Buscar

tecnologia da informação na educação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
2
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
3
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
3
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.
Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, 
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
4
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
4
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profi ssionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa 
jornada!
Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção 
de novos conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora Bruna Damiana Heinsfeld
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especifi cadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profi sisional.
Esta unidade analisará a relação entre a educação do século XXI e a 
incorporação das tecnologias digitais na prática pedagógica, estando 
dividida em três capítulos, com os seguintes focos: educação na era 
da informação; educação medida por tecnologias; e tecnologias edu-
cacionais digitais. Ao longo dos capítulos, são abordados temas como 
os desafi os para a educação na contemporaneidade, a importância do 
alinhamento entre escolhas de recursos tecnológicos e objetivos didáti-
cos, além da defi nição de conceitos como letramento, multiletramentos, 
interação e interatividade. Também estão detalhadas nesta unidade as 
potencialidades das redes e mídias sociais na educação, os objetos de 
aprendizagem e recursos educacionais abertos e, por fi m, os ambientes 
virtuais de aprendizagem.
 Educação. Tecnologias digitais. Era Digital. Era da Informação. 
9
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
9
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
CAPÍTULO 01
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NOS PROCESSOS DE ENSINO E
APRENDIZAGEM
Educação na Era da Informação______________________________
Apresentação do módulo __________________________________
12
10
Tecnologias em educação: Passado, Presente e Futuro___________ 30
CAPÍTULO 02
EDUCAÇÃO MEDIADA POR TECNOLOGIAS
CAPÍTULO 03
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS DIGITAIS
Letramento digital: O que é isso?____________________________ 34
Objetos de Aprendizagem e Recursos Educacionais Abertos______ 56
Ambientes Virtuais de Aprendizagem_________________________ 61
Aprendizagem Colaborativa e Redes Sociais____________________ 49
Informação e Conhecimento em Sociedades Tecnológicas_______ 17
71Considerações Finais________________________________________
72Fechando a Unidade________________________________________
Novos Cenários para a Educação______________________________ 39
O papel educativo das tecnologias: Interação, Interatividade e Pro-
dução de Conhecimento____________________________________ 20
Recapitulando_____________________________________________ 25
Recapitulando_____________________________________________ 44
66Recapitulando_____________________________________________
Referências________________________________________________ 74
10
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Os avanços e desenvolvimentos tecnológicos fazem parte da 
história da humanidade. Ao longo de toda a sua existência, seres huma-
nos desenvolveram as mais diversas tecnologias para os mais diversos 
fi ns, com objetivos que vão desde facilitar o seu dia a dia, ampliar sua 
expectativa de vida e proporcionar experiências mais satisfatórias, até 
mesmo garantir sobrevivência. 
Nas últimas décadas, as tecnologias digitais passaram a fa-
zer parte incondicional do cotidiano. A maior parte das sociedades con-
temporâneas passou por processos de transformação pautados pelas 
tecnologias e viu seus hábitos, comportamentos e culturas modifi cados 
por conta da disseminação das tecnologias digitais. Dentre essas mu-
danças está a forma de consumir, produzir, compartilhar e construir o 
conhecimento. 
Ou seja, o âmbito educacional não está alheio a essas trans-
formações, que também refl etem no dia a dia escolar. Por conta disso, 
faz-se necessário que docentes e demais atores envolvidos nos proces-
sos educacionais estejamnão apenas atentos, mas também críticos e 
refl exivos com relação a essas mudanças e à incorporação das tecno-
logias digitais na prática pedagógica. 
Buscando trazer à luz algumas questões de relevância para a 
discussão sobre o fenômeno tecnológico e sua relação com a educa-
ção contemporânea, esta unidade salienta tópicos que vão desde o pa-
pel de estudantes e docentes na sociedade da informação, os desafi os 
para a educação frente a esse novo cenário, as possíveis aplicações 
das tecnologias digitais em sala de aula e suas potenciais contribuições 
para os processos de ensino e aprendizagem. 
Para tanto, esta unidade está dividida em três capítulos, tendo 
como foco a incorporação das tecnologias digitais nos processos de 
ensino e aprendizagem, em especial na educação formal escolar. O 
primeiro capítulo apresenta uma contextualização sobre as mudanças 
ocorridas na sociedade nas últimas décadas e de que maneira essas 
mudanças infl uenciam na educação. O segundo capítulo aprofunda a 
relação entre tecnologias e educação, mostrando seu histórico e apre-
sentando conceitos importantes para o fazer educacional da atualidade. 
Por fi m, o terceiro capítulo foca mais especifi camente na utilização das 
tecnologias digitais em sala de aula, on-line ou off -line, e seus objetivos 
didáticos. 
11
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O calendário gregoriano marca o início da segunda década dos 
anos 2000. O par 2020 se inicia e, com ele, surgem novos desafi os imi-
nentes em diversos campos da vida em sociedade. Parte desses desa-
fi os emerge por conta dos avanços das tecnologias da informação e da 
comunicação. 
Muitos estudiosos afi rmam que, hoje, os seres humanos não 
apenas vivem na era da informática, mas na era da comunicação. Isso 
porque as sociedades em todo o globo estão, em sua maior parte, inter-
ligadas e conectadas, e o produto mais consumido pelos seres huma-
nos é a informação. A todo momento ocorrem bombardeios de informa-
ção, de naturezas mais diversas, graças à internet. Na palma da mão 
de cada um, ao alcance de um toque na tela, o acesso a tudo o que 
acontece no mundo, em tempo real, se torna uma realidade. 
Com isso, também há o acesso ao conhecimento sistemati-
A TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO NOS 
PROCESSOS DE 
ENSINO E APRENDIZAGEM
12
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
zado e organizado pela humanidade ao longo de sua existência: da 
mecânica clássica à física quântica, da mitologia grega ao sincretismo 
religioso do século XXI: tudo o que se desejar aprender, está disponível 
on-line. Não há mais a necessidade de recorrer a um professor, detentor 
do saber e do conhecimento, para tirar dúvidas em um horário predeter-
minado, em um dia da semana específi co. 
E o que acontece com a escola diante dessas novas carac-
terísticas da sociedade? Considerando essas mudanças, é importante 
que todos os atores envolvidos no processo educacional estejam aten-
tos aos novos paradigmas que surgem e se potencializam por conta 
das tecnologias digitais. De que maneira essas questões infl uenciam 
a educação? Como deve ser a educação formal para essa sociedade, 
hiperconectada, ubíqua e imediata? O primeiro capítulo deste módulo 
trata sobre essas questões. 
EDUCAÇÃO NA ERA DA INFORMAÇÃO
O número de estudos sobre a relação entre educação e tec-
nologias vem crescendo ao longo dos últimos anos no Brasil. Se, em 
1990, era possível encontrar em determinada base de dados apenas 21 
publicações relacionando “educação” e “tecnologias digitais”, em 2015, 
esse número chega a 3.802 na mesma base (HEINSFELD, 2018). 
Gráfi co 1 – Número de publicações acadêmicas anuais em língua portu-
guesa relacionando tecnologias digitais e educação entre 1990 e 2015
Fonte: Heinsfeld (2018, p. 14).
21 70
278
861
2.790
3.802
1990 1995 2000 2005 2010 2015
Número de publicações anuais
13
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Esse crescimento é refl exo de mudanças signifi cativas ocorri-
das na sociedade, em especial, os avanços das tecnologias digitais e 
a difusão da conexão com a internet para as mais diversas partes do 
globo. Essas mudanças são constantes ao longo da história: a cada 
novo desenvolvimento tecnológico, as sociedades passam por uma 
reconstrução de representações, crenças, estilos de vida (CAMPOS; 
HEINSFELD; SILVA, 2018). Isso signifi ca que as tecnologias possuem, 
também, uma função social, sobre a qual há a necessidade de refl exão 
(BAZZO, SILVEIRA, 2009). 
Um exemplo de mudança signifi cativa em nossa sociedade 
por conta dos avanços tecnológicos diz respeito à nossa forma de nos 
relacionarmos com outros seres humanos. Aplicativos digitais e redes 
sociais, como os famosos Tinder e Facebook, possibilitaram não ape-
nas que as pessoas conversassem e trocassem informações, mas que 
iniciassem relacionamentos afetivos e sexuais digitalmente. Esse novo 
formato de relacionamentos era impensável alguns poucos anos atrás. 
No entanto, cada sociedade, por conta de suas nuances e pe-
culiaridades, tem um ritmo específi co para esses processos transfor-
mativos. De acordo com Castells (1999a, b, c), esse ritmo é ditado pela 
capacidade de cada sociedade não apenas de incorporar uma nova 
tecnologia, mas também de transformar a si própria. Assim, as transfor-
mações sociais advindas dos avanços tecnológicos não ocorrem nem 
de forma simultânea, nem de forma igualitária entre as sociedades.
Três décadas atrás, em 1990, o estudioso Pierre Lévy (2016) 
pontuava que, por conta dos desdobramentos e avanços tecnológicos, 
novas formas de pensar, de interagir e de se relacionar – entre seus 
pares e com os mais diversos saberes – surgiriam para os seres hu-
manos. O estudioso previa que, dentro de poucos anos, as tecnologias 
digitais seriam o novo mediador dos saberes consolidados pelos seres 
humanos. E ele estava certo.
