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DIREITO CIVIL OBRIGAÇÕES – PARTE II Livro Eletrônico PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Jéssica Sousa, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima REVISOR: Equipe Gran Online DIAGRAMADOR: Antonio Jr. CAPA: Washington Nunes Chaves Gran Cursos Online SBS Quadra 02, Bloco J, Lote 10, Edifício Carlton Tower, Sala 201, 2º Andar, Asa Sul, Brasília-DF CEP: 70.070-120 Capitais e regiões metropolitanas: 4007 2501 Demais localidades: 0800 607 2500 Seg a sex (exceto feriados) / das 8h às 20h www.grancursosonline.com.br/ouvidoria TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe ração de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor. © 12/2018 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br/ouvidoria DICLER FORESTIERI Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex- Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ (aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE- AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Municipal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 4 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri SUMÁRIO Obrigações (Parte II) ..................................................................................5 Adimplemento, extinção e inadimplemento das obrigações ...............................5 1. Adimplemento e Extinção das Obrigações ...................................................5 2. Inexecução das Obrigações ....................................................................36 Questões de Concurso ...............................................................................54 Gabarito ..................................................................................................81 Questões Comentadas ...............................................................................82 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 5 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri OBRIGAÇÕES (PARTE II) ADIMPLEMENTO, EXTINÇÃO E INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 1. Adimplemento e Extinção das Obrigações O pagamento é a forma normal de extinção da obrigação por meio do cumpri- mento da prestação devida e, também, do chamado pagamento indireto, que pro- voca igualmente a extinção da obrigação por outra via que não seja o cumprimento da prestação devida. Além disso, a obrigação também pode ser extinta sem o paga- mento. A tabela a seguir sintetiza o assunto. Depois, faço os devidos comentários: FORMAS DE EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES 1. PAGAMENTO DIRETO É a forma voluntária de extinção da obrigação por meio do cumprimento da prestação devida. 2. FORMAS ESPECIAIS DE PAGAMENTO • Pagamento por consignação; • Pagamento com sub-rogação; e • Imputação do pagamento. 3. PAGAMENTO INDIRETO • Dação em pagamento; • Novação; • Compensação; e • Confusão. 4. EXTINÇÃO SEM PAGAMENTO • Prescrição: acarreta o fim do direito de se exigir o cumprimento da obrigação; • Advento do termo: faz cessar os efeitos do ato negocial; • Implemento de condição: faz cessar os efeitos do ato negocial; e • Remissão: o credor perdoa ou dispensa graciosamente o devedor de pagar a dívida. 5. EXTINÇÃO JUDICIAL É a forma involuntária de extinção da obrigação por meio do cumprimento da prestação devida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 6 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Pagamento Direto ou Execução Voluntária O pagamento é momento em que o devedor atende ao seu dever jurídico. Como vimos, pode ser em um único instante ou por meio de uma ação continuada como acontece nas obrigações sucessivas, em muitas das obrigações de fazer e, em al- gumas, de não fazer. São requisitos essenciais para a validade do pagamento: • a existência do vínculo obrigacional que foi estudado na aula anterior; • a intenção de solvê-lo, já que o pagamento decorre de uma ação vo- luntária; • o cumprimento exato da prestação: o devedor só se libera pagando exa- tamente o que deve e o credor não pode ser compelido a receber coisa diver- sa da pactuada mesmo que mais valiosa (art. 313 do CC); Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. Além disso, o devedor não pode compelir o credor a receber em partes aquilo que foi convencionado de ser pago por inteiro (art. 314 do CC), da mesma forma que o devedor deve satisfazer a execução pelo modo devido, pontualmente e no lugar determinado. Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou. • a pessoa que efetua o pagamento (solvens); e • a pessoa que recebe o pagamento (accipiens). Para você não confundir quem é o solvens e quem é o accipiens, existe um “jei- tinho” para decorar. Normalmente, quem recebe o pagamento é o credor e quem o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 7 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri efetua é o devedor. Perceba que accipiens possui duas letras “c” juntas e que credor também come- ça com a letra “c”. Sendo assim, faça a associação: ACCIPIENS → CREDOR Consequentemente, o solvens só pode ser o outro (devedor). REQUISITOS PARA A VALIDADE DO PAGAMENTO Existência do vínculo obrigacional. Intenção de solvê-lo. Cumprimento exato da prestação. Pessoa que efetua o pagamento (solvens). Pessoa que recebe o pagamento (accipiens). Nos próximos pontos, vamos abordar o assunto pagamento da forma com que aparece no Código Civil, ou seja, no capítulo que trata do pagamento existem cinco seções: • de quem deve pagar; • daqueles a quem se deve pagar; • do objeto do pagamento e sua prova; • do lugar do pagamento; • do tempo do pagamento. Elementos Subjetivos do Pagamento: Solvens e o Accipiens Deve-se ter cuidado para não denominaros elementos subjetivos do pagamen- to como credor e devedor, pois é possível que outras pessoas, diferentes do deve- dor, paguem a dívida; ao mesmo tempo que outras pessoas, diferentes do credor, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 8 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri podem receber. Dessa forma, podem efetuar o pagamento: • o devedor (é o mais comum); • o terceiro interessado (art. 304, caput do CC); e • o terceiro não interessado (art. 304, parágrafo único, do CC). A confirmação dessas informações é feita pelo art. 304 do CC: Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. O terceiro interessado representa a pessoa que tem interesse patrimonial na extinção da dívida, tal como o fiador, o avalista e o adquirente de imóvel hi- potecado. Havendo o pagamento por essa pessoa, há sub-rogação automática (sub-rogação legal) nos direitos do credor, com a transferência de todas as ações, exceções e garantias que detinha o credor primitivo. No que se refere ao terceiro não interessado, este não tem o mesmo inte- resse jurídico na solução da dívida, mas mero interesse moral ou econômico. O terceiro não interessado tem direito de reembolso do que pagar, se o fizer em seu próprio nome, mas não se sub-roga nos direitos do credor. Assim, se o terceiro fizer o pagamento em nome e em conta do devedor, sem oposição deste, não terá direito a nada, pois é como se fizesse uma doação, um ato de liberalidade. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do cre- dor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 9 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri O pai que paga a dívida do filho não é considerado um terceiro interessado na dí- vida, portanto, não irá sub-rogar os direitos do credor. Para ser considerado inte- ressado na dívida, deve haver uma relação jurídica com repercussão econômica, como, por exemplo, o fiador que paga a dívida do locatário, ou seja, o simples grau de parentesco não faz com que uma pessoa seja considerada um terceiro interes- sado na dívida de outro. Nos termos do art. 306 do CC, só é possível o direito do terceiro se reembolsar se o pagamento houver sido feito em seu próprio nome, com conhecimento e sem oposição do devedor. Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do de- vedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. A lei, como se percebe, ataca as consequências do pagamento realizado por terceiro (interessado ou não interessado) sem o conhecimento ou mesmo com a oposição do devedor, nas hipóteses em que tinha meios para inibir a cobrança, como se daria no caso de dispor de defesas pessoais ou gerais contra o credor, tais como o instrumento de quitação, a prescrição da pretensão creditória ou nulidade do título. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de não extinguir a obrigação. Pode também ser efetuado aos sucessores a tí- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 10 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri tulo universal ou particular. Entretanto, considera-se válido o pagamento feito a terceiro quando: • for ratificado pelo credor; • se reverter em proveito do credor; ou • for feito a credor putativo, desde que haja boa-fé. Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Em qualquer hipótese, deve o pagamento ser feito à pessoa capaz de fornecer a devida quitação, sob pena de não valer. Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. No que se refere ao pagamento feito ao credor putativo (imaginário), a lei condiciona a eficácia da extinção da obrigação a dois requisitos: ter o accipiens a aparência de verdadeiro credor (exemplos: herdeiro aparente, procurador cujo mandato foi revogado sem conhecimento de terceiros; ou o herdeiro que vem a ser afastado por indignidade etc.) e estar o solvens de boa-fé. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado de- pois que não era credor. Sobre o pagamento feito a menor, o Código menciona “pagamento ciente- mente feito ao credor incapaz de quitar”, dessa forma, se conclui que, se o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 11 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri solvens desconhecia, sem culpa, a incapacidade do credor, o cumprimento será válido, ainda que o accipiens tenha dissipado ou malbaratado o valor da prestação recebida. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Por meio do art. 311 do CC, a lei estabelece uma presunção juris tantum (relati- va) de que o portador da quitação seja autorizado a receber o pagamento, salvo se as circunstâncias afastarem a presunção relativa deste mandato tácito (como, por exemplo, constar na quitação assinatura aparentemente falsificada). Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. Elementos Objetivos do Pagamento: do Objeto e da Prova O objeto do pagamento é a prestação. O credor não é obrigado a receber outra, diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa (caso o credor concorde em receber uma prestação diferente da que foi pactuada inicialmente, haverá uma dação em pagamento – art. 356 do CC). Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, o pagamento não pode ser efetuado por partes, se assim não se ajustou, nem o devedor é obrigado a receber dessa forma (art. 314 do CC). Além disso, o pagamento em dinheiro é a forma mais importante e na qual to- das as demais podem transformar-se. Por meio do art. 315 do CC,se depreende o princípio do nominalismo, que regula as denominadas dívidas de dinheiro. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 12 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. Por força dessa regra, assevera Carlos Roberto Gonçalves, considera-se “como valor da moeda o valor nominal que lhe atribui o Estado, no ato de emissão ou cunhagem. De acordo com o referido princípio, o devedor de uma quantia em di- nheiro libera-se entregando a quantidade de moeda mencionada no contrato ou no título da dívida, e em curso no lugar do pagamento, ainda que desvalorizada pela inflação, ou seja, mesmo que a referida quantidade não seja suficiente para a com- pra dos mesmos bens que podiam ser adquiridos, quando contraída a obrigação”. Nada impede, outrossim, a adoção de cláusulas de escala móvel (ex.: índices da FGV: INCC, IGPM etc.) para que se realize a atualização monetária da soma devida, segundo critérios escolhidos pelas próprias partes. Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. A correção judicial do contrato em decorrência de motivo superveniente imprevisível está prevista no art. 317 do CC. Destaca-se que, aqui, a teoria da imprevisão, ou seja, o desequilíbrio contratual precisa ter sido provocado por uma causa imprevisível. Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação. Sobre a possibilidade de o juiz corrigir um contrato com fundamento na teoria da imprevisão, devemos mencionar uma jurisprudência antiga, mas muito importante. CIVIL. TEORIA DA IMPREVISÃO. A ESCALADA INFLACIONARIA NÃO É UM FATOR IMPREVISÍVEL, TANTO MAIS QUANDO AVENÇADA PELAS PARTES A INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA. PRECEDENTES. RECURSO NÃO CONHECIDO. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 13 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri REsp 87226/DF, Rel. Min. Costa Leite, 3ª. Turma, j. 21.5.1996, DJ 5.8.1996. Concluímos que a inflação não pode ser vista como elemento imprevisível por força da jurisprudência do STJ. Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, ex- cetuados os casos previstos na legislação especial. Em regra, a convenção do pagamento em ouro ou em moeda estrangei- ra não é permitida. Entretanto, existem exemplos na legislação especial que, excepcionalmente, permitem o pagamento em moeda estrangeira, tal como no Decreto-Lei n. 857/1969. Art. 1º São nulos de pleno direito os contratos, títulos e quaisquer documentos, bem como as obrigações que exequíveis no Brasil, que estipulem pagamento em ouro, em moeda estrangeira, ou, por alguma forma, restrinjam ou recusem, nos seus efeitos, o curso legal do cruzeiro. Art. 2º Não se aplicam as disposições do artigo anterior: I – aos contratos e títulos referentes a importação ou exportação de mercadorias; II – aos contratos de financiamento ou de prestação de garantias relativos às operações de exportação de bens de produção nacional, vendidos a crédito para o exterior; III – aos contratos de compra e venda de câmbio em geral; IV – aos empréstimos e quaisquer outras obrigações cujo credor ou devedor seja pes- soa residente e domiciliada no exterior, excetuados os contratos de locação de imóveis situados no território nacional; V – aos contratos que tenham por objeto a cessão, transferência, delegação, assunção ou modificação das obrigações referidas no item anterior, ainda que ambas as partes contratantes sejam pessoas residentes ou domiciliadas no país. Parágrafo único. Os contratos de locação de bens móveis que estipulem pagamento em moeda estrangeira ficam sujeitos, para sua validade a registro prévio no Banco Central do Brasil. A quitação é o documento que certifica a ocorrência do pagamento, é o instru- mento que prova a extinção da obrigação. Situações em que são permitidos pagamento em ouro ou em moeda estrangeira. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 14 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamen- to, enquanto não lhe seja dada. A quitação sempre pode ser dada por instrumento particular, mesmo que a obrigação resulte de um instrumento público. Dessa forma, caso seja adquirido um apartamento por um contrato de compra e venda formalizado por uma escritura pública, a quitação dessa compra poderá ser dada por um instrumento particular. Além disso, nela devem constar o valor e a espécie da dívida, o nome do devedor, o tempo e o lugar onde o pagamento se deu, e a assinatura do credor, ou de quem o represente. Vejamos o que o art. 320 do CC dispõe sobre a quitação: Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu repre- sentante. Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida. Se ocorrer o extravio do título no qual conste a obrigação impossibilitan- do o credor devolvê-lo ao devedor, deverá ser exigido, pelo devedor, uma decla- ração circunstanciada do título extraviado que o inutilize e quite o débito existente. Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, po- derá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido. Temos, a seguir, a presunção relativa (juris tantum) de pagamento das parcelas anteriores quando a última estiver paga. Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabe- lece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. Se no recibo não for mencionado nada sobre os juros, presume-se que estão pagos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 15 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos. Se a obrigação for oriunda de um título de crédito (nota promissória, letra de câmbio etc.), a devolução do mesmo ao devedor acarreta presunção relativa de que o pagamento foi feito. Entretanto, o credor dispõede 60 dias para provar que não houve o pagamento (título furtado pelo devedor). Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento. Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em ses- senta dias, a falta do pagamento. O credor tem o direito de receber a prestação livre de qualquer encargo ou dis- pêndio; dessa forma, as despesas com pagamento e a quitação, salvo estipulação em contrário, presumir-se-ão a cargo do devedor. Entretanto, se o credor se mudar, por exemplo, o aumento da despesa com o transporte deverá ser custeado por ele. Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quita- ção; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida. Você sabia que a arroba (unidade de peso), em alguns lugares, equivale a 12 quilos e, em outros, a 15 quilos, bem como que o alqueire (medida de superfície) em São Paulo mede 24.200 m2 e em Minas Gerais vale 48.400 m2? No silêncio das partes, entende-se que, se uma compra de uma fazenda com 10 al- queires for realizada em São Paulo, então a dimensão da fazenda será de 242.000 m2. Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução. Segue quadro ilustrativo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 16 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Do Local do Pagamento Algumas vezes, o instrumento que originou a obrigação determina o domicílio do pagamento, mas se não estiver claramente definido, a regra é de que o paga- mento deve ser feito no domicílio do devedor (in dubio pro devedor). Porém, se houver a designação de dois ou mais locais de pagamento (local alternativo), caberá ao credor eleger o que lhe for mais conveniente para receber o débito (ex- ceção à regra in dubio pro devedor). Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obriga- ção ou das circunstâncias. Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. Nesse ponto, quero sua total atenção. Na aula anterior, estudamos o 3º man- damento do direito das obrigações: havendo dúvida, deve-se resolver em favor do devedor. Ou seja, in dubio, pro devedor. Entretanto, aqui temos uma exceção a essa regra, pois, se forem designados dois ou mais lugares para se efetuar o pagamento de uma obrigação, caberá ao credor escolher. REGRA EXCEÇÃO O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 17 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Sobre a obrigação que tem um imóvel como objeto, é óbvio que o pagamento será feito no local onde o bem estiver situado. Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações re- lativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem. É interessante fazermos uma distinção entre a dívida quesível (quérable) e a dívida portável (portable). Quesível é a dívida que se paga, por princípio, no do- micílio do devedor. Portável é a dívida que se paga no domicílio do credor. A regra geral é que a dívida seja normalmente quesível, isto é, deve ser paga no domicílio do devedor. Compete ao credor, portanto, ir até lá para receber o paga- mento. DÍVIDA QUESÍVEL (quérable) PAGA NO DOMICÍLIO DO DEVEDOR (é a REGRA) DÍVIDA PORTÁVEL (portable) PAGA NO DOMICÍLIO DO CREDOR (é EXCEÇÃO) Em caso de motivo grave (ex.: doença, calamidade pública, inundação etc.), o pagamento pode ser feito em local diverso do convencionado. Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar deter- minado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor. Se o pagamento é feito reiteradamente em lugar diferente do estipulado, presu- me-se renúncia do credor ao local do pagamento previsto no contrato. Isso repre- senta uma alteração tácita do local estipulado no contrato. Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Dessa forma, o credor sofrerá a supressio e o devedor terá a surrectio. