o hipoblasto, se modificam e formam o saco vitelino primitivo
6. Mesoderma extra embrionário primitiva e cavidade coriônica
Enquanto ainda existe a membrana exocelômica, células do epiblasto (endoderma do saco
vitelino) migram e formam uma camada entre o citotrofoblasto e a membrana exocelômica
(saco vitelino primitivo) chamada de mesoderma extra embrionário primitivo. Conforme o
mesoderma extra embrionário aumenta, surge dentro dele espaços celômicos extra
embrionários. Esses espaços se fundem e formam o celoma extra embrionário ou cavidade
coriônica (na real isso é o primórdio da cavidade coriônica)
O celoma extra embrionário divide o mesoderma extra embrionário em:
- mesoderma somático extra embrionário, que reveste o trofoblasto e cobre o
âmnio;
- mesoderma esplâncnico extra embrionário, que envolve o saco vitelino
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7. Formação do córion e do saco vitelino definitivo
O mesoderma somático extra embrionário e as duas camadas do trofoblasto formam o
córion (membrana fetal mais externa), que envolve a cavidade coriônica; o mesoderma
extra embrionário estrangula o saco vitelino primitivo (cavidade exocelômica/vesícula
umbilical primitiva) e forma o saco vitelino definitivo. Os restos do saco formam os cistos
exocelômicos
8. Explique o que é gastrulação
A gastrulação é o processo mais importante pelo qual o embrião passa na terceira semana,
sendo caracterizada pela formação dos três folhetos germinativos.
O primeiro sinal morfológico da gastrulação é a formação da linha primitiva na superfície do
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epiblasto do disco embrionário bilaminar. Uma faixa linear espessada do epiblasto aparece
caudalmente no plano mediano do aspecto dorsal do disco embrionário. A linha primitiva
resulta da proliferação e da migração das células do epiblasto para o plano mediano do
disco embrionário. Conforme a linha primitiva se alonga pela adição de células à sua
extremidade caudal, sua extremidade cranial prolifera para formar o nó primitivo. Após a
invaginação das células epiblásticas, o sulco primitivo se forma sobre a linha primitiva e ele
é contínuo a uma pequena depressão no nó primitivo, a fosseta primitiva. Até esse
momento, o embrião ainda possui o aspecto de disco bilaminar.
Pouco tempo depois do aparecimento da linha primitiva, as células migram de sua
superfície profunda para formar o mesênquima, um tecido conjuntivo embrionário que
forma os tecidos de sustentação do embrião;
As células do epiblasto, bem como as do nó primitivo, deslocam o hipoblasto e formam a
endoderme. As células do epiblasto que restaram são origem do ectoderme e as células
entre as duas camadas formam o mesoderme intra embrionário. Nesse momento, o
embrião assume a sua forma trilaminar, mas ainda tem o formato de disco achatado (é
chamado neste período de gástrula)
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9. Formação da notocorda
A notocorda gênese é o processo de formação da notocorda, que acontece
simultaneamente na terceira semana, junto com a gastrulação e a formação da placa
neural. As fases do processo são:
Processo notocordal
- Algumas células mesenquimais migram através da linha primitiva e, como
consequência, incorporam os destinos da célula mesodérmica. Essas células então
migram cefalicamente do nó primitivo e da fosseta primitiva, formando um cordão
celular mediano, o processo notocordal.
Canal notocordal
- O processo notocordal se alonga pela invaginação das células da fosseta primitiva; a
fosseta primitiva é um aprofundamento que se desenvolve e se estende para dentro
do processo notocordal, formando o canal notocordal
Placa notocordal
- O assoalho do canal notocordal se funde com o endoderma embrionário subjacente.
Essas camadas fundidas degeneram e a parte superior remanescente forma a placa
notocordal.
