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ESMA - pós - TRIBUNAL DO JÚRI

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Tribunal do Júri
1. Origem do Tribunal do Júri
- Doutrina diverge sobre a raiz.
- falta de acervo histórico
- ligado à origem do direito e a aglomerações humanas.
- inexistência de traço mínimo essencial para identificá-lo. 
Assim:
- época mosaica – entre os judeus do Egito, sob a orientação de Moisés. Conselho dos Anciãos – julgamento pelos pares, em nome de Deus. 
- Roma – judices jurati
 Grécia – diskatas. 2 Conselhos, Heliéia e Areópago. 
- Palestina – tribunal dos vinte e três. 
- Inglaterra – Ordálias. Júri – juramento.
IV Concílio de Latrão, 1215 – proibiu participação de membros da igreja. 
- Em 1215 – Magna Carta, imposta ao rei João Sem Terra. 
“Nenhum homem livre será preso ou despojado ou colocado fora da lei ou exilado, e não se lhe fará nenhum mal, a não ser em virtude de um julgamento legal dos seus pares ou em virtude da lei do país”. 
- ouvir testemunha e decidir com base na prova.
- França adotou a partir da Revolução Francesa. Expandiu pela Europa, exceto Holanda e Dinamarca.
Países foram abolindo.
Alemanha aboliu em 1824. 
Portugal
- instituído pelos vitoriosos da Revolução do Porto. Uma das bandeiras: liberdade de imprensa. 
- Júri para julgar crimes de imprensa. 
Brasil – determinada, em 15 de janeiro de 1822 a retirada da publicação “Heroicidade Brasileira”, anônima. 
- revolta popular
- primeira lei de imprensa.
- instituído o júri para a execução da lei, em 18 de junho de 1822.
- Constituição de 1824 – previsão do Júri, com competência também para decidir questões cíveis e criminais. 
Jurados – questões de fato. Juízes – aplicação da lei.
- Constituição de 1891 – direitos e garantias individuais. 
- Constituição de 1934 – Poder Judiciário.
- Constituição de 1937 – omitiu.
- Decreto lei de 1938. 
- Constituição de 1946 – retornou ao texto constitucional e no capítulo dos direitos e garantias individuais. Número ímpar de jurados, mínimo de 3. 
- Constituição de 1967 e ”Constituição de 1969”- mantiveram. A última limitou ao julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
- Constituição de 1988. 
2. Conceito
- órgão especial do Poder Judiciário de primeira instância, pertencente à Justiça Comum Estadual ou Federal, colegiado e heterogêneo. 
- lei para instituição. 
Em regra, crime doloso contra a vida vai ser julgado por tribunal do júri estadual. 
 - júri federal – exemplo: crimes praticados por ou contra funcionário público federal em razão de suas funções. 
3.	COMPOSIÇÃO DO TRIBUNAL DO JÚRI 
	- 1 juiz presidente e mais 25 jurados – destes, 7 irão compor o conselho de sentença. 
	Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. (Alterado pela L-011.689-2008)
4. PREVISÃO CONSTITUCIONAL
	art. 5. , XXXVIII, da CF:
	XXXVIII - É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
	a) a plenitude de defesa;
	b) o sigilo das votações;
	c) a soberania dos veredictos.
	
- rol dos direitos e garantias individuais do art. 5º.
- Cláusula pétrea!!!
GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
4.1.	PLENITUDE DE DEFESA:
- diferente de ampla defesa?
- Autodefesa
- Defesa técnica. 
Argumentos extrajurídicos	
Tempo razoável
Divergência de teses.
”Síndrome do Piu-Piu”
- Art. 497 CPP - Juiz presidente fiscaliza. Nomeia advogado. Nomeação direta?
"HABEAS CORPUS" - JÚRI - TESTEMUNHA ARROLADA, COM A CLÁUSULA DE IMPRESCINDIBILIDADE, PARA SER INQUIRIDA NO PLENÁRIO DO JÚRI (CPP, ART. 461, “CAPUT”, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 11.689/2008) - DIREITO SUBJETIVO DA PARTE - NÃO COMPARECIMENTO, CONTUDO, DE REFERIDA TESTEMUNHA, JUSTIFICADO MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE ATESTADO MÉDICO – (...). - O réu tem o direito de escolher o seu próprio defensor. Essa liberdade de escolha traduz, no plano da "persecutio criminis", específica projeção do postulado da amplitude de defesa proclamado pela Constituição. Cumpre ao magistrado processante, em não sendo possível ao defensor constituído assumir ou prosseguir no patrocínio da causa penal, ordenar a intimação do réu para que este, querendo, escolha outro Advogado. Antes de realizada essa intimação - ou enquanto não exaurido o prazo nela assinalado - não é lícito ao juiz nomear defensor dativo (ou Defensor Público) sem expressa aquiescência do réu. Precedentes. 
(HC 96905, Relator(a):  Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 25/08/2009) 
4.2.	SIGILO DAS VOTAÇÕES:
Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas
Sala Secreta
– também é conhecida no CPP como sala especial. Artigo 485 do CPP:
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a votação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
§ 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
- Se não existir sala secreta? 
- Acusado?
	- se o acusado advogar em causa própria?
Fere a publicidade? Art. 93, IX, c/c art. 5, LX
- constitucional? Princípio da publicidade?
Publicidade restrita - Art. 93, IX. 
	Art. 93 - Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: 
	IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
	
	Além disso, o art. 5º, LX, da CF:
	LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
- Sigilo previsto na própria CRFB.
Incomunicabilidade dos jurados :
- desdobramento do sigilo. 
- sorteados, advertência
- a incomunicabilidade é absoluta ou relativa?
- julgamento que ultrapassa o dia
	Ação Originária 1.046 STF
4. Não se constitui em quebra da incomunicabilidade dos jurados o fato de que, logo após terem sido escolhidos para o Conselho de Sentença, eles puderam usar telefone celular, na presença de todos, para o fim de comunicar a terceiros que haviam sido sorteados, sem qualquer alusão a dados do processo que seria julgado. Certidão de incomunicabilidade de jurados firmada por oficial de justiça, que goza de presunção de veracidade. Precedentes. Nulidade inexistente.
	-a violação à incomunicabilidade será causa de nulidade absoluta.
- ligação.
- Certidão de incomunicabilidade.
- até o fim do julgamento. 
Votação Unânime
	- Antes da Lei 11.689/2008 – acabava o sigilo. 
Art. 483, § 1º:
	§ 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
		Da mesma forma, o § 2º complementa 
	§ 2º Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação: O jurado absolve o acusado?
- doutrina e jurisprudência: aplica-se a todos os demais quesitos. 
4.3.	SOBERANIA DOS VEREDICTOS:
	
- tribunal formado por juízes togados, não pode modificar no mérito a decisão dos jurados.- Sentença Subjetivamente complexa.
- Fudamento: representação da vontade popular. Decisão soberana. Conter o poder estatal. 
	Significa que são irrecorríveis e definitivas? Poder inconstrastável e ilimitado? 
- caráter relativo. 
	- cabe recurso contra decisão do tribunal do júri - recurso de fundamentação vinculada.
Art. 593 - Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
		d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.
	4ª Hipótese de apelação no júri: Ocorre quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos:
	O que é uma decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos? 
	
