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1 CHECKLIST DE EXAME NEUROLÓGICO Nervos cranianos (NCs) 1. NC I, nervo olfatório • Verificar a perviedade nasal e o sentido do olfato em cada narina separadamente (usar dois odores diferentes) 2. NC II, nervo óptico: • Acuidade visual (olho direito, olho esquerdo, os dois olhos) com correção, se necessário (usar tabela de Rosenbaum). • Acuidade visual para cores (olho direito, olho esquerdo, os dois olhos), usando cartões de cores vermelho, azul, amarelo e verde • Campo visual por confrontação (ficar de frente para o paciente e pedir que ele olhe em seus olhos. Colocar as mãos lateralmente às orelhas do paciente. Mover os dedos e aproximar uma mão por vez até o paciente conseguir visualizá-la. Repetir essa manobra nos quadrantes temporais superior e inferior. Se for encontrado um defeito, os campos nasais são avaliados – pedir para o paciente cobrir um olho por vez. Mover os dedos de uma das mãos do mesmo lado do olho coberto e mover a mão de uma orelha do paciente até a outra pela frente do rosto dele) • Fundoscopia, inspecionar o fundo de olho, bilateralmente (rever o procedimento sobre exame oftalmológico, se necessário) 3. NC II, nervo óptico; NC III, nervo oculomotor: • Avaliar motricidade palpebral (pálpebra superior): aprrender o musculo frontal e solicitar que o paciente olho para frente, para cima e para baixo, observe a mobilidade da pálpebra superior • Avaliar dimensões, formato das pupilas e reações à luz (reflexo fotomotor direto, indireto ou consensual) • Avaliar acuidade visual – reação a objetos próximos ou convergência e acomodação (segurar um lápis a cerca de 10 cm do olho do paciente e pedir que ele olhe alternadamente para o lápis e para um ponto diretamente atrás do lápis) 4. NC III, nervo oculomotor; NC IV, nervo troclear; NC VI, nervo abducente: • Avaliar movimentos extraoculares (testar os quadrantes temporais lateral, superior e inferior fazendo com um dedo da mão um H grande no ar e pedindo ao paciente para acompanhar o movimento com os olhos sem mover a cabeça. • Testar a convergência pedindo ao paciente para acompanhar o movimento da ponta do dedo do examinador até o nariz do paciente. Lembrar de orientar o paciente a manter a cabeça parada e mover apenas os olhos) 5. NC V, nervo trigêmeo: • Avaliar músculos temporal e masseter (colocar os dedos das mãos sobre os músculos masseter e temporal e pedir ao paciente para apertar os dentes superiores contra os inferiores; observar a força de contração) • Avaliar sensibilidade geral da face: toque leve na testa, nas regiões malares e na mandíbula (pedir ao paciente para fechar os olhos e tocar aleatoriamente com um chumaço fino de algodão as áreas das três divisões do nervo – não arranhar) • Avaliar o reflexo corneano ou corneoplapebral (aproximar-se do paciente lateralmente, tocar delicadamente a córnea dele com um chumaço fino de algodão enquanto o paciente olha para cima e para o outro lado) 6. NC VII, nervo facial: • Avaliar a mimica facial: solicitar que o paciente eleve as sobrancelhas, franzir a testa, fechar os olhos, mostrar os dentes, sorrir e inflar as bochechas (observar a face do paciente em repouso e durante a conversação, depois pedir ao paciente 2 para fazer os movimentos mencionados. Pedir ao paciente para fechar bem os olhos de modo que o examinador não consiga abri-los) • Avaliar a sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua: embeber cotonete com soluções diferentes, solicitar que o paciente feche os olhos e aplicar na borda lateral da língua as substancias, o paciente deverá reconhecer as substancias. Entre as aplicações, pedir que o paciente bocheche agua pura e despreze para limpar o sabor. 