Com a hiperconexão e a incorporação radical da internet no 
cotidiano, vem o acesso massivo à informação, levando estudiosos a 
afi rmarem que hoje vivemos na Era da Informação. Essa alcunha apon-
ta para uma sociedade que está em busca constante de informação, de 
conhecimento. A informação passa, portanto, a ser um bem valioso, um 
14
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
capital (CAMPOS; HEINSFELD; SILVA, 2018).
Com relação ao campo educacional, diversos questionamen-
tos emergem justamente da noção de que as tecnologias digitais, 
suas linguagens e mídias são, hoje, uma das dimensões essenciais da 
experiência cotidiana dos seres humanos (SILVERSTONE, 2014). Ao 
refl etir sobre essa questão, estudiosos afi rmam que a educação formal 
passa a ter como uma de suas obrigações a formação de cidadãos ca-
pazes não apenas de consumir e compartilhar, mas também de produ-
zir e gerir informação. Para isso, é necessário que sejam incorporadas 
habilidades de análise crítica no dia a dia escolar, buscando a formação 
cidadã plena de cada um daqueles que vivem e irão continuar vivendo 
em sociedades altamente tecnológicas e informacionais. 
No entanto, embora a sociedade, como um todo, se veja na 
Era da Informação, os modelos educacionais ainda vigentes têm sua 
origem na Revolução Industrial, que teve início no século XIII. Focada 
na transmissão de conteúdos, na repetição, na rotina e na disciplina, a 
pedagogia tradicional não busca exercitar nos estudantes habilidades 
criativas, colaborativas, o pensamento crítico, a solução de problemas. 
De acordo com Passarelli (2007), o modelo tradicional não se 
mostra capaz de atender às necessidades da sociedade na Era da In-
formação, da hiperconexão, da ubiquidade, da mobilidade, da informa-
ção emtempo real, das fake news. Mais do que ensinar os conteúdos 
sistematizados das disciplinas, disponíveis on-line, a escola necessita 
auxiliar seus estudantes a refl etir sobre esse conteúdo disponível em 
rede, e estabelecer relações críticas e signifi cativas entre cada pedaço 
de informação e a sociedade em que vive. 
 Ao olhar para trás, na história da educação, é possível per-
ceber que a geração de estudantes do início do século XXI é bastante 
distinta das gerações anteriores, de seus pais, avós e bisavós. Antes, 
estudantes enfi leirados, disciplina, hierarquia, punições, professor de-
tentor do conhecimento, e conhecimento que, por sua vez, deveria ser 
decorado (“de cor e salteado”) pelos estudantes. 
As gerações mais recentes, nativas do século XXI, se distin-
guem das anteriores, em especial, por sua relação com a informação e 
com o conhecimento. Habituados a interagir e a pesquisar, estudantes 
mostram interesse não apenas nos conhecimentos restritos aos muros 
da escola, ao ambiente escolar, mas a diversos outros temas e possi-
bilidades, acessados por meio dos dispositivos móveis que carregam 
em seus bolsos e mochilas. São jovens que nasceram em sociedades 
já altamente tecnológicas, que se mantém antenados às novidades da 
internet – novos aplicativos, novas tendências, novos memes, novas 
redes sociais – e que fazem seu uso constante no dia a dia. 
15
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
E o que isso signifi ca? Signifi ca que, dentro de uma perspecti-
va da educação na Era da Informação, o estudante participa ativamen-
te de seu processo de construção de conhecimento. Estudantes são, 
agora, protagonistas dos processos de ensino e de aprendizagem, não 
mais meros coadjuvantes. 
Cercadas por tecnologias digitais que pautam toda a sua roti-
na, as gerações mais jovens são mais imediatistas e buscam pelo dina-
mismo. Isso inclui também o dinamismo nos processos de ensino e de 
aprendizagem. Aulas meramente expositivas com dia e hora marcada 
são esvaziadas de sentido para esses jovens. 
Com os avanços tecnológicos, a comunicação em tempo real 
se dá também com pessoas em diferentes lugares no tempo (ou seja, 
em fusos horários diferentes) e no espaço (em cidades, estados e paí-
ses diferentes). O mundo se mostra cada vez mais e mais unifi cado e 
acessível. Os jovens da atualidade debatem em tempo real com pes-
soas de todo o globo sobre jogos, músicas, seriados, fi lmes, literatura, 
beleza, dieta, esportes e até mesmo sobre política, formando verdadei-
ros nichos de interesse, ao mesmo tempo em que encontram os mais 
diversos costumes e culturas on-line. Isso só reforça a importância de 
a escola integrar as tecnologias digitais e promover a formação crítica 
para o uso dessas mídias que, hoje, pautam a formação cidadã de cada 
um. 
Diante do exposto, é possível perceber que as perspectivas 
que se apresentam para o campo educacional perpassam o trabalho 
e o desenvolvimento da habilidade de cada um em se comunicar com 
diferentes grupos de pessoas, de diferentes sociedades e culturas, em 
tempos e locais distintos e de integrar e atribuir signifi cados a informa-
ções e conteúdos aparentemente dispersos. 
Isso é importante porque, ao ampliar virtualmente o acesso de 
cada sujeito à informação em tempo real e ao conhecimento historica-
mente consolidado pela humanidade, torna-se possível também propa-
gar o seu próprio conhecimento, utilizando diversas técnicas, ferramen-
tas, mídias e formatos. Além de estudantes dinâmicos e engajados, os 
jovens de hoje também se mostram professores on-line, disseminando 
tutoriais, dicas, macetes, hacks em seus blogs e vlogs. 
16
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Como visto, as constantes modifi cações na sociedade, dados 
os avanços das tecnologias digitais, levantam questões e desafi os para 
a educação na Era da Informação, indicando a necessidade de mudan-
ça. As instituições de ensino se veem diante da necessidade de repen-
sarem e de adaptarem suas formas de lidar tanto com seus estudantes 
quanto com o conhecimento, se integrando a essa nova sociedade – e 
não se mantendo à margem dela. 
Os novos estudantes tendem a ser cada vez mais participativos 
e ativos em seu processo de ensino e aprendizagem, sejam como estu-
dantes ou professores. Contudo, isso é diferente de ser participativo em 
sala de aula, um espaço ainda em processo de (re)signifi cação por seus 
atores. Isso signifi ca que a fi gura docente passa a ser desnecessária? 
Absolutamente não. 
Assim como ocorre com o papel do estudante, o papel docente 
também se modifi ca. Essa questão será aprofundada em um próximo 
capítulo, mas pode-se adiantar que a fi gura do professor passa a ser a 
de mediador. Mediador entre estudantes e mundo, entre estudantes e 
conhecimento, orientador nessa jornada de construção do conhecimen-
to, o docente passa a ter papel estratégico na educação dos jovens para 
a visão crítica daquilo que os cerca. 
Para que possamos ensinar aos jovens como adotar uma po-
sição crítica sobre o mundo que os cerca, precisamos, nós também, 
adotarmos essa posição e nos mantermos atentos às novas confi gura-
ções da sociedade. Refl etir sobre de que maneira essas novas confi -
gurações refl etem na educação com relação às tecnologias digitais é o 
primeiro passo. 
Para fi nalizar este tópico e antes de avançar ao próximo, algu-
mas provocações aos atuais e futuros pedagogos, docentes e demais 
profi ssionais da educação: Transmitir conhecimentos é o mesmo que 
educar? O que signifi ca educar no século XXI? Como dar conta desses 
novos desafi os? 
17
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO EM SOCIEDADES TECNOLÓGI-
CAS
Como visto, a incorporação das tecnologias digitais no cotidia-
no do ser humano infl uenciou mudanças na sociedade e, um dos cam-
pos em que essas mudanças aconteceram – e continuam acontecendo 
– é com relação às maneiras de ensinar, de aprender e de produzir 
conhecimento. Mas, essas mudanças não se restringiram às salas de 
aula. Ensinar, aprender e produzir conhecimento são atividades huma-
nas, que acontecem a todo o momento, em cada interação. 
Um dos viabilizadores das mudanças da relação dos seres hu-
manos com a produção e a disseminação do conhecimento foram os 
avanços das tecnologias digitais da informação e comunicação, em es-
pecial da internet, que se transformou no fi o condutor das informações 
entre as pessoas. Graças a esse avanço tecnológico, indivíduos dos 
mais distantes pontos do planeta podem se comunicar e trocar informa-
ções em uma velocidade inimaginável décadas atrás. 
E o que são essas tais tecnologias da informação e comunica-
ção? Qualquer avanço tecnológico no século XXI confi gura como uma 
nova tecnologia da informação e comunicação? 
De acordo com Wunsch e Junior (2018), há uma pequena di-
ferença entre três expressões de uso corriqueiro com relação a essas 
tecnologias. 
Quadro 1 – Diferenças entre expressões de uso cotidiano sobre as tec-
nologias da informação
Tecnologias da In-
formação e Comuni-
cação (TIC)
Expressão empregada para descrever todos os 
recursos eletrônicos utilizados como fonte de 
comunicação e obtenção de informação. 