- essa apelação só é cabível uma única vez, pouco importando, quem tenha apelado. 
Qual juízo será feito pelo tribunal ao julgar essa apelação? 
- Tribunal não pode modificar o mérito.
Novo plenário. 
Juízo rescindente – “o tribunal limita-se a desconstituir a decisão anterior.”
Juízo rescisório (ou revisório) – “o tribunal substitui a decisão anterior por outra.”
É constitucional essa hipótese de apelação?
Revisão criminal e Decisões do Tribunal do Júri:
- revisão criminal, é cabível no júri? 
	Prevalece o entendimento de que ao tribunal de justiça é conferida a possibilidade de proceder ao juízo rescindente e rescisório, reformando, no mérito, a decisão dos jurados.
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.
 Nucci entende que a Revisão Criminal, se deferida, deve remeter a julgamento por novo Júri. 
Divergência – dificuldade de produção de provas. 	
Informativo Nº: 0503 Período: 27 de agosto a 6 de setembro de 2012
REVISÃO CRIMINAL. EMPATE NA VOTAÇÃO. DECISÃO MAIS FAVORÁVEL. 
A Turma, prosseguindo o julgamento, concedeu a ordem para reformar o acórdão recorrido, a fim de afastar a condenação do paciente pelo crime de tentativa de homicídio, diante do empate verificado, na revisão criminal de sentença proferida pelo tribunal do júri. A respeito do tema, ponderou a Min. Relatora que, no entendimento do STF, a condenação penal definitiva imposta pelo Júri é passível de desconstituição mediante revisão criminal, não lhe sendo oponível a cláusula constitucional da soberania do veredicto do Conselho de Sentença. Precedentes citados do STF: HC 70.193-RS, DJ 6/11/2006; HC 59.863-SP, DJ 13/3/1982; HC 52.838-SP, DJ 26/9/1975, e HC 54.467-SP, DJ 18/3/1977. HC 137.504-BA, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 28/8/2012. 
4.4.	COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DOS CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA:
- competência mínima. 
	- crimes conexos/continentes. 
CPP artigo 78 I:
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a competência do júri
Salvo quais?
Crimes Militares Conexos – impõe-se a separação dos processos;
Crimes Eleitorais Conexos – impõe-se a separação dos processos;
	
Crimes excluídos do Tribunal do Júri:
	Latrocínio (roubo qualificado pelo resultado morte). 
STF Súmula nº 603 - 31/10/1984 - A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri.
Extorsão qualificada pela morte 
CP 158- § 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)
	Ato infracional 
	Foro por prerrogativa de função previsto na Constituição Federal 
	STF Súmula nº 721 - DJ de 13/10/2003 - A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual.
	- E o deputado estadual? De acordo com o posicionamento do STJ, o foro do deputado estadual está previsto na CF, portanto, se ele mata alguém, ele deve ser julgado pelo seu tribunal de justiça.
Genocídio – bem jurídico tutelado: existência de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso. 
- Se o genocídio for cometido mediante morte de membros do grupo, os homicídios serão julgados por um tribunal do júri, que exercerá força atrativa em relação ao crime conexo de genocídio.
 	procedimento bifásico ou escalonado.
1ª Fase:	Sumário da Culpa ou iudicium acusationis.
 
2ª Fase:	Juízo da Causa ou iudicium causae.
 Nucci, em posição minoritária, diz que o júri é um procedimento trifásico (3 fases), considerando a fase de preparação do processo para julgamento em plenário como fase autônoma.
6.1.	1ª Fase: Judicio accusationis ou Sumário da Culpa.
- tem início a partir do oferecimento da peça acusatória (denúncia ou queixa). 
queixa-crime no tribunal do júri? 
 Ação penal privada subsidiaria da pública 
Litisconsórcio ativo decorrente de conexão entre o crime de ação penal pública (ex. homicídio) e crime de ação penal de iniciativa privada.
 Vai culminar com uma das seguintes decisões:
 
	a)	Pronúncia
	b)	Impronúncia
	c)	Desclassificação
	d)	Absolvição sumária
6.2.	2ª Fase: Judicio causae ou Juízo da Causa:
 O início da segunda fase se dá com a chamada fase de preparação do processo para o julgamento em plenário (artigo 422). 
 
Após a preclusão da decisão de pronúncia, o juiz começa a prepara o processo para julgamento em plenário. 
Essa segunda fase vai culminar com a sessão de julgamento no plenário do tribunal do júri.
1ª FASE:	SUMÁRIO DA CULPA:
 
	Diferenças para o procedimento comum ordinário.
Denúncia – mesmos requisitos. Pedido de pronúncia.
- recebimento da peça acusatória 
- citação 
- resposta à acusação 
Ao contrário do procedimento comum ordinário, há previsão expressa para que, apresentada a resposta à acusação, seja ouvida a acusação sobre preliminares e documentos no prazo de 5 dias. Artigo 409 do CPP.
No júri, não há previsão legal de absolvição sumária nessa fase. 2 correntes. 
Art. 394 CPP     
   § 4o  As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código.      
§ 2o  Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.                  
 § 3o  Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código.           
Audiência de Instrução:
 	1º Observação: Juntada de documentos:
		Art. 231 - Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo.
	*Restrições ao momento da juntada de documentos
 	 Com a Lei 11.689, na primeira fase do procedimento, nada impede que a parte junte um documento em audiência.
b)	Diferenças na audiência:
- Sequência na audiência – art. 411, caput. 
 - declarações do ofendido, se possível.
- inquirição de testemunhas de acusação e defesa, nesta ordem.
- esclarecimentos dos peritos
- acareações
- reconhecimento de pessoas e coisas
- interrogatório do réu
(fase do art. 402?)
não há previsão expressa de requerimento de diligências
Art. 411. § 4º As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).
§ 5º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusação e a defesa de cada um deles será individual.
Não há previsão de substituição das alegações orais por memorais.
Se tiver assistente de acusação:
§ 6º Ao assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa.
		(...)
 Não apresentação de alegações:
	