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 18 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri SUPRESSIO Refere-se ao fenômeno da supressão de determinados direitos pelo decurso do tempo. Ex.: com o pagamento sendo feito reiteradamente no local Y, o credor perderá o direito a receber o pagamento no local X (ajus- tado no contrato). SURRECTIO De forma inversa, refere-se ao fenômeno do nascimento de determinados direitos pelo decurso do tempo. Ex.: com o pagamento sendo feito reiteradamente no local Y, o devedor irá adquirir o direito a receber o pagamento no local y (diferente do ajustado no contrato). Do Tempo do Pagamento Quando houver estipulação da data de pagamento, a dívida, em regra, deve ser paga no dia do vencimento, salvo se houver antecipação do vencimento por conveniência do devedor ou em virtude de lei. Se o contrato for omisso, o credor pode exigir o pagamento do débito imediata- mente e, caso se trate de obrigação condicional, no dia do implemento da condição. Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente. Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor. De acordo com o art. 333 do CC, em situações excepcionais é possível a co- brança antecipada da dívida. Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo esti- pulado no contrato ou marcado neste Código: I – no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores; II – se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor; III – se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes. Vamos ver uma questão sobre o assunto tratado até o momento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 19 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 1 (FGV/ICMS-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação ao pagamento, analise as afirmativas a seguir. I – Terceiros não interessados podem pagar a dívida em seu próprio nome, des- de que esteja vencida. II – O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, a não ser que seja substancialmente mais valiosa. III – Opagamento cientemente feito a credor incapaz de quitar não vale, a não ser que o devedor prove que o pagamento efetivamente reverteu em bene- fício do credor. Assinale: a) se todas as afirmativas estiverem corretas. b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. e) se somente a afirmativa III estiver correta. Letra e. I. Errado. De acordo com o art. 305, parágrafo único do CC, o terceiro não interes- sado pode pagar a dívida antes ou depois do vencimento, porém, se pagar antes, só terá direito ao reembolso a partir da data de vencimento. II. Errado. Segundo o art. 313 do CC, mesmo a prestação diversa sendo mais va- liosa, o credor não é obrigado a recebê-la. III. Certo. De acordo com o art. 310 do CC. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 20 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Do Pagamento Indevido Pagamento indevido é uma das formas de enriquecimento ilícito, por decorrer de uma prestação feita por alguém com o intuito de extinguir uma obrigação erro- neamente pressuposta, gerando ao accipiens (aquele que recebe), por imposição legal, o dever de restituir, uma vez estabelecido que a relação obrigacional não existia, tinha cessado de existir ou que o devedor não era o solvens (aquele que paga) ou o accipiens não era o credor. O indébito pode ser de duas espécies: • Objetivo: se o devedor paga dívida inexistente, ou que já foi paga; • Subjetivo: se há uma dívida que é paga por quem não é devedor ou a quem não é credor. Formas Especiais de Pagamento Consignação em Pagamento Muitas vezes, o credor se recusa a receber ou dar a quitação. Para isso, o sistema processual criou uma técnica chamada de consignação em pagamento, que é uma forma de pagamento indireto. É um instituto de direito material e de direito processual. Apesar do assunto estar previsto no Código Civil, é nos arts. 539 a 549 do Novo CPC que está previsto o modo de fazê-la. Define-se como o depósito judicial ou em estabelecimento bancário (extraju- dicial) da coisa devida, realizada pelo devedor com causa legal. Trata-se de paga- mento compulsório, só admitido excepcionalmente, ou melhor, representa meio especial concedido ao devedor para liberar-se da obrigação. Só nas obrigações de fazer e de não fazer, pela sua natureza, descabe a consignação; nas demais O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 21 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri obrigações, cabe também para valores em dinheiro, para coisas móveis e coisas imóveis. A seguir, os arts. 334 a 345, que tratam do assunto: Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. As situações em que a consignação em pagamento pode ser utilizada estão pre- vistas no art. 335 do CC. Art. 335. A consignação tem lugar: I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II – se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; III – se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; IV – se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento. Vamos utilizar o inciso V para criar um exemplo. Imagine que João esteja de- vendo um valor para Paulo. João afirma que o valor é de R$ 1.000,00 e Paulo afirma que o valor é de R$ 1.500,00. Percebe-se que há um litígio sobre o objeto do pa- gamento. Com isso, para que os juros parem de fluir e para se ver livre da dívida, João pode realizar o pagamento em consignação de R$ 1.000,00. Caso o resultado do litígio aponte que o valor da dívida é maior, João deverá pagar juros e atualiza- ção monetária apenas sobre a diferença. Vejamos outros artigos sobre o assunto: Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento. Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improce- dente. Os arts. 338 a 340 do CC tratam do levantamento do depósito e têm relativa incidência em provas de concursos. Vejamos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 22 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsis- tindo a obrigação para todas as consequências de direito. Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e fiadores que não tenham anuído. Levantar o depósito significa retirar o valor que havia sido depositado para ser- vir como pagamento em consignação. Conforme os artigos anteriores, podemos perceber três momentos para levantamento do depósito: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 23 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri MOMENTOS PARA LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO 1) Antes de qualquer manifestação judicial pelo credor (art. 338 do CC). O legislador permite ao devedor levantar a prestação consignada enquanto o credor não se mani- festar sobre o depósito. Lembrando que, se optar o devedor por tal levantamento, volta à posição anterior à consignação, pois a obrigação não se extingue dessa forma. 2) Após a aceitação ou a impugnação judicial do depósito pelo credor (art. 340 do CC). Se o credor recusar depósito, o levantamento não poderá mais ocorrer sem a sua anuência. Se, no entanto, vier a concordar com a sua efetivação, concede ele novo crédito ao devedor, em subs- tituição ao anterior. Em consequência, ficam desobrigados os codevedores e fiadores por não ser justo que se vejam obrigados a reassumir o risco da dívida por conta de uma opção do credor. Como a consignação tem efeito de pagamento, se o credor aceita o depósito, a dívida se extin- gue. Se depois de aceitar o depósito o credor concorda com o levantamento do depósito efetuado pelo devedor, surge uma nova dívida-fenômeno chamada de novação.Consequentemente, há a liberação dos fiadores e codevedores do débito anterior que não tenham anuído. 3) Após a sentença que julgou procedente a ação (art. 339 do CC). Nesse caso, só haverá levantamento com a anuência dos codevedores e fiadores, pois estes já se encontram exonerados da obrigação visto que esta se extinguiu com a procedência da ação. Se o credor consente em que se levante a prestação consignada, tal ato não faz com que ressus- cite a dívida extinta, faz surgir uma outra obrigação com a qual fiadores e codevedores não tem qualquer ligação. Para finalizar, seguem os artigos restantes sobre o tema: Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada. Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor. Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento. Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mu- tuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 24 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Sub-rogação Em sentido amplo, sub-rogar é colocar uma coisa em lugar de outra, ou uma pessoa em lugar de outra. Duas são as espécies de sub-rogação: a sub-rogação real (coisas) e a pessoal (pessoas). Na sub-rogação real, verifica-se a substituição de uma coisa por outra, ficando a segunda em lugar da primeira, com os mesmos ônus e atributos. Assim acontece nos casos de sub-rogação de vínculos que recaiam sobre bens inalienáveis. Na sub-rogação pessoal, ocorre substituição de uma pessoa por outra, ressalvando-se a esta os mesmos direitos e ações que àquela competiam. É da sub-rogação pessoal que se ocupa o Código Civil, no capítulo do pagamento com sub-rogação. Exemplo de sub-rogação: cessão de direitos creditórios daquele que pagou a obrigação alheia ou emprestou a quantia necessária para o pagamento que satisfez o credor; esse terceiro sub-roga-se em nome do credor, de modo que o devedor não se desonera do vínculo obrigacional. A obrigação estará extinta para o antigo credor, apenas, que não mais poderá cobrá-la – em tese, então, não extingue a obrigação, mas provoca apenas a substituição do sujeito passivo. Vejamos o exemplo gráfico a seguir: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 25 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri A sub-rogação parece ser uma cessão de crédito, pois, aqui, também há uma alteração subjetiva da obrigação (o devedor passa a ter que pagar o terceiro), mas não é cessão por diversas razões: • a cessão de crédito independe de pagamento, a sub-rogação depende; • a cessão de crédito visa lucro, a sub-rogação não (art. 350 do CC); Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor. • a sub-rogação dispensa notificação do devedor, a cessão de crédito não (art. 290 do CC); Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou parti- cular, se declarou ciente da cessão feita. • na sub-rogação, não há transferência, legal ou convencional, do direito credi- tório, ao passo que a cessão sempre será feita por um ato consensual. Trata-se de um instituto autônomo, mediante o qual o crédito, com o pagamen- to feito pelo terceiro, se extingue ante o credor satisfeito, mas não em relação ao devedor, tendo-se apenas uma substituição legal ou convencional do sujeito ativo. A sub-rogação é, pois, uma forma de pagamento que mantém a obrigação, apesar de haver a satisfação do primitivo credor. A sub-rogação pode ser legal, quando imposta por lei (art. 346 do CC), ou con- vencional (art. 347 do CC): quando resultar de acordo de vontade entre o credor e terceiro, e entre o devedor e terceiro. Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito (legal), em favor: I – do credor que paga a dívida do devedor comum; II – do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 26 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri III – do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Art. 347. A sub-rogação é convencional: I – quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere to- dos os seus direitos; II – quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satis- feito. Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito. Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores. Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-roga- do, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. Imputação do Pagamento Sempre que uma pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma nature- za, a um só credor, puder indicar a qual deles oferece pagamento ficará caracteri- zada a imputação do pagamento. Ocorrerá a extinção do débito a que se referir a imputação, bem como todas as garantias reais e pessoais. Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. De acordo com o art. 353 do CC, a imputação de pagamento pressupõe cinco elementos: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 27 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITOCIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri • dualidade ou multiplicidade de débitos; • identidade de credor e de devedor; • os débitos devem ser da mesma natureza; • devem ser ainda líquidos e estarem vencidos; • o pagamento deve cobrir qualquer desses débitos. No esquema gráfico acima, imagine que o devedor tenha três dívidas (A, B e C) com o credor e que seja feito o pagamento no valor de R$ 1.500,00. A imputação do pagamento nada mais é do que indicar qual das dívidas está(ão) sendo paga(s). A imputação do pagamento pode ser feita: • Pelo devedor (a regra): arts. 314, 352 e 353 do CC; • Pelo credor: art. 353 do CC; • Em razão de determinação legal: art. 355 do CC. Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quan- to à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 28 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Um ponto que muitas pessoas confundem diz respeito ao art. 354 do CC: Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros ven- cidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a qui- tação por conta do capital. Diante de duas dívidas, a regra é imputar o pagamento, primeiramente, à dívida de juros e, posteriormente, ao capital principal. Formas de Pagamento Indireto Dação em Pagamento A dação em pagamento é um acordo firmado entre devedor e credor, por via da qual o credor concorda em receber do devedor, para desobrigá-lo de uma dívida, objeto distinto daquele que constituiu a obrigação. É o que acontece quando João deve R$ 10.000,00 a José e este concorda em receber cinco cavalos ao invés da quantia original. Seus requisitos são: • existência de um débito vencido; • intenção de solver o débito; • diversidade do objeto oferecido em relação ao devido; • concordância do credor, expressa ou tácita. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as par- tes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 29 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros. Novação Novação é a substituição de uma dívida por outra, ocorrendo a mera substitui- ção e não a extinção da obrigação. Trata-se de um ato que cria uma nova obri- gação destinada a extinguir a precedente, substituindo-a. Para que ocorra, será preciso: • existência de obrigação anterior, que se extingue com a constituição de nova, que vem a substituí-la (obligatio novanda); • criação dessa nova obrigação, em substituição à anterior, que se extingue; • capacidade, legitimação e intenção de novar. São três os modos pelos quais se opera a novação: • pela mudança de objeto da prestação; • pela mudança do devedor; • pela mudança do credor. Assim, podemos concluir que a novação pode ser: • Objetiva ou real (art. 360, I, do CC): quando há mutação do objeto devido entre as mesmas partes; • Subjetiva ou pessoal (arts. 360, I e II, do CC): quando há mutação de um ou ambos os sujeitos da obrigação, dividindo-se em: – novação subjetiva ativa (mudança do credor); – novação subjetiva passiva por delegação (mudança do devedor com o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 30 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri consentimento do antigo devedor); ou – novação subjetiva passiva por expromissão (sem o consentimento do antigo devedor); • Mista: quando ocorre a mudança do objeto e de, pelo menos, um dos sujei- tos da relação. Art. 360. Dá-se a novação: I – quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a an- terior; (novação objetiva) II – quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; (novação subjetiva passiva) III – quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, fican- do o devedor quite com este. (novação subjetiva ativa) Vale mencionar que não se caracteriza novação: • quando for feita simples redução do montante da dívida; • mera tolerância do credor não importa manifestação da vontade de novar; • não ocorre novação quando o credor tolera que o devedor lhe pague parce- ladamente; • quando há modificação da taxa de juros. Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira. Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste. Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação re- gressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição. Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não hou- ver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação. Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 31 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o de- vedor principal. Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de nova- ção obrigações nulas ou extintas. É importante frisar que a novação extingue uma obrigação, mas cria uma nova em seu lugar. Compensação Compensação é a extinção de duas obrigações, cujos credores são, ao mesmo tempo, devedores um do outro. Ou, ainda, o simples desconto que reciprocamente se faz no que duas pessoas devem uma à outra. Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas pres- tações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especi-ficada no contrato. Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado. Seus requisitos são: • reciprocidade das dívidas; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 32 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri • que elas sejam líquidas e vencidas; • que sejam homogêneas, isto é, da mesma natureza; • que não haja renúncia prévia de um dos devedores ou cláusula expressa ex- cluindo essa possibilidade; • que se observe a norma relativa a imputação do pagamento se houver vários débitos compensáveis; • que não traga prejuízos a terceiros. Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a com- pensação. Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: I – se provier de esbulho, furto ou roubo; II – se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; III – se uma for de coisa não suscetível de penhora. Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas. Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever. Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente. Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação. Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão ob- servadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento. Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. Confusão Ocorrerá quando a mesma pessoa for credora devedora de si mesma. A confu- são pode verificar-se a respeito de toda a dívida (confusão total ou própria) ou só de parte dela (confusão parcial ou imprópria). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 33 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri É o que ocorre quando um filho deve uma prestação ao seu pai e antes de pa- gá-lo, ele falece, tornando-se o único herdeiro. Nesse caso, o crédito do pai passará para o filho por ocasião da sucessão hereditária e o filho será ao mesmo tempo credor e devedor. Também ocorre a confusão quando uma empresa devedora é incorporada pela empresa credora. Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qua- lidades de credor e devedor. Art. 382. A confusão pode verificar-se a respeito de toda a dívida, ou só de parte dela. Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. Art. 384. Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior. Extinção sem o Pagamento Dentre as formas de extinção da obrigação sem o pagamento (prescrição, advento do termo, implemento de condição, e remissão), merece destaque a última. Remissão Remissão é a liberação graciosa de uma dívida, ou a renúncia efetuada pelo credor, que espontaneamente abre mão de seu crédito. Significa perdão da obri- gação, isto é, dar-se a obrigação por paga. É palavra que tem origem no verbo remitir (perdoar) e não deve confundir-se com remição que vem de remir (pagar). A remissão consiste, portanto, em renúncia por parte do credor do crédito a que tinha direito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 34 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova desoneração do devedor e seus coobrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de adquirir. Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a extinção da dívida. Art. 388. A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida. Vejamos outras questões sobre o assunto. Questão 2 (FGV/BESC/ADVOGADO/2004) Pafúncio é devedor da quantia de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) ao Banco da Praça S.A. Aconselhado pelo ge- rente do Banco, Pafúncio contraiu nova dívida no valor de R$ 1.100.000,00 (um milhão e cem mil reais) para quitar, extinguir e substituir a dívida anterior. Do ponto de vista do direito das obrigações, nesse caso ocorreu uma: a) transação b) remissão c) compensação d) dação em pagamento e) novação Letra e. Pelo enunciado da questão, uma nova dívida foi adquirida para substituir a dívida O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 35 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri antiga. Como, apenas o objeto da dívida (R$ 1.100.000,00) foi alterado, então ocorreu uma novação objetiva. Art. 360. Dá-se a novação: I – quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a an- terior; [...]. Questão 3 (FCC/TRT-15ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2009) João está obriga- do por três débitos da mesma natureza a um só credor, todos líquidos e vencidos, e se dispõe a oferecer quantia em pagamento. O instituto que lhe dá o direito de indicar a qual desses débitos oferece pagamento denomina-se a) compensação. b) dação em pagamento. c) novação. d) imputação do pagamento. e) pagamento em consignação. Letra d. Ocorrerá a imputação do pagamento sempre que a pessoa obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, puder indicar a qual deles ofere- ce em pagamento. Extingue o débito a que se refere, bem como todas as garantias reais e pessoais. Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 36 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri 2. Inexecução das Obrigações Existem várias formas para uma obrigação ser descumprida. Vejamos alguns artigos sobre o assunto: Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. Nas obrigações negativas (de não fazer), o inadimplemento ocorre a partir do momento que o devedor executa o ato que disse não praticar. Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor. Todos os bens do devedor podem ser executados no caso de não cumprir com uma obrigação. Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. Nos contratos benéficos (em que apenas um dos contratantes aufere vanta- gens), devemos observar que, havendo inadimplemento, o contratante beneficiado responde por simples culpa. Por outro lado, o contratante que não se beneficia, só responde pelo inadimplemento se agir com dolo. O inadimplemento ou inexecução das obrigações pode ser culposo ou fortuito. Inadimplemento culposo (voluntário): decorre de um fato imputável ao de- vedor a título de dolo ou culpa. Nesse caso, o devedor é responsável pelas perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado, conforme o art. 389 do CC. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 37 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. Inadimplemento fortuito (involuntário): decorre de um caso fortuito ou de força maior, isto é, um fato não imputável ao devedor. Nesse caso, a regra é que o devedor não responda pelos prejuízos, exceto em três situações: • quando expressamente se responsabilizou pelo fato (art. 393 do CC); Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. • quando estava em mora por ocasião da verificação do fato (art. 395 do CC); e Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. • quando se tratar de dar coisa incerta em que é aplicável a máxima genus non perit (o gênero não perece), conforme art. 246 do CC. Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coi- sa, ainda que por força maior ou caso fortuito. O inadimplemento voluntário também pode ser subdividido em absoluto ou re- lativo. Inadimplemento absoluto: ocorre quando o não cumprimento da obrigação se torna definitivo, ou seja, o cumprimento da obrigação após a data avençada se torna inútil para o credor. Ex.: encomendar um bolo para um casamento. A entrega do bolo após o casamento se torna inútil. É tratada no art. 395, parágrafo único, do CC: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 38 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 395, Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. Inadimplemento relativo ou mora: ocorre quando ainda é viável o cumpri- mento tardio da obrigação. Ex.: pintar o muro da casa neste fim de semana. O fato de não pintar na data marcada e pintar na semana seguinte ainda se torna útil. O art. 394 do CC dispõe sobre a mora. Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Conclui-se que a mora pode ser tanto do devedor quanto do credor. A mora do devedor (mora solvendi ou debitoris) ocorre quando este descumpre culposamente a obrigação no tempo, lugar ou forma que a lei ou a convenção estabe- lecer. A mora não se caracteriza por um simples atraso no pagamento, também pode se caracterizar pelo descumprimento da obrigação no lugar e na forma ajustados. Requisitos da mora do devedor: • culpa do devedor; • vencimento da dívida; e • viabilidade do cumprimento tardio da prestação. A mora do devedor manifesta-se de duas formas: ex re ou ex persona (art. 397 do CC). Art. 397. O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial. Mora ex re (art. 397, caput): resulta do próprio fato da inexecução da obriga- ção, independendo, de provocação do credor. Decorre da regra dies interpellat pro homine, ou seja, o termo (data) interpela em lugar do credor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 39 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Como exemplo, imagine que a obrigação de pagar aluguel tenha data de venci- mento em 2 de fevereiro e o devedor não cumpra a obrigação. Nesse caso, não há necessidade de interpelação (notificação) sobre o inadimplemento, pois existia um termo (data certa) para a obrigação ser cumprida. Mora ex persona (art. 397, parágrafo único): ocorre quando o credor deva tomar certas providências necessárias para constituir o devedor em mora (notifi- cação, interpelação etc.) Como exemplo, se uma pessoa está com um objeto emprestado por prazo indeter- minado, há a necessidade de o credor informar ao devedor que pretende ter o objeto de volta. Se após ser notificado o devedor não devolver o objeto, aí ele estará em mora. A mora do credor (mora accipiendi ou creditoris) ocorre quando este, injusti- ficadamente, se recusa a receber o pagamento ou a fornecer a quitação ou ainda a efetuar a cobrança da dívida. Requisitos da mora do credor: • existência de dívida líquida e vencida; • oferta real da prestação pelo devedor ou terceiro interessado; • recusa injustificada do credor em receber o pagamento ou fornecer a quita- ção, ou ainda de efetuar a cobrança; e • ajuizamento da ação de consignação em pagamento. → MORA EX RE → HÁ UM TERMO (prazo) → NÃO PRECISA DE PROVIDÊNCIAS (É AUTOMÁTICA) → MORA EX PERSONA → NÃO HÁ UM TERMO → PRECISA DE PROVIDÊNCIAS O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratoresà responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 40 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 4 (CESGRANRIO/SEAD-AM/ADVOGADO/2005) As obrigações devem ser executadas oportunamente. Quando se dá um atraso na prestação, ocorrendo um retardamento injustificado por parte de um dos sujeitos da relação obrigacional, dá-se a mora, que pode ser do devedor ou do credor. A mora do credor é denomi- nada1: a) moris. b) accipiendi. c) solutio. d) solvendi. e) parcimonia. Faça você mesmo o seu resumo sobre o inadimplemento das obrigações utili- zando o esquema a seguir: • Involuntário • Voluntário • Absoluto • Relativo • Mora do credor (accipiendi) • Mora do devedor (solvendi) • ex re • ex persona 1 Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 41 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri O art. 395 do CC apresenta as consequências da mora do devedor: Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabele- cidos, e honorários de advogado. O devedor em mora, além de ser obrigado a cumprir a prestação, ainda respon- de pelas perdas e danos (prejuízos) advindos da mora, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais e honorários advocatícios. Percebe-se também que deve haver um nexo causal entre o fato ou omissão imputável ao devedor e a inexecução total ou parcial da obrigação. Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. O ato ilícito acarreta a obrigação de indenizar. Nesse caso, a mora começa a ser contada a partir do surgimento da obrigação. Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou. Se o devedor estiver em mora, responderá pela impossibilidade da prestação, ainda que decorra de caso fortuito ou força maior. Como exemplo, imagine alguém que deveria devolver um cavalo no dia 10 e atrasou na devolução. Caso o cavalo morra afogado por uma enchente no dia 11, o devedor deverá indenizar o credor mesmo sendo a enchente um caso fortuito. Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. O art. 400 estabelece os efeitos da mora accipiendi, tais como: • o devedor, desde que não tenha agido com dolo para provocar a mora, não O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 42 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri responderá pelos riscos com a conservação da coisa; • as despesas que o devedor tiver com a conservação serão ressarcidas pelo credor; • se o valor da prestação oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o dia do efetivo recebimento, o credor estará obrigado a receber pelo valor mais favorável ao devedor; e • o devedor pode desobrigar-se, consignando o pagamento. Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conser- vá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. É interessante também comentarmos sobre a purgação ou emenda da mora que consiste no ato jurídico por meio do qual a parte neutraliza os efeitos do seu retardamento, ofertando a prestação devida (mora solvendi) ou aceitando-a no tempo, lugar e forma estabelecidos pela lei ou pelo título da obrigação (mora acci- piendi). Por parte do devedor, a purgação da mora efetiva-se com a sua oferta real, de- vendo abranger a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do atra- so (juros de mora, cláusula penal, despesas realizadas para a cobrança da dívida etc.). Tratando-se de prestação pecuniária, deverá ser corrigida monetariamente, caso seja necessário (art. 401, I, do CC). Por parte do credor, a emenda se dá oferecendo-se este a receber o pagamento, e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. Esses efeitos foram vistos acima, ao analisarmos o art. 400 do CC. O credor deverá indenizar o devedor por to- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 43 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri dos os prejuízos que este experimentou por força de seu atraso (art. 401, II, do CC). Vale mencionar também que a eficácia da purgação da mora é para o futuro (ex nunc), de forma que os efeitos jurídicos até então produzidos deverão ser observa- dos (os juros devidos pelo atraso, até o dia da emenda, por exemplo). Art. 401. Purga-se a mora: I – por parte do devedor, oferecendo este a prestação mais a importância dos prejuízos decorrentes do dia da oferta; II – por parte do credor, oferecendo-se este a receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos da mora até a mesma data. Questão 5 (FGV/ISS-ANGRA DOS REIS-RJ/AUDITOR-FISCAL/2010) Assinale a al- ternativa correta. a) A mora ex re deriva de inadimplemento de obrigação, positiva e líquida, para cujo pagamento se estabeleceu prazo certo. Neste caso, a constituição da mora é automática, sem necessidade de interpelação judicial ou extrajudicial do credor. b) Os juros de mora são contados desde a constituição do devedor em mora, no caso da mora ex persona. c) O credor, quando a prestação devida tornar-se inútil por mora do devedor, pode exigir deste a satisfação das perdas e danos cumulada com a prestação de obriga- ção alternativa. d) A mora do credor possui o condão de afastar do devedor a responsabilidade pela conservação da coisa, mesmo que este último atue dolosamente. e) O devedor em mora sempre responde pela impossibilidade da prestação, ainda que esta decorra de caso fortuito ou força maior. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 44 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Conforme o art. 400 do CC. a) Errada. Quando há necessidade de interpelação (mora ex persona), esta é diri- gida ao devedor e não ao credor. b) Errada. Segundo o art. 405 do CC, os juros de mora são contados desde a citação inicial em se tratando de obrigação sem termo de vencimento (mora ex persona). c) Errada. Segundo o art. 395, parágrafo único do CC, ocorrendo a mora do deve- dor, o credor poderá exigir a satisfação das perdas e danos e rejeitar a prestação que se tornou inútil.Dessa forma, a exigência das perdas e danos não é cumulada com o valor da prestação. e) Errada. A assertiva está em desacordo com o art. 399 do CC, pois, o devedor estará isento de responsabilidade se provar que o dano iria ocorrer mesmo que a obrigação fosse desempenhada de forma oportuna. As perdas e danos (arts. 402 a 405 do CC) compreendem o valor da indeniza- ção devida ao credor, abrangendo o que ele efetivamente perdeu (dano emergente) e o que razoavelmente deixou de lucrar (lucro cessante). Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devi- das ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos só in- cluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual. Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abran- gendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional. Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar. Art. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 45 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri PERDAS E DANOS = DANO EMERGENTE + LUCRO CES-SANTE Juros (arts. 406 e 407 do CC) são os rendimentos do capital alheio. São considerados frutos civis da coisa, assim como os aluguéis. Representam o paga- mento pela utilização de capital alheio. Integram a classe das coisas acessórias (art. 95 do CC). Fixados os juros, sejam legais (determinados por lei) ou convencionais (fixados pelas próprias partes), há uma subdivisão: • Compensatórios: objetivam remunerar o credor pelo simples fato de haver desfalcado o seu patrimônio, concedendo o numerário solicitado pelo devedor; • Moratórios: traduzem uma indenização devida ao credor por força do retarda- mento culposo no cumprimento da obrigação. Art. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional. Art. 407. Ainda que se não alegue prejuízo, é obrigado o devedor aos juros da mora que se contarão assim às dívidas em dinheiro, como às prestações de outra natureza, uma vez que lhes esteja fixado o valor pecuniário por sentença judicial, arbitramento, ou acordo entre as partes. Assim, celebrado um contrato de empréstimo a juros (mútuo econômico), o de- vedor pagará ao credor os juros compensatórios devidos pela utilização do capital (ex.: se tomou 10, devolverá 12). Se, entretanto, no dia do vencimento, atrasar o cumprimento da prestação, pagará os juros de mora, que são contabilizados dia a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 46 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri dia, sendo devidos independentemente da comprovação do prejuízo. No âmbito das perdas e danos, insere-se a cláusula penal (ou pena conven- cional ou multa convencional), que é uma obrigação acessória e representa a fixação antecipada do valor das perdas e danos para a hipótese de des- cumprimento culposo da obrigação. A cláusula penal possui duas funções: • função compulsória ou coercitiva (intimida o devedor, forçando-o ao cum- primento da obrigação principal); e • função ressarcitória (estipula o valor da indenização – perdas e danos - an- tecipadamente, de modo que o credor não precisa provar prejuízo – art. 416 do CC). A cláusula penal não é obrigatória, então se a dívida não for paga no vencimento e não existir cláusula penal no contrato, é o juiz quem irá fixar a indenização devida pelo cantor, tornando a obrigação líquida, para só depois possibilitar o ataque pelo credor ao patrimônio do devedor. Imagine um cantor que se obriga a fazer um show e no contrato celebrado te- nha uma cláusula fixando previamente a indenização no caso de não celebração do show. Essa é a cláusula penal. Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamen- te, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. A cláusula penal pode ser de duas espécies: • Compensatória: aplica-se em caso de inadimplemento completo da obrigação (ex.: o show contratado não foi realizado) pelo devedor ou; e • Moratória: para garantir a execução de alguma cláusula especial (ex.: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 47 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri o pintor fez a pintura do apartamento, mas não utilizou a tinta Suvinil) do título da obrigação ou em caso de atraso (mora) do devedor no cumprimen- to da obrigação, pelo que o devedor pagará a multa pelo atraso e cumprirá a obrigação (ex.: quando o locatário paga atrasado o aluguel, além do valor principal deverá ser paga uma multa que é a cláusula penal). Ambas as espécies estão previstas no art. 409: Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato poste- rior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. Resumo: CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA obrigação principal ou multa • INADIMPLEMENTO COMPLETO MORATÓRIA obrigação principal + multa • EXECUÇÃO DE CLÁUSULA ESPECIAL • MORA A cláusula penal decorrente de total descumprimento da obrigação serve como alternativa para o credor, ou seja, o credor pode exigir o cumprimento da obrigação pactuada ou ficar com o valor estipulado na cláusula penal. Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. De modo diferente ocorre com a cláusula penal moratória, pois, nessa hipótese, poderá ser exigido o cumprimento da obrigação principal cumulativamente com a multa (ex.: exigir o valor do aluguel e 10% de multa por atraso). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 48 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfa- ção da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. A seguir temos o limite máximo da cláusula penal. Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obri- gação principal. Tratando-sede cláusula penal compensatória, estipulada para a hipótese de descumprimento total da obrigação, mas ocorrendo de a obrigação ser descumpri- da apenas em parte, é óbvio que a cláusula penal também só será devida em parte, cabendo ao juiz, de ofício, proceder à redução. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação prin- cipal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Quando a obrigação é indivisível e vários são os devedores, o inadimplemento de qualquer um deles determina a cominação da pena a todos. Como a pena é re- presentada, em regra, por uma quantia em dinheiro, torna-se divisível e por isso deve ser exigida proporcionalmente a cada um dos devedores, admitindo o Código que seja exigida de forma integral apenas do culpado. Art. 414. Sendo indivisível a obrigação, todos os devedores, caindo em falta um deles, incorrerão na pena; mas esta só se poderá demandar integralmente do culpado, res- pondendo cada um dos outros somente pela sua quota. Parágrafo único. Aos não culpados fica reservada a ação regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena. Art. 415. Quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na obrigação. Um dos efeitos da cláusula penal é a sua exigibilidade imediata, independen- temente de qualquer alegação de prejuízo por parte do credor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 49 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue pre- juízo. Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. Como a cláusula penal trata de uma fixação antecipada do valor a ser inde- nizado, não há possibilidade de se exigir um valor suplementar se não tiver sido convencionado pelas partes. Se houver convenção, poderá ser exigido um valor suplementar e a cláusula penal funcionará como limite mínimo da indenização. En- tretanto, caberá ao credor provar o prejuízo excedente. Questão 6 (FGV/TCM-RJ/AUDITOR-SUBSTITUTO DE CONSELHEIRO/2008) A mul- ta convencional nas obrigações pecuniárias cumpre função2: a) de reforço da necessidade de cumprir a obrigação e de prefixação das perdas e danos. b) compensatória e punitiva. c) punitiva e liberatória. d) de prefixação das perdas e danos e punitiva. e) de reforço da necessidade de cumprir a obrigação e liberatória. Questão 7 (CESGRANRIO/SEMSA-PREFEITURA DE MANAUS-AM/ADVOGA- DO/2005) Segundo a doutrina, o art. 410 do Código Civil Brasileiro (Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor) define uma cláusula penal nitidamente3: 2 Letra a. 3 Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 50 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri a) moratória. b) compensatória. c) negativa. d) presumida. e) restrita. Finalizando o inadimplemento das obrigações, vamos tratar das arras, comu- mente conhecidas como sinal. Arras ou sinal é uma quantia ou coisa (bem móvel e fungível) entregue por um dos contraentes ao outro, como confirmação do acordo de vontades e princípio de pagamento. É possível apenas nos contratos bilaterais translativos de domínio, dos quais constitui pacto acessório, ou seja, não existe por si só: depende de um contrato principal. As arras, além da natureza acessória, possuem também caráter real, pois se aperfeiçoam com a entrega do dinheiro ou de coisa fungível, por um dos contraentes ao outro. Poderá ou não, a depender da espécie das arras dadas, conferir às partes o direito de arrependimento. Podem ser de dois tipos: confirma- tórias ou penitenciais. Arras confirmatórias (arts. 417, 418 e 419 do CC). As arras confirmatórias confirmam o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. Prova o acordo de vontades, não mais sendo lícito a qualquer dos contratantes rescindi-lo unilateralmente. Quem o fizer, responderá por perdas e danos, nos termos dos arts. 418 e 419 do CC. São comuns nas vendas a prazo, em que o vendedor exige um sinal e significam princípio de pagamento. Se forem da mesma natureza da O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 51 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri prestação principal (ex.: dinheiro), serão computadas no valor devido, para efeito de amortizar a dívida. Tendo natureza diversa (ex.: joias), deverão ser restituídas, ao final da execução do negócio. Não admitem direito de arrependimento e são a regra, ou seja, não havendo nenhuma estipulação em contrário, as arras consideram-se confirmatórias. A parte que descumpriu o contrato perde o sinal dado (ou restitui o sinal recebi- do em dobro, conforme o caso) para a parte inocente. Além disso, a parte inocente pode: • pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima; ou • exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização. Arras penitenciais (arts. 417 e 420 do CC). Podem as partes convencionar o direito de arrependimento. Nesse caso, as arras denominam-se penitenciais, porque atuam como pena convencional, como sanção à parte que se valer dessa faculdade. Acordado o arrependimento, o contrato torna-se resolúvel, responden- do, porém, o que se arrepender, pelas perdas e danos prefixados modicamente pela lei: perda do sinal dado ou sua restituição em dobro. A duplicação é para que o inadimplente devolva o que recebeu e perca outro tanto. Não se exige prova do prejuízo real. Por outro lado, não se admite a cobrança de outra verba, a título de perdas e danos, ainda que a parte inocente tenha sofri- do prejuízo superior ao valor do sinal. O sinal constitui, pois, predeterminação das perdas e danos em favor do contratante inocente. Seguem os artigos do CC que tratam do assunto: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 52 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser resti- tuídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal. Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lopor desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e ho- norários de advogado. Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior pre- juízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da in- denização. Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. Em síntese, as arras têm três funções: • servirem de garantia do cumprimento do contrato, confirmando-o e o tornan- do obrigatório (arras confirmatórias); • servirem de prefixação das perdas e danos quando convencionado o direito de arrependimento (arras penitenciais); • servirem como começo de pagamento, quando forem da mesma natureza da prestação principal (ambos os tipos de arras). Questão 8 (FUNIVERSA/APEX/ANALISTA PLENO/2006) Segundo Washington de Barros Monteiro, arras ou sinal se define como4: a) arras, é a quantia em dinheiro, ou outra coisa fungível, entregue por um contra- tante ao outro, a fim de assegurar o pontual cumprimento da obrigação. 4 Letra a. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 53 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri b) arras é a quantia em dinheiro, ou outra coisa infungível, entregue por um con- tratante ao outro, a fim de assegurar o pontual cumprimento da obrigação. c) arras é a quantia em dinheiro ou outra coisa fungível ou infungível, entregue por um contratante ao outro, a fim de assegurar o pontual cumprimento da obrigação. d) arras é a quantia em dinheiro, entregue por um contratante ao outro, a fim de assegurar o pontual cumprimento da obrigação. e) Todas as alternativas acima estão corretas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 54 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri QUESTÕES DE CONCURSO Questão 1 (FAURGS/TJ-RS/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Considere as afirmações abaixo, sobre o adimplemento da obrigação. I – O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome sub-roga-se nos direitos do credor, desde que notifique previamente o devedor e este não apresente oposição. II – A eficácia típica reconhecida da aplicação da teoria do adimplemento subs- tancial é a extinção da obrigação nas hipóteses de pagamento parcial feito de boa-fé. III – O direito brasileiro, nas dívidas em dinheiro, adota o princípio do nominalismo, admitindo, contudo, que as partes convencionem cláusula de escala móvel. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas II e III. Questão 2 (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ADVOGADO/2015) De acordo com o Código Civil Brasileiro, o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a a) sub-rogar-se b) compensar-se c) novar-se O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 55 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri d) quitar-se e) reembolsar-se Questão 3 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Supondo que duas partes te- nham estabelecido determinada relação jurídica, julgue o item. Considere que as prestações periódicas de tal negócio jurídico tenham sido cum- pridas, reiteradamente e com a aceitação de ambas as partes, no domicílio de uma das partes da relação jurídica. Nesse caso, ainda que tenha sido disposto na avença que as prestações fossem cumpridas no domicílio da outra parte, esta não poderia exigir, unilateral e posteriormente, o cumprimento de tal disposição. Questão 4 (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Humberto devia a Teobaldo a importância de dez mil reais. Entretanto, realizou o pagamento desta dívida a Petronílio. Nesta hipótese, o pagamento a) somente terá eficácia liberatória caso o devedor comprove que o pagamento foi feito de boa-fé em favor de credor putativo, como decorrência da boa-fé objetiva e da teoria da aparência, sendo irrelevante no caso relatado verificar se houve a anuência ou a reversão do valor em favor do credor originário (accipiens). b) somente será válido com a aceitação de Teobaldo, uma vez que a legitimidade é elemento de validade do negócio jurídico, e, neste caso, o pagamento não foi feito ao credor originário (accipiens). c) é válido e eficaz, sendo absolutamente irrelevante o fato de ter sido feito a pes- soa diversa do credor, pois a cobrança em duplicidade de um débito já pago não é admitida no ordenamento jurídico brasileiro. d) não tem validade, uma vez que o pagamento feito a terceiro estranho à relação obrigacional não admite ratificação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 56 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri e) poderá ter eficácia liberatória caso Teobaldo ratifique o pagamento ou que o de- vedor comprove que o pagamento foi feito de boa-fé em favor de credor putativo, ou, ainda, que o devedor prove que o valor reverteu em favor do verdadeiro credor. Questão 5 (FCC/TRE-AP/AJAJ/2015) Com relação às obrigações, no tocante ao pagamento, considere: I – O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do de- vedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. II – O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado de- pois que não era credor. III – É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. IV – Vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, indepen- dentemente se o devedor provar ou não que em benefício dele efetivamente reverteu. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I, II e IV. c) II, III e IV. d) I, II e III. e) III e IV. Questão 6 (VUNESP/CRO-SP/ADVOGADO/2015) Entende-se por remissão da dí- vida a a) reunião, na mesma pessoa, da qualidade de credor e devedor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 57 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri b) substituição do devedor antigo pornovo devedor. c) exoneração do garantidor da obrigação, por ato do credor. d) substituição do objeto da obrigação, por convenção das partes. e) exoneração do devedor do cumprimento da obrigação. Questão 7 (FGV/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/BACHAREL EM DIREITO/2015) José e Joaquim são devedores solidários de Rita do valor de R$ 80.000,00. No termo avençado para o cumprimento da obrigação, Rita, de maneira injustificada, recu- sa-se a receber a prestação. José e Joaquim, diante de tal recusa, ajuízam ação de consignação em pagamento, julgada procedente. Após a sentença, José procura Rita, solicitando-lhe permissão para levantamento do valor depositado em juízo. Rita permite tal levantamento, sem, contudo, dar conhecimento a Joaquim ou dele receber anuência. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. a) Rita não pode autorizar o levantamento por José do valor consignado, já que a ação consignatória havia sido julgada procedente, extinguindo-se a obrigação. b) Rita não pode autorizar o levantamento por José do valor consignado, já que não houve anuência de Joaquim, devedor solidário. c) Rita pode autorizar o levantamento por José do valor consignado, renascendo para José a obrigação que havia sido extinta com a procedência da ação consignatória. d) Ao levantar o valor consignado, José inaugura nova relação contratual com Rita, da qual Joaquim não é parte. e) Ao levantar o valor consignado, José e Joaquim continuam solidariamente obri- gados a satisfazer a obrigação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 58 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 8 (ESAF/PGFN/PROCURADOR/2015) Sobre o adimplemento e extinção das obrigações, assinalar a opção incorreta. a) O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, po- derá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente. b) O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo prescricional de cinco anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as des- pesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. c) Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. d) A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsis- tindo quanto ao mais a solidariedade. e) Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. Questão 9 (FCC/TRF-5ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2012) Quando, em virtu- de de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este, tem-se configurada a a) novação ativa. b) sub-rogação legal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://www.questoesdeconcursos.com.br/imprimir?te=&og=1&in=&an=&cg=&es=&md=&di=8&ss=12085&ni=&ar=&at=&cd=&pv=&tg=&mc=&rs=&rc=&ri=&pp=5&dt=&bt=Filtrar 59 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri c) sub-rogação convencional. d) cessão de crédito. e) transação. Questão 10 (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Filipe deve a Pedro o valor de R$ 5.000,00. Não tendo dinheiro, Filipe propõe, como exímio carpinteiro que é, celebrarem um contrato de prestação de serviços de carpintaria na residên- cia de Pedro, até o valor devido. Esta contratação caracterizará, em relação à dívida anterior, a) dação em pagamento. b) compensação. c) novação. d) imputação em pagamento. e) remissão. Questão 11 (FCC/SEFAZ-PE/JULGADOR TRIBUTÁRIO/2015) O pagamento em consignação a) não será admitido se pender litígio sobre o objeto do pagamento. b) não pode ter por objeto coisa imóvel. c) extingue a obrigação apenas se o depósito for judicial, não se admitindo em nenhuma hipótese o depósito em estabelecimento bancário. d) só tem lugar se o credor não puder ou, sem justa causa, recusar receber o pa- gamento ou dar quitação, na forma devida. e) faz cessarem para o depositante, tanto que se efetue o depósito, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://www.questoesdeconcursos.com.br/imprimir?te=&og=1&in=&an=&cg=&es=&md=&di=8&ss=12085&ni=&ar=&at=&cd=&pv=&tg=&mc=&rs=&rc=&ri=&pp=5&dt=&bt=Filtrar 60 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 12 (CESPE/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO/2015) De acordo com o que dis- põe o Código Civil, a compensação legal opera-se de pleno direito quando há liqui- dez e exigibilidade do débito e fungibilidade das prestações, não havendo impedi- mento para a compensação devido a prazo de favor concedido por uma das partes. Questão 13 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A respeito do ina- dimplemento das obrigações, assinale a opção correta. a) A redução da cláusula penal quando a obrigação principal tiver sido cumprida em parte deve-se dar no percentual de dias cumpridos do contrato. b) Se, devido a mora do devedor, a prestação não for mais de interesse do credor, este poderá rejeitá-la e exigir a satisfação das perdas e dos danos. c) Devido a obrigação proveniente da prática de ato ilícito, o devedor será consi- derado em mora desde o ajuizamento da ação indenizatória. d) Devido ao fato de a obrigação principal e a multa compensatória terem natu- rezas diversas, a cobrança desta não impede que o credor exija o cumprimento daquela e) Em caso de inexecução involuntária do contrato, o inadimplente pode ser com- pelido a pagar as perdas e os danos se tiver se responsabilizado pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou de força maior. Questão 14 (FCC/TCM-GO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2015) No tocante ao inadimplemento das obrigações, considere: I – Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. II – O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, em nenhuma hipótese. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 61 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri III – Inadimplidaa obrigação, o devedor responde por perdas e danos, bem como por juros e atualização monetária, segundo os índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários advocatícios. IV – O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, em seu termo, constitui o devedor em mora após sua interpelação judicial ou extrajudicial. Está correto o que se afirma em a) I, II e IV, apenas. b) I e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, II, III e IV. e) II, III e IV, apenas. Questão 15 (FCC/SEFAZ-PI/AUDITOR-FISCAL/2015) Com relação à inexecução das obrigações, de acordo com o Código Civil, a) o devedor responde pelos prejuízos decorrentes de caso fortuito ou força maior se por eles houver expressamente se responsabilizado. b) inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo cor- reção monetária mas não juros nem honorários de advogado. c) nos contratos onerosos, as partes respondem apenas em caso de culpa, sem exceção. d) nos contratos benéficos, responde apenas por dolo o contratante a quem o con- trato aproveita. e) inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo ju- ros e correção monetária porém não honorários de advogado. 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II – Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente es- tabelecidos, e honorários de advogado. III – Não havendo termo, a mora só se constitui mediante interpelação judicial. IV – Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. V – O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, exceto se essa impossibilidade resultar de caso fortuito ou de força maior ocorrentes durante o atraso. Está correto o que se afirma APENAS em a) II, III e V. b) I, III e V. c) I, II e IV. d) II, IV e V. e) I, III e IV. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 63 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 18 (FCC/TRE-AP/AJAJ/2015) Considere os seguintes efeitos: I – Subtração da responsabilidade do devedor pela conservação da coisa. II – Obrigação do credor a ressarcir as despesas do devedor empregadas em conservar a coisa. III – Sujeição do credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao deve- dor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Quando ocorrer mora do credor, no tocante ao devedor isento de dolo, ocorrerá os efeitos indicados em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) III, apenas. Questão 19 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) No que se refere à des- consideração da personalidade jurídica, aos contratos e aos títulos de crédito, jul- gue o item seguinte, em consonância com a jurisprudência dominante do STJ. Considere a seguinte situação hipotética. Na promessa de compra e venda de de- terminado imóvel, foi estipulada multa de mora para o caso de atraso na entrega, o que de fato ocorreu, e, diante disso, o promitente comprador buscou assistência da DP, que ingressou em juízo em seu favor para pleitear, além do cumprimento da obrigação e do valor fixado como cláusula penal moratória prevista no contrato, a indenização correspondente aos lucros cessantes pela não fruição do imóvel duran- te o período de mora. Nessa situação, a DP atuou de forma tecnicamente acertada em favor de seu assistido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 64 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 20 (FCC/TJ-SE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) O devedor incorre na cláusula penal a) de pleno direito, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. b) apenas se, depois de interpelado, deixar de cumprir a obrigação ou incorrer em mora. c) desde que provado prejuízo se, culposamente, deixar de cumprir a obrigação ou incorrer em mora. d) de pleno direito, nas obrigações com termo certo, ou mediante interpelação, nas obrigações sem prazo, independentemente da comprovação do prejuízo ou de culpa, se deixar de cumprir a obrigação. e) em caso de mora, mas não se houver inadimplemento absoluto, porque, neste caso, a obrigação se resolve, necessariamente, em perdas e danos. Questão 21 (FCC/TRT-6ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quanto à cláusula pe- nal, é INCORRETO afirmar que a) para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. b) ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. c) ao se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obriga- ção, esta poderá converter-se em alternativa a pedido e em benefício do devedor. d) incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 65 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri e) o valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obriga- ção principal. Questão 22 (FCC/TRT-23ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Ana Paula contratou com Casa das Pedras a entrega e instalação de pingadeiras em sua residência, ain- da em construção. Para o caso de mora da empresa, as partes estipularam penali- dade no valor da obrigação principal. De acordo com o Código Civil, tal penalidade a) não é excessiva, a princípio, nem afasta o direito de Ana Paula exigir a entrega e instalação das pingadeiras, juntamente com a satisfação da pena cominada, que deverá ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz, caso se afigure desproporcio- nal para a natureza e finalidade do negócio ou se a obrigação principal houver sido cumprida em parte. b) é excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo ser reduzida a este patamar, e afastando, caso exigida, o direito de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras.c) não é excessiva nem pode ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz, mas, caso exigida, afasta o direito de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pin- gadeiras. d) é excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo ser reduzida a este patamar, porém não afastando, caso exigida, o direito de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras. e) não é excessiva, a princípio, mas deverá ser reduzida de maneira equitati- va, pelo juiz, caso se afigure desproporcional para a natureza e finalidade do O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 66 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri negócio, não podendo ser exigida juntamente com o cumprimento da obrigação principal. Questão 23 (FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A banda de música X foi contratada para animar uma festa, por 05 (cinco) horas, de 23h às 4h, mediante o pagamento posterior de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), estabelecendo-se a pena de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais), no caso de descumprimento do contrato. Na data aprazada, a banda contratada não compareceu e alegou que seu dirigente se equivocara, entendendo que o evento só ocorreria na semana seguinte. A banda Y, que já se encontrava no local e animara a festa de 18h30 às 22h30 concordou em suprir a falta, mediante o pagamento adicional de, também, R$ 20.000,00. Neste caso, a banda X, em ação judicial movida pela contratante, a) deverá ser condenada ao pagamento do valor despendido para remunerar a banda Y, sem incidência da cláusula penal. b) deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante não poderá exigir indenização suplementar, salvo se esta houver sido convencionada, entretanto o juiz deverá reduzir a penalidade equitativamente se a entender ma- nifestamente excessiva. c) deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual, bem como ao valor pago à banda Y. d) nada deverá pagar ao contratante, porque o serviço foi executado por terceiro. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 67 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri e) deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante poderá exigir indenização suplementar, não podendo o juiz, ainda que considere excessiva a pena, reduzi-la. Questão 24 (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Lucas e Gustavo ce- lebram contrato de prestação de serviços para criação e manutenção do jardim de Lucas, cabendo a Gustavo os serviços de jardinagem. O contrato prevê multa no valor total da obrigação ajustada, com renúncia das partes a abatimento desse montante, ocorrendo porém sua resilição após um terço de seu cumprimento, por ato unilateral de Gustavo. Lucas cobra a multa em seu total. Nesse caso, o juiz deve a) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação, podendo agir de ofício e declarando incabível a renúncia ao abatimento do valor da cláusula penal, por se tratar de norma de ordem pública. b) manter o que foi ajustado pelas partes, livremente, pois a multa só não poderia ultrapassar o valor da obrigação principal e a renúncia ao abatimento de seu mon- tante configura norma dispositiva. c) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação somente se requerido expressamente por quem denunciou o contrato e se pedida por ele a anulação da renúncia ao abatimento do valor, por se tratar de matéria de seu exclusivo interesse. d) ter por irrelevante o cumprimento parcial da obrigação, embora admitida em tese a renúncia ao abatimento do valor da multa, por se tratar de direito disponí- vel, mas reduzir a penalidade por seu excesso evidente, já que só permitido pela jurisprudência o percentual máximo de 20% a título de sanção. 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Questão 25 (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR/2015) A cláusula penal a) não pode prever cominação superior a trinta por cento da obrigação principal. b) pode prever cominação igual à obrigação principal, devendo ser reduzida equi- tativamente pelo juiz se a obrigação tiver sido cumprida em parte. c) deve ser estipulada sempre conjuntamente com a obrigação, destinando-se ex- clusivamente a compensar o credor pela mora. d) vale como indenização pelos danos que tiver experimentado o credor, não se podendo estipular indenização suplementar a seu montante, ainda que se trate de contrato comutativo. e) somente pode ser exigida em caso de comprovação de prejuízo. Questão 26 (FCC/TRT-24ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) A empresa X con- tratou a empresa Y para a instalação de um mostruário de seus produtos em uma exposição. No contrato ficou estipulada a pena de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para o caso de inadimplemento da obrigação. A empresa Y, enganando-se quanto à data, compareceu ao local alguns dias após o término da exposição, que, entre- tanto, foi pouco visitada em razão de fatores climáticos e os expositores nada ven- deram. Neste caso, a empresa X a) poderá cobrar a importância de R$ 10.000,00 da empresa Y mais perdas e da- nos, autorizadas por lei. b) só poderá cobrar o valor da cláusula penal, até o limite do efetivo prejuízo e, se ultrapassar aquele valor, deverá fazer prova do que exceder. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 69 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri c) nada poderá cobrar, porque o fracasso da exposição é caso fortuito que exime o devedor da mora. d) só poderá cobrar o valor da cláusula penal, se comprovar que teve prejuízo igual ou superior a ela. e) poderá cobrar a importância de R$ 10.000,00 da empresa Y. Questão 27 (FGV/ISS NITERÓI/AUDITOR-FISCAL/2015) Fabrício celebrou contra- to de promessa de compra e venda de um terreno com Milena. O contrato foi pactu- ado por escritura pública e o pagamento foi convencionado em trinta e seis parcelas mensais, com uma entrada no ato da escritura a título de arras, sem previsão do direito de arrependimento. Após o pagamento da sétima parcela, Fabrício restou inadimplente durante oito meses, o que fez com que Milena pleiteasse a rescisão do contrato. Considerando que não houve qualquer referência à natureza das arras, é correto afirmar que: a) além de reter as arras, Milena tem direito à indenização suplementar; b) todos os valores pagos por Fabrício devem ser restituídos para evitarum locu- pletamento sem causa; c) Milena tem direito tão somente a reter as arras pagas por Fabrício; d) como se trata de arras confirmatórias, Milena não tem direito a rescindir o con- trato, podendo apenas cobrar os valores devidos por Fabrício; e) como se trata de arras penitenciais, Milena não tem o direito de rescindir o con- trato, podendo apenas cobrar os valores devidos por Fabrício. Questão 28 (CONSULPLAN/TJ-MG/NOTÁRIO E REGISTRADOR/2017) José deve a João a importância de R$100,00 (cem reais). Pedro, pai de José, procura João e O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 70 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri paga o referido débito. Considerando que todos são maiores e capazes, marque a alternativa correta: a) José continua devedor de João, pois Pedro é terceiro não interessado. b) João não poderia receber o pagamento de Pedro. c) José não é mais devedor de João. d) Pedro, como terceiro não interessado, não poderia pagar a dívida. Questão 29 (FGV/SEFIN-RO/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/2018) Jamari celebrou con- trato de compra e venda de seu apartamento com Jorge. No contrato, foi previsto que Jamari poderia resolvê-lo no prazo de dezoito meses, desde que pagasse o preço recebido pelo imóvel e reembolsasse as despesas que Jorge tivesse com ele. Ao final de dezoito meses, Jamari notificou Jorge de que desejaria retomar o imó- vel, oferecendo o pagamento do valor do preço mais as despesas realizadas. Jorge, porém, recusou o recebimento das quantias. Com base nas informações do enunciado, é correto afirmar que Jamari poderá a) realizar o pagamento em consignação, diante da recusa sem justa causa de Má- rio em receber o valor do imóvel e o reembolso das despesas. b) pleitear a compensação da obrigação, por se tratar de dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. c) requerer judicialmente a imputação do pagamento do preço do imóvel no mon- tante das despesas efetuadas por Jorge. d) promover ação de remissão de dívida em face de Jorge em virtude do imple- mento da condição resolutiva. e) demandar indenização pela recusa do aceite de sua proposta por parte de Jorge, por lhe faltar o ânimo de novar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 71 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 30 (CESPE/TRE-TO/AJAJ/2017) No que se refere ao adimplemento das obrigações, assinale a opção correta. a) Será inválido pagamento de dívida de menor que seja efetuado, de forma cien- te, pelo pai dele, ainda que demonstre que o benefício foi efetivamente revertido em favor do incapaz. b) O pagamento da dívida deverá ser feito, em qualquer caso, exclusivamente ao credor. c) Caso seja ofertada prestação diversa da que lhe é devida, o credor deverá con- sentir em recebê-la, desde que seja mais valiosa que a original. d) Devedor cuja dívida seja paga por terceiro e que, tendo ciência da perda da pre- tensão do credor, se opuser ao adimplemento, não estará obrigado a reembolsar o pagador. e) Terceiro não interessado que pague dívida em nome próprio se sub-rogará nos direitos do credor. Questão 31 (CESPE/TRE-TO/AJAJ/2017) No que tange ao adimplemento, ao ina- dimplemento e à extinção de obrigações, julgue os itens que se seguem. I – O pagamento de dívida quesível deverá ser feito no domicílio do devedor, ficando o credor obrigado a buscar o adimplemento. II – O Código Civil adota o princípio do nominalismo monetário nas dívidas em dinhei- ro, admitindo, contudo, que as partes convencionem cláusula de escala móvel. III – Poderá ocorrer mora em caso tanto de inadimplemento absoluto quanto de inadimplemento relativo de uma obrigação. IV – moratória e multa compensatória poderão ser cumuladas com a exigência de cumprimento regular da obrigação principal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 72 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Estão certos apenas os itens a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Questão 32 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Na hipótese de um credor aceitar, em vez do valor prometido, a entrega de um bem móvel pelo deve- dor, ocorrerá a a) sub-rogação convencional. b) dação em pagamento. c) novação. d) compensação. e) sub-rogação objetiva. Questão 33 (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) No que se refere à extin- ção das obrigações, julgue os itens a seguir. I – O segurador, por reparar ato danoso suportado pelo segurado, o sub-roga legalmente no direito contra o autor do dano. II – Havendo recusa no recebimento de valores, o devedor poderá realizar o de- pósito da quantia devida em estabelecimento bancário, em nome do credor, e garantir a extinção da obrigação. III – A dação em pagamento constitui direito subjetivo do devedor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 73 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b) Apenas os itens I e II estão certos. c) Apenas os itens I e III estão certos. d) Apenas os itens II e III estão certos. e) Todos os itens estão certos. Questão 34 (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Em uma relação de con- sumo, foi estabelecido que o pagamento deveria ser realizado de determinada maneira. No entanto, após certo tempo, o pagamento passou a ser feito, reiterada- mente, de outro modo, sem que o credor se opusesse à mudança. Nessa situação, considerando-se a boa-fé objetiva, para o credor ocorreu o que se denomina a) venire contra factum proprium. b) tu quoque. c) surrectio. d) supressio. e) exceptio doli. Questão 35 (CESPE/TRT-7ª REGIÃO/AJAJ/2017) Maria, credora de Pedro no valor de R$ 50 mil, aceitou no vencimento da dívida, para adimplir a obrigação, um veí- culo de igual valor oferecido por Pedro. A dívida foi, então, quitada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 74 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Nessa situação hipotética, de acordo com disposições do Código Civil, o adimple- mento se deu por a) compensação. b) pagamento em consignação. c) dação em pagamento. d) imputação do pagamento. Questão 36 (FGV/TRT-12ª REGIÃO/AJAJ/2017) Enzo e Lucas são grandes amigos e, por estar Enzo em dificuldades financeiras, Lucas emprestou-lhe R$2.000,00, ficando acertado que a devolução do numerário ocorreria 30 dias depois.Passado um mês, Enzo disse que continuava com grave dificuldade e que não teria dinheiro para honrar o compromisso. Penalizado com a situação, Lucas resolveu perdoar a dívida, afirmando que uma boa amizade teria maior valor que dinheiro. Enzo agra- deceu a sensibilidade e aceitou a oferta do amigo. No caso apresentado, a obrigação foi extinta por: a) remissão; b) transação; c) dação em pagamento; d) remição; e) compensação. Questão 37 (FGV/TRT-12ª REGIÃO/AJOJ/2017) Ingrid havia prometido entregar a Graziela um automóvel usado em determinada data. Ocorre que, por motivo não re- velado, Ingrid não possuía o veículo na data que havia sido acertada e, assim, propôs O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 75 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri entregar 3 motocicletas novas em substituição ao automóvel, com o que Graziela concordou. A hipótese retrata, de acordo com o Código Civil, o seguinte fenômeno jurídico: a) compensação; b) sub-rogação; c) dação em pagamento; d) remissão; e) transação. Questão 38 (CESPE/TRE-BA/AJAJ/2017) João deve determinada quantia a Carlos, o qual deve igual valor a Pedro. Feito acordo entre os três, João deverá pagar a referida quantia diretamente a Pedro, o que retira Carlos da relação obrigacional. O instituto utilizado pelas partes para adimplemento da obrigação nessa situação hipotética denomina-se a) novação. b) assunção de dívida. c) confusão. d) compensação. e) dação em pagamento. Questão 39 (CESPE/FUNPRESP-JUD/ANALISTA/2016) Na imputação do pagamen- to, são exigidas, além da pluralidade de débitos e identidade das partes, a igual natureza das dívidas e a possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 76 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 40 (FEPESE/PREFEITURA DE LAGES-SC/PROCURADOR/2016) Assinale a alternativa que indica corretamente a modalidade de pagamento que se opera, de pleno direito, em favor de credor que paga dívida do devedor comum. a) pagamento indevido b) pagamento com sub-rogação c) consignação em pagamento d) imputação de pagamento e) dação em pagamento Questão 41 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Indivíduo que se comprometer ao pagamento da obrigação em prestações sucessivas terá a seu favor a presunção de pagamento se tiver recibo de quitação da última. Questão 42 (VUNESP/PREFEITURA DE ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR/2016) O pa- gamento feito de boa-fé a credor putativo é a) nulo de pleno direito. b) ineficaz. c) inexistente. d) válido. e) dependente de ratificação. Questão 43 (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS- TROS/2016) Morrendo o credor, tornando-se o devedor seu único herdeiro, é cor- reto afirmar que houve a) compensação. b) remissão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 77 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri c) confusão. d) novação. Questão 44 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR-FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/2016) Depositado o valor referente ao pagamento em consignação, o devedor poderá requerer o levantamento, o qual dependerá de anuência do credor, ainda que este não tenha declarado que aceita o depósito ou não tenha impugnado o seu valor. Questão 45 (CESPE/FUNPRESP-EXE/ESPECIALISTA/2016) Aquele que pagar a quem não seja o verdadeiro credor terá direito à restituição do indébito, indepen- dentemente da comprovação do erro. Questão 46 (VUNESP/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR/2016) Assinale a alternativa correta sobre novação, como forma de extinção das obriga- ções. a) Em regra, havendo novação, as garantias da dívida não são conservadas. b) A expromissão não representa modalidade de novação. c) As obrigações anuláveis não podem ser objeto de novação. d) A prorrogação do prazo de vencimento da dívida é hipótese de novação. e) Não se admite a novação tácita. Questão 47 (CESPE/PREFEITURA DE BELO HORIZONTE-MG/PROCURADOR/2017) João celebrou contrato de locação de imóvel residencial com determinada imobiliá- ria, que realizou negócio jurídico de administração do bem com Júlio, proprietário do referido imóvel. Conforme convencionado entre João e a imobiliária, o aluguel deve- ria ser pago a Carlos, um dos sócios da imobiliária, o qual costumeiramente recebia os aluguéis e dava quitação. Em determinado momento, João foi surpreendido com O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 78 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri uma ação de despejo, na qual se argumentava que alguns pagamentos efetuados a Carlos não extinguiram a obrigação locatícia, porquanto ele tinha se retirado da sociedade no curso do contrato e o locatário não havia observado a alteração socie- tária. De acordo com o Código Civil, nessa situação, a) João deverá demonstrar que o pagamento foi revertido em favor da sociedade, para se eximir das cobranças. b) os pagamentos efetuados por João são válidos, pois Carlos é considerado credor putativo. c) a validade dos pagamentos realizados por João depende de ratificação por Júlio, proprietário do imóvel. d) João terá de pagar novamente o valor cobrado. Questão 48 (FCC/TRT-24ª REGIÃO/AJOJ/2017) Sobre o adimplemento e extinção das obrigações: a) Considera-se sub-rogação legal quando o credor recebe o pagamento de tercei- ro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. b) O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar, sub-rogando-se nos direitos do credor. c) O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, obriga a reembolsar aquele que pagou, mesmo se o devedor tinha meios para ilidir a ação. d) O pagamento feito à credor putativo, ainda que de boa-fé, não é válido. e) Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito e ação executiva promovida por terceiro, o pagamento não valerá contra O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 79 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri este, que poderá constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor. Questão 49 (CESPE/TRE-PE/AJAJ/2017) Assinale a opção correta no que se refere ao adimplemento das obrigações. a) O pagamento feito por terceiro ao credornão obriga o reembolso pelo devedor, se este tiver ciência da prescrição da pretensão do credor e se opuser ao adimple- mento. b) Caso haja dúvida quanto ao fato de o terceiro ter efetuado pagamento em nome próprio ou do devedor, presume-se que o tenha feito em nome do devedor. c) Embora a quitação seja um direito subjetivo do devedor, ele não pode reter o pagamento como forma de compelir o credor a fornecer-lhe o recibo. d) Caso sejam designados dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha do local para efetuá-lo caberá ao devedor, em exceção à regra geral de que o paga- mento seja efetuado no domicílio do credor. e) O terceiro não interessado que paga a dívida, em nome próprio, se sub-roga nos direitos do credor. Questão 50 (FCC/TRT-11ª REGIÃO/AJOJ/2017) A respeito do adimplemento e ex- tinção das obrigações, é correto afirmar que a) a novação por substituição do devedor não pode ser efetuada sem o consenti- mento deste. b) o devedor não pode reter o pagamento enquanto não lhe seja dada quitação regular. c) o credor não pode concordar em receber prestação diversa da que lhe é devida. d) é licito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 80 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri e) a compensação pode se efetuar entre dívidas ilíquidas, não vencidas e de coisas infungíveis. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 81 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri GABARITO 1. c 2. e 3. C 4. E 5. d 6. e 7. d 8. b 9. a 10. c 11. e 12. C 13. e 14. b 15. a 16. d 17. c 18. b 19. C 20. a 21. c 22. a 23. b 24. a 25. b 26. e 27. a 28. c 29. a 30. d 31. a 32. b 33. b 34. d 35. c 36. a 37. c 38. a 39. C 40. b 41. C 42. d 43. c 44. E 45. C 46. a 47. b 48. e 49. a 50. d O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 82 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri QUESTÕES COMENTADAS Questão 1 (FAURGS/TJ-RS/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Considere as afirmações abaixo, sobre o adimplemento da obrigação. I – O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome sub-roga-se nos direitos do credor, desde que notifique previamente o devedor e este não apresente oposição. II – A eficácia típica reconhecida da aplicação da teoria do adimplemento subs- tancial é a extinção da obrigação nas hipóteses de pagamento parcial feito de boa-fé. III – O direito brasileiro, nas dívidas em dinheiro, adota o princípio do nominalismo, admitindo, contudo, que as partes convencionem cláusula de escala móvel. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) Apenas II e III. Letra c. I. Errado. Não há sub-rogação nos direitos do credor pelo terceiro não interessa- do, somente pelo terceiro interessado (art. 305 do CC): Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 83 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri II. Errado. Para que ocorra a extinção da obrigação, o pagamento deve ser total e não parcial. III. Certo. Por meio do art. 315 do CC se depreende o princípio do nominalis- mo, que regula as denominadas dívidas de dinheiro. Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. Questão 2 (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ADVOGADO/2015) De acordo com o Código Civil Brasileiro, o terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a a) sub-rogar-se b) compensar-se c) novar-se d) quitar-se e) reembolsar-se Letra e. Conforme visualizado no art. 305 do CC reproduzido na questão anterior, o terceiro não interessado (sem relação jurídica com a obrigação) pode se reembolsar do que pagou, mas não se sub-roga nos direitos do credor. Questão 3 (CESPE/DPU/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Supondo que duas partes te- nham estabelecido determinada relação jurídica, julgue o item. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 84 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Considere que as prestações periódicas de tal negócio jurídico tenham sido cum- pridas, reiteradamente e com a aceitação de ambas as partes, no domicílio de uma das partes da relação jurídica. Nesse caso, ainda que tenha sido disposto na avença que as prestações fossem cumpridas no domicílio da outra parte, esta não poderia exigir, unilateral e posteriormente, o cumprimento de tal disposição. Certo. A assertiva é fundamentada no art. 330 do CC. Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Se o pagamento é feito reiteradamente em lugar diferente do estipulado, presume-se renúncia do credor ao local do pagamento previsto no contrato. Isso representa uma alteração tácita do local estipulado no contrato. Dessa forma, o credor sofrerá a supressio e o devedor terá a surrectio. SUPRESSIO Refere-se ao fenômeno da supressão de determinados direitos pelo decurso do tempo. Ex.: com o pagamento sendo feito reiteradamente no local Y, o credor perderá o direito a receber o pagamento no local X (ajustado no contrato). SURRECTIO De forma inversa, refere-se ao fenômeno do nascimento de determinados direi- tos pelo decurso do tempo. Ex.: com o pagamento sendo feito reiteradamente no local Y, o devedor irá adquirir o direito a receber o pagamento no local y (diferente do ajustado no contrato). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 85 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 4 (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2016) Humberto devia a Teobaldo a importância de dez mil reais. Entretanto, realizou o pagamento desta dívida a Petronílio. Nesta hipótese, o pagamento a) somente terá eficácia liberatória caso o devedor comprove que o pagamento foi feitode boa-fé em favor de credor putativo, como decorrência da boa-fé objetiva e da teoria da aparência, sendo irrelevante no caso relatado verificar se houve a anuência ou a reversão do valor em favor do credor originário (accipiens). b) somente será válido com a aceitação de Teobaldo, uma vez que a legitimidade é elemento de validade do negócio jurídico, e, neste caso, o pagamento não foi feito ao credor originário (accipiens). c) é válido e eficaz, sendo absolutamente irrelevante o fato de ter sido feito a pes- soa diversa do credor, pois a cobrança em duplicidade de um débito já pago não é admitida no ordenamento jurídico brasileiro. d) não tem validade, uma vez que o pagamento feito a terceiro estranho à relação obrigacional não admite ratificação. e) poderá ter eficácia liberatória caso Teobaldo ratifique o pagamento ou que o de- vedor comprove que o pagamento foi feito de boa-fé em favor de credor putativo, ou, ainda, que o devedor prove que o valor reverteu em favor do verdadeiro credor. Errado. Humberto devia pagar para Teobaldo, porém pagou para Petronílio. Trata-se de hipótese de pagamento feito a um terceiro. Dessa forma, considera-se válido o pagamento feito a terceiro quando: • for ratificado pelo credor; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 86 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri • se reverter em proveito do credor; ou • for feito a credor putativo, desde que haja boa-fé. Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Questão 5 (FCC/TRE-AP/AJAJ/2015) Com relação às obrigações, no tocante ao pagamento, considere: I – O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do de- vedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. II – O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado de- pois que não era credor. III – É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. IV – Vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, indepen- dentemente se o devedor provar ou não que em benefício dele efetivamente reverteu. Está correto o que se afirma APENAS em a) I e II. b) I, II e IV. c) II, III e IV. d) I, II e III. e) III e IV. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 87 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri I. Certo. Nos termos do art. 306 do CC, só é possível o direito do terceiro se reem- bolsar se o pagamento houver sido feito em seu próprio nome, com conhecimento e sem oposição do devedor. Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. II. Certo. No que se refere ao pagamento feito ao credor putativo (imaginário), a lei condiciona a eficácia da extinção da obrigação a dois requisitos: ter o accipiens a aparência de verdadeiro credor (exemplos: herdeiro aparente, procurador cujo mandato foi revogado sem conhecimento de terceiros; ou o herdeiro que vem a ser afastado por indignidade etc.) e estar o solvens de boa-fé. Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado de- pois que não era credor. III. Certo. Nada impede, outrossim, a adoção de cláusulas de escala móvel (ex.: índices da FGV: INCC, IGPM etc.) para que se realize a atualização monetária da soma devida, segundo critérios escolhidos pelas próprias partes. Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. IV. Errado. Sobre o pagamento feito a menor, o Código menciona “pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar”, dessa forma, se conclui que se o solvens desconhecia, sem culpa, a incapacidade do credor, o cumprimento será válido, ainda que o accipiens tenha dissipado ou malbaratado o valor da prestação recebida. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Questão 6 (VUNESP/CRO-SP/ADVOGADO/2015) Entende-se por remissão da dí- vida a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 88 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri a) reunião, na mesma pessoa, da qualidade de credor e devedor. b) substituição do devedor antigo por novo devedor. c) exoneração do garantidor da obrigação, por ato do credor. d) substituição do objeto da obrigação, por convenção das partes. e) exoneração do devedor do cumprimento da obrigação. Letra e. Remissão é a liberação graciosa de uma dívida ou a renúncia efetuada pelo credor, que espontaneamente abre mão de seu crédito. Significa perdão da obrigação, isto é, dar-se a obrigação por paga. Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. Questão 7 (FGV/PREFEITURA DE CUIABÁ-MT/BACHAREL EM DIREITO/2015) José e Joaquim são devedores solidários de Rita do valor de R$ 80.000,00. No termo avençado para o cumprimento da obrigação, Rita, de maneira injustificada, recu- sa-se a receber a prestação. José e Joaquim, diante de tal recusa, ajuízam ação de consignação em pagamento, julgada procedente. Após a sentença, José procura Rita, solicitando-lhe permissão para levantamento do valor depositado em juízo. Rita permite tal levantamento, sem, contudo, dar conhecimento a Joaquim ou dele receber anuência. Sobre os fatos narrados, assinale a afirmativa correta. a) Rita não pode autorizar o levantamento por José do valor consignado, já que a ação consignatória havia sido julgada procedente, extinguindo-se a obrigação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 89 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri b) Rita não pode autorizar o levantamento por José do valor consignado, já que não houve anuência de Joaquim, devedor solidário. c) Rita pode autorizar o levantamento por José do valor consignado, renascendo para José a obrigação que havia sido extinta com a procedência da ação consignatória. d) Ao levantar o valor consignado, José inaugura nova relação contratual com Rita, da qual Joaquim não é parte. e) Ao levantar o valor consignado, José e Joaquim continuam solidariamente obri- gados a satisfazer a obrigação. Letra d. Em se tratando de recusa por parte do credor em receber o pagamento, realmente o art. 335, I, do CC, permite o pagamento em consignação como uma forma espe- cial de pagamento. Art. 335. A consignação tem lugar: I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devidaforma; Sobre a possibilidade de se levantar o valor depositado, devemos observar os três momentos em que tal fato pode ocorrer: MOMENTOS PARA LEVANTAMENTO DO DEPÓSITO 1) Antes de qualquer manifestação judicial pelo credor (art. 338 do CC). 2) Após a aceitação ou a impugnação judicial do depósito pelo credor (art. 340 do CC). 3) Após a sentença que julgou procedente a ação (art. 339 do CC). Nesse caso, só haverá levantamento com a anuência dos codevedores e fiadores, pois estes já se encontram exonerados da obrigação, visto que esta se extinguiu com a procedência da ação. Se o credor (Rita) consente em que se levante a prestação consignada, tal ato não faz com que ressuscite a dívida extinta, faz surgir uma outra obrigação com a qual fiadores e codevedores (Joaquim) não tem qualquer ligação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 90 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri O enunciado da questão aponta para o momento 3, pois a sentença já foi proferida. Sendo assim, observa-se o art. 339 do CC: Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. Questão 8 (ESAF/PGFN/PROCURADOR/2015) Sobre o adimplemento e extinção das obrigações, assinalar a opção incorreta. a) O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, po- derá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente. b) O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo prescricional de cinco anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as des- pesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. c) Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. d) A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsis- tindo quanto ao mais a solidariedade. e) Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 91 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Letra b. A assertiva trata da cláusula de retrovenda que deve ser estudada por ocasião do contrato de compra e venda. O erro está no prazo que é decadencial e de três anos. Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembol- sando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. a) Certa. Conforme o art. 377 do CC. Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a tercei- ros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notifi- cada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente c) Certa. Conforme o art. 380 do CC. Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exequente a compensação, de que contra o próprio credor disporia. d) Certa. Conforme o art. 383 do CC. Art. 383. A confusão operada na pessoa do credor ou devedor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte no crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais a solidariedade. e) Certa. Essa assertiva não está compreendida no assunto da aula de hoje, mas fica aqui reproduzido o art. 508 do CC que lhe serve como base legal. 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Estudamos que a novação pode ser: • Objetiva ou real (art. 360, I do CC): quando há mutação do objeto devido entre as mesmas partes; • subjetiva ou pessoal (arts. 360, I e II do CC): quando há mutação de um ou ambos os sujeitos da obrigação dividindo-se em: – novação subjetiva ativa (mudança do credor); – novação subjetiva passiva por delegação (mudança do devedor com o consentimento do antigo devedor); ou – novação subjetiva passiva por expromissão (sem o consentimento do antigo devedor). • Mista: quando ocorre a mudança do objeto e de, pelo menos, um dos sujei- tos da relação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br http://www.questoesdeconcursos.com.br/imprimir?te=&og=1&in=&an=&cg=&es=&md=&di=8&ss=12085&ni=&ar=&at=&cd=&pv=&tg=&mc=&rs=&rc=&ri=&pp=5&dt=&bt=Filtrar http://www.questoesdeconcursos.com.br/imprimir?te=&og=1&in=&an=&cg=&es=&md=&di=8&ss=12085&ni=&ar=&at=&cd=&pv=&tg=&mc=&rs=&rc=&ri=&pp=5&dt=&bt=Filtrar 93 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri No enunciado da questão configurou-se uma novação subjetiva ativa. Fique atento(a) ao pulo do gato, pois no enunciado foi citada a expressão “obriga- ção nova”. Questão 10 (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Filipe deve a Pedro o valor de R$ 5.000,00. Não tendo dinheiro, Filipe propõe, como exímio carpinteiro que é, celebrarem um contrato de prestação de serviços de carpintaria na residên- cia de Pedro, até o valor devido. Esta contratação caracterizará, em relação à dívida anterior, a) dação em pagamento. b) compensação. c) novação. d) imputação em pagamento. e) remissão. Letra c. Perceba que, pela narrativa do enunciado da questão, a dívidade R$ 5.000,00 está sendo extinta e, em seu lugar, está sendo criada uma obrigação nova tendo como objeto a prestação de serviços de carpintaria, ou seja, trata-se de uma novação objetiva (art. 360, I, do CC). Questão 11 (FCC/SEFAZ-PE/JULGADOR TRIBUTÁRIO/2015) O pagamento em consignação a) não será admitido se pender litígio sobre o objeto do pagamento. b) não pode ter por objeto coisa imóvel. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 94 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri c) extingue a obrigação apenas se o depósito for judicial, não se admitindo em nenhuma hipótese o depósito em estabelecimento bancário. d) só tem lugar se o credor não puder ou, sem justa causa, recusar receber o pa- gamento ou dar quitação, na forma devida. e) faz cessarem para o depositante, tanto que se efetue o depósito, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente. Letra e. Conforme o art. 337 do CC. Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improce- dente. a) Errada. A pendência de litígio sobre o objeto do pagamento, segundo o art. 335, V, do CC, é uma das formas de cabimento do pagamento em consignação. Art. 335. A consignação tem lugar: V – se pender litígio sobre o objeto do pagamento. b) Errada. O pagamento em consignação pode ter objeto coisa móvel ou imóvel. c) Errada. O art. 334 do CC também possibilita o depósito extrajudicial, ou seja, feito em estabelecimento bancário. Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. d) Errada. No art. 335 do CC estão listados cinco incisos que autorizam o paga- mento em consignação. 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Sobre a necessidade de liquidez e fungibilidade da dívida citada no enunciado, ob- serva-se o art. 369 do CC: Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. Por fim, sobre a concessão de prazo de favor não impedir a compensação, obser- va-se o art. 372 do CC. Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a com- pensação. Questão 13 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A respeito do ina- dimplemento das obrigações, assinale a opção correta. a) A redução da cláusula penal quando a obrigação principal tiver sido cumprida em parte deve-se dar no percentual de dias cumpridos do contrato. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 96 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri b) Se, devido a mora do devedor, a prestação não for mais de interesse do credor, este poderá rejeitá-la e exigir a satisfação das perdas e dos danos. c) Devido a obrigação proveniente da prática de ato ilícito, o devedor será consi- derado em mora desde o ajuizamento da ação indenizatória. d) Devido ao fato de a obrigação principal e a multa compensatória terem natu- rezas diversas, a cobrança desta não impede que o credor exija o cumprimento daquela e) Em caso de inexecução involuntária do contrato, o inadimplente pode ser com- pelido a pagar as perdas e os danos se tiver se responsabilizado pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou de força maior. Letra e. Conforme o art. 393 do CC: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. a) Errada. Realmente, o cumprimento parcial da obrigação acarreta redução da cláusula penal, porém, nada obriga que tal redução seja proporcional ao percentual de dias cumpridos no contrato. Vejamos a jurisprudência do STJ a respeito: STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1186789 RJ 2010/0055990-5 (STJ) Data de publicação: 13/05/2014 Ementa: RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO CIVIL. CONTRATO COM CLÁUSULA DE EXCLU- SIVIDADE CELEBRADO ENTRE REDE DE TELEVISÃO E APRESENTADOR (ÂNCORA) DE TELEJORNAL. ART. 413 DO CDC. CLÁUSULA PENAL EXPRESSA NO CONTRATO. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 97 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri 1. A cláusula penal é pacto acessório, por meio do qual as partes determinam previa- mente uma sanção de natureza civil - cujo escopo é garantir o cumprimento da obriga- ção principal -, além de estipular perdas e danos em caso de inadimplemento parcial ou total de um dever assumido. Há dois tipos de cláusula penal, o vinculado ao descum- primento total da obrigação e o que incide quando do incumprimento parcial desta. A primeira é denominada pela doutrina como compensatória e a segunda como moratória. 2. A redução equitativa da cláusula penal a ser feita pelo juiz quando a obrigação prin- cipal tiver sido cumprida em parte não é sinônimo de redução proporcional. A equidade é cláusula geral que visa a um modelo ideal de justiça, com aplicação excepcional nos casos legalmente previstos. Tal instituto tem diversas funções, dentre elas a equidade corretiva, que visa ao equilíbrio das prestações, exatamente o caso dos autos. 3. Correta a redução da cláusula penal em 50%, visto que o critério adotado pelo Código Civil de 2002 é o da equidade, não havendo falar em percentual de dias cumpridos do contrato. No caso, as rés informaram à autora sobre a rescisão contratual quando os compromissos profissionais assumidos com outra emissora de televisão já estavam integralmente consolidados. 4. Entender de modo contrário, reduzindo a cláusula penal de forma proporcional ao número de dias cumpridos da relação obrigacional, acarretaria justamente extirpar uma das funções da cláusula penal, qual seja, a coercitiva, estimulando rupturas contratuais abruptas em busca da melhor oferta do concorrente e induzindo a prática da concorrên- cia desleal. 5. Sob a vigência do Código Civil de 1916, era facultado ao magistrado reduzir a cláu- sula penal caso o adimplemento da obrigação fosse tão somente...b) Errada. A alternativa é questionável. Porém o erro apontado pela banca foi o fato de o art. 395, parágrafo único, do CC, prever a palavra inútil e não interesse. Art. 395, Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e danos. c) Errada. Em desacordo com o art. 398 do CC. Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou. d) Errada. Lembre-se do nosso resumo: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 98 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri CLÁUSULA PENAL COMPENSATÓRIA obrigação principal ou multa • INADIMPLEMENTO COMPLETO MORATÓRIA obrigação principal + multa • EXECUÇÃO DE CLÁUSULA ESPECIAL • MORA Na multa compensatória, o credor exige, alternativamente, o cumprimento da obri- gação principal ou da multa. Questão 14 (FCC/TCM-GO/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2015) No tocante ao inadimplemento das obrigações, considere: I – Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. II – O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, em nenhuma hipótese. III – Inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, bem como por juros e atualização monetária, segundo os índices oficiais regularmente estabelecidos e honorários advocatícios. IV – O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, em seu termo, constitui o devedor em mora após sua interpelação judicial ou extrajudicial. Está correto o que se afirma em a) I, II e IV, apenas. b) I e III, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, II, III e IV. e) II, III e IV, apenas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 99 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Letra b. I. Certo. Conforme o art. 390 do CC: Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. II. Errado. Em desacordo com o art. 393 do CC: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. III. Certo. Conforme o art. 395 do CC: Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabele- cidos, e honorários de advogado. IV. Errado. Lembre-se da nossa tabela sobre as espécies de mora do devedor: ex re ou ex persona. → MORA EX RE → HÁ UM TERMO (prazo) → NÃO PRECISA DE PROVIDÊNCIAS (É AUTOMÁTICA) → MORA EX PERSONA → NÃO HÁ UM TERMO → PRECISA DE PROVIDÊNCIAS Na mora ex re, em que um prazo para a obrigação precisa ser cumprido, não há necessidade de interpelação judicial, pois o simples decurso de prazo já constitui a mora. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 100 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 15 (FCC/SEFAZ-PI/AUDITOR-FISCAL/2015) Com relação à inexecução das obrigações, de acordo com o Código Civil, a) o devedor responde pelos prejuízos decorrentes de caso fortuito ou força maior se por eles houver expressamente se responsabilizado. b) inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo cor- reção monetária mas não juros nem honorários de advogado. c) nos contratos onerosos, as partes respondem apenas em caso de culpa, sem exceção. d) nos contratos benéficos, responde apenas por dolo o contratante a quem o con- trato aproveita. e) inadimplida a obrigação, o devedor responde por perdas e danos, incluindo ju- ros e correção monetária porém não honorários de advogado. Letra a. Conforme o art. 393 do CC: Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. b) Errada. Em desacordo com o art. 395 do CC: Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabele- cidos, e honorários de advogado. c) Errada. Em desacordo com o art. 392 do CC: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 101 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei. d) Errada. Em desacordo com o art. 392 do CC. e) Errada. Em desacordo com o art. 395 do CC. Questão 16 (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/ADVOGADO/2015) De acordo com o Códi- go Civil Brasileiro, considera-se em mora o credor que não quiser receber o paga- mento no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Trata-se da denominada mora a) solvendi b) debendi c) creditorum d) accipiendi e) principia Letra d. A questão descreve a mora praticada pelo credor. Lembre-se de que credor começa com a letra “c”. Sendo assim, trata-se da mora accipiendi. Questão 17 (FCC/TJ-PI/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A respeito da mora, considere: I – Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou. II – Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente es- tabelecidos, e honorários de advogado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 102 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri III – Não havendo termo, a mora só se constitui mediante interpelação judicial. IV – Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. V – O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, exceto se essa impossibilidade resultar de caso fortuito ou de força maior ocorrentes durante o atraso. Está correto o que se afirma APENAS em a) II, III e V. b) I, III e V. c) I, II e IV. d) II, IV e V. e) I, III e IV. Letra c. I. Certo.Conforme o art. 398 do CC. Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o praticou. II. Certo. Conforme o art. 395 do CC: Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabele- cidos, e honorários de advogado. III. Errado. A mora ex persona (não automática) necessita de alguma providência para ser constituída, mas não será necessariamente a interpelação judicial, sendo cabível também a interpelação extrajudicial. Art. 397, Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpe- lação judicial ou extrajudicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 103 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri IV. Certo. Conforme o art. 396 do CC: Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. V. Errado. Em desacordo com o art. 399 do CC: Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. Questão 18 (FCC/TRE-AP/AJAJ/2015) Considere os seguintes efeitos: I – Subtração da responsabilidade do devedor pela conservação da coisa. II – Obrigação do credor a ressarcir as despesas do devedor empregadas em conservar a coisa. III – Sujeição do credor a receber a coisa pela estimação mais favorável ao deve- dor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Quando ocorrer mora do credor, no tocante ao devedor isento de dolo, ocorrerá os efeitos indicados em a) I e II, apenas. b) I, II e III. c) II e III, apenas. d) I e III, apenas. e) III, apenas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 104 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Letra b. Vejamos o art. 400 do CC: Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação. Questão 19 (CESPE/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO/2015) No que se refere à des- consideração da personalidade jurídica, aos contratos e aos títulos de crédito, jul- gue o item seguinte, em consonância com a jurisprudência dominante do STJ. Considere a seguinte situação hipotética. Na promessa de compra e venda de de- terminado imóvel, foi estipulada multa de mora para o caso de atraso na entrega, o que de fato ocorreu, e, diante disso, o promitente comprador buscou assistência da DP, que ingressou em juízo em seu favor para pleitear, além do cumprimento da obrigação e do valor fixado como cláusula penal moratória prevista no contrato, a indenização correspondente aos lucros cessantes pela não fruição do imóvel duran- te o período de mora. Nessa situação, a DP atuou de forma tecnicamente acertada em favor de seu assistido. Certo. A questão foi formulada com base na seguinte jurisprudência: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 105 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri AgRg no REsp 1202506 / RJ AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2010/0123862- 0 Relator(a) Ministro SIDNEI BENETI (1137) Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA Data do Julgamento 07/02/2012 Data da Publicação/Fonte DJe 24/02/2012 Ementa AGRAVO REGIMENTAL - COMPRA E VENDA. IMÓVEL. ATRASO NA ENTREGA - LUCROS CESSAN- TES - PRESUNÇÃO - CABIMENTO - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA - IMPROVIMENTO. 1. A jurisprudência desta Casa é pacífica no sentido de que, descumprido o prazo para entrega do imóvel objeto do compromisso de compra e venda, é cabível a condenação por lucros cessantes. Nesse caso, há presunção de prejuízo do promitente-comprador, cabendo ao vendedor, para se eximir do dever de indenizar, fazer prova de que a mora contratual não lhe é imputável. Precedentes. 2. O agravo não trouxe nenhum argumento novo capaz de modificar o decidido, que se mantém por seus próprios fundamentos. 3. Agravo Regimental improvido. Questão 20 (FCC/TJ-SE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) O devedor incorre na cláusula penal a) de pleno direito, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. b) apenas se, depois de interpelado, deixar de cumprir a obrigação ou incorrer em mora. c) desde que provado prejuízo se, culposamente, deixar de cumprir a obrigação ou incorrer em mora. d) de pleno direito, nas obrigações com termo certo, ou mediante interpelação, nas obrigações sem prazo, independentemente da comprovação do prejuízo ou de culpa, se deixar de cumprir a obrigação. e) em caso de mora, mas não se houver inadimplemento absoluto, porque, neste caso, a obrigação se resolve, necessariamente, em perdas e danos. Letra a. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 106 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão com base no art. 408 do CC: Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamen- te, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. Questão 21 (FCC/TRT-6ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Quanto à cláusula pe- nal, é INCORRETO afirmar que a) para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo. b) ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente. c) ao se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obriga- ção, esta poderá converter-se em alternativa a pedido e em benefício do devedor. d) incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. e) o valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obriga- ção principal. Letra c. Segundo o art. 410 do CC, não há necessidade de pedido, pois a conversão é au- tomática. Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. a) Certa. Conforme o art. 416 do CC: Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue pre- juízo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquertítulo, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 107 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri b) Certa. Conforme o art. 416, parágrafo único, do CC: Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo ex- cedente. d) Certa. Conforme o art. 408 do CC: Art. 408. Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamen- te, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora. e) Certa. Conforme o art. 412 do CC: Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obri- gação principal. Questão 22 (FCC/TRT-23ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Ana Paula contratou com Casa das Pedras a entrega e instalação de pingadeiras em sua residência, ain- da em construção. Para o caso de mora da empresa, as partes estipularam penali- dade no valor da obrigação principal. De acordo com o Código Civil, tal penalidade a) não é excessiva, a princípio, nem afasta o direito de Ana Paula exigir a entrega e instalação das pingadeiras, juntamente com a satisfação da pena cominada, que deverá ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz, caso se afigure desproporcio- nal para a natureza e finalidade do negócio ou se a obrigação principal houver sido cumprida em parte. b) é excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo ser reduzida a este patamar, e afastando, caso exigida, o direito de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 108 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri c) não é excessiva nem pode ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz, mas, caso exigida, afasta o direito de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pin- gadeiras. d) é excessiva, pois supera trinta por cento da obrigação principal, devendo ser reduzida a este patamar, porém não afastando, caso exigida, o direito de Ana Paula requerer a entrega e instalação das pingadeiras. e) não é excessiva, a princípio, mas deverá ser reduzida de maneira equitativa, pelo juiz, caso se afigure desproporcional para a natureza e finalidade do negócio, não podendo ser exigida juntamente com o cumprimento da obrigação principal. Letra a. A situação trata da convenção de uma cláusula penal moratória, ou seja, que per- mite ao credor exigir a obrigação principal (entrega e instalação de pingadeiras) juntamente com a penalidade. Art. 411. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em seguran- ça especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada, juntamente com o desempenho da obrigação principal. Sobre a possibilidade de redução equitativa da cláusula penal, vejamos o art. 413 do CC: Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação prin- cipal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. Questão 23 (FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A banda de música X foi contratada para animar uma festa, por 05 (cinco) horas, de 23h às 4h, mediante o pagamento posterior de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), estabelecendo-se a pena O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 109 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais), no caso de descumprimento do contrato. Na data aprazada, a banda contratada não compareceu e alegou que seu dirigente se equivocara, entendendo que o evento só ocorreria na semana seguinte. A banda Y, que já se encontrava no local e animara a festa de 18h30 às 22h30 concordou em suprir a falta, mediante o pagamento adicional de, também, R$ 20.000,00. Neste caso, a banda X, em ação judicial movida pela contratante, a) deverá ser condenada ao pagamento do valor despendido para remunerar a banda Y, sem incidência da cláusula penal. b) deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante não poderá exigir indenização suplementar, salvo se esta houver sido convencionada, entretanto o juiz deverá reduzir a penalidade equitativamente se a entender ma- nifestamente excessiva. c) deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual, bem como ao valor pago à banda Y. d) nada deverá pagar ao contratante, porque o serviço foi executado por terceiro. e) deverá ser condenada ao pagamento da pena contratual e o contratante poderá exigir indenização suplementar, não podendo o juiz, ainda que considere excessiva a pena, reduzi-la. Letra b. A situação representa uma hipótese de inadimplemento absoluto por parte da ban- da de música X. Sendo assim, a pena estabelecida de R$ 19.000,00 para o caso de descumprimento do contrato representa uma hipótese de cláusula penal compen- satória nos termos do art. 410 do CC: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 110 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. O valor da cominação imposta atendeu ao limite máximo previsto no art. 412 do CC: Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obri- gação principal. Temos também o art. 413 do CC que trata da redução equitativa. Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifes- tamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. de a banda Y ter tocado, o que impediu o prejuízo, não descaracteriza a possibili- dade de se exigir a cláusula penal. Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue pre- juízo. Questão 24 (FCC/TCM-RJ/PROCURADOR DE CONTAS/2015) Lucas e Gustavo ce- lebram contrato de prestação de serviços para criação e manutenção do jardim de Lucas, cabendo a Gustavo os serviços de jardinagem. O contrato prevê multa no valor total da obrigação ajustada, com renúncia das partes a abatimento desse montante, ocorrendo porém sua resilição após um terço de seu cumprimento, por ato unilateral de Gustavo. Lucas cobra a multa em seu total. Nesse caso, o juiz deve a) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação, podendo agir de ofício e declarando incabível a renúncia ao abatimento do valor da cláusula penal, por se tratar de norma de ordem pública. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 111 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri b) manter o que foi ajustado pelas partes, livremente, pois a multa só não poderia ultrapassar o valor da obrigação principal e a renúncia ao abatimento de seu mon- tante configura norma dispositiva. c) reduzir equitativamente a penalidade pelo cumprimento parcial da obrigação somente se requerido expressamente por quem denunciou o contrato e se pedida por ele a anulação da renúncia ao abatimento do valor, por se tratar de matéria de seu exclusivo interesse. d) ter por irrelevante o cumprimento parcial da obrigação, embora admitida em tese a renúncia ao abatimento do valor da multa, por se tratar de direito disponí- vel, mas reduzir a penalidade por seu excesso evidente, já que só permitido pela jurisprudência o percentual máximo de 20% a título de sanção. e) reduzir até mesmo de ofício a penalidade pelo cumprimento parcial da obriga- ção, desde que provado que a renúncia ao abatimento de seu montante foi aven- çada por Gustavo com vício de consentimento, por inexperiência ou induzimento em erro. Letra a. A cominação da cláusula penal compensatória satisfaz os limites impostos pelo art. 412 do CC: Art. 412. O valor da cominação imposta na cláusula penal não pode exceder o da obri- gação principal. Entretanto, é possível a redução equitativa do valor, nos termos do art. 413 do CC: Art. 413. A penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação prin- cipal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 112 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 25 (FCC/MANAUSPREV/PROCURADOR/2015) A cláusula penal a) não pode prever cominação superior a trinta por cento da obrigação principal. b) pode prever cominação igual à obrigação principal, devendo ser reduzida equi- tativamente pelo juiz se a obrigação tiver sido cumprida em parte. c) deve ser estipulada sempre conjuntamente com a obrigação, destinando-se ex- clusivamente a compensar o credor pela mora. d) vale como indenização pelos danos que tiver experimentado o credor, não se podendo estipular indenização suplementar a seu montante, ainda que se trate de contrato comutativo. e) somente pode ser exigida em caso de comprovação de prejuízo. Letra b. Conforme os arts. 412 e 413 do CC. a) Errada. Em desacordo com o art. 412 do CC: c) Errada. A cláusula penal pode ser estipulada conjuntamente com a obrigação ou em ato posterior, nos termos do art. 409 do CC. Art. 409. A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato poste- rior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora. d) Errada. Em desacordo com o art. 416, parágrafo único, do CC: Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo ex- cedente. e) Errada. Em desacordo com o art. 416 do CC: Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue pre- juízo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 113 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 26 (FCC/TRT-24ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2014) A empresa X con- tratou a empresa Y para a instalação de um mostruário de seus produtos em uma exposição. No contrato ficou estipulada a pena de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para o caso de inadimplemento da obrigação. A empresa Y, enganando-se quanto à data, compareceu ao local alguns dias após o término da exposição, que, entre- tanto, foi pouco visitada em razão de fatores climáticos e os expositores nada ven- deram. Neste caso, a empresa X a) poderá cobrar a importância de R$ 10.000,00 da empresa Y mais perdas e da- nos, autorizadas por lei. b) só poderá cobrar o valor da cláusula penal, até o limite do efetivo prejuízo e, se ultrapassar aquele valor, deverá fazer prova do que exceder. c) nada poderá cobrar, porque o fracasso da exposição é caso fortuito que exime o devedor da mora. d) só poderá cobrar o valor da cláusula penal, se comprovar que teve prejuízo igual ou superior a ela. e) poderá cobrar a importância de R$ 10.000,00 da empresa Y. Letra e. A situação representa uma hipótese de inadimplemento absoluto por parte da em- presa Y. A estipulação de uma pena de R$ 10.000,00 para o caso de inadimplemen- to da obrigação representa uma hipótese de cláusula penal compensatória, que possibilita ao credor exigir a obrigação principal ou a multa. Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 114 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 27 (FGV/ISS NITERÓI/AUDITOR-FISCAL/2015) Fabrício celebrou contrato de promessa de compra e venda de um terreno com Milena. O contrato foi pactuado por escritura pública e o pagamento foi convencionado em trinta e seis parcelas men- sais, com uma entrada no ato da escritura a título de arras, sem previsão do direito de arrependimento. Após o pagamento da sétima parcela, Fabrício restou inadimplente durante oito meses, o que fez com que Milena pleiteasse a rescisão do contrato. Con- siderando que não houve qualquer referência à natureza das arras, é correto afirmar que: a) além de reter as arras, Milena tem direito à indenização suplementar; b) todos os valores pagos por Fabrício devem ser restituídos para evitar um locu- pletamento sem causa; c) Milena tem direito tão somente a reter as arras pagas por Fabrício; d) como se trata de arras confirmatórias, Milena não tem direito a rescindir o con- trato, podendo apenas cobrar os valores devidos por Fabrício; e) como se trata de arras penitenciais, Milena não tem o direito de rescindir o con- trato, podendo apenas cobrar os valores devidos por Fabrício. Letra a. As arras podem ser de dois tipos: confirmatórias ou penitenciais. As arras confirmatórias confirmam o contrato, que se torna obrigatório após a sua entrega. Prova o acordo de vontades, não mais sendo lícito a qualquer dos contratantes rescindi-lo unilateralmente. Quem o fizer, responderá por perdas e danos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br115 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Por outro lado, podem as partes convencionar o direito de arrependimento (arras penitenciais). Nesse caso, as arras denominam-se penitenciais, porque atuam como pena convencional, como sanção à parte que se valer dessa faculdade. No silêncio do contrato, entende-se que as arras estipuladas são confirmatórias, ou seja, não dão o direito de arrependimento. Com isso, percebemos que, na situação apresentada, foram estipuladas arras con- firmatórias. Por fim, devemos observar o art. 419 do CC que também serve como fundamento para a questão: Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior pre- juízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da in- denização. Questão 28 (CONSULPLAN/TJ-MG/NOTÁRIO E REGISTRADOR/2017) José deve a João a importância de R$100,00 (cem reais). Pedro, pai de José, procura João e paga o referido débito. Considerando que todos são maiores e capazes, marque a alternativa correta: a) José continua devedor de João, pois Pedro é terceiro não interessado. b) João não poderia receber o pagamento de Pedro. c) José não é mais devedor de João. d) Pedro, como terceiro não interessado, não poderia pagar a dívida. Letra c. Como a dívida tem João como sujeito ativo e José como sujeito passivo, Pedro é um terceiro não interessado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 116 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri O fato de Pedro ser pai de José pode gerar uma certa dúvida quanto a isso, entre- tanto, deve-se levar em consideração o interesse jurídico e não o parentesco. Para exemplificar, um fiador é considerado terceiro interessado na dívida, pois re- presenta uma garantia no caso de inadimplência. O simples fato de o pai pagar uma dívida do filho é uma hipótese em que o paga- mento é feito por um terceiro não interessado, pois não há relação jurídica do pai com a obrigação. Sendo assim, vejamos o art. 304 do CC: Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Como a dívida foi paga, então José não é mais devedor de João. Questão 29 (FGV/SEFIN-RO/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/2018) Jamari celebrou con- trato de compra e venda de seu apartamento com Jorge. No contrato, foi previsto que Jamari poderia resolvê-lo no prazo de dezoito meses, desde que pagasse o preço recebido pelo imóvel e reembolsasse as despesas que Jorge tivesse com ele. Ao final de dezoito meses, Jamari notificou Jorge de que desejaria retomar o imó- vel, oferecendo o pagamento do valor do preço mais as despesas realizadas. Jorge, porém, recusou o recebimento das quantias. Com base nas informações do enunciado, é correto afirmar que Jamari poderá a) realizar o pagamento em consignação, diante da recusa sem justa causa de Má- rio em receber o valor do imóvel e o reembolso das despesas. b) pleitear a compensação da obrigação, por se tratar de dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 117 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri c) requerer judicialmente a imputação do pagamento do preço do imóvel no mon- tante das despesas efetuadas por Jorge. d) promover ação de remissão de dívida em face de Jorge em virtude do imple- mento da condição resolutiva. e) demandar indenização pela recusa do aceite de sua proposta por parte de Jorge, por lhe faltar o ânimo de novar. Letra a. O contrato de compra e venda entre Jamari e Jorge continha uma cláusula especial chamada de retrovenda. Retrovenda é uma cláusula especial num contrato de compra e venda na qual se estipula que o vendedor poderá resgatar a coisa vendida, dentro de um prazo de- terminado, pagando o mesmo preço ou diverso, desde que previamente conven- cionado (incluindo, por exemplo, as despesas investidas na melhoria do imóvel). Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. A cláusula de retrovenda faz com que Jamari tenha o direito de recomprar o imóvel ao final dos 18 meses, não sendo possível uma recusa por parte de Jorge. Quando Jorge indevidamente se recusa a receber o valor e transferir o imóvel, tor- na-se cabível o pagamento em consignação, cuja definição está no art. 334 do CC. Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Complementa a questão o art. 335, I, do CC: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 118 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 335. A consignação tem lugar: I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; Questão 30 (CESPE/TRE-TO/AJAJ/2017) No que se refere ao adimplemento das obrigações, assinale a opção correta. a) Será inválido pagamento de dívida de menor que seja efetuado, de forma cien- te, pelo pai dele, ainda que demonstre que o benefício foi efetivamente revertido em favor do incapaz. b) O pagamento da dívida deverá ser feito, em qualquer caso, exclusivamente ao credor. c) Caso seja ofertada prestação diversa da que lhe é devida, o credor deverá con- sentir em recebê-la, desde que seja mais valiosa que a original. d) Devedor cuja dívida seja paga por terceiro e que, tendo ciência da perda da pre- tensão do credor, se opuser ao adimplemento, não estará obrigado a reembolsar o pagador. e) Terceiro não interessado que pague dívida em nome próprio se sub-rogará nos direitos do credor. Letra d. Em conformidade com o art. 306 do CC: Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. a) Errada. Em desacordo com o art. 310 do CC: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 119 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. b) Errada. Em desacordo como art. 308 do CC: Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. c) Errada. Em desacordo com o art. 313 do CC: Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. e) Errada. Em desacordo com o art. 305 do CC: Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem di- reito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Questão 31 (CESPE/TRE-TO/AJAJ/2017) No que tange ao adimplemento, ao ina- dimplemento e à extinção de obrigações, julgue os itens que se seguem. I – O pagamento de dívida quesível deverá ser feito no domicílio do devedor, ficando o credor obrigado a buscar o adimplemento. II – O Código Civil adota o princípio do nominalismo monetário nas dívidas em dinhei- ro, admitindo, contudo, que as partes convencionem cláusula de escala móvel. III – Poderá ocorrer mora em caso tanto de inadimplemento absoluto quanto de inadimplemento relativo de uma obrigação. IV – moratória e multa compensatória poderão ser cumuladas com a exigência de cumprimento regular da obrigação principal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 120 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Estão certos apenas os itens a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. Letra a. I. Certo. De acordo com o art. 327 do CC: Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obriga- ção ou das circunstâncias. Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles. É interessante fazermos uma distinção entre a dívida quesível (quérable) e a dívida PORTÁVEL (portable). Quesível é a dívida que se paga, por princípio, no domicílio do devedor. Portável é a dívida que se paga no domicílio do credor. A regra geral é que a dívida seja normalmente quesível, isto é, deve ser paga no domicílio do devedor. Compete ao credor, portanto, ir até lá para receber o pagamento. II. Certo. Por meio do art. 315 do CC se depreende o princípio do nominalismo que regula as denominadas dívidas de dinheiro. Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes. A cláusula de escala móvel é admitida nos termos do art. 316 do CC: REGRA EXCEÇÃO O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 121 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas. III. Errado. A mora está relacionada ao inadimplemento relativo da obrigação. IV. Errado. Em desacordo com o art. 410 do CC: Art. 410. Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converter-se-á em alternativa a benefício do credor. Realmente, a multa moratória pode ser cumulada com o cumprimento da obrigação principal, como é o caso do aluguel pago com atraso. Entretanto, a multa compen- satória não pode ser cumulada, configurando uma alternativa ao cumprimento da obrigação principal. Questão 32 (CESPE/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Na hipótese de um credor aceitar, em vez do valor prometido, a entrega de um bem móvel pelo deve- dor, ocorrerá a a) sub-rogação convencional. b) dação em pagamento. c) novação. d) compensação. e) sub-rogação objetiva. Letra b. A dação em pagamento é um acordo firmado entre devedor e credor, por via da qual o credor concorda em receber do devedor, para desobrigá-lo de uma dívida, objeto distinto daquele que constituiu a obrigação. É o que acontece na questão. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 122 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 33 (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) No que se refere à extin- ção das obrigações, julgue os itens a seguir. I – O segurador, por reparar ato danoso suportado pelo segurado, o sub-roga legalmente no direito contra o autor do dano. II – Havendo recusa no recebimento de valores, o devedor poderá realizar o de- pósito da quantia devida em estabelecimento bancário, em nome do credor, e garantir a extinção da obrigação. III – A dação em pagamento constitui direito subjetivo do devedor. Assinale a opção correta. a) Apenas o item I está certo. b) Apenas os itens I e II estão certos. c) Apenas os itens I e III estão certos. d) Apenas os itens II e III estão certos. e) Todos os itens estão certos. Letra b. I. Certo. Em conformidade com o art. 786 do CC: Art. 786. Paga a indenização, o segurador sub-roga-se, nos limites do valor respectivo, nos direitos e ações que competirem ao segurado contra o autor do dano. II. Certo. De acordo com os conceitos do pagamento em consignação. Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais. Art. 335. A consignação tem lugar: I – se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 123 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri III. Errado. A dação em pagamento é um direito subjetivo do credor e não do devedor. rt. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Questão 34 (CESPE/DPE-AC/DEFENSOR PÚBLICO/2017) Em uma relação de con- sumo, foi estabelecido que o pagamento deveria ser realizado de determinada maneira. No entanto, após certo tempo, o pagamento passou a ser feito, reiterada- mente, de outro modo, sem que o credor se opusesse à mudança. Nessa situação, considerando-se a boa-fé objetiva, para o credor ocorreu o que se denomina a) venire contra factum proprium. b) tu quoque. c) surrectio. d) supressio. e) exceptio doli. Letra d. Vejamos o art. 330 do CC: Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato. Dessa forma, o credor sofrerá a supressio e o devedor terá a surrectio. SUPRESSIO Refere-se ao fenômeno da supressão de determinados direitos pelo decurso do tempo. Ex.: com o pagamento sendo feito reiteradamente no local Y, o credor perderá o direito a receber o pagamento no local X (ajustado no contrato). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e aqualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 124 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri SURRECTIO De forma inversa, refere-se ao fenômeno do nascimento de determinados direi- tos pelo decurso do tempo. Ex.: com o pagamento sendo feito reiteradamente no local Y, o devedor irá adquirir o direito a receber o pagamento no local y (diferente do ajustado no contrato). Questão 35 (CESPE/TRT-7ª REGIÃO/AJAJ/2017) Maria, credora de Pedro no valor de R$ 50 mil, aceitou no vencimento da dívida, para adimplir a obrigação, um veí- culo de igual valor oferecido por Pedro. A dívida foi, então, quitada. Nessa situação hipotética, de acordo com disposições do Código Civil, o adimple- mento se deu por a) compensação. b) pagamento em consignação. c) dação em pagamento. d) imputação do pagamento. Letra c. A dação em pagamento é um acordo firmado entre devedor e credor, por via da qual o credor concorda em receber do devedor, para desobrigá-lo de uma dívida, objeto distinto daquele que constituiu a obrigação. É o que acontece na questão. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. 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No caso apresentado, a obrigação foi extinta por: a) remissão; b) transação; c) dação em pagamento; d) remição; e) compensação. Letra a. Remissão é a liberação graciosa de uma dívida, ou a renúncia efetuada pelo credor, que espontaneamente abre mão de seu crédito. Significa perdão da obrigação, isto é, dar-se a obrigação por paga. É palavra que tem origem no verbo remitir (perdo- ar) e não deve confundir-se com remição que vem de remir (pagar). Questão 37 (FGV/TRT-12ª REGIÃO/AJOJ/2017) Ingrid havia prometido entregar a Graziela um automóvel usado em determinada data. Ocorre que, por motivo não revelado, Ingrid não possuía o veículo na data que havia sido acertada e, assim, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 126 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri propôs entregar 3 motocicletas novas em substituição ao automóvel, com o que Graziela concordou. A hipótese retrata, de acordo com o Código Civil, o seguinte fenômeno jurídico: a) compensação; b) sub-rogação; c) dação em pagamento; d) remissão; e) transação. Letra c. A dação em pagamento é um acordo firmado entre devedor e credor, por via da qual o credor concorda em receber do devedor, para desobrigá-lo de uma dívida, objeto distinto daquele que constituiu a obrigação. É o que acontece na questão. Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. Questão 38 (CESPE/TRE-BA/AJAJ/2017) João deve determinada quantia a Carlos, o qual deve igual valor a Pedro. Feito acordo entre os três, João deverá pagar a referida quantia diretamente a Pedro, o que retira Carlos da relação obrigacional. O instituto utilizado pelas partes para adimplemento da obrigação nessa situação hipotética denomina-se a) novação. b) assunção de dívida. c) confusão. d) compensação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 127 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri e) dação em pagamento. Letra a. Novação é a substituição de uma dívida por outra, ocorrendo a mera substituição e não a extinção da obrigação. Trata-se de um ato que cria uma nova obrigação destinada a extinguir a precedente, substituindo-a. Nesse caso, tivemos uma novação subjetiva. Questão 39 (CESPE/FUNPRESP-JUD/ANALISTA/2016) Na imputação do pagamen- to, são exigidas, além da pluralidade de débitos e identidade das partes, a igual natureza das dívidas e a possibilidade de o pagamento resgatar mais de um débito. Certo. De acordo com o art. 353 do CC, a imputação de pagamento pressupõe cinco ele- mentos: • dualidade ou multiplicidade de débitos; • identidade de credor e de devedor; • os débitos devem ser da mesma natureza; • devem ser ainda líquidos e estarem vencidos; • o pagamento deve cobrir qualquer desses débitos. Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 128 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 40 (FEPESE/PREFEITURA DE LAGES-SC/PROCURADOR/2016) Assinale a alternativa que indica corretamente a modalidade de pagamento que se opera, de pleno direito, em favor de credor que paga dívida do devedor comum. a) pagamento indevido b) pagamento com sub-rogação c) consignação em pagamento d) imputação de pagamento e) dação em pagamento Letra b. Questão com fundamento no art. 346, I, do CC: Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito (legal), em favor: I – do credor que paga a dívida do devedor comum; Questão 41 (CESPE/TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Indivíduo que se comprometer ao pagamento da obrigação em prestações sucessivas terá a seu favor a presunção de pagamento se tiver recibo de quitação da última. Certo. De acordo com o art. 322 do CC: Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabe- lece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 129 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri Questão 42 (VUNESP/PREFEITURA DE ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR/2016) O pa- gamento feito de boa-fé a credor putativo é a) nulo de pleno direito. b)ineficaz. c) inexistente. d) válido. e) dependente de ratificação. Letra d. A questão cobra a literalidade do art. 309 do CC: Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado de- pois que não era credor. Questão 43 (CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS- TROS/2016) Morrendo o credor, tornando-se o devedor seu único herdeiro, é cor- reto afirmar que houve a) compensação. b) remissão. c) confusão. d) novação. Letra c. Ocorrerá a confusão quando a mesma pessoa for credora devedora de si mesma. Em se operando a confusão, as obrigações estarão extintas. A confusão pode veri- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 130 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri ficar-se a respeito de toda a dívida (confusão total ou própria), ou só de parte dela (confusão parcial ou imprópria). É o que ocorre quando um filho deve uma prestação ao seu pai e antes de pagá-lo, ele falece, tornando-se o único herdeiro. Nesse caso, o crédito do pai passará para o filho por ocasião da sucessão hereditária e o filho será ao mesmo tempo credor e devedor. Também ocorre a confusão quando uma empresa devedora é incorporada pela em- presa credora. Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qua- lidades de credor e devedor. Questão 44 (CESPE/TCE-SC/AUDITOR-FISCAL DE CONTROLE EXTERNO/2016) Depositado o valor referente ao pagamento em consignação, o devedor poderá requerer o levantamento, o qual dependerá de anuência do credor, ainda que este não tenha declarado que aceita o depósito ou não tenha impugnado o seu valor. Errado. Os arts. 338 a 340 do CC tratam do levantamento do depósito na consignação de pagamento. Vejamos: Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsis- tindo a obrigação para todas as consequências de direito. Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os codevedores e fiadores que não tenham anuído. Levantar o depósito significa retirar o valor que havia sido depositado para servir como pagamento em consignação. Conforme os artigos anteriores, podemos per- ceber três momentos para levantamento do depósito: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fatima Berenice Perassolo Almeida - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 131 de 133www.grancursosonline.com.br DIREITO CIVIL Obrigações – Parte II Prof. Dicler Forestieri A questão se refere ao momento 1. Questão 45 (CESPE/FUNPRESP-EXE/ESPECIALISTA/2016) Aquele que pagar a quem não seja o verdadeiro credor terá direito à restituição do indébito, indepen- dentemente da comprovação do erro. Certo. Em conformidade com o art. 876 do CC: Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição. 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Adimplemento e Extinção das Obrigações 2. Inexecução das Obrigações Questões de Concurso Gabarito Questões Comentadas