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1 DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS Direitos e Garantias Individuais 1) Introdução Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) (*) Titularidade Brasileiros Estrangeiros (*) Segundo o STF, os estrangeiros residentes no País, uma vez atendidos aos requisitos constitucionais, são beneficiários da assistência social, fazendo jus ao denominado benefício de prestação continuada (BPC) Pessoa portadora de deficiência Idoso 2) Direito à Vida 2.1) Alcance Vida extrauterina/ intrauterina Dupla acepção 2.2) Uniões Homoafetivas É uma união estável entre homossexuais. STF: São entidades familiares Direito à busca pela felicidade. 2.3) Interrupção da Gravidez de Feto Anencéfalo Aquele que tem uma má formação do turno neural. Não é tipificada como “aborto” É admitida pelo STF. 2.4) Pesquisa com células-tronco embrionárias Obtidas a partir de embriões que foram produzidos em fertilização “in vidro” e que não foram utilizados nesse procedimento. Admitida pelo STF. 2.5) Relatividade do Direito à Vida Residentes Não residentes Sobrevivência Existência digna “Mínimo existencial” 2 Em caso de guerra declarada, admite-se a pena de morte. 3) Direito à Igualdade I - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; Igualdade material 3.1) Igualdade na lei X igualdade perante a lei Igualdade na lei: é destinada ao legislador. Igualdade perante a lei: intérpretes e aplicadores da lei. 3.2) Igualdade material Permite tratamentos diferenciados Tratar com igualdade os iguais e tratar com desigualdade os desiguais, na medida das suas desigualdades. Exemplos: Ações afirmativas (cotas raciais em universidades públicas e cotas raciais em concurso público). Autodeclaração ou critérios de heteroidentificação. 3.3) Limite de idade em concurso público É legitima a previsão em lei Edital não é suficiente Precisa ser compatível com a natureza das atribuições do cargo 3.4) Transgêneros- Alteração de nome e gênero no registro civil Alteração direta no registro civil Independe de tratamento hormonal ou cirurgia. 3.5) Critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica. São admitidos pelo STF. 3.6) Súmula Vinculante n° 37 “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia.” Aumento da remuneração depende de uma lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. 4) Princípio da Legalidade II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; 4.1) Aplicação aos particulares e à Administração Pública 3 Particulares: podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe. Administração Pública: somente pode fazer, aquilo que a lei prevê. 4.2) Princípio da Legalidade X Reserva Legal Princípio da Legalidade o Mais amplo o Leis + atos normativos Reserva Legal o Mais restrito o Lei formal (lei em sentido estrito) 4.3) Reserva Legal absoluta X Reserva Legal relativa Reserva Legal absoluta: integral regulamentação dependerá de lei formal. Art. 37 (...) X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices; Reserva Legal relativa: lei formal fixa parâmetros de atuação. Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 4.4) Reserva Legal simples X Reserva Legal qualificada Reserva Legal simples: CF/88 exige a lei formal, mas não especifica qual será o conteúdo ou finalidade. Art. 5° (...) VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; Reserva Legal qualificada: CF/88 exige a lei, mas já define previamente o conteúdo e a finalidade do ato. Art. 5° (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; 5) Vedação à Tortura III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante. 4 CF/88 proíbe o Penas cruéis o Pena de trabalhos forçados o Pena de morte, salvo guerra declarada. 6) Liberdade de expressão IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; Vedação ao anonimato: ônus para aquele que exerce a liberdade de expressão 6.1) “Marcha da Maconha” Defesa da legalização das drogas. É compatível com a liberdade de expressão e com o direito de reunião. As pessoas não podem usar drogas durante a manifestação. 6.2) Discurso de Ódio “Hate Speech” Incompatíveis com a liberdade de expressão Racismo: apologia a ideias antissemitas 6.3) Diploma de jornalismo Não é exigido para o exercício da profissão Jornalismo está muito relacionado à liberdade de expressão 6.4) Biografias não autorizadas Biografia é história da vida de uma pessoa, sem autorização. sao admitidas pelo STF. Liberdade de expressão X Direito à privacidade Não foi sacrificado totalmente Pedido de indenização (*) Segundo o STF, as autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se apenas em peças apócrifas ou em escritos anônimos. Não podem ser incorporadas ao processo Salvo, produzidos pelo acusado ou quando constituírem o corpo de delito. 7) Direito de resposta V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem 7.1) Aplicação do direito de resposta 5 Todas as ofensas Pessoas físicas e pessoas jurídicas 7.2) Proporcionalidade Proporcional à ofensa 7.3) Direito à indenização Independe do exercício do direito de resposta Indenizações material, moral e à imagem são cumuláveis 8) Liberdade religiosa VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; 8.1) Estado é laico (não confessional) vedações federativas Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; É admitida. 8.2) Ensino religioso em escolas públicas Facultativo (ensino fundamental) Pode ter caráter confessional (vinculado a uma religião). o Não ofende o estado laico 8.3) Sacrifício de animais em cultos de religiões de matriz africana É constitucional oPrevalência à liberdade religiosa sobre o direito dos animais 9) Escusa de consciência VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei Dupla recusa o Privação de direitos Eficácia contida 10) Liberdade de expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de comunicação 6 IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; 10.1) Liberdade de imprensa Jornalista o Direito de fazer críticas contundentes o Pode responder no campo civil e penal 10.2) Censura estatal ilegítima Praticada em sede jurisdicional Viola a liberdade de expressão 11) Direito à privacidade X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 11.1) Titularidade Pessoas físicas Pessoa jurídica 11.2) Submissão compulsória à exame de DNA Viola a intangibilidade do corpo humano Não é admitida 11.3) Privacidade dos agentes públicos É relativizada o Dever de prestar contas 11.4) Sigilo Bancário a) Poder Judiciário o Pode determinar a quebra de sigilo bancário b) CPI o Pode determinar a quebra de sigilo bancário CPIs federais e estaduais o Não podem determinar a quebra de sigilo bancário CPIs municipais c) Ministério Público o Não pode quebrar sigilo bancário Conta de titularidade de ente público Pode quebrar sigilo bancário 7 d) Tribunais de Contas o Não pode quebrar sigilo bancário Pode requisitar informações sobre operações de créditos originárias de recursos públicos Pode quebrar sigilo bancário e) Autoridades fiscais Transparência de sigilo o Sigilo fiscal Podem requisitar as instituições financeiras informações protegidas por sigilo bancário. 