7. NC VIII, nervo vestibulococlear: • Avaliar acuidade auditiva (esfregar os dedos ou sussurrar) • Prova de Rinne • Prova de Weber 8. NC IX, nervo glossofaríngeo; NC X, nervo vagal: • Avaliar a fonação, características da voz, movimento do palato mole (escutar a voz do paciente e, depois, pedir que abra a boca e diga “ah” enquanto o examinador usa a lanterna para ver o movimento do palato mole e da faringe) • Avaliar o reflexo faríngeo ou do vômito (informar o paciente o que será feito, depois tocar delicadamente a parte posterior da cavidade oral com o abaixador de língua. Lembrar que alguns pacientes são muito sensíveis a esse estímulo) 9. NC XI, nervo acessório: • Avaliar a motricidade dos músculos do ombro e pescoço, solicitar encolher os ombros e girar a cabeça (colocar as mãos nos ombros do paciente e solicitar que o paciente encolha os ombros; a seguir, colocar a mão na bochecha do paciente e pedir que vire a cabeça e empurre a mão. Usar resistência leve) 10. NC XII, nervo hipoglosso: • Avaliar motricidade da língua, observar fasciculações, simetria, desvio, movimento e força da língua (escutar a fala do paciente; inspecionar a língua na cavidade oral e, depois, projetada para fora da boca. Solicitar ao paciente para mover a língua da direita para a esquerda. Se houver dúvidas, pedir ao paciente para empurrar com a língua a parte interna das bochechas e palpar externamente para determinar a força) PROVAS DE IRRITAÇÃO MENÍNGEA E ESTIRAMENTO DE RAIZ NERVOSA 1. RIGIDEZ DE NUCA Semiotécnica: • Paciente em decúbito dorsal • Examinador a direita do paciente coloca uma mão na região occipital do paciente e, suavemente, tenta fletir a cabeça do mesmo. Caso o movimento seja fácil e amplo, não há rigidez de nuca, a nuca é livre. A prova é positiva se houver resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca, situação frequentemente encontrada na meningite ou hemorragia subaracnóidea. 2. PROVA DE BRUDZINSKI Semiotécnica: • Paciente em decúbito dorsal com membros estendidos • Examinador a direita do paciente com uma das mãos sobre o tórax e, com outra, colocada na região occipital do paciente, executa flexão forcada da cabeça. A prova é positiva quando o paciente flete os membros inferiores (flexão dos quadris e joelhos) e fácies de dor. 3. PROVA LASÈGUE Semiotécnica • Paciente em decúbito dorsal com membro inferiores estendidos 3 • Examinador faz a elevação de um membro inferior estendido A prova é positiva quando o paciente refere dor na face posterior do membro examinado, logo no inicio da prova com cerca de 300 graus de elevação. 4. PROVA DE KERNING Semiotécnica: • Paciente em decúbito dorsal com o membro inferior em flexão em angulo reto com a bacia e a perna sobre a coxa • Examinador realiza a extensão da perna A prova é positiva quando o paciente sente dor e tenta impedir o movimento 5. MANOBRA DE KERNING Semiotécnica: • Paciente em decúbito dorsal com membros inferiores estendidos • Examinador faz a elevação de ambos os MMII ao mesmo tempo. A prova é positiva quando o paciente sente dor e ocorre a flexão dos joelhos. EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO 1. EQUILIBRIO ESTÁTICO (PROVA DE ROMBERG) Semiotécnica: • Paciente em posição vertical (ortostática, em pé) com os pés juntos, olhando para frente por 30 a 60 segundos. Solicitar que o paciente feche as pálpebras durante 30 a 60 segundos. • Examinador a direita observará ligeiras oscilações do corpo (ROMBERG NEGATIVO). A prova é positiva (ROMBERG POSITIVO) caso o paciente apresente oscilações do corpo, com desequilíbrio e forte tendência a queda. 2. EQUILIBRIO ESTÁTICO (PROVA DE ROMBERG SENSIBILIZADO) Semiotécnica: • Paciente em posição vertical (ortostática, em pé) com um pé a frente do outro, o calcanhar encostando no hálux, olhando para frente por 30 a 60 segundos. Solicitar que o paciente feche as pálpebras durante 30 a 60 segundos. • Examinador a direita observará ligeiras oscilações do corpo (ROMBERG NEGATIVO). A prova é positiva (ROMBERG POSITIVO) caso o paciente apresente oscilações do corpo, com desequilíbrio e forte tendência a queda. A forte tendência a queda pode ser: ! Para qualquer lado e imediatamente apósinterromper a visão, indicando lesão das vias da sensibilidade proprioceptiva consciente (tabes dorsalis, degeneração medular e polineuropatia periférica). ! Sempre para o mesmo lado apos transcorrer pequeno período de latência, traduzindo lesão do aparelho vestibular (labirintopatias). Em lesões cerebelares, o paciente não consegue permanecer de pé (astasia) ou o faz com dificuldade (diastasia) alargando a base de sustentação pelo afastamento dos pés para compensar a falta de equilíbrio. Nesta situação o desequilíbrio não se modifica quando se interrompe o controle visual, portanto a prova de ROMBERG NEGATIVO. 