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Resenha "Sociologia: Teoria e estrutura" - Robert Merton

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Universidade Federal Fluminense
Curso: Psicologia
Matéria: Teoria Sociológica
Professor: Tulio Cunha Rossi
Aluna: Letícia Bruczenitski Silva
MERTON, R. K. Sociologia: Teoria e estrutura. São Paulo: Mestre Jou, 1970. (cap. I)
Resenha
	No texto em questão, Robert Merton tem como principal objetivo “descobrir como é que algumas estruturas sociais exercem uma pressão definida sobre certas pessoas da sociedade, para que sigam conduta não conformista, ao invés de trilharem o caminho conformista”. (Merton, p. 204). Ou seja, por que alguns indivíduos agem de acordo com os padrões impostos e outros fogem dessas normas? 
	Em primeiro lugar, o autor tenta buscar as origens da obediência a um comportamento imposto. Os pensadores anteriores a ele haviam proposto algumas ideias que ainda eram muito gerais. É o Estado quem impõe? A cultura? São os meios de poder? É pela dominação? Merton, porém, entende que essa imposição de “ordem” é bem maior que apenas uma dessas ideias. 
	Ao contrário dos que lhe precederam, Merton irá teorizar dentro de uma esfera menor, menos abrangente e, por isso, talvez mais assertiva e por isso analisará a forma como as pessoas se adaptam dentro de uma cultura e não mais a cultura em si será seu objeto de estudo. Para isso, cria alguns conceitos que denomina “tipos adaptativos” a partir da sua observação da sociedade norte-americana e baseando-se nas metas culturais e nos meios institucionalizados: conformidade; inovação; ritualismo; retraimento; e rebelião. Esses tipos porém não são personalidades individuais, porque um mesmo indivíduo pode apresentar todos eles em diferentes aspectos da vida, tampouco, buscam interpretar a realidade, assim como os fatos sociais, buscam mostrar um “tipo ideal”.
	As metas culturais seriam os objetivos de vida socialmente definidos, por exemplo, ficar rico e os meios institucionalizados seriam as maneiras aceitáveis de se chegar à meta, por exemplo, pelo trabalho digno. 
A conformidade é o padrão comportamental mais comum, em que o indivíduo aceita tanto as metas, quanto os meios e busca segui-los sem titubear, sem mover-se à esquerda ou à direita. Na sociedade americana, Merton nota que o meio não garante que se chegue à meta e estimula, constantemente a inovação. 
A inovação, por sua vez, é a aceitação e a busca pela meta, mas não a partir dos meios convencionais, no caso pelo trabalho, mas sim por meios ilícitos, como a corrupção, a lavagem de dinheiro, o roubo, o furto e etc. essas ações são condenadas pela sociedade, no entanto, como observado por Merton, são justificadas ou punidas dependendo daquele que as executa. 
O ritualismo é o contrário da inovação, nele o individuo aceita os meios como se eles fossem um fim por si mesmos, como se o trabalho fosse o objetivo e não o enriquecimento. Esse é o comportamento daqueles que buscam uma vida de estabilidade e por isso “aguentam qualquer como” para que não percam esse meio. 
A recusa dos meios e das metas é o que caracteriza o retraimento. Os indivíduos que têm esse comportamento normalmente são marginalizados, pois não seguem um “padrão” social como previsto pela sociedade, afinal, abandonaram definitivamente aquilo que, para Merton, estrutura funcionalmente a sociedade. 
Diferentemente de todos os anteriores, o comportamento de rebelião não apenas recusa ou aceita as imposições socias, mas propõe a transformação dessas metas e meios, transformando um panorama social. 
A partir desses conceitos, Merton apontou uma grande tensão entre individuo e sociedade, principalmente no âmbito por ele estudado, o âmbito do trabalho na sociedade norte-americana, que como bem destacado por Weber, busca, sempre o lucro e a produtividade. Com isso, nota-se uma grande tendencia a anomia, caracterizada pelo conflito entre “interior” representado pela “individualidade” e “exterior” representado pela sociedade. 
 
Outras referencias bibliográficas 
- WEBER, M. Economia e sociedade, v. 1 Brasília: Editora UNB (cap. 1: Conceitos sociológicos fundamentais), 2000. 
- DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2014, pp. 1-47

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