12) Direito à inviolabilidade do domicílio XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; Regra geral o com consentimento Exceções o Flagrante delito o Desastre A qualquer hora o Prestação de socorro o Ordem judicial durante o dia 12.1) Conceito de casa Mais amplo Engloba o escritórios profissionais o quarto de hotel o trailers o barco usado para moradia Estão fora do conceito de casa o Bares o Restaurantes 12.2) A inviolabilidade domiciliar pode ser escudo para a prática de atos ilícitos? Não o É lícita a prova obtida a partir de escuta ambiental instalada à noite em escritório de advocacia. Autorização judicial 12.3) Ingresso durante o dia e prolongamento das ações pelo período noturno. 8 É admitido 12.4) Crimes Permanentes “ a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados”. (RE 603.316. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento: 05.11.2015). Estado de flagrância é permanente o Ex. cárcere privado Fundadas razões: parâmetro para entrada forçada. 13) Sigilo das comunicações telefônicas XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; Violar o sigilo das comunicações telefônicas (conteúdo da conversa) = interceptação telefônica 13.1) Sigilo da correspondência X Administração penitenciária Administração penitenciária o Pode violar o sigilo da correspondência de presos Segurança pública Disciplina prisional 13.2) Quebra do sigilo telefônico X Interceptação telefônica Quebra de sigilo o Acesso aos registros telefônicos o Exemplo: acesso a conta da Tim, Vivo. o Ordem judicial ou CPIs (federais e estaduais) Interceptação telefônica o Acesso ao conteúdo da conversa o Ordem judicial o Para fins de investigação criminal ou instrução processual penal 13.3) Apreensão de Disco Rígido (HD) de computador É admitida pelo STF Não há violação do sigilo da comunicação de dados 13.4) Prisão em flagrante delito- Acesso a mensagens de WhatsApp 9 Há necessidade de autorização judicial específica para isso. Sem autorização judicial o Prova ilícita 13.5) Operação de busca e apreensão X Mensagem de WhatsApp de celular apreendido Já existe autorização judicial o Prova lícita. 13.6) Interceptação telefônica- “crimes achados” Interceptação telefônica o Só é cabível diante de um crime punível com reclusão. Crimes achados o Foram descobertos outros crimes. o Inclusive crimes puníveis com detenção. o Prova lícita 13.7) Interceptação telefônica- conversa entre o acusado e seu defensor É admitido 13.8) Interceptação telefônica- “prova emprestada” É admitida Informações obtidas em interceptação telefônica podem ser usadas em processo administrativo disciplinar (PAD) 13.9) Definições a) Interceptação telefônica Duas pessoas conversando e existe um terceiro, onde esse terceiro irá gravar a conversa das duas pessoas. O terceiro grava a conversa sem conhecimento das duas outras pessoas. b) Escuta telefônica Duas pessoas conversando e existe um terceiro, onde esse terceiro irá gravar a conversa das duas pessoas. O terceiro grava a conversa com conhecimento de uma das duas pessoas. c) Gravação telefônica Duas pessoas conversando, não há presença de um terceiro. Uma das duas pessoas conversando grava sem o conhecimento da outra. 13.10) Gravação telefônica e investida criminosa É admitida. Prova lícita o “legitima defesa” 10 13.11) Interceptação a partir de denúncia anônima Não é admitida Prova ilícitas Denúncia anônima o investigações preliminares 14) Liberdade profissional XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer Eficácia contida o “A lei estabelecer” 14.1) Exame de Ordem É constitucional o exame da OAB. o Advocacia traz um “risco coletivo” 14.2) Profissão de músico Prescinde (não necessita) de controle do estado 15) Sigilo da Fonte XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; Destinado aos jornalistas Não há conflito com a vedação ao anonimato 16) Direito de Reunião XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Manifestação pública Direito individual o Expressa de maneira coletiva Exercício do direito de reunião é condicionado o Fins pacíficos o Sem armas o Locais abertos ao público o Não pode frustrar outra reunião o Prévio aviso Independe de autorização do Poder Público. 16.1) “Marcha da Maconha” Compatível com o direito de reunião e com a liberdade de expressão. 11 16.2) Qual remédio constitucional protege o direito de reunião? Mandado de segurança o Direito líquido e certo o Não amparado por Habeas Corpus e Habeas Data 17) Liberdade de associação XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos,vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; (...) XX - Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; Caráter permanente Livre para entrar e sair de uma associação quando quiser. 17.1) Dissolução compulsória X Suspensão das atividades Dissolução compulsória o Depende de decisão judicial o Transitar em julgado Suspensão das atividades o Depende de mera decisão judicial XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 17.2) A existência de uma associação depende da aquisição de personalidade jurídica? Não Independe da aquisição de personalidade jurídica 17.3) Representação processual X Substituição processual Representação processual o Representante não é parte no processo o Autorização expressa o Associações, em regra Substituto processual o Substituto é parte no processo o Não há necessidade de autorização o Sindicatos, em regra o Exceção em caso de Mandado de segurança coletivo e mandado de injunção coletivo Pode agir como substituto processual as associações (pelo menos 1 ano) 12 XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente; (*) Autorização estatutária genérica é suficiente para viabilizar a representação processual? Não é suficiente É necessário uma autorização estatutária expressa o Assembleia geral o Assinatura de cada um dos filiados 18) Direito de propriedade XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição; Desapropriação o Indenização Prévia Justa Em dinheiro Há exceções de indenização que não são pagas em dinheiro. 18.1) Classificação Eficácia contida o Autoaplicável o Restringível 18.2) Desapropriação com base na tutela de interesse público Necessidade pública Utilidade pública Interesse social 18.3) Quais são as exceções previstas na CF/88? Desapropriação para fins de reforma agrária o Propriedade rural que não cumpre a função social o Indenização mediante título de dívida agrária o São resgatáveis no prazo de até 20 anos. o Indenização Prévia Justa Em dinheiro 13 Desapropriação de imóvel urbano não-edificado, subutilizado ou não utilizado o Imóvel urbano que não cumpriu sua função social o Indenização mediante títulos da dívida pública o São resgatáveis até 10 anos. Desapropriação confiscatória o Não há nenhum tipo de indenização o Exploração de mão-de-obra escrava o Cultivo ilegal de plantas psicotrópicas. 