- No procedimento comum ordinário, a ausênciade alegações orais da defesa é causa de evidente nulidade absoluta (Súmula 523 do STF).
STF Súmula nº 523 - DJ de 12/12/1969 - No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
E no Tribunal do Júri? 
“Para a jurisprudência (STJ), a não apresentação de alegações orais ou sua apresentação de forma sucinta, não irá caracterizar violação ao princípio da ampla defesa, desde que essa seja uma estratégia da defesa em benefício do acusado, que antevendo provável pronúncia, prefira não antecipar as teses que seriam sustentadas em plenário.”
§ 9º Encerrados os debates, o juiz proferirá a sua decisão, ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
 - quatro decisões que podem ocorrer ao final da primeira fase.
- IMPRONÚNCIA
- DESCLASSIFICAÇÃO
- ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
- PRONÚNCIA
8.	IMPRONÚNCIA:
 Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. (Alterado pela L-011.689-2008)
	Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova.
 
8.1.	Natureza Jurídica da impronúncia:
	Trata-se de decisão interlocutória mista terminativa.” Isto é não aprecia o mérito (o juiz não afirma que o acusado é culpado ou inocente). 
Decisão interlocutória – não há julgamento de mérito. 
- mista porque põe fim a uma fase procedimental. 
 Terminativa – caso não haja recurso do MP ou caso não seja provido, põe fim ao processo, antes do fim do procedimento.
 Obs: o artigo 416 do CPP, ao tratar do recurso cabível contra a impronúncia (apelação), chama a decisão de “sentença”, embora se trate de decisão interlocutória. 
8.2.	Coisa Julgada
 Só faz coisa julgada formal. 
 - se surgirem provas novas, poderá dar início a um novo processo. Não é retomar o anterior!
 O que vem a ser prova nova? 
prova substancialmente nova e formalmente nova. 
 OBS.: O Juiz-sumariante que proferiu a decisão de impronúncia ficará prevento para o novo processo.
8.3.	Crime Conexo
	Impronunciado o acusado, o crime conexo não doloso contra a vida deve ser remetido ao juízo competente, aplicando-se por analogia o art. 419 do CPP.
	- o juiz não fará qualquer análise sobre os crimes conexos.
8.4.	Despronúncia
 
	Quando a decisão de pronúncia proferida pelo juiz é transformada em impronúncia, em virtude da interposição de um Recurso em Sentido Estrito.
 
	Quem é responsável pela despronúncia? 
- poderá ser feita tanto pelo juiz- sumariante (juízo de retratação), como pelo tribunal
8.5.	Recurso cabível contra decisão de impronúncia
 Art. 416. Contra a sentença de impronúncia ou de absolvição sumária caberá apelação. (Alterado pela L-011.689-2008)
 Quem tem legitimidade, interesse recursal para apelar contra a impronúncia?
 MP – MP ou querelante.
 Assistente da Acusação – supletivamente.
 Acusado – E o acusado? Teria interesse em recorrer contra a impronúncia? 
9.	DESCLASSIFICAÇÃO DO DELITO
 Ocorre a desclassificação do delito quando o juiz- sumariante entender que não se trata de crime doloso contra a vida.
 Mais dois pontos importantes:
 	É possível desclassificação para crime mais grave?
- na hora de fazer a desclassificação, o juiz deve fazer a nova capitulação legal? 
Desclassificação de homicídio doloso praticado a título de dolo eventual na direção de veículo automotor, para homicídio culposo. STJ RESP 1224263/RJ.
Desqualificação - É possível nessa fase?
Natureza jurídica da decisão de desclassificação:
 É uma decisão interlocutória (não há apreciação do mérito) mista (põe fim a uma fase procedimental), mas é não terminativa (pois não põe fim ao processo – há remessa dos autos ao juízo competente).
 Crime conexo – O crime conexo será também remetido para o juízo competente.
 Réu preso – A desclassificação não possibilita, de imediato a colocação do acusado preso em liberdade. 
 art. 419, § único:
 Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso. (Acrescentado pela L -011.689-2008)
Recurso cabível 
 Art. 581 - Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
II - que concluir pela incompetência do juízo;
  Quem pode interpor esse RESE:
 MP ou querelante.
 Acusado 
 Assistente da Acusação – Pode interpor o RESE? Duas correntes:
 	1ª Corrente:	Como o interesse patrimonial do assistente não é prejudicado em virtude da desclassificação, este não terá interesse recursal.
	2ª Corrente:	Ganha reforço com a professora Ada, que passou a sustentar: o interesse do assistente no processo penal não se limita à obtenção de uma condenação, mas também à justa e proporcional 	condenação pelo fato delituoso praticado.
Interesse recursal do réu?
- para manter no júri – plenitude de defesa.
- para absolvição sumária – não cabe – supressão de instância. Análise meramente do elemento subjetivo (tipicidade).
Conflito de competência – o novo juízo competente, é obrigado a acatar a decisão ou ele pode suscitar um conflito de competência? 
 Se remeter a "outra justiça" – cabe.
 	Se a desclassificação resultar na remessa dos autos à mesma justiça:
 	1ª Corrente: preclusa a 	decisão de desclassificação, o novo juízo está obrigado a receber o processo, não podendo suscitar conflito negativo de competência.
 	2ª Corrente: como a última palavra acerca do assunto compete à Câmara, nada impede que seja suscitado conflito negativo de competência.
10.	ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA
 - se dá ao final da primeira fase do procedimento.
 	
