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Processo Constitucional - ações

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RELATÓRIO – AÇÕES CONSTITUCIONAIS
1. Mandado de Segurança
O Mandado de Segurança é um dos remédios constitucionais previstos no rol do artigo 5º, inciso LXIX da Constituição Federal de 1988, o qual estabelece que,
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público"
Diante do exposto, o direito em questão é líquido e certo – desde que não haja a possibilidade de proteção por meio de Habeas Corpus ou Habeas Data - não carecendo de discussão sobre seu mérito.
Quanto a legitimidade para propositura cabe a análise quanto a modalidade do mandado de segurança, sendo ele individual figura como impetrante o titular de direito líquido e certo, podendo ser: a pessoa natural, os órgãos públicos despersonalizados, as universalidades patrimoniais, a pessoa jurídica natural ou estrangeira, domiciliada no Brasil ou exterior. Por outro lado, no mandado de segurança coletivo, podem figurar como impetrante: partido político com representação no Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe e associações que preencham os requisitos previstos no artigo 5º LXX da CF/88.
Quanto ao órgão competente para o julgamento da referida ação constitucional, está será definida levando-se em consideração a autoridade coatora e sua sede funcional.
No Mandado de Segurança escolhido para análise – Nº MS 5005225-61.2018.4.03.0000 – o objeto da ação paira sobre ato praticado pelo MM. Juiz Federal da 2ª Vara Federal de Bauru/SP que alegou-se incompetente para o julgamento do feito com fundamento no artigo 63, 3º, do CPC determinando a remessa do mesmo para a Subseção Judiciária de Assis/SP. 
Contudo o impetrante alega que o deslocamento de competência seria muito custoso, além de que violaria o artigo 55, 2º da Lei 8.666/93, bem como a mitigação da eleição do foro contratualmente escolhido viola direito líquido e certo.
O julgamento foi no sentido de conferir procedência ao pleito contido no mandado de segurança, com fulcro no artigo 487, I, do CPC.
(Disponível em: https://trf-3.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1191011639/mandado-de-seguranca-ms-50052256120184030000-sp/inteiro-teor-1191011658)
2. Ação Popular
A Ação Popular é um instrumento constitucional que visa proteger o patrimônio, a probidade administrativa ou meio ambiente contra atos ilegais, prevista na Constituição Federal no artigo 5º, inciso LXXIII que em sua redação aduz que,
“LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;”
Como percebido no texto mencionado anteriormente, pode figurar como parte legitima a propositura da ação popular qualquer cidadão – todo eleitor brasileiro – e a mesma será acompanhada pelo Ministério Público.
De acordo com a Lei 4.717/65, precisamente artigo 5º, a competência de julgamento da referida ação é determinada pela origem do ato lesivo a ser anulado, em regra, do juízo competente de primeiro grau. Observe,
“Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.”
A Ação Popular escolhida para análise – AO 1513 – teve como fundamento o art. 102, inc. I, alínea ‘n’, da Constituição da República, ajuizada por Simone Janson Nejar, servidora pública, por improbidade administrativa do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, na pessoa de seu Presidente, ao argumento de “evidente suspeição [daquele] Tribunal de Justiça e de seus membros” (fl. 4).
Contudo, apesar de reconhecida a legitimidade da impetrante, a decisão fora de reconhecer a incompetência do presente tribunal STF – em processar e julgar a referida ação, com ressalvas da incidência da alínea n do art. 102, I da CF/88. Alegou-se ainda que não basta a mera alegação de ausência de imparcialidade de magistrado para deslocar a competência para este Tribunal.
Portanto, em virtude da fundamentação exposta, negou-se seguimento a presente ação.
(Disponível em: http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=2639242)
3. Habeas Data
O Habeas Data é uma ação constitucional que visa garantir ao cidadão o livre acesso a informações de caráter personalíssimo constantes de registro ou base de dados de entidades governamentais ou de caráter público – habeas data cognitivo -, podendo também destinar-se a retificação de dados quando não se deseje fazê-lo por meio de processo judicial sigiloso ou administrativo, denominando-se tal modalidade de habes data retificatório.