19) Requisição Administrativa XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; Estado usa a propriedade particular o Em caso de iminente perigo público Requisição administrativa o Compulsória para o particular. o Propriedade é CEDIDA gratuitamente o Ente federativo não pode fazer a requisição administrativa de bens de outro ente. Ex. a União não pode fazer a requisição administrativa de bens do Município Caso aconteça, trata-se de uma violação ao pacto federativo Indenização ulterior o Apenas se houver dano 20) Impenhorabilidade da pequena propriedade rural XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; Pequena propriedade rural o Definida em lei o Regime de economia familiar o Não pode ser penhorada Para fins de pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva 21) Direitos de propriedade intelectual XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 14 b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; Direitos autorais o Validos durante toda a vida do autor o Transmissíveis ao herdeiro pelo tempo que a lei fixar. XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País; Direitos autorais X Propriedade industrial Propriedade industrial o Privilégios temporário para sua utilização. Direitos autorais o Validos durante toda a vida do autor o Transmissíveis ao herdeiro pelo tempo que a lei fixar. 22) Herança e Sucessão XXX - é garantido o direito de herança; Alçado ao patamar constitucional pela CF/88. XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; Norma de direito internacional privado A lei aplicável é a mais benéfica ao cônjuge ou dos filhos brasileiros. 23) Proteção ao Consumidor XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Direitos de 3ª geração o Direitos transindividuais Eficácia limitada o Depende de regulamentação para produzir todos os seus efeitos o Não autoaplicável Defesa do consumidor o Princípio da ordem econômica (art. 170, V) 24) Direito à informação 15 XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Obrigação de transparência o Princípio da publicidade Informações sigilosas o Sigilo é imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 24.1) Divulgação na Internet da Remuneração de Servidores Públicos É compatível com a CF/88 o Não viola o direito à privacidade 24.2) Documentos impressos e arquivos fonográficos de sessões pública e secretas do STM Devem ser fornecidos ao pesquisador o “busca pela verdade” 24.3) Qual remédio constitucional deve ser usado para proteger o direito à informação Mandado de segurança 25) Direito de Petição Remédio administrativo XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; 25.1) Imunidade Tributária Independe do pagamento de taxas 25.2) Quem são os titulares do direito de petição? Qualquer pessoa física Qualquer pessoa jurídica 25.3) O exercício do direito de petição depende de advogado? Não ≠ direito de postular em juízo o Depende de advogado Regra Geral 26) Direito à obtenção de certidões XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento detaxas: b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; *Proteção ao direito à obtenção de certidões Mandado de segurança 16 27) Princípio da Inafastabilidade de Jurisdição XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 27.1) Sistema inglês X Sistema francês Sistema inglês o Jurisdição una. Apenas o poder judiciário faz coisa julgada material Regra geral Jurisdição é incondicionada Sistema francês o Contencioso administrativo o Administração Pública decide alguns casos com definitividade Brasil adota o sistema inglês 27.2) Hipóteses de Jurisdição condicionada Habeas Data o Recusa da informação pela Administração ou excessiva demora. Controvérsias desportivas o Prévio esgotamento das instâncias da Justiça desportiva. Reclamação contra o descumprimento de súmula vinculante Requerimento judicial de benefício previdenciário o Ex. aposentadoria o Exige prévio requerimento administrativo ao INSS 27.3) Súmula STF n° 667: “Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa” A taxa judiciaria tem que ter correlação com o custo da prestação jurisdicional. 27.4) Súmula vinculante n° 28 “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade da ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”. 27.5) Duplo Grau de Jurisdição e Sistema Constitucional Duplo grau de jurisdição o Convenção Americana de Direitos Humanos o Discutir a lide em mais de uma instância o Não está previsto expressamente na CF/88 o CF/88 prevê exceções Presidente da República Crime comum o STF Crime de responsabilidade o Senado 17 28) Segurança Jurídica XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; Lei não prejudicará: situações jurídicas consolidadas o Lei: alcança todas as espécies normativas do art. 59. Direito adquirido: já se incorporou ao patrimônio do titular o Foram cumpridos todos os requisitos o ≠ expectativa de direito Ato jurídico perfeito: reúne todos os elementos constitutivos exigidos pela lei Coisa julgada: decisão judicial da qual não cabe mais recurso 28.1) Direito adquirido e benefício previdenciário Direito adquirido é ≠ expectativa de direito EC também não pode prejudicar direito adquirido, mas pode afetar a expectativa de direito 28.2) Súmula STF n° 654 “A garantia da irretroatividade da lei, prevista no art. 5°, XXXVI, da Constituição, não é invocável pela entidade estatal que a tenha editado”. Art. 5°, XXXVI, CF: irretroatividade. Podem ser editadas leis retroativas o Desde que seja benéfica 28.3) Hipóteses em que não se pode invocar direito adquirido Normas constitucionais originarias o PCO é juridicamente ilimitado Mudança do padrão da moeda Criação ou aumento de tributos Mudança de regime estatutário o Lei 8.112 29) Princípio do Juiz natural Busca garantir que os casos sejam julgados por juízes imparciais. XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; Ex. Tribunal de Nuremberg ... LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Respeito absoluto às regras de competência. o CF/88 o Constituições Estaduais o Leis de organização judiciária. 30) Tribunal do Júri Tribunal popular 18 XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; Variação da ampla defesa e contraditório b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; Decisões do júri são recorríveis quando manifestamente contrárias as provas dos autos. d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 30.1) Crime de latrocínio Roubo seguido de morte Não é considerado crime contra a vida o É considerado crime contra o patrimônio Não é competência do Júri. 30.2) Tribunal do júri e foro de prerrogativa de função previsto na CF/88 Se o foro por prerrogativa de função: Estiver previsto na CF/88 o foro prevalece sobre o Júri, Estiver previsto exclusivamente na Constituição estadual, o Júri prevalece sobre o foro. 30.3) Súmula Vinculante nº 45: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual”. 31) Princípio da Legalidade em matéria penal XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Reserva Legal Anterioridade Lei formal Lei anterior 31.1) Norma penal “em branco” Complementação Não violar o princípio da legalidade 32) Irretroatividade da lei penal mais grave XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 32.1) Retroatividade benigna (“novatio legis in mellius”) É admitida 32.2) “Abolitio criminis” Abolição do crime Descriminalização de conduta o Ex. hoje o aborto é considerado crime, se vem uma lei descriminalizando o aborto, ela ira retroagir, alcançando o passo e beneficiar o réu. 32.3) “Novatio legis in pejus” Lei penal mais grave Não retroage, não alcança o passado, só se aplica daqui em diante. 