Tecnologias Digitais
da Informação e Co-
municação (TDIC)
Expressão utilizada para descrever todos os 
recursos digitais que podem, de alguma forma, 
ser utilizados para comunicação e informação, 
como computadores, internet, realidade virtual, 
aumentada.
Novas Tecnologias 
da Informação e Co-
municação (NTIC)
Expressão empregada para descrever todos os 
recursos eletrônicos, digitais ou não, que sur-
giram ao fi nal do século XX e início do século 
XXI. 
Fonte: Adaptado de Wunsch e Junior (2018, p. 60, grifonosso).
18
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
O principal é compreender que as tecnologias da informação e 
comunicação são as tecnologias que, como a própria expressão indica, 
favorecem a comunicação entre os seres humanos e a difusão da infor-
mação. A mudança-chave que ocorre nessas tecnologias é a inserção 
das tecnologias digitais, incluindo a internet e seus desdobramentos. 
Mas, antes do século XXI já havia diversas tecnologias com o propósito 
de informar e comunicar. O rádio e a TV são bons exemplos e mesmo 
a utilização do sistema de Correios para o envio de cartas com informa-
ções relevantes para familiares não deixa de ser um tipo de tecnologia. 
Cabe dizer que o papel da internet na difusão de informações 
vai muito além da transmissão – e do compartilhamento – de notícias 
jornalísticas em tempo real, muito além dos canais no Youtube e lives
no Instagram, sendo, hoje, crucial para o campo científi co. A divulga-
ção, o compartilhamento e a validação – ou refutação – de informações 
científi cas se veem facilitados e ampliados de forma signifi cativa graças 
às redes on-line, e isso impacta diretamente na sociedade. 
Em 2010, Arif E. Jinha publicou um trabalho com resultado sur-
preendente. No artigo “Article 50 million: An estimate of the number of 
scholarly articles in existence”, Jinha mostra que em 2009, uma déca-
da atrás, o número de artigos científi cos já publicados ultrapassava 50 
milhões. Já a quarta edição de The STM Report, de 2015, afi rma que 
aproximadamente 2.5 milhões de novos artigos científi cos passaram a 
ser publicados a cada ano. 
Boa parte desses números tem relação com os desdobramen-
tos que a internet trouxe para o cotidiano de cada um: a comunicação 
quase instantânea, novas ferramentas, novos recursos, a potencialida-
de de colaboração e produção cooperativa com times e pesquisadores 
de partes distantes do globo. Além disso, os avanços das tecnologias 
digitais de comunicação permitiram que dados sejam manipulados – 
extraídos, comparados, avaliados – rapidamente e que, deles, sejam 
geradas informações de extrema importância para nossa sociedade 
global. 
Todo o potencial das redes no campo científi co lança à luz 
questões importantes para a refl exão sobre o fazer educacional. A com-
preensão e a apropriação das mudanças na produção e na difusão do 
19
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
conhecimento científi co em rede e através da rede devem fazer parte 
da educação formal e estar ao alcance de seus estudantes. Isso porque 
um dos refl exos dessa descentralização é, justamente, o protagonismo 
discente já mencionado, uma vez que a escola perde seu posto de local 
quase que exclusivo a partir do qual o conhecimento era obtido pelo 
estudante via transmissão do professor. Cada estudante, hoje, pode ser 
considerado um potencial autor, produtor, gerador e disseminador de 
conhecimento de forma autônoma, colaborativa ou não, em rede. Esse 
protagonismo deve ser incentivado e desenvolvido dentro das salas de 
aula. 
Informação e dados não são a mesma coisa. Conforme Deitel 
(2009), “dados” são elementos ainda em sua forma “bruta”. Ou seja, 
elementos que, isoladamente, não traduzem a realidade. A combinação 
e a organização lógica de um conjunto de dados, gerando sentido, é o 
que chamamos de informação. Ao conjunto de informações sobre as 
quais refl etimos criticamente e consolidamos coletivamente, chamamos 
de conhecimento.
Indo além, podemos dizer que a promoção das inter-relações 
dado o potencial colaborativo das redes atua na ampliação, por si só, 
das possibilidades de construção de conhecimento. A cada colaboração 
entre um grupo de indivíduos, ocorrem trocas não apenas científi cas, 
mas culturais e sociais, modifi cando os repertórios já existentes em 
cada indivíduo, modifi cando, ainda, suas formas de interpretar o mundo 
à sua volta, alterando conhecimentos já existentes. 
Como já pontuado, na Era da Informação, o fl uxo e o acesso 
à informação, sua capacidade de geração e de transmissão são não 
apenas fontes de produção de conhecimento, mas também fontes de 
poder (CASTELLS, 1999a, b, c). No entanto, a expressão “sociedade 
da informação” não é a única que parece retratar a sociedade na con-
temporaneidade. 
Eboli et al. (2010), por exemplo, diferenciam as expressões 
“sociedade da informação” e “sociedade do conhecimento”. A primeira 
teria como foco a busca constante pelo consumo, pela transmissão e 
pela difusão de informações. Já a segunda teria como característica 
principal o desenvolvimento de competências com base, justamente, no 
20
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
fl uxo de informações. 
Para além, e como decorrência das duas expressões ante-
riores, a contemporaneidade pode ser representada também por “so-
ciedade da aprendizagem”. Essa sociedade seria aquela na qual a 
construção do conhecimento é um bem comum, que ocorre de forma 
compartilhada, de forma contínua, individual ou coletivamente, nos mais 
diversos domínios sociais. 
Ao que tudo indica, a contemporaneidade se identifi ca com as 
três expressões ao mesmo tempo, dependendo de cada sociedade, de 
cada indivíduo, de cada coletividade, em maior ou menor grau. Embora 
as três expressões apresentem características distintas, em especial 
com relação à preocupação maior da sociedade, elas convergem no 
que tange à interpretação da informação como matéria-prima para al-
cançar seus objetivos, tendo as tecnologias digitais como viabilizadoras 
de todo o processo. 
O PAPEL EDUCATIVO DAS TECNOLOGIAS: INTERAÇÃO, INTERA-
TIVIDADE E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
As mídias infl uenciam diretamente o cotidiano de cada indiví-
duo integrante de uma sociedade altamente tecnológica. Isso é um fato. 
A internet, a televisão, os jornais audiovisuais e impressos, o rádio, o 
cinema, possuem papel estratégico na formação cidadã de cada um. 
Isso porque, como dito, a construção do conhecimento ocorre a todo 
momento, em diversos tipos de interação entre os seres humanos e os 
meios em que vivem. A interação está presente em todas as relações 
e atividades do ser humano, e a interação com as mídias é uma forma 
constante de construção de conhecimento. 
No entanto, hoje, o fazer educacional em sociedades altamen-
te tecnológicas se vê permeado por diversos elementos e conceitos so-
ciais e culturais referentes à contemporaneidade. O fazer educacional 
tradicionalmente tem como um de seus carros-chefes a interação social 
entre docentes e discentes. Isso não foi nem deve ser esquecido. Mas, 
hoje, com a incorporação das tecnologias digitais e a inclusão de meto-
dologias de aprendizagem que promovem o protagonismo discente, ou-
tro conceito se faz relevante para a educação, que é o de interatividade. 
Antes de avançar na leitura, refl ita: você sabe o que signifi ca 
21
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
“educação”? Já parou para pensar na etimologia dessa palavra? Con-
forme Martins (2005), a palavra educação tem origem no latim “edu-
care”, que signifi ca instruir, criar. Mas não é só isso. A palavra deriva 
dos sintagmas “ex” e “ducere”, que signifi cam, respectivamente, “fora” 
e “guiar, conduzir”. Ou seja: educar signifi ca conduzir para fora. Instruir 
e guiar para o mundo. 
Embora sejam léxicos bastante semelhantes em língua por-
tuguesa, interação e interatividade não são consideradas sinônimos 
no campo educacional, ainda que frequentemente sejam utilizadas – 
equivocadamente – dessa forma. Como visto, a palavra interação diz 
respeito à relação entre os seres humanos e o mundo ao seu redor, 
incluindo outros seres humanos. As interaçõessociais têm a ver com a 
troca entre sujeitos, com os mais diversos fi ns. A interatividade, por sua 
vez, diz respeito à relação que ocorre entre os seres humanos e as mais 
diversas tecnologias que os cercam. 
A diferença de signifi cado entre essas duas expressões não é 
um consenso dentro da comunidade acadêmica. Há quem defenda que 
são, sim, sinônimos. Há, ainda, estudiosos que defendem que a palavra 
“interatividade” deve ser desconsiderada e cair em desuso, sendo pre-
ferível o termo “interação” para todos os casos. 
De acordo com Mattar (2009), para que ocorra a interação, 
deve haver reciprocidade. Ou seja, é necessário que haja pelo menos 
dois sujeitos agindo nessa troca comunicativa, participando de maneira 
equivalente, em intercâmbio. Não há interação com apenas um sujeito. 
Vale lembrar, ainda, que a interação pode ser mediada por máquinas, 
desde que aconteça entre, pelo menos, dois seres humanos. Quando 
há uma conversa em um fórum on-line, por exemplo, há uma interação 
entre seres humanos mediada por uma tecnologia digital. 