Mérito.
	Hipóteses de absolvição sumária 
Inexistência do fato delituoso
Provado não ser o acusado autor ou partícipe do fato delituoso
Quando o fato não constituir infração penal - atipicidade.
Quando tiver presente causa excludente da ilicitude ou da culpabilidade.
Absolvição sumária – quadro comparativo
Tribunal do Júri
– o fato não constituir infração penal;      
  – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. 
 – provada a inexistência do fato;                
 – provado não ser ele autor ou partícipe do fato.             
Procedimento Comum
- que o fato narrado evidentemente não constitui crime; 
- a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato;            
- a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade;   
- extinta a punibilidade do agente.      
Obs.: as 4 hipóteses exigem juízo de certeza em razão da competência do Júri para julgar os crimes dolosos contra a vida. 
 O inimputável pode ser absolvido sumariamente, desde que esta seja sua única tese defensiva.
O que é feito com o semi-imputável? (art. 26, § único, do CP). 
 -pronúncia
- quesitação
Crime conexo?
 Recurso cabível – apelação,
Quem pode recorrer?
 MP 
 Assistente de Acusação
11.	PRONÚNCIA:
 A decisão de pronúncia ocorre quando o juiz sumariante estiver convencido acerca da materialidade do crime e de indícios suficientes de autoria ou participação.
  Significa apenas que o juiz sumariante entende que estão preenchidos os requisitos para que o caso possa ser levado a julgamento pelo júri. 
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. (Alterado pela L-011.689-2008).
Princípio Aplicável:
 - in dubio pro reo ou in dubio pro societate ? Divergência doutrinária. Ver Aury Lopes Jr. 
 art 413 fala em convencido da materialidade e indício de autoria.
 “No momentoda pronúncia, deve o juiz estar convencido da materialidade do crime, vigorando o princípio do in dubio pro societate em relação à autoria ou participação.”
 STJ: REsp 876623 e STF: HC 81646.
 
REsp 876623 / RN - FELIX FISCHER - QUINTA TURMA - Fonte DJ 19/03/2007 
I - Na fase da pronúncia (iudicium accusationis), reconhecida a materialidade do delito, qualquer questionamento ou ambigüidade faz incidir a regra do brocardo "in dubio pro societate".
(...)
IV - Recurso parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.
HC 81646 / PE - Min. SEPÚLVEDA PERTENCE Julgamento:  04/06/2002 - Órgão Julgador:  Primeira Turma
EMENTA: I. Habeas-corpus: cabimento: direito probatório. 1. Não é questão de prova, mas de direito probatório - que comporta deslinde em habeas-corpus -, a de saber se é admissível a pronúncia fundada em dúvida declarada com relação à existência material do crime. II. Pronúncia: inadmissibilidade: invocação descabida do in dubio pro societate na dúvida quanto à existência do crime. 2. O aforismo in dubio pro societate que - malgrado as críticas procedentes à sua consistência lógica, tem sido reputada adequada a exprimir a inexigibilidade de certeza da autoria do crime, para fundar a pronúncia -, jamais vigorou no tocante à existência do próprio crime, em relação a qual se reclama esteja o juiz convencido. 3. O convencimento do juiz, exigido na lei, não é obviamente a convicção íntima do jurado, que os princípios repeliriam, mas convencimento fundado na prova: donde, a exigência - que aí cobre tanto a da existência do crime, quanto da ocorrência de indícios de autoria, de que o juiz decline, na decisão, "os motivos do seu convencimento". (...) 5. Habeas-corpus deferido por falta de justa causa para a pronúncia.
11.1.	Natureza jurídica:
 	A decisão de pronúncia é decisão interlocutória mista não terminativa.
 Decisão interlocutória porque não aprecia o mérito. Mista porque encerra uma fase e não terminativa porque não põe fim ao processo. 
- juízo de admissibilidade, significando que será levado ao tribunal do júri. 
- Esse juízo de admissibilidade também é chamado de juízo de prelibação.
11.2.	Fundamentação da decisão de pronúncia 
A decisão de pronúncia deve ser fundamentada? 
Art. 413. 
§ 1o A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Eloquência acusatória:
Exagero na fundamentação
A eloquência acusatória é causa de nulidade absoluta da decisão de pronúncia. 
 
	Atenção para o HC 96123 - Supremo, diante da Lei 11.689/08, que alterou o procedimento do júri sinaliza que:
 “Como a decisão de pronúncia não pode ser lida aos jurados como argumento de autoridade, não haveria que se falar em nulidade por eventual eloquência acusatória.” 
 Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: (Alterado pela L-011.689-2008)
	I - à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; (Acrescentado pela L-011.689-2008 
HC 96123/SP, rel. Min. Carlos Britto, 3.2.2009. (HC-96123)
Embora ressaltando a ofensa ao princípio da colegialidade, a Turma não conheceu de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática de Ministro do STJ que, após apreciar o mérito da causa, negara seguimento a idêntica medida em que se alegava excesso de linguagem na decisão de pronúncia do paciente. Concluiu-se pela falta de interesse de agir da impetração ante a superveniência da Lei 11.689/2008 — que alterou dispositivos do Código de Processo Penal referentes ao tribunal do júri —, haja vista que, com a referida reforma, não existe mais a possibilidade de leitura da sentença de pronúncia no plenário do tribunal do júri (CPP: “Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;”). Acolheu-se, ainda, o voto adendo do Min. Menezes Direito, no sentido de assentar na própria ementa que há impropriedade do julgamento do mérito por decisão monocrática de Ministro do Tribunal a quo.
No entanto:	
Art. 472. 	Parágrafo único. O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo. (Acrescentado pela L-011.689-2008).
VIII - O fato do art. 478, I, do Código de Processo Penal vedar, sob pena de nulidade, que as partes façam referências à decisão de pronúncia ou às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação como argumento de autoridade, seja para beneficiar, seja para prejudicar o réu, não afasta a possibilidade dos jurados serem influenciados pelo excesso de linguagem contido no ato impugnado, ante as disposições dos arts. 472, parágrafo único, e 480, § 3º, do Diploma Processual Penal.
IX - Desse modo, "Reconhecido o excesso de linguagem no acórdão que confirmou a sentença de pronúncia, é vedado entregar aos jurados, após prestarem juramento, cópia da referida peça processual, sob pena nulidade do julgamento pelo Conselho de Sentença" (HC 193.734/SP, 5ª T., Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe de 21.06.2013). Adotada tal providência, em consonância com os preceitos do art. 563 do Código de Processo Penal, não existirá prejuízo efetivo capaz de justificar o reconhecimento da nulidade pretendida.
X - Assim, não obstante o reconhecimento do excesso, em homenagem ao princípio da economia processual e tendo em vista que os jurados formam o seu livre convencimento com base na prova contida nos autos, impõem-se determinar que o Juízo de primeiro grau providencie o desentranhamento do acórdão que julgou o recurso em sentido estrito, arquivando-o em pasta própria, determinando seja certificado nos autos a conclusão do julgamento.
(HC 184.522/PR, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA TURMA, julgado em 22/04/2014, DJe 25/04/2014)
11.3.	Emendatio e Mutatio Libelli:
É possível emendatio libelli na decisão de pronúncia? 
		Art. 418. O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. (Alterado pela L-011.689-2008).
E a mutatio? 
 	- surgimento de qualificadora.
11.4	Conteúdo da pronúncia:
 