19 33) Mandados de Criminalização Comandos ao legislador 3TH não tem graça o Inafiançáveis o Insuscetíveis de graça ou anistia Racismo= IIR Ação de grupos armados= II XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá- los, se omitirem; XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 34) Intranscendência das penas XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; A obrigação de reparar o dano e decretação do perdimento de bens poderá passar da pessoa condenada para seus sucessos, até o limite da sua herança. 35) Individualização da pena XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; Rol não exaustivo 36) Penalidades proibidas pela CF/88 XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; Execução máxima o 30 anos c) de trabalhos forçados; d) de banimento; Expulsão de “nacionais” d) cruéis; 20 37) Garantia dos presos XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; Individualização da execução da pena XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; Dupla garantia o Tanto para mãe quanto para o filho 38) Extradição Instituto de cooperação internacional em matéria penal Brasileiro NATO o Não pode ser extraditado Brasileiro NATURALIZADO oCrime comum Antes da naturalização o Crime de trafico de drogas A qualquer momento LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; Proteção do asilo político 38.1) Definição de Extradição Estado entrega indivíduo a outro Estado o Processo penal 38.2) Tipos de Extradição Extradição ativa o BR requer a extradição Extradição passiva o BR recebe o pedido de extradição 38.3) Limites à extradição Dupla tipicidade o Considerado crime nos dois Estados (Estado requerente quato no Estado requerido) o A conduta tem que ser punível nos dois Estados(Estado requerente quato no Estado requerido). 38.4) Fundamento do pleito extradicional Tratado Internacional Promessa de reciprocidade 21 38.5) Fases da Extradição 1. Etapa Administrativa a. Presidente da República: “recusa sumária” b. Presidente da República: deferir, encaminhando ao STF. 2. Etapa Judicial 3. Etapa Administrativa a. Presidente da República decide se entrega ou não 38.6) Proteção aos direitos fundamentais do extraditando STF não defere a extradição o Tribunal de exceção o Pena de morte Comutação da pena 39) Devido Processo Legal LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; Conjunto de práticas Aspecto formal o Garantias processuais Ampla defesa Contraditório Juiz natural Inadmissibilidade de provas ilícitas Motivação das decisões judiciais Aspecto material o Princípio da proporcionalidade Adequação Necessidade Proporcionalidade em sentido estrito 40) Ampla defesa e contraditório LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Ampla defesa o Trazer ao processo todos os elementos lícitos com objetivo de provas a verdade Contraditório o Trazer argumentos contrários à outra parte; o Ter seus argumentos considerados pelo juiz. 40.1) Inquérito Civil ou Policial Não se aplicam a ampla defesa e o contraditório 22 Não se trata de processo, é uma fase pré-processual 40.2) Súmu7la vinculante n° 14 “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. Policia judiciária: policia investigativa 40.3) Sindicância Não é processo, vem antes de um processo administrativo disciplinar. Fase pré-processual o Não se aplica ampla defesa e contraditório. Se resultar em penalidade o Deve-se garantir a ampla defesa e o contraditório 40.4) PAD e Representação por advogado (*) Súmula vinculante n° 5: “A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição” Não é obrigatória: o A presença de advogado em PAD 40.5) Súmula vinculante n° 21 “É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”. 40.6) Súmula vinculante n° 28 “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário”. 41) Inadmissibilidade de provas ilícitas LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; Aplica-se tanto a processos judiais quanto aos processos administrativos 41.1) Teoria dos “Frutos da Árvore Envenenada“ As provas ilícitas + provas decorrentes de provas ilícitas o Expurgadas do processo 41.2) Interceptação telefônica sem autorização judicial É uma prova ilícita 41.3) Interceptação telefônica determinada a partir apenas de uma denúncia anônima É uma prova ilícita 41.4) “interrogatório sub-reptício” É aquele interrogatório conduzido sem as formalidades típicas de um interrogatório É uma prova ilícita 23 41.5) Confissão durante prisão ilegal É uma prova ilícita 41.6) Gravação telefônica- investida criminosa É uma prova lícita 41.7) Gravação telefônica feita por um dos interlocutores sem conhecimento do outro Quando ausente uma causa legal de sigilo o Será uma prova lícita Ex. relação entre advogado e cliente, há uma causa de sigilo 41.8) Gravação ambiental feita por um dos interlocutores sem conhecimento do outro É uma prova lícita 42) Preseunção de inocência LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Transitada em julgado o Decisão a qual não cabe mais nenhum recurso. 42.1) Prisões cautelares Não ofendem a presunção de inocência o Prisão preventiva o Prisão temporária o Prisão em flagrante 42.2) Execução provisória da pena- antes do transito em julgado “A execução provisória da sentença penal condenatória revela-se frontalmente incompatível com o direito fundamental do réu de ser presumido inocente até que sobrevenha o trânsito em julgado de sua condenação criminal”. (ADCs 43, 44 e 45). 42.3) Presunção de inocência e concurso público “viola o principio constitucional da presunção de inocência, previsto no art. 5°, LXVII, da CF, a exclusão de candidato de concurso público que responde a inquérito ou ação penal sem trânsito em julgado da sentença condenatória”. (RE 559.135) 43) Identificação Criminal LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; Eficácia contida o Restringir 44) Ação Penal privada subsidiária da pública LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; Ação penal pública o Titular é o Ministério Público MP não intentou a ação no prazo legal Ação penal subsidiaria da pública 24 45) Publicidade dos atos processuais LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 46) Garantias Penais LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; Regra geral o A prisão depende de uma ordem judicial Escrita Fundamentada Exceções o Flagrante delito o Crime propriamente militar ou transgressão militar definidos em lei LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo- lhe assegurada a assistência da família e de advogado; Direito ao silêncio o Direito à não autoincriminação o Depoimento ao poder legislativo, executivo e judiciário LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 47) Prisão Civil por dívida LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; CF/88 autoriza o Pensão por obrigação alimentícia o Depositário infiel o Brasil Estado-Parte do Pacto de San Jose da Costa rica Não permite a prisão do depositário infiel47.1) Súmula Vinculante N° 25: “É ilícita a prisão civil do depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”. Efeito paralisante 48) Liberdade de locomoção/ Habeas Corpus XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; Eficácia contida (...) 