A previsão constitucional de tal ação encontra-se no artigo 5º, LXXII
“LXXII - conceder-se-á "habeas-data":
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;”
Quanto ao processamento e julgamento da referida ação, estas encontram-se regulamentadas nos artigos 102, inciso I, alínea d, artigo 105, inciso I, letra b, 108, inciso I, alínea c, 109, inciso VII e 114, inciso IV, ambos previstos na Constituição Federal de 1988. Veja,
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I- processar e julgar, originariamente:
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;”
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I - processar e julgar, originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)”
“Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I- processar e julgar, originariamente:
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
“Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;”
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide ADIN 3392) (Vide ADIN 3432)
IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”
No Habeas Data escolhido para análise de número 0001405-03.2016.8.05.0000, o impetrante solicita por meio da mencionada ação constitucional, a retirada de informações baixadas de processos já arquivados e incluídos em banco de processos virtuais do DPJ online do TJ/BA, por aduzir que as informações contidas no mesmo desabonariam sua pessoa.
Contudo, o entendimento contido no presente julgado foi no sentido de não conhecer o presente instrumento por falta de interesse de agir, uma vez que a referida ação constitucional se destina unicamente para dois fins: seja o acesso de informações relativas a sua pessoa ou a correção de informações que se mostrem incorretas ou sejam ilegais, com fulcro no artigo 5º, XXXIII.(Inteiro teor disponível em: https://tj-ba.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/348607928/habeas-data-hd-14050320168050000/inteiro-teor-348607934)
4. Mandado de Injunção
O Mandado de Injunção – dividido em individual e coletivo - destina-se a defesa de direitos individuais cujo objeto se dê em razão do não cumprimento – também por omissão total ou parcial - do dever de legislar que de alguma maneira afete o exercício de direitos constitucionais assegurados. A previsão legal da referida ação constitucional encontra-se sedimentada no artigo 5º, inciso LXXI da CF/88. Veja,
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;”
A legitimidade ativa para a propositura do mandado de injunção individual é de qualquer pessoa – física ou jurídica – que esteja impedida de exercer seus direitos e liberdades constitucionais em razão da omissão do poder público. Por outro lado, a legitimidade ativa do mandado de injunção coletivo destina-se a partidos políticos com representação no Congresso Nacional, organizações sindicais, entidades de classe e associações legalmente constituídas, em que esteja funcionando há pelo menos, um ano.
Quanto a legitimidade passiva, tendo em vista o objeto da ação em si, deve ser formado por entes estatais que deveriam editar e elaborar leis que possibilitem o exercício de direitos constitucionalmente assegurados e que assim se omitiram. 
Deste modo, será competente para processar e julgar o mandado de injunção os entes previstos no artigo 102, inciso I, alínea q e artigo 105, inciso I, alínea h da CF/88.
“Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
I- processar e julgar, originariamente:
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;”
“Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
I- processar e julgar, originariamente:
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;”
No caso escolhido para analise – MI 943 DF – trata-se de omissão da lei prevista no artigo 7º, XXI, da CF/88. A alegação foi feita por um trabalhador que após anos de serviço fora demitido recebendo apenas um salário mínimo, este pleiteia seu direito de aviso prévio proporcional, bem como declaração de mora do poder legislativo uma vez que no momento da decisão já haviam decorridos 20 anos da promulgação da Constituição Federal de 1988.
No caso em questão, não havia sido explícito o tempo que deveria configurar o aviso prévio – hoje sendo de 10 dias, respeitando o piso de 30 dias – proporcional ao tempo de trabalho.
A decisão foi de adotar parâmetros similares a Lei 12.506/2011 – que entrou em vigor durante a interposição do julgamento – para os casos em que já havia a impetração do mandado de injunção anterior a edição da referida lei.

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