3. EQUILÍBRIO DINÂMICO OU MARCHA Inspeciona-se a maneira pela qual o paciente se locomove. A todo e qualquer distúrbio da marcha dá-se o nome de disbasia, a qual pode ser uni ou bilateral. A ausência da marcha denomina-se abasia e, a marcha normal ou atípica, denomina-se eubasia. Semiotécnica: 4 • Pede-se que o paciente ande por 5 metros em linha reta: usualmente com olhos abertos; depois com os olhos fechados; e com os calcanhares na frente dos artelhos com olhos abertos e depois com olhos. • O examinador estará a direita observando para a pesquisa de disbasias. Os tipos de disbasias mais representativas são as seguintes: ! Marcha helicópede, deifante ou hemiplégica; ! Marcha anserina ou de pato; ! Marcha parkinsoniana; ! Marcha cerebelar ou de ébrio; ! Marcha tabética; ! Marcha de pequenos passos; ! Marcha vestibular; ! Marcha escarvante ou do soldado da prussia; ! Marcha em tesoura ou espástica; ! Marcha claudicante; ! Marcha do idoso TONUS MUSCULAR Semiotécnica: • Inspeção: observar se há ou não achatamento das massas musculares de encontro ao leito • Palpação: averigua – se o grau de consistência muscular, que está aumentada nas lesões centrais e diminuída nas periféricas. • Movimentos passivos: movimentação normal de flexão e extensão nos membros. o Passividade: se há passividade aquém do normal (tônus diminuído) e se há resistência (tônus aumentado) o Extensibilidade: se há ou não exagero no grau de extensibilidade da fibra muscular. Alterações do tônus muscular: • HIPOTONIA (achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular diminuída, passividade aumentada, extensibilidade aumentada, prova do balanço com exageradas oscilações) • HIPERTONIA (consistência muscular e extensibilidade aumentadas, passividade diminuída, prova do balanço com reduzidas oscilações) o HIPERTONIA PIRAMIDAL (ESPASTICIDADE): eletiva com predomínio dos extensores dos MMII e flexores dos MMSS, elástica, sinal do canivete o HIPERTONIA EXTRAPIRAMIDAL (RIGIDEZ): não eletiva acomete globalmente a musculatura agonista, sinergista e antagonista, plástica, sinal da roda denteada • MIOTONIA: é o relaxamento alentecido após contração muscular. o Semiotécnica: o Solicita-se que o paciente cerre o punho e abra a mão rapidamente, se houver fenômeno miotônico a mão se abrirá lentamente. • DISTONIA: é a contração simultânea da musculatura agonista e antagonista, o que pode ocasionar posturas anômalas intermitentes ou persistentes. Ex. torcicolo espasmódico. • PARATONIA: o paciente aparentemente se opõe à tentativa do examinador em movimentar o membro. Ex. lesões frontais bilaterais. FORÇA MUSCULAR Semiotécnica: • Paciente sentado ou em decúbito dorsal executa movimentos de motricidade espontânea (abrir e fechar as mãos, estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o pé). o Segmento cefálico – Flexão, extensão, flexão lateral e rotação do pescoço o Segmento braquial – abdução e adução do ombro, flexão e extensão do antebraço, flexão e extensão do punho, preensão palmar e abdução dos dedos Segmento crural – flexão e extensão da coxa, da perna, do pé e do hálux 5 • Examinador aplica oposição ao movimento do paciente. Quando observa-se discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros realizam-se as denominadas “provas deficitárias”. O resultado do exame da força pode ser registrado de duas maneiras: Literalmente em que se anota a graduação e a sede (topografia): força normal, ou força discretamente diminuída, ou força moderadamente diminuída, ou força muito reduzida ou força abolida. PROVAS DEFICITÁRIAS 1. PROVA DOS BRAÇOS ESTENDIDOS (MMSS) Semiotécnica: Paciente de olhos fechados estende os braços para frente e assim os mantêm por cerca de 30 a 60 segundos. O membro parético, devido principalmente à fraqueza proximal, derreará aos poucos. Na mesma posição, mas com as palmas voltadas para cima, observe o sinal da pronação no segmento parético (sinal de Barré). 