25 LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; Habeas corpus: liberdade de locomoção o Preventivo: existe uma ameaça de violação a liberdade de locomoção. o Repressivo: já aconteceu/ existe a violação a liberdade de locomoção. 48.1) Características do Habeas Corpus Natureza penal Procedimento especial, ou seja, decisão mais rápida Independe de advogado Gratuito, isento de custas judiciais 48.2) Legitimados Ativos Qualquer pessoa física o Brasileiros e estrangeiros residentes ou não residentes. Qualquer pessoa jurídica o Sempre tendo como paciente uma pessoa física Ministério Público Defensoria Pública Obs. Pode ser concedido de ofício pelo juiz. 48.3) Pacientes Pessoa física 48.4) Legitimados Passivos Autoridade coatora o Autoridade Pública o Particular 48.5) Ofensa indireta à liberdade de locomoção Quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico o Cabível o HC 48.6) Não é cabível habeas corpus contra: Decisões do STF o Ex. plenário, turma ou decisão monocrática. Suspensão dos direitos políticos; Pena em processo administrativo disciplinar; Pena de multa; Quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico o Salvo quando implicarem em ofensa indireta a liberdade de locomoção. Discussão do mérito de punições disciplinares militares o É cabível HC para discutir a legalidade dessas punições. 26 Exclusão de militar/ perda de patentes ou função pública 48.7) É cabível habeas corpus: Para impugnar medidas cautelares diversas da prisão, as quais estão relacionadas no art. 319, CPP. Para questionar medidas de proteção à mulher previstas na Lei Maria da Penha 48.8) Habeas Corpus coletivo (HC 143.641/SP) CF/88 não prevê expressamente o HC coletivo. STF admite o HC coletivo. 49) Mandado de segurança LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data , quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; Mandado de segurança o Direito liquido e certo o Não amparado HC ou HD o Caráter residual 49.1) Características Natureza civil Procedimento especial Caráter residual o Cabível quando não puder usar HC ou HD Prova pré-constituída o Não há dilação probatória em MS 49.2) O que é direito líquido e certo? Direto evidente de imediato Fatos estejam claros Súmula 625/ STF: “controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança”. 49.3) Cabimento “ato de autoridade” o Ilegalidade Atos vinculados o Abuso de poder Atos discricionários 49.4) Legitimidade ativa Qualquer pessoa física ou pessoa jurídica Órgãos públicos Ministério Público Universalidades o Ex. espólio, massa falida. 27 49.5) Prazo para impetração do M.S Prazo de 120 dias o Do ato que causou lesão ao direito Prazo decadencial 49.6) Situações em que não se admite liminar em M.S Compensação de créditos tributários Entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior Reclassificação ou equiparação de servidores públicos / concessão de vantagens ou aumento de remuneração. 49.7) É possível que o impetrante desista do mandado de segurança? Sim, é possível desistir do MS a qualquer tempo. 49.8) Reexame necessário M.S foi deferido o Duplo grau de jurisdição será obrigatório. 49.9) Pode ser concedida liminar em mandado de segurança? Em geral, pode ser concedida a liminar 49.10) Não é cabível mandado de segurança contra: a) Decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo b) Ato administrativo do qual caiba recurso com efeito suspensivo c) Decisão judicial transitada em julgado Ação rescisória d) Lei em tese, exceto se produtora de efeitos concretos e) Ato de natureza jurisdicional Salvo situação de absoluta excepcionalidade f) Ato de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, sociedades de economia mista e de concessionárias de serviço público. (*) Súmula STF n° 429 “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.” Cabe M.S 50) Mandado de segurança coletivo LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; Pelo menos um deputado federal ou Pelo menos um senador b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Organização sindical, entidade de classe. o Não precisa do requisito de 1 ano. Aplica-se só a associação Substituição processual o Parte no processo o Independe de autorização 28 É possível, por meio do M.S coletivo, defender os direitos de parte da categoria. 50.1) Proteção a direitos coletivos e direitos individuais homogêneos É possível a utilização do M.S coletivo 50.2) é cabível mandado de segurança coletivo para proteger direitos difusos? Não é cabível M.S coletivo para proteger direitos difusos o Direitos difusos Ex. meio ambiente Os titulares são indeterminados o Direito indivisível 51) Mandado de Injunção LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 51.1) Finalidade Combater as omissões inconstitucionais o Total ou imparcial 51.2) Cabimento Eficácia limitada o Não auto aplicável o Depende de outra norma o Natureza impositiva 51.3) Legitimados Ativos Qualquer pessoa física e Qualquer pessoa jurídica 51.4) Pressupostos Falta de uma norma regulamentadora Nexo de causalidade o Falta de uma norma regulamentadora e a impossibilidade daquele direito o Ex. direito de greve dos servidores públicos. Decurso de prazo razoável 51.5) É possível que seja impetrado mandado de injunção coletivo? Sim, há previsão expressa na Lei n° 13.300/2016. CF não prevê expressamente 51.6) Quem são os legitimados para impetrar mandado de injunção coletivo? Mesmos legitimados do mandado de segurança coletivo. o partido político com representação no Congresso Nacional; Pelo menos um deputado federal ou Pelo menos um senador o organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Ministério Público 29 Defensoria pública 51.7) É cabível medida liminar em mandado de injunção? Não é cabível medida liminar 51.8) Não é cabível mandado de injunção quando: a) Já houver norma regulamentadora b) Ausência de norma regulamentadora de direito infraconstitucional c) Ausência de obrigatoriedade de regulamentação 51.9) Efeitos da decisão Corrente concretista intermediária individual o Concretista Poder judiciário não se limita declarar a omissão inconstitucional o Intermediária Prazo razoável para edição da norma Não editou a norma o Poder judiciário estabelece as condições em que o direito seráexercido. o Individual Produz efeitos “inter partes” Ação Direta de Inconstitucionalidade X Mandado de Injunção o ADO Efeitos “erga omnes” o MI Efeitos “inter partes” Excepcionalmente é possível efeitos “ultra partes” 52) Habeas Data LXXII - conceder-se-á habeas data: a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 52.1) Característica Natureza civil Rito sumário Caráter personalíssimo (*) É parte legítima para impetrar habeas data o cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido (RE 589.257/DF) supérstite 52.2) Legitimados Ativos Qualquer pessoa física ou Qualquer pessoa jurídica 52.3) Legitimados Passivos Pessoa jurídica de direito público ou Pessoa jurídica de direito privado o Banco de dados tenha caráter público 30 52.4) Requisito para a impetração Interesse de agir o Comprovação a negativa da informação o Omissão no atendimento do pedido. 