	O que PRECISA constar:
 Indicação da materialidade e dos indícios de autoria/participação;
 Juízo de tipicidade, inclusive quanto a tipicidade por extensão. 
 Classificação do delito, incluindo qualificadoras e causas de aumento de pena 
A Lei 11.689 pôs fim ao denominado libelo acusatório. 
 Era o libelo que dava origem aos quesitos. 
Princípio da correlação entre pronúncia e quesitação
 - o juiz pode excluir uma qualificadora?
O que NÃO consta da pronúncia:
 Causas de diminuição de pena, salvo no caso da tentativa 
Agravantes e atenuantes não precisam constar da decisão de pronúncia.
 Concurso de crimes – o concurso de crimes é matéria relativa à aplicação da pena. 
	art. 413, § 1:
 § 1º A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
11.5.	Crime conexo:
 - o juiz está convencido do crime do homicídio, mas tem dúvida quanto ao crime de estupro. O que ele faz? Ele manda o conexo para o júri ou o impronuncia? 
 
11.6.	Elementos probatórios em relação a terceiros: constatação de envolvimento de outras pessoas como coautores e partícipes:Art. 417. Se houver indícios de autoria ou de participação de outras pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste Código. (Alterado pela L-011.689-2008)		
Art. 80 - Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação.
 
	“antes da pronúncia ou impronúncia, deve o juiz abrir vista ao MP. O MP tem um prazo de 15 dias e poderá: a) aditar a peça acusatória ou b) separar os processos, caso entenda mais conveniente, oferecendo nova denúncia (conforme o art. 80)”.
11.7.	Efeitos da decisão de pronúncia:
Submissão do acusado a julgamento perante o Tribunal do Júri.
 
Limitação da acusação em plenário princípio da correlação entre pronúncia e quesitação. 
 Preclusão das nulidades relativas não arguidas anteriormente 
Art. 571 - As nulidades deverão ser argüidas: I - as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se refere o Art. 406;
(o art. 406 no código antigo tratava exatamente de pronúncia).
Princípio da imodificabilidade da decisão de pronúncia 
	“Preclusa a decisão de pronúncia, esta somente poderá ser alterada diante de circunstância superveniente que altere a classificação do delito.” 
 
Atenção! A decisão de pronúncia é baseada na cláusula rebus sic stantibus: mantidos os pressupostos fáticos da decisão, ela será mantida. Alterados os pressupostos fáticos, a decisão pode ser alterada. 
Interrupção da prescrição – Interrompe-se a prescrição ainda que no júri haja a desclassificação pelos jurados. 
 
STJ Súmula nº 191 - DJ 01.08.1997 - A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.
Prisão decorrente da pronúncia – Muita atenção para esse ponto! 
 Com a lei 11.689/2008 a prisão decorrente de pronúncia foi extinta.
 
	Presentes os requisitos e pressupostos da custódia cautelar - possível prisão preventiva.
Excesso de Prazo da Prisão Após a Pronúncia:
 Súmula: 21: pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução
 
11.8. Recurso cabível contra a decisão de pronúncia:
 
Recurso em Sentido Estrito.
A defesa pode recorrer. 
- MP pode recorrer?
11.9.	Intimação da pronúncia:
	É indispensável a intimação da decisão de pronúncia que, em regra, deverá ser feita pessoalmente ao acusado.
 Caso o acusado não seja encontrado, será possível a intimação por edital. Consequentemente, é possível o julgamento em plenário do júri sem a presença do acusado.
 Art. 420. 	Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
	O prazo desse edital, diante do silêncio da lei, será de 15 dias.
	 eventual intimação por edital do acusado preso é nula.
DESAFORAMENTO
Consiste no deslocamento da competência de uma comarca para outra, a fim de que nesta seja realizado o julgamento pelo tribunal do júri.
1) o desaforamento só incide no tribunal do júri.
2) somente na segunda fase - após a preclusão da pronúncia.
MOTIVOS PARA O DESAFORAMENTO – ART. 427 CPP:
 Interesse de ordem pública 
 Dúvida sobre a imparcialidade dos jurados
 Falta de segurança pessoal do acusado
 Quando o julgamento não ocorrer 6 meses após a preclusão da pronúncia e desde que haja comprovado excesso de serviço 
  caso não fique comprovado um excesso de serviço na comarca, poderá ser determinada pelo Tribunal a realização imediata do julgamento – art. 428 §2º CPP.
 Nesta hipótese, a doutrina entende que o juiz presidente não pode representar pelo desaforamento.
ACELERAÇÃO DE JULGAMENTO:
 Verificando-se que não há excesso de serviço, o Tribunal poderá determinar a realização imediata do julgamento mediante pedido formulado por quaisquer das partes. 
Artigo 428 § 2º do CPP
LEGITIMIDADE PARA REQUERER O DESAFORAMENTO: 
MP;
Querelante;
Acusado;
Defensor;
Assistente da Acusação.
Juiz presidente: exceto na hipótese de o julgamento não ocorrer no prazo de 6 meses.
É obrigatória a oitiva da defesa.
	STF Súmula nº 712 - 24DJ de 13/10/2003 – É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do Júri sem audiência da defesa.
deferido o desaforamento, crimes conexos e coautores também terão seu julgamento deslocado para outra comarca. 
Art. 427 §2º:
É possível a escolha da Comarca no pedido de Desaforamento? 
Pode haver Desaforamento para outro estado da federação?
O desaforamento viola o princípio do juiz natural?
 