2. MANOBRA DE RAIMISTE (MMSS) Semioténica: Paciente em decúbito dorsal braços apoiados no leito, antebraços fletidos a 90°. Palmas voltadas uma para outra sem se encostarem. Manter-se assim por cerca de 30 a 60 segundos. Devido fraqueza de predomínio distal, do lado parético ocorrerá gradual derreamento; primeiro dos dedos, seguido pela mão e antebraço. 3. SINAL DA PRONAÇÃO (MMSS) Semiotécnica: Paciente de pé ou sentado, com os olhos fechados e braços estendidos para frente com as palmas voltadas para cima. Observe se consegue manter a posição por pelo menos 30 a 60 segundos. O teste é positivo quando houver pronação da mão, podendo haver concomitante flexão do cotovelo e abaixamento do membro no lado afetado 4. PROVA DE MINGAZZINI (MMII) Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal, olhos fechados e com as pernas em posição 90/90 (posição ginecológica). Manter-se assim por cerca de 30 a 60 segundos. Ocorrerá derreamento gradual da perna parética. 5. PROVA DE BARRÉ (MMII) Semiotécnica: Paciente em decúbito ventral com as pernas flexionadas a 45°, manter-se assim por cerca de 30 a 60 segundos. Ocorrerá derreamento da perna parética. 6. PROVA DA QUEDA DO MEMBRO INFERIOR EM ABDUÇÃO (SINAL DO OBTURADOR) Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal, sustentamos suas pernas fletidas sobre as coxas, estando estas em ângulo reto com tronco, mantendo-se seus joelhos unidos e com apoio plantar bilateral sobre o leito. Após soltarmos os joelhos, em caso de déficit motor, um dos membros cai em abdução, podendo ser de maneira progressiva ou imediata, na dependência do grau de fraqueza. REFLEXOS SUPERFICIAIS (EXTEROCEPTIVOS) E PROFUNDOS (MIOTÁTICOS) 1. REFLEXO CUTANEOPLANTAR Semiotécnica: • Paciente em decúbito dorsal, com o MMII estendidos • Examinador estimula superficialmente a região plantar, próxima à borda e no sentido posteroanterior (calcanhar para o hálux), fazendo um leve semicírculo na parte mais anterior. 6 A resposta normal é a flexão dos dedos. A inversão da resposta, extensão do hálux com abertura dos demais dedos em forma de leque, constitui o sinal de Babinski. • Sinal de Babinski: é fisiológico até 1 ano de idade. Quando presente indica lesão do trato corticospinal, significa lesão piramidal. Os sucedâneos de Babinski: são pesquisados em outras topografia, mas apresentam o mesmo significado. • Sinal de Hoffmann: apertar a ponta da unha e verificar flexão discreta dos dedos. • Sinal de Chadock: atrito de região inframaleolar externa; • Sinal de Schaefer: compressão do tendão de aquiles • Sinal de Gordon: compressão da panturrilha • Sinal de Austregésilo – Esposel: compressão da face anterior da coxa • Sinal de Oppenheim: atrito sobre a crista da tíbia. SINAL DE DE HOFFMANN O examinador sustenta a falange média do paciente entre o seu segundo e terceiro dedos e, estimula bruscamente a unha deste dedo com a unha do seu polegar. O movimento deve ser exercido deslizando o polegar sobre a unha do terceiro dedo do paciente de forma rápida, de modo que, ao final deste, haja uma súbita liberação da falange distal do paciente que escapa para sua posição inicial. A resposta positiva consiste na flexão da falange distal dos demais dedos. O sinal em questãodeve ser considerado muito mais como indicativo de hiper-reflexia do que propriamente disfunção da via piramidal. 2. REFLEXOS CUTANEOABDOMINAL Semiotécnica: • Paciente em decúbito dorsal, mantendo a parede abdominal em completo relaxamento. • Examinador estimula o abdome no sentido da linha mediana em três níveis (superior, médio e inferior) Resposta normal é a contração dos músculos abdominais que determina leve deslocamento da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Está abolido na síndrome piramidal 3. REFLEXO CREMASTÉRICO • Paciente em decúbito dorsal ou em posição ortostática • Examinador aplicar o estímulo (atrito) proximal e ao longo da face interna das coxas provoca a contração do músculo cremaster homolateral com elevação do testículo. Na mulher, o músculo cremaster inexiste e a resposta é observada pela contração dos grandes lábios (reflexo de Geigel). REFLEXOS PROFUNDOS OU MIOTÁTICOS FÁSICOS OU CLÔNICOS Semiotécnica: • Paciente sentado em completo relaxamento. • Examinador realiza a percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser examinado 7 1. REFLEXO BICIPITAL Semiotécnica: • Paciente sentado com o braço relaxado, discretamente abduzido, com o antebraço a meio caminho entre a flexão e a extensão e levemente pronado. Está posição é mais facilmente obtida quando o cotovelo do paciente repousa sobre a mão do examinador. • Examinador coloca a falange distal do polegar sobre o tendão do músculo bíceps e o percute, em resposta ao estímulo, observa-se a flexão do antebraço com discreta supinação. 