52.5) Habeas Data X Dados do contribuinte “O habeas data é a garantia constitucional adequada para obtenção, pelo próprio contribuinte, os dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos administração fazendária dos entes estatais.” (RE 673.707, Rel. Min. Luiz Fux) 52.6) Acesso aos autos de processo administrativo Não cabe Habeas Data o Cabe mandado de segurança. 52.7) Direito à obtenção de certidões Não cabe Habeas Data o Cabe mandado de segurança. (*) HC e HD são ações gratuitas. (*) HC independe de advogado, porém, HD precisa de advogado. 53) Ação Popular LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; Controle popular dos atos da Administração Pública Cidadão o Pleno exercício dos direitos políticos Bens jurídicos tutelados o Patrimônio público o Moralidade administrativa o Meio ambiente o Patrimônio histórico e cultural 53.1) Características Anular um ato lesivo Não se exige comprovação de efetivo do dano material Depende de advogado 53.2) Legitimados Ativos Cidadão o Não é quaisquer brasileiros: É aquele que tem pleno exercício dos direitos políticos. o MP não pode propor Ação Popular Ação civil pública 53.3) Ação popular e ato de conteúdo jurisdicional Não cabe ação popular contra ato de conteúdo jurisdicional 31 53.4) O MP pode atuar como substituto do autor da ação popular? Pode atuar como substituto do autor da ação popular o Quando o autor é parte omissa do processo 53.5) O MP pode atuar como sucessor do autor da ação popular? Pode atuar como sucessor do autor da ação popular o Quando o autor popular desistir da ação MP não pode desistir da ação popular 53.6) Ação Popular e foro de prerrogativa de função Você cidadão brasileiro, pode propor uma ação contra ato do presidente da república? o Pode. 1ª Instância da Justiça comum Não há foro por prerrogativa de função em ação popular. 53.7) Improcedência de Ação Popular Regra geral o O autor popular não paga Custas judicias e Ônus da sucumbência Exceção o Salvo comprovada má-fé Tem que pagar as custas judiciais e o ônus da sumbência. 54) Assistência jurídica integral e gratuita LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; 55) Erro Judiciário LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; Responsabilidade civil do Estado o Objetiva Independe da intenção do agente 56) Gratuidade do Registro Civil de Nascimento e Certidão de óbito LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; Proteção mínima o Nada impede que a lei amplie essa proteção. 57) Gratuidade do Habeas corpus/ Habeas data LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 58) Duração razoável do processo LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. 59) Aplicação imediata dos direitos fundamentais Art. 5°(...) § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 32 “comando de otimização” o Poder público deve buscar a máxima concretização dos direitos fundamentais 60) Cláusula de abertura material Art. 5°(...) § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Rol não exaustivo o Há outros direitos fundamentais além daqueles previstos na CF/88. 61) Tratados internacionais de direitos humanos Art. 5°(...) § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Inserido pela EC n° 45/20004 Tratados internacionais de direitos humanos o Equivalentes às Emendas Constitucionais Aprovados na forma do art. 5°, §3° Em cada casa do CN Dois turnos 3/5 dos votos dos respectivos membros o Status Supralegal Rito ordinário Ex. Pacto de San Jose da Costa Rica 62) Tribunal Penal Internacional Art. 5°(...) § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. GHUGA o Guerra, contra humanidade, genocídio e agressão. Extradição ≠ entrega. Dos Direitos Sociais 1) Introdução Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. Direitos de 2° geração o Atuação positiva do Estado o “Liberdades positivas” Rol não exaustivo Igualdade o Justiça social o Estado social Eficácia limitada o Normas programáticas 33 Estabelecem uma diretriz de atuação do Estado. Constitucionalismo liberal o Constitucionalismo social Constituição da Weimar (1919) Alemanha Marco histórico dos direitos sociais 2) Concretização dos direitos sociais 2.1) Cláusula da Reserva do Possível “financeiramente possível” Limitação à concretização dos direitos sociais 2.2) Mínimo Existencial Limita a invocação da cláusula da reserva do possível. Proteção social mínima o Existência digna 2.3) Vedação ao Retrocesso “efeito cliquet” Proteção social não pode piorar o Processo histórico de afirmação dos direitos humanos. “Embora resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder Judiciário, determinar, ainda que em bases excepcionais, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas pelos órgãos estatais inadimplentes, cuja omissão – por importar em descumprimento dos encargos político- jurídicos que sobre eles incidem em caráter mandatório – mostra-se apta a comprometer a eficáciae a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional.” (RE 436.996 – AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005) Poder Judiciário o Implementação de políticas públicas 3) Intervenção do Poder Judiciário na implementação de políticas públicas 3.1) Obras ou Reformas Emergenciais em Presídios Podem ser determinadas pelo Poder Judiciário o Não viola a separação de poderes 3.2) Direito ao Acesso a Medicamentos Inúmeras decisões judiciais que visam concretizar o direito a saúde, garantindo o acesso aos medicamentos STF: juiz pode determinar o bloqueio e o sequestro de verbas públicas 3.3) O Poder Judiciário pode obrigar a Administração Pública a manter quantidade mínima de determinado medicamento em estoque? Sim. Garantir a continuidade de um tratamento de saúde. 34 3.4) O Poder Judiciário pode obrigar a Administração Pública a construir creches? Sim. Não viola a separação de poderes. (*) O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais. Assim, a ausência de registro na ANVISA impede, como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão judicial. (RE 657.718) Não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais: Regra Geral (*) Em casos excepcionais, havendo mora irrazoável da ANVISA em apreciar o pedido de registro, é possível que decisão judicial determine o fornecimento de medicamento, observados certos parâmetros fixados pelo STF. (RE 657.718) Havendo mora irrazoável da ANVISA: Exceção o É possível determinar o fornecimento de medicamento experimental. 4) Direitos Sociais dos Trabalhadores 4.1) Direito à segurança no emprego I- Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos; Eficácia limitada o Exige-se uma lei complementar. Enquanto não for editada a LC Indenização de 40% sobre depósitos do FTGS. o Art. 10, ADCT. CF/88 extinguiu a estabilidade decenal 4.2) Seguro-desemprego II - Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; Empregado pede demissão o Não recebe seguro-desemprego. 