Notocorda
- As extremidades da placa notocordal se unem, formando uma estrutura maciça e
cilíndrica, a notocorda
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10. Divisões do mesoderma
Mesoderma paraxial: forma os somitos na quinta semana de desenvolvimento (o
mesoderma paraxial é derivado de células do nó primitivo)
Mesoderma intermediário: forma o sistema urogenital + se afina para formar o mesoderma
lateral
Mesoderma lateral: substituí o mesoderma extra embrionário primitivo (celoma intra que
divide)
- Mesoderma lateral somático: localizado sob o epitélio ectodérmico
- Mesoderma lateral esplâncnico: adjacente ao endoderma
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Mesoderma lateral somático + ectoderme = somatopleura
Mesoderma lateral esplâncnico + endoderme = esplancnopleura
Mesoderma somático extra embrionário + amnioblasto = âmnio
Mesoderma somático extra embrionário + 2 camadas do trofoblasto = córion
Mesoderma dos somitos divide-se em:
- Dermomiótomo (dermatologista acha que tá sempre no topo) ⇒ forma a pele e a
musculatura
- Esclerótomo ⇒ estrutura óssea da região
11. Neurulação e formação das cristas neurais
A neurulação corresponde ao processo de formação do tubo neural e é um processo que se
inicia na terceira semana e termina na quarta semana, quando ocorre o fechamento do
neuroporo caudal;
Conforme a notocorda se desenvolve, ela induz o ectoderma localizado acima dela
(adjacente à linha média) (obs. mesoderme paraxial também induz a neurulação), a se
espessar e formar uma placa neural. Ela surge cefalicamente ao nó primitivo e dorsalmente
à notocorda e a mesoderme adjacente.
Aproximadamente no 18 dia, a placa neural se invagina ao longo do seu eixo central para
formar o sulco mediano longitudinal, com as duas pregas neurais. Essas pregas se tornam
proeminentes na extremidade cranial do embrião e são o primeiro sinal do desenvolvimento
do encéfalo. Ao final da terceira semana, as pregas neurais se movem e se fundem em
diversos pontos, transformando a placa neural em tubo neural. O tubo neural se separa da
ectoderma superficial assim que as pregas neurais se fusionam
À medida que as pregas neurais se fundem para formar o tubo neural, algumas células
neuroectodérmicas situadas ao longo da margem interna de cada prega neural perdem sua
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afinidade epitelial e a ligação às células vizinhas. Quando o tubo neural se separa da
ectoderme, as células da crista neural migram e penetram, como uma massa achatada e
irregular, no mesoderma subjacente. Logo, a crista neural se separa em partes direita e
esquerda, as quais migram para a parte dorsolateral do tubo neural. Além disso, elas
migram para diversas direções e se dispersam no interior do mesênquima. Dá origem aos
ossos da face e do crânio, gânglios do sistema autônomo e dos nervos cranianos,
melanócitos
12. Dobramentos do embrião
Dobramento cefalocaudal/longitudinal: ocorre a partir do crescimento das vesículas
encefálicas (alongamento do mesoderme lateral); o polo cranial do embrião aumenta de
tamanho e causa um encurvamento do embrião no eixo longitudinal. Esse encurvamento
faz com que o embrião incorpore em seu interior parte do saco vitelino, constituindo o
intestino anterior e posterior
Dobramento lateral ou transversal: ocorre a partir do crescimento dos somitos
(mesoderme paraxial); ocorre um encurvamento lateral do embrião, formando a parede
corporal ventral e uma nova cavidade chamada intestino médio e a formação do celoma
intra embrionário
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PLACENTA E MEMBRANAS FETAIS
1. Quais as funções da placenta?
Proteção, nutrição (pelas vilosidades coriônicas), respiração, excreção e produção de
hormônios
2. O que é decídua?
Decídua é um termo utilizado para se referir ao endométrio materno da mulher grávida; Ela
é dividido em:
- Decídua basal: parte da decídua mais próxima a implantação do embrião, que dá
origem a parte materna da placenta
- Decídua capsular: parte superficial da placenta que cobre o embrião
- Decídua parietal: parte restante da decídua
3. Como se forma o córion viloso e o córion liso?
As vilosidades coriônicas cobrem o saco coriônico inteiro até o início da oitava semana;
Com o seu crescimento, as vilosidades associadas a decídua capsular e a parietal
tornam-se comprimidas e seu suprimento sanguíneo é reduzido e logo elas degeneram.