2. REFLEXO TRICIPITAL Semiotécnica: • Paciente sentado com o braço colocado ao meio caminho entre flexão e extensão, sustentado pelo examinador ou repousado nas coxas, • Examinador percute o tendão do músculo tríceps, logo acima do olécrano, a resposta adequada é a extensão do antebraço. 3. REFLEXO FLEXORES DOS DEDOS DAS MÃOS Semiotécnica: • Paciente sentado com o braço relaxado, discretamente abduzido, com o antebraço a meio caminho entre a flexão e a extensão e a mão pronada. • Examinador percute a face palmar, em resposta ao estímulo, observa-se a flexão dos dedos da mão. 4. REFLEXO SUPINADOR Semiotécnica: • Paciente sentado com o antebraço em semiflexão e leve pronação, • O Examinador percute o processo estiloide do radio ou um pouco acima, na extensão dos tendões, e em resposta ao estímulo observa a flexão do antebraço e, as vezes ligeira pronação e flexão dos dedos. 5. REFLEXO PRONADOR Semiotécnica: • Paciente sentado com o antebraço em semiflexão e leve rotação interna, • O Examinador percute o processo estiloide da ulna, na extensão dos tendões, e em resposta ao estímulo observa a pronação da mão e antebraço. 6. REFLEXO PATELAR 8 Semiotécnica: • Paciente Sentado com a articulação do joelho fletida (de 102 a 150 graus). Caso o paciente esteja sentado, pode tanto cruzar uma perna sobre a outra como colocar os pés bem apoiados no solo. • Paciente em decúbito dorsal utilize a mão esquerda como alavanca, sob o joelho a ser examinado apoiando-a sobre a outra coxa do paciente. • O examinador percute do tendão do quadríceps causa a extensão da perna devido a contração de músculo quadríceps femoral, em resposta ao estímulo, observa-se a extensão da perna. 7. REFLEXO AQUILEU Semiotécnica: • Paciente sentado numa cadeira ou na beira do leito com o pé colocado de joelhos em angulo reto. • Paciente em decúbito dorsal, a perna do lado a ser examinado deve ser colocada por sobre a outra, com flexão do joelho e rotação externa do quadril exercendo-se também leve flexão dorsal do pé. • Paciente em decúbito ventral, deve-se elevar a perna mantendo-se num ângulo de 900 tanto a perna sobre a coxa quanto o pé sobre a perna. o A melhor maneira para se obter este reflexo, sempre será colocando-se o paciente de joelhos e com os pés pendentes em angulo reto. • Examinador deve percute o tendão de Aquiles e obtém a contração dos músculos gêmeos e sóleo, em resposta ao estímulo, observa-se a flexão do pé. COORDENAÇÃO MOTORA 1. PROVA INDICADOR – NARIZ Semiotécnica: Paciente em pé ou sentado com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz com o indicador, repete-se a prova algumas vezes, primeiro com os olhos abertos e depois com os olhos fechados. 2. PROVA CALCANHAR JOELHO Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o joelho com o calcanhar do membro a ser examinado. A prova deve ser realizada várias vezes, de inicio com os olhos abertos, depois com os olhos fechados. 3. PROVA CALCANHAR JOELHO SENSIBILIZADO Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal, o paciente é solicitado que o paciente deslize o calcanhar pela crista tíbial após tocar o joelho do membro a ser examinado. A prova deve ser realizada várias vezes, de inicio com os olhos abertos, depois com os olhos fechados. • Eumetria quando o paciente executa de forma correta o movimento. • Dismetria (distúrbio na medida do movimento) quando o paciente não consegue alcançar com precisão o alvo, errando para mais (hipermetria) ou para menos (hipometria). • Dissinergia o ato é decomposto e executado de maneira espasmódica e errática e desorganizada. • Decomposição do movimento separa o movimento em fases, fazendo com que o mesmo se torne interrompido e não contínuo 4. PROVA DOS MOVIMENTOS ALTERNADOS PARA MEMBROS SUPERIORES Semiotécnica: Paciente sentado determina-se que o paciente realize movimentos rápidos e alternados, tais como abrir e fechar as mãos, movimento de supinação e pronação. 