4.3) FGTS III - fundo de garantia do tempo de serviço; Não é devido aos servidores públicos estatutários 4.4) Salário-Mínimo IV – Salário-mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Fixação tem que ser feita por lei nacional o Atualizações podem acontecer por decreto (*) Súmula Vinculante nº 06: “Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário-mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”. “Soldado recruta” 35 (*) RE 842.157: O STF admitiu a fixação de pensão alimentícia com base no salário-mínimo. Admite-se a vinculação do salário-mínimo para essa finalidade 4.5) Piso Salarial V - Piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho; 4.6) Irredutibilidade do salário VI - Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo; Não é uma garantia absoluta. Negociação coletiva o Convenção coletiva Negociação entre os sindicatos dos trabalhadores e sindicatos patronal o Acordo coletivo Negociação entre os sindicatos de trabalhadores e uma empresa ou grupo de empresa. 4.7) Remuneração variável VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável; 4.8) Décimo terceiro VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; 4.9) Remuneração do Trabalho Noturno IX – Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; Adicional noturno 4.10) Proteção ao salário X - Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa; 4.11) Participação nos lucros ou resultados XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; Eficácia limitada 4.12) Salário família XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei; Benefício previdenciário Quanto + dependentes o + cotas do salário família vai receber Pago em “cotas “em função do número de dependentes 4.13) Duração do trabalho normal XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; Trabalho sem horas extras Máx. 8h diárias e 44h semanais – CLT Negociação coletivo o compensação de horários e a redução da jornada. 36 4.14) Turnos Ininterruptos de Revezamento XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; trabalho sem pausa 4.15) Repouso semanal remunerado XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 4.16) Remuneração do serviço extraordinário XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; Hora extra Superior no mínimo 50% a da normal. 4.17) Férias anuais XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal. Adicional de férias Pelo menos, 1/3 a mais do que o salário normal. 4.18) Licença à gestante / Licença paternidade XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; Licença maternidade o Duração de 120 dias Licença paternidade o Art. 7°, XIX “nos termos fixados em lei”. (*) RE 778.889/PE: Os prazos da licença-gestante não podem ser superiores aos prazos da licença-adotante, inclusive no que diz respeito às prorrogações. Tratamento isonômico o Gestante e adotante 4.19) Proteção ao mercado de trabalho da mulher XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; Obs: Negociação coletiva redução salarial compensação de horários redução da jornada turnos ininterruptos de revezamento 37 4.20) Aviso prévio XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei; Proporcional ao tempo de serviço Mínimo 30 dias 4.21) Segurança do trabalho XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; NRs- Normas regulamentadoras que buscam garantir saúde e segurança no trabalho. 4.22) Adicional de periculosidade / insalubridade / penosidade XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; 4.23) Aposentadoria XXIV – aposentadoria Benefício previdenciário 4.24) Assistência gratuita em creches e pré-escolas XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; 4.25) Negociação coletiva de trabalho XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Fonte do direito do trabalho 4.26) Proteção em face da automação XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 4.27) Seguro contra acidentes de trabalho XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa; Empregador que paga pelo seguro contra acidentes de trabalho o Sem excluir indenização. 4.28) Prescrição de créditos trabalhistas XXIX - ação, quanto aos créditos resultantesdas relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; Após extinção do contrato de trabalho, tem até 2 anos para entrar com a ação. o 2 anos = período para entrar na justiça. A partir do momento que ele entra com a ação, ele pega 5 anos antecedentes quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho. 38 4.29) Igualdade XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência; XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos; 4.30) Trabalho noturno, perigoso ou insalubre XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; 4.31) Trabalhador avulso XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso; OGMO- órgão gestão de mão de obra 5) Direitos Sociais Coletivos dos trabalhadores 5.1) Criação de Sindicato Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; Criação de sindicato o Independe de autorização estatal Ressalvado o registro 5.2) Princípio da Unicidade sindical II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; Único sindicato de categoria profissional ou econômica por base territorial. o Menor base territorial é a área de Município. Não existe sindicato de bairros 5.3) Substituição processual III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; Substituição processual o Parte do processo o Independe de autorização expressa dos filiados. 39 5.4) Contribuição confederativa IV - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei; Contribuição confederativa o Fixada pela Assembleia Geral o Facultativa Contribuição sindical o Fixada por Lei o Não é mais obrigatória (Reforma Trabalhista) (*) Súmula Vinculante nº 40: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. (*) ADI 5794/DF: A supressão do caráter compulsória da contribuição sindical não viola a autonomia sindical, nem caracteriza retrocesso social e violação aos direitos básicos do trabalhador. 5.5) Liberdade sindical V- ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 5.6) Participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho; 5.7) Participação dos aposentados em sindicatos VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais; 5.8) Estabilidade sindical (*) VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei; Dirigentes sindicais A partir do registro da candidatura o Até 1 ano após o final do mandato Aplica-se aos suplentes Não é absoluta, pode ser demitido o Falta grave 5.9) Direito de greve Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Servidores públicos o Eficácia limitada Lei específica Trabalhadores celetistas o Eficácia contida 40 5.10) Participação dos empregados Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. CNPS= Conselho Nacional de Previdência Social o Governo o Trabalhadores o Empregadores o Aposentados Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores. ˃ 200 empregados o Representante dos empregados Nacionalidade Direito de Nacionalidade 1) Conceito Vínculo jurídico-político. Povo ≠ população o Povo: nacionais brasileiros, engloba tanto os natos e os naturalizados. o População: todo mundo que mora naquele país. Dimensão vertical X dimensão horizontal o Dimensão vertical: aquela que liga o Estado (que está em cima), ao indivíduo (que está embaixo). O individuo terá uma serie de deveres perante o Estado. o Dimensão horizontal: reúne os indivíduos (povo). Os nacionais estão no mesmo patamar. 