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Central de Material e Esterilização CME - CEMAT Virgínia Xavier Pereira da Silva 1 - Introdução • Definição: é o setor (unidade de serviço) destinado à limpeza, acondicionamento, esterilização, guarda e distribuição de materiais esterilizados (Brasil, 1999). • Objetivos: fornecer materiais livres de contaminação para utilização nos diversos procedimentos clínicos e cirúrgicos e padronizar os procedimentos para o processamento de materiais. 3 – Recomendações para área física da CME A área restrita da CME é o local onde se realiza a limpeza, o preparo e a esterilização de todos os materiais. Objetivos: Favorecer o processo de trabalho, reduzir contaminantes ambientais, manter a integridade dos artigos e da esterilidade, facilitar a limpeza e a distribuição dos artigos para as unidades. Recomendações: • Elaborar a planta física de modo a manter a área da CME com o acesso restrito aos funcionários do serviço; • Dispor de vestiários próprios para a troca de roupa privativa e para uso de sanitários sem a necessidade de sair da área da CME. Os sanitários não devem ser compartilhados com outros serviços; • Dispor de área própria para o lanche pessoal, sem a necessidade de sair da central. Esta área de lanche não deve ser compartilhada com outros serviços; • Separar a área destinada a recepção e limpeza de artigos contaminados através de barreira física que impeça o fluxo de pessoal de uma área para outra; • Dispor de torneiras e bicos adequados para a conexão de sistemas tubulares; • Dispor de área apropriada para a instalação de equipamentos de limpeza, desinfecção e esterilização; • Dispor de área que permita fácil manipulação destes equipamentos; • Planejar os setores físicos da CME, de modo a favorecer o fluxo unilateral do material; • Dispor de área bem iluminada no local de preparo de instrumentos, a fim de facilitar a inspeção visual; • Dispor de sistema de exaustão/ventilação, de acordo com os requisitos técnicos legais; • Planejar a área de estocagem de artigos estéreis adjacentes a área de esterilização; • Planejar prateleiras ( preferencialmente armários) de modo a facilitar a limpeza, localização e manuseio • Manter a temperatura em 18-22ºC e umidade relativa entre 35-70%; • Dispor toda a área física de revestimento resistente, de fácil limpeza, que impeça a aderência de sujidade e sem reentrâncias, os cantos das paredes e pisos devem ser arredondados para evitar acúmulo de sujidade; • Dispor toda a área física de suficientes pontos para a lavagem de mãos, localizadas em pontos convenientes. 4 – Dinâmica e fluxograma da CME/CEMAT A dinâmica deve impedir a contaminação de artigos já esterilizados, manter a limpeza ambiente, reduzir o risco e facilitar o trabalho. Recomendações: • Estabelecer fluxo restrito de pessoas em todas as áreas da unidade; • Estabelecer o uso de vestiário privativo a todos os funcionários e visitantes (gorro - calça e jaleco, os quais devem ser substituídos diariamente); • Separar a área destinada a recepção de artigos contaminados e expurgo das demais áreas da CME, bem como deve haver barreira física para impedir o fluxo de pessoas da área contaminada para a área limpa; • Implementar barreira de tempo se necessário. • Seguir os padrões de precauções padrão na recepção e conferência de artigos no expurgo, considerando todos os artigos como potencialmente contaminados, independente da patologia do paciente, no qual o artigo foi utilizado; • Utilizar EPI ( luvas, máscaras, aventais, gorro, botas impermeáveis) na recepção e conferencia de artigos contaminados no expurgo. Os instrumentos contaminados, campos e área de coleta de lixo devem ser separados da área de tráfego de