9 5. PROVA DOS MOVIMENTOS ALTERNADOS PARA MEMBROS INFERIORES Semiotécnica: Paciente em decúbito dorsal determina-se que o paciente realize movimentos rápidos e alternados, tais como extensão e flexão dos pés. • Eudiadococinesia é a capacidade de realizar os movimentos alternados corretamente. • Disdiadococinesia quando o paciente tem dificuldade de executar os movimentos. • Adiadococinesia quando o paciente tem incapacidade de realizar os movimentos. 6. MANOBRA DO REBOTE (MANOBRA DO RECHAÇO OU MANOBRA DE STEWART HOLMES). Semiotécnica: Solicita-se ao paciente que gire a cabeça para o lado oposto e realize com toda força possível, e contra a resistência do examinador, a flexão do antebraço sobre o braço. Em determinado momento solta-se o antebraço subitamente. Num indivíduo normal, entraria em ação imediatamente a contração antagonista do tríceps para frear o deslocamento da mão que rapidamente se dirige para golpear o ombro. Porém, nos pacientes cerebelares, esta contração pronta não aparece e sua mão choca-se de encontro ao ombro. SENSIBILIDADE SUPERFICIAL E PROFUNDA Na prática clínica a classificação de Sherrington é a mais empregada. Esse autor dividiu as sensações de acordo com a localização das terminações, e tipos de estímulos que medeiam. • Sensibilidade exteroceptiva, que diz ao organismo o que está ocorrendo no meio ambiente. • Sensibilidade proprioceptiva, nos fornecendo informações a respeito da tensão nos músculos e tendões, ou a cerca da posição das articulações ou a respeito da força muscular. • Sensibilidade interoceptiva (visceroceptores) que nos transmitem eventos ocorridos no interior do organismo. Semiotécnica: • O ambiente deve ser adequado (silencioso e com temperatura agradável), o paciente deverá estar de olhos fechados e despido (sempre respeitando o pudor) durante o exame. • O examinador deverá perguntar se o paciente está sentido alguma coisa? O quê? Em que parte do corpo? E deve testar áreas homólogas e em vários locais do mesmo segmento. SENSIBILIDADE SUPERFICIAL 1. TÁTIL Semiotécnica: • A sensibilidade tátil geral pode ser aferida por meio de toque leve, utilizando-se um pincel de pelos fino, um chumaço de algodão, uma tira de papel ou a polpa digital. • Pesquisar tatoleve em todo o corpo e a percepção álgica distalmente (explicar as etapas e as respostas esperadas. Tocar delicadamente com o chumaço de algodão e não esfregar na pele do paciente. A seguir, pedir ao paciente para fechar os olhos e tocá-lo com a ponta de um swab quebrado). • Variar o ritmo da avaliação de modo que o paciente não consiga antecipar os movimentos (os estímulos devem rotineiramente ser aplicados de leve, e as áreas devem ser testadas de modo aleatório, não segundo um padrão previsível) • Comparar simetria nos dois lados do corpo (a avaliação básica deve testar as principais subdivisões funcionais do sistema sensitivo. Padrão sugerido: ombros [C 4], faces interna e externa dos antebraços [C 6/T 1], polegares e quartos dedos da mão [C 6/C 8], as duas coxas [L 2], faces medial e lateral das panturrilhas [L 4/L 5], quintos dedos dos pés [S 1]). 2. TÉRMICA Semiotécnica: 10 • A sensibilidade térmica é testada com tubos de ensaio (preferencialmente dos grandes), contendo água fria (50 – 100C) e água aquecida (400 – 450C); não precisa ser feito se a sensibilidade álgica for normal). 