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Isso forma uma área relativamente avascular, o córion liso. Quando as vilosidades
desaparecem, aquelas associadas à decídua basal rapidamente aumentam de número,
ramificam-se e aumentam de tamanho, formando uma área espessa ao saco coriônico, o
córion viloso
4. Como se forma a membrana amniocoriônica?
A membrana amniocoriônica vem da fusão do âmnio com e do cório, pois o saco amniótico
cresce mais rápido que o saco coriônico
5. Quais estruturas originam o componente materno e o componente fetal da
placenta?
A parte fetal é formada pelo cório viloso e a parte materna é formada pela decídua basal
6. Como ocorre a circulação placentária fetal?
O sangue pobremente oxigenado passa através das artérias umbilicais para a placenta. No
local em que o cordão se une à placenta, a artéria se ramifica e passa a se chamar de
artéria coriônica/radiais. O sangue então vai para o espaço interviloso (onde estão as várias
cavidades coriônicas) e se capilariza, e é lá que ocorre a troca de gases e produtos
metabólicos com o sangue da circulação materna. O sangue agora bem oxigenado e com
nutrientes passa por veis que convergem na veia umbilical, que irá para o feto
7. Como ocorre a circulação placentária materna?
Sangue bem oxigenado chega pelas artérias espiraladas do endométrio da mãe que jorram,
sob alta pressão, o sangue no espaço intracelular da placa coriônica. Essa alta pressão
lança o sangue para as veias que irão para o feto
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8. Que elementos constituem a membrana placentária de três e quatro camadas?
Até aproximadamente 20 semanas, a membrana placentária é constituída por 4 camadas:
sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, mesoderma extra embrionário (tecido conjuntivo das
vilosidades) e endotélio dos capilares fetais; Após a vigésima semana, as células do
citotrofoblasto acabam desaparecendo, deixando uma camada delgada de
sinciciotrofoblasto que permite a fácil passagem de drogas e outras substâncias
9. Que estruturas compõem o cordão umbilical?
O cordão umbilical é formado por duas artérias uma grande veia, circundadas por um tecido
conjuntivo mucoso (geléia de Wharton)
10. Que estruturas formam o líquido amniótico e qual a sua composição e
importância?
O epiblasto forma o âmnio, que forma o saco amniótico cheio de fluido, o líquido amniótico.
Inicialmente, algum líquido amniótico é secretado pelas células do âmnio. A maior parte
dele, entretanto, vem do fluido tecidual materno por difusão, através da membrana
amniocoriônica da decídua parietal. Ele é composto basicamente de uma solução aquosa
na qual material não dissolvido está suspenso. Além disso, ele é trocado a cada 3 horas e é
deglutido pelo feto e absorvido pelo trato respiratório e digestório. Suas funções são:
permitir o crescimento simétrico do feto; atuar como uma barreira contra infecções; fornecer
proteção contra choques mecânicos; permitir o desenvolvimento do epitélio respiratório
obs. Quando a quantidade de líquido amniótico passa de 2L, temos uma condição chamada
polidrâmnio ou hidrâmnio. Ela é causada pela incapacidade do feto em engolir ou
absorver normalmente o líquido
obs. Quando a quantidade de líquido é inferior a 400ml, temos uma condição chamada de
oligoidrâmnio. Na maioria dos casos, ocorre devido a insuficiência placentária e pode levar
a hipoplasia pulmonar
11. Qual a função do saco vitelino?
O saco vitelino (hipoblasto + membrana exocelômica = são estrangulados pelo
mesoderma extra embrionário e formam o saco vitelino definitivo) é responsável pela
difusão de nutrientes para o embrião; pela formaçãodo sangue e das células germinativas
primordiais e pela formação do intestino médio
12. O que é e qual a função do alantóide?
O alantóide aparece aproximadamente do décimo sexto dia como uma pequena evaginação
da parede caudal do saco vitelino. O alantóide permanece muito pequeno mas o seu
mesoderma se expande para baixo do córion e forma os vasos sanguíneos que servirão a
placenta. Esses vasos sanguíneos se tornarão as artérias umbilicais
13. Como se comportam as membranas fetais em gêmeos monozigóticos?
Os gêmeos monozigóticos são resultado da fecundação de um oócito e se desenvolvem de
um zigoto. A formação deles começa no estágio de blastocisto e resulta da divisão do
embrioblasto em dois primórdios embrionários. Subsequentemente, dois embriões, cada um
em seu próprio saco amniótico, desenvolvendo-se dentro do mesmo saco coriônico e
dividem uma mesma placenta
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14. Como se comportam as membranas fetais em gêmeos dizigóticos?