A interatividade, como mencionado, diz respeito a um processo 
semelhante, mas, que ocorre entre seres humanos e tecnologias, que 
podem ser digitais ou analógicas. No que diz respeito às tecnologias 
digitais, quando o usuário clica em um botão, acessa um hiperlink, opta 
22
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
por um caminho de navegação em um site, faz determinadas ações em 
um jogo etc., e recebe uma resposta imediata da máquina, há interati-
vidade. 
Você troca mensagens no WhatsApp ou no Telegram? Manda 
direct no Instagram? Cria enquetes no Twitter? Cada resposta que você 
recebe de outro ser humano representa um ato de interação mediado 
por tecnologias digitais. Mas, para conseguir responder, o outro ser hu-
mano deve clicar em botões, digitar em um teclado virtual, ou mesmo 
escolher o sticker mais engraçado do momento para enviar. Isso é inte-
ratividade.
Aplicativos, redes sociais, fóruns, jogos, comunidades de 
aprendizagem on-line potencializam tanto as possibilidades de intera-
ção entre seres humanos quanto de interatividade. Isso signifi ca que as 
tecnologias digitais são, também, grandes mediadoras do processo de 
interação entre os seres humanos em sociedades digitalmente tecnoló-
gicas. 
Mas, como tudo isso está refl etido, hoje, na sala de aula? Ao 
buscar na literatura especializada, é possível perceber que tanto o pro-
cesso de interação quanto o de interatividade podem assumir os mais 
variados formatos e confi gurações no cotidiano escolar. 
Quadro 2 – Interação e interatividade no ambiente escolar
Interação Interatividade
Docentes e docentes
Docentes e discentes
Discentes e discentes
Docentes e gestores
Discentes e gestores
Docentes e responsáveis
Gestores e responsáveis
Infraestrutura da escola
Lousa analógica ou digital
Giz ou caneta para quadro digital 
ou analógico
Projetor
Computador
Livro didático
Tablet
Smartphone
Ambiente virtual de aprendizagem
Redes sociais
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
23
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
A noção de interação não é nova no fazer educacional. Pelo 
contrário: de Piaget a Vygotsky, de Freire a Montessori, o papel das 
interações sociais é colocado como uma das pedras angulares dos pro-
cessos de ensino e aprendizagem. A literatura ampla sobre abordagens 
e teorias de aprendizagem mostra que o conhecimento é construído a 
partir de uma série de interações entre os seres humanos e o meio 
em que vivem, incluindo interações entre si (CAMPOS, HEINSFELD, 
SILVA, 2018; MATTAR, 2009). 
Ou seja, o desafi o que se coloca ao fazer educacional com os 
avanços tecnológicos não é o da interação, mas, sim, o da interativida-
de. Isso porque não só a interatividade diz respeito, por si só, à incor-
poração das tecnologias digitais no espaço escolar, mas porque essa 
incorporação prevê também novas maneiras de estudantes e docentes 
se relacionarem com o mundo à sua volta e entre si. Como pontuado no 
tópico anterior, hoje, a produção, o consumo e a interação com conteú-
dos on-line fazem parte do cotidiano de cada um e o ambiente escolar 
não se deve alienar dessas ações. 
A dobradinha interação e interatividade auxilia no desenvolvi-
mento do protagonismo discente, incentivando a promoção da autono-
mia do estudante. Com a mediação das tecnologias digitais, estudantes 
podem não apenas participar ativamente de suas aulas – com a aplica-
ção de metodologias ativas, gamifi cação, jogos e dinâmicas diversas – 
mas, ainda, produzir conteúdo e intervir em tempo real, com colocações 
e construções diversas, na criação de uma comunidade de aprendiza-
gem ativa. 
Com o crescimento da educação a distância (EaD), a questão 
da interatividade ganha ainda mais foco. Na EaD, interação e interati-
vidade caminham juntas. O docente, professor-tutor, tem o importante 
papel de mediador entre estudantes, conteúdos e as mais variadas tec-
nologias escolhidas para apoiar a construção do conhecimento a dis-
tância. Para saber mais sobre o papel da tutoria e sua relação com o 
conceito de interação, leia o livro Tutoria e Interação em Educação a 
Distância, de João Mattar.
 Em resumo, pode-se dizer que incorporar tecnologias digitais 
na sala de aula vai muito além de apenas utilizar dessas tecnologias 
24
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
em um ambiente escolar. Envolve promover interação e interativida-
de por meio dessas tecnologias, a partir da escolha de metodologias 
adequadas de ensino e recursos digitais que possam convergir, junto à 
metodologia, para o encontro dos objetivos didáticos. E, para que isso 
seja possível, de acordo com Bates (2019), é necessário que o docente 
compreenda os contextos educacionais, sociais, culturais, que estão 
envolvidos nessas práticas. 
Cabe, no entanto, reforçar que o ato de incorporar as tecnolo-
gias digitais nas metodologias e estratégias didáticas não deve ser in-
discriminado, sem que haja uma refl exão crítica ou por “estar na moda” 
e “ser inevitável” dadas as confi gurações sociais da época. Como pon-
tuam Campos, Heinsfeld e Silva (2018, p. 39). 
A escolha da prática pedagógica mais adequada à aprendizagem que se de-
seja alcançar deve ser guiada pela propriedade desta ou daquela prática, e 
não pela facilidade de oferta ou pelo modismo. É preciso pensar em práticas 
pedagógicas que proporcionem ambientes que ensejem autoria e autonomia 
em contextos de irrestrita interação.
Ainda que, na contemporaneidade, as sociedades, em sua 
maioria, sejam altamente tecnológicas e hiperconectadas, a escolha de 
cada método, cada estratégia, cada recurso ou artefato deve ter como 
base os objetivos didáticos e a experiência de aprendizagem, de cons-
trução do conhecimento do estudante, que é a verdadeira raison d’être, 
a razão de ser da educação. 
25
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: SEE-MG Prova: Professor de 
Educação Básica – Matemática Nível: Superior
Segundo Borba e Penteado (2001), é INCORRETO afi rmar que: 
a) quando se iniciaram as discussões sobre o uso de novas tecnologias 
na escola, houve um medo de que os professores fossem substituídos 
pelos computadores.
b) a prática docente não pode fi car imune à presença da tecnologia 
informática.
c) aspectos como incerteza e imprevisibilidade, geradas num ambiente 
informatizado, podem ser vistos como possibilidades para desenvolvi-
mento.
d) é impossível haver uma ressonância entre uma dada pedagogia, uma 
mídia e uma visão de conhecimento.
e) o computador é visto como uma mídia que traz inúmeras possibilida-
despara o meio educacional.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: UECE – CEV Órgão: SEDUC-CE Prova: Professor 
Língua Portuguesa Nível: Superior
No que diz respeito às tecnologias da comunicação e de informa-
ção no ensino, assinale a opção verdadeira. 
a) Os recursos tecnológicos são mutáveis e o seu valor não está em si 
mesmos, mas no uso que o professor faz desses recursos.
b) As inovações tecnológicas, por si só, já garantem inovações pedagó-
gicas em sala de aula.
c) O atributo de velho ou novo está no produto, no artefato em si mes-
mo, na cronologia das invenções, independente do uso que se faz dele.
d) As tecnologias que favorecem o acesso à informação e aos canais de 
comunicação são, por si mesmas, educativas, pois trazem inerente a si 
uma proposta educativa.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CONSULPAM Órgão: Câmara Municipal de Juiz 
de Fora - MG Prova: Assistente Técnico Legislativo – Analista na 
Área de Educação e Cultura Nível: Superior.
Nos dias atuais, a quantidade de informação disponível para todos 
é cada vez maior. Com o uso das novas tecnologias essas informa-
ções tendem a:
26
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
a) Crescer devido a todos os usuários possuírem o desejo e conheci-
mento de como divulgar informações pertinentes à web.
b) Crescer devido a novas possibilidades de divulgação ou armazena-
mento de diversos tipos de informação.
c) Diminuir com o surgimento de novos aplicativos que ajudarão a sele-
cionar quais informações devem ser divulgadas.
d) Aumentar de acordo com o interesse das classes ricas que são de-
tentoras deste tipo de conhecimento.
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: CONSCAM Órgão: Prefeitura de Vargem Grande 
do Sul - SP Prova: Professor Educação Especial Nível: Superior.
No artigo denominado “Tecnologia assistiva para o ensino de alu-
nos com defi ciência: um estudo com professores do ensino funda-
mental”, Cook e Polgar (2008) afi rmam que um primeiro conceito a 
observar é que a tecnologia pode servir a dois grandes objetivos. 
Quais são esses dois objetivos?
a) De aceleração de aprendizagem e de assimilação.
b) De recursos para pesquisa e de aproveitamento.
c) De ajuda e de ensino.
d) De didática e de trabalhos.
e) De competência docente e discente.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Presidente Kennedy 
- ES Prova: Professor MAMPP – Pedagogo Nível: Superior.