3. DOLOROSA Semiotécnica: • O exame da sensibilidade dolorosa se faz com a ponta de uma agulha descartável ou com a ponta de um palito de madeira. • Quando se compara o toque de uma ponta fina ao toque de uma ponta romba, não está aferindo-se a sensibilidade dolorosa e sim a capacidade de distinção tátil. SENSIBILIDADE PROFUNDA 1. VIBRATORIA (PALESTESIA) • Antes, deve-se informar ao paciente que preste atenção na vibração e não no toque ou no zumbido provocado pelo instrumento. • Percepção vibratória (o paciente fecha os olhos, o examinador põe o diapasão oscilando a 128 Hz para vibrar e encosta-o na articulação interfalângica [IF] distal de um dedo da mão e na articulação IF do hálux. Pedir ao paciente para dizer quando o diapasão deixa de vibrar) • Palestesia é a capacidade de perceber o estimulo vibratório 2. CINÉTICA POSTURAL ou ARTRESTESIA (BATIESTESIA) • No exame da noção de posição segmentar, os olhos estão fechados e os dedos – completamente relaxados – devem ser sustentados lateralmente com a menor pressão possível e, assim, passivelmente mobilizados de maneira lenta e cautelosa • Propriocepção: posição (segurar o hálux do paciente pelas laterais; mover então o dedo para cima e para baixo várias vezes, depois fazer uma pausa e pedir ao paciente para identificar a posição. Se houver anormalidade, repetir o teste em localização mais proximal) • Batiestesia é o senso do movimento articular 3. PRESSÃO (BARESTESIA) • O exame é realizado através da pressão firme exercida pelos dedos do examinador em porções do corpo do examinado. • O estesiometro de pressão de Head, eventualmente utilizado, presta-se para avaliar quantitativamente a pressão exercida. • Tem valor semiótico, o exame comparativo, exercendo pressões distintas (manual) e simultâneas em diferentes partes do corpo, e perguntando: “onde estou apertando mais?” Barestesia se refere à sensação de pressão ou peso. 4. DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS Semioténica: • Paciente com olhos fechados sentado ou deitado em decúbito dorsal • Examinador utiliza um compasso (compasso de Weber), ou estesiômetro calibrado em dois pontos. Inicia-se o exame estimulando-se a pele com pontos relativamente distantes. Estímulos únicos ou duplos (dois pontos simultâneos) devem ser realizados irregularmente, e solicita-se ao paciente que responda “um” ou “dois” quando perceber uma ou duas pontas. A distância entre os pontos vai sendo gradativamente reduzida até que o paciente cometa erros. É sensibilidade tátil epicrítica. A discriminação espacial entre dois pontos caracteriza-se pela habilidade de reconhecer estímulos cutâneos simultâneos. • Localização pontual (o corpo do paciente é tocado enquanto ele mantém os olhos fechados; o paciente abre os olhos e aponta o local tocado) • Extinção (tocar ao mesmo tempo áreas correspondentes no corpo e perguntar ao paciente onde ele sentiu o contato) 11 SENSIBILIDADE COMBINADA 1. GRAFOESTESIA Semiotécnica: • Paciente com os olhos fechados • Examinador descreve letras ou números escritos (com a ponta de um lápis ou objeto fino de ponta romba), sobre a pele, nas polpas digitais,nos antebraços e pernas. Teste relacionado com habilidade das percepções tátil, distinção e localização cutânea em reconhecer letras ou números escritos sobre a pele. A perda desta sensação (grafoanestesia ou agrafoestesia), na presença da sensibilidade periférica preservada implica na possibilidade de lesão cortical. 2. ESTEREOGNOSIA Semiotécnica: • Solicita-se ao paciente que de olhos fechados reconheça diversos tipos de objetos com tamanho, formas e consistências diferentes, pela palpação. • Trata-se da capacidade em reconhecer o tamanho e a forma dos objetos pela palpação. A dificuldade (demorar muito tempo), e incapacidade no reconhecimento do objeto se denominam disestereognosia ou astereognosia respectivamente. Tais alterações possuem como substrato lesões do córtex parietal. Mão astereognóstica é praticamente inútil, mesmo que recupere sua capacidade motora. A estereognosia só pode ser considerada como sinal independente (primária), quando não existe nenhum defeito motor que impeça a manipulação do objeto a ser examinado. SENSIBILIDADE INTEROCEPTIVA A sensação interoceptiva é aquela proveniente dos órgãos internos REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: http://neurobarra.com.br/files/O%20%20exme%20neurologico%20Tratado%20de%20Neurologia% 20da%20ABN-2013.pdf Exame Físico: Porto & Porto/ [editor] Celmo Celeno Porto; coeditor Arnaldo Lemos Porto – 8ª Ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Il.
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