Os gêmeos dizigóticos resultam da fecundação de dois oócitos e se desenvolvem a partir
de dois zigotos. Eles sempre têm dois âmnios e dois córions, mas os córions e as placentas
podem ser fusionadas
CITOLOGIA
Perguntas de provas passadas + QCCs
1. Uma mosca possui defeito nas proteínas de formação do complexo
sinaptonêmico. Quais as consequências?
O complexo sinaptonêmico é uma estrutura responsável pelo pareamento dos
cromossomos homólogos. Assim, um defeito nessa estrutura resulta em erros na meiose,
podendo impedir a recombinação ou até mesmo interromper o processo
2. Quais são os efeitos da colchicina no processo de divisão celular?
A colchicina é um medicamento capaz de inibir a formação das fibras de fuso durante a
divisão das células. Assim, a substância interrompe a divisão pois não ocorre a separação
das cromátides irmãs
3. Qual a conformação das membranas celulares? Como isso se relaciona com a
absorção de medicamentos hidrofílicos e lipofílicos?
A membrana celular é composta por uma bicamada fosfolipídica composta de proteínas e
lipídeos. Os medicamentos lipossolúveis entram na célula por difusão simples, uma vez que
são apolares como a membrana; os medicamentos hidrofílicos então na célula por meio de
proteínas transportadoras, uma vez que são polares
4. Durante um experimento ocorreu a morte de uma linhagem celular que
apresentava mutação em proteínas do cinetócoro. Diga por que isso pode ter
acontecido
O cinetócoro é a região do cromossomo em que as fibras de fuso se conectam para
possibilitar a separação das cromátides irmãs. Uma mutação nessas proteínas impediria a
conexão das fibras, impossibilitando o ciclo celular. A célula então entrará em apoptose e,
consequentemente, ocorrerá a morte da linhagem celular
5. Descobriu-se um tumor que atinge o ponto R muito precocemente, fazendo
com que seu ciclo seja muito rápido. Diga como funciona as checagens do
processo de divisão celular e uma hipótese para a velocidade do tumor
Os pontos de checagem (ponto R) são responsáveis por sinalizar à célula se existe algum
erro ou não que impeça que ela continue o processo de divisão. Para o ponto R ser
vencido, é necessário que exista em circulação uma quantidade específica de ciclina, que
se unirá às proteínas CDK, formando o complexo CDK+ciclina, que regulam o ciclo celular
(fosforilam proteínas que regulam o ciclo). O tumor provavelmente alterou genes ou
proteínas que regulam o ciclo, passando pelos pontos de checagem de maneira rápida e
fazendo com que a célula perca o controle do ciclo
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6. Qual a relação entre RB com o ponto R?
A ação de uma CDK+ciclina fosforila a proteína RB que libera EF2, um estimulador da
transcrição de genes que possibilita a superação do ponto R
7. Qual a importância do P53?
O P53 é uma proteína cujos níveis celulares aumenta em resposta a eventuais danos no
DNA, impedindo que a célula prossiga o ciclo com o DNA danificado
8. Quais os tipos de transporte que existem através da membrana?
Transporte passivo: não requer consumo de energia e ocorre a favor do gradiente de
concentração. Pode ser dividido em:
- Difusão simples: processo lento
- Difusão facilitada: processo mais rápido pois é auxiliado por proteínas
transportadoras (permeases)
Transporte ativo: ocorre contra o gradiente de concentração e consequentemente gasta
energia. As proteínas envolvidas no transporte ativo também são chamadas de bomba
Endocitose: entrada na célula através de modificações da membrana. É dividida em:
- Pinocitose: formação de pequenas invaginações da membrana que envolvem o
fluido extracelular e as substâncias nele contidas.
- Fagocitose: as células emitem pseudópodes que se estendem em todo o material a
ser fagocitado.
Exocitose: consiste na fusão de vesículas citoplasmáticas com a membrana plasmática
seguida pela expulsão do conteúdo da vesícula para o exterior.