2) Nacionalidade X Cidadania Cidadãos: são aqueles que estão no pleno gozo dos direitos políticos (ter direito de votar e ser votado). 3) Atribuição de nacionalidade Competência o Estado soberano Atribuir nacionalidade Apátrida= heimatlos: aquele que não tem nenhuma nacionalidade. 3.1) Tipos de nacionalidade Nacionalidade originária o “fato natural” - nascimento Nacionalidade segundaria ou derivada o Decorre de um ato de vontade 3.2) Critérios “jus soli” 41 o Local do nascimento “jus sanguinis” o Filiação BR adotamos os dois critérios. Conflito positivo X Conflito negativo Multinacionalidade Apatridia 4) Atribuição de Nacionalidade pelo direito brasileiro 4.1) Nacionalidade Originária Brasileiros natos Art. 12. São brasileiros: I - natos: a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; “jus soli” o regra geral o Fica excluída quando: ambos os pais são estrangeiros + um deles ou ambos estão a serviço de SEU país. Art. 12. São brasileiros: I - natos: (...) b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; “jus sanguinis” + estar a serviço do Brasil Art. 12. São brasileiros: I - natos: (...) c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 1) “jus sanguinis” + registro em repartição brasileira (Consulados) 2) “jus sanguinis” + residência + opção pela nacionalidade. o Nacionalidade potestativa Opção feita perante a Justiça. Ação judicial proposta na Justiça Federal. Efeito “ex tunc”: considera brasileiro nato desde que nasceu. 4.2) Nacionalidade Derivada Brasileiros naturalizados Art. 12. São brasileiros: (...) 42 II- naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; Naturalização ordinária o Ato discricionário b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira; Naturalização extraordinária o Ato vinculado Direito subjetivo (se cumprir os requisitos) 5) Portugueses Residentes no Brasil “Quase- nacionalidade” Portugueses equiparados o Brasileiros naturalizados o Deve existir reciprocidade em favor dos brasileiros Art. 12. (...) § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição; 6) Condição Jurídica do Nacionalizado 6.1) Cargos Privativos de Brasileiro Nato Art. 12 (...) § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial das Forças Armadas; VII - de Ministro de Estado da Defesa. 6.2) Vagas no Conselho da República 6 vagas o Reservadas para brasileiros natos 6.3) Extradição de Brasileiros Natos e Brasileiros Naturalizados Brasileiro nato o Não pode ser extraditado. Brasileiro naturalizado o Pode ser extraditado Crime comum antes da naturalização Crime tráfico de drogas MP3.COM 43 6.4) Propriedade de empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora de sons e imagens Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. 70% do capital total e do capital votante o Brasileiros natos o Brasileiros naturalizados a mais de 10 anos. 7) Perda da Nacionalidade Art. 12 (...) §4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; Cancelamento da naturalização o Sentença judicial transitada em julgado o Perda dos direitos políticos (*) Reaquisição Ação rescisória II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: Aquisição voluntária de outra nacionalidade. Exceções: a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; Ex. brasileiro nato e é descendente de italiano. Itália reconheceu a nacionalidade originária para ele, ou seja, ele será brasileiro nato e italiano nato (dupla nacionalidade). b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; Ex. um brasileiro se mudou para Suíça, e ele se apaixonou por uma moça suíça, ele queria se casar com ela, mas para ele se casar com ela, ele precisava ser suíço. Nesse caso existe uma imposição de naturalização como condição para o exercício dos direitos civis que é o direito de se casar. Ex. um brasileiro nato jogador de futebol, foi contratado para jogar na Ásia ficou 1 ano lá e amou o país, porém, para ele ficar mais que 1 ano a legislação desse pais, informa que ele tem que se naturalizar. Diante disso para permanência no país, ele terá que se naturalizar. Obs: se o brasileiro nato perder a nacionalidade poderá ser extraditado. (*) Reaquisição Acontecerá por Decreto Executivo. 44 8) Língua e símbolos oficiais Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil. § 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. BA HI AS § 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios. Administração Pública 1) Conceito de Administração Pública Não se limita ao Poder Executivo. Abrange todos os Poderes Abrange todos os entes federativos 1.1) Administração Pública em sentido amplo Abrange órgãos e entidades que exercem função administrativa o Tarefas relacionada a prestação de serviços públicos Abrange órgãos que exercem função política o Função de diretrizes para as políticas públicas e ação governamental 1.2) Administração Pública em sentido estrito Abrange apenas órgãos e entidades que exercem função administrativa 1.3) Administração Pública em sentido subjetivo Ligada aos sujeitos Perspectiva formal/ orgânica. Órgãos públicos (Administração direta) Entidades da Administração Indireta o Autarquias, Fundações públicas, Empresas Públicas, Sociedades de economia mista (*) Empresa Pública e Sociedades de economia mista que exploram atividade econômica elas integram a Administração Pública em sentido subjetivo. 1.4) Administração Pública em sentido objetivo Ligada as atividades Perspectiva material Atividades administrativas o Fomento: estímulo a iniciativa privada o Polícia administrativa: atividade de restrição aos direitos fundamentais o Prestação de serviço público o Intervenção: atividade de regulação/ fiscalização sobre os particulares Órgãos públicos Entidades da Administração Indireta o Apenas aquelas que desempenham função administrativa Concessionarias e permissionárias de serviço público. (*) Empresa Pública e Sociedades de economia mista que exploram atividade econômica elas NÃO integram a Administração Pública em sentido objetivo. 45 2) Organização da Administração Pública 2.1) De que formas o Estado pode exercer suas tarefas administrativas? Centralizadamente o Administração direta Órgãos Públicos Descentralizadamente o Administração indireta o Autarquias, Fundações, Empresas Públicas, Sociedades de economia mista Autarquias: Pessoas Jurídicas de Direito Público Criadas por lei INSS Fundações Públicas Direito Público o Criada por lei o Natureza de autarquia (fundações autárquicas) Direito Privado o Autorizadas por lei Empresas Públicas Pessoas Jurídicas de Direito Privado Capital 100% público Autorizadas por lei Sociedades de economia mista Pessoas Jurídicas de Direito Privado Sociedades anônimas Autorizadas por lei Capital não é 100% público Art. 37, CF (...) XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; (*) Concentração x Desconcentração Concentração o Inverso da desconcentração o Ex. extingue um Ministério, Secretária, Órgão. Desconcentração o Técnica de distribuição interna de competências o Dentro de uma mesma Pessoa Jurídica o Pode ocorrer na Adm. Direta e Indireta (internamente) o Ex. criação de um Ministério, Secretária ou Órgão. 46 2.2) Regime jurídico da Administração Regime jurídico de direito público Regime jurídico de direito privado