- Contra a decisão que acolhe ou rejeita o pedido de Desaforamento não há previsão de recurso. A Jurisprudência admite o Habeas Corpus, desde que em favor do acusado.
 decisão que rejeita o desaforamento é baseada na cláusula Rebus Sic Stantibus. 
 REAFORAMENTO:
É Retorno do processo à comarca de origem em virtude do desaparecimento da causas que autorizaram o desaforamento.
Não é admitido pelos regimentos internos dos tribunais, o que não impede novo desaforamento para comarca distinta. Mas tem doutrina minoritária que diz que pode reaforamento.
Desaforamento depois do julgamento pelo Tribunal do Júri, é possível?
§ 4o Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
2 FASE DO PROCEDIMENTO DO JÚRI: PREPARAÇÃO DO PROCESSO PARA O JULGAMENTO EM PLENÁRIO:
 Antes da Lei 11.689/2008, o Libelo-Acusatório marcava o início da 2ª fase do Júri. 
Atualmente:
	Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. (Alterado pela L-011.689-2008)
	
- prazo de 5 dias para:
 Apresentar o rol de testemunhas – No plenário do júri esse número é diminuído para 5. cláusula de imprescindibilidade – o julgamento poderá ser adiado caso a testemunha não apareça. 
Juntada de documentos e
Requerimento de diligências.
Pode juntar documentos depois dessa fase? 
 Os documentos poderão ser julgados posteriormente, desde que com três dias úteis antes da data do julgamento. 
STJ 
REsp 1.637.288-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, por unanimidade, julgado em 8/8/2017, DJe 1/9/2017. 
O prazo de 3 dias úteis a que se refere o art. 479 do Código de Processo Penal deve ser respeitado não apenas para a juntada de documento ou objeto, mas também para a ciência da parte contrária a respeito de sua utilização no Tribunal do Júri.
Assistente da acusação – pode indicar testemunhas?
 
	1ª Corrente:	No procedimento comum, teoricamente, o momento para apresentação do rol de testemunhas é 	quando do oferecimento da peça acusatória. Como o assistente somente é admitido posteriormente, o momento processual 	oportuno já estaria precluso. Na fase de preparação do processo, todavia, como o assistente poderá estar habilitado, pode 	apresentar testemunhas, desde que complementando o rol apresentado pelo MP.
2ª Corrente:	Não é dado ao assistente apresentar rol de testemunhas, o que, no entanto, não impede que o juiz resolva ouvi-las como testemunhas do juízo.
STJ
2. É possível o arrolamento de testemunhas pelo assistente de acusação, respeitando-se o limite de 5 (cinco) previsto no art. 422 do CPP, visto que a legislação de regência lhe faculta propor meios de prova (art. 271 do CPP), notadamente quando já inseridosos nomes daquelas no rol da denúncia. RECURSO ESPECIAL Nº 1.503.640 - PB (2014/0333833-0).
TJDFT
1. De acordo com o artigo 271 do Código de Processo Penal, o assistente de acusação, como auxiliar do Ministério Público, tem o direito de produzir provas, inclusive de arrolar testemunhas. Doutrina. Precedentes do STJ.
2. Ainda que se considerasse que a indicação de testemunha pela assistente de acusação foi extemporânea, nada impede que tal pessoa seja ouvida como testemunha do juízo, conforme autoriza o artigo 209 do Código de Processo Penal.(Acórdão n.1099256, 20170020230477MSG, Relator: ROBERVAL CASEMIRO BELINATI CÂMARA CRIMINAL, Data de Julgamento: 21/05/2018, Publicado no DJE: 29/05/2018. Pág.: 187/188)
Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenário do júri, e adotadas as providências devidas, o juiz presidente:
	I - ordenará as diligências necessárias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; 
	II - fará relatório sucinto do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri.	
Relatório
Deve abordar as principais partes do processo: 
 Resumo da peça acusatória.
Resumo da resposta à acusação.
Elenco das provas colhidas, em especial as periciais.
Resumo do interrogatório.
Resumo das alegações orais das partes
Resumo da pronúncia.
Exposição de eventual prisão preventiva.
Provas requeridas ou já realizadas na fase de preparação do processo.
ORDEM DO JULGAMENTO EM PLENÁRIO:
 
designação do julgamento. 
Ordem de julgamento:
Acusado preso.
Havendo vários acusados presos, tem prioridade aquele que está preso há mais tempo. 
Havendo igualdade de condições, serão julgados aqueles que tenham sido pronunciados primeiro.
 “Essa ordem pode ser alterada, diante de motivo relevante. Exemplo de motivo relevante: prescrição.”
HABILITAÇAO ASSISTENTE
“Deve o advogado requerer sua habilitação no prazo de cinco dias antes do julgamento em plenário.”
Art. 430. O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar. (Alterado pela L-011.689-2008)
ORGANIZAÇÃO DO JÚRI:
 
é formado pelo Juiz presidente + 25 jurados, 7 dos quais irão compor o Conselho de Sentença.
REQUISITOS PARA SER JURADO:
  1º Requisito: Cidadão com mais de 18 anos. 
 “Com a Lei 11.689, o idoso com mais de 70 anos está isento do júri, caso requeira a sua dispensa. Artigo 437 IX”
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008).
2º Requisito: Residência na comarca.
 3º Requisito: Notória idoneidade.
Deficiente visual pode ser jurado? “Surdo”; “Surdo-mudo”, analfabeto, podem ser jurados? 
LISTA GERAL DE JURADOS:
 Art. 425. Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor população. 
(...)
§ 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. 
§ 5o Anualmente, a lista geral de jurados será, obrigatoriamente, completada. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Cabe impugnação à Lista?
R: artigo 581 XIV do CPP:
CPP - Artigo 581 - XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.
o artigo 426 §1º passou a prever a reclamação de qualquer do povo contra a lista de jurados. Por esse motivo, há quem entenda que este inciso XIV do artigo 581 do CPP foi revogado tacitamente pela Lei 11.689/2008.
RECUSA INJUSTIFICADA:
  art. 436, § 2º A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos, a critério do juiz, de acordo com a condição econômica do jurado.
 	é possível a responsabilização criminal pelo crime de desobediência?
Art. 438. A recusa ao serviço do júri fundada em convicção religiosa, filosófica ou política importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. (Alterado pela L-011.689-2008)
CF - art. 5º Inciso VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
 § 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
 § 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade.
Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: 
	I - marido e mulher; 
	II - ascendente e descendente;
	III - sogro e genro ou nora;
	IV - irmãos e cunhados, durante o cunhadio;
	V - tio e sobrinho;
	VI - padrasto, madrasta ou enteado.
 