9. Como é a estrutura da membrana nuclear?
O núcleo é composto por uma membrana dupla, cujo espaço entre elas é chamado de
cisterna perinuclear. O envoltório nuclear separa o núcleo do citoplasma e é visível somente
em microscópio eletrônico. As membranas são lipoproteicas (as proteínas nesprinas
interagem com o citoesqueleto e são responsáveis pela ancoragem e posicionamento do
núcleo). O envoltório do núcleo é composto por poros, que regulam o trânsito de moléculas
entre o núcleo e o citoplasma. Esses poros são uniformemente distribuídos e são
constituídos por proteínas conhecidas como nucleoporinas
10. O que é a lâmina nuclear?
À face nucleoplasmática interna associa-se uma rede de filamentos proteicos que
constituem a lâmina nuclear. Ela ajuda a manter a forma estrutural do núcleo e também é
responsável pela ancoragem das fibras de cromatina ao envoltório
11. O que é cromatina?
A cromatina é um filamento de DNA associado a proteínas histonas. A unidade estrutural
básica da cromatina é o nucleossomo
12. Qual a função das histonas?
Algumas possuem função estrutural e participam da condensação dos cromossomos,
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enquanto outras são reguladoras da atividade dos genes
13. Qual a diferença entre heterocromatina e eucromatina?
A eucromatina corresponde a porção do DNA onde encontramos o gene ativo, ou seja, tem
informação para gerar proteínas;
A heterocromatina é bastante abundante e está concentrada no centrômero do cromossomo
e nas extremidades (telômeros). As regiões de heterocromatina tem funções estruturais do
cromossomo e manutenção da atividade da eucromatina.
- A heterocromatina constitutiva é formada por sequências gênicas altamente
repetitivas, que nunca são transcritas. Essas sequências são encontradas no
centrômero, telômeros e constrições secundárias (onde está a ZONA RON,
relacionada a síntese do nucléolo)
- Heterocromatina facultativa: no par sexual feminino dos mamíferos (XX), um
cromossomo contém as informações essenciais para a manutenção da vida. Assim,
nas células femininas, um dos cromossomos X se condensa e passa a trabalhar
como heterocromatina (corpúsculo de Barr). Ele permanece inativo em todas as
linhagens derivadas do embrião feminino.
14. Qual a diferença entre CDK e CDKi?
As CDK's são enzimas quinases, cuja atividade básica é a fosforilação de proteínas que
regulam o ciclo celular; As CDKi são proteínas que inibem o complexo CDK+ciclina. Essas
proteínas ligam-se as CDK, provocando um rearranjo de seu sítio ativo, inativando-as
15. Qual a diferença entre proteínas de suporte e proteínas integrais?
As proteínas integrais estão firmemente associadas aos lipídios da membrana plasmática e
só podem ser separadas da fração lipídica por meio de técnicas drásticas, como o emprego
de detergente. Algumas dessas proteínas atravessam inteiramente a membrana, e por isso
são chamadas de proteínas transmembranas; As proteínas de suporte podem ser
facilmente isoladas pelo emprego de soluções salinas
16. Cite as organelas celulares e suas respectivas funções+ citoesqueleto
Retículo endoplasmático: rede intercomunicante de vesículas e túbulos observada ao
microscópio eletrônico delimitado por uma membrana contínua que define um espaço
chamado cisterna do retículo
- Retículo endoplasmático rugoso: síntese de proteínas; presença de
polirribossomos (ribossomos associados a moléculas de RNAm); segregação
proteica; glicosilação inicial
- Retículo endoplasmático liso: síntese de lipídios; síntese de hormônios esteróides;
contração muscular (armazenamento de cálcio); metabolização do glicogênio;
solubilização da bile
Complexo de golgi: modificação de proteínas e lipídios; glicosilação final; seleção,
distribuição e transporte de compostos;
Peroxissomos: degradação do peróxido de hidrogênio (enzima catalase); metabolismo de
lipídios (beta oxidação de ácidos graxos); degradação do ácido úrico;
Lisossomos: digestão intracelular (possui enzimas digestivas sintetizadas pelo retículo
endoplasmático rugoso)
Citoesqueleto: manutenção da forma celular; ancoragem e transporte de organelas e
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vesículas; resistência mecânica
Ribossomos: síntese de proteínas
Mitocôndria: respiração celular (formação de moléculas de ATP)

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