Refl etindo sobre o que são metodologias ativas e o uso de tecno-
logias da comunicação e informação (TICs) no processo de apren-
dizagem, assinale a assertiva correta.
a) A utilização das mídias digitais é contraindicada nos processos de 
aprendizagem ativa, pois desviam o foco do aluno quanto a resolução 
de problemas.
b) O processo de aprendizagem baseado em metodologias ativas exige 
a ação constante do aluno em sala e é dependente das mídias digitais 
para ser aplicada.
c) As tecnologias da comunicação não estão relacionadas com a prática 
de métodos de ensino ativos nos ambientes formais de aprendizagem.
d) Um repositório de material digital pode ser uma alternativa para que 
haja tempo em classe para realizar projetos e resolver problemas, dan-
do protagonismo ao aluno. 
e) As metodologias ativas referem-se ao protagonismo docente e este 
deve utilizar todos os meios digitais disponíveis para trabalhar o conteú-
27
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
do planejado.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Fundamental, ho-
mologada no Brasil no fi nal de 2017, lista 10 “competências gerais da 
educação básica”. Com base no estudado sobre a relação entre tecno-
logias, educação, construção de conhecimento e sociedade, disserte 
sobre como a incorporação de tecnologias digitais no cotidiano escolar 
pode favorecer, ou não, o desenvolvimento dessas 10 competências. 
TREINO INÉDITO
Alguns autores afi rmam que interação e interatividade são dois concei-
tos distintos. Essa distinção se daria porque:
a) enquanto a interatividade diz respeito a pessoas, a interação diz res-
peito a máquinas. 
b) enquanto a interação diz respeito a pessoas, a interatividade diz res-
peito a máquinas.
c) enquanto a interação diz respeito a seres humanos e máquinas, a 
interatividade diz respeito apenas a seres humanos.
d) enquanto a interatividade diz respeito a seres humanos e máquinas, 
a interação diz respeito a máquinas e seres humanos.
e) enquanto a interatividade diz respeito à relação entre seres humanos 
e máquinas, a interação diz respeito à relação entre seres humanos.
NA MÍDIA
ENTENDA A IMPORTÂNCIA DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO 
ATUAL
Por muito tempo a escola foi um espaço que oferecia métodos defasa-
dos de ensino, fundamentados em quadros-negros, livros e aulas com-
pletamente expositivas. Essa didática estava descontextualizada da 
vida dos jovens fora da instituição, e a partir daí surgiu a necessidade 
de aplicar a tecnologia na educação. A diferença de realidades entre 
o que o aluno tinha acesso na sala de aula e na rua fazia com que o 
estudante fosse perdendo o interesse pelas aulas e pelas práticas es-
colares. Uma metodologia que inova e transforma tecnologias em ferra-
mentas pedagógicas pode prender muito mais a atenção do estudante 
contemporâneo. Sendo assim, adaptar os sistemas educativos é cada 
vez mais necessário.
28
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Fonte: Catraca Livre
Data: 26 fev. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://catracalivre.com.br/educacao/enten-
da-a-importancia-da-tecnologia-na-educacao-atual/
NA PRÁTICA
Uma temática que é passível de refl exão durante o exercício diário da 
profi ssão docente é a relação entre as práticas e estratégias didáticas 
e o uso das tecnologias digitais em sala de aula. Isso porque é possí-
vel utilizar tecnologias digitais mesmo em aulas expositivas, nas quais 
o docente apenas palestra o conteúdo aos seus estudantes, sem que 
haja interação ou interatividade. O uso do PowerPoint para apresentar 
slides, por exemplo, embora simbolize uma incorporação tecnológica 
na aula, não promove, por si só, interação ou interatividade. É essencial 
que o profi ssional refl ita sobre as abordagens didáticas e os objetivos 
do uso de cada tecnologia. Metodologias como sala de aula invertida, 
ensino híbrido, rotação por estações, entre outras, e estratégias como 
as de gamifi cação podem auxiliar na promoção de uma aula mais dinâ-
mica.
PARA SABER MAIS
Pesquisa CETIC.br sobre o uso de tecnologias digitais na educa-
ção básica no Brasil: https://www.cetic.br/pesquisa/educacao/
Currículo de referência em tecnologia e computação: http://curricu-
lo.cieb.net.br/
Diretrizes para uma Política Nacional de Inovação e Tecnologia Edu-
cacional: http://www.consed.org.br/media/download/5adf3c4e10120.
pdf
Vídeo Cultura, Educação e Tecnologias em Debate – Políticas públicas 
educacionais e culturais: https://www.youtube.com/watch?v=dbuzpU-
ZxpCo
29
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Como um campo social e de pesquisa, a educação passou por 
diversas transformações ao longo das décadas, mudanças essas que 
surgiram como refl exos não só dos avanços tecnológicos, mas de mu-
danças sociopolíticas e econômicas nas sociedades. Por conta disso, 
com o passar do tempo, tanto as características do que se considera 
“educar” como o papel da escola foram sofrendo alterações. 
Ao comparar as três ou quatro últimas décadas, é possível 
perceber que a geração mais recente de estudantes se relaciona com 
a educação, com o saber, com a troca de conhecimento de maneiras 
muito distintas das de outrora. O estudante do século XXI vê o mundo 
– e interage com ele –, em boa parte, por meio das telinhasde seus 
dispositivos móveis. Essa mudança crucial faz com que emerjam novas 
perspectivas para o campo educacional, que ainda carecem de maior 
exploração. 
Mas, antes de avançar nas novas perspectivas, é necessário 
compreender quais foram essas transformações e de que maneira elas 
ocorreram no que tange ao fazer educacional.
EDUCAÇÃO MEDIADA POR
TECNOLOGIAS
30
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
TECNOLOGIAS EM EDUCAÇÃO: PASSADO, PRESENTE E FUTU-
RO 
Como pontuado anteriormente, os avanços tecnológicos das 
últimas décadas proporcionaram diversas transformações na organiza-
ção e no planejamento escolar. Além disso, modifi cações signifi cativas 
ocorreram nas sociedades, de forma que o perfi l dos jovens estudantes 
também passou por mudanças ao longo do tempo, levando novos de-
safi os e novas nuances para a sala de aula. 
Conforme Coelho (2012), naturalmente, a geração de estudan-
tes que cresceu imersa em uma sociedade altamente tecnológica, com 
um ritmo acelerado de avanços e transformações, acaba por desenvol-
ver habilidades distintas daquelas das gerações anteriores, como as de 
pesquisa, de colaboração em rede, a atenção visual aos recursos multi-
mídia e a familiaridade com as hipermídias. Nesse sentido, quanto mais 
interatividade e funcionalidade tiverem os recursos multimídia utilizados 
na educação, mais atrativos serão para os estudantes dessa geração 
(PALFREY; GASSER, 2011). 
Em 2017, as pesquisadoras Bruna Damiana Heinsfeld e Magda 
Pischetola publicaram um estudo qualitativo realizado com 67 professo-
res da rede municipal do Rio de Janeiro, sobre a questão do “nativismo 
digital”. As autoras observavam que, em geral, as habilidades e compe-
tências pontuadas pelos docentes para qualifi car os jovens como “na-
tivos digitais” são operacionais, e não informacionais. Para aprofundar 
nesse assunto, leia o artigo “‘Eles já nascem sabendo!’: desmistifi cando 
o conceito de nativos digitais no contexto educacional”, disponível on-
-line.
Como já mencionado, os sistemas educacionais passaram por 
modifi cações, refl exos dessas alterações na sociedade. Sob a perspec-
tiva das tecnologias, é possível afi rmar, conforme Lengel (2012), que 
a educação passou (e ainda passa) por três momentos distintos – a 
educação 1.0, a 2.0 e a 3.0 –, cada momento com suas características 
específi cas. 
31
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Educação 1.0
Sob essa perspectiva tecnológica, o que Lengel (2012) chama 
de educação 1.0 é o modelo tradicional, que se manteve até a dissemi-
nação da chamada web 1.0, a web “estática”, que era apenas acessada 
para o consumo de informações pontuais (LENGEL, 2012). Nesse mo-
mento, as tecnologias que dividam espaço no ambiente escolar eram 
também estáticas e analógicas, como a lousa de giz, as mesas e ca-
deiras organizadas em fi leiras, cadernos e lápis. Em instituições mais 
engajadas com os avanços tecnológicos, era possível notar a presença 
também de mimeógrafos e retroprojetores. 
Como se sabe, o modelo educacional tradicional tem como ca-
racterística a fi gura do professor como centro do processo de ensino e 
aprendizagem, detentor do conhecimento que deveria ser memorizado 
e reproduzido fi elmente por seus alunos (CAMPOS; HEINSFELD; SIL-
VA, 2018). 
Você já conversou com alguma pessoa 30 ou 40 anos mais 
velha que você sobre como era a experiência escolar naquela época? 
Muito possivelmente seus pais, avós ou outros conhecidos que tenham 
hoje mais de 50 anos passaram pela experiência da educação 1.0, que 
incluía, além do professor como fi gura central, punições rígidas para 
aqueles alunos que, de alguma forma, não atendiam às expectativas. 