	§ 1º O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar.  
	§ 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados.
Art. 449. Não poderá servir o jurado que:
	I - tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; 
	II - no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado;
	III - tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.
“Se o jurado integrou o conselho de sentença nos 12 meses anteriores, ficará excluído da lista geral.”
- o juiz presidente verificará se a urna contém as cédulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados
Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento
§ 1o O oficial de justiça fará o pregão, certificando a diligência nos autos. 
§ 2o Os jurados excluídos por impedimento ou suspeição serão computados para a constituição do número legal. 
AUSÊNCIAS AO JULGAMENTO:
 Ausência injustificada do MP :
Ausência injustificada do advogado de defesa – conseqüências:
 
a. Comunicação da OAB 
multa por abandono de processo que varia de 10 a 100 SM – art. 265 CPP.
 b. O julgamento será adiado.
 Art. 456.  
§ 1o  Não havendo escusa legítima, o julgamento será adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente. 
§ 2o  Na hipótese do § 1o deste artigo, o juiz intimará a Defensoria Pública para o novo julgamento, que será adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
Ausência do acusado solto:
No caso dessa ausência ser justificada, o julgamento será adiado, por conta do direito de presença no julgamento e direito de audiência. Se for injustificada, o julgamento não será adiado.
§ 2o Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Ausência do advogado do querelante:
No caso de Ação Penal Subsidiária da Pública, se não comparecer, o MP reassume o pólo ativo. Desse modo, o julgamento não será adiado. É a chamada Ação Penal Indireta.
 No caso de Ação Penal Privada, se o advogado deste não comparecer, o que ocorre?
Ausência da testemunha:
Verificando a ausência da testemunha, o juiz:
 - Verificará se a parte que a arrolou tem interesseem desistir de seu depoimento, independentemente da aceitação da parte contrária;
- Tentará, primeiramente, sua condução coercitiva;
Não sendo possível essa condução coercitiva, desde que 
- arrolada com cláusula de imprescindibilidade 
- ter a parte requerido sua intimação por mandado com a indicação do endereço, 
o julgamento será adiado uma única vez.  
ESCOLHA DO CONSELHO DE SENTENÇA:
- a formação do conselho de sentença começa com a advertência aos jurados das causas de impedimento e de suspeição.
Manifestação espontânea.
- o juiz adverte os jurados que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se entre si (art. 466 do CPP). 
Sorteio dos jurados que irão compor o conselho de sentença.
Recusas
Ordem de recusas.
 As recusas podem ser:
a) recusas motivadas: feitas com base nas causas de impedimento, suspeição e incompatibilidade dos jurados.
Procedimento.
b) recusas imotivadas: também conhecidas como recusas peremptórias, poderão ser utilizadas no Tribunal do Júri. Cada parte tem direito a 3 recusas peremptórias.
- assistente de acusação?
Ação penal privada subsidiária da pública. Quem tem direito a recusar jurados?
Questões:
- um acusado com mais de um defensor.
 Art. 468.  À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.       
    
- mais de um acusado, um só defensor.
Atenção ao posicionamento da 6 Turma do STJ.
1. O direito às três recusas imotivadas é garantido ao acusado, e não à defesa, ou seja, cada um dos réus terá direito às suas três recusas imotivadas, sob pena de violação da plenitude de defesa.
2. Recurso especial provido. (REsp 1540151/MT, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 08/09/2015, DJe 29/09/2015)
- Mais de um acusado, com mais de um defensor.
 estouro de urna
ocorre quando não for possível a formação do Conselho de Sentença (mínimo de 7 jurados) em virtude das recusas motivadas e/ou imotivadas, gerando como consequência o adiamento do julgamento.
 art. 468 Parágrafo único.  O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes será excluído daquela sessão de instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composição do Conselho de Sentença com os jurados remanescentes.  
Cisão do julgamento. 
Ordem de julgamento:
 § 2o  Determinada a separação dos julgamentos, será julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuída a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se-á o critério de preferência disposto no art. 429 deste Código. 
- preso
- tempo de prisão
- data da pronúncia.
formação do conselho de sentença:
Não havendo estouro de urna, ou havendo a cisão do julgamento, haverá formação do conselho de sentença, conforme o artigo 472 do CPP.
Art. 472.  Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação:           (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.
        Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão:
        Assim o prometo.
        Parágrafo único.  O jurado, em seguida, receberá cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo.   
Instrução em plenário
1) oitiva do ofendido (quando possível);
2) testemunha de acusação e de defesa (número máximo de 5 para cada);
3) esclarecimento dos peritos + acareações + reconhecimento de pessoas; Atenção! quem pergunta primeiro é o juiz presidente, e depois as partes. Fundamento?
Os jurados formulam as perguntas por intermédio do juiz presidente
4) leitura de peças -> - O artigo 473, §3º do CPP, diz que poderá haver a leitura de peças “[...] que se refiram exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis.”
5) interrogatório do acusado
- USO DE ALGEMAS: 
- o uso de algemas é medida de natureza excepcional, somente cabendo: 
a) para impedir a fuga do acusado;
b) para prevenir a agressão contra terceiros ou contra si mesmo.
STF - SÚMULA VINCULANTE Nº 11: SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE FUNDADO RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA OU ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE DISCIPLINAR, CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
DEBATES NO TRIBUNAL DO JÚRI:
Cada parte tem direito a 1 hora e meia. 
prazo para réplica e tréplica é de 1 hora. 
	Se houver mais de um acusado, - os prazos aumentam em 1 hora e a réplica e a tréplica será de 2 horas. 
Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica. (Alterado pela L-011.689-2008)
	§ 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder o determinado neste artigo. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
	§ 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1º deste artigo.
Limites da atuação do MP – pronúncia e decisões posteriores + agravantes.
O que o Ministério Público pode pedir?
Vinculação da Defesa às teses anteriormente apresentadas? Vinculação à tese do réu?
Réplica e Tréplica
- Réplica – obrigatória ou facultativa?
- Tréplica sem réplica?
- Negativa à réplica, seguida de comentário
- Obrigatoriedade de tréplica em caso de réplica? Dovergência.
Inovação na tréplica?
- 3 correntes:
- não é possível, pois viola o contraditório.
- é possível – plenitude de defesa. Não fere contraditório (fatos e provas, não teses). STJ – 6 Turma – ponderação entre contraditório e plenitude de defesa, esta deve preponderar. 
- é possível, desde que possibilitado o contraditório.
Argumento de autoridade
Conceito – falácia lógica que apela para a fala de alguma autoridade, visando a validar um argumento. 
Art. 478.  Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências:           (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado;           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo.           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Rol taxativo?
DIREITO AO APARTE: é a interrupção na sustentação da parte contrária para que a outra possa falar.
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: (Alterado pela L-011.689-2008) 
	XII - regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última. (Alterado pela L-011.689-2008)
esse prazo concedido para o aparte implicará em prorrogação do prazo para a parte contrária.
Exibição e Leitura de documentos em plenário:
Art. 231 - Salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo.
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. (Alterado pela L-011.689-2008)
Parágrafo único. Compreende-se na proibiçãodeste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
ACUSADO INDEFESO:
 Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
 poderá ocorrer quando:
o acusado não tiver defesa técnica na sessão de julgamento. 
quando a somatória da negligência do defensor revelar verdadeira ausência de defesa técnica.  
colidência de Defesa entre acusados defendidos pelo mesmo advogado. 
Sociedade indefesa?
DISSOLUÇÃO DO CONSELHO DE SENTENÇA:
Hipóteses:
acusado indefeso;
Sociedade indefesa;
violação à incomunicabilidade dos jurados;
necessidade de diligências que não possam ser realizada de imediato
§ 1º Concluídos os debates, o presidente indagará dos jurados se estão habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
§ 2º Se houver dúvida sobre questão de fato, o presidente prestará esclarecimentos à vista dos autos.
	§ 3º Os jurados, nesta fase do procedimento, terão acesso aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente.
QUESITAÇÃO:
 Conceito: quesitos são perguntas formuladas aos jurados acerca da materialidade, autoria, eventual absolvição do acusado, causas de diminuição de pena, qualificadoras e causas de aumento de pena.
Os quesitos precisam ser formulados sempre em proposições afirmativas, simples e distintas.
a fonte dos quesitos será: 
O teor será da pronúncia ou de decisões posteriores que julgaram admissível a acusação;
 Teor dos interrogatórios. 
 Teor das alegações das partes nos debates orais 
Art. 484. A seguir (depois de formular os quesitos), o presidente lerá os quesitos e indagará das partes se têm requerimento ou reclamação a fazer, devendo qualquer deles, bem como a decisão, constar da ata. (Alterado pela L-011.689-2008)
STF HC 87358 / RJ - Min. MARCO AURÉLIO - Julgamento:  16/05/2006 - Órgão Julgador:  Primeira Turma - JÚRI - QUESITOS - IMPUGNAÇÃO - PRECLUSÃO. A impugnação a quesitos há de fazer-se na audiência em que forem apresentados, sob pena de, consignada a concordância da defesa, vir a dar-se a preclusão.
 - o juiz, verificando, que houve equívoco, corrige e formula novamente.
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: (Alterado pela L-011.689-2008)
	I - a materialidade do fato; (Acrescentado pela L-011.689-2008)
	II - a autoria ou participação;
	III - se o acusado deve ser absolvido;
	IV - se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
	V - se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
 § 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado. (Acrescentado pela L-011.689-2008)
§ 2º Respondidos afirmativamente por mais de 3 (três) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II (materialidade e autoria) do caput deste artigo será formulado quesito com a seguinte redação:
O jurado absolve o acusado?
 § 3º Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre:
I - causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
II - circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação.
 