pessoal; • Separar o fluxo de artigos limpos estéreis do fluxo de artigos e equipamentos contaminados e lixo, no espaço, tempo e padrão de tráfego • Respeitar o fluxo de artigos limpos e estéreis, os quais não devem ser transportados para a área de expurgo, salvo nas situações em que precisem ser relavados. • Proteger os itens estéreis da contaminação e de perdas durante o transporte; • Encaminhar os artigos que requeiram esterilização por processos terceirizados de modo centralizado na CME, para impedir o envio de artigos sem condições de reprocessamento, sujos ou incompatíveis com o processo de esterilização ou embalados inadequadamente; • Estabelecer métodos e frequência de limpeza da área física da CME/CEMAT, no mínimo diariamente no expurgo e de acordo com a necessidade nas demais áreas. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS • A CME deve ser dividida minimamente em três áreas separadas por barreira física, são elas: • Área suja: destinada ao recebimento e separação dos materiais sujos advindo dos setores de assistência. Local onde é realizado o processo de limpeza, desinfecção e secagem dos instrumentais. Deve ser de acesso restrito ao fluxo de pessoas e os profissionais da saúde deverão trabalhar paramentados com gorro, máscara, luva de borracha cano longo, avental de brim manga longa, avental impermeável, óculos de proteção e sapato fechado. • Área limpa: local destinado aos processos de separação dos instrumentais, conferência da limpeza, funcionalidade e integridade dos artigos. Assim como empacotamento, selagem das embalagens e esterilização. Local de acesso restrito ao fluxo de pessoas e os profissionais deverão trabalhar paramentados com gorro, avental, luva de procedimento e sapato fechado • Área de guarda e distribuição de artigos esterilizados: local destinado à guarda dos instrumentais esterilizados e dispensação dos mesmos, com fluxo restrito de pessoas e a lavagem das mãos realizada rigorosamente para manipulação dos materiais esterilizados. TÉCNICAS PARA LIMPEZA E DESCONTAMINAÇÃO DOS MATERIAIS • LIMPEZA: Remoção mecânica e/ou química de sujidades em geral, (oleosidade, umidade, matéria orgânica, poeira, entre outros) de determinado local. Finalidade: ✓Remoção da sujidade ✓Remoção ou redução de microorganismos ✓Remoção ou redução de substâncias pirogênicas • DESINFECÇÃO: Destruição de germes patogênicos e/ou inativação de toxinas, ou inibição de seu desenvolvimento, voltados para os objetos/ambiente. Os esporos não são necessariamente destruídos. TÉCNICAS PARA LIMPEZA E DESCONTAMINAÇÃO DOS MATERIAIS Fonte: http://www.saude.rs.gov.br/upload/1335381338_Limpeza,%20Desinfec%C3%A7%C3%A3o%20e%20Es teriliza%C3%A7%C3%A3o%20de%20Artigos%20como%20Medidas%20de%20Preven%C3%A7%C3%A3 o%20e%20Controle%20de%20IRAS.pdf Esterilização • Processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias, fungos, vírus e esporos) mediante a aplicação de agente físicos e químicos. (COSTA, et. Al. 1990) • A esterilização tem por objetivo evitar infecções e contaminações devido ao uso de determinados artigos hospitalares, principalmente os considerados críticos. (SILVA, et. al. 1997) TÉCNICAS PARA LIMPEZA E DESCONTAMINAÇÃO DOS MATERIAIS Esterilização Os agentes esterilizantes classificam-se em: • Físicos. • Químicos. • Físico-químico: Métodos de Esterilização Físicos RADIAÇÃO IONIZANTE CALOR ÚMIDO (AUTOCLAVE) SECO (ESTUFA) Radiação Ionizante Fonte: http://www.biomedicinabrasil.com/2012/03/metodos-de-esterilizacao.html Autoclave Fonte: https://www.santacasasaocarlos.com.br/Imagens/Noticias/Foto%20Autoclave%201.JPG Estufa Fonte: https://www.santacasasaocarlos.com.br/Imagens/Noticias/Foto%20Autoclave%201.JPG SOLUÇÃO: ❖ glutaraldeído 2% ❖ ácido peracético 0,2% ❖ peróxido de hidrogênio 3- 6% GASOSO ❖ Óxido de etileno - ETO ❖ Plasma de peróxido de hidrogênio - Sterrad ❖ Autoclave de formaldeído A utilização de soluções esterilizantes deve ser desencorajada devido às dificuldades de operacionalização e não garantia de qualidade do processo. QUÍMICOS Métodos de Esterilização Fonte: http://www.scielo.br/img/fbpe/ag/v38n4/14267f2.jpg Fonte: https://i.ytimg.com/vi/WlD556gzjd4/hqdefault.jpg Fonte: http://www.biomed.com.br/uploads/products/70737bffa8094fbf7476b1a3ac0c28d4.jpgFonte: http://www.quimisulsc.com.br/image/cache/data/PEROXIDO%205L- 1000x1000.jpg Fonte: http://3.bp.blogspot.com/- zSugePwvyRg/UoatNA8fw4I/AAAAAAAABZk/zJlyAH0E4G0/s1600/agua- oxigenada.png Fonte: http://www.estericap.com.br/arquivos/922/conteudo/imagens/344060/0000_layer_comp_1.jpg PREPARO DO MATERIAL PARA ESTERILIZAÇÃO • Após o processo de limpeza e secagem, os materiais devem ser devidamente preparados para a esterilização. • Ao serem acondicionados na caixas, devem ser dispostos de modo a ocupar apenas 80% da capacidade do estojo; • Os instrumentos devem estar desmontados ou o mais aberto possível; • Itens com concavidades devem ser posicionados de forma a não acumular água em seu interior; Grau cirúrgico • A selagem requer atenção e cuidados, como o controle da temperatura em selagem térmica; • Todo material embalado, mesmo que passível de visualização, deve ser devidamente identificado com descrição do conteúdo, data da esterilização e da validade, lote da carga e funcionário que realizou o pacote; • Eficácia do equipamento, por meio de manutenção preventiva e corretiva. • Registro dos instrumentos mecânicos (tempo, temperatura, manômetro de pressão) durante o ciclo; • Indicadores químicos consistem em substratos químicos contidos em tiras de papel, que reagem a uma determinada condição de temperatura, mudando de cor. Eles indicam se a esterilização do material fez um ciclo completo e se houve penetração do vapor, mas não dão segurança de que o material está estéril, apenas que passou pelo processo. Devem ser colocados em todos os pacotes que serão submetidos ao processo. • Indicadores biológicos contem esporos do bacillus stearothermophilus, que validam a esterilização do material. As cepas são colocadas em vários pacotes e após o processo devem ser encaminhadas ao laboratório para proceder a incubação, por um período de 2 a 7 dias. (6h) • Indicadores químicos incluem as variáveis do processo de esterilização a vapor (temperatura, tempo, presença de vapor saturado). Indicador químico classe 1 (fita zebrada) • Teste de Bowie – Dick é utilizado para testar a eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré- vácuo. A presença de ar entre os pacotes forma bolsões, que prejudica a penetração do vapor e nestes locais não ocorre mudança de coloração do teste. Indicador químico classe 2 (teste de Bowie – Dick) FLUXO DO MATERIAL • O fluxo dos materiais na CME deve ser unidirecional e com barreira física entre as áreas: Expurgo Preparo de material e carga Guarda do material estéril Área Suja Área Limpa Área Estéril REFERÊNCIAS • Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Segurança do paciente em serviços de saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. – Brasília: Anvisa, 2012. • MAINENTI, C.A. CME: Esterilização. Faculdade de Enfermagem. Disponível em: <http://slideplayer.com.br/slide/8899312/>. Acesso em: 13 dez. 2016. • MORIYA, T.; MODENA, J.L.P. Assepsia e antissepsia: técnicas de esterilização. Medicina, Ribeirão Preto, vol. 41, n.3, p. 265-273, 2008. • MOURA, Maria L. P. de A. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação pós-anestésica. São Paulo: Senac, 2000.
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