Nesse modelo, antes do formato de grupos de estudantes, era 
comum que o aluno tivesse o seu tutor ou mestre, que lhe ensinava 
individualmente. Os livros, as enciclopédias e outras obras para estudo 
eram acessados nas bibliotecas.
Educação 2.0
Já a chamada educação 2.0 é contemporânea ao surgimento e 
início da disseminação da web 1.0, como dito, ainda estática, cujo aces-
so se dava para consumo passivo de informações. Neste modelo, o 
professor se mantém como o centro do processo de ensino e de apren-
dizagem, como a fonte primária de conhecimento (LENGEL, 2012). 
Nesta época, o professor passa também a ensinar para grupos 
maiores de estudantes e, em algumas localidades, a web passa a ser 
32
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
fonte de pesquisa. Contudo, o engajamento dos estudantes com a rede 
é ainda limitado. Isso porque, por ser ainda recente, o acesso à web ain-
da era restrito a poucos lugares, como universidades e escolas de elite 
e tendo como foco o conhecimento acadêmico-científi co. Os vídeos sur-
gem com mais força como tecnologias a serem incorporadas em sala de 
aula, em “aulas especiais”, e os retroprojetores também se proliferam. 
Educação 3.0
Já na contemporaneidade, após a disseminação em mas-
sa das tecnologias digitais e sua chegada nas escolas, já no início do 
século XXI, emergem não só novas estratégias didáticas por conta do 
crescente uso das tecnologias, mas, também, surge o desejo de uma 
ruptura com os modelos educacionais até então experimentados em 
sala de aula (CAMPOS; HEINSFELD; SILVA, 2018), desejo esse que 
sustenta os alicerces da educação 3.0. 
Na educação 3.0, os estudantes passam a interagir com uma 
miríade de recursos multimídia, em dispositivos móveis como tablets e 
smartphones, e tanto estudantes quanto docentes produzem e compar-
tilham conteúdos digitais em seu dia a dia. Vídeos, animações, simu-
lações e ambientes virtuais de aprendizagem passam a ganhar mais e 
mais espaço no cotidiano escolar. 
No entanto, como já reforçado, apenas o acesso às tecnolo-
gias digitais e à web não se mostra sufi ciente para dar conta dessa 
ruptura, sendo um debate constante.
A seguir, um quadro comparativo com as principais característi-
cas de cada um desses três momentos da educação, sob a perspectiva 
das tecnologias, conforme Lengel (2012). 
Quadro 3 – Comparativo entre os três momentos da educação, sob a 
perspectiva tecnológica
Educação 1.0 Educação 2.0 Educação 3.0
Professor como único 
detentor do conheci-
mento.
Professor como único 
detentor do conheci-
mento.
Docente no papel de 
mentor, guia, orienta-
dor. 
33
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Aulas expositivas pe-
las quais o professor 
transmite seu conhe-
cimento.
Aulas expositivas pe-
las quais o professor 
transmite seu conhe-
cimento, podendo
eventualmente levar 
em consideração al-
guma contribuição do 
aluno. 
Aulas mais dinâmi-
cas, favorecendo o 
protagonismo discen-
te e o estudante como 
centro do processo 
de ensino e aprendi-
zagem. 
Lousa de giz, livros, 
anotações com lápis 
e caderno, mimeógra-
fos e retroprojetores.
Lousa de giz, livros, 
anotações com lápis 
e caderno, TV para 
exibição de vídeos, 
retroprojetores, even-
tualmente computa-
dor.
Lousa para cane-
tas, lousa interativa, 
computador, tablets, 
smartphones, projeto-
res digitais. 
 
Fonte: Adaptado de Lengel (2012).
Apenas quando se chega à educação 3.0 é que os estudantes 
conquistam a autonomia no processo de construção de conhecimento, 
rompendo com a relação de dependência da fi gura docente para que 
haja aprendizagem. No momento 3.0, docentes e discentes passam a 
ter uma relação mais horizontal, contribuindo mutuamente em um pro-
cesso democrático de construção colaborativa de conhecimento. 
O histórico desses três momentos da educação sob a pers-
pectiva tecnológica mostra uma passagem do professor detentor de 
conhecimento a um docente mentor, orientador,guia; das aulas ex-
positivas tradicionais e conteúdos a serem decorados e repetidos por 
alunos, passa-se a aulas dinâmicas, interativas, à construção coletiva 
do conhecimento; da atuação passiva ao protagonismo discente. Esse 
caminho, como se pode perceber, é traçado lado a lado com os avanços 
tecnológicos e infl uenciado por eles. Conforme Campos, Heinsfeld e 
Silva (2018, p. 31):
Um novo sujeito e um novo contexto pedem um novo olhar sobre os fazeres 
pedagógicos. Isso signifi ca que o fazer educacional está sempre em mo-
vimento, em transformação. Transformam-se os contextos e os cenários. 
Transformam-se as teorias que embasam as práticas docentes e a maneira 
de encarar não só essas mudanças socioculturais, mas o protagonismo dis-
cente, a cognição e o conhecimento. E, assim, transformam-se também os 
fazeres pedagógicos. 
34
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
No entanto, não é possível afi rmar que a educação 3.0 se dis-
seminou e se consolidou amplamente no Brasil. Conforme Pischetola 
(2016), pesquisas mais recentes no campo educacional concluem que, 
embora seja identifi cado o uso constante das tecnologias digitais pelos 
jovens, o que potencializa a ampliação de oportunidades de acesso e 
de construção do conhecimento, esse uso parece ainda se restringir 
ao uso operacional e instrumental, não chegando a ser desenvolvidas 
práticas verdadeiramente autônomas e críticas dos estudantes. A partir 
disso, pode-se inferir que os estudantes, por conta própria, possuem 
poucas chances de desenvolver e aprimorar tais habilidades. É papel 
da escola e dos docentes a atuação em prol da promoção dessa auto-
nomia, em busca de uma formação cidadã crítica com relação às tec-
nologias digitais.
LETRAMENTO DIGITAL: O QUE É ISSO? 
Ao ler ou ouvir o termo “letramento”, é comum que haja uma 
associação com a ideia de alfabetização, ou seja, aprender a ler e es-
crever. No entanto, o termo letramento vai muito além do aprendizado 
dos códigos de uma língua. Na verdade, é possível falar não de apenas 
um, mas de vários tipos de letramento. 
O conceito de letramento tem a ver com a possibilidade de 
enxergar e participar do mundo de forma cidadã, crítica e refl exiva, via-
bilizando que cada indivíduo seja capaz de interagir ativamente com 
sua cultura e sua sociedade. Para que isso seja possível, cada sujeito 
deve ser letrado de diversas formas. Uma dessas formas é o letramento 
digital. 
Para que uma pessoa seja considerada “letrada”, ela deve ser 
apta a muito mais do que “apenas” ler e escrever. Um indivíduo letrado 
deve ser capaz de interpretar e interagir com o mundo a sua volta, em 
toda a sua complexidade de linguagens (verbais e não verbais), mídias 
e gêneros textuais. Ou seja, podemos dizer que compreender as lingua-
gens e mídias digitais faz parte do conceito de letramento do século XXI 
(HEINSFELD; PISCHETOLA, 2017). 
O letramento digital ou letramento multimídia (ou, ainda, o mul-
35
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
tiletramento) está relacionado com os avanços tecnológicos e a pene-
tração das tecnologias nos cotidianos das mais diversas sociedades. 
Esse conceito diz respeito às habilidades de compreensão não apenas 
técnica, operacional e instrumental, mas informacional e comunicacio-
nal dos recursos multimídia. De acordo com Bauler (2011, p. 7):
É preciso notar que os letramentos devem ser entendidos como práticas so-
ciais em que os indivíduos se engajam cotidianamente por meio de comuni-
dades interpretativas, instituições e outros modos de agir discursivamente 
através da linguagem. Devido à sua natureza social e variada, os letramentos 
devem ser considerados em suas multimodalidades, incluindo aí não só o 
texto escrito, mas todas as formas semióticas de construção de signifi cado.
Para interpretar um meme ou uma fanfi c, precisamos de co-
nhecimentos que extrapolam a decodifi cação de letras, sílabas e pa-
lavras. Precisamos conhecer todo um código semiótico pertencente 
àquele contexto específi co, como a relação entre a imagem escolhida 
para o meme (que traduz uma mensagem, por si só) e o texto indicado 
sobre a imagem. 
É comum que o jovem ou adulto que possui uma rotina per-
meada pelo uso constante das tecnologias digitais sequer perceba es-
sas nuances do letramento digital no dia a dia. As novas linguagens, 
gêneros e possibilidades interpretativas acabam por acontecer de forma 
tão fl uida e natural que deixam de causar estranhamento. 
Mas esta não é uma verdade universal, tão pouco homogênea 
entre as populações no Brasil. Nem todas as comunidades são altamen-
te tecnológicas e nem todos os jovens e adultos possuem esse contato 
diário constante com as tecnologias digitais, reforçando a importância 
do papel escolar no que tange ao letramento digital. 
Você já percebeu que, quando vai salvar um arquivo no Word, 
no Excel, no PowerPoint ou em outros programas, geralmente você 
clica em um pequeno ícone quadradinho? Você já parou para pensar 
sobre ele? Por que ele tem esse formato? O que ele representa? Pes-
36
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
quise on-line sobre isso e descubra qual o simbolismo ligado a esse 
ícone. Depois de pesquisar, refl ita sobre a adequação desse símbolo 
atualmente. 