		§ 6º Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em séries distintas.
Ordem
* Para cada crime, uma série.
* Para cada vítima, uma série.
* Para cada réu, uma série.
- materialidade
Ofensa à integridade física
Nexo de causalidade.
- Autoria e participação
- Tentativa ou desclassificação para crime de competência do Júri
- Se o acusado deve ser absolvido
- obrigatoriedade
- negativa de autoria como única tese
- abrange todas as teses defensivas?
- como proceder com a inimputabilidade?
 - Causa de diminuição de pena alegada pela defesa
Homicídio privilegiado
Semi-imputabilidade
- circunstâncias qualificadoras reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que a confirmaram.
Agravantes e atenuantes
 Art. 492.  Em seguida, o presidente proferirá sentença que:                I – no caso de condenação:         
        a) fixará a pena-base;          
        b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;       
 Art. 385.  Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.
- Agravante simples e que compõe qualificadora do art. 121 do CP, não incluída na decisão de pronúncia.
FALSO TESTEMUNHO OCORRIDO EM PLENÁRIO.
deve ser formulado um quesito específico, mas somente mediante pedido da parte. 
Jurado pode pedir a inclusão?
Art. 211 - Se o juiz, ao pronunciar sentença final, reconhecer que alguma testemunha fez afirmação falsa, calou ou negou a verdade, remeterá cópia do depoimento à autoridade policial para a instauração de inquérito.
Parágrafo único - Tendo o depoimento sido prestado em plenário de julgamento, o juiz, no caso de proferir decisão na audiência (Art. 538, § 2º), o tribunal (Art. 561), ou o conselho de sentença, após a votação dos quesitos, poderão fazer apresentar imediatamente a testemunha à autoridade policial.
Há contradição entre a absolvição do jurado que negou o fato e a condenação do acusado?
DESCLASSIFICAÇÃO
Desclassificação própria
ocorre quando os jurados desclassificam para crime que não é da competência do júri, porém, sem especificar qual seria o delito.
O juiz presidente, nessa hipótese, assume total capacidade decisória, podendo, inclusive, absolver o acusado. 
- se for infração de menor potencial ofensivo: incumbe ao juiz presidente a aplicação dos institutos despenalizadores da Lei 9099/95. Isso está no art. 492, § 1º, do CPP.
Se o delito desclassificado depender de representação – DECADÊNCIA?
- contagem do prazo decadencial
- Lei Maria da Penha
DESCLASSIFICAÇÃO IMPRÓPRIA: Ocorre quando os jurados reconhecem sua incompetência para julgar o delito, mas indicam qual teria sido a infração penal praticada.
O juiz presidente encontra-se vinculado à decisão dos jurados, cabendo a ele apenas a fixação da pena. 
Ainda remanesce tal hipótese?
§ 2º Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1º deste artigo. (Alterado pela L-011.689-2008)
ATENÇÃO!!!
havendo absolvição quanto ao crime doloso contra a vida, aos jurados caberá também o julgamento dos crimes conexos!
Quesitação dos crimes conexos
Atenção para o procedimento diferente na primeira fase!
Sentença 
Leitura em plenário
Início do prazo recursal
Fundamentação?
Condenatória
Art. 492.  Em seguida, o presidente proferirá sentença que:           (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        I – no caso de condenação:           (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        a) fixará a pena-base;           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates;           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri;           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        d) observará as demaisdisposições do art. 387 deste Código;           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva;           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
        f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação;           (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008)
Absolutória
 II – no caso de absolvição:           (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso;           (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas;           (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)
        c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível.

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