Como é possível perceber, o próprio conceito de letramento 
também é sujeito a mudanças conforme os avanços tecnológicos e as 
modifi cações sociais e culturais. Isso acontece porque, conforme as 
tecnologias se modifi cam, também se modifi cam as práticas sociais 
relacionadas às tecnologias. Hoje, as práticas sociais são permeadas 
pelas multimídias (ROJO; ALMEIDA, 2012).
Ao relacionar o conceito de letramento (ou multiletramentos) ao 
cotidiano escolar, outro aspecto importante para ser levado em consi-
deração no debate é a valorização dos conhecimentos prévios de cada 
um. Como pontuam Ferreiro e Teberoski (1999), estudantes não são 
“tábulas rasas” e têm contato diário com uma série de tipos e gêneros 
textuais e linguagens verbais e não verbais, seja na troca diária com co-
legas, em um passeio no shopping, ao jogar on-line, no supermercado, 
nas propagandas na TV, na internet, nas ruas. 
Mas, como trabalhar o conceito de letramento, ou multiletra-
mentos, em sala de aula? Ao contrário do que pode ser a primeira im-
pressão de alguns, o “letramento”, qualquer que seja, não é responsabi-
lidade exclusiva da equipe de língua portuguesa e redação. O trabalho 
deve ser de competência de toda a equipe pedagógica, incluindo do-
centes das ciências exatas e da natureza, das ciências sociais, das ar-
tes e demais áreas do saber. 
Nesse sentido, tanto o trabalho com o letramento de cada área 
– como o letramento científi co –, quanto o letramento digital, ou mesmo 
o letramento na língua mãe do estudante, devem passar por toda a 
equipe docente da instituição, sendo construídos nas diversas áreas do 
conhecimento, de várias formas. 
Você já teve aulas de cartografi a na escola? O que você sabe 
sobre ler mapas? E gráfi cos? Qual a diferença entre um gráfi co pizza e 
um gráfi co em linha? A leitura de mapas e gráfi cos também faz parte do 
conceito de letramento. Assim, é possível dizer que cada área do saber 
também possui seus letramentos (SOARES, 2003). 
37
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Contudo, ao se analisar as mais diversas difi culdades que os 
estudantes, jovens e adultos, apresentam tanto dentro da escola, na 
educação formal, quanto em determinadas tarefas de seu dia a dia, é 
possível perceber que ainda há uma lacuna no que tange ao pensa-
mento crítico, à interpretação dos mais diversos textos (como gráfi cos,mapas, memes e mesmo informações jornalísticas), e ao uso das mais 
diversas tecnologias, como os aplicativos de bancos totalmente digitais. 
Ou seja, há uma lacuna nos letramentos. 
Esse panorama salienta a importância do trabalho constante e 
contínuo dentro de sala de aula e dos ambientes escolares com os mais 
diversos letramentos, seja digital ou não, buscando a formação cidadã 
plena de cada estudante, em cada contexto de aplicação. Todavia, nas 
palavras de Pischetola et al. (2019, p. 9):
Pesquisas da última década confi rmam a difi culdade dos professores em 
introduzir as TICs em sua prática pedagógica, devido principalmente a falta 
de formação, insegurança frente ao novo, e a necessidade de revisão das 
linguagens que compõem os multiletramentos do mundo contemporâneo.
Uma dessas pesquisas é a de Naumann (2016), que analisou, 
entre outros elementos, a compreensão de docentes da educação bá-
sica da rede municipal do Rio de Janeiro sobre o termo letramento. Os 
resultados são alarmantes. Dos 64 entrevistados, 28 reconheciam ape-
nas parcialmente o termo e 25 não reconheciam em absoluto o termo, 
como mostra o gráfi co a seguir. 
38
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Gráfi co 2 – Representação gráfi ca das respostas dos entrevistados com 
respeito ao termo “letramento”.
Fonte: Naumann (2016, p. 47).
Diante desse cenário, como sanar essa questão? Como levar 
para os docentes e à gestão a compreensão e o domínio do novo, sem 
que haja insegurança ou difi culdades? 
A pesquisa de Naumann (2016) não se restringiu apenas à 
compreensão do conceito, mas buscou, ainda, analisar as práticas do-
centes com relação aos multiletramentos. Você pode saber mais sobre 
o resultado da pesquisa lendo a dissertação “Multiletramentos na sala 
de aula: entre a intuição e a intencionalidade”, disponível on-line. 
9
28
25
2
Reconhecimento do termo "letramento"
Reconhece totalmente
Reconhece parcialmente
Não reconhece
Não foi possível depreender a informação
39
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
NOVOS CENÁRIOS PARA A EDUCAÇÃO 
Antes de tudo, o espaço da sala de aula é um espaço de inte-
ração entre docentes e discentes. E é a partir do processo de interação 
que o ensino e a aprendizagem se materializam: em cada troca de ex-
periências entre estudantes e professores, ambos os grupos aprendem. 
Mas, com as mudanças na sociedade, novos cenários emergem para a 
educação.
Conforme Pischetola e Miranda (2019), são três as crises prin-
cipais pelas quais passam a escola e seus fundamentos: a da organiza-
ção escolar, a da didática e a do conhecimento. De acordo com as au-
toras, mais do que crises originadas dos avanços tecnológicos, trata-se 
de fenômenos que têm relação íntima com a desvalorização da refl exão 
e do pensamento crítico no ambiente escolar. 
No contexto educacional do século XXI, muitos questionam se 
as máquinas e tecnologias digitais irão substituir o papel do docente. 
A resposta é negativa. O que ocorre é uma mudança de papeis, cada 
ator se adaptando aos novos contextos, que contam com as mudanças 
tecnológicas constantes no campo da comunicação e da informação. 
Na mesma medida em que as tecnologias digitais podem auxi-
liar na superação dessas crises, elas também podem acabar auxiliando 
na sua propagação e manutenção. Isso por conta de alguns mitos que 
são criados em torno das potencialidades das tecnologias digitais e seu 
papel na educação, como o mito do nativismo digital (em que os estu-
dantes já nascem sabendo e não precisam de auxílio quanto às novas 
tecnologias) e o mito de que as tecnologias podem, por si só, motivar os 
estudantes, sem o apoio docente. 
Junto à Era Digital, cresce a Educação Digital. A relação entre 
docentes, discentes e tecnologias digitais permeia o fazer educacional, 
incluindo contatos fora de sala de aula, via redes sociais educacionais 
ou não. Houve um apagamento das linhas que delimitavam os tempos 
e os espaços em que o aprendizado poderia acontecer. Conforme Cam-
pos, Heinsfeld e Silva (2018, p. 41-42, grifos originais): 
[...] ao trabalharmos em prol da metamorfose das salas de aula presenciais 
tradicionais em comunidades de aprendizagem, percebemos que o papel 
docente também se altera: daquele que professa àquele que medeia. Esse 
papel se vê potencializado pelas tecnologias digitais, que, ao serem explora-
das, tornam-se também espaço de diálogo entre estudantes e professores. 
Como reforçado, a tomada de consciência sobre os novos pa-
peis e atribuições de docentes e discentes é imprescindível, tanto por 
parte desses grupos quanto da gestão das instituições. 
40
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Contudo, não podemos cair na armadilha de acreditar que o 
estudante, uma vez no centro do processo, deve ser o único responsá-
vel pelo processo de construção do conhecimento. Deslocar o docente 
do centro do processo não signifi ca destinar a ele um “lugar menor”. 
Neste momento da educação, os estudantes são cada vez mais 
protagonistas em seu processo de aprendizagem. Já o docente tem seu 
papel deslocado, do detentor de conhecimento para um guia, um maes-
tro, orientando os estudantes em suas jornadas de descobrimento e de 
construção de conhecimento. Mas nem sempre essa adaptação é fácil. 
Já em 2010, Prensky (2010) pontuava que professores com 
mais de 20 anos de carreira (hoje mais de 30!) não haviam crescido em 
meio as tecnologias digitais, pertencendo a gerações que precisaram se 
adaptar às velozes mudanças que essas tecnologias trouxeram para o 
cotidiano, inclusive o escolar. 
Mais do que os simples hábitos rotineiros, é importante, ainda, 
lembrar que os docentes com mais anos de experiência provavelmente 
passaram por processo de ensino formal muito distintos dos que hoje 
são solicitados a performar em sala. Ou seja, os modelos e aborda-
gens pedagógicas com os quais tiveram contato como estudantes e nos 
quais basearam suas próprias práticas por tantos anos, perdeu espaço 
dentro de sala de aula.
A incorporação das metodologias ativas e das tecnologias digi-
tais em sala de aula não signifi ca a abolição de aulas expositivas, con-
sideradas mais tradicionais. Para tudo há o seu momento. Para saber 
mais sobre o papel da aula expositiva, do quadro e do giz na sala de 
aula, recomendamos a leitura do artigo “10 técnicas para melhorar ime-
diatamente sua aula com o uso adequado da lousa e giz”, de Rodrigo 
Fulgêncio Mauro, disponível on-line.
41
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
 O papel docente, embora modifi cado, ainda é (e, ao que tudo 
indica, continuará sendo) essencial aos processos de construção cola-
borativa e coletiva de conhecimento, como orientador dos estudantes 
no desenvolvimento de sua autonomia intelectual. Ou seja, a relação 
entre grupos de docentes e discentes é uma condição sine qua non 
para que os processos de ensino e de aprendizagem ocorram, em movi-
mentos constantes de ressignifi cações do conhecimento escolar formal. 
Nesses novos cenários que emergem para a educação, cabe 
aos docentes o papel também de instigar seus estudantes, de maneira 
a estimular seu pensamento crítico e a trabalhar ações refl etivas diante 
da sociedade e dos grupos nos quais estão inseridos. 
A valorização dos conhecimentos prévios dos estudantes por 
parte do docente é fundamental no estímulo e no desenvolvimento da 
autonomia intelectual do estudante. Como vimos, no novo cenário edu-
cacional, da educação 3.0, o estudante deve ser o protagonista do pro-
cesso de construção do conhecimento. Para isso, docentes devem estar 
atentos aos conhecimentos tácitos e explícitos quecada estudante leva 
para a sala de aula, utilizando suas contribuições para enriquecê-la. 
Além de toda a questão da incorporação das tecnologias digi-
tais em sala de aula, pode-se dizer que um dos pontos-chaves dos no-
vos panoramas para a educação é a democracia. Todas as mudanças 
ocorridas nas sociedades e nos contextos educacionais, que promovem 
a autonomia intelectual dos estudantes, refl etem também em ambientes 
mais democráticos, uma vez que todos devem possuir voz e vez em 
sala de aula. 
Contudo, muitos profi ssionais da educação permanecem com 
uma postura de transmissão de conhecimentos, no lugar de construção 
coletiva e colaborativa. Este é um posicionamento que parece não caber 
mais nas salas de aulas de sociedades digitalmente integradas, com 
tecnologias móveis e ubíquas e o acesso às mais diversas informações 
à distância de um toque. 
Para isso, os novos cenários para a educação devem promo-
ver uma ruptura com a ideia de “ritual-aula”, do espaço de hierarquia e 
disputas de poder, no qual as ações e decisões visam, apenas, a ma-
nutenção do status quo da sociedade, e não a busca pela emancipação 
42
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
de seus jovens (HEINSFELD, 2019). 
Você sabia que é possível estabelecer uma relação entre o 
quão autoritária ou democrática uma sala de aula é e quais os usos 
feitos das tecnologias digitais nesse contexto? As pesquisadoras Mag-
da Pischetola e Bruna Damiana Heinsfeld falam sobre esse assunto e 
compartilham seus resultados no artigo “Technologies and Teacher’s 
Motivational Style: A Research Study in Brazilian Public Schools”, publi-
cado em 2018 pelo Journal of Educational, Cultural and Psychological 
Studies, disponível on-line. 
Vale lembrar, ainda, que aulas expositivas, por exemplo, nas 
quais o docente expõe conceitos e conteúdos, não são necessariamen-
te ruins ou antidemocráticas. A combinação de metodologias e abor-
dagens pedagógicas deve sempre ter como base a refl exão sobre as 
experiências e as necessidades de aprendizagem dos estudantes. Tudo 
deve iniciar e terminar no estudante e essa refl exão é basilar para a prá-
tica docente. A partir disso, é possível garantir que o ambiente escolar 
seja democrático e que seus estudantes tenham papeis de destaque. 
No entanto, embora as aulas expositivas também tenham seu 
momento e seus objetivos didáticos, para que seja possível trabalhar 
o desenvolvimento da autonomia intelectual dos estudantes, em um 
ambiente democrático e que o valorize, é necessário que os momen-
tos de aula ultrapassem a ideia de apenas transmissão e exposição de 
conteúdos. Isso porque, como visto, as tecnologias digitais propiciam e 
potencializam que, cada vez mais, os conhecimentos se materializem 
tanto dentro quanto fora de sala de aula. 
Ainda falando dos novos cenários potencializados pela rela-
ção entre tecnologias e educação, as interações virtuais em aplicativos, 
jogos e redes sociais levaram para o cotidiano discente a convivência 
ainda mais ampla com pessoas diferentes, de culturas, opiniões e cos-
tumes distintos. 
No que tange às relações entre docentes e tecnologias digitais, 
nas palavras de Pischetola e Miranda (2019, p. 88-89):
[...] agora, mais do que nunca, o professor precisa desenvolver seu papel 
de mediação pedagógica, frente a uma sociedade complexa, que precisa de 
43
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
muitos letramentos e habilidades diversifi cadas. Sem mediação pedagógica, 
desperdiçam-se as possibilidades que as TIC poderiam trazer para a sala de 
aula, quando entendidas como elementos culturais. 
Os novos cenários que se confi guram no fazer educacional es-
tão permeados por novas potencialidades. O docente atual deve procu-
rar a mobilização conjunta dos saberes, da experiência docente e dis-
cente, da interação e da comunicação, encarando a sala de aula como 
um ecossistema (PISCHETOLA, MIRANDA, 2019). Esses esforços de-
vem acontecer com o objetivo de desenvolver e promover a aprendi-
zagem signifi cativa, oportunizando que os estudantes compreendam a 
importância não só dos conhecimentos científi co-escolares para o seu 
dia a dia, mas ainda a importância do pensamento crítico, da refl exão, 
da criatividade, seja em um mundo digital ou analógico. 
44
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: Quadrix Órgão: Prefeitura de Cristalina - GO Pro-
va: Professor Nível: Superior.
Com relação às Tecnologias da Informação e da Comunicação 
(TIC) na educação, assinale a alternativa correta.
a) A utilização das TIC nos processos educacionais não altera a relação 
nem as formas de comunicação entre educadores e educandos.
b) A utilização das TIC como mediadoras do processo de ensino-apren-
dizagem independe das concepções que fundamentam a prática peda-
gógica do professor e da escola.
c) Um dos principais desafi os ao emprego das TIC nos processos edu-
cacionais é garantir a formação dos professores para o uso crítico e 
refl exivo dos dispositivos tecnológicos.
d) A rapidez na comunicação, propiciada pela Internet, não altera as 
relações sociais quanto às formas de ser-estar-agir no mundo.
e) O uso de dispositivos tecnológicos, mediando os processos de ensi-
no-aprendizagem, só se aplica em aulas expositivas.
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: IBADE Órgão: Prefeitura de Presidente Kennedy 
- ES Prova: Professor MAMPP – Pedagogo Nível: Superior.
O uso das tecnologias da comunicação e informação (TICs) na 
educação propiciam uma abordagem pedagógica com base nos 
conceitos de sala de aula invertida. Sobre a dinâmica da sala de 
aula invertida é correto afi rmar que:
a) tem como objetivo limitar o processo de aprendizagem do aluno no 
uso das mídias.
b) os alunos passam a planejar suas próprias atividades com ajuda das 
mídias.
c) o educador utiliza-se das mídias para disponibilizar conteúdos antes 
das aulas.
d) toda a ação pedagógica passa a ser realizada através das mídias 
digitais.
e) sua prática é voltada para a educação a distância e não para a edu-
cação presencial.
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Santa Rosa - RS 
Prova: Professor de Artes Nível: Superior.
45
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 À
 T
EC
N
O
LO
G
IA
 D
E 
IN
FO
R
M
A
Ç
Ã
O
 N
A
 E
D
U
C
A
Ç
Ã
O
 - 
G
R
U
P
O
 P
R
O
M
IN
A
S
Segundo Fava, assim como na lógica das redes sociais com aces-
so cada vez mais ubíquo, na Educação 3.0, a aprendizagem ocorre:
I. Em redes.
II. Somente na Escola, em laboratórios de informática.
III. Em qualquer lugar, espaço e tempo.
Quais estão corretas?
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III. 
QUESTÃO 4
Ano: 2019 Banca: FUNDATEC Órgão: Prefeitura de Gramado - RS 
Prova: Professor de Séries Iniciais Nível: Superior.
Segundo Libâneo (2011), “Ao contrário, pois, do que alguns pen-
sam, existe lugar para a escola na sociedade tecnológica e da in-
formação, porque ela tem um papel que nenhuma outra instância 
cumpre”. Com essa visão, Libâneo afi rma que a escola necessita:
a) Acreditar que esse é o local onde o aluno busca o maior contingente 
de informação.
b) Priorizar ao aluno o domínio da linguagem, tendo como objetivo maior 
a busca da informação.
c) Ter consciência de que o valor da aprendizagem escolar está, justa-
mente, no trabalho que privilegia o desenvolvimento cognitivo do aluno.
d) Continuar conduzindo o currículo por meio da exposição oral, ampa-
rado pelas diferentes formas de informações, em especial, as contidas 
no livro didático.
e) Deixar de ser meramente uma transmissora de informação para ser 
um lugar de análise crítica e produção de informação.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: FUNDEP Órgão: Prefeitura de Santa Luzia - MG 
Prova:

Continue navegando